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Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 1 Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação Carlos Basílio Pinheiro - Universidade federal de Minas Gerais Lutero Carmo de Lima – Universidade Estadual do Ceará Carlos Jacinto de Oliveira - Universidade Estadual do Ceará Wagner Corradi Barbosa - Universidade federal de Minas Gerais APÓS O ESTUDO DESTA UNIDADE VOCÊ DEVE SER CAPAZ DE: • Distinguir as descrições macroscópica e microscópica de sistemas; • Distinguir os conceitos de temperatura e calor; • Relacionar temperatura e equilíbrio térmico; • Conceitos de equilibro termodinâmico e equilíbrio térmico; • Identificar propriedades termométricas e funcionamento de termômetros: o Entender a escala Kelvin absoluta de temperatura; o Relacionar escalas termométricas; o Resolver problemas relativos à dilatação térmica. Nesta unidade inicialmente serão mostrados as formas macroscópicas e microscópicas de se descrever um sistema sob o ponto de vista termodinâmico. A seguir serão definidas as variáveis de estado ou propriedades de estado que caracterizam ou identificam o estado termodinâmico do sistema. A ideia de equilíbrio térmico é estabelecida com a Lei Zero da Termodinâmica a qual será usada para conceituar formalmente a variável de estado Temperatura. Uma vez estabelecida formalmente o conceito de temperatura, podemos perguntar como medi-la. Propriedades termométricas, termômetros e as escalas de temperatura serão então estudados, destacando-se o termômetro de gás a volume constante e a escala Kelvin. Finalmente a dilatação térmica será abordada. Vários problemas serão resolvidos ao longo do capítulo e uma série de questões conceituais, e problemas são apresentados ao final do capítulo, visando a fixação dos conceitos apresentados. Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 2 LOCALIZAÇÃO DOS TÓPICOS EM CAPÍTULOS DE LIVROS EQ U IL ÍB RI O T ÉR M IC O , T EM PE RA TU RA E D IL AT AÇ ÃO LIVRO AUTORES EDIÇÕES SEÇÕES Física II Addison-Wesley Sears, Zemansky, Young Freedman; 10ª. 15.1 - 15.8 16.1 - 16.2 Física 2 LTC Sears, Zemansky, Young 2ª. 14.1 – 14.6 15.1 – 15.5 16.1 – 16.5 Física 2 Livros Técnicos e Científicos S.A Resnick, Halliday, Krane 4ª. 22.1 – 22.5 25.1 – 25.2 e 25.7 Física 2 Livros Técnicos e Científicos S.A Resnick, Halliday, Krane 5ª. 21.1-22.5 23.1-23.2 The Feynman Lectures on Physics; Vol. I Feynman, Leighton, Sands Fundamentos de Física, vol.2 Livros Técnicos e Científicos S.A Halliday, Resnick 3ª. 19.2 – 19.7 20.1 – 20.3 e 20.7 Física 2 Editora Makron Books do Brasil Keller, Gettys, Skove 1ª. 16.1-16.6 Curso de Física, vol.2 Ed. Edgard Blücher Moysés Nussenzveig 3ª. 7.1 – 7.5 8.1 – 8.4 Física, vol.1b Ed. Guanabara Tipler 2ª 16.1 – 16.5 18.1 – 18.2 e 18.4 Física, vol.2 Ed. Guanabara Tipler 3ª. 15.1 – 15.3 16.1 – 16.3 Física, vol.2 Ed. Guanabara Tipler 5ª. 17.1 – 17.3 Física, vol.2 Livros Técnicos e Científicos S.A Alaor S. Chaves 1ª. 6.1 – 6.2 6.4 – 6.12 e 7.4 Física, Fundamentos e Aplicações, vol.2 Editora McGraw Hill Eisberg e Lerner 1ª. 17.1-17.7 Física 2 Livros Técnicos e Científicos S.A R. A. Serway 3ª. 19.1 – 19.6 20.1 – 20.3 e 20.7 Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 3 1.1. Descrição Macroscópica e Microscópica Um sistema poderá ser fisicamente descrito por suas grandezas macroscópicas, tais como temperatura, pressão, volume, energia interna, etc. e essas grandezas macroscópicas poderão ser inter-relacionadas por equações de estado apropriadamente estabelecidas. Tais grandezas, variáveis ou propriedades são então chamadas de variáveis de estado ou propriedades de estado. o A pressão de um gás, grandeza macroscópica, é medida operacionalmente com um manômetro. Microscopicamente, a pressão está relacionada com a taxa média de transferência do momento linear do gás para o fluido do manômetro, quando as moléculas do gás colidem com uma membrana interna de um monômetro; o A temperatura de um gás, também uma grandeza macroscópica, é relacionada à energia cinética translacional média das moléculas; o Se as grandezas macroscópicas podem ser expressas em termos das grandezas microscópicas, então as leis da termodinâmica também podem ser expressas quantitativamente em termos da mecânica estatística, porque na descrição microscópica existe um número infinito de partículas que na verdade representam moléculas ou átomos as quais só podem ser caracterizados estatisticamente. Desta forma, na descrição microscópica podemos descrever um sistema ou uma substância, por exemplo, um gás contido em um recipiente detalhando os movimentos de cada uma das moléculas daquele gás. Isto levaria a um número infinito de equações físicas. A abordagem de descrever um sistema ou uma substância pela movimentação de cada uma das moléculas ou átomos constituintes é chamada de dinâmica molecular. A fim de se reduzir trabalho, a abordagem da dinâmica molecular converge para a mecânica estatística que relaciona médias de propriedades moleculares com quantidades por nós conhecidas como temperatura, pressão e outras. A descrição macroscópica trabalha com as propriedades em escala muito maior do que a escala molecular e trata da interação macroscópica do sistema com sua vizinhança como salientado anteriormente. 1.2. Variáveis de estado As variáveis de estado são variáveis que caracterizam o estado ou a condição de um sistema termodinâmico. Exemplos de variáveis de estado termodinâmicas são pressão (p), volume (V), temperatura (T), energia (U) etc.. Uma variável de estado muito importante é o número de moles ou mols (n) que uma substância pode ser constituída. Um mol de substância é a quantidade de substância que contém um número de Avogadro de moléculas da substancia em questão. O número de Avogadro NA é 6,022 x 1023 moléculas/mol. Desta forma o número de mols ou moles de uma substância é definido de duas maneiras diferentes. Uma em termos do número das moléculas ou átomos da substancia em relação ao número de Avogadro e a outra em termos da massa da substancia em relação à massa molar da própria substância. Ou seja, 𝑛 = 𝑁𝑁! = 𝑚𝑀! (1) Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 4 onde N é o número de moléculas ou de átomos da substancia, NA é número de Avogadro, m é a massa da substância e M0 é sua massa molar. A massa molar M0 de um número de Avogadro (NA = 6,022 x 1023 moléculas/mol) de moléculas ou átomos de uma substância pura é obtida pela tabela periódica e expressa em gramas. Exemplos: 1 mol de carbono, pesa 12,011g; 1 mol de glicose (C6H12O6), pesa 180,145 g, valor equivalente à soma das massas atômicas de seus constituintes (6×12,011𝑔 + 12×1,007𝑔 + 6×16,999𝑔). 1.3. Lei zero da termodinâmica e o conceito de temperatura Um sistema está em equilíbrio termodinâmico quando suas variáveis de estado se mantém inalteradasao longo do tempo e uniformes através de todo o sistema. Logo, no equilíbrio termodinâmico não são observadas mudanças macroscópicas nas variáveis de estado dos sistemas. Sistemas termodinâmicos interagem com a vizinhança através de diferentes tipos de paredes entre elas: − Parede adiabática: que não permite a passagem de matéria e calor. − Parede diatérmica: que permite somente a passagem de calor. Figura 1: (a) Sistema, vizinhança e paredes que determinam trocas de energia. Quando dois sistemas isolados A e B estão separados por uma parede adiabática, os sistemas também estão isolados entre si. Assim quando as variáveis de estado de um dos sistemas mudam, o outro sistema não é afetado (Figura 2a). Por outro lado, dois sistemas isolados do meio externo, porém interagindo-se através de uma parede diatérmica conforme mostrado na (Figura 2b) trocam calor entre si, modificando simultaneamente as variáveis de estado de ambos os sistemas. Como resultado da interação, as variáveis de estado irão se modificar até atingir valores constantes em ambos os sistemas. Na situação de equilíbrio térmico as temperaturas em ambos os sistemas se igualam (TA=TB) (a) (b) Figura 2: (a) Dois sistemas isolados separados por uma parede adiabática. (b) Dois sistemas isolados separados por uma parede diatérmica. Vizinhança Paredes Universo Trocas de energia e matéria entre sistema e vizinhança ocorrem através da parede Sistema Parede adiabática imaginária suficientemente afastada para limitar todo o universo. A B A B Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 5 Existem situações nas quais dois sistemas podem estar em equilíbrio térmico mesmo que não estejam em contato direto através de uma parede diatérmica. A Figura 3 mostra um sistema no qual uma parede adiabática separando os sistemas A e B e uma parede diatérmica separa os sistemas A e C e bem com os sistemas B e C. Portanto os sistemas A e C atingem o equilíbrio térmico, o mesmo acontecendo com os sistemas B e C. A experiência mostra que nesta situação os sistemas A e B também estão ou estarão em equilíbrio térmico. Daí surge a Lei Zero da Termodinâmica que pode ser anunciada da seguinte forma: dois sistemas em equilíbrio térmico com um terceiro sistema, estão também em equilíbrio térmico entre si. (a) (b) Figura 3: Sistemas A e B separados por uma parede adiabática e ambos separados de C por uma parede diatérmica. Antes do equilíbrio térmico (a) cada sistema possui uma temperatura ao atingir o equilíbrio térmico (b) , todos os sistemas possuem mesma temperatura T. Dito de outra forma: Existe uma grandeza escalar chamada temperatura (T) que é uma propriedade de todos os sistemas termodinâmicos em equilíbrio térmico. Dois sistemas estão em equilíbrio térmico se e somente se suas temperaturas forem iguais. Conceito de temperatura O conceito de temperatura está intimamente relacionado com o estado de equilíbrio térmico de dois sistemas. Dois sistemas em equilíbrio térmico tem a mesma temperatura. Ou seja, se dois sistemas são postos em contato suas variáveis de estado se modificarão até que ambos atinjam a mesma temperatura. Suponhamos que um dos sistemas seja um termômetro usado para medir temperatura. Após o termômetro ter atingido o equilíbrio térmico com o outro sistema, o termômetro terá a mesma temperatura que o outro sistema. Na realidade, medimos a temperatura do termômetro! Sabemos que o outro sistema tem a mesma temperatura porque ele está em equilíbrio térmico com o termômetro. A temperatura é uma medida da média da energia térmica das partículas de uma substância. Uma vez que se trata de um valor médio, não depende do número de partículas da substância. Nesse sentido, não depende das dimensões do sistema. Por exemplo, a temperatura de um pequeno copo de água fervente é o mesmo que a temperatura de uma panela de água fervente. Mesmo se o volume da penela for muito maior do que o volume do copo e tenha milhões e milhões mais moléculas de água que no copo. 1.4. Atividades para auto avaliação Descrições Macroscópica e Microscópica da Termodinâmica e Temperatura 1.4.1 (a) Imagine um balão cheio de gás. Como seriam as descrições macroscópica e microscópica do gás dentro deste balão? (b) Esses dois tipos de descrição são independentes um do outro ou deve haver alguma relação entre eles? Por quê? A B C Ta Tc Tb A B C T T T Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 6 1.4.2 (a) Quais são as principais características da Termodinâmica? (b) Ela trabalha com grandezas macroscópicas ou microscópicas? Alcance da termodinâmica 1.4.3 Qual o significado do termo "sistema" em termodinâmica? 1.4.4 O que é estado de um sistema? Temperatura x calor 1.4.5 Qual é a diferença entre temperatura e calor? 1.4.6 Como medir temperatura? Como medir calor? Explique! 1.4.7 Seria correto afirmar em um dia quente que “está fazendo calor” ? Equilíbrio termodinâmico e equilíbrio térmico – temperatura 1.4.8 O que significa dizer que um sistema está em equilíbrio termodinâmico? 1.4.9 Se dois sistemas A e B estão, cada um, em equilíbrio termodinâmico podemos afirmar que eles estão em equilíbrio térmico entre si? Por quê? 1.4.10 Qual é a relação entre equilíbrio térmico e a definição de temperatura em termos macroscópicos? 1.4.11 O que diz a Lei Zero? Como ela se relaciona com a utilização de um termômetro para medir temperatura? 1.5. Termômetros e escalas de temperatura Uma vez estabelecido o conceito de temperatura, faz-se necessário estabelecer meios de mensurá- la. Para tanto usamos termômetros, que são dispositivos usados para a medição de temperatura. Um termômetro pode ser constituído de qualquer substância que tenha uma propriedade variável com a temperatura X(T). Neste caso, a substância é identificada como substância termométrica e a propriedade identificada como propriedade termométrica porque varia com a variação da temperatura do meio que está inserida. Como exemplo de propriedades termométricas temos: o volume de um liquido (como no termômetro de mercúrio ou álcool em bulbo de vidro); a pressão de um gás mantido em volume constante (base para o de gás à volume constante); a resistência elétrica de um fio metálico (o termômetro de fio de platina); a diferença de potencial observada na junções de dois fios metálicos (termopar ou par termoelétrico), variação da frequência natural com temperatura dos cristais ou mudança de cor com a temperatura, etc. Um bom termômetro é aquele cuja propriedade termométrica (x) apresenta variação linear com a temperatura (T) na forma: 𝑇 𝑥 = 𝑎𝑥 + 𝑏 (2) sendo a e b constantes determinadas no processo de calibração do termômetro de interesse. Todos termômetros necessitam de uma escala de temperatura para cumprir sua função. Em 1742, o astrônomo sueco Anders Celsius vedou mercúrio em um pequeno tubo capilar e observou como Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 7 ele se movia para cima e para baixo conforme a temperatura mudava. Celsius selecionou dois pontos de calibração para o seu dispositivo: o ponto de congelamento da água, definido como 0 e o ponto de ebulição normal da água rotulado como 1001. Depois dividiu ocomprimento do tubo de vidro entre estes dois pontos de calibração em 100 intervalos iguais. Ao fazer isto ele inventou a escala de temperatura Celsius (conhecida popularmente como escala centígrada). As outras temperaturas, fora dos 2 pontos de calibração, são deduzidas por interpolação ou extrapolação. A unidade da escala Celsius de temperatura é o "grau Celsius” que é abreviado por °C. Observe que o símbolo ° faz parte da unidade C e não do número. A escala Celsius é usada em praticamente todos os países do mundo e em todas as áreas de atividade e do conhecimento da humanidade. Escala Fahrenheit A escala Fahrenheit de temperatura (amplamente usada nos Estados Unidos e Reino Unido) é também originalmente baseada em dois pontos de calibração: o ponto de congelamento de uma mistura de gelo e sal e a temperatura normal do corpo humano. Esta escala define a temperatura de congelamento da água como 32 °F e a temperatura do ponto de ebulição da água como 212 °F. A conversão entre as escalas Celsius e Fahrenheit é feita observando-se a correspondência entre os pontos de calibração, ou seja, o ponto normal de congelamento (0 °C = 32 °F) e de ebulição da água (100 °C = 212 °F). Desta forma, a relação entre as escalas Celsius e Fahrenheit é: 𝑇! = 95 𝑇! + 32 (3) Exemplo 1 O ganho de um amplificador a base de transistor depende da temperatura. O ganho de um certo amplificador a 20 °C é 30,0 e a 55,0 °C é 35,2. Se o ganho variasse linearmente com a temperatura neste intervalo, qual seria o ganho a 28,0 °C? A figura abaixo apresenta em termos gráficos a situação apresentada no enunciando deste exemplo: Pela análise da figura abaixo podemos montar a seguinte expressão: 𝐺 − 3035,2 − 30 = 28 − 2055 − 20 𝐺 − 305,2 = 835 ∴ 𝐺 = 31,2 Escala Kelvin Uma escala de temperatura que merece uma atenção especial é a escala Kelvin, que foi estabelecida com ajuda do termômetro de gás a volume constante. A definição dessa escala usa 1 Na realidade e historicamente Celsius definiu 100 como o ponto de congelamento da água e 0 como o ponto de ebulição normal da água. Naturalmente, isto não tira o mérito de Celsius por significativa contribuição à Termodinâmica 16 TERMODINÂMICA BÁSICA 32 5 9 += CF TT (1.2) Exemplo 3: 2�JDQKR�GH�XP�DPSOLÀFDGRU�D�EDVH�GH�WUDQVLVWRU�GHSHQGH� GD�WHPSHUDWXUD��2�JDQKR�GH�XP�FHUWR�DPSOLÀFDGRU�j����&�p������H�D������ &�p�������6H�R�JDQKR�YDULDVVH�OLQHDUPHQWH�FRP�D�WHPSHUDWXUD�QHVWH�LQWHU� YDOR��TXDO�VHULD�R�JDQKR�D������&" $�)LJ����DSUHVHQWD�HP�WHUPRV�JUiÀFRV�D�VLWXDomR�DSUHVHQWDGD�QR�HQXQ� FLDQGR�GHVWH�H[HPSOR��3HOD�ÀJXUD�SRGHPRV�PRQWDU�D�VHJXLQWH�H[SUHVVmR�� 30 28 20 35,2 30 55 20 G � � =� � 30 8 5,2 35 G � = 2,31=G 3RUWDQWR��SDUD�D�WHPSHUDWXUD�GH������&��R�JDQKR�GR�DPSOLÀFDGRU�VHUi� DSUR[LPDGDPHQWH����� Fig. 1.5 – Exemplo 3 Exemplo 4:�8P�WHUP{PHWUR�FDOLEUDGR�QD�HVFDOD�&HOVLXV� Or������&�� 4XDQWR�HVWD�WHPSHUDWXUD�YDOH�QD�HVFDOD�)DKUHQKHLW��8VDQGR�D�HTXDomR������� YRFr�LUi�YHULÀFDU�TXH�D�WHPSHUDWXUD�YDOH�����)��3RU�IDYRU��FRQÀUD� 8PD�HVFDOD�GH�WHPSHUDWXUD�TXH�PHUHFH�XPD�DWHQomR�HVSHFLDO�p�D� escala Kelvin�SRUTXH�HOD�XVD�VRPHQWH�XP�SRQWR�GH�FDOLEUDomR�H�WDPEpP� SRUTXH�D�SDUWLU�GHOD�p�TXH�VH�FRQVLGHUD�D�LPSRUWkQFLD�GR�WHUP{PHWUR�GH� JiV�D�YROXPH�FRQVWDQWH�XP�LQVWUXPHQWR�IXQGDPHQWDO�SDUD�R�HVWDEHOHFL� PHQWR�GD�HVFDOD�GH�WHPSHUDWXUD�GR�JiV�LGHDO�H�GD�(VFDOD�,QWHUQDFLRQDO� GH�7HPSHUDWXUD� 1D�escala Kelvin��TXDQGR�D�WHPSHUDWXUD�IRU���.��DWULEXL�VH�D�SURSULH� GDGH�WHUPRPpWULFD�[�R�YDORU�]HUR��RX�VHMD��QD�HTXDomR��������E� ��� axxT =)( (1.3) 'HVWD�IRUPD�JHUDO��Vy�EDVWD�XP�SRQWR�GH�PHGLGD�SDUD�FDOLEUDU�R�SRV� VLYHO�WHUP{PHWUR�QD�HVFDOD�.HOYLQ��SRU�H[HPSOR��HP�XP�SRQWR�3�TXDOTXHU��D� a = Tp/Xp��RX�VHMD�� Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 8 somente um ponto de calibração. Em outras palavras, na escala Kelvin, quando a temperatura for 0 K, atribui-se a propriedade termométrica x usada para defini-la o valor zero, ou seja, na equação (2), b = 0 𝑇 𝑥 = 𝑎𝑥 (4) Desta forma geral, basta um ponto de medida para calibrar o possível termômetro na escala Kelvin, por exemplo, em um ponto P qualquer, 𝑎 = 𝑇! 𝑋!, ou seja, 𝑇 𝑥 = 𝑇! 𝑋! 𝑥 (5) Por acordo decorrente das reuniões das Conferencias Internacionais de Pesos e Medidas ficou estabelecido que o ponto de calibração da escala Kelvin é o ponto tríplice da água, isto é, a temperatura onde o gelo, a água e o vapor de água coexistem em equilíbrio termodinâmico e a constante da equação (4) é estabelecida por 𝑎 = 𝑇!" 𝑋!". Desta forma, por acordo internacional, ficou estabelecido que Ttr =273,16 K = 0,01 °C. Voltando à equação (4), 273,16 K = a Xtr ou seja 𝑇 𝑥 = 273,16 𝑋 𝑋!" (6) Xtr é o valor da propriedade termométrica no ponto tríplice da água. A temperatura dada pela equação (6) vale apenas para uma determinada propriedade termométrica X. Outras propriedades levam à diferentes leituras de temperatura. A unidade da escala Kelvin é o “Kelvin", abreviado por K. Atualmente não se usa mais dois pontos fixos para definir a escala Celsius. A escala Kelvin é definida e a relação entre as temperaturas Tc (Celsius) e Tk (Kelvin) é estabelecida pela equação 𝑇! = 𝑇! − 273,15 (7) Os pontos de congelamento e ebulição da água são medidos em Kelvin e depois convertidos para Celsius, sendo o ponto de congelamento 273,15 K ou 0,00 °C e o ponto de ebulição 373,16 K , ou seja 99,98 °C. Exemplo 2 A resistência de um certo fio de platina aumenta por um fator de 1,392 entre o ponto tríplice e o ponto normal de ebulição da água. Ache a temperatura de ebulição da água quando se utiliza um termômetro de resistência de platina 𝑇 𝑅 = 273,16 𝑅 𝑅!" = 273,16 ×1,392 = 380,2 𝐾 ou seja, este termômetro indicaria uma temperatura de ebulição da água de 107,05 oC, valor acima do valor de 99,98 oC experimentalmente aceito para esta propriedade. Isto nos leva a concluir que a resistência do fio de platina em questão, não varia linearmente com a temperatura. Exemplo 3 Quando em equilíbrio térmico no ponto triplo da água, a pressão do He em um termômetro a gás de volume constante é 1020 Pa. A pressão do He é 288 Pa quando o termômetro está em equilíbrio térmico com o nitrogênio líquido em seu ponto normal de ebulição. Qual é ponto normal de ebulição do nitrogênio obtido com este termômetro? Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 9 𝑇 𝑅 = 273,16 2881020 = 77,13 𝐾 Valores de temperaturas típicas nas escalas Celsius, Kelvin e Fahrenheit são mostrados na Tabela 1. Tabela 1: Temperaturas de algumas substâncias e processos nas escalas Celsius (oC) , Kelvin (K) e Fahrenheit (oF). Substância Temperaturas oC K oF Ebulição da Água (fervura) 100 373,125 212 Corpo humano 37,0 310,2 98,6 Fusão da Água (congelamento) 0,00 273,15 32,0 Ponto triplo da água 0,01 273,16 32,0 L Ebulição do Nitrogênio -196 77 -321 Zero absoluto -273,15 0 -459,67 °F = 1.8°C + 32 K = °C + 273.15 1.6. Atividades para auto avaliação Termometria 1.6.1 (a) Se alguém medisse a sua temperatura com a mão e lhe dissesse que você está com febre, você tomaria ou não um antitérmico? (b) Como você mediria a temperatura de um corpo? 1.6.2 (b) O que é propriedadetermométrica? (b) Quais características tornam uma certa propriedade termométrica apropriada para a utilização em um termômetro prático? 1.6.3 Qual é a diferença entre as temperaturas medidas pelas escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin? 1.6.4 (a) Há alguma temperatura na qual coincidem as medidas feitas na escala Kelvin e na escala Celsius? (b) E entre a escala Kelvin e a escala Fahrenheit? (c) E entre a escala Fahrenheit e a escala Celsius? 1.7. Termômetro a gás a volume constante Idealmente a temperatura de um sistema deveria ter um valor bem definido independente da propriedade usada para medi-la. A pergunta é saber qual é o instrumento ou termômetro que preencha este requerimento. Será mostrado abaixo que o termômetro de gás a volume constante satisfaz esta condição, e que gases ideais são substâncias termométricas padrão. Por razões que serão discutidas a seguir, a pressão será a propriedade termométrica escolhida para este termômetro. Pela lei dos gases ideais, que relaciona as variáveis de estado pressão, volume ocupado pelo gás, número de partículas do gás e temperatura mostrada na equação (8), verificamos que se o volume Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 10 do gás for mantido constante, a pressão neste termômetro dependerá linearmente da temperatura. 𝑝𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 (8) Na Figura 4 é apresentado o termômetro de gás à volume constante. Ele consiste de um bulbo, contendo um gás qualquer, ligado por um tubo capilar conectado a um manômetro de mercúrio. O bulbo de quartzo, vidro, platina ou outro material (dependendo do intervalo de temperatura a ser medida) é colocado no banho ou ambiente cuja temperatura deseja-se conhecer. Abaixando-se ou levantando-se o reservatório de mercúrio obriga-se a o nível do mercúrio a coincidir com a marca de referência forçando o gás no interior do termômetro a permanecer sempre com o volume constante. Figura 4: (a) Termômetro de gás a volume constante A diferença de pressão do gás P e da pressão atmosférica Po é indicada pela diferença de altura da coluna de mercúrio h na escala. Ou seja, 𝑃 − 𝑃! = 𝜌.𝑔. ℎ (9) Sendo ρ a densidade do mercúrio, g a aceleração da gravidade. O bulbo contendo gás é colocado no banho a temperatura T. Levantando-se ou abaixando-se o reservatório de mercúrio, faz-se o nível de mercúrio coincidir com o ponto O, como já dito. Supondo que todas as correções de experimentais sejam feitas (como por exemplo, levar em conta a variação do volume do bulbo e que nem todo o gás no capilar está imerso no bulbo, etc.) a pressão absoluta P fornecerá a temperatura pela expressão: 𝑇 𝑝 = (273,16𝐾) 𝑃 𝑃!" ! (10) onde o índice V indica que o volume do gás é mantido constante. Iremos a seguir fazer uma simulação de como se determina a temperatura T de um banho usando este termômetro. Suponhamos que no termômetro haja certa quantidade de gás (por exemplo N2) a certa pressão. Gás Altura (h) Fonte de calor Temômetro Banho térmico Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 11 1. Coloca-se o termômetro de N2 em água no ponto triplo e ajusta-se sua pressão para 80 cmHg, isto é, Ptr = 80 cmHg acima de Po. Este ajuste de pressão é feito retirando ou adicionando nitrogênio ou no interior do termômetro. 2. A seguir, leva-se o termômetro ao banho onde se quer medir a temperatura T. Espera-se o equilíbrio térmico e a seguir levanta-se ou abaixa-se a coluna de mercúrio até o nível do mercúrio coincidir com o ponto 0, isto garante o volume constante do gás no termômetro. Quando o equilíbrio for atingido, a nova pressão pode ser calculada usando o valor da coluna de h e a expressão (9). Por exemplo, calcula-se P (Ptr = 80 cmHg) = 109,334 cmHg. Assim, pela equação (10) temos: 𝑇 𝑃 = 273,16𝐾 109,334 80 ! = 373,32 𝐾 3. Retorna-se o termômetro em água no ponto tríplice e ajusta-se a pressão à 40 cmHg, isto é, Ptr = 40 cmHg acima de Po. Como anteriormente isto é obtido retirando nitrogênio do interior do termômetro até o ponto triplo da água a pressão atingir 40 cmHg. 4. A seguir, leva-se o termômetro ao banho onde a temperatura T será medida. Espera-se o equilíbrio térmico, e a seguir levanta-se ou abaixa-se a coluna de mercúrio até o nível do mercúrio coincidir com o ponto 0, isto garante o volume constante do gás no termômetro. A nova pressão pode ser calculada usando o novo valor da coluna de h e a expressão (9). Por exemplo, calcula-se P(Ptr = 40 cmHg) = 54,65 cmHg. Assim, pela equação (10) temos: 𝑇 𝑃 = 273,16𝐾 54,65 40 ! = 373,20 𝐾 5. Repete-se o item 3 para Ptr = 20 cmHg 6. Repete-se o item 4 obtendo P (Ptr = 20 cmHg) = 27,323 cmHg . Pela equação (10) teremos: 𝑇 𝑃 = 273,16𝐾 27,323 20 ! = 373,18 𝐾 Repetindo-se o processo para novas pressões, colocando-se os pontos em um gráfico (Figura 5) e extrapolando para a situação onde Ptr = 0 (ou seja P = Po) encontra-se o valor verdadeiro para temperatura T. Neste caso, como mostrado no gráfico, T = 373,15 K (ponto de ebulição da água). Figura 5: (a) Termômetro de gás a volume constante usando diferentes gases (O2, N2 e H2) para medição da temperatura. A escala de temperatura construída com ajuda do termômetro de gás a volume constante depende das propriedades dos gases ideais (Equação (8)) mas não das propriedades químicas dos gases (desde que estes se comportem de acordo com a equação dos gases ideais). A escala Kelvin é independente de qualquer propriedade de qualquer substância particular. Por isso, é uma escala 20 TERMODINÂMICA BÁSICA Fig. 1.7 - Termometro de gás à volume constante usando hidrogênio, nitrogênio ou oxigê- QLR�FRPR�ÁXLGR�GH�VXD�RSHUDomR� $�HVFDOD�GH�WHPSHUDWXUD�UHVSHLWDGD�SHOR�WHUP{PHWUR�GH�JiV�D�YROXPH� FRQVWDQWH�p�a escala de temperatura de gás ideal��TXH�p�D�PHVPD�HVFDOD� .HOYLQ��GHÀQLGD�SHOD�VHJXLQWH�H[SUHVVmR� ( ) tr Ptr P PKT 0 lim16,273 o = (V constante) (1.9) 3HOR� IDWR�GHVWHV� WHUP{PHWURV�QD� FRQGLomR�GH�SUDWLFDPHQWH�QHQKXP� JiV�HP�VHX�LQWHULRU�FRQFRUGDUHP�HP�TXDOTXHU�WHPSHUDWXUD�FRPR�YLVWR�QD� )LJXUD�����HOHV�VHUYHP�SDUD�GHÀQLU�H�PHGLU�WHPSHUDWXUD�FRP�D�PHOKRU�SUH� FLVmR�SRVVtYHO�H�EDVLFDPHQWH�SRU�FDXVD�GLVWR�VmR�HVFROKLGRV�FRPR�termô- metros padrões. 0HVPR�VHQGR�WHUP{PHWUR�TXH�LQGHSHQGHQWH�GR�JiV�XVDGR�HOH�GHSHQGH� GDV�SURSULHGDGHV�GRV�JDVHV�HP�JHUDO��SURSULHGDGHV�HVWDV�UHSUHVHQWDGDV�SHOR� FKDPDGR�JiV�LGHDO�TXH�VHUi�HVWXGDGR�QR�FDSLWXOR�VHJXLQWH� 3DUD�VH�PHGLU�WHPSHUDWXUD�PXLWR�EDL[D��GLJDPRV�GD�RUGHP���.�p�SUH� FLVR�XVDU�R�KpOLR�FRPR�JiV�GH� WUDEDOKR�SRUTXH�R�KpOLR�p�R�~QLFR�JiV�TXH� SHUPDQHFH�QD�IRUPD�JDVRVD�j�EDL[D�SUHVVmR�QHVWD�WHPSHUDWXUD��FRORFDQGR� DVVLP�R�OLPLWH�DWp�RQGH�HVWH�WLSR�GH�WHUP{PHWUR�SRGH�RSHUDU� 1.3. Dilatação térmica $�GLODWDomR�WpUPLFD�SRGH�VHU�FRPSUHHQGLGD��LPDJLQDQGR�D�HVWUXWXUD� GH�XP�VyOLGR�FULVWDOLQR��2V�iWRPRV�VmR�PDQWLGRV� MXQWRV�HP�XP�DUUDQMR� UHJXODU�SRU�IRUoDV�HOpWULFDV��FRPR�VH�IRVVHP�XP�FRQMXQWR�GH�PRODV�OLJD� GDV�HQWUH�HOHV��(P�XP�FPó�Ki�FHUFD�GH������´PRODVµ��2V�iWRPRV�GH�XPD� HVWUXWXUD�VyOLGD�FULVWDOLQD�FRPR�HVWD�YLEUD�HP�FHUFD�GH������+]�HP�XPD� DPSOLWXGH�GD� RUGHP�GH�������P�� TXH� p� DSUR[LPDGDPHQWH�XP�GpFLPR�GR� GLkPHWUR�GR�iWRPR�� 4XDQGR�D�WHPSHUDWXUD�DXPHQWD��RV�iWRPRV�YLEUDP�FRP�DPSOLWXGHV� PDLRUHV�H�VXD�GLVWDQFLD�PpGLD�DXPHQWD��,VWR�OHYD�D�XPD�GLODWDomR�GH�WRGR�R� FRUSR�VyOLGR��$�YDULDomR�GH�TXDOTXHU�GLPHQVmR�OLQHDU�GR�VyOLGR��FRPR�FRP�SULPHQWR��ODUJXUD�RX�HVSHVVXUD�p�FKDPDGD�GH�GLODWDomR�OLQHDU. 3RU�H[SHULPHQWDomR�REVHUYD�VH�TXH�D�GLODWDomR� OLQHDU�GH�XP�FRUSR�� FDUDFWHUL]DGD�SHOD�YDULDomR�¨/�QR�VHX�FRPSULPHQWR�/�p�GLUHWDPHQWH�SURSRU� FLRQDO�DR�SUySULR�FRPSULPHQWR�/�FRPR�WDPEpP�j�YDULDomR�GH�WHPSHUDWXUD� ¨7�FRUUHVSRQGHQWH��RX�VHMD���TXDQGR�¨7�IRU�VXÀFLHQWHPHQWH�SHTXHQR�� Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 12 absoluta. A escala Kelvin e a escala do termômetro de gás a volume constante são idênticas no intervalo de temperatura em que este termômetro pode ser usado, senda definida por: 𝑇 𝑃 = (273,16𝐾) lim!!"→! 𝑃 𝑃!" ! (11) Termômetros de gás a volume constante, mesmo com uma pequena quantidade de gás em seu interior, indicam a temperatura do sistema com o qual estão em equilíbrio térmico com grande precisão e, por isto, são escolhidos como termômetros de referência . Para se medir temperaturas muito baixas, digamos da ordem 1 K é preciso usar o hélio como gás de trabalho porque o hélio é o único gás que permanece na forma gasosa em baixa pressão nesta temperatura, estabelecendo assim o limite no qual o termômetro gás a volume constante pode operar. 1.8. Atividades para auto avaliação Termômetro de gás a volume constante 1.8.1 O gráfico da figura abaixo, representa as temperaturas obtidas com um termômetro de gás a volume constante cujo bulbo está imerso em água em ebulição. Gases diferentes são usados, cada um com uma densidade diferente, como indicado pelo eixo horizontal que representa a pressão no ponto triplo da água (Ptr) Responda: a) Que valor será obtido para a temperatura do ponto de ebulição da água se for usado um termômetro de gás a volume constante que utiliza ar e que contém ar suficiente para que Ptr = 80cmHg? Esse valor corresponde à temperatura absoluta? b) Qual seria a leitura do termômetro se fosse retirado um pouco de ar, de forma que Ptr = 20cmHg? 1.8.2 Qual o valor da temperatura absoluta do ponto de ebulição da água? 1.8.3 Por que um termômetro de gás a volume constante permite a definição de uma escala termométrica absoluta? Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Fundamentos de Termodinâmica - 10/05/15 1.4.7 Seria correto afirmar em um dia quente que “está fazendo calor” ? EQUILÍBRIO TERMODINÂMICO E EQUILÍBRIO TÉRMICO – TEMPERATURA 1.4.8 O que significa dizer que um sistema está em equilíbrio termodinâmico? 1.4.9 Se dois sistemas A e B estão, cada um, em equilíbrio termodinâmico podemos afirmar que eles estão em equilíbrio térmico entre si? Por quê? 1.4.10 Qual é a relação entre equilíbrio térmico e a definição de temperatura em termos macroscópicos? 1.4.11 O que diz a Lei Zero? Como ela se relaciona com a utilização de um termômetro para medir temperatura? TERMOMETRIA 1.4.12 (a) Se alguém medisse a sua temperatura com a mão e lhe dissesse que você está com febre, você tomaria ou não um anti-térmico? (b) Como você mediria a temperatura de um corpo? 1.4.13 (b) O que é propriedade termométrica? (b) Quais características tornam uma certa propriedade termométrica apropriada para a utilização em um termômetro prático? 1.4.14 Qual é a diferença entre as temperaturas medidas pelas escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin? 1.4.15 (a) Há alguma temperatura na qual coincidem as medidas feitas na escala Kelvin e na escala Celsius? (b) E entre a escala Kelvin e a escala Fahrenheit? (c) E entre a escala Fahrenheit e a escala Celsius? TERMÔMETRO DE GÁS A VOLUME CONSTANTE 1.4.16 O gráfico da figura abaixo, representa as temperaturas obtidas com um termômetro de gás a volume constante cujo bulbo está imerso em água em ebulição. Gases diferentes são usados, cada um com uma densidade diferente, como indicado pelo eixo horizontal que representa a pressão no ponto triplo da água (Ptr) Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 13 1.9. Dilatação térmica A dilatação térmica pode ser compreendida analisando a estrutura atômica de um sólido cristalino. Em um sólido, os átomos são mantidos juntos em um arranjo regular por forças elétricas. As propriedades deste arranjo são semelhantes às de uma rede composta de massas e molas mostrada na Figura 6a. Existem da ordem de 1023 átomos e molas em 1 cm3 de um sólido. Os átomos de uma estrutura sólida cristalina como esta vibram com frequência de 1013 Hz e amplitude da ordem de 10-11 m, que é aproximadamente um décimo do diâmetro do átomo (o raio atômico é da ordem de 10-10 m). Quando a temperatura do sólido aumenta, a distância média entre os aumenta (Figura 6b) e isto leva a uma dilatação de todo o sólido. A variação de qualquer dimensão linear do sólido, como comprimento, largura ou espessura, é chamada de dilatação linear. Figura 6: (a) Podemos visualizar as forças entre átomos vizinhos em um sólido imaginando-os ligados por molas que apresentam constantes elásticas distintas para a compressão e para o alongamento. É mais fácil dilatar um sólido que comprimi-lo. (b) Gráfico da energia potencial pela distância entre dois átomos vizinho, mostrando que as forças não são simétricas. E3 > E2 > E1 e portanto T3 > T2 > T1. Por experimentação observa-se que a dilatação linear de um corpo, caracterizada pela variação ΔL no seu comprimento Lo é diretamente proporcional ao próprio comprimento Lo como também à variação de temperatura ΔT correspondente, conforme mostrado na Figura 7. Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 14 Figura 7: Como o comprimento de uma barra de comporta com a variação da temperatura. As variações de comprimento foram exageradas para facilitar a visibilidade. Ou seja, se ΔT for suficientemente pequeno: ∆𝐿 = 𝛼𝐿!∆𝑇 𝐿 = 𝐿!(1 + 𝛼∆𝑇) (12) sendo α o coeficiente de dilatação linear, uma caracteristica própria de cada material. O coeficiente de dilatação linear é precisamente estimado por: 𝛼 = ∆𝐿/𝐿! !/∆𝑇 (13) o qual corresponde à variação fracionária do comprimento por variação de intervalo de temperatura na escala adotada à pressão (P) constante. Na realidade, α deveria ser tomado ponto a ponto na temperatura da medição e da temperatura escolhida para se determinar L, entretanto a variação é desprezível quando comparada com a precisão em que os comprimentos são medidos. Normalmente assume-se um valor médio para uma faixa de temperatura de interesse. Na Tabela 2 são apresentados os coeficientes de dilatação linear médios para algumas substâncias, no intervalo de temperatura entre 0 °C a 100 °C. Tabela 2: Coeficiente de dilatação linear de algumas substâncias no intervalo entre 0 e 100 oC. Substância α × 10 -6 (1/oC) Chumbo 29 Alumínio 23 Latão 19 Cobre 17 Aço 11 Vidro 9 Exemplo 4 Uma barra feita com uma liga de alumínio mede 10 cm a 20 °C e 10,015 cm no ponto de ebulição da água. (a) Qual seu comprimento no ponto de congelamento da água? (b) Qual sua temperatura, se seu comprimento final for 10,009 cm? Determinaremos inicialmente o valor de α 𝛼 = ∆𝐿𝐿!∆𝑇 = (10,015 − 10)100 − 20 = 1,88 × 10!! °𝐶!! (a) no ponto de congelamento T = 0 oC 𝐿 = 𝐿!(1 + 𝛼∆𝑇) 𝐿 = 10(1 + 1,88 × 10!!× 0 − 20 = 9,9962 𝑐𝑚 (b) Se o comprimento final é 10,009 cm 𝐿 − 𝐿! = 𝐿!𝛼∆𝑇 Unidade 1: Equilíbriotérmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 15 10,009 − 10 = 10× 1,88 × 10!!× 𝑇! − 20 𝑇! = 67.9 °𝐶 Usando a mesma metodologia de dedução da equação (13) para um corpo isotrópico (situação em que suas grandezas físicas variam igualmente em qualquer direção), a variação da área em função da variação da temperatura é dada por: ∆𝐴 = 𝛾𝐴!∆𝑇 𝐴 = 𝐴! 1 + 𝛾∆𝑇 ; 𝛾 = 2𝛼 (14) A variação do volume para um corpo isotrópico em função da variação da temperatura é dada por: ∆𝑉 = 𝛽𝑉!∆𝑇 𝑉 = 𝑉! 1 + 𝛽∆𝑇 , 𝛽 = 3𝛼 (15) O coeficiente de dilatação volumétrica β ,também conhecido como coeficiente de expansão volumétrica para gases e líquidos, é dados por 𝛽 = ∆𝑉/𝑉! !/∆𝑇 (16) o qual corresponde à variação fracionária do volume por variação de intervalo de temperatura na escala adotada à pressão (P) constante. Exemplo 5 Um cubo de latão (α latão = 1,9 x 10-5 °C-1) tem aresta de 30 cm. Qual o acréscimo em sua área, se a temperatura subir de 20 para 75 °C? ∆𝐴 = 𝛾𝐴!∆𝑇 = 2𝛼𝐴!∆𝑇 ∆𝐴 = 2 ∙ 1,9 × 10!! ∙ 0,3 ×0,3 ∙ 75 − 20 ∆𝐴 = 1,88 × 10!!𝑚! Se uma aresta aumenta sua área de 2,0 ×10-4 m2 o cubo (6 faces) aumentará sua área de 12 ×10-4 m2 A maioria dos materiais sofre dilatação quando aquecidos e sofre contração quando resfriados. A exceção mais notável desta regra é a água. Conforme mostrado na Figura 8, acima de 4 °C a água se dilata e no intervalo de 4 °C para 0 °C (no sentido de 4 °C para 0 °C) a água também se expande, caracterizando assim a anomalia da dilatação térmica da água. Esta característica tem consequências importantes. Em temperaturas acima de 4 °C, a água se torna mais densa enquanto é resfriada e, portanto, afunda. Porém, ao ser resfriada abaixo de 4 °C, ela se torna menos densa e sobe à superfície. Esta é a razão pela qual o gelo se forma primeiro na superfície de um lago ou rio. A água também se expande quando congela. Como o gelo é menos denso do que a água liquida, ele permanece na superfície e atua como uma camada isolante para a água que está abaixo. Se a água se comportasse como a maioria das substâncias e contraísse enquanto congela, então o gelo afundaria e deixaria mais água exposta na superfície, para ser congelada. Os lagos se encheriam de Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 16 gelo do fundo para cima e seria muito provável que congelassem completamente no inverno principalmente nos extremos dos hemisférios norte e sul da Terra. Obviamente o congelamento completo de lagos e rios, poderia inviabilizar a vida em sistemas aquosos nestas latitudes. Existe um grande interesse tecnológico nas áreas de engenharia, fotônica, eletrônica e aplicações estruturais, por materiais que apresentam coeficiente de dilatação térmica negativos. Por exemplo, misturando um material de dilatação térmica negativa com um material "normal", que se expande com o aquecimento, seria possível obter um material compósito de expansão térmica nula. Como a expansão térmica causa muitos problemas na engenharia, e de fato na vida cotidiana, existem muitas aplicações potenciais para materiais apresentando expansão térmica controlada. Um exemplo simples de um problema de expansão térmica é a tendência da obturação dentária se expandir de uma quantidade diferente daquela observada nos dentes, por exemplo, ao se beber uma bebida quente, causando dor de dentes. Se obturações dentárias foram feitas de um material compósito contendo uma mistura de materiais com expansão térmica positiva e negativa, a expansão do compósito poderia ser precisamente ajustada à do esmalte do dente. Figura 8: O volume de um grama de água aumenta de 1,000 cm3 a 0 oC para 1,034 cm3 a 100 oC. Entretanto 1 g de água atinge seu menor volume e portanto maior densidade a 4 oC . Observe que entre a 0 e 4 oC o volume da água não varia linearmente com a temperatura. Um dos materiais mais estudados por exibir expansão térmica negativa é o Tungstato de Zircônio (ZrW2O8). Este composto se contrai continuamente em intervalo de temperatura entre 0,3-1050 K (a temperaturas mais elevadas o material se decompõe). Outros materiais que exibem este comportamento incluem outros membros da família AM2O8 e A2(MO4)3, em que A = Zr ou Hf, M = Mo ou W, e ZrV2O7. Gelo comum apresenta dilatação térmica negativo em suas fases hexagonal e cúbica em temperaturas muito baixas (abaixo de -200 °C). Quartzo e uma série de zeólitas também apresentam coeficiente de dilatação térmica negativos sobre certas faixas de temperatura. Silício puro apresenta coeficiente de dilatação térmica negativo para temperaturas entre cerca de 18 K e 120 K. Borracha apresenta coeficiente de dilatação térmica negativa em temperaturas normais, mas a razão para o efeito é bastante diferente do que na maioria dos outros materiais. Para a borracha, à medida que as longas cadeias de polímero absorvem a energia elas adoptam uma configuração mais contorcida, reduzindo o volume do material. Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 17 Figura 9: Variação relativa do volume do ZrW2O com o aumento da temperatura. 1.10. Atividades para auto avaliação Dilatação térmica 1.10.1 Explique, em termos microscópicos, por que os materiais podem sofrer dilatação quando sua temperatura é variada? 1.10.2 A equação ∆𝐿 = 𝛼𝐿!∆𝑇 expressa a variação do comprimento com a temperatura. Obtenha as equações ∆𝐴 = 2𝛼𝐴!∆𝑇 e ∆𝑉 = 3𝛼𝑉!∆𝑇 que descrevem a variação da área e do volume com a temperatura, respectivamente. 1.10.3 O que é dilatação aparente? 1.10.4 O que existe de peculiar e importante na dilatação térmica da água? 1.10.5 Explique a expressão para a tensão térmica 𝐹 𝐴 = −𝑌𝛼∆𝑇, onde F é a tensão da barra, A é a área da seção reta, α é o coeficiente de dilatação linear e Y é o módulo de Young. 1.10.6 Pode existir coeficiente de dilatação negativo? 1.11. Exercícios de fixação 1.11.1 Em alguns locais da Terra a temperatura em graus Celsius é igual à temperatura em graus Fahrenheit. Qual é o valor desta temperatura? Qual é a estação mais provável? 1.11.2 O ganho de um certo amplificador à temperatura ambiente (20,0ºC) é 30,0 e a 55,0º C é 35,2. Se o ganho variasse linearmente com a temperatura neste intervalo limitado, qual seria o ganho a 28,0ºC? 1.11.3 Dois termômetros de gás a volume constante são imersos em um banho de água no ponto de ebulição. Um utiliza nitrogênio e o outro hélio, e ambos contêm gás suficiente para que ptr=100 cm Hg (figura abaixo). Qual é a diferença entre as pressões dos dois termômetros e qual é a maior? r 0.30 * 0.2- ffi 0.1 . x 00 > -0.1 -0.2 -< -04 , -0.4 0 200 400 600 800 1000 1200 Temperature (K) Fig. 1. Plot of percentage relative expansion versus temperature for ZrW208. Open circles are dilatom- eter data; solid circles are neutron diffraction data. compound ZrW208 is evidently only ther- modynamically stable between 1380 and 1530 K ( 1). It must be rapidly cooled from high temperature to avoid decomposition into ZrO2 and W03. Once formed, howev- er, this compound has a high degree of kinetic stability at temperatures below about 1050 K. Thus, heating ZrW208 above 1050 K results in decomposition into ZrO2 and W03, which react to reform ZrW208 if the temperature is increased to 1380 K. The ordering that occurs below 430 K lowers the free energy of this system;however, this is presumably not an equilibrium phase. If the system were to achieve equilibrium, ZrW208 would decompose into ZrO2 and W03. This decomposition reaction is frustrated by its high activation energy. The system is trapped in a high-energy state, and this phe- nomenon may be related to the unusual thermal expansion properties. Negative ther- mal expansion also occurs in AgI, but only in the metastable cubic form (12). Negative thermal expansion in cubic AgI is confined to a region no wider than 200°C, the ther- mal expansion at 100 K being positive. We begin our explanation of the unique properties of ZrW208 and HfW208 by eliminating certain possibili- ties. In both ZrO2 and HfO2, there is an abrupt negative volume expansion at a tetragonal-to-monoclinic phase transi- tion. This transition is associated with a A C Fig. 2. Section of the ZrW208 structure (thermal ellipsoids are used for atoms). change in the coordination number of Zr and Hf from 8 to 7 with decreasing tem- perature. No such coordination change occurs in ZrW208. The shortest Zr-O dis- tance beyond the 2.1 A octahedral coor- dination -sphere (Table 2) is 3.66 A at both 0.3 and 700 K. We also eliminate from consideration any changes with tem- perature of the Zr-O or W-O bond dis- tances. Structure refinements conducted at 12 temperatures from 0.3 to 700 K show no decreases in these distances with in- creasing temperature. Furthermore, be- cause of differences in Zr-O and Hf-O bonding in isostructural ZrO2 and HfO2, the temperature of the tetragonal-to-mon- oclinic phase transition in these two com- pounds differs by about 4000C. By con- trast, in ZrW208 as compared to HfW208, there is no detectable difference in their phase transition temperature or in their thermal expansion properties. Significant changes in W-O bonding occur at the 430 K phase transition (Fig. 3), but the nega- tive coefficient of thermal expansion re- mains similar above and below this tran- sition. We thus conclude that subtleties of W-O, Zr-O, or Hf-O bonding are unlike- ly to be the cause of the negative thermal expansion. We are thus left with Zr-O-W linkages as the source of the negative thermal ex- pansion. A systematic change in the an- gles of this linkage could have been the source, but this is not supported by our structural refinements. It is, however, well documented that the potential for M-O-M transverse vibrations (corre- sponding in a static picture to bond bend- ing) is significantly lower than for longi- tudinal vibrations (which correspond to changes in the M-O bond lengths). A transverse vibration of a bridging 0 in a framework in which M-O bond distances remain largely unchanged will cause a contraction of the M-M distance and a negative coefficient of thermal expansion. Because of the asymmetry of a typical M-O potential, however, longitudinal vi- brations tend to lead to an overall increase in M-M distances. As discussed above, the network arrangement of ZrW208 leads to a highly flexible structure that can readily accommodate the changes in M-O-M B 03 03 0101 Fig. 3. (A) The two crystallographically distinct W04 tetrahedra of low-tem- perature ZrW208 in space group P213. (B) The W04 "tetrahedra" of high- temperature ZrW208 in space group Pa3. The 04 position is only 50% occu- pied, and the large ellipsoid of W is due to disorder along the threefold axis. SCIENCE * VOL. 272 * 5 APRIL 1996 01 I ..l 91 Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 18 1.11.4 Usando-se um termômetro de gás a volume constante verificou-se que a pressão do ponto triplo da água (0,01ºC) era igual a 4,80x104 Pa e a pressão do ponto de ebulição normal da água (100ºC) era igual a 6,50x104 Pa. (a) Supondo que a pressão varie linearmente com a temperatura, use esses dados para calcular a temperatura Celsius para a qual a pressão do gás seria igual zero (isso é, ache a temperatura Celsius do Zero absoluto). (b) O gás neste termômetro obedece à equação 1 2 1 2 P P T T = de modo preciso? Caso esta equação fosse obedecida exatamente, e a pressão a 100ºC fosse igual a 6,50x104 Pa, qual seria a pressão medida a 0,01ºC? 1.11.5 Os trilhos de uma estrada de ferro são fixados quando a temperatura é de -5,0º C. Uma seção padrão de trilho tem 12,0m de comprimento. Qual deve ser o espaçamento entre as seções para que não haja compressão quando a temperatura subir até 42º C? 1.11.6 Mostre que se α depende da temperatura T, então ( ) ⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎢ ⎣ ⎡ +≅ ∫ T T dTTLL 0 10 α onde L0 é o comprimento à temperatura de referência T0. 1.11.7 A área A de uma placa retangular (figura abaixo) é ab e seu coeficiente de dilatação linear é α. Com o aumento de temperatura ∆T, o lado a dilata ∆a e o lado b, ∆b. Mostre que se desprezarmos o termo ∆a∆b/ab, então TAA Δ=Δ α2 . Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 19 1.11.8 O avião supersônico Concorde possui um comprimento igual a 62,1 m quando está em repouso no solo em um dia típico (a 15ºC). Ele é basicamente feito de alumínio. Quando ele está voando com uma velocidade igual ao dobro da velocidade do som, o atrito com o ar aquece a parte externa do Concorde e produz uma dilatação de 25 cm no comprimento do avião. O compartimento dos passageiros está apoiado em rolamentos, e o avião se expande em torno dos passageiros. Qual é a temperatura da parte externa do Concorde durante o vôo? 1.11.9 Determine o coeficiente de dilatação volumétrica da água à uma temperatura de 9ºC. Utiliza a afigura do problema que descreve a variação do volume da água em função da temperatura. 1.11.10 Uma barra de latão possui comprimento igual a 185 cm e diâmetro igual a 1,60 cm. Qual é a força que deve ser aplicada a cada extremidade da barra para impedir que ela se contraia quando for esfriada de 120ºC para 10ºC? O módulo de Young do latão vale 9 x1010 N/m2. 1.12. Problemas 1.12.1 À uma temperatura T0, a aresta de um cubo é igual a L0 e ele possui densidade igual a ρ0. O material constituinte do cubo possui coeficiente de dilatação volumétrica igual a β. Unidade 1: Equilíbrio térmico, Temperatura e Dilatação ______ Carlos Basílio Pinheiro - Fundamentos de Termodinâmica - 05/10/16 20 (a) Mostre que quando a temperatura cresce de T0+∆T, a densidade do cubo passa a ser dada aproximadamente por ( )TΔ−≈ βρρ 10 . (Sugestão: Use a expressão ( ) nxx n +≈+ 11 , válida quando x <<1) Explique porque este resultado aproximado é valido somente quando ∆T for muito menor do que 1/β e explique por que é de esperar essa aproximação na maior parte dos casos. (b) Um cubo de cobre possui aresta de 1,25 cm a 20,0ºC. Calcule sua variação de volume e de densidade quando sua temperatura passa para 70º C. 1.12.2 Mostre que se os comprimentos de duas barras de materiais diferentes são inversamente proporcionais a seus respectivos coeficientes de dilatação linear à mesma temperatura inicial, a diferença entre os seus comprimentos será constante em todas as temperaturas. (a) Quais deveriam ser os comprimentos de uma barra de aço e uma de latão a 0ºC para que as diferenças de seus comprimentos fosse 0,30 m em todas as temperaturas? 1.12.3 A equação TY A F Δ−= α fornece a tensão necessária para manter a temperatura da barra constante à medida que a temperatura da barra varia. Mostre que se o comprimento pudesse variarde ∆L quando a sua temperatura varia de ∆T, a tensão seria dada por: ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ Δ− Δ = T L LY A F α 0 Onde F é a tensão da barra, L0 é o comprimento original da barra, A é a área da seção reta, α é o coeficiente de dilatação linear e Y é o módulo de Young.