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Aula Uroginecologia

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Maria Evangelina de Oliveira
Fundamentos da prática fisioterapêutica aplicada à saúde do mulher e do homem.
A saúde é um direito humano fundamental, inscrito na Constituição brasileira, e deve ser entendida como o resultado do processo e das relações sociais que garantem maior ou menor qualidade de vida para uma população
 (PEDROSA, 2005).
Fisioterapia : saúde da mulher
O conceito de saúde, nas últimas décadas, vem passando por transformações, evoluindo de um modelo de assistência curativa para um modelo promotor da saúde, preventivo e principalmente contando com a participação popular e a interdisciplinaridade dos diferentes profissionais da saúde.
 
 (REGASON, et.al., 2010)
Fisioterapia : saúde da mulher
A qualidade de vida abrange as necessidades do ser humano em diversos aspectos, como a relação com o meio ambiente, o lazer, a alimentação e as condições de trabalho, moradia e renda. Esse enfoque exige que os sistemas de saúde trabalhem, obrigatoriamente, cumprindo os princípios da integralidade e articulando as ações de assistência à saúde (PEDROSA, 2005; BRASIL, 2004). 
Fisioterapia : saúde da mulher
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 A integralidade configura-se de forma a se ter um sistema que seja integrado em todos os seus níveis de complexidade, uma rede de serviços que funcione de modo a dar condições de acesso e seja resolutiva para os problemas apresentados e para os fatores de risco que afetam a qualidade de vida da população.
 Inclui a articulação entre os serviços públicos e privados, bem como atividades preventivas e assistenciais.
 
 (REIS E ANDRADE, 2008).
Fisioterapia : saúde da mulher
Historicamente, a atuação do fisioterapeuta é entendida como assistência no nível de atenção terciária; porém, sabe–se que quando inserido na atenção primária, pode ser de grande valia para ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e educação em saúde 
 
 (SILVA E DA ROS, 2007)
Fisioterapia : saúde da mulher
Uma das principais dificuldades encontradas acerca da inserção do fisioterapeuta, não apenas na ESF, mas na saúde Pública, diz respeito à formação inicial e a criação da profissão, que apresenta um caráter reabilitador, com atuação na atenção terciária, enraizada devido à grande demanda inicial por reabilitação, inerente à história da criação do curso.
Fisioterapia : saúde da mulher
(REGASON et.al., 2010).
O atendimento em Saúde da Mulher exige do profissional uma atenção especial que ultrapassa o limite da especificidade, passando por um olhar mais integral, com ênfase na prevenção dos agravos e na promoção da saúde integral da mulher.
 A atuação da Fisioterapia na saúde da mulher permite intervir sobre vários aspectos da função e do movimento humano, que sofrem mudanças e alterações durante o ciclo de vida da mulher, desde a adolescência até a fase adulta, passando pelo período gestacional, menopausa e terceira idade. 
Fisioterapia : saúde da mulher
 
 A Fisioterapia em Uroginecologia e obstetrícia, apesar de pouco conhecida, é uma especialidade de grande importância e se estabeleceu como alternativa cientificamente comprovada para o tratamento :
- das disfunções do assoalho pélvico
 - da incontinência urinária, 
- no atendimento de gestantes, 
- pós-mastectomias, entre outros. 
Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia
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 A gestação é um momento importante na vida da mulher, e nessa fase pode ser beneficiada com o atendimento pré e pós-parto, no sentido de tratar alguma alteração comum durante a gravidez ou prevenir qualquer disfunção inerente à sua condição. 
HISTÓRICOO 
 No campo da obstetrícia o fisioterapeuta tem ocupado uma posição importante na equipe que assiste a gestante, pelo menos desde 1912, quando a fisioterapeuta Dra. Minnie Randell juntamente com o obstetra Dr. Fairbain desenvolveram o conceito de “Obstetrícia Preventiva”, no St. Thomas Hospital, em Londres.
 
 Nessa época as mulheres permaneciam cerca de 3 semanas no leito em repouso absoluto e contínuo após o parto. 
 Randell e Fairbain, criaram um programa de exercícios no leito, auxiliando a recuperação física no pós-parto e ensinando o repouso através do relaxamento, evitando assim a imobilização constante na cama.
 Apenas na década de 20, as atenções se voltaram para o período gestacional
 
(Polden & Mantle, 1997; Souza, 1999).
 O conceito de fisioterapia pré-natal surgiu sob a influência do trabalho da médica Kathleen Vaughan, que percebeu que as gestantes sedentárias tinham partos mais difíceis do que as camponesas, as quais mantinham uma vida mais ativa durante a gravidez.
 
 (Vaughan, 1951 apud Gardin & Artal, 1999).
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 Entre 1933 e 1947 o Dr. Grantly Dick-Read, na Inglaterra, sugeriu que a ligação do parto ao sofrimento gerava medo entre as gestantes, principalmente nas primíparas, aumentando a tensão muscular e emocional, resultando na dor durante o parto.
 Sugeriu ainda que a dor no parto era o resultado do estado emocional da gestante, desenvolvendo a Teoria do Ciclo Medo-Tensão-Dor ou Trinômio de Read, a qual defendia que o medo do parto aumentava a tensão muscular gerando a dor, criando assim um ciclo vicioso.
 Foi partindo desse princípio que Read passou a ensinar exercícios respiratórios, de relaxamento e de fortalecimento das musculaturas abdominal, dorsal e perineal às gestantes, denominando estas técnicas de Método Psicoprofilático (MPP) 
 
 
 
 
(Polden & Mantle,1997; Read,1947 apud Gardin & Artal,1999;Souza,1999). 
 O médico francês Lamaze introduziu no Ocidente um método de conscientização para as gestantes, que além dos exercícios, também visava ensinar às mulheres os mecanismos biológicos e fisiológicos do ciclo gravídico-puerperal, e dar um apoio psicológico.
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(Lamaze, 1958 apud Gardin & Artal, 1999; Souza,1999 )
 Atualmente, a prática de atividade física na gravidez é tida como parte integrante de um programa de assistência pré-natal, principalmente em países como a Inglaterra, África do Sul, Austrália e Canadá, nos quais o surgimento da fisioterapia pré-natal se deu há mais tempo, sendo o fisioterapeuta, um dos profissionais responsáveis pelo seu planejamento e aplicação.
 (Polden & Mantle, 1997; Souza, 1999; O’Connor & Stephenson, 2004).
 No Brasil a Fisioterapia aplicada à clinica em uroginecologia e obstetrícia é ainda enquadrada como uma das áreas de atuação mais recentes dentro da profissão, tendo sido determinada a sua obrigatoriedade no curso de graduação, em todo o território nacional, apenas a partir da reforma curricular de 1985.
 Embora a fisioterapia tenha muito a oferecer aos outros profissionais da equipe de saúde, assim como à própria gestante, existe uma quantidade limitada de literatura com documentação de apoio sobre as técnicas da fisioterapia aplicada à obstetrícia.
 
 Essa escassez de publicações diminui, de certo modo, a credibilidade dos serviços fisioterapêuticos direcionados às gestantes, assim como o crescimento da área dentro da profissão.
 Infelizmente, se o público não tem uma visão clara da fisioterapia nessa área, o setor profissional não se evidencia, sendo necessária a modificação da visão de todos os profissionais da saúde associada ao fisioterapeuta 
 (O’Connor & Stephenson, 2004).
 O trabalho interdisciplinar é imprescindível em qualquer área da saúde e, nesse sentido, o papel do fisioterapeuta obstetra
torna-se fundamental dentro das equipes multidisciplinares de assistência pré-natal, trabalhando na perspectiva da fisioterapia comunitária, na qual a abordagem é muito mais integral, em que não apenas se trata e cura, mas também se observa e orienta e passando a ter uma atuação também na promoção de saúde.
 A gravidez, promove alterações de diversos tipos no corpo feminino, e passou a contribuir para o crescimento, como profissão, dessa nova área de atuação da fisioterapia na saúde da mulher, a obstetrícia; dando assim ao fisioterapeuta uma importância crescente como profissional habilitado:
 
Para identificar e tratar os distúrbios musculoesqueléticos e neuromusculares da gravidez;
 aliviar as algias existentes pelas alterações biomecânicas;
 orientar sobre a realização das atividades de vida diária (AVD’s) e/ou profissionais (AVP’s), melhorando assim qualidade de vida das gestantes
 (Polden & Mantle, 1997; Souza, 1999).
 Após o parto, objetiva-se auxiliar a mãe através de normas higiênicas, deambulação, exercícios fisioterapêuticos, cuidados com as mamas, incentivo ao aleitamento materno, orientações posturais, funções intestinais e miccionais, vida sexual, retorno às atividades físicas e de vida diária. 
NOSSOS OBJETIVOS:
Transmitir aos médicos e a outros profissionais da área de saúde, bem como à população em geral, um maior conhecimento sobre a fisioterapia aplicada à obstetrícia, suas indicações e contra-indicações, os benefícios para a gestante e seu obstetra, não só durante a gravidez, mas também no trabalho de parto e puerpério. 
 
 Divulgar a necessidade e a importância desse serviço nos hospitais, públicos ou privados, nas clínicas obstétricas e postos de saúde, além de sua inclusão definitiva em estratégias e programas de saúde do Governo, como o PSF (Programa Saúde da Família).
 
 Oncologia 
 Nos casos de tumor de mama, a cirurgia é algo comum. 
 O cirurgião retira a mama ou parte dela e ainda os nódulos linfáticos ( evitando que o tumor se espalhe para outras partes do corpo).
 Ao retirar os nódulos linfáticos, a circulação linfática fica comprometida surgindo sintomas indesejáveis na paciente, como edema em membro superior, dor, dificuldades de movimentar o membro e prejuízos na qualidade de vida.
 A proposta fisioterapêutica, nesses casos, é a de tratar o paciente através de técnicas de drenagem linfática, exercícios para devolver a mobilidade e reeducar a postura e orientações quanto a atividades de vida diária.
 Área de atuação da fisioterapia que consiste em PREVENIR e TRATAR clinicamente, utilizando-se de recursos e técnicas fisioterapêuticas, as disfunções miccionais, fecais e sexuais femininas e masculinas, e ainda a dor pélvica.
 Fisioterapia em Uroginecologia
1948, Arnold Kegel –pioneiro no desenvolvimento de técnicas de reeducação perineal. 
 exercícios da musculatura perineal, perineômetro.
1970 –seu trabalho teve continuidade na Europa.
Mágnus Fall – desenvolveu estudos sobre estimulação elétrica no tratamento disfunções perineais.
1980, Alain Bournier divulga estas técnicas na imprensa escrita e nos meios audiovisuais 
História da Fisioterapia em Uroginecologia
1992, a Sociedade Internacional de Continência validou cientificamente as técnicas de recuperação funcional do assoalho pélvico .
 Objetivos: 
 Promover a profilaxia das disfunções do assoalho pélvico e tratamento das mesmas.
Reeducar a musculatura do assoalho pélvico aumentando o tônus de suas fibras e sua tensão na presença de variações da pressão intra-abdominal.
História da Fisioterapia em Uroginecologia
avaliação da força muscular do assoalho pélvico
PERINEÔMETRO
DISPOSITIVO SENSÍVEL À PRESSÃO, INSERIDO NA VAGINA PROVÊ VALORES NUMÉRICOS PARA CONTRAÇÃO MUSCULAR
É uma complicação de difícil tratamento e que causa um profundo impacto negativo na qualidade de vida do indivíduo.
A IUPP pode ocorrer tanto no tratamento da hiperplasia prostática benigna como no tratamento do câncer de próstata.
Incontinência urinária 
pós-prostatectomia (IUPP)
Glândula presente somente no homem, produtora do liquido seminal, que vai nutrir os espermatozóides e seu deslocamento;
- Localiza-se abaixo da bexiga
O que é e onde fica a próstata?
Glândula presente somente no homem, produtora do liquido seminal, que vai nutrir os espermatozóides e seu deslocamento;
- Localiza-se abaixo da bexiga
O que é e onde fica a próstata?
 O foco do tratamento fisioterapêutico é o reforço dos músculos que compõem o assoalho pélvico através de exercícios , eletroestimulação e a reeducação miccional.
 atendimento aos pacientes que passaram por cirurgias de próstata (prostatectomia parcial ou radical) .
 Nas cirurgias de próstata podem ocorrer, como conseqüência, incontinência urinária, que pode ser tratada pela Fisioterapia através de técnicas onde o paciente trabalha a musculatura do assoalho pélvico e através de recursos eletroterapêuticos, que visam reforçar os músculos do assoalho pélvico e capacitar esse paciente a continência urinária.
Incontinência urinária
 VAMOS Á LUTA !
O’CONNOR, L.J.; STEPHENSON, R.G. Fisioterapia aplicada à Ginecologia e Obstetrícia. 2ed. São Paulo: Manole, 2004, p.153-227.
OCANHAS, M.C.B. O Papel da Fisioterapia. Revista Gravidez & Gestação. São Paulo: Ed. Minuano, n.1, ago.2003.
POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia. 2ed. São Paulo: Santos, 1997.
SOUZA, E. L. B. L. de. Fisioterapia aplicada à obstetrícia: aspectos de ginecologia e neonatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999
PEDROSA, M. Atenção integral à saúde da mulher: desafios para implementação na prática assistencial. Revista Brasileira Medica Farmacêutica e Comunitária. v.1 n.3, out-dez. 2005.
REGASON, C.A.P.; ALMEIDA, D.C.D.; COMPARIN, K.; MISCHIATI, M.F.; GOMES, J.T. Atribuições do Fisioterapeuta no Programa de Saúde da Família: Reflexões a partir da prática profissional. Unioeste. Disponível em: www.unioeste.br/projetos/saudefamilia/atribuicoes_psf.rtf Acessado em: 19/07/2015
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: Princípios e Diretrizes. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas/ MS; 2004..
REIS, C.B.; ANDRADE, S.M.O. Representação social do trabalho em equipe na atenção à mulher sob a ótica da enfermeira. Revista Brasileira de Enfermagem. v.1, n.12, p.50-56, 2008.
SILVA, D.J.; DA ROS, M.A. Inserção de profissionais de Fisioterapia na equipe de saúde da família e Sistema Único de saúde: desafios na formação. Revista Ciência e Saúde Coletiva. v.6, n.12, p.1673-1681, 2007.

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