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Análises Clínicas I Centro Universitário Ritter dos Reis - UniRitter Faculdade de Ciências da Saúde Novembro de 2019 Prof. Dr. Adroaldo Lunardelli Marcadores cardíacos Doenças cardiovasculares mais comuns que dependem de diagnóstico bioquímico: 1. Doenças isquêmicas 2. Insuficiência cardíaca ou insuficiência cardíaca congestiva (ICC) Isquemia é a deficiência do fluxo sanguíneo causado por constrição funcional ou por obstrução efetiva de uma artéria → coronária. • Angina • IAM SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS (SCA) Na ICC há um bombeamento ineficaz do coração → acúmulo (congestão) de líquidos nos pulmões. Doenças isquêmicas Síndromes coronarianas agudas (SCA) Obtrução das coronárias Principal causa: ATEROSCLEROSE ISQUEMIA Característica das SCA Ferramentas para diagnosticar SCA – Angina e IAM • A dor peitoral não é um fator específico para IAM. É estimado que apenas 35% do pacientes admitidos com dor tem o eventual diagnóstico do IAM. • Multi-episódios de dor por horas ou dias. Obstrução intermitente e reperfusão espontânea refletem a natureza dinâmica das Síndromes Coronarianas (SCA). ECG • Registro da variação dos potenciais elétricos gerados pela atividade elétrica do coração. • Clinicamente ele é usado para identificar mudanças: – Anatômicas – Metabólicas – Iônicas – Hemodinâmicas ECG • Ciclo normal inclui 3 componentes: – Despolarização atrial (onda P) → sístole atrial – Despolarização ventricular (complexo QRS) → sístole ventricular – Repolarização (segmento ST e onda T) SCA (angina e IAM) Diagnósticos • Quando a morte celular é extensa é possível diagnosticar pelo ECG: – IAM com elevação do segmento ST no ECG. – Estes pacientes desenvolverão ondas Q no ECG. A: normal B: horas pós IAM (ST elevado) C : horas a dias pós IAM (onda T inverte e onda Q fica maior) Diagnóstico de IAM • Na realidade, nem a apresentação clínica, nem o ECG possuem sensibilidade adequada e específica. • Conferência em 2000 da European Society of Cardiology e do American College of Cardiology (ESC/ACC) codificou o papel dos biomarcadores (especialmente troponinas) defendendo que o diagnóstico requer evidência de injúria do miocárdio com base nas concentrações aumentadas de marcadores séricos do dano cardíaco. Marcadores cardíacos Mioglobina CK total e CK – MB Troponinas I e T Marcadores cardíacos Mioglobina • Proteína presente nos músculos cardíaco e esquelético, com algumas semelhanças a hemoglobina (transporta e estoca O2 nos músculos) • Baixo peso molecular (17.000 Da), é liberada para a circulação precocemente após lesão muscular, difundindo-se rapidamente através do sistema vascular. • Concentrações elevadas são observadas 1 a 2 horas após o início da dor, atingindo o pico em 6 a 9 horas e, em geral, normalizando 24 horas após um episódio único. • Desaparece em menos de 24 horas, dada a sua rápida eliminação renal. Como esta proteína é rapidamente eliminada, a sua concentração pode indicar fiavelmente um segundo infarto. Marcadores cardíacos Mioglobina • Aumentos séricos: trauma em músculo esquelético ou cardíaco. • Grande valor preditivo negativo (100%) quando dosada entre 3 e 6 horas após início da sintomatologia. • Estudos de sensibilidade e especificidade da mioglobina para diagnosticar o IAM, foram de 97,1% e 97,9% respectivamente. • Perda de sensibilidade e especificidade (77,2%) em dosagem de 8 a 15 horas após IAM, na insuficiência renal e nos danos de músculo esquelético. • A CK total é encontrada em concentrações bastante altas na musculatura esquelética e cardíaca; quantidades apreciáveis também são encontradas no cérebro e está presente ainda no intestino e nos pulmões. • CK total é composta por 4 isoenzimas: – 1 enzima mitocondrial (CK-Mt): raramente obervada no soro. – 3 isoenzimas citosólicas (CK-1, CK-2, CK-3) • A CK é uma enzima dimérica: 2 subunidades (B de brain e M de muscle), cada uma com peso molecular de 40000 Da. • CK-1 (CK-BB) • CK-2 (CK-MB) • CK-3 (CK-MM) Marcadores cardíacos Creatinoquinase Presente em musculatura esquelética, cardíaca e no cérebro. 1. IMPORTÂNCIA CLÍNICA • Marcador precoce para indicar lesões no músculos esquelético e cardíaco. 2. DETECÇÃO NO SORO / PLASMA • A concentração de CK se eleva 4-8 horas após o começo da dor peitoral (mesmo que o CK-MB) • Atinge picos dentro de 12-24 horas • Retorna ao normal em 3-4 dias 3.DESVANTAGENS • Presente no tecido muscular cardíaco e esquelético. Marcadores cardíacos Creatinoquinase total (CK total) 1. IMPORTÂNCIA CLÍNICA • Marcador mais específico para a detecção de lesões do miocárdio do que CK-total. • Dosagens seriadas aumentam a sensibilidade para o diagnóstico de IAM. 2. DETECÇÃO NO SORO / PLASMA • As concentrações de CK-MB começam a se elevar 4 h após o início da dor. • Picos são atingidos em torno de 24 h, retornando ao normal em 48 h. 3. DESVANTAGENS • Presente também, porém em menor quantidade, no tecido muscular esquelético. Marcadores cardíacos Creatinoquinase MB (CK-MB) 4. TESTE DE ATIVIDADE ENZIMÁTICA: • Teste clássico, onde a quantidade de enzima é medida através do consumo de substratos. Mede a atividade da enzima. 5. TESTE IMUNOLÓGICO: • São utilizados anticorpos monoclonais, que medem a massa de enzima existente na amostra. Detectam enzimas ativas e inativas, assegurando aumento da sensibilidade. Desvantagem: preço. Marcadores cardíacos Creatinoquinase MB (CK-MB) • Importância clínica: – Útil no diagnóstico de IAM. – Útil para estimativa de angina instável. • Detecção no soro/plasma: – Aparece 4-6 horas após IAM. – Picos em 12 horas, permanecendo elevado por até 7 dias. • Desvantagens: – Presente no tecido muscular de regeneração. – Pacientes com distrofia muscular. – Elevado em pacientes renais. – Elevado em pacientes com pneumonia. – Elevado em diabéticos com comprometimento renal. Marcadores cardíacos Troponina T • Importância clínica – Sensibilidade absoluta para detectar IAM. Dosagens múltiplas atingem 100% de sensibilidade. – Teste mais específico para lesão do miocárdio – Útil na determinação de risco em pacientes com angina instável. • Detecção no soro/plasma: – Aparece 4-6 horas após dor precordial, atinge picos em 12 horas e retorna ao normal em até 7 dias. • Desvantagens: – Sensibilidade diagnóstica menor que a mioglobina, uma vez que não se eleva antes de 6 horas. Marcadores cardíacos Troponina I Importância da coleta seriada de amostras • Os resultados das dosagens dos níveis sanguíneos dos marcadores cardíacos são altamente dependentes do tempo decorrido entre o início dos sintomas e a coleta da amostra. • Os pacientes são atendidos em tempos variados após o início do evento isquêmico: – Independentemente do marcador em questão, devem ser coletadas amostras seriadas, em geral, na admissão, 3, 6 e 9 horas. – Mesmo marcadores com elevada especificidade (cTnI): existem outras condições, além do IAM que podem se associar à variações na sua concentração no sangue. -Dosagens seriadas de cTnI -Resultados do ECG -Condição clínica São necessários para o diagnóstico diferencial entre infarto agudo do miocárdio e outras doenças cardíacas. Doenças cardiovasculares mais comuns que dependem de diagnóstico bioquímico: 1.Doenças isquêmicas 2. Insuficiência cardíaca ou insuficiência cardíaca congestiva (ICC) Isquemia é a deficiência do fluxo sanguíneo causado por constrição funcional ou por obstrução efetiva de uma artéria → coronária. • Angina • IAM SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS (SCA) Na ICC há um bombeamento ineficaz do coração → acúmulo (congestão ) de líquidos nos pulmões.Insuficiência cardíaca ou insuficiência cardíaca congestiva (ICC) • Incapacidade do coração de bombear quantidade suficiente de sangue para manter a demanda metabólica do corpo e garantir o retorno venoso. • Acúmulo de líquidos em distintos tecidos • É um estado final derivado de diferentes patologias que danificam o tecido miocardíaco: – angina instável – infarto do miocárdio – hipertensão – consumo de drogas – exposições a tóxicos – infecções, etc… • Alta prevalência: 1ª causa de ingresso > 65 anos • O prognóstico depende da gravidade da doença mas geralmente é ruim. A mortalidade em 5 anos é de aproximadamente 10% na ICC leve, de 20 a 30% na moderada e de até 80% na ICC terminal. • É um hormônio que constitui a família dos peptídios natriuréticos: – ANP (peptídio natriurético atrial) ou FNA (fator natriurético atrial) – BNP (peptídio natriurético cerebral ou tipo B) – CNP (peptídio natriurético tipo C):é encontrado, predominantemente, no cérebro e em células endoteliais e as concentrações no plasma são muito baixas • Tanto o ANP como o BNP são produzidos pelos átrios, porém em condições atípicas BNP é liberado em maior quantidade pelos ventrículos, estimulado pela distenção da parede do coração (ICC). • Função do BNP e ANP é diminuir o volume de sangue → reduzir a pressão arterial sistêmica e da pós-carga→ aumento do débito cardíaco – Vasodialatação: permitindo saída de água e sódio – Inibe sistema RAAS (inibe a reabsorção de sódio) BNP (Peptídio natriurético cerebral ou tipo B) Outros marcadores cardíacos • Aspartato aminotransferase – AST (TGO): Presente nas fibras musculares esqueléticas e cardíacas, no fígado, rins, pâncreas e cérebro. A referência a esta enzima possui caráter histórico por ter sido a primeira enzima utilizada para diagnóstico de pacientes com IAM. Seu uso com esta finalidade foi abandonado em razão do surgimento de outros marcadores mais sensíveis e mais específicos. • Lactato desidrogenase total e isoenzimas – LDH: Ampla distribuição em diferentes tecidos, resultando em baixa especificidade, a determinação da atividade da desidrogenase láctica total não é mais recomendada para o diagnóstico ou acompanhamento do paciente com lesão cardíaca. • Proteína C-reativa – PCR: É uma proteína de fase aguda e um marcador inflamatório. Considerada como um fator de risco cardíaco por ser marcador de processo aterosclerótico. Prevenção dos fatores de risco
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