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Avaliação Laboratorial de Função Endócrina

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Gustavo Marques Miranda
4º Período Medicina FAMP
Slides:
“Avaliação Laboratorial da Função Endócrina”
2019.2
 Glândulas Endócrinas
 São glândulas que produzem substâncias (hormônios) específicas e lançam na corrente sanguínea.
 Eles agem em baixas concentrações sobre órgãos ou células distintas.
 Glândula Endócrina -> Hormônio -> Sangue -> Célula Alvo
 Os principais tipos de hormônios são: polipeptídeo/proteína, esteroides e derivados de aminoácidos.
 As principais glândulas endócrinas do corpo são: hipófise, tireoide, pineal, supra-renais, pâncreas, gônadas.
 Polipeptídeo/Proteína
 São solúveis em água.
 Possui meia vida de 10-30min do plasma.
 Iniciam suas respostas se ligando a receptores da membrana celular estimulando a produção de um “segundo mensageiro”.
 Exemplos de polipetídeo/proteína: insulina, paratormônio (PTH), adrenocorticotrofina (ACTH).
 
 Esteróides
 São insolúveis em água.
 Circulam no plasma ligados a proteínas transportadoras.
 Possui meia vida de 30-90min
 Entram na célula por difusão passiva e se ligam a receptores intracelulares no citoplasma ou no núcleo.
 Exemplos de esteroides: cortisol, estrógeno.
 Derivados de Aminoácidos
 São solúveis em água.
 Circulam no plasma livremente ou ligados a proteína.
 Possui meia vida variada, tiroxina (7-10 dias), catecolaminas (1min).
 Iniciam suas respostas se ligando a receptores da membrana celular estimulando a produção de um “segundo passageiro”.
 Exemplos de derivados de aminoácidos: tiroxina, catecolaminas.
 Hipófise (pituitária)
 É considerada a glândula mestre do corpo, porque controla a função da maioria das outras glândulas endócrinas.
 É controlada pelo hipotálamo.
 É uma pequena glândula localizada na base do encéfalo.
 É dividida em 2 partes: adeno-hipófise (anterior) e neuro-hipófise (posterior).
 
 ↳ Adeno-Hipófise
 Produz e secreta 6 hormônios: hormônio do crescimento, prolactina, TSH, ACTH, FSH e LH
 Hormônio do Crescimento (GH): regula o crescimento e o desenvolvimento físico e que tem efeitos importantes sobre a forma do corpo pelo estímulo a formação de músculo e sobre a redução do tecido adiposo.
 Prolactina: estimula as glândulas mamárias a produzirem leite.
 TSH (Tirotrofina): estimula a glândula tireoide a produzir seus hormônios.
 ACTH (Adrenocorticotrófico): também chamado de corticotrofina, estimula as glândulas adrenais a produzir cortisol e outros hormônios.
 FSH (Folículo-estimulante): estimula a maturação folicular e ovulação, preparação da mama para lactação, espermatogênese, trofismo testicular e peniano. 
 LH (Luteinizante): estimula a ovulação, síntese de estradiol, progesterona e testosterona.
 ↳ Neuro-Hipófise
 Responsável por armazenar 2 hormônios que são produzidos no hipotálamo 
 Oxitocina: faz com que o útero se contraia durante o parto e estimula as contrações dos canais de leite que conduzem o leite materno até o mamilo em mulheres em amamentação.
 Vasopressina (Anti-Diurético): regula a quantidade de água excretada pelos rins.
 
 Tireoide
 Responsável pela produção de 2 hormônios: T3 (triiodotironina) e T4 (Tiroxina).
 Possuem a mesma função, porem se diferem quanto à velocidade e intensidade.
 Microscopicamente a tireoide apresenta folículos em forma de esferas, cada um composto por uma única camada de células em torno do lúmen preenchido com colóide, constituído principalmente por tireoglobulina.
 ↳ Triiodotironina e Tiroxina
 O T3 é estimulador principal do ritmo metabólico da célula, com ação muito poderosa e imediata, enquanto o T4 é menos rápida.
 São essenciais para o desenvolvimento e manutenção do sistema nervoso central.
 Potencializam a ação das catecolaminas (hormônios produzidos pelas adrenais, que podem agir como neurotransmissores).
 Interferem no batimento cardíaco, e agem no mecanismo conhecido como débito cardíaco, garantindo o fornecimento suficiente de oxigênio aos tecidos.
 Estimulam o desenvolvimento linear, o desenvolvimento e maturação dos ossos.
 Regulam o metabolismo energético, a transformação dos nutrientes (principalmente glicose) em energia, para manter as funções vitais e para a atividade física.
 Interagem com hormônios da hipófise e do aparelho reprodutor, ajudando a manter as funções reprodutivas.
 ↳ Biossíntese de T3 e T4
 A capacitação do iodeto é a primeira etapa da síntese dos hormônios, consiste no transporte dos iodetos do líquido extracelular para as células glandulares e os folículos da tireoide, e a membrana basal da célula tireoide tem a capacidade de transportar ativamente o iodeto para o interior da célula.
 A glândula tireoide possui grandes quantidades de Hormônios Tireoidiano (HT) armazenados que, dessa forma, independente da necessidade da síntese imediata, podem ser secretados mais rapidamente quanto exigidos, o que normalmente ocorre após alterações hormonais bruscas.
 A glândula produz predominantemente o pró-hormônio T4, juntamente com uma pequena quantidade do hormônio bioativo T3. 
 80-90% do hormônio tireoidiano secretado pela tireoide é de T4. 
 O T3 é produzido pela deionização do T4. A deionização pode ocorrer na própria glândula ou em tecidos alvo, e é realizado pela iodotironinadeiodinases 1 e 2.
 A enzima tipo 3 é a principal enzima catabólica, ela catalisa a remoção de um iodeto na posição 3, resultando em T3 reverso (T3r), que é inativo.
 
 ↳ Hipotireoidismo
 É a doença mais comum da tireoide.
 Dividida em hipotireoidismo primário, que é decorrente de alterações na glândula tireoide. Hipotireoidismo secundário, que é decorrente de disfunções hipofisárias. Hipotireoidismo terciário, decorrente de disfunções hipotalâmicas.
 95% dos casos é hipotireoidismo primário.
 Prevalência em 2% da população geral e 15% em idosos com + de 60 anos.
 8x mais frequente em mulheres.
 Pode se causada por: tireoidite autoimune, tratamento com iodo radioativo, radioterapia na tireoide, ressecção total ou parcial da tireoide, uso de alguns medicamentos em específico.
 Os sinais e sintomas mais comuns são: cansaço, intolerância ao frio, dispneia aos esforços, ganho de peso, alteração da memória e do raciocínio, constipação, depressão, irregularidade menstrual, falta de libido, ressecamento da pele, movimentos e fala lentificados, madarose (perda de cílios), queda de cabelo, hipertensão diastólica, bradicardia ou bócio.
 ↳ Hipertireoidismo
 A tireotoxicose é a manifestação clínica do excesso de hormônios tireoidianos.
 Acomete 2% de mulheres e 0,2% de homens.
 A causa mais comum é Doença de Graves – DG (Bócio Difuso Tóxico), 60-80%, mais comum entre 20-40 anos.
 A segunda causa mais comum é bócio multinodular, 10-30%, mais comum em idosos. 
 Adenoma tóxico e as tireoidites são menos comuns, 1%.
 Também pode se induzidos por medicamentos, sendo destacado amiodarona, levotiroxina e lítio. 
 Os sinais e sintomas mais comuns são: intolerância a calor/sudorese, fraqueza, palpitação, ansiedade/irritabilidade, insônia, perda de peso, queda de cabelo, alteração no ciclo menstrual, aumento da temperatura corporal, atrofia tenar/hipotênar, taquicardia, fibrilação atrial, taquipneia, tremores, pele quente, bócio difuso ou nódulo tireoidiano, disfunção erétil, aumento no número de defecações, poliúria.
 
 Adrenal
 Cortisol, aldosterona,l andrógenos adrenais, epinefrina, norepinefrina.
 Pâncreas
 Insulina e glucagon
 
 Ovário e Testículo
 Estrógeno, Progesterona. Testosterona.
 Tipos de comunicação
 Cada célula está programada para responder a determinados sinais, por isso são dotadas de receptores que reconhecem as moléculas sinalizadoras (hormônios). 
 O sinalizador, ao encontrar a célula, é reconhecido e ela responde da maneira adequada.
 Os sinalizadores podem ser de dois tipos: que penetram na célula,
ou que atuam externamente, na superfície celular.
 ↳ Sinalização Endócrina
 As moléculas sinalizadoras são secretadas e, pela corrente sanguínea, chegam até a célula-alvo.
 Célula Endócrina -> Hormônio -> Sangue -> Célula-Alvo
 ↳ Sinalização Neuroendócrina
 Neurônios especializados secretam neuro hormônio que, através da corrente sanguínea, desencadeiam respostas em células-alvo localizadas em outras partes do corpo organismo.
 Célula neurossecretora -> neuro hormônio -> sangue -> célula-alvo.
 ↳ Estímulo Hormonal
 Hipotálamo -> CRH -> Adeno-hipófise -> ACTH -> Córtex suprarrenal -> Cortisol -> Tecido-alvo
 ↳ Eixo hipotálamo-adenohipófise
 Os neurônios sintetizadores de hormônios tróficos os liberam nos capilares, esses capilares levam esses hormônios diretamente para a adeno-hipófise, e as células endócrinas da adeno liberam seus hormônios (Prolactina, GH, TSH, ACTH, FSH, LH) nos capilares para sua distribuição para o resto do corpo.
 
 ↳ Eixo hipotálamo-hipófise-tireoide
 +TRH e -Somatostatina -> TSH -> Tireoide -> T4/T3
 Ritmos Biológicos
 São atividades biológicas e funções que se repetem periodicamente, em geral sincronizadas com outros ciclos da natureza.
 ↳ Ritmo Circadiano
 É o período aproximadamente de 24hrs em qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, sendo influenciado pela variação de luz e temperatura entre o dia e noite.
 ↳ Ritmo Secreção Pulsátil
 Hormônios tem sua secreção em determinado horário do dia, como exemplo o LH.
 ↳ Ritmo Infradiano
 Acompanha o ciclo menstrual e suas fases.
 
 Metodologia de Detecção Hormonal
 ↳ Técnicas de Bioensaio
 Envolve a injeção de material testado em animais preparados.
 São utilizados em pesquisas e raramente utilizados clinicamente.
 Podem ser realizados bioensaios in vitro, que envolve incubação de tecidos, membranas ou linhagens celulares.
 Como exemplo, o teste de Galli-Mainini
 ↳ Imunoensaios
 Hormônios não marcados desloca quantidades rastreadas de hormônios marcados no sítio receptor.
 Refletem a capacidade do hormônio de se ligar a sítios específicos do receptor.
 ↳ Técnicas Instrumentais
 Como exemplo o HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Performace).
 Problemas Pré-Analíticos em Dosagens Hormonais
Dependendo da dosagem, quesitos como sexo, idade, horário de coleta, jejum e outras variáveis devem, obrigatoriamente, ser levadas em consideração.
Dieta – a maioria das dosagens hormonais é pouco ou nada afetada pelo jejum. Uma refeição copiosa pode, no entanto induzir. A um estado de hipertrigliceridemia que potencialmente pode interferir nas dosagens, em especial de esteroides.
Variações induzidas por ritmos circadianos, fase do ciclo menstrual e ritmos circanuais.
Variações devido a doenças não endócrinas – A interpretação dos níveis de T4 e T3, totais e livres, e mesmo de TSH podem ser bastante complexa em doentes graves. Como exemplo, a inibição de alguns hormônios hipofisários, como LH e FSH em condições como estágios avançados de infecção por HIV.
Variações devidas ao método empregado na coleta de amostra. Como exemplo, hemólise, tipo de tubo empregado na coleta da amostra.
 Principais Testes Laboratoriais na Avaliação da Função Tireoideana
 ↳ Dosagem de TSH
 É o teste mais confiável para diagnosticar formas primárias e secundárias de hipo e hipertireoidismo.
 A secreção hipofisária de TSH regula T3 e T4, que exerce feedback negativo no tireotrofo hipofisário.
 Pequenas alterações de HTs fazem grandes alterações de TSH, se tornando o melhor de alterações discretas.
 Ensaios de 1ª Geração diagnosticam apenas hipotireoidismo. Ensaios de 2ª e 3ª Geração permitem o diagnóstico de hipertireoidismo.
 A secreção de TSH segue o ciclo circadiano e tem ritmo pulsátil, maior secreção ocorrendo entre 22 e 04hrs.
 Valor de referência: 0,3-4,0 mUI/L. Em recém nascidos até 10 mUI/L.
 Suspeita de tireoide de Hashimoto em pacientes com TSH acima de 2,5 mUI/L.
 Níveis elevados em idosos são normais e em determinadas etnias também, lembrando que os níveis séricos de TSH são idade-dependentes.
 Níveis de 4,5 e 5,0 mUI/L com T4L normal, pode ser avaliado por ter hipotireoidismo subclinico.
 A mensuração do TSH é utilizado como triagem no diagnóstico de disfunção tireoidiana.
 Recomendada em pessoas acima de 35 anos de 5 em 5 anos e em gestantes.
 Na gravidez, o hipotireoidismo não tratado afeta o desenvolvimento neuropsicomotor e sobrevida do feto.
 A triagem é apropriada para indivíduos com histórico familiar, historia prévia de disfunção, presença de bócio, doenças autoimunes, elevação de alterações laboratoriais.
 Na pediatria, crianças com disfunção de tireoide possuem baixa estatura, menor velocidade de crescimento, TDAH ou queda no rendimento escolar sem causa definida.

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