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ANTES DA AULA Ao planejar suas aulas de forma cuidadosa e metódica, o professor já está iniciando o exercício da Pedagogia da Presença1. Você, como professor, já realiza várias das estratégias que são propostas a seguir. Para fins didáticos, o material foi sistematizado em algumas dicas, subdivididas em três passos de planejamento a serem seguidos na etapa “antes da aula”. Passo 1: Estudar a aula proposta nos materiais estruturados ➔ Ler e se apropriar dos materiais estruturados – Caderno do Professor e Caderno do Estudante –, identificando o que se espera da atividade e quais recursos serão necessários. Você, exercendo sua autonomia, pode complementar a proposta da aula indicada no material estruturado. ➔ Preparar os materiais que serão utilizados durante a aula, antevendo possíveis problemas em relação à estrutura disponível e elaborando “planos b”. ➔ Detalhar os objetivos e conteúdos que deseja trabalhar junto aos estudantes ao longo da aula: • Quais conhecimentos serão ensinados? • Quais competências se propõe que eles desenvolvam? 1 Pedagogia da Presença Também conhecida como Presença Pedagógica, é o fundamento da relação entre quem educa e quem é educado, e traduz a capacidade do educador de se fazer presente na vida do educando, satisfazendo uma necessidade vital do processo de formação humana. A essência da Pedagogia da Presença é a reciprocidade. Na prática, a Presença Pedagógica se traduz no compartilhamento de tempo, experiências no exercício de interação, abertura, confiança e compromisso com o estudante, fortalecendo o vínculo interpessoal e a mediação de conflitos e da aprendizagem. Ela trata da qualidade das interações e da mediação do professor e envolve: • O exercício do acolhimento e da abertura para construir uma relação de confiança com os estudantes; • A mediação do professor nas situações de conflitos relacionais, buscando envolver os(as) jovens na reflexão sobre os diferentes aspectos e na resolução do problema, em vez de agir como o único resolvedor; • O compromisso do professor com relação à aprendizagem dos estudantes, traduzido na confiança no potencial de cada um, nas expectativas elevadas sobre suas capacidades de aprender e na persistência e no investimento em ensinar. ➔ Formular boas e desafiantes perguntas exige conhecimento sobre o tema da aula, além de um planejamento adequado. Definir com precisão os objetivos da aula é essencial para formular questões que orientem o estudante a avançar de modo crítico, para além de suas interpretações pessoais, com relação ao tema ou à situação-problema que será proposta. No planejamento, o professor faz antevisões sobre os momentos de trabalho em qualquer forma de agrupamento, procurando elaborar boas perguntas, que suscitem a discussão. Passo 2: Planejar estratégias para a aula ➔ Planejar a aula2 com foco na aprendizagem cognitiva e socioemocional dos estudantes, buscando variar as estratégias didáticas e praticar as metodologias ativas. ➔ Planejar as interações pedagógicas a partir do pressuposto de que todos os estudantes, sem exceção, possuem recursos cognitivos e emocionais para aprender, sendo que esses recursos resultam de um investimento no seu desenvolvimento e podem ser continuamente aprimorados. ➔ Definir objetivos e expectativas em relação à aprendizagem dos estudantes3, considerando o engajamento da turma e os aspectos cognitivos e socioemocionais envolvidos. ➔ Modular o nível de dificuldade da situação-problema, levando em consideração as capacidades e conhecimentos dos estudantes. Estimule os estudantes a acreditarem no seu potencial para alcançar a resolução, considerando que pode haver desafios a serem transpostos na construção da solução; por isso, sua mediação como professor é fundamental. É justamente a necessidade de resolver que leva o estudante a elaborar ou a acionar saberes necessários a todo o processo. ➔ Antever ações de mediação durante o planejamento, visando à orientação dos estudantes para a necessidade de realizarem pesquisas e outras leituras 2 Planejar a aula: planejar os momentos de abertura, mobilização da turma, abordagem dos conhecimentos prévios, realização de atividades individuais ou coletivas, avaliação e encerramento. 3 Aprendizagem dos estudantes: nem menos do que eles podem aprender, nem muito mais do que conseguem no momento. que favoreçam uma compreensão maior e a apreciação fundamentada sobre o tema e o assunto definidos, considerando a diversidade de opiniões, abordagens e valores culturais que circulam sobre o tema e que devem ser colocados em diálogo em seu texto. Nesse movimento, você pode solicitar leituras prévias no modelo de sala de aula invertida. Passo 3: Planejar a gestão do tempo, do espaço e dos recursos ➔ Definir como se realizará a gestão adequada do espaço, do tempo, dos recursos e das atividades, de forma a melhor engajar os estudantes e atingir os objetivos de aprendizagem propostos. Em algumas situações, de exploração de espaços como sala de leitura, laboratório de informática etc., lembre-se de conversar com outros profissionais da escola para combinar detalhes. ➔ Ao propor roda de conversa ou outros formatos coletivos, organize previamente o espaço da sala de aula, cadeiras e mesas, em formato de roda ou em pequenos times, de modo a reduzir o tempo destinado a isso. É importante fazer combinados prévios com a turma; por exemplo, convidando-a a participar dessa organização. ➔ Planejar a melhor maneira de agrupar os estudantes nas diversas atividades a serem realizadas durante a aula: • Leitura de texto individual ou coletiva? • Realização de exercícios individuais ou em duplas? • Busca de informações na internet em trios ou times, usando infraestrutura da escola ou celulares dos estudantes? • Debate de ideias em times ou com toda a turma?