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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE 
FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP 
 
 
 
 
 
-PEDAGOGIA- 
 
 
 
 
 
JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. 
 
 
 
 
 
 
 
CLAUDINÉIA VELOZO MATIAS CARNEIRO 
 
 
 
 
 
 
Capivari, SP 
2012 
 
 
CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE 
FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP 
 
 
 
 
 
-PEDAGOGIA- 
 
 
 
 
 
JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Pedagogia FACECAP/CNEC Capivari, para 
obtenção do título de Pedagogo, sob a 
orientação do Prof. Ms. Ivan de Lima. 
 
 
 
CLAUDINÉIA VELOZO MATIAS CARNEIRO 
 
 
Capivari, SP 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
C289j 
Carneiro, Claudinéia Velozo Matias 
Jogo, brinquedo e brincadeira na educação Infantil/Claudinéia 
Velozo Matias Carneiro. Capivari - SP: CNEC, 2012. 36p. 
 
Orientador: Profº Me Ivan de Lima 
Monografia apresentada ao curso de Pedagogia. 
 
 1. Jogos. 2. Brinquedo. Brincadeira. 4. Professores. I. Título. 
II Faculdade Cenecista de Capivari. 
 
 
 CDD. 372.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta pesquisa ao meu esposo Rafael, meu filho Gabriel, como resultado dos 
momentos em que estive ausentes, pessoas como eles que desejo compartilhar minhas 
conquistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter me dado vida, saúde e força para concluir 
o curso. 
 A professora Teresa Bedendi que tanto nos incentivou, fazendo-nos enxergar o quanto 
somos capazes, o que deu força para vencer as nossas dificuldades. 
Aos professores do curso que me orientaram de forma adequada para que pudesse me 
qualificar melhor profissionalmente. 
E aos familiares e amigos que contribuíram tanto direta ou indiretamente. 
 
 Obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Verdades da Profissão de Professor. 
 
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que 
desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam 
professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e 
necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. 
Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da 
educação, grande parte resiste e continua apaixonado pelo seu trabalho. 
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e 
nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. 
Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem 
desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não 
apenas “galinhas”.Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, 
tampouco, a sociedade muda.” 
Paulo Freire 
 
 
CARNEIRO, Claudinéia Velozo Matias. Jogo, brinquedo, brincadeira na Educação 
Infantil. Monografia de Conclusão do Curso de Pedagogia da Faculdade Cenecista de 
Capivari – CNEC. 36 p., 2012. 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O objetivo dessa pesquisa foi estudar a importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras na 
educação infantil, refletindo sobre as possibilidades do lúdico no processo de aprendizagem e 
no desenvolvimento da criança. Através da história o jogo, o brinquedo e a brincadeira foram 
se transformando junto aos momentos vividos pelas sociedades, até chegarem ao 
reconhecimento de recurso pedagógico nas instituições de ensino. Atualmente acredita-se que 
estas atividades lúdicas são algo muito significativo na vida da criança e fundamental 
possibilidade pedagógica, a partir da mediação da professora nas atividades, contribuindo na 
ampliação das experiências dos alunos e proporcionando-lhes base sólida de conhecimento. 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: 1. Jogo. 2. Brinquedo. 3. Brincadeira. 4. Professores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 9 
1. MOMENTOS HISTÓRICOS DOS JOGOS, BRINQUEDOS E DAS BRINCADEIRAS . 11 
2. CONCEITO: JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA .................................................... 16 
3- O PAPEL DO PROFESSOR COMO MEDIADOR ............................................................ 26 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 34 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
 
Jogos, brinquedos e brincadeiras são fundamentais no desenvolvimento das crianças. 
Ao jogar, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e estimula a curiosidade, a auto 
confiança e a autonomia. Aprende a conviver em grupo e a lidar com frustrações, apura a 
concentração e a atenção no que está a passar à sua volta. Brincar é indispensável à saúde 
física, emocional e intelectual da criança. (KISHIMOTO, 2007). 
Com esta pesquisa objetiva-se uma investigação sobre as contribuições e influências 
dos jogos, brinquedos e brincadeiras para o processo de ensino-aprendizagem de crianças da 
Educação Infantil. 
A pergunta problema do trabalho é: Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras 
contribuem para que ocorra uma efetiva aprendizagem na educação das crianças da Educação 
Infantil? 
Assim, pretende-se enfatizar a importância da mediação dos educadores como 
articuladores do conhecimento, refletindo sobre as atividades lúdicas e suas contribuições 
para o desenvolvimento da criança. 
Discutir este tema abre a possibilidade da compreensão do que estes recursos podem 
propiciar quanto ao conhecimento dos alunos, pois sua utilização deve ser considerada como 
um instrumento integrado ao ensino-aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento 
cognitivo, que garante uma forma prazerosa de desenvolvimento pessoal, social, afetivo, 
físico e psicomotor da criança. 
Kishimoto (2007) salientou que os jogos, brinquedos e brincadeiras na educação são 
de suma importância para o desenvolvimento da criança no processo de ensino-aprendizagem, 
uma vez que a criança desenvolve seu raciocínio e constrói seu conhecimento de forma 
descontraída. 
Para a criança se faz necessária à existência de estímulos a serem oferecidos, para que 
ela possa desenvolver toda sua capacidade de criar e aprender de maneira ampla, por isso da 
importância do professor conhecer os objetivos dos jogos, domine suas técnicas, discuta sobre 
a forma crítica e das possibilidades de utilizá-los em suas aulas. 
Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras sugerem para o professor um espaço 
privilegiado de observação de seus alunos, para que despertem seus interesse e curiosidade e 
que se sintam estimulados e desafiados para sua aprendizagem. 
10 
 
Neste estudo realizou-se uma pesquisa bibliográfica, a partir das concepções de algunsautores como: Antunes (2003), Brougère (1998), Kishimoto (2007), Teixeira (2010), entre 
outros que, de forma direta ou indiretamente, abordam em seus livros a importância dos jogos, 
brinquedos e brincadeiras e suas contribuições para a educação. 
 
11 
 
1. MOMENTOS HISTÓRICOS DOS JOGOS, BRINQUEDOS E DAS 
BRINCADEIRAS. 
 
No relato sobre a vida de Luís XIII (rei da França) fica bem evidente que na sua 
infância ele jogava cartas e jogos de azar e devido a estes jogos, as consequências logo 
começaram a surgir: muitas fortunas foram dizimadas, ou seja, acabaram sendo transferidas 
para outras “mãos”. 
Ariès (1981) afirma que os jogos de azar não provocavam nenhuma reprovação moral 
para a sociedade francesa da época, não havia razão para proibi-lós às crianças, daí o vasto 
material que se tem com registro de inúmeras cenas de crianças jogando cartas, dados, gamão 
etc. 
No início do século XVI, através de pinturas iconográficas há registros de adultos e 
crianças brincando de Cabra-cega, esconde-esconde e outras brincadeiras, já que não havia 
distinção de tamanho, idade e tipos de divertimento, pois as crianças também estavam o 
tempo todo, envolvidas, participando das festas religiosas e teatrais e outros acontecimentos 
daquela época. 
 
Não havia separação entre brincadeiras e jogos reservados as crianças e aos adultos, 
pois estes representavam um elo entre o indivíduo e a sua comunidade; além disso, 
jogos e brincadeiras representavam, e continuam representando, também, a 
possibilidade de manutenção e transformação de conteúdos históricos da 
humanidade. (TEIXEIRA, 2010, p. 32-33). 
 
Nesta época a idade não era um critério de diferenciação entre crianças e adultos, e 
assim, todos compartilhavam não só os trabalhos e as festas, mas os mesmos jogos eram 
comuns a ambos. Portanto, fica claro que no inicio do século XVII não existia uma separação 
tão rigorosa como existe atualmente, entre as atividades reservadas às crianças, como as 
brincadeiras e os jogos, e as atividades dos adultos, que serão outras brincadeiras e outros 
jogos. (ARIÈS, 1981). 
Os jogos e brincadeiras não eram exclusivamente para criança, então, adultos e 
crianças jogavam os mesmos jogos, incluindo aqueles que eram considerados de azar. 
Participavam também das mesmas brincadeiras e ainda frequentavam os mesmos lugares dos 
adultos como teatros e festas, sem preocupação alguma com o que as crianças iriam assistir ou 
se era apropriado para sua idade. 
12 
 
Atualmente os jogos de azar são considerados como suspeitos e perigosos, e o dinheiro 
ganho nestes jogos são vistos com menos moral e confiscável das rendas, o que no século 
XVII não era visto desta forma e por esse motivo não era proibido. 
Ainda no século XVII, as relações humanas eram baseadas nos jogos e brincadeiras, 
mas não tinham nenhuma preocupação com o seu valor moral, pois não eram voltadas para o 
desenvolvimento da criança e sim para o divertimento das pessoas da época. 
Eram os meios que achavam também para estreitar os laços coletivos e segundo Ariés 
(1981) na sociedade antiga, o trabalho não ocupava tanto tempo do dia, nem tinha tanta 
importância na opinião comum, ou seja, não tinha o valor existencial que lhe atribuímos há 
pouco mais de um século pra cá. 
Mal se pode dizer que tivesse o mesmo sentido de hoje, mas, por outro lado, os jogos e 
os divertimentos estendiam-se muito além dos momentos furtivos que lhes dedicamos, 
quando se formavam um dos principais meios de que dispunha uma sociedade para estreitar 
seus laços coletivos para se sentirem unidos. 
Isso se aplicou a quase todos os jogos, mas esse papel social aparecia melhor nas 
grandes festas sazonais e tradicionais. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, anunciava-se uma 
nova atitude em relação aos jogos, uma preocupação que antes não era vista, passam-se a 
existir com a moralidade e a sua educação e difusão. 
 
É a partir deste novo sentimento em relação à infância que começa a existir uma 
preocupação com a moral direcionando os fundamentos de educação infantil. Dentro 
desta perspectiva alguns jogos para crianças, enquanto outros são reforçados por seu 
caráter educativo. Portanto, os cultos, festividades e brincadeiras que eram 
realizados por toda coletividade, e que agitavam e marcavam todos os indivíduos em 
seus laços com seu contexto social, passam a perder espaço para novas ideias de 
organização familiar, educação e formação moral. (SILVIA, GARCIA E FERRARI, 
1988, p. 21. APUD TEIXEIRA, 2010, p. 29). 
 
Ariés (1989, p. 104) aponta que “esse compromisso nos interessa aqui porque é 
também um novo sentimento de infância: uma preocupação, antes desconhecida, de preservar 
os jogos classificados como maus, e recomendando-lhe os jogos então reconhecidos como 
bons”. 
Surge então, no século XVIII, a concepção de infância que separa a criança do adulto e 
passa a dar mais importância à sua educação, separando o que é apropriado para sua idade, do 
que antes ambos participavam juntos e passa a existir uma preocupação com a vida moral das 
crianças. 
13 
 
Diante dessa preocupação perante os jogos, surgem dois aspectos distintos: aqueles 
que eram aceitos sem discriminação pela grande maioria e, por outro lado, havia uma minoria 
culta de moralistas rigorosos que condenavam a igualdade absoluta e a moralidade que os 
envolvia. Daí em diante os jogos passaram a ser vistos como vício, a ter como objetivo os 
cálculos e o desenvolvimento da inteligência de seus jogadores, como é o caso do xadrez. 
 
Mas essa situação passa por transformações a partir dos séculos XVII e XVIII, 
quando começa a existir um interesse na educação da criança. Havia uma 
preocupação de preservar a modalidade infantil e, também, de educá-la, proibindo os 
jogos classificados como maus. A partir desse momento, ocorre uma mudança no 
comportamento dos adultos com relação aos jogos das crianças. (TEIXEIRA, 2010, 
p. 30). 
 
Ariés (1981. p. 112) diz que “assim disciplinados, os divertimentos reconhecidos 
como bons foram admitidos e recomendados, e considerados a partir de então como meios de 
educação tão estimáveis quanto os estudos”. Os jogos considerados como bons passaram a ser 
vistos como algo que contribui para a educação e que poderia ajudar no desenvolvimento da 
criança. 
Teixeira (2010) aponta que, de acordo com Àries (1978), os jesuítas de fato foram os 
primeiros a observar as possibilidades educativas dos jogos, propondo que fossem assimilados 
e utilizados em seus programas, com a condição de que, disciplinados, os divertimentos 
reconhecidos como bons fossem admitidos e recomendados, passam então a ser considerados 
meios de educação tão estimáveis quanto os estudos, sendo que precisam de regulamentações 
que permitissem o seu uso de forma controlada. 
 
As rígidas atitudes de reprovação em relação a alguns costumes foram modificadas à 
medida que a visão sobre a infância também foi se transformando, especialmente por 
causa da influência dos jesuítas, que mostraram possibilidades educativas dos jogos. 
Assim, os jogos previamente selecionados e controlados fora adotados pela escola. 
(TEIXEIRA, 2010, p. 30). 
 
Segundo Ariès (1981), a educação adotou os jogos que até então não havia mal menor, 
como aqueles em que o corpo estava em movimento. Sobre as influências sucessivas dos 
pedagogos humanistas, dos médicos do Iluminismo e dos primeiros nacionalistas, deixando de 
lado os jogos violentos e suspeitos da tradição antiga, valorizando a ginástica e o treinamento 
militar, segundo Ariès (1981 p. 114) “essa evolução foi comandada pela preocupação com a 
moral, a saúde e o bem comum. Uma evolução paralela especializou segundo a idade ou acondição aos jogos que originariamente eram comum a toda sociedade”. 
14 
 
Teixeira (2010) ressalta que, que a atividade lúdica nem sempre foi valorizada ou vista 
como um instrumento que faz parte da aprendizagem e do desenvolvimento da criança, 
apenas com a ruptura do pensamento romântico que a valorização da brincadeira ganha 
espaço na educação das crianças. Através da brincadeira a criança tem possibilidade de 
transformar o desconhecido em conhecido, tornando-se capaz de alterar o mundo em sua 
volta, as crianças são capazes de aprender brincando, porque nesses momentos as crianças 
levantam questões, discutem inventam, criam e transformam, revelando-se, nesse brincar, o 
teórico e o historiador que são característica de todo ser humano. 
“Para a autora, o teórico se faz presente quando a criança coloca suas questões em 
relação à realidade compartilhada e tenta resolvê-la e conceituá-las; historiador, porque é um 
ser que participa e vive seu presente, podendo relacioná-lo ao passado e projetar o futuro”. 
(TEIXEIRA, 2010, p. 34). 
Podemos dizer que, por meio do brincar, a criança contribui para formação da 
humanidade, possibilitando nos compreender certas características sociais e culturais de nossa 
história. 
 
Toda socialização pressupõe apropriação da cultura, de uma cultura compartilhada 
por toda a sociedade ou parte dela. A impregnação cultural, ou seja, o mecanismo 
pelo qual a criança dispõe de elementos dessa cultura passa, entre outras coisas, pela 
confrontação com imagens, com representações, com formas diversas e variadas. 
Essas imagens traduzem a realidade que a cerca ou propõem universos imaginários. 
Cada cultura dispõe de um “banco de imagens” consideradas como expressivas 
dentro de um espaço cultural. É com imagens que a criança poderá expressar, é com 
referência a elas que a criança poderá captar novas produções. (BROUGÈRE, 2006, 
p. 40, APUD, TEIXEIRA, 2010, p. 34). 
 
Assim, acreditamos que, todo jogo, brinquedo ou brincadeira é como uma parte da 
cultura que está sendo manipulada pela criança, que aprende, então, sobre modo e costumes 
da vida cotidiana, transferir e transformar a realidade interna e externa da criança. 
O brincar é muito importante e necessário para a sociedade, pois esta se torna mais 
criativa, saudável e contribui para formação cognitiva, afetiva, psicológica e física do 
individuo. 
 
A criança que não brinca, não se aventura em algo novo desconhecido. Se, ao 
contrario, é capaz de brincar, de fantasiar, de sonhar, está revelando ter aceitado o 
desafio do crescimento, a possibilidade de errar de tentar e arriscar para progredir e 
evoluir. (LIBOVICI e DIATKINI, 1985, p. 6). 
 
15 
 
Vemos a importância do brincar para a criança, pois na mesma, a imaginação criadora, 
surge em forma de jogo, instrumento de primeiro pensamento para enfrentar a realidade, que 
se transforma em jogo simbólico, ampliando a compreensão de mundo. É a representação na 
simbolização que possibilita a interiorização do mundo. 
Com a valorização do brincar, surge a necessidade de diferenciar os termos: jogos, 
brinquedos e brincadeira, e também de esclarecer o que serão abordados a seguir neste 
trabalho. 
 
16 
 
2. CONCEITO: JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA. 
 
Ao conceituar o jogo, o brinquedo e a brincadeira, deparou-se com uma série de 
definições que se aproximam, em alguns aspectos e que se distanciam em outros, pois é muito 
comum se encontrar os termos sendo usados indistintamente, em que uns substituindo outros 
sem preocupação com a especialização conceitual. 
A palavra jogo vem do latim, que segundo Freire (2002), Jocus que significa gracejo, 
zombaria, simular, brincar. Kishimoto (2007) afirma, jogo significa ação de jogos, brincadeira 
na qual enfrentam regras para obter um vencedor, o qual recebe o apostado em dinheiro, jogo 
de louça, roupas, brinquedo, diversão para as pessoas, coisa usada para criança divertir-se. 
Também Teixeira (2010) aponta que jogo como uma atividade voluntária exercida 
dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente 
consentidas, mas absolutamente obrigatória, dotado de um fim em si mesmo, através de um 
sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. “O 
jogo da criança não é equivalente ao jogo para o adulto, pois não é uma simples recriação. 
Quando joga, o adulto se afasta da realidade, enquanto a criança, ao brincar/jogar, avança para 
novas etapas de domínio do mundo que a cerca”. (TEIXEIRA, 2010, p. 57). 
Este documento mostra a amplitude da palavra jogo, que pode ser utilizada em 
contextos completamente diferentes, além de ser usado como sua referência de explicação a 
palavra brinquedo e a palavra brincadeira, ressaltando que é uma brincadeira com regras. 
Quando se pronuncia a palavra jogo, pode estar se falando de jogos políticos, de 
adultos, de crianças ou de amarelinhas, xadrez, adivinhas, contar estórias, brincar, futebol, 
dominó, quebra-cabeça e outros. 
Embora esses jogos recebam a mesma denominação, tem suas especificidades, pois 
além de se referir a uma descrição de uma ação lúdica, trazem regras estruturadas externas 
que definem a situação lúdica, já os brinquedos podem ser utilizados de diferente maneira 
pela própria criança. 
 
[...] jogo é o que o vocabulário cientifico denomina “atividade lúdica”, que essa 
denominação diga a respeito a um reconhecimento objetivo por observação externa 
ou ao sentimento pessoal que cada um pode ter, em certas circunstâncias, de 
participar de um jogo. Situações bastante diversas são reconhecidas como jogo de 
uma maneira direta ou mais metafórica tais como jogos políticos. (BROUGÈRE, 
1998, p. 14). 
 
17 
 
Para Kishimoto (1994, p. 7) o “brinquedo será entendido sempre como objeto, suporte 
de brincadeira, brincadeira com a discrição de uma conduta estruturada, com regras e jogos 
infantis para designar tanto o objeto e as regras do jogo da criança (brinquedo e 
brincadeiras)”. 
A autora apresenta uma definição bastante interessante no que se relaciona ao 
brinquedo, quando solitário, não passa de um objeto que pode até ser utilizado como peça de 
decoração, mas quando é tocado e se faz presente na imaginação de alguém, pronto, dá 
suporte a uma brincadeira, a qual possui, simplesmente porque ele está presente, uma conduta 
estruturada. 
Podemos dizer que os mais diferentes tipos de jogos acabam fazendo parte de nossas 
vidas, seja na infância, adolescência ou fase adulta. O modo como vamos vivenciá-los e 
interpretá-los é que fará a diferença na assimilação ou aprendizagem que poderemos ter para 
com eles. 
Kishimoto (2007) afirma que o jogo depende de cada linguagem do contexto social. A 
noção de jogos não nos remete a língua particular de uma ciência, mas a um uso do cotidiano, 
respeitando o uso cotidiano e social da linguagem. 
O ato de conceituar o jogo não pode ser visto como mera ação de nomear, não é um 
ato solitário, mas sim de um grupo social que o compreende, fala e pensa da mesma forma, 
aplicação de experiência ou de uma categoria fornecida pela sociedade, enfim, cada contexto 
social constrói uma imagem de vida, expressada por meio de uma linguagem. 
 
Dessa forma enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido de que cada 
sociedade lhe atribui. É este o aspecto que nos mostra porque, dependendo do lugar 
e da época, os jogos assumem significações distintas. Se o arco e a flecha hoje 
aparecem como brinquedo, em certas culturas indígenas representavam instrumentos 
para a arte da caça e da pesca. Em tempos passados, o jogo era visto como inútil, 
como coisa não séria. Já nos tempos do Romantismo, o jogo aparece comoalgo 
sério e destinado a educar a criança. (KISHIMOTO, 2007, p.17). 
 
Brougère (1998, p. 16), afirma que a noção de jogo como o conjunto de linguagem 
funciona em contexto social. A utilização do termo jogo deve, pois, ser considerada como um 
fato social, pois tal designação remete á imagem do jogo encontrada no seio da sociedade em 
que ele é utilizado. 
O sistema de regras também permite diferenciar cada jogo, exemplo disso é o jogo de 
xadrez que tem regras explícitas diferentes do jogo de damas, lato ou trilha, que distinguem 
um do outro, “tais estruturas sequenciais de regras permitem diferenciar cada jogo, permitindo 
18 
 
superposição com a situação lúdica, ou seja, quando alguém joga, está executando as regras 
do jogo e, ao mesmo tempo, desempenhando uma atividade lúdica”. (KISHIMOTO, 2007, 
p.17). 
O jogo por mais que tenha um sistema de regra, apresenta para a criança uma atividade 
dinâmica no sentido de satisfazer uma necessidade e ela desenvolve sua capacidade de 
resolver vários problemas, sem tirar seu sentido lúdico, o que permitirá o surgimento de uma 
situação imaginária. 
É no jogo e pelo jogo que a criança torna capaz de atribuir significado diferente aos 
objetos, desenvolve capacidade de abstração e começa agir diferente do que vê, mudando sua 
percepção sobre o referido objeto. 
 
[...] o xadrez materializa-se no tabuleiro e nas peças que podem ser fabricadas com 
papelão, madeira, plásticos, pedras ou metais. O pião, confeccionado de madeira, 
casca de fruta ou plástico, representa o objeto empregado na brincadeira de rodar 
pião. (KISHIMOTO, 2007, p. 17). 
 
O jogo enquanto objeto, permite a compreensão e também diferenciar seus 
significados que lhe são atribuídos por culturas diferentes, pelas regras e objetos que o 
caracterizam. 
 
Refiro-me a jogos de tabuleiros, de cartas, de bola, torneios esportivos etc... O que é 
comum a todos eles? Não diga: algo deve ser comum a eles, senão não se 
chamariam “jogos” – mas veja se algo é comum a todos – Pois, se você os 
contemplar, não verá na verdade algo que seja comum a todos, mas verá 
semelhanças, parentescos, e até todos uma serie deles. Como disse: não pense, mas 
veja! (WITTGENSTEIN, apud KISHIMOTO, 2008, p. 2-3). 
, 
Com complexidade, mas também com grande destreza, a autora coloca que para 
conceituar o jogo é necessário muito mais do que uma simples reflexão sobre o mesmo, mas é 
preciso ver, contemplar, apreciar, para que seus detalhes e virtudes lhe saltem aos olhos e 
assim sua classificação se torna algo semelhante a brincar de peças de encaixar. 
Ainda assim, é recomendado certo cuidado pela autora, pois ao mesmo tempo em que 
se tem uma classificação precisa para um determinado tipo de jogo, o mesmo pode se 
encaixar também em outro tipo, ou até em todos eles, o que determina a verdadeira 
complexidade desta árdua tarefa de conceituar a palavra jogo. 
 
[...] vemos uma rede complicada de semelhanças, que se envolvem e se cruzam 
mutuamente. Semelhanças de conjuntos e de pormenor. 
Não posso caracterizar melhor essa semelhança do que com a expressão „semelhante 
de família‟, pois assim se envolvem e se cruzam as diferentes semelhanças que 
existem entre os melhores de uma família: estatura, traços fisionômicos, cor dos 
19 
 
olhos, o andar, o temperamento, etc. etc. - E digo: os „jogos‟ formam uma família. 
(WITTGENSTEIN (1975), apud KISHIMOTO, 2008, p. 2-3). 
 
Torna-se possível então, a seguinte consideração acerca desta tão complexa ligação, 
assim como os jogos, as brincadeiras e os brinquedos se aproximam e se afastam, 
conseguindo manter-se com suas características, que acabam formando uma família dentro de 
suas estruturas. 
Segundo Wittgenstein (APUD KISHIMOTO, 2008) o termo jogo por pertencer a uma 
grande família com semelhanças e diferenças apresentam características e especificidades em 
comum e dentro de uma vasta variedade, possuem semelhanças que permitem sua 
classificação como: jogo de faz de conta, jogo de construção, jogo de regras, jogo de palavras, 
jogo político, entre outros, na grande família denominada jogos. 
A analogia entre jogo e família facilita a compreensão do tema, partindo de uma 
identificação das características comuns que apresentam situações entendidas como jogos. 
 
O brinquedo é outro termo indispensável para compreender esse campo. Diferindo 
do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e uma indeterminação 
quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua 
utilização. (KISHIMOTO, 2007, p. 18). 
 
Kishimoto (2008, p.7) afirma que o brinquedo é o suporte da brincadeira, quer seja 
concreto ou ideológico, concebido ou simplesmente utilizado como tal ou mesmo puramente 
fortuito. 
Para a autora, independente de qual seja o brinquedo é fundamental para a realização 
da brincadeira. 
 
O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções: tudo o que existe no 
cotidiano, a natureza e as construções humanas. Pode-se dizer que os objetos do 
brinquedo é dar a criança um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-
los. (KISHIMOTO, 2007, p.18). 
 
O brinquedo será entendido como objeto, suporte de brincadeira, seja ela qual for. O 
brinquedo tem sempre como referencial à criança e sua história está ligada com a história da 
criança. 
 
É possível entender o brinquedo em outra dimensão, como objeto cultural. O 
brinquedo não pode ser isolado da sociedade que o criou e reveste-se de elementos 
culturais e tecnológicos do contexto histórico social. Estudos como o de Oliveira 
(1986) mostram o brinquedo nessa perspectiva. (JAULIN, 1979, p.5). 
20 
 
 
Hoje os brinquedos reproduzem o mundo técnico e científico e o modo de vida atual, 
como os aparelhos eletrodomésticos, bonecos e robôs. Não é uma cópia idêntica da realidade, 
pois esses possuem tamanho, formas delicadas e simples, relacionadas à idade e gênero do 
público ao qual é destinado. 
Afirma Kishimoto (2007) que através de desenhos animados, o mundo encantado dos 
contos de fada, estórias de piratas, bandidos e outros, as crianças através do brinquedo criam 
um imaginário. 
Os brinquedos são fabricados com imagens que variam de acordo com sua cultura, 
pois cada cultura tem maneira de ver a criança de tratar e educá-la. 
Segundo Kishimoto (2007, p. 21) “a imagem de infância é enriquecida, também, com 
auxilio de concepções psicológicas, que reconhecem o papel de brinquedos e brincadeiras no 
conhecimento e na construção infantil”. 
O uso do brinquedo e do jogo educativo passa a ser visto com fins pedagógicos e 
remetem-nos para relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de 
desenvolvimento infantil, o brinquedo desempenha papel importante para criança desenvolvê-
las. 
 
O brinquedo educativo data dos tempos do Renascimento, mas ganha força com a 
expansão da educação infantil, especialmente a partir deste século. Entendido como 
recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa, o brinquedo educativo 
materializa-se no quebra-cabeça, destinado a ensinar formas ou cores, nos 
brinquedos e tabuleiros que exigem a compreensão dos números e das operações 
matemáticas, nos brinquedos de encaixe, que trabalham noções de sequência de 
tamanho e de forma, nos múltiplos brinquedos e brincadeiras, cuja concepção exigiu 
um olhar para o desenvolvimento infantil e a materialização da função 
psicopedagógica: móbiles destinados á percepção visual, sonora ou motora, 
carrinhos munidos de pinos que se encaixam para desenvolver a coordenação 
motora, parlendas para a expressão da linguagem, brincadeiras envolvendo musicas, 
danças, expressão motora, gráfica e simbólica. (KISHIMOTO,2007, p. 36). 
 
Quando a criança está diferenciando cores, manipulando com prazer um quebra-
cabeça disponível na sala de aula, a função lúdica e educativa está sendo trabalhada. Se ela 
empilha peças do quebra-cabeça, constrói castelos, estão contemplados o lúdico, o imaginário, 
habilidade e criatividade, essa é a especificidade do brinquedo educativo, que ganhou espaço 
definido na educação infantil. 
Os brinquedos são convites para a interação; portanto, devem merecer nossa atenção 
especial. Eles podem seduzir disseminar ideologias, introduzir bons ou maus hábitos 
e desenvolver habilidades. Certamente os brinquedos também podem ser ótimos 
recursos pedagógicos. Mas para isso precisamos conhecê-los e refletir sobre eles. 
(SANTOS, 2000, p.29). 
21 
 
 
A relação dos brinquedos é muito importante, saber qual a proposta que pretendemos 
alcançar através deles; não humilhar a criança, solicitando ações que não possa realizar, o 
medo do fracasso pode criar a tendência de usar o mundo do brinquedo, ou criar vínculo 
afetivo e conforto no brinquedo que ela gosta. Refletir sobre o brinquedo se realmente está 
contribuindo para o desenvolvimento e construção de conhecimento da criança. 
O brinquedo deve ser de boa qualidade adaptado à idade da criança, agradável, com 
cores atraentes e deve imitar a realidade fielmente do elemento que já existe. 
Para Kishimoto (2007, p. 62) “o brinquedo tem grande importância no 
desenvolvimento, pois cria novas relações entre situações no pensamento e situações reais”. 
 
O brinquedo vem sendo analisado e visto de outra forma, não apenas um brinquedo, 
mas sem um objeto que contribui para a formação da criança, elas poderão ser mais 
compreendidas e respeitar enquanto brincam. O jogo é para criança um fim em si 
mesmo, é para nós um meio de educar, e que toma cada vez mais lugar na educação, 
as atitudes é sentimento do adulto também é muito importante diante do jogo da 
criança, pois entra neles material para incorporar sua realidade social. (LEBÓVICI e 
DEATKINI, 1985, p. 35). 
 
O brinquedo contribui para formação da criança, pois constitui uma ferramenta 
pedagógica ao mesmo tempo promotora do desenvolvimento cognitivo e social, além de ser 
um instrumento da alegria, uma criança que brinca faz porque se diverte dessa diversão ocorre 
à aprendizagem. Os adultos podem e devem estabelecer metas e objetivos com que os jogos 
possam ser orientados. 
 
É preciso investigar de modo mais curado, a participação dos brinquedos e dos jogos 
nos currículos de educação infantil. Se o jogo e o trabalho são elementos 
fundamentais para um projeto de educação infantil, as investigações nessa área 
demandam um cuidado especial. (KISHIMOTO, 2008, p. 46). 
 
Há uma preocupação em aplicar os brinquedos e os jogos na educação, por isso deve ter 
cuidado especial. É importante compreender os estágios do desenvolvimento mental da 
criança, proporcionar brinquedos adequados a essa potencialidade, diversificá-los na tarefa de 
explorar área e inteligências diferenciadas. Não atirar qualquer brinquedo a criança, selecionar 
os brinquedos, ensinando a brincar, em verdade educar. 
Segundo Kishimoto (2007), brincadeira é ação que a criança desempenha ao concretizar 
as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação, 
brinquedo e brincadeira relacionam-se com a criança não será confundido com o jogo. 
22 
 
Segundo Zatz, Zatz e Halaban (2006), para criança, brincar é mais do que uma 
maneira divertida de passar o dia, é por meio da brincadeira que a criança aprende e 
desenvolve todo tipo de habilidades físicas, intelectuais e sociais. Cabe a nós, pais zelosos e 
educadores preocupados, criar um ambiente que favoreça e orienta a brincadeira e a escolha 
dos brinquedos, sem comprometer sua espontaneidade. Brincadeira é algo muito presente nas 
nossas vidas e é um período fundamental para a criança, no que diz respeito ao seu 
desenvolvimento e aprendizagem de forma significativa. 
 
A brincadeira é uma atividade inerente ao ser humano. Durante a infância, ela 
desempenha um papel fundamental na formação e no desenvolvimento físico, 
emocional e intelectual do futuro do adulto. Brincar é essencial para criança, pois é 
deste modo que ela descobre o mundo a sua volta e aprende a interagir com ele. O 
lúdico está sempre presente, o que quer que a criança esteja fazendo. Naturalmente 
curiosa, ela se sente atraída pelo ambiente que a rodeia. Cada pequena atividade é 
para ele uma possibilidade de aprender e pode se tornar uma brincadeira. (ZATZ, 
ZATZ, HALABAN, 2006, p. 13). 
 
A criança cria uma situação imaginária, assume o papel e age como tal, se 
transformando e mudando também o significado dos objetos de acordo com sua vontade, sem 
se preocupar com a sua adaptação à realidade concreta. 
Fontana e Cruz (1997) afirmam que durante a brincadeira a criança opera com o 
significado das coisas, brincando como se estivesse vivendo aquele momento, imitando algo 
que é vivido na vida adulta através do brinquedo, objeto da brincadeira. 
 
Assim, na brincadeira qualquer coisa pode transforma-se em outra, sem regras nem 
limitações. Essa possibilidade de livre transformação de significado dos objetos 
explica-se pelo predomínio da atividade assimilativa da criança, ou seja, pela 
incorporação a seus esquemas de ação e pensamento de objetos diferentes sem a 
correspondente transformação (acomodação) desses esquemas e com o único 
propósito de permitir a criança imitá-los ou evocá-los. (FONTANA e CRUZ, 1997, 
p.125). 
 
Fontana e Cruz, (1997) apresentam um ponto de vista diferente criado por Vygotsky, o 
qual vê que na brincadeira a criança ainda utiliza o objeto concreto para promover a separação 
do significado e objeto, e que ela é capaz de brincar imitando um cavalo sem referir ao cavalo 
real, mas utilizando um objeto qualquer, como um cabo de vassoura, que permita realizar a 
mesma ação, como se estivesse montando ou cavalgando no cavalo real. 
Para ele não é qualquer objeto que poderia substituir o outro para a criança, 
dependendo do objeto ela, não pode montá-los ou cavalgá-los, encontraria dificuldades, 
exemplo à bola, uma caneta ou mesa e etc. Já criança mais velha, adolescente ou adulta séria 
diferente, poderia usar qualquer objeto para representar o cavalo, porque já pode operar com o 
23 
 
significado, independente do objeto concreto, qualquer coisa pode simbolizar outra, e até 
mesmo coisas que nunca foram vistas ou experimentadas por elas. (FONTANA e CRUZ, 
1997). 
 
 Além disso, quando a criança assume um papel na brincadeira, ela opera com o 
significado de sua ação e submete seu comportamento a determinadas regras. Isso 
conduz ao desenvolvimento da vontade, da capacidade de fazer escolhas 
conscientes, que estão intrinsecamente relacionadas à capacidade de atuar de acordo 
com o significado de ações ou de situações e de controlar o próprio comportamento 
por meio de regras. (FONTANA e CRUZ, 1997, p. 128). 
 
Por meio das brincadeiras que a criança vai criar e recriar situações da realidade em 
que vive, assumindo papéis e internalizando regras de conduta sociais, pois assim, possibilita 
que a criança viva situações imaginárias e represente papéis e valores necessários à 
participação da vida social. (FONTANA e CRUZ, 1997). 
Para Teles (1997, p.13) “brincar, porém, se coloca num patamar importantíssimo para 
a felicidade e a realização da criança, no presente e no futuro”. 
Diferenciar jogo, brinquedo e brincadeira não são tarefa fácil, pois são complexos em 
razão das suas mudanças. O brinquedo é entendido como o objeto da brincadeira e está, por 
sua vez, na a ação da criança ao realizar asregras do jogo, assim, faz-se necessário diferenciar 
e entender os termos, pois essa diferenciação mostra que o brinquedo e brincadeira se 
completam e não se confundem com o jogo, além de entender que estas atividades atuam nas 
dimensões cognitivas, afetivas e sociais da criança. 
Segundo Santos (1997), brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretizar 
regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação, dessa 
forma, brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem 
com o jogo. 
Esses conceitos também diferenciam na prática ou nas ações da criança, é fundamental 
que o professor busque ampliar seus conhecimentos e que utilize com frequência, técnicas que 
envolvam jogos e brincadeiras, contribuindo para o desenvolvimento de seus alunos, e que 
tenha consciência que o jogo e a brincadeira não são apenas atividades recreativas, mas 
atividades importantes no processo de desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, 
e necessário melhor qualificação destes profissionais. 
24 
 
De acordo com Fontana e Cruz (1997), brincar é atividades fundamentais da criança, 
quando ela brinca na rua, em casa, na escola e pela brincadeira, ela fala, pensa, elabora 
sentidos para o mundo, para as coisas e para as relações. 
Pela brincadeira, objetos e movimentos são transformados, brincando de casinha, de 
médico, de escolinha, de roda, de amarelinha, de bolinhas de gude, a criança se relaciona com 
seus companheiros e juntamente com eles dá sentido às coisas da vida. Para Telles (1997, p. 
24) “a brincadeira, portanto, além dos mil motivos da importância na vida da criança, é o 
verdadeiro impulso da criatividade”. 
As brincadeiras são atividades fundamentais na formação da criança, pois e é através 
das brincadeiras que a criança vai criar agir e pensar, contribuindo de forma significativa para 
seu desenvolvimento, servindo como instrumento para conhecer o mundo físico, social e 
afetivo da criança. 
 
Ao brincar, a criança conta o mundo a si mesma e exercita sua imaginação. A 
brincadeira de faz-de-conta desempenha papel fundamental na formação da criança. 
É por meio desta brincadeira que ela compreende e abarca a complexidade do 
mundo ao seu redor. Brincando, ela representa o mundo dos adultos, das 
ferramentas, utensílios domésticos, meios de transporte, relações especiais em escala 
(casa, rua, cidade) e também relações humanas Ao mesmo tempo em que a 
brincadeira oferece um campo para exercer a fantasia e criar seu mundo particular, a 
criança também reproduz nelas suas atividades rotineiras e conflitos diários. (ZATZ, 
ZATZ E HALABAN, 2006, p.14). 
 
Fontana e Cruz (1997) ressaltam que a brincadeira não envolve apenas a atividade 
cognitiva da criança, mas sim a criança toda, numa prática social, atividade simbólica, uma 
forma de a criança interagir com o outro. 
RCNEI (1998) aponta que, a brincadeira favorece a auto estima das crianças, 
contribuindo para se superar progressivamente suas aquisições de forma criativa, brincar 
contribui para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos 
sociais diversos. 
Teixeira (2010) também explicita, na brincadeira, a criança não está, apenas, 
desenvolvendo comportamentos, mas manipulando as imagens, as significações simbólicas 
que constituem uma parte da impregnação cultural à qual está submetida. 
Também Zatz, Zatz e Halaban (2006) ressaltam que, 
 A semente que existe em cada um de nós precisa ser cultivada. Assim como nos 
preocupamos com a qualidade da alimentação de nossos filhos, devemos nos 
perguntar sobre a qualidade das oportunidades que lhe são oferecidas para 
desenvolver suas potencialidades. É nesse contexto que a brincadeira e o brinquedo 
desempenham papel fundamental na formação da criança. (ZATZ, ZATZ E 
HALABAN, 2006, p. 15). 
 
25 
 
Vale ressaltar que, nesta pesquisa, optamos por tratar jogos, brinquedos e brincadeiras, 
inclusive para entendermos que são instrumentos importantes, capazes de modificar os 
processos de desenvolvimento e aprendizagem quando interagem no cotidiano infantil. 
 
26 
 
3- O PAPEL DO PROFESSOR COMO MEDIADOR 
 
 Antunes (2003) ressalta a importância do papel do educador como uma saudável ponte 
entre a brincadeira e as reflexões sobre a mesma e, atuar como facilitador de discussões entre 
os jogadores, que coletivamente constituirão sua aprendizagem. Muitas brincadeiras, através 
de perguntas bem colocadas, pode proporcionar reflexões, debates, ideias e projetos. 
 
Essa relação entre os jogos e a aprendizagem significativa destaca que a boa escola 
não é necessariamente aquela que possui uma quantidade enorme de caríssimos 
brinquedos eletrônicos ou jogos ditos educativos, mas que disponha de uma equipe 
de educadores que saibam como utilizar a reflexão que o jogo desperta, saibam fazer 
de simples objetos naturais uma oportunidade de descoberta e exploração 
imaginativa. (ANTUNES, 2003, p. 31). 
 
 Podemos compreender que a escola pode ter variedades de brinquedos ou jogos, mas 
nada adiantaria se não houver educadores que tenha consciência da utilização dos mesmos, 
como reflexão, que roubam espaço à imaginação da criança. 
O educador tem a responsabilidade de proporcionar momentos e condições 
necessárias, contribuindo para o desenvolvimento da criança, estimular o que ela precisa 
aprender e desenvolver. Antunes (2003) afirma que “por essa razão é que o jogo pelo jogo 
deve ser substituído pelo jogo seguido de um debate e uma reflexão sobre as regras sobre o 
que é e o que não é aceitável para as pessoas com as quais se está interagindo”. 
Ainda para Antunes (2003), um verdadeiro educador não entende as regras dos jogos 
apenas como elemento, mas como algo que irá contribuir como lição de ética e moral que, 
bem trabalhadas, ensinarão a viver, transformando efetivamente a educação. 
O autor ainda comenta que o “importante não é apenas conhecer jogos e aplicá-los, 
mas essencialmente refletir sobre suas regras e, ao explicitá-las, delas fazer ferramentas de 
afeto, instrumento de ternura, processo de realização do eu pela efetiva descoberta do outro”. 
(ANTUNES, 2003, p. 13). 
O educador ao aplicar o jogo e a brincadeira em sala de aula, permite que aconteça a 
afetividade, e o acesso escolar. 
Para Teixeira (2010), na sala de aula, o espaço de trabalho pode ser transformado em 
espaço de jogo, podendo utilizar materiais que há na sala como: mesas, cadeiras etc. O brincar 
pode e deve não só fazer parte das atividades curriculares, na Educação Infantil, mas também 
ter tempo preestabelecido durante o planejamento em sala de aula. 
27 
 
Também, Teixeira (2010, p. 65) ressalta que “a proposta de utilização do brinquedo na 
escola, e principalmente como recurso pedagógico, objetiva então estimular o 
desenvolvimento dos alunos por meio de um elemento comum”. 
De acordo com Teixeira (2010), para que o brincar aconteça, é necessário que o 
professor tenha plena consciência do valor das brincadeiras, saber usá-las e orientá-las. 
 
Há de fato, diversas formas de o brincar acontecer: o brincar livremente, quando o 
prazer está na atividade em si, sem um fim propriamente dito; o brincar dirigido, no 
qual há presença do adulto. Este último necessita de muito cuidado, pois, nas mãos 
de um professor muito rígido em cumprir os conteúdos curriculares, ou seguir 
horários, pode se tornar uma atividade sem características lúdicas, sem alegria. 
(TEIXEIRA, 2003, p. 65). 
 
 O que todo educador que utiliza jogos, brinquedos e brincadeira precisa saber é que a 
aprendizagem só vai ocorrer quando a criança brinca ou joga com prazer, caso contrário, podese tornar para a criança desprazer. Teixeira (2010) afirma que “a alegria deve estar estampada 
nos olhares das crianças, o prazer em estar participando da brincadeira, o professor que não 
estiver atento a essas características atentamente estará sujeito a desistir da atividade lúdica no 
processo ensino e aprendizagem”. 
 
O professor precisa sempre verificar se suas propostas estão sendo claramente 
entendidas por todas as crianças, pois isso ajuda a organização e a realização das 
atividades. Além dessa, as regras impostas inicialmente pelo professor e 
gradativamente discutidas com as crianças e elaboradas pelo grupo devem ser 
explícitas, evitando interpretações ambíguas e auxiliando as crianças a se 
organizarem. (KRAMER, 2007, p. 86). 
 
 Kramer (2007) observa que, a criação de determinadas regras devem sempre ser 
apresentadas para que as crianças tenham compreensão dos porquês de certas atitudes dos 
professores, e para que possam agir autonomamente segundo as regras que orientam o bem 
estar do grupo e atividade coletiva, aprendendo modificá-las ou criar novas regras, caso seja 
necessário. 
 
Cabe, portanto, às instituições de Educação Infantil criar oportunidades de tempo e 
espaço, dispor de materiais adequados e possibilitar aos professores conhecimentos 
sobre o brincar, como é proposto por Leal (2000). A brincadeira é uma atividade que 
pode e deve ser incentivada na Educação Infantil. (TEIXEIRA, 2007, p. 69). 
 
28 
 
Deve haver uma conscientização dos profissionais da escola acerca das atividades 
lúdicas no processo de ensino e aprendizagem, pois tem sido vistas por alguns educadores 
apenas como uma brincadeira sem um fim pedagógico. 
Teixeira (2010) comenta que, “a observação das brincadeiras infantis revela, então, o 
progresso das crianças”. Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir 
uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em 
particular. (RCNEI, 1998, APUD, TEIXEIRA, 2010, p. 69). 
A criança pode ser avaliada por meio do brincar, onde estiver e por quem estiverem 
com ela, como a mãe, professoras e outros. 
Para Teixeira (2010), a participação do professor no jogo e na brincadeira dos alunos 
tem a finalidade de ajudá-los a perceber como podem participar da aprendizagem e da 
convivência em geral, sentando ao lado dos alunos, incentivando aqueles que não aprenderam 
ainda, como entrar em uma brincadeira, ou aqueles que apresentam dificuldades em um 
determinado jogo. 
 
O professor deve ajudar seus alunos a interagirem na atividade lúdica, incentivando 
a participação, fazendo perguntas para quem não sabe como fazê-lo ou é mais 
inibido. Sua participação é adequada à medida que sua presença for um aval para 
que todos participem com liberdade e espontaneidade. (TEIXEIRA, 2010, p. 72). 
 
 É importante o envolvimento do professor com os alunos, a interação intencional, 
observando as brincadeiras das crianças, e as mesmas tenham liberdade e espontaneidade, 
oferecer material adequado e um espaço estruturado que permite o enriquecimento das 
competências imaginativas e organizacionais da criança. 
 Teixeira (2010) afirma que é importante a seleção dos brinquedos que levem os alunos 
a transformarem, criarem e ressignificarem sua realidade, estimulando não só a criatividade 
por meio da atividade lúdica, mas sabe tomar decisão, resolver problemas e a cooperação no 
trabalho em grupo. 
 
(...) o professor como mediador, aponta o brincar como instrumento próprio e 
necessário para a criança. É preciso que o professor tenha consciência que na 
brincadeira as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais 
diversas esferas do conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa 
(RCNEI, 1998, p.29). 
 
 Através da brincadeira vemos que à criança, cria um espaço onde podem experimentar 
o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os 
diversos conhecimentos. 
29 
 
 Teixeira (2010) afirma que durante as brincadeiras a intervenção do educador nas 
instituições escolares é de suma importância, mesmo que seja o brincar espontâneo. 
 
[...] o professor deve oferecer materiais, espaço e tempos adequados para que a 
brincadeira ocorra em sua essência. O adulto também pode, portanto, estimular a 
imaginação das crianças, despertando ideias, questionando-as para que busquem 
soluções para os problemas, assim como pode brincar junto com as crianças, 
partilhando sensações e reações nesse momento singular de seu desenvolvimento, 
podendo até mesmo contar do que e como ele próprio brincava na infância, 
estimulando assim a imaginação das crianças e servindo de modelo. (TEIXEIRA, 
2010, p. 67). 
 
Deve haver planejamento, e as atividades devem ser mediadas pelo professor, 
desafiando os alunos na resolução de problemas, aumentando o repertório de respostas para 
suas ações, estimulando sua criatividade e contribuindo para a sua formação. 
 
É essencial que o mediador descubra que cada jogo proposto admite uma infinidade 
de variações e que estas, sempre ampliando a qualidade do estímulo quando se 
pressentir a superação do desafio, precisam ser estimuladas. Jamais a quantidade de 
jogos deve representar possibilidade para um uso extremamente diversificado de 
estímulos, pois melhor trabalho realiza aquele que, com o mesmo jogo, alterna 
diferentes desafios, mudando-os e cada rodada, do que outro que use os jogos e os 
substitua antes que possam esgotar a diversidade de estímulos induzidos. 
(ANTUNES, 2003, p. 44). 
 
Segundo Celso (2003), é importante que cada jogo apresente várias diversidades, e que 
as mesmas apresentem diversas formas de aprendizagem, desenvolvimento e a participação da 
criança. 
De acordo com o RCNEI (1998): 
 
A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças, 
oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar 
permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais 
infantis. Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de 
maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os 
temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos e regras e de 
construção, e assim elaborem de forma pessoal e independente suas emoções, 
sentimentos, conhecimentos e regras sociais. (BRASIL, 1998, VOL. 1, p. 29). 
 
Acreditamos que o educador deve desenvolver a intervenção intencional, observando 
as brincadeiras das crianças, oferecer para elas materiais adequados, também espaço 
estruturado para que elas possam brincar e enriquecimento das competências imaginativas, 
criativas e organizacionais infantis. 
30 
 
Os RCNEIs (1998) relatam que para que a aprendizagem aconteça com sucesso, é 
necessário que o educador faça observações, organizando o trabalho educativo em sua prática 
educativa. 
 
• a interação com crianças da mesma idade e de idades diferentes em situações 
diversas como fator de promoção da aprendizagem e do desenvolvimento e da 
capacidade de relacionar-se; 
• os conhecimentos prévios de qualquer natureza, que as crianças já possuem sobre o 
assunto, já que elas aprendem por meio de uma construção interna ao relacionar suas 
idéias com as novas informações de que dispõem e com as interações que 
estabelece; 
• a individualidade e a diversidade; 
• o grau de desafio que as atividades apresentam e o fato de que devam ser 
significativas e apresentadas de maneira integrada para as crianças e o mais 
próximas possíveis das práticas sociais reais; 
• a resolução de problemas como forma de aprendizagem. (BRASIL, 1998, VOL. 1,p. 30). 
 
Fontana e Cruz (1997) ressaltam que através do jogo o professor elabora um saber 
sobre as regularidades no processo de como elas aprendem e se desenvolvem, e um saber 
sobre sua prática, sobre as possibilidades de sua participação nos processos de aprendizagem 
e desenvolvimento de cada uma e de todas as crianças com quem interage. 
 
[...] Para isso, o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças 
de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, 
crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e 
ampliando suas pautas de socialização. (BRASIL, 1998, VOL. 1, p. 30). 
 
Teixeira (2010) ressalta que na escola, desde cedo à criança também tem a necessidade 
de brincar como forma de socialização e de interação com a experiência sócio-histórica, dos 
adultos e do mundo por elas criado, a brincadeira é uma atividade humana na qual as crianças 
são introduzidas, construindo-se em um modo de assimilar e recriar a experiência 
sociocultural dos adultos. 
RCENI (1998) afirma que o âmbito social oferece, portanto, ocasiões únicas para 
elaborar estratégias de pensamento e ação, possibilitando a ampliação das hipóteses infantis. 
Através desse processo, ocorrerá uma rede de reflexão e construção do conhecimento na qual 
tanto os parceiros mais experientes quanto os menos experientes tem seu papel na 
interpretação e ensaio de soluções. Pois essa interação permite que se crie uma situação de 
ajuda na qual as crianças avancem no seu processo de aprendizagem. Cabe ao professor 
realizar atividades individuais ou em grupo, representando as diferenças e estimular a troca 
entre as crianças. 
31 
 
Acreditamos que através da interação social em diversas situações o educador passa a 
ser o orientador dos jogos, das brincadeiras e das conversas garantindo a troca entre os 
educandos, para que assim, possa ocorrer a aprendizagem das crianças, sendo capaz de se 
expressar, e desencadear novas interações. 
Também o RCNEI (1998) ressalta que, 
 
A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações entre as 
crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, possibilita a 
criação de condições para que elas possam, gradativamente, desenvolver 
capacidades ligadas à tomada de decisões, à construção de regras, à cooperação, à 
solidariedade, ao diálogo, ao respeito a si mesmas e ao outro, assim como 
desenvolver sentimentos de justiça e ações de cuidado para consigo e para com os 
outros. (BRASIL, 1998, VOL. 2, p. 43). 
 
Assim podemos compreender que o educador tem que ser um mediador, um 
articulador, construir um espaço lúdico, e organizar o espaço físico. Segundo Teixeira (2010) 
assim, o papel do educador é sempre o de facilitador dos jogos, das brincadeiras e, também, 
da organização do tempo e do espaço lúdico acessível e adequado à criança. 
 
É importante que a criança continue tendo um canal de expressão, um espaço no 
qual passa exercer sua criatividade, suas habilidades e sua imaginação. Dar a ela as 
ferramentas e o espaço necessário para realizar esse tipo de atividade lhe 
proporcionará bem mais do que simples diversão. (ZATZ, ZATZ E HALABAN, 
2006, p. 63). 
 
Segundo o RCNEI (1998), a existência de um ambiente acolhedor, não significa 
eliminar conflitos, disputas e divergências presentes nas interações sociais, mas pressupõe que 
o professor forneça elementos afetivos e de linguagem para que as crianças aprendam a 
conviver, buscando as soluções mais adequadas para as situações com as quais surgem 
diariamente. 
Na instituição de educação infantil o professor se torna o parceiro mais experiente, por 
excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não 
discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. 
 
É o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a 
estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças. Conseqüentemente é ele 
que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, 
fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para 
brincar. (BRASIL, 1998, VOL. 1, p. 28). 
 
O educador tem que ter consciência da sua prática pedagógica, saber quais os 
objetivos e metas que pretende alcançar com as atividades propostas, preparando o espaço 
32 
 
com materiais necessários e apropriados, com tempos não tão controlados de modo que as 
crianças criem e inventem suas próprias brincadeiras. 
Acreditamos que o papel do professor é ampliar as vivências das crianças, 
disponibilizando vários materiais, de formas diferentes, cores, tamanhos, ampliando assim, 
seu quadro de brincadeiras e ensinando outras brincadeiras, aumentando seu repertório 
cultural-social. 
Kishimoto (2007) aponta que se a criança está diferenciando as cores, e manipulando 
livremente um quebra-cabeça, as funções educativas e lúdicas estão presentes: 
 
Na área da educação, entre outros aspectos, as atividades lúdicas são vistas como 
objetos e/ou ações que permitem as crianças a divertirem, ao mesmo tempo em que 
aprendem sobre algo. Assim, quando são intencionalmente criadas pelo adulto, com 
vistas a estimular certos tipos de aprendizagem, surge a dimensão educativa das 
situações lúdicas. (TEIXEIRA, 2010, p. 21). 
 
Teixeira (2010) aponta que o brincar leva a criança a tornar-se mais flexível e buscar 
novas alternativas de ação, enquanto brinca, ela concentra a sua atenção na atividade em si e 
não em seus resultados e efeitos. Sendo assim, a incorporação desses objetos e/ou das ações 
lúdicas na prática pedagógica pode contribuir para desenvolver diferentes habilidades que irão 
contribuir para as inúmeras aprendizagens e ampliar a rede de significados da criança. 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional na Educação Infantil (1998): 
 
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e 
aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o 
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com 
os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas 
crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (BRASIL, 
1998, VOL. 1, p. 23). 
 
Santos (2002) acrescenta que o educador é fundamental nesse processo, educar não se 
limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que ele acha 
correto, ajudar as pessoas a tomar consciência de si mesmas, dos outros e da sociedade, mas 
sim oferecer ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que 
for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que 
cada um irá encontrar educar e preparar para a vida. 
 
[...] o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, 
organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os 
recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos 
seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de 
conhecimento humano. (BRASIL, 1998, VOL. 1, p. 30). 
33 
 
 
Acreditamos que a interação afetiva ajuda mais a compreender e modificar o 
raciocínio do aluno, pois educar é acima de tudo a inter-relação entre sentimentos, afeto e a 
construção dos conhecimentos. O afeto pode ser uma maneira eficaz de aprimorar o sujeito e 
a ludicidade em parceria entre professor-aluno, pois contribui para o enriquecimento do 
processo de ensino aprendizagem das crianças. 
 Entendo que brincar seja forma de se expressar de umindivíduo com seu meio 
externo, proporcionando momentos de vivência e de aprendizagem. 
 Por meio do histórico de vida e a forma como esta criança foi introduzida ao mundo 
mágico das brincadeiras, sua forma de percepção a este mundo por meio de socialização, de 
regras, de percepção vai muito além da ideia pré-formada do momento do aprendizado. 
 Constatamos que um aprendizado rico relacionado a jogos se dá pelo envolvimento do 
contato direto com o próximo, pela forma de conduzir a teoria para a prática e buscar na 
criança formas de demonstrar-lhe sua aquisição de conhecimento por meio de perdas e 
ganhos. 
 Desta forma, o professor mediador oferta a oportunidade para entrar em contato com o 
aluno mediando conhecimentos, explorando formas de conduzir o aprendizado de acordo com 
as necessidades do aluno. 
 Mediador é aquele que intervém, que por meio de conhecimentos pré-construídos 
intercede pelo próximo alicerçando e construindo novos conhecimentos e formando crianças 
pensantes e perceptivas. 
 Sendo assim, jogo, brinquedo e brincadeira na educação infantil elucidam o brincar, o 
abrir portas para o mundo real, descobrindo sons, movimentos, tatos, formas, melhorando a 
coordenação motora explorando objetos, desenvolvendo a confiança por meio de emoções, 
sentimentos, desejos e necessidades. 
 
 
34 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Considerando o presente estudo, inicia-se o resgate dos momentos históricos dos 
jogos, brinquedos e brincadeiras e como foi ganhando espaço nas instituições escolares e sua 
importância para o ensino aprendizagem. 
 Resgatou-se, através dos estudos de Kishimoto (2007) e Teixeira (2010), as ideias do 
uso dos termos jogos, brinquedos e brincadeiras, esclarecendo suas definições. 
 Buscamos a partir dos jogos, brinquedos e brincadeira que sempre ocuparam um lugar 
importante na vida da criança, contribuindo para seu desenvolvimento, até os povos mais 
primitivos aos mais civilizados, todos tiveram e ainda tem seus instrumentos de brincar. As 
atividades lúdicas são responsáveis pela transmissão de cultura de um povo, de uma geração 
para outra com diferentes objetivos, ora são usados para divertir, ora socializar, ora para 
ensinar ou promover união de grupos. 
 Através deste, proporcionam a criança a oportunidade de realizar as mais diversas 
experiências e atingir novas etapas da vida. 
 A educação infantil é o espaço onde à criança recebe estímulos e desenvolvem seus 
aspectos, afetivo, motor, cognitivo, entre outros. Nessa perspectiva podemos destacar a 
importância do ensino infantil, como uma das etapas mais importantes para o 
desenvolvimento integral da criança. 
 Destacamos nos estudos de Teixeira (2010), Antunes (2003) e outros autores, a 
importância dos educadores como mediadores e articuladores do conhecimento, propiciando 
espaços e situações de aprendizagem que articulem os recursos e capacidades afetivas, 
emocionais, sociais e cognitivas da criança, garantindo um ambiente rico, prazeroso, saudável 
e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. 
 Além disso, os professores poderão desenvolver atividades práticas com as crianças, 
observando as mesmas quando estão interagindo nas brincadeiras, promovendo e 
influenciando para sua aprendizagem. 
 Os professores precisam estar cientes de que os jogos, brinquedos e brincadeiras, são 
necessários e que proporcionam enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade 
de aprender a pensar e para o desenvolvimento motor e sócio-afetivo. 
 
35 
 
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