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04 - EMANCIPAÇÃO E CESSAÇÃO DA MENORIDADE_ PESSOA NATURAL

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Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
Disciplina: Direito Civil 
souza.carlosadv 
 
AULA 04 
DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL 
Olá, pessoal! Meu nome é Carlos e eu sou especialista em Direito Civil do Passei Direto. 
O objetivo dessa sequência de materiais é tentar explicar tudo sobre a disciplina de um jeito 
objetivo, completo e acessível, então faremos assim: vou trazer o assunto, citar o dispositivo legal, 
explicar um resumo do que isso significa, então vamos ver a jurisprudência mais recente sobre o tema 
e resolver questões extraídas de concursos públicos, ou seja, tudo para ajudar na graduação, na pós-
graduação e concursos públicos. 
Tudo certo? Então vamos começar! 
RELEMBRANDO... 
Na última aula vimos a teoria das incapacidades, identificando que absolutamente incapaz é 
aquele que tem menos de 16 anos e relativamente incapaz são aqueles que possuem mais de 16 e 
menos de 18 anos, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos, aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não possam exprimir sua vontade e os pródigos. 
Por exclusão, teríamos que a pessoa plenamente capaz é aquela que não se enquadra nas 
hipóteses apontadas. O que estudaremos hoje é justamente as hipóteses de cessação da menoridade, 
que traz a capacidade plena, quando as demais causas não incidirem sobre o sujeito. 
DISPOSITIVO LEGAL 
REFERÊNCIA: art. 5º do Código Civil (LEI 10.406 /02) 
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de 
todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em 
função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
Disciplina: Direito Civil 
souza.carlosadv 
 
CESSAÇÃO DA MENORIDADE E EMANCIPAÇÃO 
A menoridade civil cessa aos 18 anos, ficando a pessoa habilitada à prática de todos os atos 
da vida civil, salvo quando incidirem outras causas que tornem a pessoa relativamente incapaz e que 
não se ligue à idade. 
Atentem, mas não com muita dificuldade, em virtude do tempo decorrido: no Código Civil de 
1916, a menoridade cessava aos 21 anos, mas desde o início do Código Civil de 2002 passou a ser 
prevista a idade de 18 anos. 
Prosseguindo, temos a regra: a menoridade cessa aos 18 anos e a pessoa passa a ser plenamente 
capaz. 
Entretanto, existem meios de antecipar a cessação da incapacidade para menores, que é por 
meio da emancipação. 
Emancipação é a antecipação da capacidade civil plena dos menores e pode ser de três formas: 
a) Voluntária: é aquela dada por ambos os pais ou por apenas um deles, na impossibilidade 
do outro. Ademais, o menor deve ter ao menos 16 anos e a emancipação se dará por 
instrumento público, independentemente de autorização judicial e da vontade do menor. 
Aliás, é por isso que os pais continuam respondendo pelo menor antecipado, pois o ato 
voluntário traria verdadeiro instrumento de “irresponsabilidade civil”, o que foi vedado 
por essa responsabilidade dos pais. 
b) Judicial: aqui ocorre nos casos de tutela. É o meio pelo qual O JUIZ emancipa o menor, 
ouvido o tutor. Temos que ter muita cautela: o tutor não emancipa, ao contrário dos pais, 
mas tão somente é ouvido para eventual emancipação, que será dada pelo juiz, razão pela 
qual se trata de emancipação judicial e não voluntária. 
c) Legal: são hipóteses que independem de declaração judicial e que emancipa o menor pela 
simples ocorrência do fato previsto em lei. E que fatos são esses? 
a. Casamento: lembramos que o casamento emancipa, mas a idade núbil é de 16 
anos e depende de autorização dos pais ou de um deles, na impossibilidade ou 
injustificada oposição de um deles, que poderá ser judicialmente suprida. 
b. Exercício de emprego público efetivo: o emprego deve ser PÚBLICO e 
EFETIVO. Não vale emprego privado, tampouco temporário, celetista etc. para 
essa hipótese, porque há outra, como veremos em seguida. Mas se existe outra 
hipótese e nós aqui frisamos, então deve existir diferença. Sim. É que no caso de 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
Disciplina: Direito Civil 
souza.carlosadv 
 
exercício de emprego público efetivo, independe da idade do menor, salvo 
impedimentos na seara do Direito Administrativo (por exemplo, a maioria dos 
concursos exige 18 anos, mas essa discussão não é do Direito Civil). 
c. Colação de grau em curso de ensino superior: prova de concurso AMA colocar 
colação em ensino médio ou ingresso em ensino superior. Cuidado! Nenhuma das 
duas hipóteses emancipa. O sujeito deve, antes dos 18 anos, colar grau em nível 
superior para ser emancipado legalmente. 
d. Estabelecimento civil ou comercial ou existência de relação de emprego que 
faça com que o menor com 16 anos ou mais tenha economia própria: é quando 
o menor, com pelo menos 16 anos, possui comércio ou emprego ou qualquer meio 
de prover economia e sustento próprio, o que vai ser avaliado casuisticamente. É 
que R$ 500,00 por mês pode não parecer economia própria, mas será quando, por 
exemplo, for o maior salário da casa. 
Vimos, então, que a menoridade civil cessa aos 18 anos, mas que a capacidade plena pode ser 
antecipada pela emancipação, em quaisquer das hipóteses previstas acima. 
JURISPRUDÊNCIA 
Apesar de IMPORTANTÍSSIMA, não temos jurisprudência relevante do STJ e do STF, que 
tenha sido publicada nos famosos informativos, cuja análise é nosso foco na sessão de jurisprudência. 
Mas dois pontos são relevantes: a responsabilidade civil dos pais em relação aos filhos e a 
questão previdenciária. 
Quanto à responsabilidade civil, a emancipação voluntária não isenta os pais de responderem 
pelos danos casados pelos filhos, de forma objetiva e solidária. O intuito é evitar fraudes, por meio 
das quais os pais emancipam os filhos para não responderem por seus erros. 
Acerca da questão previdenciária, temos que até 21 anos, o sujeito é considerado dependente 
e beneficiário da pensão por morte. A idade permaneceu inalterada, pois se rege por lei especial e não 
pelo Código Civil. 
 
 
 
 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
Disciplina: Direito Civil 
souza.carlosadv 
 
QUESTÕES 
 
1ª QUESTÃO – BANCA FCC – ANALISTA JUDICIÁRIO – TRT 21ª REGIÃO (2017): 
João se tornou órfão de ambos os pais no dia 01 de junho de 2017, colou grau em curso de ensino 
superior no dia 02 de julho de 2017, entrou em exercício de emprego público efetivo no dia 03 de 
agosto de 2017, casou-se no dia 04 de setembro de 2017 e completou dezoito anos de idade no dia 05 
de outubro de 2017. Nesse caso, de acordo com o Código Civil, a incapacidade de João cessou no dia 
a) 1 de junho de 2017. 
b) 3 de agosto de 2017. 
c) 2 de julho de 2017. 
d) 5 de outubro de 2017. 
e) 4 de setembro de 2017. 
Gabarito: LETRA C. O falecimento dos pais não gera emancipação, enquanto todas as demais 
hipóteses geram emancipação legal ou cessação da menoridade, razão pela qual observemos aquela 
que ocorreu primeiro: a colação de grau em curso de ensino superior, pois a incapacidade se perde 
apenas uma vez. Cessada, não cessará de novo. 
2ª QUESTÃO – BANCA FGV – FISCAL DE SERVIÇOS MUNICIPAIS – PREFEITURA DE 
SALVADOR (2019): 
Walter, 16 anos, é exímio desenhista ecomeçou a produzir e vender camisetas a pessoas 
próximas, de seu colégio e de sua família. Em menos de seis meses, o negócio cresceu 
exponencialmente e ele abriu um sítio eletrônico de vendas. Sua renda é tão alta que lhe permite arcar 
com suas despesas pessoais, sustentar seus pais e aplicar na poupança. 
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
f) Cessou para Walter, ainda que menor, a incapacidade. 
g) Walter é absolutamente incapaz. 
h) Walter é relativamente capaz, devendo ser assistido por seus pais em todos os contratos 
assinados em decorrência de sua atividade negocial. 
i) Walter apenas adquirirá a plena capacidade caso seus pais a outorguem. 
j) Apenas o exercício de emprego público efetivo gera a cessação da incapacidade, o que não 
ocorre pelo exercício de atividade privada. 
Gabarito: Letra A. Houve emancipação legal, trazendo a cessação antecipada da incapacidade, 
por possuir o menor, com 16 anos, estabelecimento civil ou comercial que lhe gera economia própria.

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