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Resumo de Técnica Cirúrgica e Anestesiologia I Introdução a técnicas cirúrgicas Artigos críticos X não críticos Críticos: São artigos que entram em contato direto com tecidos ou tratos estéreis devendo, portanto ser submetidos ao processo de esterilização. Ex. agulhas, instrumentais cirúrgicos, soluções injetáveis, cateteres intravasculares e dispositivos a eles conectados, como equipos de solução e torneirinhas. Não críticos: São os que entram em contato com a pele íntegra e que somente necessitam desinfecção de médio ou baixo nível, quando reutilizados entre pacientes. Esta medida tem por objetivo bloquear a transmissão de microrganismos. Ex.:estetoscópios, mesas, focos, termômetro etc. Assepsia É o conjunto de procedimentos para prevenir a contaminação, ou seja, são todas técnicas cirúrgicas adequadas para prevenir a infecção durante o procedimento cirúrgico. Dentro da assepsia encontram-se: - Desinfecção: do ambiente cirúrgico. - Antissepsia: da equipe cirúrgica e do paciente. - Esterilização: dos materiais, equipamentos e instrumentais. - Uso de técnica cirúrgica adequada Assepsia do material e instrumental cirúrgico Nos materiais e instrumentais cirúrgicos é feita a esterilização. Não é possível esterilizar a equipe cirúrgica, por isso é feita a antissepsia, assim como não é possível esterilizar o ambiente cirúrgico, então nesse caso é feita a desinfecção. Tudo isso junto, faz com que eu tenha uma técnica asséptica, aliada a uma técnica cirúrgica adequada. 1° passo – limpeza do material Acabou uma cirurgia, não adianta esterilizar um material sujo. Sangue no calor cristaliza e deteriora o material, é necessário limpar antes. Usa-se uma bacia com água e alguma substância específica, coloca o material ali e depois com uma escovinha, esfrega material por material. E depois deixa secar, ou coloca no ultrassom (aparelho que emite ondas ultrassônicas que quebram as moléculas e vai fazendo a limpeza prévia do material). Após essa limpeza e secagem o material pode ser embalado ou empacotado. 2° passo - embalagem O pano permite a passagem de microorganismos? Sim, ele não é impermeável. Depois que o material for retirado da estufa ou autoclave, os microorganismos podem contaminar com o passar do tempo, portanto, dependendo do material utilizado e o local de armazenamento, o prazo de validade muda. Pode ser um pacote de pano, ou um envelope de plástico ou papel, esse último tem uma durabilidade maior. 3° passo – esterilização Térmica: a forma mais comum de esterilização é pelo calor, esterilização térmica. Esse calor pode ser seco ou úmido. Estufa (seca) – 160°C por 2 horas Autoclave (úmida) - alta pressão = alta temperatura. 120 – 130°C por 30 min. Qual dos dois é melhor? Autoclave, pq? Ela garante a temperatura pelo tempo necessário, além disso, a temperatura da estufa não é homogênea. Fita crepe com linhas pretas – é uma fita térmica com linhas rosadas que quando esquenta ela faz as linhas ficarem pretas e isso indica que esse material foi esterilizado. Radiação Todo material pode ir pra autoclave? Não, material plástico derrete. Nesse caso, de materiais termossensíveis, que não podem ser esterilizados por calor, utiliza-se radiação gama ou cobalto 60 (uso industrial). Química Também para materiais termossensíveis, pode ser utilizada a esterilização química. *Em muitas clínicas, ao invés do vet usar avental estéril, ele usa o próprio jaleco, ao invés de usar luva estéril ele usa luva de atendimento, ao invés de usar pano de campo ele opera sem nada. Aonde está a diferença disso? O pós operatório, pois será necessário usar antibiótico pra matar as bactérias que contaminaram a cirurgia, já que não foi usada a técnica correta. Problema: além do custo pro proprietário, há o uso indiscriminado de antibiótico que leva à resistência bacteriana. Antissepsia da equipe cirúrgica Antissepsia é a utilização de produtos sobre a pele ou mucosa para reduzir o número de microorganismos sobre a superfície. Para seres vivos, a antissepsia é feita com antissépticos Objetivo: diminuir o risco de contaminação da ferida cirúrgica e evitar o risco biológico da equipe. Obrigatório o uso do pijama cirúrgico, sapato próprio ou propé (capa pro sapato), gorro e máscara, avental e luva cirúrgica esterilizadas. 1° passo – montagem da mesa Montar a mesa cirúrgica já de gorro e máscara, antes de começar a antissepsia, em seguida é feita a antissepsia de mãos e braços. 2° passo – ensaboar mãos e braços Começa pelas unhas, depois os dedos, palma da mão, dorso da mão e por fim o antebraço. Feito isso, enxaguar, com a água escorrendo no sentido das pontas dos dedos para o cotovelo. Manter as mãos para cima. 3° passo – secagem Secar as mãos com a compressa estéril, a secagem é feita do mesmo jeito, das pontas dos dedos até o cotovelo. Usar um lado da compressa pra cada braço e depois jogar no lixo. Vestir o avental e aí sim calçar as luvas. Antissepsia do paciente Nossos pacientes são peludos, então é interessante pedir que eles tomem um banho antes da cirurgia, caso não seja uma cirurgia emergencial. Tricotomia é feita com máquina ou lâmina? Máquina, pq a lâmina faz micro lesões na pele, que são porta de infecção. Antigamente, era comum os cirurgiões pedirem pra um dia antes fazer a tricotomia, isso faz com que mude a microbiota da pele e cause micro lesões que já vão pra cirurgia contaminadas. Hoje prefere-se que faça logo antes da cirurgia. No caso dos cavalos é importante limpar os cascos. A tricotomia deve ser ampla e de preferência em formatos geométricos. E aí faz a antissepsia com as substâncias específicas. Como é feita a retirada do antisséptico? Do meio pra periferia, e a hora que passa a gaze, usa um lado, depois o outro e joga fora. É interessante calçar duas luvas na paramentação. Assim, a antissepsia é feita com uma luva e depois é retirada pra fazer a cirurgia com a outra. É indicado principalmente para cirurgias com alto risco de contaminação (ex: cirurgia torácica). Após antissepsia, colocam-se os panos de campo, que são fixados com pinças que ficam cobertas pelo pano. É melhor o pano de campo de plástico, pois é impermeável. Desinfecção do ambiente No ambiente cirúrgico, são utilizados desinfetantes. Desinfetantes destroem todos os microorganismo? Não, mas destroem a maior parte deles. É necessário ter ar condicionado (ideal é o split). As bactérias se proliferam em altas temperaturas, por isso é importante manter a temperatura baixa (15 – 16°). Problema: hipotermia do paciente, por isso é importante usar colchão térmico. Não tocar em nada que seja colorido (campo estéril). Classificação das cirurgias Cirurgia limpa: é uma cirurgia eletiva, primariamente fechada (não teve uma lesão), em tecidos estéreis, com ausência de processo infeccioso ou inflamatório e sem quebra da técnica asséptica. Ex: castração. Cirurgia potencialmente contaminada: tem uma flora microbiana usual no tecido, mas consigo controlar. Se deixar extravasar conteúdo, contamina. Ex: traqueostomia. Contaminadas: já tenho uma ferida ou tem uma flora bacteriana local abundante mas sem presença de pus, sem proliferação bacteriana. Ex: cirurgias do trato gastrointestinal e fratura exposta. Infectadas: tem proliferação bacteriana, com tecido necrótico ou presença de pus. Ex: peritonite, piometra aberta. Paramentação 1. Colocação de gorro e máscara O uso de máscara pode incomodar um pouco, mas é uma questão de costume. Para quem usa óculos, é interessantecolocar um pedaço de esparadrapo no nariz onde encosta o óculos e deixar a parte de baixo da mascara mais frouxa, para o ar quente não sair por cima e sim por baixo, assim não embaçará o óculos. 2. Colocação dos panos na mesa A hora que já estiver de pijama cirúrgico, gorro e máscara, é a hora que já pode abrir os panos cirúrgicos, que estão estéreis. A parte externa do pano não está estéril, está contaminada, então eu só posso tocar na parte de fora. É preciso posicionar o pano na mesa e abrir, tomando cuidado para não tocar na parte interna. Os panos estão por baixo, por cima dele tem o avental e por cima do avental tem uma compressa, para secar as mãos. 3. Abertura da caixa cirúrgica A caixa está estéril e embalada em um material termossensível. A partir do momento que abrir, pode pegar na caixa? Não. Tem que colocar ela na mesa sem encostar nela e nem encostar o papel que cobre a caixa em cima da mesa. É preciso abrir a embalagem, expor a extremidade da caixa, apoiar a extremidade da caixa na mesa e deixá-la cair. A caixa é toda furada, então ela pode ir pra autoclave, pra água poder entrar e sair dela. 4. Abrir luva estéril Abrir a embalagem da luva de longe e jogar a luva em cima da mesa, com cuidado para a embalagem externa não tocar na mesa. 5. Antissepsia das mãos e braços Utiliza-se um antisséptico, Clorexidine ou Soapex. O sabão atua melhor em superfície molhada, então é preciso umedecer as mãos antes. Começar a ensaboar as mãos com a escova começando pelas pontas dos dedos, esfregando as unhas em 20 movimentos. Após as unhas, vai pra lateral de cada dedo, também com 20 movimentos. Depois vai pra lateral da mão, depois para a palma, dorso da mão e antebraço. Não esfregar fazendo movimentos de vai e vem, fazer apenas no sentido da ponta dos dedos para o cotovelo. Enxaguar, com a água indo em direção ao cotovelo. 6. Secagem das mãos Utilizar a compressa que está em cima da mesa. Um lado da compressa para cada mão. Começar secando bem os dedos, depois secar a palma da mão, depois o dorso e depois o antebraço. Utilizar toda a extensão da compressa para secar, e não somente a ponta. Acabou de secar os dois lados, joga a compressa no lixo. 7. Vestir avental Após antissepsia, a mão não está estéril, apenas com a carga microbiana reduzida. É preciso pegar o avental pela gola e abrir ele longe da mesa. Colocar as mangas nos braços e pedir para alguém amarrar atrás. As tiras da frente devem ser apresentadas por você para a pessoa que está amarrando. A pessoa pega a tira pela ponta e amarra. 8. Calçar as luvas Abrir a embalagem, com cuidado para não tocar na parte interna. O punho das luvas está dobrado, então eu só posso tocar na parte dobrada. Pega-se pela parte do punho e coloca a luva na mão, não precisa ajeitar agora, deixa do jeito que conseguir colocar. Para vestir a outra luva, coloca a mão com a luva já vestida na parte de dentro da dobra da outra luva, protegendo os dedos lá embaixo, e vestir. Agora com as luvas vestidas, você pode ir ajeitando elas na sua mão. 9. Colocação dos panos de campo Sempre que eu for manipular um campo para colocar no paciente, esconder a mão com a ponta do pano, para não encostar as luvas estéreis no paciente. Montagem da mesa cirúrgica Tempos cirúrgicos: são as etapas de um procedimento. Os materiais devem ser separados por tipo e posicionados na ordem em que vai ocorrer a cirurgia. Ex: bisturi primeiro. -Diérese -Hemostasia -Exposição/manipulação -Síntese Diérese: abertura (incisão) Os materiais utilizados primeiro são os bisturis e as tesouras. Cada pessoa segura o bisturi de um jeito, mas obrigatoriamente tem que ter 3 pontos de apoio com os dedos. Normalmente, pra segurar algo com mais delicadeza, a gente segura como segura uma caneta. “Eu gosto de segurar como seguro uma caneta e com a mão que eu escrevo.” – Prof. Rodrigo - Para fazer a incisão O ideal é que se comece perfurando a pele com a lâmina em ângulo reto (com a ponta da lâmina), depois a inclina e continua incisando. Se começar a cortar com a lâmina inclinada e continuar assim, não irá penetrar toda a pele. A pressão que vai colocar é algo muito subjetivo, pois cada pessoa tem uma noção de força, é algo que vai pegando com o tempo. Incisão deslizante: deve abrir toda a pele, entra perpendicular, inclina a mão e corre. Incisão perfurante: incisões em estruturas ocas, ocupadas por líquidos Incisão com a lâmina invertida: entro com a lâmina por baixo e a incisão é feita pra cima. Não é comum, deve-se tomar muito cuidado pra não machucar a mão. Tesouras Podem ser classificadas em: -Tesoura fina/fina: as duas pontas são finas -Tesoura romba/romba: as duas pontas são arredondadas -Tesoura romba/fina: uma ponta é fina e a outra é arredondada -Tesoura lisa ou serrilhada -Tesoura reta ou curva Tesoura de Mayo: não é nem fina e nem romba. É utilizada para uma divulsão grosseira, ou seja, pra abrir musculatura. Tesoura Metzenbaum: tem a ponta igual a de mayo, mas tem a parte de corte pequena. É utilizada para divulsão fina, delicada. Ela é introduzida no tecido e abre, assim vai criando espaço no tecido. Não deve ser utilizada para cortar fio, nesse caso deve usar uma tesoura grosseira. MAYO METZENBAUM Pra segurar tesoura: devo ter um apoio triplo, usando ou o dedo do meio, ou o dedo anelar, para o indicativo ficar livre para apoiar na tesoura. Pinças para segurar tecido (de preensão) Anatômica: só tem as ranhuras. Dente de rato: tem dois dentinhos que encaixam entre si. ANATÔMICA DENTE DE RATO Para ter maior firmeza tem que fazer força, e isso acaba causando isquemia do tecido, então a dente de rato é mais indicada nesse caso, uma vez que vai causar lesão apenas em 3 pontos e vai segurar firmemente. Hemostasia Enquanto é feita a diérese, vai ocorrendo sangramento, então é importante que se faça a correta hemostasia. Hemostasia significa prevenção ou contenção do sangramento, ou seja, é a manutenção do sangue dentro vaso. O sangramento pode vir de uma artéria, de uma veia ou de um capilar. Qual é o mais importante? O vaso arterial, pois tem um fluxo maior. E o menos importante é o capilar. Tendo um sangramento, o organismo tem condições de parar a hemorragia? Tem, primeiro ele faria a vasoconstrição do vaso para diminuir o seu fluxo, depois faria quimiotaxia para agregação plaquetária, chamando plaquetas para formação do trombo. Porém, durante o procedimento, eu espero a hemorragia acontecer? Não, eu faço uma hemostasia cirúrgica, para não ter perda de sangue e manter o seu volume. A hemostasia também é importante para facilitar a visualização, e evitar contaminação (sangue nutre bactéria). A hemostasia pode ser: Temporária - Compressão: é um método extremamente eficaz. Deve-se colocar uma compressa lá e comprimir o vaso. - Tamponamento: seria evitar o fluxo com o uso do torniquete. - Clampeamento: deve-se pinçar os vasos, com pinças hemostáticas. Pinças hemostáticas Kelly: tem ranhuras até a metade. Crile: tem ranhuras até o final. Usada para pinçar uma grande quantidade de tecido. Kocher: é uma crile com a ponta dente de rato. Halstead mosquito: igual a crile, porém pequena. KELLYCRILE KOCHER HALSTEAD MOSQUITO Definitivas Ligadura: mais comum. Deve-se pinçar e passar um fio. Ela pode ser de 3 tipos: - Simples: pego 1 vaso e ligo, isoladamente. - Ligadura em massa: ligo uma porção de tecido, um conjunto de vasos juntos. - Transfixada: se fizer do outro jeito, corre o perigo de afrouxar a ligadura, então para ter mais segurança, se passa o fio pelo meio do tecido ou vaso, fecha o nó, vai lá atrás e fecha o outro nó. Outros métodos de hemostasia - Torção do vaso: pinço o vaso e torço. - Termocauterização: cauteriza o tecido através do calor ou do frio. O calor é mais utilizado. - Eletrocoagulação: é o mesmo princípio, mas ao invés de usar calor eu uso corrente elétrica. - Esmagamento: vou usar um instrumento para esmagar. - Uso de esponja de fibrina, ou adrenalina (faz vasoconstrição) - Sistêmicos: medicamentos, ac. tranexânico, transfusão de sangue (só quando o animal tem queda dos fatores de coagulação, como plaquetas) Vitamina K – Adianta eu suplementar vitamina k? Somente quando o animal tem deficiência de vitamina k. Além disso, demora muitas horas pra fazer efeito. *Para hemostasia de ferimentos, a melhor forma é a compressão. *Toda hemostasia é feita plano a plano, ou seja, incisei a pele -> fiz hemostasia da pele, incisei o subcutâneo -> fiz hemostasia do subcutâneo, eu não vou incisando tudo e só depois fazer hemostasia, pois preciso ter uma boa visualização. *Sempre que for fazer uma ligadura, tem que tentar deixar o mínimo de tecido ali, pra ser mais específico na hemostasia. E para os processos infecciosos e os neoplásicos, tentar ligar primeiro as veias de drenagem antes de ligar as artérias. Afastadores Afastadores de Farabeuf: são manuais. Pinças Allis: são pinças de exposição, pode ser utilizada para afastar um tecido. Autoestático: vou girando a manivela e ela vai afastando. Qual a vantagem? Não precisa ficar segurando. Utilizada principalmente para cirurgia torácica. Pinça Backaus: fixação do pano de campo. Prende levemente a pele do paciente. Deve ficar coberta pelo pano de campo. Síntese – fechamento Para fechamento, utiliza-se: - Agulha - Fio - Porta-agulha: as ranhuras são diferentes da pinça hemostática e tem um corte no meio pra prender a agulha. - Pinça de tecido (de preensão): segura o tecido para passar a agulha. AGULHAS Pontas: - Cilíndrica: A maior parte das agulhas é cilíndrica, e tem um número indicativo de quanto ela faz de curva. Se eu preciso trabalhar num local onde o espaço é muito pequeno, é melhor a agulha menos curva. - Trifacetada: corta melhor o tecido. Corpo: pode ser achatado ou cilíndrico ou triangular. Fundo: pode ser diretamente agulhado, ou um fundo fechado ou aberto. O fio já agulhado lesiona menos. PORTA AGULHAS Mayo-hegar Mathieu: quando coloca força nele, ele abre, no quarto ponto ele destrava. Regras de uma boa sutura - Assepsia e antissepsia; -Hemostasia: não devemos ter muito sangue na sutura, por conta do risco de infecção; - Bordos regulares; - Material adequado; - Tração moderada: e nem muita tensão no nó, pois pode romper o fio e causar isquemia do tecido; - Evitar deixar espaço morto: se deixar um espaço “vazio”, pode acumular líquido, que vai atrair bactérias; - Não deixar corpo estranho entremeado a sutura, ou tecido necrosado, pois são fontes de infecção; - Fazer uma distribuição adequada dos pontos: não colocar nem muitos pontos, nem poucos; *Distância entre a entrada da agulha e o bordo da ferida – normalmente é a mesma espessura do tecido, ou seja, um tecido mais fino, a sutura vai ser mais próxima do bordo, já um tecido mais espesso, a sutura vai ser mais distante do bordo. Aula prática - Mesa cirúrgica, tempos e seus instrumentos Esse é o modelo mais simples, com os quatro tempos principais: diérese, hemostasia, auxiliar e síntese. O material cirúrgico é distribuído da direita para esquerda, iniciando-se com o instrumental de ponta curva e seguir o de ponta reta, e do atraumático para os mais traumáticos entre as diferentes classificações e mesmo dentro de uma mesma categoria, ex. a pinça hemostática Halsted (mosquito) são menos traumáticas que as pinças Kelly e assim sucessivamente. A ponta do material deve estar voltada para superfície superior da mesa ou para a área do instrumentador (se não tiver um instrumentador, as hastes dos instrumentos devem estar voltadas para o cirurgião), e a curvatura voltada para a superfície da mesa. 1. Materiais cirúrgicos da diérese: são instrumentos utilizados para incidir, separar e divulsionar tecidos. 1.1 - Bisturi: realizar a incisão na pele (cabo de bisturi n° 4) e estruturas orgânicas (como bexigas, músculos) com o cabo de bisturi n° 3. 1.2 - Tesouras: principal função é cortar tecidos orgânicos e materiais (gaze, fios de sutura e borrachas) e promover a dissecção e divulsão dos tecidos. As tesouras mais usadas na MV. são: Metzenbaum (utilizadas em estruturas delicadas) e Mayo (utilizadas em estruturas menos delicadas e ocasionalmente para cortar fio de sutura). Na imagem, a tesoura A é a Metzenbaum e a da imagem B é a Mayo. 2. Materiais cirúrgicos da hemostasia: tem função de evitar e/ou coibir a perda de sangue e a infiltração do mesmo dos tecidos seccionados. São destinadas ao pinçamento de pequenos vasos tecidos orgânicos como peritônio, e auxílio na ligadura vascular (apreensão de fios de sutura). 2.1 - Pinças hemostáticas: além de possuírem argolas, possuem cremalheira responsável por deixar o instrumento estático de acordo com o grau de apreensão implementado na mesma. Existem três modelos básicos principais usados em MV: - Pinça Halsted (mosquito): é pequena, delicada e com pontas finas. Possui ranhuras transversais em toda sua extensão, com ou sem dentes. É usada para vasos, estruturas orgânicas nobres e ocasionalmente para pinçamento de fios finos de sutura. - Pinça Kelly: suas pontas são maiores que a Halsted e menores que a Kocher. Possui ranhuras transversais em ⅔ da sua extensão. Usada para pinçamento de vasos e fios sutura grossos e ponta de tecidos. - Pinça crille: as pontas são similares da Kelly. Possui ranhuras transversais em toda sua extensão. Utilizada para pinçamento de vasos, pedículos e tecidos. Além dessas, existem ainda a pinça Rochester e a Kocher, que vimos na aula prática. - Pinça Rochester: ranhura na transversal em toda sua extensão, sendo mais grossa em relação à Kelly e Crile. Também pode possuir ranhuras longitudinais em toda sua extensão (Rochester - Calmat). Utilizada para pinçamento de pedículos e órgãos circundados com vasos. - Pinça Kocher: suas pontas são mais longas e robustas e possui dente de rato, o que a torna mais traumática que as demais. Possui ranhuras na transversal em toda sua extensão. Utilizada para pinçamentos transversais em tecidos ou pinçamento pela ponta para a tração de aponeuroses e tecido fibroso. 3. Materiais cirúrgicos de síntese: são destinados a realizar as manobras necessárias para a união de tecidos ou estruturas orgânicas ou reconstituição anatômica e/ou funcional (porta-agulha, agulhas e fios de sutura). - Porta agulha 4. Materiais cirúrgicos auxiliares: o instrumental auxiliar não interfere diretamente na ação, apenas criacondições propícias para a atuação de outros instrumentos. 4.1 - Instrumental de preensão: destinados a segurar ou apreender tecidos e panos de campo cirúrgico. a. Pinças de dissecção: São divididas em pinça dente-de-rato e pinça anatômica. A pinça dente-de-rato deve ser aplicada somente na confecção de pontos de sutura na pele ou em outros materiais como borrachas, etc. A pinça anatômica é utilizada para tecidos ou estruturas orgânicas mais delicadas. b. Pinça de preensão traumática Allis: maior poder de preensão por denteamento fino, que não se tocam nas superfícies de contato. c. Pinças de campo: possuem pontas traumáticas agudas (pinça de campo Jones), para fixar os panos de campo à pele, prender os campos entre si ou fixar objetos nos campos. 4.2. - Instrumental de antissepsia: auxiliam na antissepsia do paciente antes do procedimento cirúrgico, evitando contaminação. 4.3 - Instrumental de exposição: para afastar tecidos seccionados ou separados, expondo planos anatômicos ou órgãos subjacentes. 4.4. - Instrumentos especiais: desenvolvidos para manobras específicas em certos órgãos ou tecidos. FIOS de SUTURA Objetivo: A função da sutura é fazer com que os bordos dos tecidos se aprox imem para que haja cicatrização. Chamamos essa aproximação de síntese. → A sutura precisa ter uma força maior de tensão no início e conforme o tempo acontece a reconstrução do tecido e a tensão da sutura diminui. → A maioria das Informações que precisamos estão nas caixas. Quanto mais 0’s mais fino é o fio. Ex.: 4.0 mais fino que 3.0. Maior 7.0 Menor 14.0 ◦ Como se escolhe o tipo do fio? De acordo com: • Tamanho da Incisão • Tipo de Tecido Tempo de cicatrização do tecido Situação da ferida • Depende da qualidade de cicatrização que vc quer e da tensão nos bordos da ferida que vc tem. Ex. situação de ferida: Dois fios: um que é absorvido por fagocitose e outro por hidrólise, se colocar o fio absorvível por fagocitose numa ferida muito inflamada, o tempo de absorção será menor que o previsto, por conta da ação celular em cima do fio. Quanto maior a tensão, maior é o fio. O fio sempre será um corpo estranho, quanto maior ele for, maior a reação inflamatória. Quanto mais grosso o fio, maior reação, menor qualidade da cicatriz (mais grosseira) e maior tempo de cicatrização. Tecido que cicatriza de maneira lenta: Osso e cartilagem não podem ter um fio de curto período de absorção. Conforme o fio fica lá dentro, o nó que vc deu e a tensão que havia no início tende a afrouxar, o tecido tbm perde a tensão. ◦ Classificação dos fios de acordo com: • Características de absorção (Absorvível e não absorvível) • Material (origem) (Natural e sintético) • Número de filamentos (Mono ou multifilamentares) • Segurança do nó. • Capilaridade (Capacidade de absorver água) • Memória do fio ou facilidade de manipulação. » Natural é mais reativo que sintético. » Sintético é mais inerte que natural. > capilaridade > absorção de água < capilaridade < absorção de água Multifilamentar traz mais resistência porém causa mais reação tecidual. Fio ideal: não reativo aos tecidos, de fácil manipulação, monofilamentar, resistente, seguro no nó, se absorvível ser do modo previsível e acima de tudo econômico. *Fio de nylon é o mais inerte. Sutura Macro: Quanto menos fio for colocado, haverá mais tensão e bordos mais afastados. Sutura Minimalista: Mais fio < tensão porém > reação. Não existe um padrão. Pontos devem ser mais afastados ou mais próximos de acordo com a necessidade dos tecidos. Dosagem de força no nó pra não causar isquemia e também não deixar frouxo. Fios absorvível natural ◦ Fio Catgut ⁃ Fio natural ⁃ Originalmente da submucosa de intestino de bovinos e ovinos. ⁃ Absorvível por fagocitose ⁃ Reação tecidual bem acentuada por ser natural = mais reativo. ⁃ Não é recomendado para tecidos inflamados. ⁃ Multifilamentado ⁃ Capilaridade alta ⁃ Não é indicado para suturas intestinais (contaminadas). ⁃ Fácil manipulação ⁃ Boa segurança do nó quando seco, baixa quando úmido. ⁃ Raríssimas indicações por conta da sua reatividade, a não ser que seja importante a reação para cicatrização do tecido. ⁃ Barato. ⁃ Catgut simples é absorvido em 1 semana. ⁃ Catgut cromado (tratado com ac crômico) é absorvido em 60 dias, porém perde mais da metade da tensão nos primeiros 30 dias. ◦ Fio vicryl Poligalactin 910 ⁃ Sintético ⁃ Absorvível por hidrólise ⁃ Multifilamentado trançado ⁃ Boa resistência ⁃ Pouco reativo por ser sintético ⁃ Fácil manipulação ⁃ Reação tissular mínima ⁃ Nó não muito confiável dependendo de como é feito. ⁃ Absorvido de 60 à 90 dias. ⁃ Menor capilaridade em relação ao catgut. ◦ Ac. Poliglicólico ⁃ Muito parecido com o vicryl ⁃ Melhor segurança do nó em relação ao vicryl, porém perde a tensão um pouco mais rápido. ⁃ Não utilizar na bexiga pq a urina diminui o tempo de absorção. ◦ Dexon ⁃ Sintético absorvível ⁃ Único monofilamentado ⁃ Restante muito parecido com os outros sintéticos absorvíveis Não absorvíveis naturais ◦ Seda e algodão ⁃ Natural ⁃ Ambos multifilamentados ⁃ Baratos ⁃ Fácil manipulação ⁃ Reação tissular aumentada por serem naturais ⁃ Alta capilaridade ⁃ Seda NÃO deve ser utilizado na bexiga pq forma cálculos, tem propriedade calculogênica. ⁃ Resistência menor ⁃ Infecção por proliferação de bactérias numa sutura contaminada. ⁃ Seda é indicada para sutura oftálmica, por ser mais macia. Não absorvíveis sintéticos ◦ Nylon (preto) ⁃ Fio mais inerte, só perde pro fio de aço. ⁃ Barato ⁃ Monofilamentar, mas também existe multi. ⁃ Não tem capilaridade ⁃ Tem muita memória ⁃ Baixa segurança do nó ⁃ Reação tissular mínima ⁃ Indicado para suturas contaminadas ◦ Polipropileno (azul) ⁃ Muito parecido com nylon ⁃ Tem um pouco menos de resistência, porém mais segurança em relação ao nylon. ⁃ Monofilamentado ⁃ Baixa reação tissular ◦ Poliester (verde ou branco) ⁃ Multifilamentar ⁃ Resistente ⁃ Segurança do nó boa ⁃ Reação tissular um pouco maior que os outros sintéticos não absorvíveis. ⁃ Multifilamentar recoberta por silicone ou teflon, o tornando parecido com monofilamentar. ◦ Fio de aço ⁃ Fio mais inerte e resistente que existe ⁃ Pontas machucam muito ⁃ Difícil manipulação por machucar a mão. ⁃ Utilizado em suturas ósseas ⁃ Tecidos que levam muito tempo em cicatrização ⁃ Sem capilaridade ⁃ Não tem nó, é torcido. ⁃ Pode se tornar monofilamentar ou multifilamentar, por ter facilidade de se trançar. Aula 7 - Tipos de fios para sutura Síntese: o objetivo é a aproximação de dois tecidos visando a reparação tecidual/cicatrização. Material para a síntese: agulha, fio, porta-agulhas, pinça de tecidos. A taxa de relativa perda de tensão do fio deve ser compatível com o ganho de tempo da lesão em cicatrização. Ao fazer a aproximação dos tecidos existe uma tensão entre os tecidos e conforme vai ocorrendo a cicatrização, essa tensão diminui por existir uma reparação tecidual. Consequentemente, a tensão na sutura também diminui, assim como no nó (fio). Essa perda de tensão deve ser compatível com a cicatrização, ou seja, o fio deve ficar ali tempo suficiente para ocorrer a cicatrização.Por exemplo, utilizando um fio absorvível: ele não pode ser absorvido antes do tempo de reparação tecidual. Pensando em mucosa e pele, ela se repara rapidamente. Já uma cicatrização óssea é extremamente demorada, necessitando escolher o fio conforme o tempo de cicatrização de cada tecido. USP: United States Pharmacopoeia. A espessura do fio segue essa USP. 14-0 (mais fino) a 7 (mais grosso). O 2.0 = 00 significa que quanto mais fino, mais “zeros” terão. Então se fala que um fio tem 0 (zero zeros) ou 2.0 (dois zeros) e assim em diante até 14.0 (quatorze zeros). E para a direita da reta, o fio será mais grosso, não falando os “zeros”, indo de 1 a 7 por essa farmacopeia. Classificação dos fios ★ Característica de absorção (absorvíveis ou inabsorvíveis) ★ Número de filamentos (monofilamentar ou multifilamentar): um fio único ou vários fios trançados. O mais resistente é o multi, assim como é o mais reativo, preservam por mais tempo a infecção (a infecção dura mais). Já o mono é mais inerte. ★ Capilaridade (alta ou baixa): capacidade de absorver água. Pode ser hidrofílico (retém água) ou hidrofóbico (repele). ★ Origem da fibra (natural ou sintética): todo fio é um corpo estranho, o fato de estar lá irá induzir uma resposta inflamatória mas o fio natural induz uma maior resposta inflamatória. O fio natural pode ser feito de algodão, seda ou de submucosa intestinal. Já o sintético pode ser feito de nylon, polipropilene ou poliéster (são mais caros). ★ Reação tecidual (pouco ou muito reativo) ★ Manipulação (fácil ou com memória (mais difícil): um fio de nylon tem memória, ou seja, se você o enrolar, ele vai se manter enrolado. Ou se você prensar com uma pinça, ele ficará com a marca da pinça, o que pode tornar mais difícil e irritante a sutura. Ou podem ser sem memória, sendo mais fácil a manipulação. ★ Segurança (nó): se forem fios trançados, uma perna enrrosca na outra, ficando mais difícil de soltar o nó. Se o fio for liso (mono), é mais fácil de soltar o nó. Um fio ideal: fácil manipulação, nó seguro, hidrofóbico, pouca reatividade, sintético (e que tenha um bom custo), resistência de multifilamentar com a reatividade de monofilamentar, se for absorvível for absorvível de maneira previsível (saber em quantos dias aproximadamente será absorvido), e ser de fácil esterilização. Esse fio não existe mas todas essas são características boas que seriam ideais. Fio absorvível natural - Fio Catgut: hoje em dia quase não é mais utilizado por sua reação tecidual ★ Origem natural - feito de submucosa intestinal de bovinos ou ovinos ★ Absorvível - sendo uma submucosa é absorvível por fagocitose e degradação enzimática, fazendo com que a absorção seja mais rápida, podendo ocorrer antes do previsto. ★ Multifilamentado ★ Reação tecidual acentuada (colágeno) por ser natural - induz inflamação e fibrose (o que é ruim) ★ Fácil manipulação - mas deve ser cuidadosa (conforme aperta e puxa ele dá uma laceada, cede um pouco) ★ Capilaridade alta ★ Boa segurança do nó quando seco, baixa quando úmido - Não é recomendado para feridas contaminadas, sutura do estômago ou em áreas muito vascularizadas (intestino) por causa da atividade enzimática, onde vai degradar mais rapidamente. - Tem alta variabilidade na força de tensão: de apertar e ele lacear um pouco. ] - Pode vir escrito como “catgut simples” ou “catgut cromado” (tratado com ácido crômico para aumentar o tempo de absorção). O simples é absorvido mais rapidamente (3 a 7 dias). Já o cromado tem 67% da tensão absorvida em 28 dias (conforme o tempo vai diminuindo a tensão), e a absorção completa será em 60 dias. Uso: se quero uma reação cicatricial exacerbada, fibrosa como em uma reconstituição de ligamento que ele vai ficar fibrosado e tem mais resistência. Fios absorvíveis sintéticos ● Polyglactin 910 (Vicryl) ● Ácido poliglicólico P.G.A (Dexon) ● Poligliconato (Maxon) Polyglactin 910 (Vicryl) - Fios absorvíveis sintéticos ★ Multifilamentado trançado ★ Absorvido por hidrólise - Absorvido entre 60 e 90 dias (sem alteração por contaminação ou inflamação na ferida, ele se mantém mesmo que haja essas questões) ★ Fácil manipulação ★ Boa resistência ★ Reação tissular/reatividade mínima (capacidade dele causar reação que nesse caso é mínima) ★ Cuidado com o nó - baixa segurança no nó Entre o Vicryl e o Catgut escolhemos o Vicryl pelo fato de ter baixa reação tecidual e ser absorvido de 60 a 90 dias. Ácido poliglicólico P.G.A (Dexon) - Fios absorvíveis sintéticos Bem parecido com o Vicryl ★ Multifilamentado trançado ★ Absorvido por hidrólise ★ Capilaridade mínima ★ Boa segurança no nó - vantagem sobre o Vicryl ★ Fácil manipulação ★ Tempo de absorção: perde 35% da tensão em 14 dias, e 65% em 21 dias. Absorção total em 60 a 90 dias. O problema dele é que é mais caro que o Vicryl e porque NÃO PODE SER UTILIZADO NA BEXIGA, o contato com a urina acelera o processo de degradação. Poligliconato (Maxon) - Fios absorvíveis sintéticos ★ Monofilamentado - todos anteriores dos absorvíveis eram multi ★ Reação tissular discreta ★ Capilaridade mínima ★ Boa segurança no nó ★ Fácil manipulação ★ Mantém a tensão durante a cicatrização (perde 45% em 21 dias) ★ Absorvido em 180 dias por hidrólise Fios não absorvíveis naturais: ambos fios tem as mesmas funções ● Seda ● Algodão Algodão e Seda - Fios não absorvíveis naturais ★ Baratos - única vantagem ★ Multifilamentado ★ Capilaridade altíssima - hidrofílicos ★ Reação tissular acentuada - cálculogênicos (não pode usar na bexiga porque induzem a formação de cálculo) ★ Boa segurança ★ Potencializa infecções - Contra indicados por conta da capilaridade alta em casos de infecção ou inflamação exacerbada. Uso: cirurgias oftálmicas Fios inabsorvíveis sintéticos ● Nylon - mais utilizado porque é praticamente inerte ao tecido ● Polipropelene (Prolene) ● Poliéster (Mersilene) Nylon - Fios inabsorvíveis sintéticos ★ Monofilamentado ou multi (o que é raro, normalmente encontra o mono) ★ Reação tissular mínima - praticamente inerte ★ Difícil manipulação (memória) ★ Baixa segurança no nó (4 a 5 laçadas) - se não fizer um bom nó ele afrouxa ★ Não tem capilaridade (é praticamente hidrofóbico) - sendo estável em suturas contaminadas Polipropelene (Prolene) - Fios inabsorvíveis sintéticos Muito parecido com o Nylon ★ Monofilamentado ★ Menor resistência que o Nylon ★ Maior segurança no nó que o Nylon - mas é menos resistente comparado ao Nylon e também tem memória então só tem mais segurança no nó. ★ Reação tissular é mínima - inerte ★ Resistente à contaminação ★ Isento de capilaridade (hidrofóbico) Poliéster (Mersilene) - Fios inabsorvíveis sintéticos ★ Multifilamentado recoberto torcido - os fios trançados tem uma capacidade de infecção e reatividade maior e ao cobrir ele tem a resistência de um multi com a característica externa de um mono, tornando o poliéster recoberto interessante (recoberto com teflon ou silicone). O problema disso é ocusto que é mais alto. ★ Tratado com Teflon, silicone ou outros produtos para reduzir a lesão tecidual / reatividade ★ Tratamento de recobrir reduz a segurança no nó mas tem boa segurança no nó ★ Boa resistência ★ Reação tissular significativa ★ Não recomendado em áreas contaminadas - por ser trançado, mesmo sendo recoberto. ★ Hidrofóbico ★ Fácil manipulação Considerações ★ Resistência do fio ○ > calibre do fio > maior resistência ele tem. Porém, também tem maior reação ○ > calibre > reação tecidual > tempo de cicatrização ★ Número de suturas ○ + suturas - tensão, porém, maior a reação. ○ + distantes - aposição (cicatrização insatisfatória) ★ Nó ○ + tensão + isquemia. Cuidado para não colocar força no nó porque quanto mais força colocar, mais isquemia irá causar. Quanto mais fio (mais suturas e nós), maior reação tissular vai ter. Fio de Aço - Tem o mesmo diâmetro que os outros ★ Mono ou multifilamentar (pode o cirurgião mesmo trançar e criar um multi de um mono) ★ Não é absorvível ★ Fácil manipulação mas as pontas acabam machucando os tecidos e as mãos de quem está utilizando ★ Reação tissular baixa - inerte ★ Mantém a tensão por tempo prolongado - indicado nas reparações ósseas Fica ao critério do cirurgião se usa fio absorvível ou não absorvível. O professor disse que prefere fio não absorvível porque fica mais tempo e dá mais tempo para o tecido cicatrizar. O problema é que se tiver uma contaminação e causar uma infecção em volta do fio, terá que tirar de lá porque ele nunca será absorvido. Aula 7.1 - Prática sobre Padrões de Sutura e Nós A imagem das partes dos nós ele não falou cada parte, só disse que existe o nó verdadeiro (como na imagem), o nó de cirurgião (com um nó duplo + um nó simples) e o nó de cirurgião reforçado (dois nós duplos mais dois ou três nós simples). Na pasta da matéria no mega existem dois vídeos, um do professor fazendo no nó de cirurgião reforçado numa corda e outro já suturando a língua e mostrando como faz o nó de cirurgião reforçado com nó duplo + dois nós simples com o porta-agulha. Cirurgias abdominais - Laparotomia A laparotomia é uma manobra cirúrgica que envolve uma incisão através da parede abdominal (flanco) para aceder à cavidade abdominal. Sufixo Tomia 🡪 abertura São incisadas, respectivamente: 1. Pele e subcutâneo 2. Musc. obliquo abdominal externo 3. Musc. obliquo abdominal interno 4. Musc. transverso 5. Peritônio *A incisão de pele do jeito certo é fazer paralela à costela (sentido transversal). Para incisar os músculos existe um problema, pois suas fibras não correm na mesma direção, e o ideal seria fazer uma incisão no sentido das fibras. O certo não é cortar o músculo e sim divulsionar (separar suas fibras musculares), portanto, nesse acesso, você teria que fazer em cada músculo uma incisão em sentido diferente, e quando você vai afastando todos esses tecidos a incisão fica cada vez menor. Então, o acesso pelo flanco acaba sendo muito mais restrito. É utilizado somente quando você sabe exatamente para onde ir, pois ele não permite uma exploração da cavidade. - Celiotomia Na celiotomia a incisão é feita sobre a linha média. Envolve 3 planos, os quais são: 1. Pele e subcutâneo 2. Musc (linha alba) 3. Peritônio Regiões abdominais - Região Epigástrica: cranial ao estômago; - Região Mesogástrica: adjacente ao estômago; - Região Hipogástrica: caudal ao estômago. Referência pela cicatriz umbilical Porque usamos como referência a cicatriz umbilical? A parede abdominal protege os órgãos abdominais, onde tem pontos de maior resistência e pontos de menor resistência. O ponto menos espesso é a linha alba, dentro dessa linha, um ponto de fragilidade é a cicatriz umbilical. Portanto, se eu começar incisando a cicatriz umbilical, eu posso adentrar a cavidade com mais segurança (menor risco de perfurar algum órgão). - Pré-umbilical: da cicatriz umbilical em direção cranial. Ex: acessar o estômago. - Retro-umbilical: da cicatriz em direção caudal. Ex: acessar instestino. - Pré-retro-umbilical: da cicatriz em direção cranial ou o contrário. - Pré-púbica: Ex: acessar bexiga (está na região púbica). *Há uma diferença entre pequenos e grandes animais. A cicatriz do cachorro é mais cranial que a cicatriz do equino. As laparotomias nos equinos são praticamente todas pré -umbilicais, somente para acessar bexiga que se faz retro-umbilical. Conceitos - Sufixo Rafia: fechamento. Ex: laparorafia. - Sufixo Tomia: abertura. Ex: enterotomia. - Sufixo Ctomia: retirada. Ex: enterectomia, esplenectomia. - Sufixo Anastomose: união. Ex: enteroanastomose. - Sufixo Stomia: abrir o órgão para o meio externo. Ex: esofagostomia, traqueostomia. - Sufixo Centese: punção de conteúdo de cavidades. Ex: cistocentese. - Sufixo Pexia: fixar. - Sufixo Scopia: olhar. Ex: endoscopia (olhar dentro) através do endoscópio. Medicações pré-anestésicas Medicação Pré-anestésica - Promove sedação, analgesia e relaxamento muscular. Também é utilizada para potencializar a ação dos anestésicos. Ideal é aplicar com o animal no colo do proprietário. Objetivos: ● Promover sedação, analgesia e relaxamento muscular; ● Potencializar a ação dos anestésicos: utilizamos mpa para diminuir a dose do anestésico geral. Se fizer uma cirurgia sem nenhuma mpa, só na indução vai ter que usar muito mais propofol do que quando um animal está bem sedado. ● Coibir o 2º estágio da anestesia; ● Promover indução e recuperação suaves: a intenção é que esse animal seja anestesiado de uma maneira suave e acorde suave. ● Diminui secreções das vias aéreas (salivação): isso é um pouco controverso, na maioria dos anestésicos o animal tem muita náusea e salivação. ● Diminui reflexos autonômicos ● Suprimir ou prevenir o vômito e a regurgitação: é legal que um animal antes do procedimento cirúrgico vomite? Não. Se ele vomitar quando ele já estiver sedado, ele tem chance de aspirar. Além disso, boca fica toda suja de vômito, e quando colocar a sonda vai levar toda a sujeira pra dentro da traquéia. Requisitos para o anestesista ● Conhecer as características de cada fármaco: se vc aplicar um fármaco que dura uma hora e vai induzir depois de duas horas, não vai adiantar. ● Efeitos no sistema (card/resp/renal): é importante muitas vezes saber se vc precisa do fígado para metabolizar aquele medicamento, e se o paciente for hepatopata, vc não pode usar aquele medicamento. ● Latência: tem que saber quanto tempo ele demora pra fazer efeito, se demora 15 min pra fazer efeito, vc não pode induzir o animal depois de 5 min, tem que esperar ter o efeito. ● Duração de ação Escolha ➢ Estado geral do paciente ➢ Grau de sedação e analgesia desejados: dependendo do grau de dor vc vai usar um fármaco adequado. ➢ Tipo de procedimento cirúrgico: é rápido, longo, é doloroso? Se o animal vai tirar um tumor de pele, o cirurgião vai cortar a pele e dar dois pontos, se vc pesar muito na mpa, esse animal vai ficar 5 minutos em cirurgia e vai demorar muito pra acordar, então tem que pensar conforme o procedimento cirúrgico. ➢ Fármacos e equipamentos disponíveis: não adianta eu querer usar acepromazina e não ter acepromazina, tenho que ver o que tem disponível e o que eu sei utilizar. Tudo isso faz parte do Planejamento anestésico!!Agentes: - Anticolinérgicos: atropina, escopolamina (buscopam), glicopirrolato. Não são uma mpa propriamente dita, hoje se utiliza em situações bem específicas. - Fenotiazínicos: acepromazina, clorpromazina, Prometazina (fenergam – antialérgico e sedação) - Butirofenonas: Azaperone (bem específica – suíno) - Agonistas de receptores α2: dexmedetomidina, detomidina, xilazina. Tem outros, mas esses são os mais utilizados. - Benzodiazepínicos: midazolam (muito utilizado em humanos, droga da verdade), diazepam. Também faz parte da classe do rivoltril. - Opióides: morfina, meperidina, metadona, butorfanol – Tramadol. Anticolinérgico – Atropina e Escopolamina (buscopam). Em cão e gato, a gente utiliza a escopolamina pra fazer a via do buscopam (animal com gastroenterite, dor abdominal). Na anestesio (cão, gato, e a maioria das espécies) a gente utiliza a atropina. Em equino não pode usar atropina, então usa escopolamina. → Mecanismo de ação: é um antagonista competitivo dos receptores colinérgicos muscarínicos. Ou seja, é um antagonista competitivo da acetilcolina (parassimpático). Como ele é antagonista da acetilcolina, ele tem uma ação vagolítica (quebra vago e bloqueia os efeitos do nervo vago). Então a gente tem aqui o receptor muscarínico, era pra acetilcolina se ligar aqui, vem lá a atropina e a escopolamina e não deixa a acetilcolina se ligar. https://toxcen.es.gov.br/Media/toxcen/Aulas/2_Sindr omes_Toxicas.pdf Atropina - Efeitos É o contrario do que o que a acetilcolina faria. A acetilcolina aumento o fluxo e as secreções lacrimais, a atropina diminui. A acetilcolina faz miose, e a atropina faz midríase. A acetilcolina contrai, e a atropina dilata os brônquios. Quando a gente fala em motilidade, a acetilcolina aumenta e a atropina reduz. Não se utiliza atropina em cavalo pra não reduzir a motilidade. E o efeito maravilhoso: atropina aumenta frequência cardíaca e a acetilcolina reduz, então a gente utiliza a atropina para aumentar a frequência. A atropina é utilizada na mpa quando se utiliza um fármaco que reduz a frequência, e aí a atropina vai balancear. Atropina - Indicações ● Ritmos bradicárdicos (trans-operatório ou preventiva), BAV (bloqueio átrio-ventricular, é um tipo de arritmia e tem vários graus) ● Diminuir secreções (?): vale a pena utilizar só pra isso? *exemplo: poodle de 3 kgs, saudável , para tratamento periodontal. Quando vc espera que seja a FC dele? 120 – 140 (animais menores tem FC maior). A residente fez mpa com acepromazina e metadona, e depois induziu, a hora que colocou no monitor, o animal tava com 40 – 45 de FC. Acordou o animal, cancelou o procedimento e mandou pro cardio. Quando recebeu o eletro, esse poodle tinha uma frequência baixa e tinha parada sinusal (de vez em quando o coração dá uma parada, mas era normal). Por isso é importante pedir o eletro, porque num caso desse tem drogas importantíssimas que eu não posso usar. Se o animal já tem parada, se eu usar um fármaco que reduz a FC, ele vai ter parada na cirurgia? Sim. O animal voltou e estava com 80 de frequência, qual fármaco usar? Meperidina não mexe na frequência e também não precisa de acepromazina, o paciente é bonzinho, deixa mexer, então fez só isso. Deu 15 min, foi pegar pra induzir, e colocou o eletro com ele acordado na mesa. A frequência estava muito baixa, eu fico confortável de anestesiar assim? Não, então eu queria que a FC dele não aumentasse de uma vez e se mantesse durante um bom tempo, então eu fiz atropina IM, e fez o procedimento sem problemas. A FC dele ficou em torno de 80 – 110. Nesse caso eu fiz preventivo, mas eu sabia que era um animal que poderia ter problemas. Atropina – Efeitos Adversos - Midríase (lesão de retina) - Taquicardia: tem que tomar cuidado com animal com ICC (insuficiência cardíaca congestiva), e pode promover taquiarritmia (arritmia com FC alta). Cuidado com os cardiopatas porque às vezes a gente precisa aumentar a FC, aí faz atropina e vai de 60 para 120. Aí quando aumenta muito, se o coração bate muito rápido não dá tempo de ele encher, e o débito cai e a pressão cai. Eu tenho que saber o quanto de frequência eu posso aumentar. Se o animal já tiver uma predisposição eu posso promover uma arritmia nele. Então a atropina não se usa atoa, só usa quando julgar necessário. - Obstrução de vias aéreas: pois as secreções ficam mais espessas. - Diminui motilidade de TGI – (Equinos não utiliza). Atropina - Doses e Vias de Administração ● Cão e gato: 0,02/0,04 mg/kg. Escolheu a dose, só usa aquela dose. No início ela vai diminuir a frequência, e depois vai aumentar, então se a FC tá caindo, não se desespere e puxe mais uma dose, tem que esperar aumentar. ● Tem que esperar 5 minutos pra ter efeito ● Suíno: 0,06-0,08 mg/kg ● Pequenos ruminantes: 0,7 mg/kg ● IV/IM/SC: se for emergência é IV ● 70% coelhos tem presença da atropinase (quebra atropina, não vai ter efeito). ● Felinos e ratos degradação mais rápida que cães. ● Latência IV: 1min, 5 min (efeito máximo) – Provoca elevação de 30-40% FC por 30 min. ● Escopolamina: 0,01 – 0,02 mg-kg (equinos) - antiespasmódico *Não precisa decorar as doses, vai ter uma tabela na prova!! Tranquilizantes - Fenotiazinicos e Butirofenonas ● Possuem ação a nível subcortical; ● Não levam a perda de consciência; ● Mecanismo de ação: bloqueio dos receptores de dopamina pré e pós sinápticos (por isso eles tranquilizam); Fenotiazínicos - Acepromazina: melhor tranquilizante, porém é mais hipotensor. - Clorpromazina: melhor antiemético. - Levomepromazina: melhor anti-histamínico - Prometazina – Anti-histamínico Fenotiazínicos - Prometazina ➢ Mecanismo de ação: - Central: Bloqueio dos receptores de dopamina, histamina e serotonina - Periférico: bloqueios α1- adrenérgico (pode causar hipotensão e vasodilatação) Também usa em uma reação alérgica durante o trans-anestésico. Fenotiazínicos – Acepromazina Vantagens ● Poder de tranquilização ●Tem uma ação antiemética leve, por ser parte dos fenotiazínicos (bloqueia 50% êmese causada pela morfina) ● Efeito anti-histamínico (pois é parente da prometazina), isso é legal para os animais super alérgicos. ● Reduz dose agentes anestésicos ● Latência: IV 2 a 3 min, de maneira bem lenta (é bom o animal estar monitorado, pois ele faz uma hipotensão bem evidente)/ 5 a 10 min IM ● Duração de ação: 2 a 3 horas Desvantagens ● Vasodilatação periférica: por isso causa hipotensão. ● Hipotermia: por conta da vasodilatação o animal perde mais calor, então a temperatura baixa, o animal precisa estar com uma coberta. ● Reduz limiar convulsivo: a chance de o animal convulsionar é maior, porém a gente não deixa de usar em animal epiléptico, mas deve observar. ● Paralisia peniana: os equinos podem perder o pênis. ● Reduz ação de vasopressores: a noradrenalina é um vasopressor, se o animal tá hipotenso por vasodilatação, a ação da noradrenalina é fazer vasoconstrição pra aumentar a pressão, e ela age nos mesmos receptores que a acepromazina age, só que o acepram faz vasodilatação. Ela não vai anular o efeito do vasopressor, mas vai reduzir, então não é bom usar em animais desidratados. ● Esplenomegalia: NÃO pode usar quando vai fazer esplenectomia (com certeza ela vai pedir isso na prova), pois ela faz sequestro de hemácia e aumenta o tamanho do baço. Além disso, vai reduzir o hematócrito. Não é bom usar pra tranquilizar pra coletar sangue, pois vai dar alteração no hematócrito. ● Não deve utilizar em animais anêmicos ● Braquicefálicos: são mais sensíveis a acepromazina, então usa uma dose bem menor. (pode cair na prova também). Fenotiazínicos – Acepromazina Doses - Cães: 0,02- 0,05 mg/kg - Gatos: 0,05 – 0,1 mg/kg, eles são mais resistentes. - Equinos: 0,03-0,05mg/kg - Ruminantes: 0,03-0,05 mg/kg - Não ultrapassar 3 mg totais - IV/IM/SC *Ela faz protusão da terceira pálpebra. Tranquilizantes – Butirofenonas ● Eles tem poucos efeitos cardiovasculares e respiratórios, e são potentes antieméticos. ● Neuroleptoanalgesia: tranquilizante + analgésico (assim como a acepromazina) ● Pouco utilizadas - Azaperone: melhor tranquilizantes para suínos Dose 1 a 4 mg/kg IM - Droperidol Dose: IV ou IM Cães e gatos 0,1 a 0,4 mg/kg – 2 a 5 horas Sedativos - Alfa 2-agonistas Bastante utilizados - Xilazina: utiliza muito em equino. Nos cães e gatos ela vem sendo substituída pela dexmedetomidina. - Detomidina: só em equino. - Romifidina - Dexmedetomidina - Medetomidina Alfa 2-agonistas ● Rápida absorção ● Metabolização hepática: tomar cuidado com hepatopata ● Excreção renal ● Mecanismo de ação: estimulam os receptores alfa-adrenérgicos. O problema deles é que eles não conseguem estimular só os receptores alfa 2 (que é o que a gente quer, faz receptação de NA, promovendo sedação). Eles estimulam também o alfa 1 (faz vasoconstrição) ● Diminuição de liberação de noradrenalina ● Diminuição da atividade simpática ● Diminuição de catecolaminas e outros hormônios de estresse *A xilazina é 160 vezes mais específica para alfa 2, quando a gente compara com a dexmedetomidina, é 1600 vezes, então ela é mais segura, por isso tá substituindo para cães e gatos. Alfa 2-agonistas - Efeitos ● Sedação: eles ficam com a cabeça baixa. ● Relaxamento muscular ● Analgesia Visceral Discreta: não dá pra fazer uma cirurgia só com um alfa 2 agonista ● Ataxia ● Hiperglicemia: porque o alfa 2 agonista pode interferir na liberação de insulina. Diabético pode tomar? Pode, pois o diabético já não libera insulina, ele toma de fora. ● Redução da motilidade intestinal: tem uma redução, mas não igual da atropina. ● Prolapso peniano ● Ptose palpebral ● Efeitos Simpatolíticos: ao contrário da atropina ● Bradicardia ● BAVs: bloqueio átrio-ventricular ● Inotropismo negativo: diminui força de contração ● Hipertensão arterial transitória: inicialmente causa hipertensão ● Hipotensão arterial: depois de causar hipertensão, ocorre hipotensão. Por isso, esse fármaco só pode ser utilizado em animais saudáveis. ● Depressão respiratória ● Salivação ● Êmese ● Débito Cardíaco: redução 20-30% *Antes acreditava-se que se usasse xilazina e atropina ao mesmo tempo, seria bom pois um reverteria o efeito do outro e equilibraria. Ou seja, o efeito de bradicardia da xilazina seria revertido pelo efeito de taquicardia da atropina. Porém, esses efeitos atuam de forma diferente. A xilazina faz bradicardia pq ela faz vasoconstrição, a pressão aumenta, e aí para normalizar o coração diminui sua frequência de contração. Se vc faz uma atropina pra aumentar a frequência, vc tá estragando o que o coração tá querendo normalizar, a pressão vai aumentar mais ainda. Bloqueio átrio-ventricular Eletro: Num eletro normal, vc tem a onda P, complexo Q R S, e uma onda T. Tem a onda P, QRS, T. P, QRS, T. P, QRS, T. E assim continua. No bloqueio átrio-ventricular de primeiro grau, aumenta a distancia entre P e complexo QRS. Já no de segundo grau, tem P, sem ter QRS. Se eu tiver isso uma vez, ok, mas se tiver várias aí o coração não está sendo eficiente. Aí nesse caso usa atropina pra tratar. Em animal que já tem BAV, eu posso usar alfa-2 agonista? NÃO! Alfa 2-agonistas Xilazina ● Mais empregado no Brasil ● Efeito sedativo mais prolongado do que o analgésico: tomar cuidado, muitas vezes o paciente tá sedado, mas o pouco efeito analgésico que ela tem, já passou, tem que fazer analgesia. ● Dose 0,2 a 1mg/kg Cão/Gato/Cavalo ● 0,03 – 0,1 mg/kg Ruminantes são extremamente sensíveis Detomidina Só empregado em equinos. Cavalo geralmente só usa alfa 2 agonista, no máximo usa uma acepromazina pra pegar veia se o animal estiver muito bravo e depois faz alfa 2 agonista. E aí vc escolhe se vai usar xila ou deto. Exemplo: na recuperação seda o cavalo pra ele não levantar, escolhe a xila, porque vc não quer uma sedação muito potente. ● Mais potente sedativo e analgésico ● Menor ataxia ● Dose: 5 a 20 mcg/kg IV, 10 a 40 mcg/kg IM Xilazina - Latência: IV (imediata) IM (3 a 5 min) - Duração da ação: 30 a 40 min Detomidina - Latência: IV (imediata) IM (3 a 5 min) - Duração de ação: 45 a 90 min *Efeito dose-dependente: quanto maior a dose, maior o efeito. Alfa 2-agonistas - Antagonistas Ioimbina ● Reversor mais empregado no Brasil ● Melhor efeito sobre a xilazina ● Excitação e mioclonia ● Taquicardia Atipamazole ● Melhor efeito sobre os outros α2-agonistas (puro) ● Menos efeitos colaterais ● Efeito imediato, só demora o efeito de absorção (IM 5 a 10 min) Benzodiazepínicos - Diazepam - Midazolam - Zolazepam: vem sempre associado a tiletamina, que é um parente da ketamina. Vc não consegue ele sozinho. Então ele é utilizado como mpa e para contenção química Benzodiazepínicos - Efeitos ● Efeito sedativo ● Hipnótico ● Anticonvulsivante (curta duração): quando chega um animal convulsionando, qual a primeira coisa que se faz? Diazepam e depois continua a terapia com fenobarbital, porque senão ele vai convulsionar de novo. ● Amnésia retrógrada ● Miorrelaxante ● Alta ligação às proteínas plasmáticas: quando ele tá ligado às proteínas ele não faz efeito, só faz efeito livre. Se ele tem alta ligação às proteínas plasmáticas, quando ele entra no organismo a primeira coisa que ele faz é se ligar as proteínas. Com isso, tem pouca forma livre pra atuar. Se o animal tá com hipoproteinemia, o benzodiazepínico vai atuar muito mais, então tem que reduzir a dose. ● Pode causar excitação paradoxal: em cães e gato é demais. Mas não usa benzodiazepínico sozinho como mpa, e não se faz midazolam com meperidina, porque a chance de excitar é grande. Só utiliza em animal que tá muito mal, ou faz só analgésico com mpa e usa midazolam na indução, e faz uma dose baixa de propofol pra evitar excitação. ● Sofre biotrasformação pelo citocromo P450: em gatos é problema pra metabolizar. Benzodiazepínicos – Efeitos SCV ● Hipotensão: bem mais leve ●Diazepam + ● Midazolam ++ ● Ritmo e FC: não mexe ● Débito cardíaco: estável Benzodiazepínicos – Efeitos Respiratório ● Diminui o volume corrente: o volume de ar que é inspirado ou expirado pelo paciente. Mas não é uma depressão muito absurda. ● Principalmente IV – Apnéia: tem que ficar tudo pronto pra entubar. ● VC: volume de ar inspirado ou expirado em cada respiração normal. Uso em Anestesia: Indução da anestesia, pois reduz dose do anestésico, principalmente quando associados com: cetamina, propofol, etomidado (anestésico geral, mas ele tem uma estabilidade cardiovascular muito boa. Em paciente super cardiopata, pra induzir deve preferir o etomidado, porém ele sempre tem que ser associado a um benzodiazepínico porque senão ele dá rigidez). Benzodiazepínicos – Mecanismo de ação ● Facilitação da transmissão GABAérgica: o GABA é um neurotransmissor que é inibitório do sistema nervoso central. Então se vc tem algo que facilite essa inibição, vc tem sedação. Ele age exatamente nesse neurotransmissor. ● Mecanismos inibitório dos sistemas adrenérgicos e noradrenérgicos de alerta e vigília ● Produz sono semelhante ao fisiológico: quem toma rivotril percebe isso, mas não é um sono que dá um descanso igual ao sono fisiológico. ● GABA (ácido gama-aminobutírico): NT inibitório do SNC Benzodiazepínicos - Diazepam ● Dose: 0,1 - 1 mg/kg IV (ele é oleoso, se der IM dói demais) ● Equinos: 0,05 mg/kg são muito sensíveis ● É metabolizado em desmetildiazepam e nordiazepam (mais ativos),meia vida de eliminação: 3,6 horas cão ● 21 horas gato (tem que tomar cuidado) ● A eliminação é feita através da conjugação com o ácido glicurônico pela urina, por isso que dá problema para gato. Benzodiazepínicos – Midazolam ● Dose: 0,2-0,5 mg/kg IV, IM ● Meia vida mais curta ● Causa maior hipnose ● Pode causar hipotensão em doses elevadas Benzodiazepínicos - Antagonista Flumazenil: difícil encontrar, somente em zoológico, pois usa muito em silvestres. ● Dose: 0,05 mg/kg IV ● Período Hábil 60 min Opióides - Morfina - Metadona - Tramadol? (não se sabe até quando vai pertencer a essa classe, pois ele tem outra via de ação). - Meperidina - Butorfanol - Fentanil - Codeína ● Civilizações antigas descobriram o ópio da papoula ● Acreditava–se que promoviam excitação ● Qualquer espécie animal pode receber opióide ● Amplamente utilizados na MV: primeiro pq eles são bons sedativos e segundo pq são Analgésicos potentes ● Baixo custo ● Vários agentes disponíveis Opióides potentes: morfina, metadona, fentanil Opióides fracos: tramadol, codeína, butorfanol ➢ Mecanismo de ação: Ligam-se de forma reversível a receptores específicos no SNC e medula espinhal. Quando ele se liga nesses receptores, eles interferem na nocicepção (mecanismo de reconhecimento da dor), e na liberação de serotonina. Classificação dos Opióides Conforme eles agem nos receptores, eles podem ser classificados em: - Agonistas: morfina, metadona, meperidina, tramadol, codeína, fentanil, remifentanil; - Agonistas parciais: buprenorfina; - Agonistas-Antagonistas (em alguns receptores ele é agonista e em outros ele é antagonista) : butorfanol e nalbufina; - Antagonistas (reverte todos os efeitos dos opiódes, utilizados em caso de overdose): naloxona. Receptores: mi, kappa, e delta, existe o sigma também, mas esses são os mais importantes. O receptor mi é o único que tem analgesia supra-espinhal. Os outros tem analgesia espinhal. Com isso, o poder analgésico do mi é bem importante. Além disso, ele causa depressão respiratória, euforia e dependência física. Agonista desse receptor: codeína, metidina, tramadol, morfina, metadona, fentanil. Antagonista: boturfanol e nalbufina. Se usa o butorfanol(agonista kappa – analgesia espinhal, miose, sedação e disforia, ou seja, é um bom sedativo) pra coleta de sangue, principalmente gatos porque ele seda bem, porém ele é antagonista mi então se eu fizer de mpa pra conter um gato que vai fazer osteossintese, eu posso fazer butorfanol? Não, porque nenhum opióide vai agir no receptor mi. Só faz butorfanol quando o procedimento não será doloroso. E pra coleta de sangue é bom porque não faz hipotensão. Agora, se fizer acepromazina pra coleta de sangue, vai ter hipotensão e anemia. Delta: analgesia espinhal, depressão respiratória, redução de motilidade (quando usa opióide em equino, tem que monitorar a motilidade): morfina, meperidina, fentanil, metadona. Opióides – Efeitos Adversos ● Depressão respiratória ● Excitação, euforia, disforia: principalmente equino e gato ● Sedação; ● Bradicardia (estímulo vagal): principalmente fentanil e metadona, ● Hipotensão (histamina): somente quando promove liberação de histamina, principalmente meperidina e morfina. ● Ofegante (centro termorregulador); ● Náusea, salivação e defecação seguida de constipação. Morfina causa vômito, então não usamos como mpa. Opióides - Morfina ● Dose: 0,1 – 1 mg/kg – sempre IV, em dose baixa, lento e muito diluído porque libera histamina. ● Epidural : 0,1 mg/kg (12-24 horas), retenção urinária ● Latência: 5-10 min IM. 30 seg IV ● Pico de ação: 5 min IV ● Duração: 2 a 6 horas – muito mais perto de 2 horas ● Estabilidade SCV (cardio-vascular) por isso é preferida em cirurgias cardíacas. ● Boa analgesia ● Vômito ● Liberação de histamina (cuidado com mastocitoma) ● Reduz motilidade GI Opióides - Meperidina ● Dose: 1-4 mg/kg geralmente usa 3, 4. ● Latência: 5-10 min IM (não pode aplicar IV pq libera muita histamina) e totalmente contra- indicada em mastocitoma. ● Duração: 1-2 horas ● Liberação de histamina – não aplicar IV, mastocitoma, pacientes com risco de anafilaxia (pacientes que tem muita coceira). ● Analgésico fraco, porém tem boa sedação. Opióides – Metadona É uma maravilha, seda muito bem. Porém tem efeito de depressão do sistema cardio-vascular, tem que tomar cuidado, principalmente quando associa com acepromazina. Quando tá com paciente no ventilador,se faz metadona é uma tristeza, porque quando sai da cirurgia, tem que tirar do ventilador, e pra tirar o animal do ventilador ele tem que começar a respirar sozinho, aí se faz metadona no pós cirúrgico, ele seda e demora muito pra acordar, então vai demorar muito pra tirar do ventilador. ● Dose: 0,1-0,5 mg/kg ● Latência: 5-10 min IM, 15-30 seg IV ● Pico de ação: 5 min IV, 10 min IM ● Duração: até 6 horas ● Boa sedação ● Efeito antagonista NMDA: receptor que só tá disponível quando o animal tem dor. E vc precisa ter ação nesse receptor pra poder fazer uma analgesia multimodal. A metadona é único que tem ação nesse receptor. Ketamina também tem ação. ● Depressão SCV Opióides - Tramadol ● Dose: 2-5... mg/kg quando faz via oral faz muito mais. ● Latência: 5-10 min IM, precaução IV (nunca passo pela dose de 3 IV, se precisar fazer 4 faz IM) ● Duração de ação: 8 horas ● Analgésico de efeito moderado ● Atua também inibindo a receptação de NA e serotonina *A dipirona é um auxiliar incrível para dor quando associado ao tramal. O tramal precisa de uma dose maior quando não está associado a dipirona pra ter o mesmo efeito. Lá fora é proibido usar dipirona pois existem relatos de que causa aplasia de medula. Aqui, nós evitamos quando o animal tem anemia. Quando o animal usa dipirona pra dor crônica, tem que realizar hemograma de tempos em tempos para ver se não tá causando anemia. *Quando mais dor o animal tem, menos efeitos colaterais o opióide vai ter. Então eu não posso dar opióide para um animal sem dor, pois vai ter mais efeitos colaterais, por causa da disponibilidade de receptores. Opióides – Fentanil Uso mais pra analgésico trans operatório. ● Dose: 2 – 5 mcg/kg ● IV: lento ● Latência: 30 seg IV ● Pico de ação: 3 minutos (tem que esperar agir) ● Duração: 15-30 min IV, 20-40 min IM (só usa IM de vez em quando): Uso mais como analgésico trans operatório, e como tem duração curta, deixa em infusão contínua. ● Bradicardia ● Boa analgesia ● IM menor depressão CR ● Bom sedativo ● Infusão Contínua: efeito cumulativo (comecei a cirurgia, eu faço bolus pra atingir uma concentração e deixo em infusão contínua pra concentração se manter, e aí como ele tem efeito cumulativo, quando tá no final da cirurgia tem que começar a diminuir a dose na infusão porque tem fentanil acumulado, tem que diminuir a concentração). TRANS-ANESTÉSICO Opióides - Remifentanil ● Sem efeito cumulativo: não faz bolus, coloca em infusão continua e mantem até o final. ● IC: 0,1-0,5 mcg-kg/min ● Bradicardia: bem importante. Quando for fazer, deixe um acesso só pra ele e indicar que não é pra aplicar nada ali, pra ninguém usar essa via pra aplicar outra medicação e empurrar de uma vez toda a dose de remifentanil na veia. Se acontecer isso, o animal pode ter parada. ● Não possui metabolização hepática: bom pra hepatopata. Opióides - Antagonista - Naloxona ● Dose: 0,04 mg/kg ● Antagonista de todos os receptores opiáceos ● Utilizado no tratamento de overdose ● Ausência de efeitos deletérios e analgésico também Casos Clínicos Caso 1 ● Joanina ● Felina, SRD ● 1 ano ● Peso: 2,5 kg ● Temperamento agressivo ● Será submetida a OSH eletiva Protocolo 1: - Dexmedetomidina 7mc/kg- Meperidina 3 mg/kg Só esses dois o animal cai bem, mas se não tivesse dexmedeto, eu faria: Protocolo 2: - Acepromazina 0,05 mg/kg (como vai fazer vários fármacos a dose pode ser baixa) - Meperidina 3 mg/kg - Midazolam 0,2 mg/kg - Ketamina 4 mg/kg Concentrações: - Dexmedetomidina 500 mc/ml - Meperidina 50 mg/ml - Midazolam 5 mg/ml - Ketamina 10% - Acepromazina 0,2% ou 1% (porcentagem significa 0,2 g/ml ou 1 g/ml) CÁLCULO Dose x Peso/Concentração 1 - Dex 7 x 2,5/500 = 0,035 ml Meperidina 3 x 2,5/50 = 0,15 ml 2 - Acepram 0,05 x 2,5/(0,2% x 10)(quando tiver em porcentagem, multiplica o valor por 10) 0,05 x 2,5/2 = 0,06 ml Meperidina 3 x 2,5/ = 0,15 ml Midazolam 0,2 x 2,5/5 = 0,1 ml Ketamina 4 x 2,5/100 = 0,1 ml Caso 2 ● Spike ● M ● Dogue Alemão ● Peso: 50 kg ● 1,5 anos ● Será submetido a anaplastia em pálpebra inferior É um animal bonzinho e não tem muita dor, então poderia utilizar uma dose mais baixa. - Acepram 0,03 mg/kg - Meperidina 3 mg/kg (ou tramadol 3 mg/kg) Cálculo: Acepram 0,03 x 50/2 = 0,75 ml Meperidina 3 x 50/50 = *Na prova vai dar uma tabela de dose de todos os fármacos e vai dar a concentração de cada fármaco, vc vai escolher qual vai usar e fazer os cálculos. Mas não basta chutar qualquer fármaco, tem que justificar pq tá usando ele. Caso 3 ● Sparco ● Macho ● P: 30 kg ● Bulldogue inglês ● Idade: 8 anos ● Comorbidades: IC – Lado direito ● Medicações: Pimobendam, enalapril (essas duas medicações podem causar hipotensão) ● Será submetido a orquiectomia devido hiperplasia prostática Morfina - pode vomitar, não é bom usar nesse caso pois é um buldogue e não pode correr esse risco. Alfa-2 agonistas - diminui FC, e hipotensão – nesse caso não pode usar. Ketamina - (não pode usar sozinho pq faz catalepsia, tem que usar um miorelaxante junto - diazepam) estimula cardiovascular e aumenta FC, só que esse estímulo pode ser bom ou ruim, depende do que o animal tem. Diazepam - até poderia usar se o animal fosse muito bravo. Eu faria apenas Meperidina dose 4 mg/kg, pq tem uma boa sedação, não faz bradicardia e não precisa de uma boa analgesia (é só fazer bloqueio com lidocaína no testículo) . Caso 4 ● Belinha ● SRD, canina ● 20 kg ● Desidratada ● Anorexia ● Leucocitose, uréia e creatinina aumentadas ● Suspeita clínica: piometra Morfina dose 1 mg/kg – essa dose tá muito alta, geralmente eu não passo de 0,5. Eu não usaria por conta do risco de vômito, e o animal já está desidratado e provavelmente já estava vomitando, mas se fosse usar, usaria dose baixa. Meperidina 3 mg/kg – é um analgésico fraco, e o animal vai ter muita dor. Metadona 0,4 mg/kg – eu usaria, mas diminuiria essa dose, máximo 0,2 (pois causa depressão cardiovascular) Tramadol 4 mg/kg – também usaria, se eu achasse que o animal está muito mal (frequência baixa). Midazolam e diazepam - não são bons como mpa pelo risco de excitação, mas são bons auxiliares na indução (reduzem a dose do propofol). Se o animal tá prostrado, eu vou me preocupar com sedação? Não, pq não vai precisar, somente da analgesia. Portanto, nesse caso usaria só a metadona ou só tramadol. Caso 5 ● Toninho ● Canino ● SRD ● 3 meses ● Fratura de tíbia ● Anemia Não pode usar acepromazina pela anemia Meperidina – analgesia fraca Tramadol – bom para a dor Metadona – causa diminuição da FC, filhote tem FC alta e eles dependem dessa frequência alta pra manter o débito cardíaco. Protocolo: - Dexmedetomidina (se fosse um filhote muito agitado eu usaria) - Meperidina (se fosse fazer epidural, aí não precisa de um analgésico forte, senão, faria tramadol) Caso seja um filhote mais quieto, eu tiro a dexmedetomidina, e deixo o opióide (meperidina 4 mg/kg ou tramadol 4 mg/kg) - Se precisar usar metadona, diminui a dose de tramadol. *Tudo vai depender de quanta dor o animal tem e se ele tá agitado ou não. Caso 6 ● Guns ● Cavalo ● 7 anos ● M ● Será submetido a orquiectomia eletiva Se vai castrar o cavalo, significa que ele é um garanhão (é muito agitado). - Acepromazina - Detomidina ou xila (depende do custo) Se ele for um garanhão que deixou pegar acesso, eu faria detomidina (20 mc ou 15 mc) Se ele não deixa chegar perto faria acepram 0,03 mg/kg IM (pois não consigo pegar acesso), quando relaxar, pega acesso e detomidina. Cavalo não tem muita opção, não faz opióide na mpa por conta da motilidade e ele pode ter uma reação inesperada. Caso 7 ● Lia ● Égua ● F ● 9 anos ● Cólica Cavalo com cólica tá bem? Não. Pode fazer Xilazina ao invés da Detomidina (diminui FC), pois ela não tá bem e a xilazina tem menos efeito em cavalo. A deto é mais potente, porém o animal tá prostrado e não precisa de tanta sedação. Se não sedar bem, vc re-seda, melhor pecar pra menos do que usar um fármaco muito forte ou uma dose muito alta. ANESTESIA DISSOCIATIVA - Ciclohexaminas • Fenciclidinas • Cetamina • Tiletamina É caracterizada por: • Estado de catapelsia (rigidez muscular com perda de tônus postural) : Se vc aplicar só cetamina o animal não consegue manter a postura, geralmente ele deita e fica inteiro rígido. • Amnésia e analgesia (somática): membro, músculos e ossos. • Incapacidade de responder a estímulos: ele não tá mais na sua consciência, porém ele tem uma: • Hipersensibilidade aos estímulos ambientais: por exemplo, o animal tá na clínica, se eu derrubar a caixa no chão, o animal vai dar um pulo enorme. • Excitação • Manutenção dos reflexos protetores (palpebral, laringo-traqueal): já na anestesia geral ele perde todo o reflexo protetor. *Esses efeitos a gente corrige com a associação a outros fármacos. Só usa sozinho como analgésico, aí a dose é bem menor. →Mecanismo de ação • Bloqueia recaptação de catecolaminas; • Ação antagonista dos receptores nmda (n-metil d-aspartato): esses receptores são os mesmos da aula passada, o receptor nmda é um receptor para a dor, então por ela fazer essa ação de antagonismo, a gente usa em doses bem pequenas para analgesia, bem diferente da dose anestésica. • Depressão tálamo-cortical, estimulação sistema límbico e do sistema reticular: devido a essa estimulação do sistema límbico, ela faz todos os efeitos de excitação, e etc. • Ação dopaminérgica: que vai promover catalepsia e mioclonias. Ação no SNC • Depressão direta do córtex e tálamo: deprime o córtex, porém causa: • Estimulação do sistema límbico e hipocampo (bzd): por isso que é legal associar com benzodiazepínico, pois deprime. Com isso o animal tem uma: • Incapacidade de receber e processar informações sensoriais: a cetamina age bem especificamente, inibindo o córtex e estimulando o sistema límbico, por isso que a gente fala que é dissociativo, é como se ela separasse o SNC, uma parte estimula e outra deprime. • Resumindo... Interrupção do fluxo de informações para o córtex sensitivo, Deprimindo seletivamente alguns centros cerebrais: então ela não deixa a informação chegar no córtex. Efeitos cardiovasculares • Estimulação cardiovascular: diferente da maioria dos fármacos vistos, ela vai aumentar a frequência cardíaca, pressão arterial, aumentar débito cardíaco. Só que a gente tem que tomar cuidado, pois em doses elevadas ela vai diminuir o débito cardíaco e a contratilidade, pois o débito depende do volume sistólico e da FC, então se a gente aumentar muito a FC, não vai ter volume porque o coração não tem tempo de encher, e aí diminui o débito. • Aumento consumo de o2 pelo miocárdio: se a gente pensar no paciente anestesiado e em nós aqui acordados, quem consome mais oxigênio? A gente. O anestesiado precisa só se
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