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1 - Apostila - Lingua Portuguesa

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SUMÁRIO 
1 - História da Língua Portuguesa.............................................................................. 4 
2 - História da Língua no Brasil................................................................................... 13 
3 - O Português na África............................................................................................ 16 
4 - O Português na Ásia .............................................................................................. 19 
5 - Diferenças Regionais - Fonologia........................................................................... 20 
6 - Aparelho Fonador e a Fala...................................................................................... 26 
7 - Sobre a Gramática.................................................................................................. 35 
8 - Tipos de Gramáticas............................................................................................... 36 
9 - Divisão da Gramática............................................................................................... 37 
 9.1 - Morfologia............................................................................................................ 37 
 9.2- Sintaxe............................................................................................................. 41 
 9.3 - Fonologia...................................................................................................... 46 
10 - Semântica.............................................................................................................. 48 
11 - Estilística................................................................................................................ 49 
 
 
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12 - Redação............................................................................................................. 50 
13 - Dicas para fazer uma boa Redação................................................................... 56 
14 - Avaliação da Redação........................................................................................ 59 
Referências Bibliográficas..........................................................................................61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
O período pré-românico 
 
 Os linguistas têm hoje boas razões para sustentar que um grande número de línguas da 
Europa e da Ásia provêm de uma mesma língua de origem, designada pelo termo indo-
europeu. Com exceção do basco, todas as línguas oficiais dos países da Europa ocidental 
pertencem a quatro ramos da família indo europeia: o helênico (grego), o românico (português, 
italiano, francês, castelhano, etc.), o germânico (inglês, alemão) e o céltico (irlandês, gaélico). 
Um quinto ramo, o eslavo, engloba diversas línguas atuais da Europa Oriental. 
 
 Por volta do II milênio a.C., o grande movimento migratório de leste para oeste dos 
povos que falavam línguas da família indo europeia terminou. Eles atingiram seu habitat quase 
definitivo, passando a ter contato permanente com povos de origens diversas, que falavam 
línguas não indo europeias. Um grupo importante, os celtas, instalou-se na Europa Central, na 
região correspondente às atuais Boêmia (República Tcheca) e Baviera (Alemanha). 
 
 
Algumas línguas da Europa no II milênio a.C. 
Povos de línguas indo-europeias: germanos, eslavos, celtas, 
úmbrios, latinos, oscos, dórios. 
Povos de origens diversas: íberos, aquitanos, lígures, etruscos, 
sículos. 
 
 
 
 
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Os celtas estavam situados de início no centro da Europa, mas entre o II e o I milênios a.C. 
foram ocupando várias outras regiões, até ocupar, no século III a.C., mais da metade do 
continente europeu. Os celtas são conhecidos, segundo as zonas que ocuparam, por 
diferentes denominações: celtíberos na Península Ibérica, gauleses na França, bretões na 
Grã-Bretanha, gálatas no centro da Turquia, etc. 
 
 O período de expansão celta veio entretanto a sofrer uma reviravolta e, devido à 
pressão exterior, principalmente romana, o espaço ocupado por este povo encolheu. As 
línguas célticas, empurradas ao longo dos séculos até as extremidades ocidentais da Europa, 
subsistem ainda em regiões da Irlanda (o irlandês é inclusive uma das línguas oficiais do país), 
da Grã-Bretanha e da Bretanha francesa. Surpreendentemente, nenhuma língua céltica 
subsistiu na Península Ibérica, onde a implantação dos celtas ocorreu em tempos muito 
remotos (I milênio a.C.) e cuja língua se manteve na Galiza (região ao norte de Portugal, 
atualmente parte da Espanha) até o século VII d.C. 
 
O período românico 
 Embora a Península Ibérica fosse habitada desde muito antes da ocupação romana, 
pouquíssimos traços das línguas faladas por estes povos persistem no português moderno. 
 A língua portuguesa, que tem como origem a modalidade falada do latim, desenvolveu-
se na costa oeste da Península Ibérica (atuais Portugal e região da Galiza, ou Galícia) incluída 
na província romana da Lusitânia. A partir de 218 a.C., com a invasão romana da península, e 
até o século IX, a língua falada na região é o romance, uma variante do latim que constitui um 
estágio intermediário entre o latim vulgar e as línguas latinas modernas (português, 
castelhano, francês, etc.). 
 
 
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 Durante o período de 409 d.C. a 711, povos de origem germânica instalam-se na 
Península Ibérica. O efeito dessas migrações na língua falada pela população não é uniforme, 
iniciando um processo de diferenciação regional. O rompimento definitivo da uniformidade 
linguística da península irá ocorrer mais tarde, levando à formação de línguas bem 
diferenciadas.Algumas influências dessa época persistem no vocabulário do português 
moderno em termos como roubar, guerrear e branco 
 A partir de 711, com a invasão moura da Península Ibérica, o árabe é adotado como 
língua oficial nas regiões conquistadas, mas a população continua a falar o romance. Algumas 
contribuições dessa época ao vocabulário português atual são arroz, alface, alicate e refém. 
 No período que vai do século IX (surgimento dos primeiros documentos latino-
portugueses) ao XI, considerado uma época de transição, alguns termos portugueses 
aparecem nos textos em latim, mas o português (ou mais precisamente o seu antecessor, o 
galego-português) é essencialmente apenas falado na Lusitânia. 
O galego-português 
 No século XI, à medida que os antigos domínios foram sendo recuperados pelos 
cristãos, os árabes são expulsos para o sul da península, onde surgem os dialetos moçárabes, 
a partir do contato do árabe com o latim. 
 
 
 
 
 
 
 
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Com o início da reconquista cristã da Península Ibérica, o galego-português consolida-se 
como língua falada e escrita da Lusitânia. Em galego-português são escritos os primeiros 
documentos oficiais e textos literários não latinos da região, como os cancioneiros (coletâneas 
de poemas medievais) 
 Cancioneiro da Ajuda - Copiado (na época ainda não havia imprensa) em Portugal em 
fins do século XIII ou princípios do século XIV. Encontra-se na Biblioteca da Ajuda, em 
Lisboa. Das suas 310 cantigas, quase todas são de amor. 
 
 
 
 
Mapa da reconquista cristã do território de Portugal 
Com a Reconquista, os grupos populacionais do norte foram-se 
instalando mais a sul, dando assim origem ao território português, 
da mesma forma que, mais a leste na Península Ibérica, os 
leoneses e os castelhanos também foram progredindo para o sul e 
ocupando as terras que, muito mais tarde, viriam a se tornar no 
território do Estado espanhol. 
 
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 Cancioneiro da Vaticana - Trata-se do códice 4.803 da biblioteca Vaticana, copiado na 
Itália em fins do século XV ou princípios do século XVI. Entre as suas 1.205 cantigas, 
há composições de todos os gêneros 
 Cancioneiro Colocci-Brancutti - Copiado na Itália em fins do século XV ou princípios do 
século XVI. Descoberto em 1878 na biblioteca do conde Paulo Brancutti do Cagli, em 
Ancona, foi adquirido pela Biblioteca Nacional de Lisboa, onde se encontra desde 1924. 
Entre as suas 1.664 cantigas, há composições de todos os gêneros. 
 
O português arcaico 
 À medida em que os cristãos avançam para o sul, os dialetos do norte interagem com 
os dialetos moçárabes do sul, começando o processo de diferenciação do português em 
relação ao galego-português. A separação entre o galego e o português se iniciará com a 
independência de Portugal (1185) e se consolidará com a expulsão dos mouros em 1249 e 
com a derrota em 1385 dos castelhanos que tentaram anexar o país. No século XIV surge a 
prosa literária em português, com a Crônica Geral de Espanha (1344) e o Livro de Linhagens, 
de dom Pedro, conde de Barcelos. 
 Entre os séculos XIV e XVI, com a construção do império português de ultramar, a 
língua portuguesa faz-se presente em várias regiões da Ásia, África e América, sofrendo 
influências locais (presentes na língua atual em termos como jangada, de origem malaia, 
e chá, de origem chinesa). Com o Renascimento, aumenta o número de italianismos e 
palavras eruditas de derivação grega, tornando o português mais complexo e maleável. O fim 
desse período de consolidação da língua (ou de utilização do português arcaico) é marcado 
pela publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516. 
 
 
 
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O português moderno 
 No século XVI, com o aparecimento das primeiras gramáticas que definem a morfologia 
e a sintaxe, a língua entra na sua fase moderna: em Os Lusíadas, de Luis de Camões (1572), 
o português já é, tanto na estrutura da frase quanto na morfologia, muito próximo do atual. A 
partir daí, a língua terá mudanças menores: na fase em que Portugal foi governado pelo trono 
espanhol (1580-1640), o português incorpora palavras castelhanas (como bobo e granizo); e 
a influência francesa no século XVIII (sentida principalmente em Portugal) faz o português da 
metrópole afastar-se do falado nas colônias. 
 Nos séculos XIX e XX o vocabulário português recebe novas contribuições: surgem 
termos de origem grecolatina para designar os avanços tecnológicos da época 
(como automóvel e televisão) e termos técnicos em inglês em ramos como as ciências 
médicas e a informática (por exemplo, check-up e software). O volume de novos termos 
estimula a criação de uma comissão composta por representantes dos países de língua 
portuguesa, em 1990, para uniformizar o vocabulário técnico e evitar o agravamento do 
fenômeno de introdução de termos diferentes para os mesmos objetos. 
O português no mundo 
 O mundo lusófono (que fala português) é avaliado hoje entre 190 e 230 milhões de 
pessoas. O português é a oitava língua mais falada do planeta, terceira entre as línguas 
ocidentais, após o inglês e o castelhano. 
 O português é a língua oficial em oito países de quatro continentes: 
 Angola (10,9 milhões de habitantes) 
 Brasil (185 milhões) 
 Cabo Verde (415 mil) 
 Guiné Bissau (1,4 milhão) 
 Moçambique (18,8 milhões) 
 
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 Portugal (10,5 milhões) 
 São Tomé e Príncipe (182 mil) 
 Timor Leste (800 mil). 
 O português é uma das línguas oficiais da União Europeia (ex-CEE) desde 1986, 
quando da admissão de Portugal na instituição. Em razão dos acordos do Mercosul (Mercado 
Comum do Sul), do qual o Brasil faz parte, o português é ensinado como língua estrangeira 
nos demais países que dele participam. 
 
 Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), 
que reúne os países de língua oficial portuguesa com o propósito de aumentar a cooperação e 
o intercâmbio cultural entre os países membros e uniformizar e difundir a língua portuguesa. 
O mundo lusófono 
 Na área vasta e descontínua em que é falado, o português apresenta-se, como 
qualquer língua viva, internamente diferenciado em variedades que divergem de maneira mais 
ou menos acentuada quanto à pronúncia, a gramática e ao vocabulário. Tal diferenciação, 
entretanto, não compromete a unidade do idioma: apesar da acidentada história da sua 
expansão na Europa e, principalmente,fora dela, a língua portuguesa conseguiu manter até 
hoje apreciável coesão entre as suas variedades. 
 As formas características que uma língua assume regionalmente denominam-
se dialetos. Alguns linguistas, porém, distinguem o falar do dialeto: 
 Dialeto seria um sistema de sinais originados de uma língua comum, viva ou 
desaparecida; normalmente, com uma concreta delimitação geográfica, mas sem uma 
forte diferenciação diante dos outros dialetos da mesma origem. De modo secundário, 
poder-se-iam também chamar dialetos as estruturas linguísticas, simultâneas de outra, 
que não alcançam a categoria de língua. 
 Falar seria a peculiaridade expressiva própria de uma região e que não apresenta o 
 
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grau de coerência alcançado pelo dialeto. Caracterizar-se-ia por ser um dialeto 
empobrecido, que, tendo abandonado a língua escrita, convive apenas com 
manifestações orais. 
 No entanto, à vista da dificuldade de caracterizar na prática as duas modalidades, 
empregamos neste texto o termo dialeto no sentido de variedade regional da língua, não 
importando o seu maior ou menor distanciamento com referência à língua padrão. 
 No estudo das formas que veio a assumir a língua portuguesa, especialmente na África, 
na Ásia e na Oceania, é necessário fazer a distinção entre os dialetos e os crioulas de origem 
portuguesa. As variedades crioulas resultam do contato que o sistema linguístico português 
estabeleceu, a partir do século XV, com sistemas linguísticos indígenas. 0 grau de 
afastamento em relação à língua mãe é hoje de tal ordem que, mais do que como dialetos, os 
crioulos devem ser considerados como línguas derivadas do português. 
 O português na Europa 
 Na faixa ocidental da Península Ibérica, onde o galego-português era falado, atualmente 
utiliza-se o galego e o português. Esta região apresenta um conjunto de falares que, de acordo 
com certas características fonéticas (principalmente a pronúncia das sibilantes: utilização ou 
não do mesmo fonema em roSa e em paSSo, diferenciação fonética ou não 
entre Cinco e Seis, etc.), podem ser classificados em três grandes grupos: 
1. Dialetos galegos; 
G - Galego ocidental 
F - Galego oriental 
2. Dialetos portugueses setentrionais; e 
E - Dialetos transmontanos e alto-minhotos 
C - Dialetos baixo-minhotos, durienses e beirões 
3. Dialetos portugueses centro-meridionais. 
D - Dialetos do centro-litoral 
 
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B - Dialetos do centro-interior e do sul 
4. A - Limite de região subdialectal com características peculiares bem diferenciadas 
 
 
Portugal 
 A fronteira entre os dialetos portugueses setentrionais e centro-meridionais atravessa 
Portugal de noroeste a sudeste. Merecem atenção especial algumas regiões do país que 
apresentam características fonéticas peculiares: a região setentrional que abrange parte do 
Minho e do Douro Litoral, uma extensa área da Beira-Baixa e do Alto-Alentejo, principalmente 
centro-meridional, e o ocidente do Algarve, também centro-meridional. 
 Os dialetos falados nos arquipélagos dos Açores e da Madeira representam um 
prolongamento dos dialetos portugueses continentais, podendo ser incluídos no grupo centro-
 
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meridional. Constituem casos excepcionais a ilha de São Miguel e da Madeira: 
independentemente uma da outra, ambas se afastam do que se pode chamar a norma centro-
meridional por acrescentar-lhe um certo número de traços muito peculiares (alguns dos quais 
igualmente encontrados em dialetos continentais). 
 O galego 
 A maioria dos linguistas e intelectuais defende a unidade linguística do galego-
português até a atualidade. Segundo esse ponto de vista, o galego e o português modernos 
seriam parte de um mesmo sistema linguístico, com diferentes normas escritas (situação 
similar à existente entre o Brasil e Portugal, ou entre os Estados Unidos e a Inglaterra, onde 
algumas palavras têm ortografias distintas). A posição oficial na Galiza, entretanto, é 
considerar o português e o galego como línguas autônomas, embora compartilhando algumas 
características. 
2 - História da língua no Brasil 
 No início da colonização portuguesa no Brasil (a partir da descoberta, em 1500), o tupi 
(mais precisamente, o tupinambá, uma língua do litoral brasileiro da família tupi-guarani) foi 
usado como língua geral na colônia, ao lado do português, principalmente graças aos padres 
jesuítas que haviam estudado e difundido a língua. Em 1757, a utilização do tupi foi proibida 
por uma Provisão Real. Tal medida foi possível porque, a essa altura, o tupi já estava sendo 
suplantado pelo português, em virtude da chegada de muitos imigrantes da metrópole. Com a 
expulsão dos jesuítas em 1759, o português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil. 
Das línguas indígenas, o português herdou palavras ligadas à flora e à fauna 
(abacaxi, mandioca, caju, tatu, piranha), bem como nomes próprios e geográficos. 
 Com o fluxo de escravos trazidos da África, a língua falada na colônia recebeu novas 
contribuições. A influência africana no português do Brasil, que em alguns casos chegou 
também à Europa, veio principalmente do iorubá, falado pelos negros vindos da Nigéria 
(vocabulário ligado à religião e à cozinha afro brasileiras), e do quimbundo angolano (palavras 
 
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como caçula, moleque e samba). 
 Um novo afastamento entre o português brasileiro e o europeu aconteceu quando a 
língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças ocorridas no falar português 
(principalmente por influência francesa) durante o século XVIII, mantendo-se fiel, basicamente, 
à maneira de pronunciar da época da descoberta. Uma reaproximação ocorreu entre 1808 e 
1821, quando a família real portuguesa, em razão da invasão do país pelas tropas de 
Napoleão Bonaparte, transferiu-se para o Brasil com toda sua corte, ocasionando um 
reaportuguesamento intenso da língua falada nas grandes cidades. 
 Após a independência (1822), o português falado no Brasil sofreu influências de 
imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas 
modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico que existem entre as 
regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório que cada uma recebeu. 
 No século XX, a distância entre as variantes portuguesa e brasileira do português 
aumentou em razão dos avanços tecnológicos do período: não existindo um procedimentounificado para a incorporação de novos termos à língua, certas palavras passaram a ter 
formas diferentes nos dois países (comboio e trem, autocarro e ônibus, pedágio e 
transportagem). Além disso, o individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento 
romântico do início do século intensificaram o projeto de criação de uma literatura nacional 
expressa na variedade brasileira da língua portuguesa, argumento retomado pelos 
modernistas que defendiam, em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais 
portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro. A abertura conquistada pelos 
modernistas consagrou literariamente a norma brasileira. 
 Zonas dialectais brasileiras 
 A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior ainda do que a da 
portuguesa, o que surpreende em se tratando de um pais tão vasto. A comparação das 
variedades dialetais brasileiras com as portuguesas leva à conclusão de que aquelas 
 
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representam em conjunto um sincretismo destas, já que quase todos os traços regionais ou do 
português padrão europeu que não aparecem na língua culta brasileira são encontrados em 
algum dialeto do Brasil. 
 A insuficiência de informações rigorosamente científicas e completas sobre as 
diferenças que separam as variedades regionais existentes no Brasil não permite classificá-las 
em bases semelhantes às que foram adotadas na classificação dos dialetos do português 
europeu. Existe, em caráter provisório, uma proposta de classificação de conjunto que se 
baseia - como no caso do português europeu - em diferenças de pronúncia (basicamente no 
grau de abertura na pronúncia das vogais, como em pEgar, onde o "e" pode ser aberto ou 
fechado, e na cadência da fala). Segundo essa proposta, é possível distinguir dois grupos de 
dialetos brasileiros: o do Norte e o do Sul. Pode-se distinguir no Norte duas variedades: 
amazônica e nordestina. E, no Sul, quatro: baiana, fluminense, mineira e sulina.
 
 Esta proposta, embora tenha o mérito de ser a primeira tentativa de classificação global 
dos dialetos portugueses no Brasil, é claramente simplificadora. Alguns dos casos mais 
evidentes de variações dialectais não representadas nessa classificação seriam: 
 a diferença de pronúncia entre o litoral e o interior do Nordeste; o dialeto da região de 
Recife, em Pernambuco (PE) é particularmente distinto; 
 a forma de falar da cidade do Rio de Janeiro (RJ); 
 o dialeto do interior do estado de São Paulo (SP); e 
 
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 as características próprias aos três estados da região sul (PR, SC e RS), em particular 
o(s) dialeto(s) utilizado(s) no estado do Rio Grande do Sul (RS) 
3 - O português na África 
 Em Angola e Moçambique, onde o português se implantou mais fortemente como língua 
falada, ao lado de numerosas línguas indígenas, fala-se um português bastante puro, embora 
com alguns traços próprios, em geral arcaísmos ou dialetalismos lusitanos semelhantes aos 
encontrados no Brasil. A influência das línguas negras sobre o português de Angola e 
Moçambique foi muito leve, podendo dizer-se que abrange somente o léxico local. 
 Nos demais países africanos de língua oficial portuguesa, o português é utilizado na 
administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. Nas situações da vida 
cotidiana são utilizadas também línguas nacionais ou crioulos de origem portuguesa. Em 
alguns países verificou-se o surgimento de mais de um crioulo, sendo eles entretanto 
compreensíveis entre si. 
 Essa convivência com línguas locais vem causando um distanciamento entre o 
português regional desses países e a língua portuguesa falada na Europa, aproximando-se em 
muitos casos do português falado no Brasil. 
Angola 
 O português é a língua oficial de Angola. Em 1983, 60% dos moradores declararam que 
o português é sua língua materna, embora estimativas indiquem que 70% da população fale 
uma das línguas nativas como primeira ou segunda língua. 
 Além do português, Angola abriga cerca de onze grupos linguísticos principais, que 
podem ser subdivididos em diversos dialetos (cerca de noventa). As línguas principais são: o 
umbundu, falado pelo grupo ovimbundu (parte central do país); o kikongo, falado pelos 
bakongo, ao norte, e o chokwe-lunda e o kioko-lunda, ambos ao nordeste. Há ainda o 
kimbundu, falado pelos mbundos, mbakas, ndongos e mbondos, grupos aparentados que 
 
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ocupam parte do litoral, incluindo a capital Luanda. 
 Talvez em razão dessa variedade linguística original, o português acabou por se tornar 
uma espécie de língua franca, que facilitava a comunicação entre os diversos grupos. Em 
contato com as línguas nativas, o português também sofreu modificações, dando origem a 
falares crioulos, conhecidos como pequeno português, ou popularmente, como pretoguês. 
 Cabo Verde 
 O português é a língua oficial de Cabo Verde, utilizada em toda a documentação oficial 
e administrativa. É também a língua das rádios e televisões e, principalmente, a língua de 
escolarização. 
 Paralelamente, nas restantes situações de comunicação (incluindo a fala quotidiana), 
utiliza-se o cabo-verdiano, um crioulo que mescla o português arcaico a línguas africanas. O 
crioulo divide-se em dois dialetos com algumas variantes em pronúncias e vocabulários: os 
das ilhas de Barlavento, ao norte, e os das ilhas de Sotavento, ao sul. 
 Guiné-Bissau 
 Em 1983, 44% da população falava crioulos de base portuguesa, 11% falava o 
português e o restante, inúmeras línguas africanas. O crioulo da Guiné-Bissau possui dois 
dialetos, o de Bissau e o de Cacheu, no norte do país. 
 A presença do português em Guiné-Bissau não está consolidada, pois apenas uma 
pequena percentagem da população guineense tem o português como a língua materna e 
menos de 15% tem um domínio aceitável da Língua Portuguesa. A zona lusófona corresponde 
ao espaço geográfico conhecido como "a praça", que corresponde à zona central e comercial 
da capital (Bissau). 
 A situação se agrava devido ao fato da Guiné-Bissau ser um país encravado entre 
países francófonos e com uma comunidade imigrante expressiva vinda do Senegal e da Guiné 
 
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(também conhecida como Guiné-Conakri). Por causa da abertura à integração sub-regional e 
da grande participação dos imigrantes francófonos no comércio, existe presentemente uma 
grande tendência de as pessoas utilizarem e aprenderem mais o francês do que o português.Há aqueles que defendem que, atualmente, o francês já é a segunda língua mais falada na 
Guiné, depois do crioulo. 
 Moçambique 
 Moçambique está entre os países onde o português tem o estatuto de língua oficial, 
sendo falada, essencialmente como segunda língua, por uma parte da sua população. 
 De acordo com dados do Censo de 1980, o português era falado por cerca de 25% da 
população e constituía a língua materna de pouco mais de 1% dos moçambicanos. Os dados 
do Censo de 1997 indicam que a percentagem atual de falantes de Português já é de 39,6%, 
que 8,8% usam o português para falar em casa e que 6,5% consideram o português como sua 
língua materna. A vasta maioria das pessoas que têm a língua portuguesa como materna 
reside nas áreas urbanas do país, e são os cidadãos urbanos, principalmente, que adotam o 
português como língua de uso em casa. No país como um todo, a maioria da população fala 
línguas do grupo bantu. A língua materna mais frequente é o emakhuwa (26.3%); em segundo 
lugar está o xichangana (11.4%) e em terceiro, o elomwe (7.9%). 
São Tomé e Príncipe 
 Em São Tomé fala-se o forro, o angolar, o tonga e o monco (línguas locais), além do 
português. O forro (ou são-tomense) é um crioulo de origem portuguesa, que se originou da 
antiga língua falada pela população mestiça e livre das cidades. No século XVI, naufragou 
perto da ilha um barco de escravos angolanos, muitos dos quais conseguiram nadar até a ilha 
e formar um grupo étnico a parte. Este grupo fala o angolar, um outro crioulo de base 
portuguesa mas com mais termos de origem bantu. Há cerca de 78% de semelhanças entre o 
forro e o angolar. O tonga é um crioulo com base no português e em outras línguas africanas. 
É falado pela comunidade descendente dos "serviçais", trabalhadores trazidos sob contrato de 
 
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outros países africanos, principalmente Angola, Moçambique e Cabo-Verde. 
 A ilha do Príncipe fala principalmente o monco (ou principense), um outro crioulo de 
base portuguesa e com possíveis acréscimos de outras línguas indo-europeias. Outra língua 
muito falada em Príncipe (e também em São Tomé) é o crioulo cabo-verdiano, trazido pelos 
milhares de cabo-verdianos que emigraram para o país no século XX para trabalharem na 
agricultura. 
 O português corrente de São Tomé e Príncipe guarda muitos traços do português 
arcaico na pronúncia, no léxico e até na construção sintática. Era a língua falada pela 
população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades. Atualmente, é o português 
falado pela população em geral, enquanto que a classe política e a alta sociedade utilizam o 
português europeu padrão, muitas vezes aprendido durante os estudos feitos em Portugal. 
 Outras regiões da África 
 A influência portuguesa na África deu-se também em algumas outras regiões isoladas, 
muitas vezes levando à aparição de crioulos de base portuguesa: 
Ano Bom, na Guiné Equatorial. 
Em Ano Bom, uma ilha a 400 km ao sul de São Tomé, fala-se o ano-bonense, bastante 
similar ao são-tomense. Tal fato explica-se por haver sido a ilha povoada por escravos 
vindos de São Tomé. 
Casamança, no Senegal. 
O crioulo de Casamança só se fala na capital, Ziguinchor, uma cidade fundada por 
portugueses (seu nome deriva da expressão portuguesa cheguei e chorei). Está na 
órbita lexical do crioulo de Cacheu, na Guiné-Bissau. 
4 - O português na Ásia 
 Embora nos séculos XVI e XVII o português tenha sido largamente utilizado nos portos 
da Índia e sudeste da Ásia, atualmente ele só sobrevive na sua forma padrão em alguns 
 
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pontos isolados: 
 no Timor leste, território sob administração portuguesa até 1975, quando foi invadido e 
anexado ilegalmente pela Indonésia. A língua local é o tetum, mas uma parcela da 
população domina o português. 
 em Macau, território chinês que esteve sob administração portuguesa até 1999. O 
português é uma das línguas oficiais, ao lado do chinês, mas só é utilizado pela 
administração e falado por uma parte minoritária da população; 
 no estado indiano de Goa, possessão portuguesa até 1961, onde vem sendo 
substituído pelo konkani (língua oficial) e pelo inglês. 
 
 Dos crioulos da Ásia e Oceania, outrora bastante numerosos, subsistem apenas os de 
Damão, Jaipur e Diu, na Índia; de Málaca, na Malásia; do Timor; de Macau; do Sri-Lanka; e de 
Java, na Indonésia (em algumas dessas cidades ou regiões há também grupos que utilizam o 
português). 
 
5- Diferenças Regionais - fonologia 
 A pronúncia do alfabeto no Brasil é frequentemente tema de polêmica. Há uma música 
muito apropriada para abordar esse problema. Trata-se de "Forró do ABC", de Moraes Moreira 
e Patinhas: 
No forró do A nós vamos amar 
E no forró do BÊ nós vamos beber 
No forró do CÊ nós vamos comer 
Me depois É 
E no forró do FÊ 
...no forró do GUÊ... 
 
 
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 Nessa música as letras do alfabeto são enunciadas de forma diferente em relação ao 
sul do país. F é chamado de FÊ, por exemplo. Não está errado, pois algumas letras têm dois 
"nomes". 
 Para reforçar, Luiz Gonzaga registrou o fato em um de seus sucessos, "ABC do 
Sertão", de Zé Dantas e Luiz Gonzaga. Verifique o trecho abaixo: 
Lá no meu sertão pra o caboclo lê 
tem que aprender novo ABC. 
O J é JI, o L é LÊ 
o S é SI, mas o R tem nome de RÊ.... 
 Nessa letra temos o alfabeto como é dito no Nordeste. Essas formas estão registradas 
nos dicionários. 
 Portanto pais e educadores, especialmente do sul do país, não devem repreender 
crianças que mantêm a forma de pronunciar o alfabeto da sua região de origem. Elas estão 
absolutamente certas. 
 No Sul não houve preconceito quando chamavam o antigo caminhão da Fábrica 
Nacional de Motores de FENEMÊ. Ninguém corrigia para FNM: EFE/ENE/EME. A maneira 
nordestina de pronunciar o alfabeto é sem dúvida legítima. 
 
Palavras inglesas 
Observe a letra desta canção: 
Eu não pedi pra nascer 
eu não nasci pra perder 
nem vou sobrar de vítima 
das circunstâncias 
Eu tô plugado na vida 
eu tô curando a ferida 
às vezes eu me sinto 
Uma mola encolhida... 
 
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 Essa canção, "Toda forma de amor", foi gravada por Lulu Santos e por outros artistas. 
Nessa letra vemos o uso da palavra "plugado", particípio do verbo "plugar". A palavra, que até 
há pouco tempo não existia em português, começa a surgir nos novos dicionários. Vem do 
inglês "plug in",verbo que quer dizer "conectar", "ligar na tomada". Nos últimos anos, muitos 
artistas brasileiros, como Gilberto Gil, Titãs e Moraes Moreira, têm gravado discos 
"unplugged". Esse prefixo "un" em inglês significa "não". Assim, o termo "unplugged", algo 
como "desconectado", "desligado da tomada", é usado para expressar que a gravação foi feita 
somente com instrumentos acústicos. 
 Para falar de outro caso desse tipo, vejamos um trecho da canção "Coisa bonita", 
gravada por Roberto Carlos: 
Amo você assim e não sei 
por que tanto sacrifício 
Ginástica, dieta 
não sei pra que tanto exercício 
Olha, eu não me incomodo 
Um quilinho a mais 
não é antiestético 
pode até me beijar, pode me 
lamber que eu sou dietético... 
 
 Em restaurantes, costumamos pedir mais por um "guaraná diet" do que por um 
"guaraná dietético". O termo "dietético" é um adjetivo derivado de "dieta", que, por sua vez, é 
de origem grega e significa "gênero de vida". Portanto a palavra "dietético" não tem nada a ver 
com esse uso que temos feito da palavra "diet", que nada mais é do que "dieta" em inglês. 
 
Palavras Italianas 
 Todo mundo sabe que, além do tradicional arroz e feijão, o brasileiro adora uma massa, 
não é? O programa "Nossa Língua Portuguesa" foi às ruas para saber como as pessoas 
 
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grafam algumas palavras muito comuns na culinária típica da Itália. Vamos aos resultados: 
Lasanha: lazanha / lasanha 
Nhoque: enhoque / nhioque 
Espaguete: spaguetti / espaguete / spaghet 
Muçarela: mussarela / musarela / mozzarella 
 
 Falando em comida, vimos nas respostas uma verdadeira salada! Bem, os dicionários 
registram formas aportuguesadas dessas palavras. "Lasanha", por exemplo, em italiano se 
escreve com "s" e "gn", ou seja, "lasagna", e em português com "s" e "nh", "lasanha". Depois 
vimos "nhoque". Em italiano, é "gnocchi", mas, em português, escreve-se com "nh" no começo 
e "que" no final ("nhoque"). Vimos também "espaguete", que em italiano se escreve "spaghetti" 
e vem de "spago", que quer dizer barbante. 
 
 Mas o grande problema é mesmo com a palavra "muçarela", grafada dessa maneira 
pelo vocabulário ortográfico oficial da Academia Brasileira de Letras. Os dicionaristas não se 
entendem. O dicionário Aurélio traz "mozarela". O novo Michaelis também grafa "mozarela", 
mas tolera a forma "muçarela". 
 
Português 
lasanha 
nhoque 
espaguete 
mozarela/muçarela 
Italiano 
lasagna 
gnocchi 
spaghetti 
mozzarella 
 
 Então é isso. A coisa é complicada. Determinadas palavras estrangeiras recebem forma 
aportuguesada, outras não. Na dúvida, vá ao dicionário. Sempre que a palavra tenha uma 
forma em português, dê preferência a ela. 
 
 
 
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"Eu sarto de banda"- regionalismo 
 O programa Nossa Língua Portuguesa já abordou algumas vezes a questão do 
preconceito linguístico. Muitas pessoas ainda manifestam preconceito contra variantes 
linguísticas típicas de determinadas comunidades. Isso é de lamentar, pois, na verdade, o 
modo como comunidades do interior de São Paulo, por exemplo, pronunciam certas palavras e 
fonemas enriquece o patrimônio cultural da língua portuguesa. 
 Veja este trecho da canção "De repente Califórnia", de Lulu Santos e Nélson Motta: 
... O vento beija meus cabelos 
as ondas lambem minhas pernas 
o sol abraça o meu corpo 
meu coração canta feliz. 
Eu dou a volta, pulo o muro 
mergulho no escuro 
sarto de banda. 
Na Califórnia é diferente, irmão 
e muito mais do que um sonho... 
 
 Você notou, a certa altura, a expressão "sarto de banda". Não há nenhum problema 
nisso! Afinal, trata-se de uma letra de música, e não de uma dissertação formal. É muito 
importante que nós tenhamos noção da variante linguística empregada em determinado 
ambiente. Não seria admissível escrever "sarto de banda" ou qualquer outra expressão similar 
num texto formal. Mas numa conversa informal, numa canção, não há o menor problema. 
 
"trocar de mal" e "ficar de mal" 
 Existem determinadas expressões brasileiras que mudam de Estado para Estado. Um 
exemplo é a expressão "ficar de mal", que em alguns lugares recebe a variação que vemos no 
trecho abaixo da música "Espelho", de João Nogueira: 
 
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...troquei de mal com Deus por me levar meu pai... 
 Em São Paulo ninguém diz "troquei de mal", que é próprio do Rio de Janeiro e de outras 
regiões. Em São Paulo a expressão equivalente seria "fiquei de mal". 
 
 Nessa mesma letra João Nogueira escreve: 
... um dia eu me tornei o bambambã da esquina.... 
"Bambambã" é uma expressão conhecida em todo o território nacional: "o bambambã do 
futebol" é o número 1 do time. 
 Observe outros casos em que uma expressão pode apresentar variação quanto à 
forma: 
Em São Paulo, as pessoas descem do ônibus. 
No Rio de Janeiro, elas saltam do ônibus. 
A média na capital paulista é café com leite. 
Em Santos, média é um pãozinho. 
Em Itu (SP), pãozinho é filão. 
O filão em S. Paulo, capital, é um pão grande. 
 A língua oficial não pode ser usada o tempo todo e em qualquer situação; por isso as 
variações existem e são enriquecedoras. 
 É o caso da palavra "cacete". A palavra "cacete" em língua culta significa "enfadonho". 
 Assim, "um filme cacete" seria um filme enfadonho. 
 
 Nas padarias de Salvador, não se espante se, ao pedir 5 pãezinhos, a balconista avisar 
ao padeiro: "Salta 5 cacetinhos". Seria estranho, em São Paulo, alguém pedir em uma padaria 
"cinco cacetinhos". 
 Há ainda a expressão "do cacete", com função qualificadora e mesmo superlativa. Um 
livro "do cacete" é um livro "excelente". Uma campanha publicitária sobre o Caribe aproveitou 
essa gíria para montar um trocadilho: "Aruba é do Caribe". É claro que Aruba é do Caribe, mas 
a intenção é outra. Esse "Caribe" da frase está no lugar de "cacete", com quem compartilha o 
"ca" inicial. 
 
 
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6 - Aparelho fonador e a fala 
 Considerando a produção dos sons necessários à fala, a fonação está associada ao 
aparelho fonador. Prova disto, estudos da linguagem humana compreendem em duas partes: 
a primeira, tem por objeto a língua, por ser individual relaciona-se ao psíquico; a segunda, se 
encontra a fala, que é a fonação, a psicofísica. 
 Sobre o valor da palavra, constituído por relações e diferenças, são pertinentes alguns 
comentários. "O que importa na palavra não é o som emsi, mas as diferenças fônicas que 
permitem distinguir essa tal palavra de todas as outras, porque são elas que levam à 
significação". Com isto, tem-se a noção do fonema, que pode ser "entidades opositivas, 
relativas e negativas". Com a palavra se constrói a fala, a linguagem. Se a língua é um produto 
social, a fala pode ser definida como um componente individual da linguagem, um ato de 
vontade e da inteligência humana. Foram os gregos que perceberam línguas diferentes e 
divisões dialetais dentro da comunidade da fala grega. Por isto, voltemos ao conceito e 
considerações a respeito da fala humana. 
 “A fala é um fenômeno físico e concreto que pode ser analisado seja diretamente, com 
ajuda do ouvido humano, ou com métodos e instrumentos análogos”. Alguns teóricos a 
definem como “a faculdade natural de falar”. Muitos confundem a fala como linguagem. A fala 
é um ato individual de vontade e de inteligência. Na verdade, ela é um fenômeno fonético; a 
articulação da voz de origem a um seguimento fonético audível de pura sensação. O ato da 
fala se divide fisicamente em três fases: a primeira diz respeito a produção da cadeia sonora 
pelos órgãos de (articulação e fonação); a segunda, corresponde à transmissão da mensagem 
com ajuda de uma onda sonora; e a terceira, está associada à recepção da cadeia sonora, isto 
é, sua interpretação como uma série de elementos de valores distintivo. Sapir, em “A 
Linguagem”, diz que a fala não é uma atividade simples produzida por órgãos. “Não cabe falar, 
rigorosamente, de órgãos da fala; existem, somente, órgãos fortuitamente úteis à produção 
dos sons da linguagem: os pulmões, a laringe, o palato, o nariz, a língua, os dentes e os lábios 
são utilizados pela fala, mas não devem ser considerados essenciais”... 
 
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 A língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza todos os seus efeitos, 
mas esta é necessária para que se comunique. O ato da fala vem sempre antes da língua. A 
fala está depositada no cérebro. É a fala que evolui a língua. São as impressões recebidas ao 
ouvir os outros que modificam os hábitos linguísticos, por exemplo, dois falantes (emissor-
receptor) em comunicação. O ponto de partida será o cérebro, onde os fatos da consciência, a 
que chamamos de conceitos, se acham associados às representações dos signos linguísticos 
ou imagens acústicas que servem para exprimi-los. Com isto, imagina-se que um conceito 
suscite no cérebro uma imagem acústica, ou seja, um fenômeno inteiramente psíquico, 
seguido de um processo fisiológico: o cérebro transmite aos órgãos da fonação um impulso 
correlativo da imagem, depois, as ondas sonoras se propagam da boca A (emissor) até o 
ouvido de B (receptor), um processo puramente físico. Posteriormente, o circuito se prolonga 
até (B) numa ordem inversa do ouvido ao cérebro. Isso é uma transmissão fisiológica da 
imagem acústica. No cérebro, acontece a associação psíquica dessa imagem com o conceito 
correspondente. O termo (imagem acústica), para Saussure, é a representação natural da 
palavra enquanto fato da língua virtual, fora de toda realização da fala. 
 Baseado em um dos estudos de Saussure sobre linguagem, destaca-se a relação 
intrínseca língua/fala. Na definição do linguista genebrino, língua "é a parte social da 
linguagem que, em forma de sistema, engloba todas as possibilidades de sons existentes em 
uma comunidade". Partindo desse princípio, a língua se caracteriza como ato exterior ao 
indivíduo que, não pode criá-la nem modificá-la. De acordo com os linguistas, a língua evolui 
de geração em geração. Já a fala, é individual e pertence ao falante que tem total liberdade 
para usá-la. Em "Aula de Português", o poeta Carlos Drummond de Andrade escreve sobre a 
relação linguística Língua + Linguagem = Comunicação. Nos versos do poeta, “linguagem/ na 
ponta da língua/tão fácil de falar/ e entender”... 
 Saussure referiu-se à língua como um “tesouro” onde estariam armazenados os signos, 
enquanto que a fala seria a organização desses signos em frase, a combinação dos sentidos 
para construírem o sentido global da frase. Saber um idioma implica receber e memorizar o 
 
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28 
seu código. Nesta junção, a língua é uma passividade. Enquanto que a fala implica um 
comportamento ativo sobre a linguagem. O semiólogo Roland Barthes, ressalta o caráter 
dialético do conceito saussuriano, e afirma que só podemos manejar uma fala quando 
destacamos na língua, a fala. "A língua só é possível a partir da fala: historicamente, os fatos 
da fala procedem sempre os fatos da língua - é a fala que faz a língua evoluir e, 
geneticamente, a língua constitui-se no indivíduo, no ser falante, pela aprendizagem da fala 
que o envolve. A língua é, em suma, o produto e o instrumento da fala, ao mesmo tempo". 
Com isso, a definição dos termos (fala e língua) depende essencialmente do processo 
dialético que une um ao outro. 
 
LÍNGUA 
 Língua “é um instrumento de comunicação, um sistema de signos vocais específicos 
aos membros de uma mesma comunidade. Graças à sua flexibilidade, mobilidade e situação 
na cavidade bucal, ela desempenha o principal papel na fonação. Seus movimentos provocam 
modificações na forma da cavidade bucal e exerce uma influência sobre a onda sonora na 
laringe. A língua, também interfere, em geral, como uma articuladora quando entra em contato 
na produção do ar dentro da boca, na região laringal e labial que produz o som das palavras” 
define o Dicionário de Linguística. Para Ferdinand de Saussure e os estruturalistas, língua é 
um sistema cuja estrutura se estuda a partir de um corpus, estudo esse que leva a uma 
classificação, a uma taxionomia dos elementos do sistema. Já no Dicionário de 
Comunicação (Ática - 1987), em outra concepção de Saussure, língua é o “produto social da 
faculdade da linguagem”, pode ser também “um conjunto de conversões necessárias, 
adotadas pelo corpo social, para permitir o exercício da linguagem”. 
 A língua é, portanto, um sistema de signos cujo seu funcionamento repousa sobre um 
certo número de regras, de correções. É um código que pretende estabelecer uma 
comunicação entre emissor e receptor. Um sistema de signos construídos pela associação de 
imagens auditivas a conceitos determinados. E para compreendê-la, é fundamental discernir 
 
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da fala, o qual será definido posteriormente. Para desvendar esta complexidade, o estudioso 
francês Roland Barthes, mestre da semiologia, completa a definição Saussure 
definindo língua como “a linguagem menos a fala”. Sendo uma instituição social e um sistema 
de valores, para Barthes, a língua é “uma instituição social, ela é parte social e não 
premeditada da linguagem; o indivíduo, por si só, não pode nem criá-la nem modificá-la, trata-se essencialmente de um contrato coletivo ao qual temos que nos submeter em bloco se 
quisermos comunicar”. Em Cours de Linguistique Générale, Saussure explicou: "para nós, ela 
não se confunde com a linguagem; é somente uma parte determinada. Ela é, ao mesmo 
tempo, um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de conversões 
necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos 
indivíduos. A língua constitui-se algo adquirido e convencional. Pode-se dizer, faz a unidade 
da linguagem". 
 Portanto, a língua, distinta da fala, é um objeto que se pode compreender 
separadamente. Enquanto que a linguagem é heterogênea. A língua é um sistema de signos 
que exprimem ideias, e é comparável, por isto, à escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos 
ritos simbólicos, aos sinais militares, etc. Pode ser também, "um sistema de sinais acústicos 
orais, que funciona na intercomunicação de uma coletividade", define Carlota Ferreira e 
Suzana Cardoso em A dialética no Brasil (Ed. Contexto). 
 No corpus da pesquisa, existiam suas variações, e diversas comunidades e falantes das 
mesmas. A começar pela língua materna, usada no país do falante, adquirida desde a 
infância, durante o aprendizado da linguagem. As línguas vivas, são todas as línguas 
utilizadas, tanto na comunicação oral como na comunicação oral como na comunicação 
escrita, nos mais diversos países. As línguas mortas não estão mais em uso como meio de 
comunicação oral e escrito, mas substituem essas e são utilizadas, às vezes, em milhares de 
textos bíblicos, documentos arqueológicos, textos literários, servindo como documento-fonte 
de pesquisa. O Sânscrito, o Latim, o Grego, também são ditas línguas “mortas” porém são 
encontradas em documentos religiosos. 
 
 
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No universo pesquisado, existe uma pluralidade de línguas, desde que se fale língua 
portuguesa, inglesa, francesa, espanhola, entre outras. Aqui, o termo entra em concorrência 
com outras palavras - dialetos, regionalismo, sotaques e patoás -, que também designam 
sistemas de comunicação linguísticos. Há diversos tipos e níveis de línguas. Para se 
conhecer, é necessário mais tempo e mais investigações neste campo. Contudo, uma das 
principais questões para a linguística e teóricos da comunicação seria: onde essas línguas 
estão e como são faladas? Para que servem e como surgiram? No meu recorte da presente 
pesquisa, encontrei algumas definições. 
 A língua-mãe, é quando se estabelecem genealogias - ou famílias de línguas tomadas 
como referência ou resultado. Para o português ou francês, por exemplo, diremos que a 
língua-mãe é o latim. As línguas-irmãs são todas as que resultam das evoluções divergentes 
de uma mesma língua antiga, dita língua-mãe. O português, franc6es e espanhol são 
exemplos de línguas irmãs, sendo o latim, a língua-mãe. A língua franca é o saber falado até o 
Século XIX nos portos mediterrâneos. Ela é baseada no italiano, compreende diversos 
elementos das línguas românticas. Denomina-se também língua franca, toda língua composta 
do mesmo tipo. A língua de união, encontrada nas regiões fragmentadas linguisticamente, 
onde nenhuma língua se impõe como veicular, procede-se à constituição de línguas de união. 
A constituição das línguas de união é baseada na escolha de certos sistemas linguísticos 
naturais. 
 Dialeto, segundo o Dicionário de Comunicação, “é uma forma de língua que tem seu 
próprio sistema léxico, sintático e fonético, e é usado num ambiente mais restrito que a própria 
língua”. O termo “dialektos”, de origem grega, enquanto oposto `a língua, designa uma língua 
menor em uma língua maior. Os dialetos são membros de uma família de línguas ou se 
constituem “famílias” menores inseridas numa família maior. Na Zâmbia e na África oriental 
portuguesa, encontram-se seis grupos de dialetos diferentes, cujos falantes reunidos estimam-
se em cerca de um milhão. 
 
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 Nos países sem uma língua definida, oficial normalizada, os dialetos são formas de 
línguas vizinhas uma das outras, cujos falantes se compreendem mais ou menos e, por 
oposição a outros, têm a impressão de pertencerem a uma mesma comunidade linguística. 
Eles são também formas locais de comunicação a partir das quais se constitui uma língua de 
união. 
 Os regionalismos, forma peculiar do falar de indivíduos de qualquer região,(baiano, 
carioca, gaúcho ou paulista) pode-se entender verificando-se suas diversas maneiras de 
pronunciar as palavras. Para entender e ser entendido, deve-se considerar traços de um falar 
de pessoas que vivem em um país com variações linguísticas diversificadas. 
 Os sotaques - conjunto dos hábitos articulatórios realizados por entonações, confere 
uma identificação própria ou estrangeira à fala de indivíduos. No Brasil, em cada região ou 
Estado há um tipo de sotaque característico dos falantes nativos. Já o patoá - adaptado do 
francês patois, é o dialeto social reduzido a certos signos falados somente numa comunidade, 
em geral, em grupos de falantes rurais. Na visão dos estudiosos da língua, os patois, ou falar 
patoá, derivam de dialetos regionais ou mudança sofrida de uma língua oficial. Na Jamaica, 
o patois é formado por uma junção do inglês, francês, espanhol e línguas africanas. É usado 
pelos falantes nativos da ilha para confundir os turistas. 
 Se para Ferdinand de Saussure, a língua é um sistema, pode-se questionar quais são 
as unidades deste sistema, defini-la e delimitá-la para que se posa estudar seu funcionamento 
neste sistema. É um estudo que interessa não só aos linguistas, mas professores de idioma e 
jornalistas que fazem uso dela. Mesmo porque, as línguas são unidades complexas, 
compostas de palavras. 
 LINGUAGEM 
 Os estudos da linguagem foram iniciados na Grécia. Em quase todas as famosas 
escolas da filosofia grega incluíram a linguagem como seus objetos de investigação científica. 
 
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Ao contrário dos estoicos, os alexandrinos também se interessaram principalmente pela 
linguagem como parte dos estudos literários. linguisticamente, este reconhecimento se tornou 
claro na adoção da linguagem adotada entre as províncias ocidentais e orientais. Varrão, 
gramático latino, foi o mais importante estudioso do assunto. A visão dele sobre a linguagem 
era que: "o desenvolvimento da linguagem se deu a partir de um conjunto limitado de palavras 
básicas que se fizeram aceitar para representar os objetos que serviram para reproduzir novas 
palavras através das mudanças de letras ou da forma fonética". Foi Sibawarth, pesquisador 
persa com os gramáticos árabes que foram capazes de descrever sistematicamente os órgãos 
da fala e o mecanismo da fonação. O que contribuiu para novos caminhos e conquistas 
políticas,sociais e intelectuais que deu início o período histórico na Idade Média nos estudos 
das línguas e da linguagem humana. 
 A origem da linguagem, ainda que esteja fora do alcance de qualquer ciência linguística 
concebível, nunca deixou de fascinar os pesquisadores interessados pelos problemas da fala, 
e de uma forma ou de outra tem sido permanente centro de atenção desde os primórdios 
registros históricos. Já houve várias tentativas de afirmações sobre a origem da linguagem. 
Mas ainda continua a incerteza. O que se sabe é que em meados do século XVIII, dois 
filósofos franceses (Condillac e Rousseau) já discutiam sua origem. As concepções deles 
sobre a gênese da linguagem são semelhantes. Para ambos, a linguagem tem origem nos 
gestos demonstrativos e imitativos e nos gritos naturais. Humboldt foi um dos linguistas do 
início do século passado que, em sua teoria da linguagem, ressaltou o aspecto criativo da 
habilidade lingüística do todo ser humano. Mas o que é linguagem? 
 Segundo o minidicionário “Aurélio”, que classifica linguagem como um substantivo 
feminino, significa o “uso da palavra como meio de expressão e de comunicação entre 
pessoas. Forma de expressão pela linguagem própria dum indivíduo, grupo e classe social. 
Vocabulário, palavreado. No “Dicionário de Linguística” ela é definida da seguinte forma: 
“capacidade específica à espécie humana de comunicar por meio de um sistema de signos 
vocais ou língua, que coloca em jogo uma técnica corporal complexa e supõe a existência de 
uma função simbólica e de centro nervoso geneticamente especializado”. Esse sistema de 
signos vocais referido, utilizado por um grupo social ou comunidade linguística constitui uma 
 
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língua particular. 
 No “Dicionário de Comunicação”, define-se de outra maneira e dizem claramente que a 
linguagem está ligada à linguística e pode ser “qualquer sistema de signos - não só vocais ou 
escritos, como também visuais, fisionômicos, sonoros e gestuais - capaz de servir à 
comunicação entre indivíduos. A linguagem articulada é apenas um desses sistemas. Pode 
ser ainda o recurso usado pelo homem para se comunicar. Instrumento pelo qual os homens 
estabelecem vínculos no tempo e determinam os tipos de relações que mantêm entre si.” 
 Para o alemão Edward Sapir, estudioso da linguagem, autor de vários livros, a 
linguagem chega a ser o meio de expressão de uma sociedade, a tal ponto que o mundo real 
é “inconscientemente construído sobre os hábitos de linguagem do grupo. Em grande parte, 
vemos, ouvimos e temos outras experiências porque os hábitos da linguagem da nossa 
comunidade predispõem certas escolhas de interpretação”. Essa concepção mais ampla de 
linguagem dá margem a duas posições divergentes: a) todas as formas vivas têm uma certa 
forma de linguagem; b) a linguagem é um fato exclusivamente humano, um método de 
comunicação racional de ideias, emoções e desejos por meio de símbolos produzidos de 
maneira deliberada. 
 A linguagem pode ser caracterizada como a capacidade viva que têm os falantes de 
produzir e entender enunciados, e não com os produtos observáveis que resulta do ato de 
falar ou de escrever. Ela é uma habilidade criadora e não um mero produto. Pode ser definida 
ainda, como um vetor essencial da comunicação e existe uma procura cada vez mais forte de 
tratamento dos conflitos sociais em termos de disfuncionamento da comunicação. A linguagem 
também pode ser conceituada como meio de expressões e dos sentimentos individuais que, 
por ela, o homem se comunica coletivamente. 
 As linguagens são constituídas de três formas: como representação, “espelho” do 
mundo e do pensamento; instrumento “ferramenta” de comunicação e forma “lugar” de ação 
ou interação entre falantes. Ou seja, a principal concepção, o homem (ser falante) representa 
para si o mundo através da linguagem e, assim sendo, a função da língua é representar/refletir 
 
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seu pensamento e seu conhecimento de mundo. A segunda, considera a língua como um 
código através do qual um emissor comunica-se com um receptor certas mensagens. A 
terceira concepção, finalmente, é aquela que encara a linguagem como atividade, forma de 
interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos atos. A 
cada instante, a linguagem implica ao mesmo tempo um sistema estabelecido e uma 
evolução. A cada instante ela é uma instituição atual e um produto do passado. “De fato 
nenhuma sociedade conhece nem conheceu jamais a língua de um outro modo que não fosse 
como um produto herdado de gerações anteriores e que cumpre receber como tal. O único 
interesse da pesquisa linguística, é investigar a vida normal e regular de idiomas já 
constituídos. Mesmo porque, um dado estado da língua é sempre o produto de fatores 
históricos, isto é, que interessa a ciência da linguagem”. (Ferdinand de Saussure, Curso de 
Linguística Geral). 
 Existem diversas perturbações da faculdade da linguagem. Como patologias da 
linguagem há por exemplo: a dislexia e a distografia. Perturbações devidas à patologia mental 
(autismo, esquizofrenia, entre outras afasias devidas a uma lesão cerebral. A afasia pode ser 
uma dificuldade ou uma incapacidade de expressão - afasia de expressão, de compreensão - 
afasia de sensorial; de leitura - alexia, ou de escrita - agrafia. 
 
COMUNICAÇÃO 
 É o ato ou efeito de comunicar-se. Ação de transmitir e receber mensagens por meio de 
métodos e ou processos convencionais. Segundo o “Dicionário de Linguística”, comunicação 
“é a troca verbal entre um falante, que produz um enunciado destinado a outro falante, o 
interlocutor de quem ele solicita e escuta e/ou uma resposta explícita ou implícita. Ela é 
intersubjetiva. No plano psicolinguístico, é o processo em cujo decurso a significação que um 
locutor associa aos sons é a mesma a que o ouvinte associa a esses sons. Seus participantes 
ou atores, são as “pessoas”: o eu, ou falantes, que produzem o enunciado/discurso, o 
interlocutor ou alocutório, enfim, aquilo que se fala, os seres ou objetos do mundo. 
 
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No sentido que lhe dão os teóricos e os linguistas, comunicação é o fato de uma informação 
ser transmitida de um ponto a outro - lugar ou pessoa. A transferência dessa informação é 
feita por meio de uma mensagem (linguagem), que recebe uma certa forma, que foi 
decodificada. A primeira condição, com efeito, para que a comunicação possa estabelecer-se 
é a condição da informação, isto é, a transformação da mensagem sensível e concreta em um 
sistema de signos, ou código, cuja característica essencial é ser uma convenção 
preestabelecida, sistemática e categórica. 
 O que esta pesquisa objetivou foi mostrar, com alguns conceitos, a relação/equação 
entre a língua, e a linguagem,para se efetuar a comunicação. Todavia, o esquema da 
comunicação supõe a transmissão de uma mensagem linguística entre canais de um emissor 
(falante A) e um receptor (falante B), que possuem em comum, ao menos parcialmente, o 
código - língua - para a transcrição da ou das mensagens. 
7 - Sobre a Gramática 
 
 A Gramática tem como finalidade orientar e regular o uso da língua, estabelecendo um 
padrão de escrita e de fala baseado em diversos critérios, tais como: 
- Exemplo de bons escritores; 
- Lógica; 
- Tradição; 
- Bom senso. 
 
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 Em se tratando de Gramática, tem-se como matéria-prima um sistema de normas, o 
qual dá estrutura à língua. Tais normas definem a língua padrão, também chamada língua 
culta ou norma culta. Assim, para falar e escrever corretamente, é preciso estudar a 
Gramática. 
 Por ser um organismo vivo, a língua está sempre evoluindo, o que muitas vezes resulta 
num distanciamento entre o que se usa efetivamente e o que fixam as normas. Isso não 
justifica, porém, o descaso com a Gramática. Imprecisa ou não, existe uma norma culta, a qual 
deve ser conhecida e aplicada por todos. 
 Quem desconhece a norma culta acaba tendo acesso limitado às obras literárias, 
artigos de jornal, discursos políticos, obras teóricas e científicas, enfim, a todo um patrimônio 
cultural acumulado durante séculos pela humanidade. 
8 -Tipos de Gramática 
1. Gramática Normativa 
É aquela que busca a padronização da língua, estabelecendo as normas do falar e escrever 
corretamente.Costuma ser utilizada em sala de aula e em livros didáticos. É também o tipo 
adotado no Só Português. 
2. Gramática Descritiva 
Ocupa-se da descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de 
estabelecer o que é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações. 
3. Gramática Histórica 
Estuda a origem e a evolução histórica de uma língua. 
4. Gramática Comparativa 
 
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Dedica-se ao estudo comparado de uma família de línguas. O Português, por exemplo, faz 
parte da Gramática Comparativa das línguas românicas. 
 
9 - Divisão da Gramática 
 Sabe-se que a língua é um sistema tríplice: compreende um sistema de formas 
(mórfico), um sistema de frases (sintático) e um sistema de sons (fônico). Por essa razão, a 
Gramática tradicionalmente divide-se em: 
Morfologia - abrange o sistema mórfico. 
Sintaxe - enfoca o sistema sintático. 
Fonologia/Fonética - focaliza o sistema fônico. 
MORFOLOGIA 
DEFINIÇÃO 
 Em linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das 
palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente 
e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez 
classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, 
Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição. 
 
Estrutura e Formação das Palavras 
 
Estrutura das Palavras 
 
Raiz 
 
Desinência 
 
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Formação das Palavras 
 
Derivação Regressiva 
 
Composição 
 
Prefixos 
 
Sufixos 
 
Sufixos Formadores de Palavras 
 
Radicais Gregos 
 
Radicais Latinos 
 
Substantivo 
 
Definição 
 
Substantivo Comum 
 
Substantivo Abstrato 
 
Substantivo e seus Coletivos 
 
Lista de Substantivos Coletivos I 
 
Lista de Substantivos Coletivos II 
 
Lista de Substantivos Coletivos III 
 
Lista de Substantivos Coletivos IV 
 
Lista de Substantivos Coletivos V 
 
Formação dos Substantivos 
 
Flexão dos Substantivos 
 
Substantivo Uniforme I 
 
Substantivo Uniforme II 
 
Substantivo Comum de 2 Gêneros 
 
Substantivo de Gênero Incerto 
 
Número de Substantivo 
 
Plural dos Substantivos Compostos 
 
Plural das Palavras Substantivadas 
 
Grau do Substantivo 
 
 
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39 
Artigo 
 
Artigo 
 
Adjetivo 
 
Adjetivo 
 
Adjetivo Pátrio 
 
Locução Adjetiva I 
 
Locução Adjetiva II 
 
Flexão dos Adjetivos 
 
Adjetivo Composto 
 
Grau Superlativo 
 
Lista Superlativos 
 
Numeral 
 
Numeral 
 
Numerais Multiplicativos 
 
Pronome 
 
Pronome 
 
Pronomes Pessoais 
 
Pronome Oblíquo Átono 
 
Pronome Oblíquo Tônico 
 
Pronome de Tratamento 
 
Pronomes Possessivos 
 
Pronomes Demonstrativos 
 
Observações sobre Pronomes 
 
Pronomes Indefinidos 
 
Pronomes Relativos 
 
Pronomes Relativos II 
 
Pronomes Interrogativos 
 
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40 
 
Verbo 
 
Verbo 
 
Classificação dos Verbos 
 
Verbos Unipessoais I 
 
Verbos Unipessoais II 
 
Verbo Ser - Formas Nominais 
 
Verbo Ter - Modo Indicativo 
 
Modos de Verbo 
 
Tempos Verbais 
 
Tempos do Subjuntivo 
 
Tempos Primitivos 
 
Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo 
 
Futuro do Subjuntivo 
 
Futuro do Pretérito do Indicativo I 
 
Futuro do Pretérito do Indicativo II 
 
Aspecto Verbal 
 
Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal I 
 
Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal II 
 
Infinitivo Pessoal 
 
Vozes do Verbo 
 
Voz Passiva Sintética 
 
Pronúncia Correta de Alguns Verbos 
 
Advérbio 
 
Advérbio I 
 
Advérbio II 
 
Classificação dos Advérbios 
 
Advérbios Interrogativos 
 
Palavras e Locuções Denotativas 
 
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41 
 
Preposição 
 
Preposição 
 
Classificação das Preposições 
 
Locução Prepositiva 
 
Principais Relações Estabelecidas pelas

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