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ARTES VISUAIS ALUNA: Eva Prazeres dos Santos RA: 1837462 DICSIPLINA: Ciências Sociais RESUMO DO FILME: A CLASSE OPERARIA VAI AO PARAÍSO O Filme A Classe operária vai ao Paraíso mostra que, Lulu Massa (Gian Maria Volonté) é um trabalhador exemplar, dedicado e admirado por seus chefes pelo trabalho bem feito, mas detestado pelos demais funcionários. Por conta dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho, o sindicato decide entrar em greve, fazendo todos os operários da fábrica pararem. Lulu decide não se envolver com o movimento político até o momento em que sofre um acidente com uma das máquinas, o que lhe custa um dedo. Com o descaso de seus patrões com o acidente ele decide participar dos grupos revolucionários. Se o filme é um documento da situação particular da luta de classes na Itália de 1971, serve também como documento das dificuldades da esquerda em geral de fazer avançar seu programa histórico. A esquerda reformista e a revolucionária vão disputar o espaço na consciência dos trabalhadores e acabam por fazê-la avançar. Mas isso não será feito sem lutas e sem traumas. Os dois programas podem em determinado momento parecer passíveis de unificação por projetarem no limite um mesmo alvo, mas a sua marcha em direção a esse alvo não se dá sem contradições. A divisão fratricida da esquerda sempre impressiona, mas não mais do que o alheamento dos operários em relação ao discurso de ambos os grupos. Nem o agrupamento dos radicais nem o dos moderados conseguem inserção orgânica no seio dos trabalhadores. Permanecem sendo elementos estranhos, alienígenas. O filme mostra que o mundo que vivemos é outro e o capitalismo também, só que essa tragicomédia do homem qualquer nos ensina que quando nos dizem que tudo muda nem sempre nos avisam que pode ser para pior. A tarefa de levar a consciência de classe aos trabalhadores permanece sendo um dilema das organizações de esquerda, também aqui no nosso mundo real bastante distante do paraíso. Ao final, o filme parece terminar com uma nota otimista, pois demonstra que a consciência se produz na luta direta, fomentando a dialética entre os discursos da vanguarda organizada e os impulsos espontâneos dos trabalhadores. Aos trancos e barrancos, essa dialética avança. Não há soluções mágicas na construção de uma sociedade emancipada.
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