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Microbiologia aplicada à farmácia Aula 01 - Micro-organismos de importância em alimentos APCC – Analise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, gerenciamento para adequação - Legislação de alimentos Interação entre alimentos e microorganismo Deterioração microbiana – atividade metabólica natural do microorganismo na tentativa de perpetuar a espécie. Doenças transmissíveis por alimento Alterações benéficas no alimento e no homem Fabricação de alimentos: - Probióticos – São microorganismos vivos que exercem benefícios para a saúde (Ex. Lactobacilos vivos) - Fermentação – Método mais antigo no processamento de alimentos Picles, Chucrute, Azeitonas, Leite fermentado: processo de preservação levando a obtenção de um novo produto. Cerveja, Vinho, Uísque, etc. : Característica básica do alimento que depende do micro-osganismo envolvido. Alguns fungos são utilizados na maturação e na definição do tipo de queijo Fontes de Contaminação Solo e água Plantas e Derivados Utensílios ( contaminação cruzada) Trato intestinal do homem e animal Manipuladores de alimento ( 1 em 50 empregados abriga dez a nona patogenos/g de fezes) Ração animal Pele de animais Ar e poeira Preservação dos alimentos do ataque de micro-organismos É de ordem econômica e higiênica Econômica – preservar a produção da safra Higiênica – prevenção de doenças Preservação ou retardamento de decomposição microbiana 1- Mantendo-os livre de micro-organismos 2- Removendo os micro-organismos 3- Inibindo o desenvolvimento e a atividade de micro-organimos 4- Destruindo os micro-organimos Microorganismos de importância em alimentos Bolores: Fungo filamentoso Micelas (conjunto de hifas – estrutura básica) fixam o fungo ao substrato e promove a reprodução (por meio de esporos), responsável pelo aspecto das colônias (secas, úmidas, cotonosas, compactados, aveludados, gelatinosas, etc.) Gêneros importantes: - Aspergillus - Penicillium - Mucor - Rhizopus Micotoxina : Substância secundária produzidas pelo fungo (Ex. Milho, Café, Sementes oleaginosas, Amendoim, nozes, amêndoas.); Não tem como retirar a ação das micotoxinas, há a necessidade de prevenir a formação, controlando o local de armazenamento, temperatura,etc. Só cresce na presença de oxigênio Leveduras Unicelulares, normalmente não filamentosos com formato ovóide ou esferóide, multiplicação por fusão ou brotamento. Fermentação – Produção de enzimas e uso para alimentação (Ex. Cerveja, pão, queijos) Deterioração – Frutas, xarope, mel, cerveja, vinho, geléias, carne. Colônias jovens – Aspecto – úmido, viscoso; Cor- maioria branca, mas pode ser creme, laranja, salmão, castanha. Características fisiológicas – Relação com oxigênio Oxidativas (Crescem na superfície, e são formadoras de película,), Fermentativas (Crescem por todo alimento, Produz CO2) ou Ambas Gêneros mais importantes: - Candida - Zygosaccharimyces - Saccharomyces - Cryptococcus Vírus Não se desenvolve no alimento As infecções não ocorrem aleatoriamente (tropismo por determinado tipo de células) Transmissão: Gotículas expelidas pela tosse ou vomito, Ingestão de água e alimento contaminados As viroses mais comuns transmitidas por alimentos: - Norovirises (NoV) - Hepatite A (HAV) - Rotavirus B e C - Hepatite E (HEV) na água Bactérias Grupos de bactérias de interesse em alimentos 1- Bactérias lácticas ou Produtoras de Ácido Lático Fermentam, e fabricação de queijos, vinho, derivados do leite. EX. Lactobacillus, 2- Bactérias Acéticas ou Produtoras de Ácido acético Útil na fabricação do vinagre, prejudiciais na produção de bebidas alcoólicas 3- Bactérias Butílicas ou Produtoras de Ácido butílico Hidrolisam AG e produzem ácido butílico, importantes contaminantes na indústria de óleos e gorduras, entretanto a rancificação por micro-organismo não é tão comum é mais por processo físico-químico EX. Clostridium 4- Bactérias Propionicas ou Produtoras de Ácido propionico Vai fermentar alguns carboidratos e produzir ácido propionico, importante na indústria queijeira principalmente por auxiliar na formação de “Olhaduras” (queijo suíço) e do sabor de alguns queijos. EX. Propionibacterium shermanii 5- Bactérias Proteolíticas Vão hidrolisar proteínas, podem ser aeróbicas ou anaeróbicas facultativas, esporoladas ou não esporoladas. Odor ruim, sabor ruim EX. Pseudomonas (facultativo não-esporolada) 6- Bactérias Lipolíticas Vão Hidrolisar gordura/Lipídios e produzir rancificação do alimento. 7- Bactérias Osmofílicas ou sacarolíticas Vão se desenvolver em substrato que contem grande quantidade de açúcar (mel, geléias) 8- Bactérias Pectinoliticas Pectina (rigidez de frutas e verduras) tem a capacidade de hidrolisar a pectina, vão causar o amolecimento de frutas e verduras 9- Bactérias Termofilas Esse grupo de bactéria é importante em alimentos que sofreram processamento térmico elevados. Produtos enlatados (estufamento da lata) 10- Bactérias Psicrófilos / Psicotróficos Psicrófilos só se desenvolve em temperatura de refrigeração, Psicotróficos se desenvolve tanto em alimentos refrigerados como em temperatura ambiente. Grupo importante em alimentos refrigerados e congelados 11- Bactérias Halófilos Desenvolvem a alimentos que possuem grande quantidade de Sal Carne salgada, Alimentos provenientes do oceano 12- Bactérias Pigmentadas Desenvolve-se no alimento e produzem uma coloração no alimento (cor verde no presunto, etc.) Indicadores de Contaminação fecal Grande grupo - coliformes totais coliformes termo tolerantes (coliformes fecais) E. Coli E.coli – único micro-organismo que possui habitat exclusivo no trato gastrointestinal do homem ou animais Aula 02 - Fatores que influenciam no crescimento em alimentos Alterações: Características sensoriais (amadurecimento da fruta), Composição química, Estado físico, Estado de sanidade e Valor nutritivo Todo alimento apresenta algum grau de determinação entre a colheita/abate e o consumo A vida de prateleira (Shelf life) é o tempo em que um produto pode ser armazenado antes que se torne impróprio ao consumo Perecividade dos alimentos: - Perecíveis - Semi – perecíveis (Vegetais leguminosas) - Não – perecíveis Potencial de risco de deterioração e problemas de saúde dos alimentos Alto risco – Perecível Médio risco – vegetal Baixo risco – leite em pó, macarrão, etc. O alimento será o substrato para o micro-organismo e alguns fatores do próprio alimento e externos contribuem para que haja um crescimento microbiano e deterioração do alimento. - Multiplicação bacteriana - Bipartição ou fusão binária, projeção geométrica Curva de crescimento microbiano (Sistema fechado, tendo condições idéias de crescimento) Fase de latência – Adaptação ao meio (depende do meio que ele se encontra se é propicio ou não para seu desenvolvimento) Fase de Aceleração positiva – Crescimento continuo. Fase de Crescimento logaritmo ou exponencial – Crescimento rápido devido as boas condições para o desenvolvimento Fase de Aceleração negativa – desaceleração do crescimento, diminuição da disponibilidade de nutrientes, produtos tóxicos no ambiente. Fase Estacionária – número de células que vão se dividir será o mesmo que não irão se dividir, constante, balanço entre a taxa divisão e a taxa de morte microbiana. Fase de Aceleração e morte – taxa de divisão é menor que a taxa de morte do microorganismo Fase Final ou de morte – o número de micro-organismo não vai se desenvolver, devido a acúmulo de produtos tóxicos para o micro-organismo, pH diferente, ou variação na temperatura. Capacidade que o micro-organismo possui para se desenvolver e multiplicar no ambiente ira depender de fatores intrínsecos e fatores extrínsecos. Fatores Extrínsecos X Fatores Intrínsecos Extrínsecos – Fatores externos que irão influenciar o desenvolvimento do micro-organismo. Temperatura Composição de gases na atmosfera Umidade relativa Interação entre micro-organismos Microbiota do Alimento Intrínsecos – Fatores inerentes, próprios do alimento que irão influenciar no desenvolvimento do microorganismo. Atividade de Água ph Potencialde Oxido-Redução Conteúdo do nutriente Constituintes Antimicrobianos Estrutura Biológica Fatores Intrínsecos · pH A maioria dos micro-organimos de multiplica em pH próximo a neutralidade (6,5 a 7,5), apresentam valor de pH mínimo, ótimo e máximo para o crescimento. Classificação dos alimentos em função ao Ph 1. Pouco Ácidos. pH > 4,5 pH mais sujeito ao crescimento microbiano, crescimento da maioria das bactérias. 2. Ácidos. pH entre 4 e 4,5 Crescimento de Bolores, levedura e bactérias do ácido láctico e alguns bacilos. 3. Muito ácidos. pH < 4 Crescimento de bactérias ácidas, bolores e leveduras (preferência por alimentos ácidos) pH 4,5 é o mínimo para multiplicação e produção da toxina do Clostridium botulinium pH > 4,5 Bactérias patogênicas Bactérias esporuladas Bactérias lácticas Bactérias Acéticas Bolores e Leveduras pH entre 4 e 4,5 Algumas bactérias produtoras de Ácidos lácticos, ácidos acéticos Bolores e Leveduras pH < 4 Bactérias Lácticas Bactérias Acéticas Bolores e Leveduras tolerância a pH: Bolores > Leveduras > Bactérias Alguns microorganismos patogênicos apresentam características ácido resistente = um tipo de E. Coli e uma faixa de crescimento mais estreita em função ao pH diferentes dos bolores e leveduras que possuem uma faixa de crescimento bem ampla. Efeitos dos ácidos nos microorganismos Maior gasto de energia para manter o pH intracelular Desnaturação de proteínas e DNA Alteração da atividade das enzimas, grande maioria da atividade enzimática do microorganismo ocorre em pH mais neutro. · Atividade de Água (AW ou AA) O teor de água livre do alimento é a única forma de água possível para o micro-organismo se desenvolver, a maioria das bactérias irão se desenvolver em uma alto valor de atividade de água. Maioria das bactérias – AW: 0,91 Maioria das leveduras – AW: 0,88 Maioria dos Bolores – AW: 0,80 Bactérias Halófilicas (precisa de sal para desenvolvimento) – AW: 0,75 Bolores Xerotolerantes (tolerância na concentração de água) – AW: 0,71 Bolores Xerofilos e Leveduras Osmofilicas – AW: 0,60 Mel (AW: 0,5), Chocolate (AW: 0,6), Conservas (AW: 0,75) OBS: Staphylococcus aureus – AW: 0,83-0,90 MULTIPLICAÇÃO AW: 0,93-0,95 PRODUÇÃO DE ENTEROTOXINAS Redução da Atividade de água: Adição de soluto (Sal, açúcar) ou Remoção da água (desidratação ou congelamento) AW: 0,60 limite de crescimento microbiano · Potencial de Oxido-Redução Aeróbicos – Potencial de oxido-redução positivo, Crescimento na presença de oxigênio (Bolores e Leveduras) Anaeróbicos – Potencial de oxido-redução negativo, Crescimento na ausência de oxigênio (Clostridium) Anaeróbicos facultativos – Potencial de oxido-redução positivo e negativo, Crescimento tanto na presença quanto na ausência de oxigênio (Enterobactérias, leveduras) Microaerofilos - Potencial oxido-redução reduzido (Bacterias Lácticas) Bolores são aeróbicos estritos = em alimentos só se desenvolvem na presença de oxigênio, Pseudonomas e Leveduras. Leite – Maioria dos organismos Aeróbico Carne in natura – Anaeróbico Carne enlatada – Anaeróbico Carne moída – Aeróbico, devido o aumento da área de contato. Suco de uva – Aeróbico Suco de limão – Aeróbico Queijo cheddar – Aeróbico e Anaeróbico · Conteúdo de nutrientes Necessitam nutrientes como carboidratos, gorduras, aminoácidos, vitaminas disponíveis para multiplicação. Alguns micro-organimos são muito exigentes nutricionalmente para se desenvolver, e alguns micro-organimos sintetizam algumas vitaminas. Gram positivas – não sintetizam vitaminas Gram negativas, leveduras, bolores – sintetizam vitaminas Grau de exigência das bactérias: Gram positivas > Gram negativas > leveduras > bolores · Constituintes antimicrobianos do próprio alimento Alguns alimentos produzem substâncias que não permitem o crescimento microbiano, inibindo a síntese dos ácidos nucléicos, proteínas ou parede celular. Ovo – lisozima Cravo – Eugenol Amora – Ácido benzoico Canela – Aldeido cinâmico Leite cru – Lactenina Alho – Alicinas · Estrutura Biológica Constituem uma barreira à invasão microbiana, (EX. casca de sementes, frutas e ovo) Fatores Extrínsecos · Microbiota do Alimento (alguns autores colocam como fatores intrínsecos) A microbiota inerente ao alimento pode inibir/prejudicar ou favorecer a sobrevivência e multiplicação de certos micro-organismos. Implica na formação de: - Bactericidas (produtos de bactérias que impedira o desenvolvimento de outros micro-organismos) (EX. Bactérias Lácticas – ácido láctico) - Modificação do Ph – (Impedem o desenvolvimento de micro-organimos) - Competição por nutrientes (EX. Probiotico, exclusão competitiva) - Produção de peróxido de hidrogênio – (EX. Streptococcus) · Temperatura Fator de grande influência no desenvolvimento e multiplicação dos microorganismos. Termófilos - Máxima de 90º C, Mínima de 40º C, Ótimo Crescimento entre 55-75º C Mesófilos (Grande maioria das bactérias patogênicas) – Máxima de 47 º C, Mínima de 5 º C, Ótimo Crescimento entre 30-45º C Psicrotrófilos - Máxima de 35º C, Mínima de -5º C, Ótimo Crescimento entre 25-30º C Psicrófilos – se desenvolvem somente em refrigeração ou congelamento *Acima de 65º C é o ideal para o alimento está livre de bactérias potencialmente patogênicas. · Umidade relativa Correlação estreita entre atividade de água e umidade relativa de um alimento Quanto à umidade relativa for maior que a atividade de água – há absorção de água Quando a umidade relativa for menos que a atividade de água – há perde de água · Composição gasosa do ambiente Presença de oxigênio determina o tipo de micro-organimos que irão se desenvolver Há modificação da composição da atmosfera do alimento, alterando a microbiota. Embalagem a Vácuo – carne, presunto; Alimento minimamente processado – Refrigeração Modificação da atmosfera - Nitrogênio e CO2 (baixa temperatura prolonga vida de prateleira). Teoria dos Obstáculos ou Teoria de Leistner Ação conjunta de fatores intrínsecos e extrínsecos que afetam a vida e morte do micro-organismo - assim aumentar a vida de prateleira e prevenir problemas de saúde referente a alimentos. Aula 03 - Doenças transmitidas por alimentos Manifestações clinicas com sinais e sintomas específicos, cujos agentes são veiculados por alimentos ou água. A OMS estima que anualmente, mais de um terço da população mundial adoece devido a surto de doenças veiculadas/transmitidas por alimentos. Somente um pequena porção é notificada (90-99% ignorado) Dados de 2000 a 2014 no brasil. Agentes etiológicos mais freqüentes: - Salmonella spp 38,2% - S. aureus 19,5 % - E. Coli 13,3% Locais mais freqüentes: - Residência 39,1% - Restaurantes 15,4% - Escolas 8,6% - Festas 3,2% Alimentos mais freqüentes: - Alimentos mistos (Ex. Feijão com arroz) 30,6% - Ovos e produtos a base de ovos 15,9% - Água 11% - Carne vermelha 7,1% - Leite e derivados 6,9% - Ignorados 43% Agentes causadores: Produtos químicos Toxinas naturais de plantas e animais Vírus Parasitas Bactérias patogênicas Fungos Toxinogênicos (micotoxina) - Sintoma mais comum – Diarréia (Mudança na freqüência, consistência ou volume das fezes – excreção aquosa) Pode ocorrer por: aumento do peristaltismo intestinal (mobilidade intestinal), aumento do conteúdo de água nas fezes ou dano na parede intestinal (disenteria – sangue). Vômito – No duodeno se encontram os centros receptores da transmissão nervosa que ativa o centro do vômito no cerebelo através de: Ação de toxinas ingeridas com o alimento ou Ação de toxinas produzidas pelas bactérias presentes no alimento. Caracterização da doença de origem alimentar Surto – dois ou mais casos da doença de origem alimentar associados a um único alimento. Identificação do surto: Rastreamento - Inquérito epidemiológico Período de incubação – inicio quando foi ingerido o alimento até a hora em que apareceu os primeiros sintomas. Gravidade Duração · Principais fatores que contribuem para que aconteça um surto a partir de um alimento - Tratamento térmico insuficiente - Falhas de tempo x temperatura x higiene - Resfriamentoinadequado - Preparo antecipado - Uso de matéria-prima de má qualidade · Mecanismo de defesa - Nem todo alimento que possui o micro-organismo patogênico irá causar um doença Dependerá de: - Quantidade do micro-organismo que não é homogenia no alimento - Acidez estomacal + enzimas digestivas - Mucosa intestinal – alguns micro-organismos produzem enzimas que combatem o muco - Ácidos biliares são inibitórios para alguns micro-organismos - Mobilidade intestinal – facilita a expulsão do micro-organismo - Fagocitose - Mecanismo imunológico · Infecção veiculada por alimento Resulta da ingestão de alimentos contendo células viáveis de bactérias, vírus e parasitas com colonização e/ou invasão do epitélio intestinal. Próprio micro-organismo será o responsável pela doença de origem alimentar EX. Shigella, Salmonella, Vírus da hepatite A · Intoxicação ou Toxinose causada por alimento Ocorre quando toxinas microbianas pré-formadas estão presentes no alimento ingerido. As toxinas são produzidas quando os micro-organismos estão em intensa proliferação. O micro-organismo teve a oportunidade de produzir a toxina no alimento (boas condições de multiplicação) EX. Clostridium botulinium (neurotoxina), Staphylococcus aureus (enterotoxina), bacillos cereus (toxina hemética), e fungos produtores de micotoxinas. · Toxiinfecção causada por alimentos Clostridium perfringens – bactéria esporulada Micro-organismo (geralmente esporulado) que aderiu, desenvolveu e produziu no corpo a toxina. - Dose infectante: Número de micro-organismos necessários para causar doenças. População consumidora (Grupo de risco – idosos, mulheres grávidas, crianças, imunocomprometidos) Fatores fisiológicos e estado imunológico Fatores que condicionam a ocorrência de Doenças Veiculados por Alimentos Espécie ou sepa do micro-organismo presente no alimento Capacidade do alimento para servir como substrato Quantidade de micro-organismo ingeridos no alimento (Não é homogêneo) Fatores extrínsecos e intrínsecos - Principais causas: Condicionamento higiênico-sanitários inadequados (manipuladores, utensílios, etc.) Armazenamento inadequado (Higiene, temperatura, local de armazenagem) - Bactérias mais freqüentes: Salmonella spp Shigella sp E. Coli Listeria monocytogenes Bacillus cereus Clostridium botulinium Staphylococcus aureus · Salmonella spp Família enterobacteriaceae, bacilos gram negativos não esporuladas, A grande maioria móveis, Irão se desenvolver numa faixa de temperatura bem ampla entre 5-47º C, poderão ser inativadas a uma temperatura de 60º C por 5 minutos, Desenvolve-se numa faixa de PH bastante ampla de 4,5 a 9,5. A característica da doença são dividias em três grupos Salmonella Tiphi, Salmonella Parathipi Outras Salmonellas - A Salmonela Tiphi é responsável pela febre tifóide, só o homem vai ter a salmonella Tiphi, as formas de disseminação são interpessoais , água e alimentos contaminados,de homem para o homem, ou do homem para o alimento ou homem para água , sintomas febre alta diarréia e vômito , as pessoas contaminadas por salmonella tiphi , elas podem ficar portadoras assintomáticas e disseminar a salmonella. - A Salmonella paratiphi pode ser do tipo, A, B e C e é responsável pela Febre Entérica os sintomas são bastantes semelhantes com a febre tifóide porem é mais branda. No inicio da infecção ele vai atravessar a camada epitelial intestinal e vão atingir a lâmina própria, onde haverá uma resposta inflamatória com o aumento da secreção de água ocasionando um diarréia. Os alimentos mais comumente associados são: carne crua, ovos, leites, pescados, chocolates, geralmente os alimentos relacionados com surtos de salmonellas são alimentos a base de ovos, sendo a principal salmonela contaminante de ovos é a salmonella enteritidis comum nas aves. · Shigella sp Família enterobacteriaceae, Bacilo gram negativo não formador de esporos Possui uma temperatura ampla podendo se desenvolver entre 7-47º C, pH amplo de 4,8 a 9,3 A Shigella possui 4 espécies e ocasionam disenteria (fezes com muco e sangue), S. dysenteriae – produz toxina – causando Síndrome hemolítica, letalidade de 10 a 15% O mecanismo de patogenicidade do micro-organismo é pela adesão na mucosa intestinal, se multiplicando e destruindo células, por isso haverá fezes muco sanguinolentas. É uma doença que pode se estender ao trato urinário e pode ser transmitido de pessoa para pessoa, o homem é o reservatório desse microorganismo, Shigella está relacionada com higiene inadequada. Alimentos associados à Shigella são: saladas de batatas, vegetais crus, laticínios, frango etc . Principais fontes de Shigella são fezes de pessoas contaminadas. · Escherichia Coli Família enterobacteriaceae, gram negativos não esporulados Faixa de temperatura entre 7-46º C pH de 4 a 9, Indicador de contaminação de origem fecal, o habitat deste microorganismo é o trato gastrointestinal do homem ou de animais. Não são todas as E. coli que são patogênica. Divididas em seis grupos/categorias patogênicas para o homem: 1. EPEC ( E.coli Enteropatogênica): causam diarréias não sanguinolentas epidêmicas em crianças, 2. ETEC ( E.coli Enterotoxinogênica): são a causa mais comum de diarréia do turista, 3. EIEC (E.coli Enteroinvasiva): são invasivas e destrutivas da mucosa intestinal, causando úlceras e inflamação. 4. EHEC (E.coli Entero-hemorrágica): causam diarréia aquosa inicial que pode progredir em colite hemorrágica e síndrome hemolítico-urémico(que ocorre em 5% das infecções por EHEC).. 5. EAEC (E.coli Enteroagregativa): Têm fímbrias, produzem toxinas semelhantes às da ETEC 6. SEPEC ("Septicemia Enteropathogenic E.coli") : causa freqüente de intoxicação alimentar. Resiste ao sistema complemento. A doença se caracteriza por dor abdominal, diarréia, cólicas intensas, vômito, febre. Entre as E. coli a mais importante é a E. coli O 157 H7, também conhecida como a doença do hambúrguer, é uma toxina parecida com a da Shigella (síndrome hemolítica urémica), causa grave lesão na mucosa intestinal. Alimentos associados são carne bovina moída, leite cru, espinafre etc · Listeria monocytogenes Familia Listeriaceae, Gram positivos não formador de esporos, Vai se multiplicar numa faixa de temperatura de 1-45º C (pode se multiplicar em refrigeração) pH bem amplo entre 4,3 a 9,6 Amplamente distribuído na natureza (Ubiqüidade). Pacientes em grupo de risco (idosos, crianças, mulheres grávidas, imunocomprometidos) Pode causar aborto em mulheres grávidas Alimentos associados – queijos macios · Bacillus cereus Família Esporulado, gram positivo,aeróbio, Bactéria Mesófila tendo faixa de temperatura entre 5-75º C pH amplo entre 4,3 a 9,3 O reservatório desse microorganismo é o solo, vai consumir os produtos oriundos do solo (EX. cevada, batatas, arroz etc; afinidades por produtos que contém amido) Este microorganismo origina duas sintomatologias: A síndrome diarréica (INFECÇÃO)- é dor abdominal, diarreia, será produzido uma toxina termolábil (eliminada durante o processo de fervura) Alimentos envolvidos são pescados, leites , produtos amiláceos, geralmente este bacilos cereus está envolvido em alimentos que já forma preparados e será esquentado, porque quando vai esquentar não haverá uma temperatura suficiente para matar o microorganismo. A síndrome emética (INTOXICAÇÃO) - é o ataque agudo de náuseas e vômitos, a toxina é termoestável e o alimento envolvido é o arroz cozido no vapor ou frito (conhecida como síndrome do restaurante chinês) Medidas de controle, evitar alimentos cozidos a temperatura ambiente, manter alimentos quentes acima de 60, controle de temperatura para prevenir a germinação de células vegetativas, reaquecer alimentos a 74 graus. · Clostridium botulinium bacilos gram negativos, formadores de esporos (habitat é o solo), anaeróbios, Irá se desenvolver numa faixa de temperatura de 2-60º C, são inativados a 80º C por 10 minutos (inativação da toxina) Ph entre 4,6 a 9,0, Produzem uma neurotoxina, a sintomatologia não tem nada a ver com o trato gastrointestinale sim com o sistema nervoso central. A neurotoxina produzida é termolábil, ou seja, o aquecimento elimina essa toxina, as toxinas A,B , F são responsáveis pelo botulismo no homem, C e D são responsáveis pelo botulismo em animais. Existem três tipos de botulismo : Infantil, de ferida , e o alimentar . O botulismo infantil vai ocorrer em crianças menores de 6 meses, quando o ocorre a ingestão de esporos do microorganismo, vão colonizar e vão produzir a toxina no intestino. O principal alimento envolvido no botulismo em crianças é o mel. O botulismo em feridas vão contaminar lesões na pele, O alimentar (alta letalidade), os esporos irão produzido à toxina no alimento (intoxicação), os primeiros sintomas serão visão dupla, dificuldade para falar, deglutir, como produz neurotoxinas que irá causar problemas neurológicos e paralisa a musculatura do diafragma. Os esporos são termo resistentes, alimentos envolvidos são conservas caseiras, enlatados, alimentos embalados a vácuo, etc. · Staphylococcus aureus Família Staphylococcaceae, cocos Gram positivos em forma de cachos Temperatura entre 4-48º C pH amplo entre 4,3 e 9,3 Produz Enterotoxina (Termo resistente), intoxicação causada pela ingestão do alimento contendo a toxina. Geralmente no alimento contaminado por Staphylococcus aureus o responsável pela contaminação é o manipulador, e a contaminação pós-processo. População de Staphylococcus aureus tem que está elevada (dez a quinta) para que haja a produção de enterotoxina Alimentos associados são carnes, frango, atum, batata, produtos de panificação, leite cru, produtos lácticos, produtos que não irão sofrer aquecimento e que são manipulados pós-processo. Sintomas: Vômito, náusea, diarréia.
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