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Professora Especialista: Fernanda Gonçalves Santos Terapia Nutricional Enteral e Parenteral: Cálculo dos Requerimentos Nutricionais em Dieta Enteral aula 5 Introdução • A Terapia Nutricional é uma especialidade já consolidada nos hospitais Brasileiros e de importância INDISCUTÍVEL; • Requer experiência dos profissionais para que sejam obtidos os reais benefícios; • Principais objetivos: Prevenir e tratar a desnutrição; Preparar o paciente para o procedimento cirúrgico e clínico; Melhorar a resposta imunológica e cicatricial; Modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e cirúrgico; Prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes do tratamento e da doença; Melhorar a qualidade de vida do paciente; Reduzir o tempo de internação hospitalar; Reduzir a mortalidade e Reduzir custos hospitalares. RIBEIRO, 2015/MCCLAVE et al., 2013/DROVER et al., 2011/WAITZBERG et al., 2006 Introdução • Estudos realizados apontam que parte dos indivíduos não se alimenta corretamente no período de internação hospitalar, levando à desnutrição, ao aumento das complicações e, consequentemente, ao aumento dos custos de internação. • No Brasil, a desnutrição representa o fator de risco de morte mais importante em adultos entre 60 e 74 anos vivendo na comunidade, e essa associação se mostrou ainda mais forte em indivíduos acima de 75 anos de idade. • Outro dado importante é que muitos pacientes já chegam às unidades de internação apresentando desnutrição, aproximadamente 50% dos pacientes admitidos , podendo chegar a 80% em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, pâncreas e do trato gastrointestinal. FERREIRA et al., 2011/ CRISTAUDI et al., 2011; AGUILAR-NASCIMENTO et al., 2011/ MENDELSOHN et al., 2012; ARGILÉS, 2005; PINHO; TARTARI, 2011) Introdução • A desnutrição em indivíduos internados é resultado de uma série de fatores, podendo estar associada à doença e/ou ao tratamento. • O consumo alimentar inadequado é uma das principais causas de desnutrição e está relacionado com várias situações clínicas : Perda de apetite ou dificuldade na ingestão de alimentos; Procedimentos de investigação e tratamento que demandam a necessidade de jejum e/ou alterações na composição da dieta; Detecção e intervenção inadequadas podem resultar no agravamento do estado nutricional durante a internação. FERREIRA et al., 2011/ CRISTAUDI et al., 2011; AGUILAR-NASCIMENTO et al., 2011/ MENDELSOHN et al., 2012; ARGILÉS, 2005; PINHO; TARTARI, 2011/ (AQUINO; PHILIPPI, 2012. A melhor maneira para prevenir e tratar a desnutrição é pela IMPLEMENTAÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL PRECOCE!!! Passos para a Terapia nutricional (TN) Os passos para TN são: • Triagem nutricional. • Avaliação nutricional dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos. • Cálculo das necessidades nutricionais. • Indicação da Terapia Nutricional a ser instituída. • Monitoramento/acompanhamento nutricional. • Aplicação dos indicadores de qualidade na Terapia Nutricional. Cálculo das Necessidades Nutricionais Para o Cálculo das necessidades nutricionais, é preciso considerar: • A idade; • O estado nutricional do indivíduo; • A enfermidade de base; • O estado metabólico; • Sintomas presentes. 1. Calcular o VET (gasto energético diário): Iniciar com, no mínimo, 30% VET (trofismo intestinal, proteger contra translocação bacteriana e reforçar sistema imune) 2. Calcular quota PTN 3. Calcular aporte Hídrico Como Calcular a Necessidade Calórica? Podem-se utilizar diversos métodos: 1. Calorimetria Indireta (padrão-ouro): Estima gasto energético a partir da medida indireta do consumo de oxigênio e da produção de Dióxido de carbono através de um calorímetro acoplado a via aérea do paciente. Vantagens: Seguro e não-invasivo. Desvantagens: Custo alto e necessita de equipe bem treinada. ATENÇÃO!!! Hipoventilação DPOC e SARA Acidose e Alcalose metabólica DM descompensado, etc Interferem na Interpretação Como Calcular a necessidade Calórica? Podem-se utilizar diversos métodos: 2. Equações Preditivas: Antes de iniciar o cálculo energético Peso corporal do paciente; Maioria dos pacientes Peso real, na impossibilidade • Último Peso Seco (Anasarca ou edema); • Peso Habitual (se ausência de perda de peso recente); • Peso ideal. Como Calcular a necessidade Calórica? Podem-se utilizar diversos métodos: 2. Equações Preditivas: a) Antes de iniciar o cálculo energético Peso corporal do paciente; Pacientes Obesos • Peso Ajustado (Obeso geral) • Peso Atual (Kcal) ou Ideal (PTN) (Obeso Crítico) Como Calcular a necessidade Calórica? Podem-se utilizar diversos métodos: 2. Equações Preditivas: • Haris – Benedict GET = GER x FA x FI x FL Como Calcular a necessidade Calórica? • Haris – Benedict Como Calcular a necessidade Calórica? Podem-se utilizar diversos métodos: 3. Regra de Bolso: Baseada na CI, são simples e mais rápidas de serem aplicadas. Níveis Calóricos sugeridos para Adulto em Situações Específicas Situação Necessidade (Kcal/Kg/dia) IRA 20-30 IRC não-dialítico 35 IRC dialítico 35 Queimado 20 + 70 x %SCQ Paciente crítico fase aguda 20-25 Obeso crítico 11-14 (peso atual) 25 (peso ideal) Paciente crítico fase anabólica 25-30 Câncer não cirúrgico (ambulatorial) 25-30 Câncer não cirúrgico (acamado) 20-25 Doença de Crhon (fase aguda) 25-30 Pancreatite aguda 25-30 Ribeiro, 2015/ Espen, 2009/ Espen, 2006 Como Calcular a quota Proteica? Níveis Proteicos sugeridos para Situações Específicas Situação Necessidade (gPTN/Kg peso atual/dia) Grande queimado 1,5 a 2,0 IRA estresse leve 0,6 a 1,0 IRA estresse moderado 1,0 a 1,5 (com TRS) IRA estresse grave 1,3 a 1,8 (com TRS) Paciente Crítico em TRS 1,8 a 2,5 Obeso Grave (IMC 30 a 40 kg/m²) > 2,0 g PTN/Kg peso ideal/dia Obeso Grave (IMC > 40 kg/m²) > 2,5 g PTN/Kg peso ideal/dia Oncológico sem estresse 1,0 a 1,2 Oncológico estresse moderado 1,2 a 1,5 Oncológico estresse grave 1,5 a 2,0 Paciente Crítico 1,2 a 2,0 Ribeiro, 2015/ Espen, 2013/ Diten, 2011/INCA, 2009 Como Calcular a quota Proteica? Níveis Lipídio e Carboidrato Situações Específicas Situação Necessidade Paciente Crítico Lipídio - 20 a 35% VET, não ultrapassar 1g/kg/dia Carboidrato – restante Kcal Waitzberg, et al., 2014/ Espen, 2013/ Diten, 2011/INCA, 2009 Necessidade Hídrica Diária por Idade Idade Necessidade de água em mL/kg/dia 18 a 55 anos 35 55 a 65 anos 30 > 65 anos 25 Bibliografia Recomendada
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