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Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 1 A D V E R T Ê N C I A Este roteiro é apenas um esboço para o acompanhamento das aulas. Não é material suficiente para fins de estudo completo, que DEVERÁ SEMPRE ser complementado com a bibliografia indicada e com a leitura dos dispositivos legais. O estudo feito aqui pode eventualmente incluir conceitos de outros professores consagrados, pois é elaborado com fins meramente de orientação dos alunos para acompanhamento das aulas, sem finalidade de divulgação ou cópia das respetivas obras. Aula 4 – Teoria geral dos recursos. Juízo de admissibilidade e juízo de mérito. Requisitos de admissibilidade. Efeitos dos recursos. EMENTA: 1. Aplicar da teoria geral dos recursos. 2. Analisar casos concretos com base na a diferença entre juízo de admissibilidade e de mérito. 3. Apresentar os efeitos dos recursos. 1) Juízo de admissibilidade: os recursos, assim como a petição inicial, têm seus requisitos de admissibilidade. Antes da questão principal, há questões prévias a se verificar. A questão prévia é gênero, que comporta as espécies preliminares e prejudiciais – o que as diferencia é o grau de influência na questão principal. As preliminares não influenciam, mas impedem o julgamento do principal- ex: falta de preparo. As prejudiciais influenciam o julgamento da principal – ex: investigação de paternidade na ação de alimentos. O juízo de admissibilidade envolve questão preliminar e implica na admissão ou não do recurso. A terminologia no juízo de admissibilidade negativo é o NÃO CONHECIMENTO do recurso. Caso positivo o juízo de admissibilidade, o recurso é CONHECIDO. O juízo de admissibilidade é de competência do órgão responsável pelo julgamento do mérito do recurso. Vejamos estes requisitos de admissibilidade a seguir. 2) Requisitos de admissibilidade dos recursos: para que os recursos sejam admitidos, necessário se faz que cumpram determinados requisitos de admissibilidade (especiais – para especial e extraordinário e genéricos – para os demais). Antes de analisar cada um destes requisitos, um quadro geral é necessário, para em seguida estudar cada um deles de forma individualizada: Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 2 Requisitos de admissibilidade dos recursos (genéricos1) Requisitos intrínsecos (também chamados de condições recursais) 1) Cabimento ou recorribilidade 2) Legitimidade para recorrer (partes, terceiros, Ministério Público etc.) 3) Interesse em recorrer 4) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer Requisitos extrínsecos (também chamados de pressupostos recursais) 1) Preparo (valor $) 2) Tempestividade (prazo) 3) Regularidade formal 2.1) Requisitos intrínsecos: concernem à própria existência do poder de recorrer. a) Cabimento (ou recorribilidade): para que se possa recorrer, a decisão deve ser recorrível. Significa indagar se a decisão que se pretende impugnar é recorrível, ou seja, se há previsão legal de recurso contra a decisão; bem como se o recurso escolhido é adequado contra a decisão judicial que se quer impugnar. Não basta que haja previsão legal para o recurso ser utilizado; há também necessidade de adequação entre o recurso escolhido e a natureza da decisão que se pretende impugnar e, ainda, em alguns casos, quando se tratar de recurso de fundamentação vinculada, também ao conteúdo da decisão. Para esta análise, deve-se debruçar sobre os pronunciamentos do juiz, previstos no artigo 203 e parágrafos do NCPC2: Atos meramente ordinatórios (artigo 203, §4º, do NCPC): são atos praticados pelo serventuário, que podem ser revistos pelo juiz. Decorrem do automatismo judicial – atos de impulso, sem necessidade de atividade intelectiva, desprovido de poder de escolha – exemplo: vista dos autos, carimbo de juntada, certidões do serventuário. Não cabe recurso por um único motivo, somente se recorre de decisão do juiz. Despachos (203, §3º, do NCPC): são atos praticados pelo próprio juiz, mas que não tem potencialidade a causas prejuízo – artigos 2º (“Art. 2º O processo começa 1 Diz-se genéricos, pois os recursos especial e extraordinário apresentam requisitos específicos. 2 Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o. § 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art487 Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 3 por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”). e 1.001 do NCPC (“Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso”). Há certa divergência na doutrina acerca da possibilidade de recorrer ou não do despacho que determina a citação do réu – o “Cite-se”. Segundo a posição consolidada no STJ, NÃO é possível recorrer do cite-se, pois: a) o réu ainda poderá se defender (em eventual contestação); b) o juízo de admissibilidade é norma cogente e não preclui com a citação, podendo ser apreciada em qualquer momento do processo e c) o Brasil não admite decisões implícitas, assim, o mero despacho de citação não pode induzir o intérprete a pensar que a petição inicial seja apta. Decisões interlocutórias (artigo 203, §2º, do NCPC): é o ato pelo qual o juiz decide questão incidental com o processo ainda em curso. Note-se que a decisão interlocutória não põe fim ao processo, diferente da sentença. Contra tal decisão do juiz cabe agravo de instrumento, nos casos arrolados no artigo 1.015, do NCPC3; Sentença: (artigo 203, §1º, do NCPC): é o ato do juiz que extingue o processo com ou sem resolução de mérito4, ou que rejeita ou acolhe os pedidos do autor. Sentença é a decisão do juiz sobre os pedidos formulados na petição inicial, ainda que o processo prossiga. Caberá recurso de apelação, na forma do artigo 1.009, do NCPC (“Art. 1.009. Da sentença cabe apelação”); Acórdãos (artigo 204, do NCPC5): é a decisão judicial colegiada proferida pelos tribunais. Os julgados recebem este nome por serem proferidos de forma 3 Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. 4 Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. (...) Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 5 Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art373§1 Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 4 colegiada e refletirem o acordo de mais de um julgador. Este acórdão pode ser unânime ou não unânime. b) Legitimidade para recorrer (artigos 996 e 997, do NCPC6): estão legitimados para a interposição do recurso a parte vencida, o terceiro prejudicado e o Ministério Público, tanto como parte, como na qualidade de fiscal da ordem jurídica. Os terceiros intervenientes no processo se incluem no conceito de parte para fins recursais, uma vez que adquirem a qualidade de parte com a efetivação e uma das modalidades interventivas. O recurso de terceiro prejudicado é uma modalidade de intervenção de terceiros no processo uma vez que, com o recurso, o terceiro passa a fazer parte deste. Vejamos cada legitimado: Partes (artigos 70 e seguintes do NCPC): segundo Chiovenda, “parte é quem está no processo pedindo algo; quem está de fora é terceiro”. Tem, portanto legitimidade para recorrer: autor e réu, terceiro prejudicado, o revel, e até mesmo a parte ilegítima. Ministério Público (artigos 176 e seguintes do NCPC): atua no processo como parte (interesses individuais indisponíveis, interesses sociais, ação civil pública etc. – artigo 127, da CF7) ou como fiscal da ordem jurídica (o NCPC superou a antiga expressão “fiscal da lei”). Como fiscal da ordem jurídica, a legitimidade do MP no processo é concorrente e disjuntiva (concorrente, pois sempre haverá outro legitimado com o MP – ex: a parte propriamente - e é disjuntiva, pois em regra não é necessário que a parte recorra para que o MP também recorra). Como fiscal da ordem jurídica, o MP tem interesse presumido e não sucumbe no processo. Para que o MP recorra, não há necessidade que participe na fase instrutória do processo. Não é a falta de participação do MP no processo que gera nulidade, mas sua falta de intimação (artigo 276, do NCPC). O MP por conveniência e oportunidade pode decidir não participar do feito. Os 6 Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual. Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. § 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. § 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. 7 Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 5 requisitos para que o MP recorra são os mesmos das partes (com exceção do preparo). Pode até mesmo propor recurso adesivo. Terceiro prejudicado: plenamente possível a intervenção de terceiros na fase recursal. São quatro requisitos para sua atuação: 1) preenchimento dos pressupostos de admissibilidade; 2) condição de terceiro; 3) voluntariedade e 4) grau de interdependência: relação jurídica deve conter liame com a situação de terceiro – ex: fiador. Advogado (de forma autônoma): embora não previsto na lei processual, o advogado pode recorrer de forma autônoma no processo. Tecnicamente, se a parte não quiser recorrer, não poderá o advogado fazê-lo em nome dela, nem em nome próprio. Contudo, há duas hipóteses em que o advogado pode recorrer no processo, independentemente de autorização da parte (ainda que a parte não queira): 1) quando a questão envolver honorários – sua majoração ou fixação. Os honorários são verba autônoma do advogado, logo, sua legitimidade aqui também será autônoma – artigo 23, da Lei nº 8.906/94 8– Estatuto da OAB; 2) quando envolver ato de conduta própria do advogado – ex: multa por litigância de má-fé ou quando o advogado reter os autos indevidamente, além do prazo permitido (artigo 234, do NCPC9). Caso aplicada a multa pela não devolução dos autos, o advogado poderá dela recorrer de forma autônoma. União: embora não previsto na lei processual, há uma hipótese de intervenção anômala da União no processo. É prevista no artigo 5º, parágrafo único, da Lei nº 9.469/97 – quando na causa houver reflexos econômicos para a União: “Art. 5º A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, 8 Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor. 9 Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério Público devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado. § 1o É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que exceder prazo legal. § 2o Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa correspondente à metade do salário-mínimo. § 3o Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa. § 4o Se a situação envolver membro do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao agente público responsável pelo ato. § 5o Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente responsável pela instauração de procedimento disciplinar contra o membro que atuou no feito. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 6 hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão consideradas partes”. Parte da doutrina entende que esta intervenção é inconstitucional, pois 1) viola a competência material, por ofensa ao artigo 109, inciso I, da CF; 2) ofende a isonomia, pois o particular não tem a mesma prerrogativa, nem qualquer outra parte no processo, que não a União e; 3) ofende a competência funcional vertical – ex: após a sentença da justiça estadual, a União intervém e o recurso será remetido e julgado pelo Tribunal Regional Federal, que não tem ascendência sobre o juiz estadual. Outras questões: De acordo com a posição do STJ, ou auxiliares do Juízo – perito, intérprete, leiloeira, entre outros NÃO possuem legitimidade recursal, podendo discutir eventuais direitos por meio de petição ou ação própria, mas não recorrendo – ex: perito insatisfeito com os honorários fixados pelo juiz peticiona ao juízo para majoração – caso o juiz indefira, ele não poderá recorrer, mas propor uma ação autônoma. c) Interesse em recorrer: está ligado ao prejuízo. O interesse em recorrer é correlato ao interesse de agir como condição da ação. Assim, para que o recurso seja admissível, é necessário que haja utilidade, ou seja, do julgamento do recurso o recorrente deve esperar situação mais vantajosa da que obtinha com a decisão recorrida, e necessidade na sua interposição, afigurando-se necessária a via recursal para o atingimento do seu objetivo. d) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: tratam-se de requisitos negativos de admissibilidade, verificados dentro do processo e logicamente contrários ao direito de recorrer (venire contra factum proprium). Geram preclusão lógica. São eles: a) extintivos: renúncia e aquiescência e; b) impeditivos: desistência do recurso, desistência da ação, reconhecimento jurídico e renúncia da demanda. Renúncia (artigo 999, do NCPC10): a renúncia se dá antes da interposição do recurso. Pode ser expressa ou tácita. A expressa é rara e ocorre por petição em que se requer a renúncia – é fato extintivo. O recurso não será aceito, caso feito após a renúncia. A tácita se dá quando se deixa transcorrer o prazo recursal. A renúncia NÃO SE PRESUME. É um negócio jurídico unilateral não receptício: é ato de autonomia privada que se aperfeiçoa pela mera declaração de seu agente e produz efeitos independentemente de terceiros – homologação judicial ou concordância da parte contrária. 10 Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 7 Aquiescência: é a prática de ato capaz de demonstrar a conformação com a decisão. Diferencia-se da renúncia, pois a renúncia é ato de vontade e a aquiescência é ato de conformismo – ex: proferida a sentença, o réu paga a indenização no valor em que foi condenado. Segue as mesmas regras da renúncia: é unilateral e não precisa de homologação judicial ou concordância da outra parte. Desistência do recurso: a desistência é ato que se dá após protocolizado o recurso. Poderá, a teor do artigo 998, do NCPC11, se operar a qualquer tempo, até antes da leitura do voto, durante o julgamento do recurso. A renúncia também é negócio jurídico unilateral não receptício, ou seja, independentemente de terceiros – homologação judicial ou concordância da parte contrária. Também poderá ser expressa ou tácita e NÃO SE PRESUME. Poderá ainda ser parcial ou total – artigo 1.002, do NCPC12. Desistência da ação: a parte abre mão do processo e não do direito. Observado o prazo prescricional, posso propor a ação novamente – não gera coisa julgada material, mas formal. Condições: homologação judicial (artigo 200, parágrafo único, do NCPC13) e anuência do réu após o decurso do prazo para resposta. Antes desse prazo de resposta não é necessário, mesmo se já foi citado (artigo 485, §4º, do NCPC14). Reconhecimento jurídico: ato de disposição do réu. Não é confissão. Na confissão reconhecem-se fatos, somente. No reconhecimento jurídico reconhecem-se fatos e consequências. Renúncia ao direito: ato de disposição do autor. Em ambas as hipóteses (reconhecimento jurídico e renúncia ao direito) gera-se uma sentença de mérito para a parte contrária. Ambas geram efeitos impeditivos do direito de recorrer – pela preclusão lógica. 2.2) Requisitos extrínsecos: os requisitos extrínsecos dizem respeito ao modo de se exercer o recurso. 11 Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos. 12 Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte. 13 Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial. 14 Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (...) § 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 8 a) Tempestividade: diz-se tempestivo o recurso quando interposto dentro do prazo estabelecido pela lei, ou seja, quando respeitado foi o termo final para sua interposição e intempestivo, aquele que não respeita o prazo. Os artigos 218 e seguintes do NCPC regulamentam os prazos. O recurso intempestivo não será conhecido. Exemplo de julgado15: “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO INTEMPESTIVOS. NÃO SUSPENSÃO DO PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO INTEMPESTIVO. 1. A oposição de embargos de declaração, quando intempestiva, não interrompe, nem suspende o prazo para a interposição de outros recursos. 2. Agravo regimental não conhecido”. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL AgRg nos EDcl no AREsp 453477 RJ 2013/0415116-0 (STJ). b) Preparo: o recorrente, ao interpor seu recurso, deverá comprovar o pagamento das custas processuais respectivas, que são fixadas no âmbito da Justiça Federal por lei federal, e no âmbito das Justiças estaduais por leis dos respectivos Estados (o preparo compreende as custas processuais e o porte de remessa e retorno – dispensado em processos eletrônicos – artigo 1.007, §3º, do NCPC16). Salvo nos casos expressamente previstos em lei, o preparo é obrigatório, excetuando-se os beneficiários da justiça gratuita, a União, Estados, Municípios e suas autarquias, Ministério Público e os casos de embargos de declaração e de agravo retido. O recorrente deverá comprovar o preparo no ato da interposição do recurso – artigo 1.007, do NCPC17. No caso de insuficiência do preparo, será o recorrente intimado para complementação do preparo 15 Mais julgados em: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=tempestividade 16 (...) § 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos. 17 Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. § 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. § 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. § 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos. § 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. § 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o. § 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. § 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=tempestividade Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 9 no prazo de cinco dias, sob pena de deserção (que é a sanção aplicada à parte por falta de preparo ante o não recolhimento das custas devidas no prazo legal). Porte de remessa e retorno (apenas para processos físicos – artigo 1.007, §3º, do NCPC): é a quantia devida para custear o deslocamento do processo até o Tribunal (remessa) e o retorno deles ao Juízo de origem (retorno). O valor é definido de acordo com o número de folhas no processo e peso em tabelas fixadas nos sites dos Tribunais (TJ´s, TRF´s, STJ e STF). Em São Paulo, o valor para 2017 é de R$ 32,70 por volume de autos18. Valor do preparo – taxa judiciária (para São Paulo): em geral 4% (quatro por cento) sobre o valor da causa. Nas hipóteses de pedido condenatório, o valor do preparo será calculado sobre o valor fixado na sentença se for líquido, ou, se ilíquido, sobre o valor fixado pelo Juiz para esse fim19. OBS – regras relativas ao preparo (parágrafos do artigo 1.007, do NCPC): 1) dispensados do recolhimento de preparo: são dispensados do recolhimento do preparo e do porte de remessa e retorno: “os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal” – artigo 1.007, §1º; 2) preparo insuficiente: acarreta a intimação do recorrente na pessoa do seu advogado, para efetuar o recolhimento suplementar/complementar, no prazo de 5 dias (um dos reflexos do princípio da primazia do julgamento do mérito e uma das novidades do CPC/2015) – artigo 1.007, §2º; 3) ausência de comprovação de preparo (situação diferente da insuficiência do preparo): se o recorrente não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em DOBRO, sob pena de deserção – artigo 1.007, §4º. O prazo aqui também é de 5 dias, por regra análoga ao prazo para recolhimento do preparo insuficiente (artigo 1.007, §2º e também pela redação do enunciado nº 97, do Fórum Permanente de Processualistas Civis). Nesta hipótese, de não comprovar o preparo no ato da interposição, será vedada a complementação (artigo 1.007, §5º20); 4) justo impedimento do recolhimento: provando o recorrente justo impedimento (por exemplo, uma impossibilidade de 18 Disponível em: http://www.tjsp.jus.br/IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais/DespesasPorteRemessaRetornoAuto s 19 Disponível em: http://www.tjsp.jus.br/IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais/TaxaJudiciaria - tabela com a relação das taxas para os recursos no Estado de São Paulo – INCLUSIVE OS VALORES MÍNIMO E MÁXIMO DO PREPARO – 5 a 3000 UFESP´s (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), sendo que 1 UFESP equivale a R$ 25,07. 20 (...) § 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o. http://www.tjsp.jus.br/IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais/DespesasPorteRemessaRetornoAutos http://www.tjsp.jus.br/IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais/DespesasPorteRemessaRetornoAutos http://www.tjsp.jus.br/IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais/TaxaJudiciaria Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 10 recolhimento devido ao sistema do banco fora do ar), o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 dias para efetuar o preparo – artigo 1.007, §6º; 5) preenchimento equívoco das guias do preparo: o equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 dias – artigo 1.007, §6º. Exemplos de julgado21: 1) aplicação da deserção: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DESERÇÃO. Constando do processo certidão na qual registrado o fato de a recorrente haver sido intimada para regularizar o preparo, tendo quedado silente, impõe-se a conclusão sobre a deserção do recurso”. STF - AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO ARE 796464 RJ (STF) e; 2) Guia ilegível do preparo também acarreta deserção: “RECURSO DE REVISTA. DESERÇÃO DO RECURSO ORDINÁRIO. Estando ilegível a autenticação bancária lançada na guia de recolhimento do depósito recursal e das custas, não permitindo, assim, a verificação da regularidade do prazo e valor do pagamento, correto o entendimento do Regional de declarar a deserção do Recurso Ordinário. Recurso de Revista não conhecido”. TST - RECURSO DE REVISTA RR 642009320095040121 (TST) c) Regularidade formal: deve o recurso obedecer às regras formais de interposição exigidas pela lei para seu tipo específico. Dependendo da espécie de recurso utilizada, poderá a lei estabelecer requisitos específicos de regularidade formal, como, por exemplo: o conteúdo da apelação, na forma do artigo 1.010, do NCPC22; a juntada de peças obrigatórias no caso de agravo de instrumento, na forma dos artigos 1.016 e 1.017, do NCPC, a juntada do Acórdão paradigma em caso de dissídio jurisprudencial no recurso especial, na forma do artigo 1.029, §1º, do NCPC etc. OBS: os requisitos do recurso especial e extraordinário serão estudados com os próprios recursos. 3) Efeitos dos recursos23: a interposição de um recurso é ato processual capaz de gerar inúmeros efeitos diferentes. Enquanto alguns efeitos, como o efeito obstativo e o devolutivo, são inerentes a todos os recursos, os efeitos suspensivo, substitutivo e 21 Mais julgados em: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=deser%C3%A7%C3%A3o 22 Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: I - os nomes e a qualificação das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; IV - o pedido de nova decisão. 23 Mais informações em: http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7366 e também: http://www.ibdfam.org.br/noticias/6038/Entenda+mais+sobre+os+efeitos+devolutivo+e+suspensivo+do+re curso+no+CPC+2015 https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=deser%C3%A7%C3%A3o http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7366 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7366 http://www.ibdfam.org.br/noticias/6038/Entenda+mais+sobre+os+efeitos+devolutivo+e+suspensivo+do+recurso+no+CPC+2015 http://www.ibdfam.org.br/noticias/6038/Entenda+mais+sobre+os+efeitos+devolutivo+e+suspensivo+do+recurso+no+CPC+2015 Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 11 expansivo podem ou não ser configurados a depender do recurso e do caso concreto em questão. Por enquanto, serão estudados os efeitos genericamente, aprofundando- se em cada efeito específico nos recursos em espécie. 3.1) Devolutivo: devolvem para o mesmo órgão judicial prolator da decisão, ou para outro órgão jurisdicional de instância superior, a matéria recursal a ser examinada. O recurso, quando recebido apenas nesse efeito, gera a parte vencedora a execução da decisão provisoriamente. Efeito translativo (ou profundidade do efeito devolutivo): entende-se por efeito translativo a capacidade que tem o tribunal de avaliar matérias que não tenham sido objeto do conteúdo do recurso, por se tratar de assunto que se encontra superior à vontade das partes. Em outras palavras, o efeito translativo independe da manifestação da parte, eis que a matéria tratada vai além da vontade do particular, por ser de ordem pública. 3.2) Suspensivo: são suspensivos aqueles recursos que impedem a imediata produção de efeitos da decisão recorrida, ficando o comando nela contido suspenso até seu julgamento (apelação, embargos infringentes, embargos de declaração e recurso ordinário). OBS: Não suspensivos são aqueles desprovidos, como regra geral, deste efeito e que, por isto, não obstam a que haja execução provisória da decisão impugnada. É a lei que determina se o recurso terá ou não efeito suspensivo. Exemplos: a apelação terá efeito suspensivo, por expressa determinação do artigo 1.012, NCPC: “Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo”; o recurso especial e extraordinário não tem efeito suspensivo, salvo demonstração de hipóteses excepcionais que serão verificadas oportunamente, pelo mesmo motivo: artigo 1.029, §5º, do NCPC. 3.3) Efeito obstativo: refere-se à manutenção do estado de litispendência, ou seja, os recursos têm o poder de manter viva a relação processual. De maneira mais detalhada, este efeito dos recursos tem o condão de impedir que seja formada a preclusão máxima, ou seja, a formação da coisa julgada formal, requisito essencial para a formação da coisa julgada material. 3.4) Efeito substitutivo: havendo julgamento pelo tribunal do mérito do recurso, haverá a substituição da decisão anterior. Sendo assim, por referir-se apenas a decisão do mérito do recurso, este efeito só poderá ser observado se o recurso for conhecido pelo tribunal. Vem previsto no artigo 1.008, do NCPC: “Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso”. 4) Juízo de mérito do recurso: superado o juízo de admissibilidade e sendo ele positivo, o órgão competente para o seu julgamento passa ao juízo do mérito recursal. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 12 O mérito do recurso é a pretensão recursal, que pode ser a de invalidação, integração, reforma ou esclarecimento da decisão impugnada. Importante observar que o mérito do recurso não necessariamente será idêntico ao mérito da causa. Uma questão processual, relativa à admissibilidade da causa, por exemplo, pode ser o mérito recursal. A causa de pedir do recurso pode se fundar tanto em um error in procedendo, o qual consiste em um erro na decisão judicial apto à sua invalidação; como em um error in judicando, o qual se refere a uma interpretação equivocada dos fatos ou do direito aplicável à questão, o que poderá ensejar a reforma da decisão. Está ligado ao PROVIMENTO do recurso. Logo, tem-se, que os pressupostos recursais formam o JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE, enquanto o mérito recursal forma o JUÍZO DE MÉRITO. QUADRO SINÓTICO: em suma, didaticamente, tem-se o seguinte caminho do recurso (de forma genérica, pois a partir do estudo dos recursos em espécie, o passo a passo a seguir será atualizado e pormenorizado): 1º passo: interposição do recurso (após a publicação da sentença): feito no prazo peremptório (tempestividade), determinado pela lei, após a publicação da sentença ou decisão interlocutória (endereçamento do recurso, petição de interposição + razões recursais), devidamente preparado (recolhidas custas judiciais e porte de remessa e retorno); 2º passo: Contrarrazões: intimação da parte contrária para o oferecimento de contrarrazões (resposta ao recurso) – aqui a parte contrária poderá exercer o contraditório, respondendo o recurso e até mesmo oferecendo recurso adesivo – ocorre ainda em 1º grau. Após as contrarrazões o juiz remete o processo ao Tribunal; 3º passo: No Tribunal - Juízo de admissibilidade: análise dos requisitos de admissibilidade pelo órgão de 2º grau – intrínsecos e extrínsecos (o juiz apenas oficia como órgão de passagem, não analisa os requisitos de admissibilidade). Aqui há a determinação dos efeitos em que o recurso será recebido. Em caso de positivos os requisitos de admissibilidade, o recurso é CONHECIDO (ou ADMITIDO, ou RECEBIDO); 4º passo: Juízo de mérito: análise das razões postas em recurso. Ao recurso será dado PROVIMENTO ou NEGADO PROVIMENTO (embora muito utilizado no cotidiano forense também os vocábulos IMPROVIDO OU DESPROVIDO). Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU Recursos civis – 2019.2 Professor Gustavo Belucci 13 Complemento da aula: 1) Verificar tabela de correspondência do CPC/73 com o CPC/2015 em caso de dúvidas acerca dos dispositivos que foram alterados: http://portalprocessual.com/wp- content/uploads/2015/06/quadro-1973-2015-horizontal.pdf; 2) Verificar os artigos indicados em notas de rodapé. http://portalprocessual.com/wp-content/uploads/2015/06/quadro-1973-2015-horizontal.pdf http://portalprocessual.com/wp-content/uploads/2015/06/quadro-1973-2015-horizontal.pdf
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