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Diabetes mellitus – dietoterapia – aula 06 Primeiro objetivo para dietoterapia de paciente com diabetes é atingir a glicemia (melhora da glicemia) de forma individualizada, regular a pressão e metas lipídicas, pois o paciente não morre do diabetes e sim das complicações decorrentes do diabetes. Intercorrências da diabetes: Uma das complicações é o aumento da pressão arterial, devido a concentração da glicose que é hiperosmolar tornando o sangue do paciente viscoso. Então precisa “afinar “esse sangue. Outro problema da pressão alta é a lesão renal. E porque os rins são lesionados? O glut 4 é o único dependente da insulina e todos os outros não são dependentes. Estão localizados no rim principalmente, no sistema nervoso, por isso o diabético tem alterações como a gastroparesia (risco de maior refluxo, no uso de suporte nutricional). Tem a cegueira também porque a retina não tem o glut 4 e homens desenvolve impotência sexual. Então a glicemia reflete outros órgãos, que são bem importantes. No caso dos homens a questão da impotência sexual é muito importante. Na mulher o grande problema da diabetes é a gestação. Ocorre um risco de aborto muito grande pelo descontrole da glicemia. Os bebes nascem macrossômicos o que aumenta o risco de partos prematuros, sendo perigoso tanto para o bebe quanto para a mãe. A idade das gestantes também influencia sobre o risco da diabetes. A saúde muitas vezes não acompanha o tardeamento da gestação, o que pode associar a complicações durante esse período. Assim, se quiser ser mãe mais velha tem que planejar a saúde e mudar o comportamento. Outro ponto importante é a gordura. O excesso de carboidrato que se consome e não é armazenado (não usa) é armazenado como lipídio. Então o grande problema da diabete em si, não é somente a glicemia elevada mais a dislipidemia. Essa dislipidemia aumenta o risco de doença cardiovascular nas pessoas. As pessoas iram morrer das intercorrências e não da diabetes em si: uma cegueira, uma doença cardiovascular, renal etc.. Obs: “a cada 10 anos de uma doença cronificada e não tratada já ocorre lesões de órgãos.” Quando controladas, ameniza a velocidades das lesões, o que prolonga o tempo e qualidade de vida. Fato de que pessoa pode morrer pelas complicações da diabetes, mas o cuidado determina se ele irá morrer com 30 anos ou 70 anos. O que se busca para melhoria dos quadros: - Reduzir os marcadores: a hemoglobina glicada é muito importante, porque é um marcador do nosso comportamento ao longo prazo (em média dos últimos 30 dias). A glicemia em jejum não serve muito como parâmetro , pois quando o paciente já sabe que é “doente” começa a entender como burlar a glicemia em jejum (não segue as orientações dietéticas durante todo o mês e quando está perto de fazer o exame , uns 3 dias antes faz uma dieta correta e o resultado estará adequado, não sendo fidedigno da realidade dos hábitos do paciente). Então não é muito usado como diagnostico. O mais utilizado é a alteração hemoglobina glicada. Mais qual o problema de usar a hemoglobina para o paciente? Ela tem que ser interpretada corretamente para não se induzir ao erro. Em caso de paciente com anemia (anemia subicliníca), a hemoglobina glicada pode vim no exame mais baixo do que deveria. Esse mesmo exame tem uma outra medida que é a: glicemia média estimada (média da glicose nos últimos 30 dias). Isso é importante, porque se o paciente estiver com um quadro de anemia, a hemoglobina glicada não vai vim tão alterada. Então para se avaliar um paciente com diabetes e pedir o exame de hemoglobina glicada, tem que avaliar também a serie vermelha. Sempre verificar o estado nutricional do paciente em relação ao comportamento do ferro. Fisiologia: A hemoglobina é o pigmento da célula vermelha. O pigmento vem do ferro Glicação (glicose se liga de forma permanente a uma proteína) – Subiu a glicose a hemoglobina faz a glicação, que é uma reação irreversível. Toda vez que a glicemia for descompensada ocorre esse “registro”. Se tiver um bom estoque de ferro, a hemoglobina representa a glicemia com fidedignidade. Se tiver uma anemia subclínica (comer mal, menstruação... a hemoglobina sempre limítrofe, para baixo e o estoque de ferro pode não conseguir repor). Então sempre quando avaliar a hemoglobina glicada tem que avaliar a serie vermelha, porque só será verdade o resultado absoluto se houver ausência de anemia. Pouco ferro, não vai ocorre a glicação. Influencia do do PCR no exame de Glicemia: PCR (infecção de fase aguda) do paciente diabético também é importante ser avaliada, pois pode influenciar na interpretação de compensação da glicemia. Paciente diabéticos tem facilidade de ter processo de inflamação de repetição (respiratórias). Infecção aumente a PCR, (imunidade cai, a infecção local pode virar sistêmica, ter sepse e morrer), porque quando a glicemia aumenta, ela impede que a célula fagocitária mate a bactéria invasora, criando uma camada que o fagócito não atua. Glicemia maior que 200 indica que o fagócito não está exercendo sua função (o que acaba com a defesa). Com a PCR aumentada devido a uma infecção a hemoglobina pode ficar mascarada na descompensação glicêmica, porque o ferro ou vai para célula vermelha ou é utilizado para nutrir e potencializar a multiplicação do macrófago. Então com o processo inflamatório o macrófago rouba o ferro para ele poder crescer mais na inflamação e o paciente acaba ficando anêmico. E quando pede a hemoglobina glicada, o exame pode ser interpretado fora desse contexto podendo dar um valor baixo e na verdade está alto. Além de se considerar o tempo de meia vida da hemoglobina, que devido a interferência do processo infeccioso na hematopoese essa hemoglobina não será substituída. Sempre levar em consideração o paciente, se é um paciente internado a longo prazo, se é um paciente que está em casa. Esse é um tipo de Anemia da doença crônica- ela é transitória A infeção pode ser a causa base de internação para um paciente diabético. Não suplementar ferro em paciente com infecção, pois serve de substrato para proliferação bacteriana. Infeção urinaria de repetição é sinal de hiperglicemia: bactéria do canal vaginal se multiplica rapidamente na presença da glicose. Se torna um sinal de pré-diabético. Então são vários fatores que devem ser considerados para o diagnóstico de paciente diabético. Prescrição de minerais sempre tem que ser quelados, pois vão estar juntos a um aminoácido e garantir a eficiência da absorção. -Pressão arterial: manter menor não só com a alimentação e mudança de comportamento, mas posteriormente o uso de medicamentos (captopril, lorsatan) para um melhor controle, devido ao desgaste dos vasos sanguíneos. Perfil lipídico: outra linha de interpretação. O lipídio está ligado a glândula tireoide. Sempre que for avaliar o perfil lipídico do paciente tem que ter o exame da função tireoide. Fisiologia: O fígado excreta sais biliares que vem do colesterol que está no sangue. E quem aumenta os receptores hepáticos no fígado para essa excreção só os t3 e t4. Então se o paciente apresenta um hipotireoidismo, terá redução da excreção de sais biliares e aumento do colesterol. e hipertireoidismo ira aumentar a excreção dos sais biliares e a concentração dos hormônios e diminuição do colesterol. Então para interpretar a função do perfil lipídico tem que saber a função da tireoide para verificar se tem um distúrbio ou não, e relacionar com a causa de alteração lipídica. Correlação do emagrecimento com a diabetes Mellitus tipo I Diabetes mellitus tipo 1 a pessoa emagrece no início, só quando ela está descobrindo e descompensada, pois ocorre o aumento da glicemia sem a entrada (rebate) para dentro da célula. Quando ela entra, todo o carboidrato vai ser convertido em gordura, então quando começa a usar a insulina o paciente começa a engordar. Daí surge o segundo problema: controledo ganho de peso, se não gera resistência a insulina exógena. Então não é característica do paciente diabético emagrecer, mais é um sinal a ser comparado para o diagnóstico. Não tem insulina para internalizar a glicose nos 3 principais tecidos: tecido adiposo, fígado e musculo. Os outros (retina, célula nervosa, rim) que não tem o glut 4 não tem condições de armazenar essa glicose então ela fica alta. E não tem ação do pâncreas. O corpo precisa de energia, então faz gliconeogênese levando a descompensação. E o emagrecimento vem devido a esse influxo de gliconeogênese absurdo e tem a perda de peso. Glicose fica circulando e começa a ocorrer a lesão de órgãos. Objetivo da dietoterapia - alcançar a meta do peso, sempre levando em consideração massa corporal, osso, água. Perder gordura localizada no perímetro abdominal, que é a eminencia em morte dos pacientes, devidos as citocinas que causam resistência à insulina, citocinas que pioram a pressão arterial. Reduzir esse perímetro tem uma grande importância mesmo que não se consiga perder peso no todo de forma relevante. - retardara ou prevenir as complicações - educação nutricional para os pacientes conhecer a doença e ganhar autonomia. - mudança do estilo de vida - atividade física de 150 minutos (mínimo de exercício semanal para não ser sedentário) por semana (sempre avaliar o tempo e atividade e encaminhar o paciente para o profissional de educação física para adequar melhor a atividade). No mínimo 220 minutos por semana para ocorrer a perda de peso. - redução energética de gordura. Dependendo do tipo - fibra – ajuda na modulação da glicemia - reduzir bebida açucarada - controlar a resposta glicêmica (proteína, gordura e fibra ajudam a controlar resposta glicêmica. - fazer associações alimentares, salada de fruta com creme de leita, banana com aveia e canela, macarrão cum um molho 4 queijos que vão auxiliar o retardamento do esvaziamento gástrico. Metas alcançáveis: - Perder e manter perdido de 5 a 10 % do peso. Isso já melhora a sensibilidade a insulina, diminui a glicemia, melhora a pressão arterial. Peso fidedigno: de manhã, sem roupa e depois do primeiro xixi. Então para se fazer acompanhamento sempre deve pesar o paciente sempre no mesmo horário para fazer a comparação dele com ele mesmo, tendo todas as variáveis iguais para comparação. *importante sempre fazer a perde de peso gradativa mesmo que se não atinja o peso médio da tabela (que já é sinal de mais saúde), que seria o adequado para aquele indivíduo. Podemos pesar entre 18,6 a 24,9 que é o IMC da normalidade, mas hoje estudos já mostram que até o IMC de 27 não ocorre alterações metabólicas significativas para a doença. Uma perda de peso muito grade pode também interferir na auto- estima e sexualidade da pessoas. Então tem que se avaliar toda a situação global. - Perda ponderal é importante por conta da sensibilidade a insulina. As células de gordura, quando se engorda muito, elas deformam os receptores para insulina. Então a ligação dos receptores de insulina nas células gordurosas vai falhando e aí tem- se duas situações ruins e perigosas: Hiperinsulinemia: paciente gordinho tem uma resistência à insulina, por conta da obesidade. Inicialmente não apresenta hiperglicemia. O paciente continua comendo o “ bolo “ em excesso e a glicemia aumenta. O pâncreas ainda funcionando manda uma quantidade de insulina bem alta que vai cobrir essa glicemia. Então no exame bioquímico a glicemia vai estar “normal”. E quando se dosa a insulina, confirma-se que essa glicose não está ótima. Isso quando o pâncreas ainda está funcionante, mas quando falha, tem o diabético desconfigurado. Por isso é bom pegar o paciente no início, em que se faz o tratamento e freia esse processo, preserva o pâncreas e com isso pode curar do diabetes do tipo 2. Por isso em pacientes obesos deve-se dosar a insulina, além de analisar a serie vermelha, hemoglobina, glicemia em jejum. Porque se a insulina tiver alta, a glicemia não está boa porque a pessoa é um gordinho saudável e sim por conta da sobrecarga pancreática. Então reduz a glicemia para baixar também a insulina e preservar a funcionalidade do pâncreas. - Exercício: o exercício é um redutor agudo de glicemia. Vai oxidar a energia (pega a que está mais livre acumulada(glicose) e nem vai queimar a gordura. “Pega a glicemia que está ali acumulada, bota pra dentro e regula a glicemia”. Então se o paciente as vezes acorda com a glicemia aumentada ao invés de regular com o medicamento (insulina ultrarrápida) pode fazer o exercício. E menos invasivo. Quando se faz exercício com aumento do peso corporal, oxida a gordura que está sobrando e vai diminuindo a resistência à insulina, e ocorre a queda da glicemia também. Depois do exercício a pessoa se alimenta e administra sua insulina do dia. No idoso tem o problema mais grave que é a sarcopenia. No idoso quem resolve a glicemia no exercício físico é a massa muscular. Ai já não tem uma contribuição do exercício tão grande devido a sarcopenia fisiológica. Hipoglicemia pode acontecer. Então tem que prestar atenção na hiperinsulinemia e a baixa ingestão e excesso do exercício. Então quando se aplica a insulina, tem que comer. Não pode fazer o exercício em jejum. Ai tem que comer de forma proporcional a atividade que irá se fazer. Proporção do carboidrato para o exercício: 15 g de carboidrato para cada meia hora ou 60 minutos de exercício. As 15g equivalem a meia banana. Então se comer 1 banana já tem as 30 g de carboidrato. Coerência e tempo x intensidade. Não se come meia banana para ir para cross fit. Diretriz A grande mudança da nova Diretriz (2017/2018) é a quantidade de açúcar, ela diz que podemos usar 5% do VET como sacarose. A sacarose era até 10% então do Carboidrato, ou seja, você tinha um VET de por exemplo 2000 kcal, 10% equivale a 200 kcal, dividindo por 4 você obtinha 50g de açúcar para usar durante o dia, Só que a partir de agora, os 10 caíram para 5%, ou seja apenas 25g de açúcar pra usar em 2000 kcal (o equivalente aqueles saquinhos de restaurante). Com essa redução significativa será importante treinar como desmamar esse doce limiar alto que fomos ensinados a consumir. Outra mudança importante que nós vemos na diretriz são os percentuais menores, como o de carboidrato que passa a ser entre 45-60%. É importante que não se ofereça dieta com menos de 130g de carboidrato para ninguém, se você calculou uma dieta com menos de 130g de carboidrato está errada, deve-se refazer, pois esse é o mínimo para que ele não apresente complicações. Não existe uma dieta para diabético sem carboidrato, isso induz a gliconeogênese, e eleva mais a glicemia. Se houve restrição por algum motivo, por doenças ou qualquer outro motivo, ainda assim não deve ser menos de 130g, porque você vai condicionar o paciente a um estado de gliconeogênese (pois se o carboidrato não vem de fora eu vou quebrar as reservas pra gerar essa glicose; ou eu vou quebrar do substrato proteico) que vai levar a cetoacidose, podendo levar ele ao coma, por isso é importante manter o carboidrato da dieta pois é a presença dele que vai fazer o controle da glicemia, a ausência dele não ajuda. A gliconeogênese não tem patamar de correção ela vai jogando para cima, levando a graves casos de cetoacidose diabética e morte em até 24h em diabéticos do tipo 1 (tipo 2 não é tão grave) – Mas por que essa diferença? O diabético do tipo 1 não tem nenhuma insulina, depende totalmente de insulina utilizada, se você tiver qualquer processo de resistência a essa insulina você vai manter uma glicemia aumentada, e ela não entra na célula e ai o corpo acha que não tem glicose e ele começa a utilizar outras estruturas para formar uma nova glicose, mas já tem glicose lá o problema é que não tem insulina. Então ele vai utilizar como primeira via de quebra a gordura, e quandoessa gordura é quebrada aumentam os corpos cetônicos, e essa elevação levam ao acúmulo deles na barreira hematoencefálica, causando confusão mental e coma. Por isso que o diabético do tipo 1 tem que fazer esse controle da glicemia constantemente. A Proteína vai ter entre 15-20%, sabendo que não é a proteína que lesa o rim e sim a glicemia não controlada, uma dieta hiperproteica ajuda na perda de peso corporal, então esse valor de 15-20% é seguro para o diabético a não ser que ele tenha uma nefropatia que justifique ajustes específicos. O colesterol nessa diretriz está colocado com menor que 300, pois não há necessidade de restringir o colesterol uma vez que não é o colesterol do alimento o responsável pelo aumento do colesterol sérico, e sim o carboidrato é um dos principais responsáveis, então se eu quiser reduzir o colesterol uso 45 de carbo e não 60. O carboidrato é o principal determinante da glicemia pós-prandial, mas ele não é consumido isoladamente, ele está dentro da refeição e o que é importante é a carga glicêmica dos alimentos, a combinação de vários alimentos. Podemos usar essa lista de índice glicêmico para acompanhar a contagem de carboidrato de quando por exemplo é um paciente do tipo 1. Os gráficos mostram o impacto da batata e do feijão. Então a uma relação entre as batatas, na verdade não faz diferença se eu vou comer a batata doce ou a batata inglesa, pois as duas são ricas em carboidrato, faz diferença a forma como eu vou comer essa batata. Se eu asso a batata isso é melhor ou pior? Pior! Porque o calor é mias elevado, esse carboidrato vai ficar mais dextrinizado, mais simples, que é a reação de mailard/a glicação, mas a questão é que essa batata não vai ser ingerida pura, ela vai ter que ser acompanhada de uma saladinha de feijão fradinho, por exemplo, ou seja, de proteína, vegetais, por isso a técnica dietética é importante para orientar o paciente. A forma de cocção influencia muito, por exemplo, essas panelas airfryer que não fritam, elas são as rainhas da glicação, deixam o alimento douradinho pois fazem a reação de maillard, é como “pegar um carboidrato complexo e transformar em carboidrato simples”, você facilitou o processo de digestão, ou seja, entre comer a batata frita uma vez no mês e a batata no airfryer, é melhor a batata frita. E esse excesso de glicação geram o aumento do AEGEs (produto final da glicação - estresse oxidativo), e você já tem um paciente com inflamação, então a forma como o paciente come do pão ao frango, tem que ser pensada se isso for uma repetição. Então, se o AEGE aumenta o estresse oxidativo eu vou comer junto com antioxidantes, como por exemplo uma bela salada colorida, sempre fazendo uso racional da panela. O gráfico mostra que se eu comer a batata com o feijão e adicionar um ovo naquele prato, já acabou o índice glicêmico daquela batata, que é completamente diferente dela consumida sozinha. O diabético pode consumir açúcar sim se ele tiver compensado em quantidades isocalóricas. 1 unidade de insulina ultrarrápida metaboliza 15g de carboidrato. O mais importante para nós é a carga glicêmica, é como o carboidrato de vários alimentos depois de combinado vai influenciar na glicemia do paciente. Não é necessário calcular essa carga, é importante entender quais são os componentes da dieta que vão influenciar, como métodos de cozimento e processamento, por exemple, se eu amasso a batata isso facilita a digestão e eleva glicemia, mas o purê da batata não é feito só de batata, normalmente se adiciona margarina e leite, ptn e gordura “quebrando” o IG do purê. A velocidade da ingestão, o tempo que o paciente demora para mastigar, por exemplo, um alimento com casca, menos amassado, vai demorar mais tempo pra chegar no estômago, vai retardar o esvaziamento gástrico, vai ajudar nesse controle glicêmico. A forma do alimento, se vai estar amassado ou inteiro, e a composição e forma de preparo. Frutose – Existe uma orientação da ADA (Associação Americana de Diabetes) que sugeriria que até 12% do VET de frutose não seria prejudicial, porém a frutose não vem nos rótulos de nenhum alimento, e a frutose que vem nos alimentos industrializados é a frutose vindo do xarope de milho, então não estamos da frutose da fruta e sim dessa frutose. Mas o que essa frutose faz de tão danoso? Provavelmente você aprendeu de que a frutose não elevava a glicemia porque ela não é dependente da insulina, então ela entra no corpo da gente pelo glut5 (não dependente de insulina) e ela vai ser convertida em vários sub produtos, como por exemplo ela pode ser oxidada (virar energia), ela pode entra na neolipogênese (lipogênese de novo), e ela pode vir para esse ciclo gerar o citrato que vai inibir a quebra da glicose e você passa a usar a frutose como fonte de energia. O problema é que a frutose vinda do xarope de milho ela estimula o processo de formação de EROs. Você comeu produtos industrializado, como por exemplo um pacote de biscoito recheado, o fígado fica com aquela frutose ali e vai tentar queimar, desviar para algum lugar desesperadamente, uma parte dela ele vai tentar queimar na betaoxidação e esse excesso de beta-oxidação é um estresse oxidativo, e quando isso acontece você gera EROs e esse EROs vai inflamar os seus hepatócitos, se eu tenho uma má alimentação, sem alimentos que ajudem a me proteger (como antioxidantes) e a alimentação ainda favoreça a inflamação, e célula do tecido hepático induz própria apoptose, gerando um enorme prejuízo. Se isso acontece a longo prazo, uma criança que inicia o consumo desse alimento aos 5 anos aos 25 ela já pode ter uma doença hepática gordurosa não alcoólica. Isso jamais vai acontecer no consumo de uma fruta, pois junto com essas frutas eu consumo uma carga altíssima de antioxidantes, e a carga de frutose jamais será igual a de um pacote de biscoito; outra parte ele vai devolver ao sangue na forma de gordura, outra parte vai entra na forma de citrato, o citrato inibe a fosfofrutoquinase, então ele inibe a utilização da via glicolítica e aumenta sua glicemia, pois se eu não vou utilizar a glicose ela vai começar a se acumular no sangue. – via de saturação, ou seja, consumo em excesso. Qual a diferença dessa frutose do xarope para a frutose da fruta? É uma diferença de fluidez. Quando eu tenho a frutose dentro da fruta eu tenho vários compostos protetivos que vão fazer com que essa frutose seja metabolizada de uma forma, muitos minerais, vitaminas, diferente de quando você come um biscoito recheado que não tenho mais nada para proteger. Por isso que a frutose não é mais utilizada como adoçante, pois pode ser tóxica ao fígado, o principal órgão responsável pelo controle da glicemia e por isso não podemos deixar que isso aconteça. Lembrando sempre: é a frutose oriunda de produtos industrializados, suco de caixa, biscoito, bolo ana maria, cereais. ADOÇANTES Os adoçantes podem ser classificados em artificiais ou naturais, nutritivos ou não. 1 – Adoçante tem quantidade para ser prescrita por kg de peso corporal, que dificilmente é feita. O adoçante tem o poder de adoçar mais que o açúcar para que você coma o adoçante, sinta o gosto e não consuma o açúcar. Ele pode adoçar de 300 a 700x mais. Lacttol o que tem menos poder adoçante que o açúcar. Os adoçantes não nutritivos, os trabalhos têm mostrado uma causalidade reversa, ou seja, indivíduos que tem mais chances de desenvolver doenças metabólicas quando estão ganhando peso optam por consumir esses adoçantes como uma estratégia de reduzir a ingestão calórica. Esses adoçantes, não fisiologicamente inertes, afetam os processos biológicos envolvidos na regulação de energia e homeostase da glicose, isso quer dizer que, estudos começaram a ver que eu usava adoçante tinha mais diabetes do que quem não usava. Hipóteses – O paciente tem alguma doença metabólica e ele acha que o uso de adoçante vai serdoce, menos calórico e com isso ele vai emagrecer, contudo fisiologicamente acontece assim: Quando eu boto alguma coisa doce na minha boca eu estimulo o meu intestino os receptores para absorção de carboidrato, então, se eu uso um adoçante que estimula 7000x o doce o intestino respondeu elevando muitíssimo os receptores para carboidrato. Por exemplo, você come uma massa com coca zero, ou seja, eu comi um adoçante que potencializou a ação do carboidrato, pq se esse adoçante tem um poder adoçante 300x maior, aquele macarrão vai ser muito bem absorvido, então ele vai elevar a glicemia e esse começa a ser o primeiro problema do adoçantes. A pergunta é: Você vai utilizar uma coisa que sensibiliza mais o carboidrato para um paciente que tem sensibilidade ao carboidrato? Não faz sentido! Então mesmo que não come algo rico em carboidrato ele acaba se sensibilizando atoa. Em caso de pessoas que não tenham uma patologia, podem desenvolver. Quando você sinaliza o receptor, o seu sistema todo, nervoso inclusive, está esperando açúcar nessa proporção, que não vai vir, pq não é só o receptor, se eu estimulei 7000x de receptor eu preciso estimular o pâncreas pq tem que ter insulina para 7000x, ai você come coca zero com alface, a insulina que você produziu demora 6h para abaixar, ai você vai ficar louco pra consumir um carboidrato até que haja redução dessa insulina. O que acontece é uma hiperinsulinemia. Se eu passar a minha vida inteira consumindo produtos diets, fits, contendo adoçante, o pâncreas não aguenta e ocorre um desenvolvimento de diabetes tipo 2. Em caso de transição, da pessoa querer sair do açúcar e utilizar o adoçante nesse processo, não é recomendado. Se quer sair do açúcar o melhor reduzir o açúcar ou mudar a fonte. Explicação acima (relação estímulo x receptor x insulina) -> Então, você acaba consumindo uma substância que está construindo um ciclo vicioso, agravando um problema (diabetes) que já não é simples. O segundo problema do adoçante é porque ele induz a disbiose, e a disbiose pode ser mais um fator de risco para o aparecimento do diabetes tipo 2 por causa dos hormônios intestinais. O grande problema da disbiose é que ela pode causar outras alterações muito ruins como por exemplo a depressão, pois existe uma relação direta de depressão e intestino. A maioria dos diabéticos tem disbiose pois ele tem o perfil metabólico alterado, e se eu induzir com alguma coisa (no caso o adoçante) que ainda faça que essa bactéria cresça de maneira alterada, isso vai agravar o diabetes e até levar o desenvolvimento dele. Como isso acontece? Nós temos nossas bactérias intestinais, os philos pincipais, e no desequilíbrio que é caracterizado pela disbiose vai fazer com que uma sobreviva mais do que a outra, e as que sobrevivem são sepas que não são interessantes pra nós. Muitos desses adoçantes fermentam (como por exemplo o xilytol), mas eles têm afinidades pelas bactérias que não nos protegem então se você consome eles varias vezes ao dia, unido a uma alimentação desequilibrada, você estimula essa disbiose. A disbiose leva a inflamação, e essa inflamação não é localizada ela é sistêmica. Quando eu tenho o aumento de citocinas pro inflamatórias e essas citocinas criam resistência a insulina, que pode piorar o diabetes. O problema principal é o tipo de receptor que vai estar sendo estimulado, a disbiose produz LPS que quando caem na circulação estimulam o processo inflamatório sistêmico (lembrando que o GALT é um dos sistemas imunológicos maiores e mais eficientes que nós temos, então tudo que cai no nosso intestino facilmente tem acesso a nossa circulação e por isso torna-se uma inflamação sistêmica) Então é isso aqui que vai estra acontecendo com um paciente que come mal, come pouca fibra e ainda está em uso constante de adoçante. O que se faz na prática (em uso de suplementos)? Podemos usar o simbiótico, como forma de recolonizar, pois, como ele está em desequilíbrio não tem nem um nem outro, e depois que recolonizar, tenta-se fazer a “suplementação” a partir do alimento. Como o custo dos suplementos são altos é importante ter outras opções, como o kefir, que é um importante alimento funcional muito importantíssimo; então se eu como um iogurte de kefir, como frutas, feijão, como fibras solúveis, aveia eu to controlando a disbiose só que se eu pego um paciente com inflamação, eu não posso fazer o processo de prevenção e sim o de cura, então possivelmente será interessante o uso de suplemento, mas sabendo que nem todos tem acesso. Pra nós, a inflamação é muito ruim, pois se o corpo inflama eu não pioro só o diabetes, eu amento o risco de doenças cardiovasculares, eu aumento o risco de câncer, todas doenças crônicas que são sensíveis ao processo inflamatório. As vezes lutamos tanto pra que a dieta tenha um percentual menor de substâncias pró inflamatórias, e adicionamos o adoçante na dieta que é tão maléfico. A melhor forma de avaliar como está essa microbiota é por meio da função intestinal, avaliando o coco. Analisando como está o xixi e cocô vai ver como está a hidratação, como está a alimentação. 56% da população tem sobrepeso ou obesidade e tem dibiose. O nosso grande problema é “Como tratar a dibiose se o produto farmacêutico é tão caro? “ Pessoas que tem o biótipo magro ele vai comer 30 hamburguês e não vai engordar, pertencem a 3% da população, o resto 97% está fadado a engordar. O que acontece? A flora intestinal dessas pessoas magras é diferente. Ela tem bactérias que conseguem metabolizar e não inflamar. Porque essa inflamação que aumenta a retenção de triacilglicerol e aumenta o fluxo de gordura pra dentro do tecido adiposo, então quem é muito magro tem uma proporção de bactérias anti-inflamatórias muito grandes. Já se tem estudos experimentais de “transplantes de fezes” em ratos, mas em humanos não deu certo, pois ainda existem outros fatores individuais que não é só a bactéria. Que fatores são esses? Não sabemos. É uma resistência a colonização dessas bactérias? Futuramente o que vai se fazer é isso, a pessoa tá obesa, ela vai tomar uma bactéria e vai emagrecer, ela vai inibir a inflamação vai deixar de reter a gordura corporal e vai emagrecer. Mas realmente se você quiser emagrecer corrigir a disbiose ajuda? Muito! De dez, talvez 7 eu consigo emagrecer cortando a disbiose. Porém todo mundo que faz dieta restritiva tende a ficar gordo. E ninguém ia emagrecer, porque não adianta fazer restrição se não tratar a causa. Fazer diea restritiva e ignorar a flora intestinal não vai adiantar. Se eu mantenho o intestino inflamado e faço restrição eu continuo retendo peso. Reduzo a taxa metabólica e continuo armazenando. Inflamação reduz a taxa metabólica? Não, eu perco peso e entro em um plator. O peso mais seguro que eu tenho na vida é o maior peso que eu tiver. Durante muito tempo acreditamos que era a mitocrôndria a única responsável pelo emagrecimento, e isso não é verdade. O importante para o emagrecimento é não inflamar por que a inflamação que retém o ganho de peso, e foi descoberto o quanto a inflamação é importante nisso. Se pararmos pra pensar, temos 7 metros de intestino se tudo isso inflama existe uma chance aumentada de ocorrer ganho de peso. • Isolamento de nutrientes: Os estudos mostram que o que faz um nutriente funcional de fato ter uma ação diferenciada é o componente do alimento. Por exemplo, resveratrol, se eu isolar o resveratrol, isolado em capsulas ele será menos eficiente do que ele no suco de uva integral porque o suco de uva vai ter outras vitaminas e minerais que vão potencializar o efeito do resveratrol quando ingerido. O álcool, no vinho, também pode potencializar essa ação, as vezes o que ocorre e que a necessidade de antioxidantes é tão grandeque vale a pena utilizar o isolado para complementar essa ação do alimento. É importante lembrar que o alimento sempre é a melhor opção, contudo, pode ser que em um determinado momento onde a patologia já está estabelecida que o tempo de resposta que o alimento vai levar pra ter alguma ação não vai compensar então o suplemento será uma boa opção. O que não pode acontecer é abandonar a alimentação saudável e achar que o suplemento vai dar jeito sozinho. • Suplementação de Vegano: A real suplementação necessária para o vegano é a B12. O que acontece com os veganos é que eles não vão pegar uma b12 abaixo do normal porque isso é deficiência clínica, o que vai acontecer é que a b12 é regulada pelo ácido fólico, e a b12 tende a colocar o ácido fólico para dentro da célula. Nos veganos normalmente a b12 é abaixo na média dentro do normal e um ácido fólico alto, então tende-se a achar que os níveis estão “ok”, só que ta ruim, porque o ácido fólico é intracelular então o valor de ácido fólico deveria ser da média pra menos, e b12 da média pra mais. Para o cálcio existe uma forte discussão pois o mesmo alimento que é fonte vegetal do cálcio também tem fatores antinutricionais, porém nem mesmo os que não tem uma dieta vegana ingerem leite como deveriam. Para avaliar a real necessidade deve-se dosar o PTH, dosar o cálcio e a vitamina D. O metabolismo do cálcio funciona assim: o cálcio é ingerido → suas quantidades aumentam → ele é absorvido no intestino pela vitamina D. Se eu não ingiro o cálcio, o cálcio cai e então a paratireoide é estimulada, para liberar o PTH, que vai fazer a liberação do cálcio ósseo para que haja cálcio no sangue. Como então saber se o cálcio está baixo? Por meio do cálcio difusível, esse cálcio é o cálcio que está livre para entrar nas células, então esse estará baixo, o cálcio normal, e o PTH aumentado. Sendo assim uma boa opção são os alimentos fortificados ou os próprios suplementos, mas sempre dando opções que menor atendam o desejo do cliente. • Porque o Cálcio é mais bem absorvido pelos vegetarianos? Porque o cálcio é mais bem absorvido em ambiente ácido e a flora intestinal deles é mias eficiente que a nossa, então a fermentação deles, faz um ph intestinal muito mais favorável pra absorção que a nossa que come industrializados e etc. Esse é um artigo da Nature que diz que adoçante engorda, esse artigo é “recente” e merece atenção. Sobre as cepas as mais utilizadas são Lactobacillus acidophilus. O probiótico do Yakut é muito questionado por conta do transporte e armazenamento. Então é melhor utilizar fontes como Kefir. Os adoçantes mais as bebidas açucaradas vão estimular muito o GLP1, que é um sensibilizador de insulina, então se eu estimulo muito a insulina, vou ter um ganho de peso, pois a insulina é anabólica. A suplementação de nutriente isolado deve ocorrer quando a deficiência clínica, se não deve ocorrer uma suplementação com alimenta. Os nutrientes que normalmente são suplementados são esses: • Ômega-3, soja, psillium, goma aguar, aveia, banana verde (amido resistente – lentifica a digestão) e batata yacon (fibra, FOS e inulina – atividade antioxidante, 250 g/dia).
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