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Vigorexia e ortorexia

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CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
IMAGEM CORPORAL E COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA ORTOREXIA E 
VIGOREXIA EM PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO DE DUAS ACADEMIAS 
DE MURIAÉ, MG 
 
 
Flávia Damas De Souza Cunha 
 
 
 
 
 
 
 
Muriaé-MG 
2018
 
 
FLÁVIA DAMAS DE SOUZA CUNHA 
 
IMAGEM CORPORAL E COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA ORTOREXIA E 
VIGOREXIA EM PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO DE DUAS ACADEMIAS 
DE MURIAÉ, MG 
 
Trabalho apresentado como requisito parcial 
para a Conclusão do Curso de Bacharelado em 
Nutrição do Centro Universitário UNIFAMINAS. 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
___________________________________ 
Profª. Drª. Naruna Pereira Rocha 
Centro Universitário UNIFAMINAS 
 
___________________________________ 
Prof. Ms. Denise Félix Quintão 
Instituto Federal de Minas Gerais 
 
___________________________________ 
Prof.. Nome do Membro da Banca 2 
Centro Universitário UNIFAMINAS 
 
Muriaé, _____ de ___________ de 20____ 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus por ter me dado força, determinação e coragem 
durante esta jornada, a minha família que esteve sempre 
ao meu lado me apoiando, as minhas amigas de 
faculdade que me fortaleceram, a minha orientadora 
Naruna Pereira e a minha co-orientadora Denise Quintão 
que sem a dedicação delas e a paciência comigo não 
seria possível a realização deste sonho. 
 
ii 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde, força e por ter me 
colocado no caminho de uma escolha que certamente me fará muito realizada. 
Em seguida, agradeço aos meus pais, que me deram todo o apoio financeiro 
emocional para que eu pudesse ter a melhor educação possível e que nunca 
mediram esforços para cuidar de mim. Vocês são luzes em minha vida, me orgulho 
muito de vocês e obrigada por tudo! Amo vocês! 
Gostaria de agradecer também a toda minha família, em especial minha avó 
Lurdes (in memoriam) que sempre me incluía em suas orações pedindo para que 
Deus me amparasse nos dias de lutas. Aos meus tios Klébio, Nadir e Luiza que 
sempre me aconselharam e que estiveram presentes em todos os momentos nestes 
quatro anos. 
A todos os professores que tive na UNIFAMINAS, que me ajudaram a 
construir o conhecimento que tenho hoje e adquirir o caráter de um profissional. Em 
particular, agradeço a minha orientadora Denise Quintão, por ter aceito me ajudar, 
com toda a disponibilidade e paciência na construção deste trabalho e que mesmo 
de longe não mediu esforços para que saísse tudo perfeito e a Naruna Pereira que 
me acolheu como sua orientanda e que foi essencial nesta etapa. 
Não poderia deixar de agradecer também ao Juninho que se disponibilizou a 
me ajudar na coleta de dados. A Giseli, que me ajudou tanto nesta etapa, que me 
aguentou e que me incentivava a cada dia. E a todos que direta ou indiretamente me 
ajudaram na realização deste trabalho. 
Por último e não menos importante, agradeço a todos da turma 2015 e 
também aqueles que por ocasião do destino vieram a se tornar minhas amigas 
durante a graduação. Em especial ao bonde do fundão, Adelaide, Fabiane, Leticía, 
Nalydia e Roberta. 
 
Muito obrigada!. 
 
 
iii 
 
CUNHA, Flávia Damas De Souza. Imagem corporal e comportamentos de risco 
para ortorexia e vigorexia em praticantes de exercício físico de duas 
academias de Muriaé, MG. Trabalho de Conclusão de Curso, Curso de 
Bacharelado em Nutrição. Centro Universitário UNIFAMINAS, 2018. 
 
RESUMO 
 
A ortorexia e a vigorexia geram comportamentos restritivos e podem conduzir a 
graves consequências à saúde, sendo importante que os profissionais de saúde 
estejam atentos aos comportamentos e indicativos destes transtornos. O objetivo 
deste estudo foi avaliar o comportamento de risco para vigorexia, ortorexia e 
distúrbio de imagem corporal em indivíduos praticantes de exercício físico. Trata-se 
de um estudo transversal, com adultos frequentadores de duas academias em 
Muriaé-MG. Os participantes responderam a um questionário no qual continha 
perguntas sobre vigorexia, ortorexia, distorção da imagem corporal e a relação da 
mídia com tais transtornos. A insatisfação com a imagem corporal foi avaliada 
através da escala de silhueta. Foram avaliados 80 indivíduos com média etária de 
31,9 ± 8,1 anos, sendo 57,5% do sexo feminino. Apresentaram comportamento de 
risco para ortorexia e vigorexia, 82,5% e 33,7% dos avaliados, respectivamente. 
Entre os participantes, 90,0% desejavam aumento da hipertrofia e somente 6,25% 
estavam satisfeitos com o seu corpo. Ao avaliar a relação do comportamento de 
risco para vigorexia, ortorexia e a insatisfação da imagem corporal com a profissão, 
idade e sexo dos participantes, não foram encontradas diferença significativa. 
Também não houve relação com digital influencer e utilização de algo indicado pelo 
mesmo, porém o grupo que apresentou comportamento de risco para vigorexia 
apresentou associação com o acesso a internet para troca de informações de dietas 
e treinos (p=0,044). Conclui-se que houve maior prevalência de comportamento de 
risco para ortorexia do que para vigorexia na amostra estudada, porém ambas são 
preocupantes devido está associada a baixa autoestima, comportamento de risco 
para transtornos alimentares e psicológicos, podendo gerar dependência da pratica 
de exercício físico, acarretando em mudanças na vida social desses indivíduos. 
 
 
Palavras chave: exercício físico, imagem corporal, mídia e transtornos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
CUNHA, Flávia Damas De Souza. Body image and risk behaviors for orthorexia 
and vigorexia in physical exercise practitioners from two academies in Muriaé, 
MG. Course Completion Work, Bachelor's Degree in Nutrition. University Center 
UNIFAMINAS, 2018. 
 
SUMMARY 
 
Orthorexia and vigorexia generate restrictive behaviors and can lead to serious 
health consequences, and it is important that health professionals are aware of the 
behaviors and indicative of these disorders. The objective of this study was to 
evaluate the risk behavior for vigorexia, orthorexia and body image disorder in 
individuals practicing physical exercise. It is a cross-sectional study, with adults 
attending two academies in Muriaé-MG. Participants responded to a questionnaire 
containing questions about vigorexia, orthorexia, body image distortion, and the 
media relationship with such disorders. The dissatisfaction with body image was 
assessed through the silhouette scale. We evaluated 80 individuals with mean age of 
31.9 ± 8.1 years, 57.5% female. They presented risk behavior for orthorexia and 
vigorexia, 82.5% and 33.7% of those evaluated, respectively. Among the 
participants, 90.0% wanted increased hypertrophy and only 6.25% were satisfied 
with their body. When assessing the relation of the risk behavior for vigorexia, 
orthorexia and body image dissatisfaction with the profession, age and sex of the 
participants, no significant difference was found. There was also no relation with 
digital influencer and use of something indicated by the same, but the group that 
presented risk behavior for vigorexia had an association with internet access for 
information exchange of diets and training (p = 0.044). It is concluded that there was 
a higher prevalence of risk behavior for orthorexia than for vigorexia in the studied 
sample, but both are worrisome because it is associated with low self-esteem, risk 
behavior for eating and psychological disorders, and may generate dependence on 
physical exercise, resulting in changes in the social life of these individuals. 
 
Key words: exercise, body image, media and disorders. 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 Prevalência de comportamento para vigorexia em desportistas. 10 
Quadro 2 
Prevalência de comportamento para ortorexia em diferentes grupos 
e regiões. 
13 
Quadro 3 
Pontuação atribuída à cada questãopara classificação da 
predisposição a vigorexia. 
14 
Quadro 4 Pontuação atribuída para avaliação da predisposição a ortorexia. 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 
Tipos de modalidade praticadas por frequentadores de uma 
academia da cidade de Muriaé-MG, 2018 
16 
Tabela 2 
Associação entre comportamento de risco para ortorexia e fatores 
sociodemográficos de frequentadores de uma academia da cidade 
de Muriaé-MG, 2018 
17 
Tabela 3 
Relação do risco da vigorexia com a profissão, idade e sexo de 
frequentadores de uma academia da cidade de Muriaé-MG, 2018 
18 
Tabela 4 
Influência da mídia sobre a prevalência da ortorexia e vigorexia de 
frequentadores de uma academia da cidade de Muriaé-MG, 2018 
19 
Tabela 5 
Relação entre satisfação e insatisfação da imagem corporal com a 
profissão, idade e sexo de frequentadores de uma academia da 
cidade de Muriaé-MG, 2018 
19 
Tabela 6 
Influência da mídia sobre a prevalência de satisfação e insatisfação 
com imagem corporal de frequentadores de uma academia da 
cidade de Muriaé-MG, 2018 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1 
Indicação para o uso de suplementos alimentares de 
frequentadores de uma academia da cidade de Muriaé-MG, 
2018 
 
 20 
Gráfico 2 
Prevalência dos especialistas procurados pelos frequentadores 
de uma academia da cidade de Muriaé-MG, 2018 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
 
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TDC- Transtorno Dismórfico Corporal 4 
TA- Transtornos Alimentares 4 
DMS- Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais 4 
ON- Ortorexia nervosa 10 
APA- Associação Americana de Psiquiatria 11 
OMS- Organização Mundial de Saúde 11 
TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 13 
ix 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
Anexo 1- Autorização da Plataforma Brasil 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
 
LISTA DE APÊNDICES 
Apêndice 1- Carta de Autorização Institucional 35 
Apêndice 2- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 36 
Apêndice 3- Questionário 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 1 
2. OBJETIVOS 2 
2.1 Objetivo Geral 2 
2.2 Objetivos Específicos 3 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 3 
3.1 Busca Pelo Corpo Perfeito 3 
3.2 Transtornos Alimentares (TA) 4 
3.3 Influências Pela Busca Do Corpo Perfeito 6 
3.4 Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) 7 
3.5 Ortorexia Nervosa (ON) 10 
4. METODOLOGIA 13 
5. RESULTADOS 16 
6. DISCUSSÃO 21 
7. CONCLUSÃO 26 
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 27 
9. ANEXOS 33 
10. APÊNDICES 35 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Desde a mitologia grega, a aparência é alvo de grande importância na 
sociedade (GAMA-FILHO, 2007 apud SOLER et al., 2012). Até nos dias atuais o 
culto ao corpo é exaltado, colocando a beleza e a estética como condições de 
felicidade e riqueza. A imposição feita pela mídia, pela sociedade e pelo meio 
esportivo são alguns fatores causais para insatisfação do indivíduo com a imagem 
corporal (NUNES, 2006). 
Tais fatores têm desencadeado uma série de transtornos psíquicos chamados 
de “patologias culturais” como a vigorexia, a anorexia, a bulimia e a ortorexia. Todas 
têm uma linhagem compulsiva, relacionando-se com os transtornos mentais 
denominados compulsivos (PONTES et al., 2014). 
A vigorexia é um tipo de transtorno, em que o indivíduo se acha pequeno, 
fraco e sem força. Esse defeito estético chega a torturá-lo e o indivíduo passa a se 
sentir aparentemente detestável, gerando grande sofrimento psíquico, na medida em 
que o hipotético defeito não se concentra numa parte especifica do corpo, mas sim 
no corpo todo (EISEN, 2004 apud SOLER et al., 2012). 
Diante da incessante insatisfação corporal da população, distúrbios 
relacionados à imagem corporal que antes eram mais prevalentes no público 
feminino passaram a ser diagnosticados também no público masculino (RAVELLI, 
2012). A vigorexia em especial, acomete principalmente homens, em uma faixa 
etária de 16 a 35 anos, podendo ocorrer até mesmo em idosos (FALCÃO, 2008). 
Os vigoréxicos buscam um corpo ideal através de rotinas de treinamentos e 
dietas extremamente rigorosas (RAVELLI, 2012). Normalmente, fazem dietas 
hiperproteicas e o uso de muitos suplementos alimentares, além do uso de 
anabolizantes para aumentar o rendimento físico (MOTA e AGUIAR, 2011). 
Nos últimos anos, vêm se discutindo sobre a ortorexia, este é considerado um 
novo transtorno alimentar ou somente uma face da personalidade obsessiva 
compulsiva (PONTES et al., 2014). A ortorexia é definida como a relação perfeita 
com o alimento biologicamente puro e rotulado como saudável, acarretando 
restrições alimentares significativas, deficiências de nutrientes essenciais, 
modificações das relações sociais e pessoais (DONINI et al., 2004). 
Além de restrições alimentares, a disfunção leva a um comportamento 
peculiar que acaba por demandar muito tempo do indivíduo na busca adequada dos 
2 
 
alimentos, na escolha e elaboração. O que diferencia a anorexia ou bulimia da 
ortorexia é que esta não é uma desordem alimentar quantitativa, e sim qualitativa, 
isto é, as pessoas se preocupam, em especial, com a qualidade do alimento 
(DONINI et al., 2004). 
Em relação ao público acometido, os indivíduos vulneráveis à ortorexia 
nervosa são pessoas organizadas e com exacerbada necessidade de autocuidado e 
proteção. Esse grupo inclui mulheres, que tendem a prestarem mais atenção à 
informação nutricional na mídia e lerem os rótulos dos alimentos em relação aos 
homens, pessoas adeptas de modismos alimentares e de hábitos alimentares 
alternativos, como vegetarianismo e dieta macrobiótica e também atletas que se 
dedicam a esportes como fisiculturismo e atletismo (BARTRINA, 2007; MARTÍN et 
al., 2014). 
 A ortorexia pode não ser diagnosticada facilmente, pois nos dias atuais a 
busca pela alimentação saudável é estimulada e relacionada a promoção do bem-
estar e ao aumento da expectativa de vida. Pessoas com ortorexia se vangloriam de 
seus comportamentos e escolhas, e vão se aperfeiçoando na aquisição de alimentos 
tidos como puros e orgânicos (PONTES et al., 2014). 
Tanto a ortorexia, vigorexia e a insatisfação com a imagem corporal geram 
comportamentos restritivos que podem trazer graves consequências a saúde, sendo 
importante que os profissionais de saúde fiquem atentos aos comportamentos e 
indicativos destes transtornos. Observa-se que poucos estudos foram realizados e 
publicados na América Latina e no Brasil, principalmente sobre a ortorexia. Diante 
deste fato é de extrema importância a realização de pesquisas com a população 
geral e em grupos considerados de risco (PONTES et al., 2014). 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 Geral 
Avaliar a satisfação com a imagem corporal e o comportamento de risco para 
vigorexia, ortorexia em indivíduos praticantes de exercício físico de duas academias 
de Muriaé, MG. 
 
 
 
3 
 
2.2 Específicos 
• Relacionar o comportamento de risco para os transtornos com a profissão e a 
idade do desportista. 
• Comparar o comportamento de risco entre os sexos. 
• Identificar a prevalência de insatisfação corporal. 
• Verificar a influência da mídia no transtorno alimentar, na dismorfia muscular 
e na insatisfação da imagem corporal. 
 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 BUSCA PELO CORPO PERFEITO 
 
 O culto à beleza vem desde a mitologia grega, com o mito da deusa Afrodite 
que por onde passava, causava alvoroço por sua incomparável beleza. Na cultura 
ocidental, as mulheres são admiradas por sua beleza, considerada o principal 
atributo de valoração feminina. Enfeitada e incentivada a permanecer sempre bela, a 
mulher aprende desde criança aimportância da aparência para manter e conquistar 
posição de valor na sociedade (GRACINDO, 2015). 
 Nos séculos passados as mulheres quando eram desejadas, tinham o corpo 
mais saliente, devido à deposição de gorduras em quadris, coxas, mamas e na 
barriga. Na época pré-industrial, a falta de alimentos foi frequente e as mulheres 
com excesso de peso simbolizavam uma mulher forte, com energia suficiente para 
enfrentar esses períodos de carência sendo capazes de proteger a sua família 
(INAD, 2004 apud BOSI et al., 2006). 
 A partir da década de 1960, esse cenário se modificou, a busca pelo corpo 
magro, atlético e por formas definidas passou a ser objeto de desejo, tendo em vista 
a oferta de produtos e serviços em um mercado que cresce a cada dia (FERRIANI et 
al., 2005 apud BOSI et al., 2006). 
 O culto à magreza se tornou diretamente associado à imagem de poder, 
beleza e status social para as mulheres (ANDRADE e BOSI, 2003). No caso dos 
homens, o padrão imposto foi um corpo musculoso (MCCREARY et al., 2007). O 
extremo valor à estética, tornou-se prioridade na vida para muitos individuos, ter em 
especial baixo percentual de gordura, significa um perfil antropométrico adequado 
(JUNIOR et al., 2013). 
4 
 
O fácil acesso de informações para que os indivíduos se tornem responsáveis 
por si e pela construção corporal, contribuem para uma valorização onde os corpos 
que são atraentes são aqueles “sarados”, com musculatura aparente, ativos, sempre 
em busca de uma beleza perfeita (DEZAN e MACHADO, 2011). Segundo 
Levandoski e Cardoso (2013) a insegurança em relação à autoimagem 
desenvolvidas durante a adolescência podem ser prolongadas para a vida adulta 
quando não são solucionadas e tratadas. 
As pessoas tendem a se culparem pelo “fracasso” do próprio corpo. 
Priorizando a aparência como um fator fundamental para o reconhecimento social do 
indivíduo (GARRINI, 2007). A gordura, a flacidez e o sedentarismo representam a 
indisciplina e o descaso. Observa-se que o indivíduo só é aceito em sociedade ao 
estar de acordo com os padrões do grupo (MELIN e ARAÚJO, 2002). O físico 
passou a ser de alta relevância cultural, o fator que integra o indivíduo a um grupo e 
ao mesmo tempo o destaca dos demais. Possuir um corpo “perfeito”, “bem 
delineado” e “em boa forma” representa a vitória sobre os demais (GARRINI, 2007). 
Estes comportamentos pela busca do corpo perfeito podem comprometer a 
saúde física, psíquica e social desses indivíduos, acarretando em práticas 
inadequadas para o controle do peso corporal, graves problemas de aceitação 
social, ansiedade, depressão e baixa autoestima (RISTOW, 2013). Sabe-se que o 
incômodo com a forma corporal pode gerar diversos transtornos mentais que, ao 
longo de sua evolução, são características psicopatológicas mais proeminentes do 
transtorno dismórfico corporal (TDC) e dos transtornos alimentares (TA) 
(NASCIMENTO et al., 2010). 
 
3.2 TRANSTORNOS ALIMENTARES (TA) 
 
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) (2014), 
conceitua transtornos alimentares como uma desordem persistente na alimentação 
ou no comportamento relacionado à alimentação podendo afetar no consumo ou na 
absorção de alimentos e comprometendo significativamente a saúde física ou o 
funcionamento psicossocial. 
Os transtornos alimentares se caracterizam pela restrição alimentar, redução 
da ingestão de alimentos calóricos e utilização de métodos de purgação. Estes 
hábitos podem gerar distúrbios menstruais, desmineralização óssea, perda de 
5 
 
massa muscular e gordura corporal, irregularidades digestivas, arritmias cardíacas e 
desidratação. Dentre os sintomas psicológicos é frequente que o paciente apresente 
ansiedade, depressão, baixa autoestima, irritabilidade e frustração, o que acarreta 
em diversas consequências à vida social, afetiva e profissional (OLIVEIRA et al., 
2003). 
Sabe-se que diversos transtornos psicológicos podem causar ao longo da 
vida insatisfação com a forma corporal. A distorção da imagem corporal é uma das 
características psicopatológicas mais relevante do transtorno dismórfico corporal 
(TDC) e dos transtornos alimentares (TA) (NASCIMENTO et al., 2010). 
A imagem corporal, é uma representação mental de todas as maneiras de 
percepção do corpo acompanhada por uma autoavaliação da imagem captada pelo 
indivíduo. Sendo que esta imagem pode apresentar distorções, gerando uma 
insatisfação corporal, que pode ser definida como uma autoavaliação negativa em 
relação a como o corpo é visto (ADAMI, 2008). 
Devido a crescente insatisfação com a imagem corporal, há um enorme 
número de dietas, modismos alimentares e novas práticas para perda de peso 
sendo divulgadas pela mídia e por outros meios de comunicação, aumentando-se 
assim a frequência e os tipos de transtornos alimentares (SICCHIERI et al., 2006). 
Os que apresentam maior prevalência são a anorexia e a bulimia, cuja única 
intenção é de se adequar as normas de beleza, ou seja, a magreza exacerbada 
imposta pela sociedade, vinculadas com as práticas de purgação, excesso de 
atividade física e dietas restritivas (OLIVEIRA, 2012). 
Embora classificados separadamente, os dois transtornos estão intimamente 
relacionados por apresentarem psicopatologias iguais, uma preocupação excessiva 
com o peso e a forma corporal, que leva os pacientes a se engajarem em dietas 
extremamente restritivas ou a utilizarem métodos inapropriados para alcançarem o 
corpo idealizado. Tais pacientes costumam julgar a si mesmos baseando-se quase 
que exclusivamente em sua aparência física, com a qual se mostram sempre 
insatisfeitos (CLAUDINO e BORGES, 2002). 
Os anoréxicos restringem a ingestão alimentar, fazem poucas refeições ao 
dia, apresentam o hábito de jejuar, picam a comida em pedaços muito pequenos, 
deixam sempre sobras da refeição no prato, exercitam-se de forma exagerada e 
possuem outros comportamentos bastante obsessivos. Os pacientes com bulimia 
nervosa escolhem os horários de refeições em que ficam sozinhos para comerem 
6 
 
compulsivamente, as refeições acompanham grandes volumes de líquidos para 
facilitar ou ajudar na indução do vômito e ingerem rapidamente grandes quantidades 
de alimentos. Estes transtornos afetam mulheres, adolescentes e adultos, sendo os 
homens, com menor frequência (SICCHIERI et al., 2006). 
Diversos fatores de vulnerabilidade têm influência no desenvolvimento destes 
transtornos, sejam eles, a valorização da magreza e repressão aos obesos, o culto 
ao corpo imposto pela mídia, a sociedade que exige uma competitividade e o 
sucesso dos indivíduos, famílias muito críticas, rígidas entre outros fatores 
(SICCHIERI et al., 2006). 
A ortorexia nervosa é um transtorno alimentar mais atual, que ainda não foi 
reconhecido oficialmente pelas autoridades médicas. É caracterizada pela obsessão 
patológica por alimentos saudáveis, o que acarreta restrições importantes na dieta. 
Essa obsessão ocasiona perda de relacionamentos sociais e insatisfações afetivas. 
A pessoa, no primeiro momento, deseja melhorar sua saúde, tratar uma doença ou 
emagrecer, porém a dieta acaba se tornando a parte mais importante da vida 
(RIBEIRO e OLIVEIRA, 2011). 
 
3.3 INFLUÊNCIAS PELA BUSCA DO CORPO PERFEITO 
 
Diversos fatores desencadeiam esses transtornos, sendo a mídia um dos 
principais, desempenhando um forte domínio, seja ela televisiva, documentária ou 
por revistas de grande circulação, entre outras (OLIVEIRA, 2012). As redes sociais 
virtuais tais como Instagram®, Facebook®, etc., criam uma aproximação entre as 
pessoas que procuram obter informações sobre os mais diferentes assuntos e 
interação, em tempo real ou quase que em tempo real, com qualquer pessoa em 
qualquer parte do mundo que tenham o mesmo interesse (DEZAN e MACHADO, 
2011). 
Os anúncios publicitários vêm contribuindo e influenciando na imagem 
corporal dos homens, pois dão ênfase ao corpo perfeito e aobiotipo ideal do homem 
moderno, atlético, musculoso, sem gordura, da mesma maneira que influenciam e 
impõem padrões as mulheres há décadas (OLIVEIRA, 2012). 
Ao ligar a televisão ou folhear uma revista ou jornal, garotas e garotos 
perfeitos com curvas delineadas e porte atlético tentam vender um carro, um 
eletrodoméstico, um tênis, estabelecendo os padrões estéticos. Isto faz com que as 
7 
 
pessoas fiquem escravas de um ideal, ressaltando o narcisismo e impondo para si 
mesmas uma disciplina extremamente severa, por vezes dolorosa (DEZAN e 
MACHADO, 2011), e que muitas vezes, é impossível de ser alcançado pela maioria 
da população (OLIVEIRA, 2012). 
Nas redes sociais, como Google+®, Facebook® e Instagram®, é normal postar 
fotos pessoais. Quem publica fotos espera passar uma boa imagem e ser 
reconhecido com uma “curtida”, um comentário e às vezes até um compartilhamento 
(GRACINDO, 2015). 
Quem deseja parecer-se com as celebridades pode-se sentir frustrado, pois 
muitas imagens de “famosos” divulgadas na mídia nem sempre correspondem à 
realidade. Antes de serem postadas nas redes sociais, podem passar por edições e 
efeitos especiais. Alguns usuários desejam reconhecimento, fama e poder, 
intensificando a busca por uma aparência as vezes inatingível (GRACINDO, 2015). 
Com isso, há o aumento da divulgação de produtos e os serviços de beleza 
que auxiliam na busca pelo “corpo perfeito” como os cosméticos, os moderadores de 
apetite, as cirurgias plásticas, as clínicas de estéticas, as academias esportivas, os 
suplementos, os anabolizantes, entre outros (GARRINI, 2007; OLIVEIRA, 2012). O 
universo estético é grande e rentável devido as preocupações corporais que 
aumentaram nas últimas décadas e devido ao grande número de produtos com essa 
finalidade. Chama a atenção não só o fato de que estes produtos podem fazer 
efeitos ou não, mas também a maneira de como estão sendo veiculados, o 
encantamento que o produto produz e as imagens corporais que se relacionam com 
os tais produtos (DEZAN e MACHADO, 2011). 
 
3.4 TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL (TDC) 
 
O Transtorno Dismórfico Corporal conhecido como vigorexia é definido pela 
prática intensa de exercícios físicos, com uma preocupação exacerbada com o 
corpo, associada a uma dieta não convencional. Conhecida também por Dismorfia 
Muscular Masculina, “Anorexia Nervosa Reversa” ou “Complexo de Adônis 
(CAMARGO et al., 2008). 
Acredita-se que os fatores mais importantes relacionados à vigorexia são a 
distorção da percepção da imagem corporal, a insatisfação com o corpo, e a 
construção de uma imagem corporal ideal. Esses três fatores, juntamente com o 
8 
 
perfeccionismo, a baixa autoestima, o afeto negativo e a pressão da mídia são vistas 
como condições principais necessárias para o desenvolvimento da vigorexia 
(GRIEVE, 2007 apud AZEVEDO et al., 2012). 
Os que sofrem com esse distúrbio apresentam auto percepção de imagem 
corporal distorcida, fazendo com que enxerguem seus corpos pequenos e fracos, 
enquanto que, na realidade, são extremamente musculosos e definidos. Os 
distúrbios relacionados à imagem corporal que antes eram exclusivamente 
relacionados ao público feminino, hoje não são mais exclusividade (RAVELLI, 2012). 
Indivíduos vigoréxicos quando ficam um dia sem se exercitar ou sem o uso de 
esteroides anabolizantes, se sentem rejeitados, discriminados ou deprimidos, 
chegando a comprometer as atividades sociais, ocupacionais, recreativas e até 
mesmo os relacionamentos interpessoais (OLIVARDIA, 2001 apud AZEVEDO et al., 
2012). 
A atividade física pode ser realizada de forma excessiva, chegando a ocupar 
quatro a cinco horas por dia. As atividades aeróbias são evitadas para que não 
ocorra perda da massa muscular adquirida durante as intensas sessões de 
musculação. Os possíveis ganhos musculares são avaliados incansavelmente todos 
os dias (OLIVARDI, 2001 apud ASSUNÇÃO, 2002). 
É comum ocorrer o overtraining, que se caracteriza pelo excesso de 
treinamento, ou seja, tempo de recuperação incompleto entre as sessões, que se dá 
pela compulsão exacerbada à prática do treinamento de força provocando 
manifestações de ordens físicas, psíquicas ou emocionais. A ocorrência dessas 
características, conduz principalmente ao acontecimento de lesões, que pode ser 
uma das consequências do estado de overtraining, ao qual o indivíduo se submete 
na busca pelo corpo ideal. Essa insistência em continuar com o treinamento, mesmo 
após lesões, pode estar associada aos sinais de vigorexia (ASSUNÇÃO, 2002; 
FLECK e KRAEMER, 2006 apud AZEVEDO et al., 2012). 
As consequências psicológicas da vigorexia são: depressão, ansiedade, 
isolamento, afetando principalmente o trabalho e os estudos além dos problemas 
nas relações interpessoais. As possíveis manifestações biológicas são: aumento das 
concentrações do colesterol, mudanças metabólicas que repercutem sobre o fígado 
e sistema cardiovascular, diminuição do centro respiratório, hipertrofia prostática, 
hipogonadismo e ginecomastia, amenorreia e ciclos menstruais irregulares nas 
mulheres (ALONSO, 2006 apud FALCÃO, 2008). 
9 
 
Outras manifestações físicas, psíquicas e emocionais seriam: insônia, falta de 
apetite, irritabilidade, fraqueza, cansaço constante, dificuldade de concentração, 
problemas físicos e estéticos. Pode ocorrer a desproporção displásica entre o corpo 
e a cabeça, dores músculo-articulares, falta de agilidade e encurtamento de 
músculos e tendões (FALCÃO, 2008). 
Esses indivíduos evitam situações em que seus corpos são expostos a outras 
pessoas como praias, piscinas ou vestiários e demonstram extrema ansiedade se 
não conseguem sair dessa situação. Os mesmos continuam a praticar musculação, 
fazer dietas ou até usar substâncias ilegais que melhorem o desempenho, apesar de 
serem cientes dos efeitos adversos ou das consequências psicológicas das suas 
decisões (GRIEVE, 2007 apud OLIVEIRA, 2012). 
A grande maioria de indivíduos, atletas ou não, com o objetivo de aumentar a 
força muscular ou melhorar a aparência, utilizam ilegalmente esteróides 
anabolizantes. Os que fazem uso destas substâncias, acreditam que proporcionam 
sessões de atividade física mais intensas por retardar a fadiga, aumentar a 
resistência e a motivação, estimular a agressividade e diminuir o tempo necessário 
para a recuperação entre as sessões de exercício. Além disso, estas drogas teriam 
ação direta no aumento do tecido muscular (BROWER, 1993 apud ASSUNÇÃO, 
2002). 
Os anabolizantes estão associados à predisposição de crises 
comportamentais, decorrentes de transtornos psiquiátricos da dismorfia muscular 
que incluem complicações como alterações de humor, anormalidades na percepção 
corporal e sintomas de abstinência provocadas pela dependência e interrupção do 
uso de esteróides (KANAYAMA et al., 2009 apud AZEVEDO et al., 2012). 
A vigorexia é uma enfermidade silenciosa e encoberta, principalmente para os 
homens, pois os mesmos possuem dificuldade de expressar e falar de seus 
sentimentos, angústias e indecisões, seja para seus amigos, familiares ou parceiros 
e até para si mesmos, o que dificulta a prevenção e o diagnóstico precoce. Quando 
procuram ajuda médica e/ou psicológica já se encontram em estados avançados da 
doença, dificultando ainda mais o tratamento (FALCÃO, 2008). 
Em relação às pesquisas nacionais e internacionais sobre o tema com 
desportistas, a taxa de prevalência de comportamento para vigorexia variou de 23% 
a 90% (Quadro 1). 
 
10 
 
Quadro 1: Prevalência de comportamento para vigorexia em desportistas 
Autores 
N / 
sexo 
Tipo de 
atividade 
Média da 
Idade 
Região 
do 
estudo 
Prevalência de 
comportamento 
para vigorexia 
Azevedo et al. 
(2012) 
20 / 
ambos 
os sexos 
 
 
Musculação 
19,6 ± 1,9 
anos 
Paraíba- 
PB 
85% 
Zimmermann 
(2013) 
61/ 
Homens 
 
 
Musculação 
24,8 ± 4,1 
anos 
Biguaçu- 
SC 
23% 
Palazón-Bru et 
al. (2016)141 / 
Homens 
 
 
Musculação 
26 ± 7,1 
anos 
Espanha 31,9% 
Sá (2017) 
30 / 
ambos 
os sexos 
 
Crossfit 18 a 35 
anos 
Natal-RN 90% 
Devrim et al. 
(2018) 
120 / 
ambos 
os sexos 
 
Fisiculturis-
mo 
 31,0 ± 
10,6 anos 
Turquia 67,5% 
 
Assim como os transtornos alimentares ou outras psicopatologias, o maior 
desafio em relação aos pacientes com dismorfia muscular é convencê-los a procurar 
por tratamento especializado. A ilusão de que “o corpo perfeito” faz bem à saúde, 
dificulta ainda mais a procura por tratamento, pois o indivíduo com esse distúrbio vai 
ao médico quando está lesionado ou quando faz uso de anabolizantes e deseja 
acabar com os efeitos colaterais. Muitas vezes, os indivíduos não conseguem 
admitir que possuem uma patologia relacionada à percepção da imagem corporal ou 
compulsão em exercícios físicos, principalmente se estes forem do sexo masculino 
(OLIVEIRA, 2012). 
 
3.5 ORTOREXIA NERVOSA (ON) 
 
O termo Ortorexia Nervosa (ON) indica uma obsessão doentia por alimentos 
saudáveis. O termo é derivado do grego “orthos”, que significa “direito” ou “correto”, 
que foi proposta por Steven Bratman em 1997, que identificou o distúrbio alimentar. 
11 
 
O mesmo é definido como uma compulsão excessiva por alimentos biologicamente 
puros, acarretando restrições alimentares significativas. Trata-se de indivíduos que 
possuem uma preocupação exagerada com a qualidade dos alimentos, a pureza 
como livre de herbicidas, pesticidas e outras substâncias artificiais e o uso exclusivo 
de alimentos rotulados corretos e saudáveis. 
Os Transtornos Alimentares (TA) são graves distúrbios psiquiátricos 
considerados importantes problemas de saúde. Os clássicos têm seus critérios 
diagnósticos definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ou pela 
Associação Americana de Psiquiatria (APA), porém a ON não é oficialmente 
reconhecida. Tal comportamento alimentar é ainda pouco explorado na literatura 
científica por diversas razões, possivelmente, por não ser um TA oficialmente 
reconhecido e por ter poucos trabalhos publicados (ADA, 2006 apud MARTINS et 
al., 2011). 
A compreensão e a abordagem equilibrada desse tema pode ser complexa e 
até mesmo de menor interesse para os profissionais da área de alimentação e 
saúde, constantemente centrados em propagar a adoção de hábitos alimentares 
saudáveis, principalmente do ponto de vista biológico (MARTINS et al., 2011). 
Sabe-se que prestar atenção ao que é ingerido e demonstrar interesse por 
uma dieta saudável é, em geral, uma medida que ajuda a manter e melhorar a 
saúde e o bem-estar, esse comportamento pode atuar, como forma de seguir os 
termos impostos pela sociedade. Pois o desejo de comer alimentos saudáveis não é 
em si uma doença, mas a compulsão por esses alimentos sim (DONINI et al., 2004; 
BARTRINA, 2007). 
Geralmente, os ortoréxicos dedicam-se mais de três horas por dia para os 
cuidados com a dieta, excluem da alimentação corantes, conservantes, ingredientes 
geneticamente modificados, gorduras, sal e açúcar, pois são vistos como alimentos 
prejudiciais à saúde e são adeptos a uma alimentação orgânica, ecológica e 
funcional (MARTINS et al., 2011). 
O fato de praticarem uma dieta muito restritiva pode levar ao desenvolvimento 
de carências nutricionais como anemia, hipovitaminose A e deficiência de B12, além 
de osteoporose e desnutrição (MONTAGNER, 2000 apud MARTINS et al., 2011). 
Quando chega ao ponto em que tudo gira em torno do alimento e leva a 
severas restrições como controlar o que comer, impor proibições e programar 
refeições, esses comportamento se tornam uma prioridade para poder se sentir 
12 
 
seguro, calmo e no controle da situação, os portadores deste transtornos se 
recusam a comer fora de casa, por não confiar na preparação alimentar, evitam atos 
de socialização e se distanciam de seus amigos e parentes além de apresentar uma 
insatisfação afetiva e pessoal (ZAMORA et al., 2005; BARTRINA, 2007). 
A forma da dieta diária é estabelecida em quatro fases. Uma primeira seção 
que é dedicada a pensar cuidadosamente o que vai ser consumido naquele dia ou 
no dia seguinte; a segunda fase, relacionada à compra meticulosa e hipercrítica de 
cada um dos ingredientes; a terceira fase, relacionada com a preparação culinária 
desses ingredientes, na qual as técnicas e procedimentos que não estão 
relacionados aos riscos para a saúde também terão que estar presentes e a quarta 
fase, que é uma fase de satisfação, conforto ou culpa baseada no cumprimento 
adequado das três seções anteriores (BARTRINA, 2007). 
Se em algum dos dias não for possível cumprir estes passos, é estabelecido 
um sentimento de culpa e preocupação pela transgressão ou pelo não cumprimento 
das metas estabelecidas. Esta sensação de culpa provoca intenso isolamento social 
desses indivíduos (BARTRINA, 2007). 
 Apesar de ter sido relatada pela primeira vez em 1996, o assunto permanece 
imperceptível e pouco caracterizado na literatura, com poucos estudos publicados 
(ALMEIDA et al., 2018). Observa-se que poucos estudos foram realizados e 
publicados na América Latina e no Brasil (PONTES et al., 2014). O quadro 2 
expõem alguns estudos realizados sobre o tema, com diferentes grupos e regiões, 
sendo encontrado a maior prevalência (88,7%) de comportamento para ortorexia em 
universitárias do curso de nutrição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Quadro 2: Prevalência de comportamento para ortorexia em diferentes grupos e 
regiões 
Autores 
N / 
sexo 
Público 
estudado 
Média 
da 
Idade 
Região 
Prevalência de 
comportamento 
para ortorexia 
Souza e 
Rodrigues 
(2014) 
 
150/ 
Mulheres 
Universitárias 
do curso de 
Nutrição 
23,2 ± 
6,3 
anos 
São Paulo - BR 88,7% 
Rudolph (2017) 
 
1008/ 
ambos 
os sexos 
Membros 
ativos de 
clubes 
esportivos 
29,4 ± 
11,6 
anos 
Alemanha 8,8% 
Tremelling et 
al. (2017) 
 
636/ 
ambos 
os sexos 
Nutricionistas - 
Estados 
Unidos 
49,5% 
Agopyan et al. 
(2018) 
 
136/ 
Mulheres 
Estudantes 
do curso de 
Nutrição 
20,9 ± 
2,0 
anos 
Turquia 70,6% 
Almeida et al. 
(2018) 
 
193/ 
ambos 
os sexos 
Desportistas 
30,96 
anos ± 
1,03 
anos 
Portugal 51,8% 
 
 
4. METODOLOGIA 
 
Trata-se de um estudo transversal, que foi realizado nos meses de junho a 
julho de 2018, com adultos praticantes de exercício físico de duas academias em 
Muriaé-MG. Foi entregue a Carta de Autorização Institucional (Apêndice 1) e 
assinada pelo responsável. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do 
Centro Universitário UNIFAMINAS, sob o número CAAE 88726218.0.0000.5105 
(Anexo 1). 
Os critérios de inclusão da pesquisa foram: ser praticantes de exercício físico, 
de ambos os sexos, frequentadores assíduos (no mínimo três vezes na semana) e 
os que concordaram em participar da pesquisa e assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 2). Os critérios de exclusão da 
pesquisa foram os frequentadores da academia que praticavam exercício físico 
14 
 
menos de três vezes na semana e os participantes que preencheram de forma 
incorreta o questionário. 
Foram aplicados dois questionários (Apêndice 3), um para analisar o 
comportamento de risco para ortoréxicos e outro para avaliar o comportamento de 
risco para vigoréxicos. O questionário para vigorexia foi elaborado por Rodrigues et 
al., (2008) com dez perguntas em que, para cada pergunta respondida há um 
somatório de pontos para classificar o envolvimento do voluntário diante da 
vigorexia. Somente a questão número um possuía outra classificação, pois tem mais 
de duas opções de resposta, 1ª A=0 B=1 C=2 D=3 (Quadro 3). 
 
Quadro 3. Pontuação atribuída à cada questão para classificação da predisposição 
à Vigorexia. 
Questões 
agrupadas por tipo 
 
Sim 
 
Não 
n° 2,3,6,10 2 ptos 0 ptos 
n° 4 1 ptos 0 ptos 
n° 5, 9 4 ptos 0 ptos 
n° 7 0 ptos 2 ptos 
n° 8 3 ptos 0 ptos 
 Fonte:RODRIGUES et al., 2008. 
 
A interpretação do questionário é feita da seguinte forma: 
• 0 a 7 pontos: Fique tranquilo pois você não está dentro dos padrões 
considerados vigoréxicos. 
• 8 a 10 pontos: Seu comportamento ainda está normal, mas já precisa se 
preocupar. 
• 11 a 15 pontos: Procure colocar a atividade física e a saúde como forma de bem-
estar, não destrua seu corpo em virtude das cobranças para um corpo perfeito. 
• 16 a 21 pontos: Todos os indícios indicam a vigorexia, procure um médico 
especialista para conhecer mais sobre o assunto. 
O segundo questionário abordou a ortorexia e foi desenvolvido por Donini et 
al., (2004) sendo traduzido por Pontes et al., (2014). O questionário continha 15 
perguntas, sendo que ao comportamento relacionado à ortorexia era atribuído peso 
1 e ao comportamento mais saudável atribuído peso 4. A classificação da ortorexia 
15 
 
foi baseada no ponto de corte maior e igual ou menor que 40 pontos. Quando o 
somatório deu <40 pontos, o indivíduo era classificado com comportamento de risco 
e ≥ 40 pontos, classificado como sem comportamento de risco (Quadro 4). 
 
Quadro 4. Pontuação atribuída para avaliação da predisposição a ortorexia. 
Questões 
agrupadas por 
tipo 
 
Sempre 
 
Muitas vezes 
 
Algumas 
vezes 
 
Nunca 
n° 2, 5, 8, 9 4 ptos 3 ptos 2 ptos 1 pto 
n° 3, 4, 6, 7, 
10, 11, 12, 14, 
15 
1 ptos 2 ptos 3 ptos 4 ptos 
n° 1, 13 2 ptos 4 ptos 3 ptos 1 pto 
Fonte: DONINI et al., 2004 apud PONTES et al., 2014. 
 
No questionário havia também algumas perguntas complementares 
relacionadas à influência da mídia e duas imagens de escala corporal que foram 
adaptadas por Frederick et al. (2007), no qual o indivíduo realizava uma 
autoavaliação e escolhia o número da silhueta que considera semelhante à sua 
aparência corporal real e o número da silhueta que desejava possuir. 
Para avaliação da satisfação corporal foi considerada a seguinte equação: 
aparência corporal desejada menos aparência corporal real. Caso essa variação 
fosse igual a zero, o indivíduo era classificado como satisfeito com sua aparência e 
se diferente de zero o mesmo era classificado como insatisfeito. Resultado superior 
ou igual a +1, considerou-se insatisfeito com desejo de ganho de massa muscular. 
Se igual ou inferior a -1 classificado como insatisfeito pelo desejo de menor 
hipertrofia. 
Os dados foram tabulados em uma planilha de Excel (versão 2016) e 
analisados no programa Stata® (versão 13.0). Realizaram-se análises de frequência 
absoluta e relativa, tendência central (média e mediana), além das medidas de 
dispersão (desvio-padrão e valores mínimos e máximos). 
Para análise associativa dos dados foi realizado o teste do Qui-Quadrado de 
Pearson e o Qui-Quadrado de Tendência Linear. Foram divididas por categorias as 
idades:< 31 anos e ≥ 31 anos, a profissão entre a área da saúde e outros e o sexo 
16 
 
em feminino e masculino. Para todas as análises adotou-se significância estatística 
de p≤0,05. 
 
5. RESULTADOS 
 
Participaram desta pesquisa 80 indivíduos praticantes de diferentes exercícios 
físicos. Destes, 57,5% eram do sexo feminino. A idade dos participantes variou entre 
18 a 60 anos, com média etária de 31,9 ± 8,1 anos. 
Quanto às modalidades praticadas de exercício físico, 35% dos avaliados 
praticavam apenas um tipo, 52,5% dois tipos e 12,5% três tipos de modalidades. 
Sendo a musculação a modalidade mais citada (43,8%), seguida pelo crossfit 
(33,0%) (Tabela 1). 
Em relação ao tempo diário de prática de exercício físico, 37,5% dos 
participantes relataram ficar uma hora ou menos na academia, 30% em torno de 
uma hora e meia, 17,5% ficavam duas horas e 15% mais de duas horas. 
 
Tabela 1. Tipos de modalidade praticadas por frequentadores de uma academia da 
cidade de Muriaé-MG, 2018 
Exercício Físico N (%) 
Musculação 49 43,8 
Crossfit 
Ciclismo 
Corrida 
Pilates 
37 
6 
6 
4 
33,0 
5,3 
5,3 
3,6 
Funcional 
Spinning 
3 
3 
2,7 
2,7 
HIIT 
Jiu-Jitsu 
2 
1 
1,8 
0,9 
Futebol 1 0,9 
 
Entre os avaliados, 82,5% apresentaram risco para o desenvolvimento da 
ortorexia. A média da pontuação do questionário foi de 34,7 ± 4,6, com valor mínimo 
17 
 
de 23 e máximo de 44. Não houve diferença significativa entre o comportamento de 
risco para ortorexia e os fatores idade, sexo e profissão (Tabela 2). 
 
Tabela 2. Associação entre comportamento de risco para ortorexia e fatores 
sociodemográficos de frequentadores de uma academia da cidade de Muriaé-MG, 
2018 
 
Variáveis 
Ortorexia 
Sem 
comportamento 
Risco 
 p 
n (%) n (%) 
Profissão 
Área da saúde 12 (21,4) 44 (78,6) 
0,158 
Outros 
 
2 (8,3) 22 (91,7) 
Idade 
< 31 anos 7 (15,9) 37 (84,1) 
0,679 
≥ 31 anos 
 
7 (19,4) 29 (80,6) 
Sexo 
Feminino 8 (17,3) 38 (82,6) 
0,976 
Masculino 6 (17,6) 28 (82,3) 
 
Em relação á vigorexia, 33,7% dos participantes se enquadravam no grupo de 
risco. A média da pontuação foi de 8,3 ± 4,2 pontos, com valor mínimo de zero e 
máximo de 17. Não houve diferença significativa entre o comportamento de risco 
para vigorexia e os fatores sociodemográficos (Tabela 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Tabela 3. Relação do risco da vigorexia com a profissão, idade e sexo de 
frequentadores de uma academia da cidade de Muriaé-MG, 2018 
 
Variáveis 
Vigorexia p 
Sem 
comportamento 
Risco 
 n (%) n (%) 
Profissão 
Área de saúde 39 (69,6) 17(30,4) 
0,327 
Outros 14 (58,3) 10 (41,7) 
Idade 
< 31anos 31 (70,5) 13 (29,5) 
0,379 
≥ 31 anos 22 (61,1) 14 (38,9) 
Sexo 
Feminino 35 (76,0) 11 (23,9) 
0,789 
Masculino 18 (52,9) 16 (47,0) 
 
Sobre a influência da mídia no transtorno alimentar e na dismorfia muscular, 
85,0% do grupo de risco para ortorexia seguia algum digital influencer, 91,6% já 
havia usado algo indicado pela mídia e 87,5% acessado a internet com intuito de 
trocar experiências sobre dietas ou treinos, tais dados não apresentaram 
significância estatística. Já no grupo de risco para vigorexia, 42,5% dos avaliados 
seguiam um digital influencer, 50,0% nunca haviam usado nada indicado e 50,0% 
acessavam a internet com o intuito de trocar experiências. Não houve diferença 
significativa entre o grupo de risco de vigorexia para seguir um digital influencer e 
entre utilizar algo indicado por ele, porém em relação ao acesso da internet para 
troca de informações de dietas e treinos houve associação (p=0,044) (Tabela 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Tabela 4. Influência da mídia sobre a prevalência da ortorexia e vigorexia de 
frequentadores de uma academia da cidade de Muriaé-MG, 2018 
 Ortorexia 
 
 
 
 Vigorexia 
 Sem comp. Risco p Sem comp. Risco p 
 n (%) n (%) 
Segue digital influencer 
Sim 6 (15,0) 34 (85,0) 
 
 
0,556 
 23 (57,5) 23 (57,5) 
0,098 
Não 8 (20,0) 8 (20,0) 30 (75,0) 10 (25,0) 
Usou algo indicado pela mídia 
Sim 1 (8,3) 11 (91,6) 
 
 
0,365 
 6 (50,0) 6 (50,0) 
0,197 
Não 13 (19,2) 55 (80,8) 47 (69,1) 21 (30,9) 
Acessa internet para trocas de treinos e dietas 
Sim 3 (12,5) 21 (87,5) 
 
 
0,441 
 
 12 (50,0) 12 (50,0) 
0,044* 
Não 11 (19,7) 45 (80,3) 41 (73,2) 15 (26,8) 
 
Em relação à insatisfação da imagem corporal, observou-se que 90,0% dos 
participantes desejavam aumento da hipertrofia, e que apenas 6,25% estavam 
satisfeitos com o seu corpo. Não houve associação entre a imagem corporal e a 
profissão, idade e sexo dos participantes (Tabela 5). 
 
Tabela 5. Relação entre satisfação e insatisfação da imagem corporal com a 
profissão, idade e sexo de frequentadores de uma academia da cidade de Muriaé-
MG, 2018 
 
Variáveis 
Imagem Corporal 
< Hipertrofia > Hipertrofia Satisfeito p 
n (%) n (%) n (%) 
Profissão 
Área de saúde 50 (89,3) 3 (5,4) 3 (5,4) 0,842 
Outros 22 (91,7) 0 (0) 2 (8,3) 
Idade 
< 31anos 39 (88,6) 1 (2,3) 4 (9,1) 0,132 
≥ 31 anos33 (91,7) 2 (5,6) 1 (2,7) 
Sexo 
Feminino 41 (89,1) 2 (4,4) 3 (6,5) 0,844 
Masculino 31 (91,2) 1 (2,9) 2 (5,9) 
 
Observou-se que não houve diferença significativa entre a imagem corporal e 
seguir um digital influencer, utilizar algo indicado pela mídia e realizar a troca de 
informações de dietas e treinos pelos participantes (Tabela 6). 
20 
 
 
Tabela 6. Influência da mídia sobre a prevalência de satisfação e insatisfação com 
imagem corporal de frequentadores de uma academia da cidade de Muriaé-MG, 
2018 
 
Variáveis 
Imagem Corporal 
< Hipertrofia > Hipertrofia Satisfeito p 
n (%) n (%) n (%) 
Segue digital influencer 
Sim 37 (92,5) 1 (2,5) 2 (5,0) 0,549 
Não 35 (87,5) 2 (5,0) 3 (7,5) 
Usou algo indicado pela mídia 
Sim 12 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0,257 
Não 60 (88,2) 3 (4,4) 5 (7,4) 
Acessa internet para trocas de treinos e dietas 
Sim 23 (95,8) 0 (0,0) 1 (4,2) 0,432 
Não 49 (87,5) 3 (5,4) 4 (7,1) 
 
Entre os desportistas, 51,2% faziam uso de suplementos alimentares, com 
tempo médio de uso de 51,2 ± 42,7 meses, sendo que 46,4% faziam o uso por conta 
própria (Gráfico 1). 
 
Gráfico 1. Indicação para o uso de suplementos alimentares de frequentadores de 
uma academia da cidade de Muriaé-MG, 2018 
 
 
 
 
21 
 
Foi verificado que 57,5% dos avaliados, realizavam acompanhamento com 
algum profissional de saúde, sendo que a maioria (73,9%) procurava um 
nutricionista para o acompanhamento (gráfico 2). 
 
Gráfico 2. Prevalência dos especialistas procurados pelos frequentadores de uma 
academia da cidade de Muriaé-MG, 2018 
 
 
 
 Quando indagados sobre se já tomaram atitudes mais extremas para mudar a 
aparência, 21,25% dos entrevistados responderam que sim, dentre as respostas, as 
mais citadas foram jejum, excesso de atividades físicas e medicações sem 
orientações. 
 
6. DISCUSSÃO 
 
Foi possível verificar que 82,5% dos participantes apresentavam risco para 
comportamento da ortorexia e 33,7% para vigorexia. Entre os participantes, 90,0% 
desejavam aumento da hipertrofia e somente 6,25% estavam satisfeitos com o seu 
corpo. O exercício físico mais praticado foi a musculação com 43,8%, sendo que 
37,5% dos participantes ficam uma hora ou menos na academia. 
Estudo realizado por Sá (2017) avaliou 30 praticantes de crossfit do sexo 
masculino, com idade entre 18 e 35 anos, da cidade de Natal-RN, o mesmo, 
encontrou que 90% dos avaliados apresentaram risco para o comportamento de 
22 
 
vigorexia, sendo que 16% foram classificados com fortes indícios e 66,6% se 
mostraram insatisfeitos com a imagem corporal. Não houve associação da vigorexia 
com a percepção da autoimagem. A distorção na autopercepção da imagem 
corporal está inserida não só em sujeitos acometidos por algum transtorno 
dismórfico, mas também na preocupação em se encaixar em padrões de beleza, 
fato que está se tornando comum entre os praticantes de Crossfit. 
Na pesquisa realizada por Zimmermann (2013), com adultos de 18 a 33 anos, 
praticantes de musculação em academias de Biguaçu-Sc, observou-se que 23% dos 
adultos apresentavam fortes indícios de vigorexia. Observou-se também que, dos 14 
indivíduos com elevados indícios, 21,1% não estavam satisfeitos com sua imagem 
corporal e desejavam aumentar sua musculatura. Acredita-se que a insatisfação 
com a própria imagem corporal e o desejo de tornar-se ainda mais musculoso está 
fortemente ligado ao comportamento vigoréxico. Entretanto, as diferenças 
encontradas neste estudo com os resultados dos demais podem estar relacionados 
ao número inferior da amostra, e também pelo fato dos instrumentos de coleta de 
dados utilizados serem diferentes. 
A relação entre a dismorfia muscular e o sexo masculino pode ser atribuída 
pelas alterações na percepção da imagem corporal e a consequente compulsão pelo 
treinamento de força que conduzem a uma hipertrofia muscular (AZEVEDO et al., 
2012). Olivardia (2001) afirma que este é um desejo principalmente de indivíduos do 
sexo masculino. No entanto, as mulheres estão cada vez mais demonstrando o 
anseio pela estética de músculos aparentes, tendo em vista a popularização das 
fisiculturistas nas mídias sociais. 
Outros fatores poderiam explicar o aumento da vigorexia,como a relação 
crescente da pressão exercida por grande parte da mídia, para que os homens 
tenham um corpo forte e musculoso podendo acarretar em um aumento da 
incidência do transtorno (ASSUNÇÃO, 2002).No presente estudo não houve 
diferença significativa entre o grupo de risco de vigorexia para seguir um digital 
influencer e entre utilizar algo indicado por ele, porém em relação ao acesso da 
internet para troca de informações de dietas e treinos houve associação (p=0,044). 
No estudo de Donini et al. (2004), no qual contou com uma amostra de 404 
indivíduos de ambos os sexos com diferentes características ocupacionais que 
fizeram inscrição espontânea para participarem da pesquisa, a prevalência 
encontrada de ortorexia foi de 6,9%, e observou-se que a idade dos sujeitos 
23 
 
ortoréxicos era maior que 36 anos sendo a prevalência de ortorexia superior no sexo 
masculino. É possível que, com atual tendência ditada pela sociedade para que 
homens tenham um estereótipo de alto nível, a aparência estética e saúde pareçam 
ser razões muito importantes para seguir uma dieta saudável. 
O estudo realizado por Agopyan et al. (2018) relacionou a ortorexia, com 
transtorno alimentar e a composição corporal em estudantes universitárias de 
Nutrição e Dietética de uma universidade privada em Istambul. O mesmo contou 
com uma amostra 136 estudantes do sexo feminino com média de idade de 20,9 
anos. Com base nas pontuações do ORTO-11, foram encontrados que 70,6% das 
alunas apresentavam ortorexia. Os resultados obtidos no estudo demonstram haver 
uma obsessão para uma alimentação saudável e de comportamentos alimentares 
restritivos entre estudantes do sexo feminino do departamento de Nutrição e 
Dietética. Alguns estudos apontam que os profissionais da área de saúde são 
grupos mais vulneráveis para desenvolverem Ortorexia Nervosa (Martins et al., 
2011). Entretanto, no presente estudo não foi encontrado diferença significativa 
entre o comportamento de risco para ortorexia e a profissão dos participantes. 
Outra pesquisa semelhante foi realizada por Rudolph (2017) que 
correlacionou o vício do exercício com a ortorexia em esportes praticados em 
ginásios na Alemanha. A amostra consistiu de 559 homens e 449 mulheres 
membros ativos de três ginásios, com média de idade de 20,7 ± 5,8 anos. De toda a 
amostra, 10,2% sofriam com a dependência do esporte, enquanto 3,4% sofriam com 
a ortorexia e 2,3% dos indivíduos sofriam de ambos. Porém, o autor não encontrou 
relação se o comportamento de dependência do exercício levaria a um 
comportamento ortoréxico. 
É nítida a prevalência da insatisfação com a autoimagem nos indivíduos de 
ambos os sexos, observou-se que 90,0% dos desportistas desejavam aumento da 
hipertrofia e que apenas 6,25% estavam satisfeitos com o seu corpo. 
O estudo de Damasceno et al. (2011), objetivou identificar as dimensões 
antropométricas relacionadas com a insatisfação com a imagem corporal. Foram 276 
membros brasileiros de centros de fitness (168 homens e 108 mulheres), com 
idades entre 17 e 39 anos. Os resultados revelaram que apenas 1,2% dos homens e 
6,5% das mulheres consideravam-se satisfeitos com o seu corpo, e ambos os sexos 
relataram preferência por um corpo mais musculoso. 
24 
 
No estudo de Florino e D’almeida (2016), sobre a prevalência de transtorno 
dismórfico muscular em 56 homens adultos praticantes de musculação do Rio 
Grande Do Sul, o risco encontrado foi de 17,5%. Na avaliação da imagem corporal, 
foi identificado que 64,3% dos participantes estavam satisfeitos e 47 indivíduos 
(83,9%) queriam ter um corpo maior e mais musculoso. Esse resultado pode ser 
justificado pelo fato da amostra sercomposta apenas por indivíduos do sexo 
masculino. E que a satisfação está ligada a exigência pessoal, levando-os a 
preferirem atividades físicas como uma fonte de valorização do corpo. 
Com relação ao uso de suplementos alimentares, 19,6% referiram usar algum 
tipo de suplementação. Ao comparar o consumo de suplementos entre os 
participantes com indicativo de dismorfia ou não, observou-se que o maior consumo 
de suplemento foi encontrado entre os participantes com dismorfia (FLORINO e 
D’ALMEIDA, 2016). 
No presente estudo 21,25% dos participantes já haviam tomado atitudes mais 
extremas para mudar a aparência. Para Azevedo et al. (2012), está claro a relação 
entre a busca pelo corpo musculoso e a falta de limites para atingir tal objetivo, 
acarretando à procura de um corpo exageradamente hipertrofiado. Estes indivíduos 
estão dispostos a manter uma dieta principalmente hiperproteica e hipolipídica, a 
usarem fármacos e praticarem o treinamento de força de maneira extremamente 
intensa para conseguir o objetivo do corpo dos sonhos, que jamais é alcançado. 
Sobre o tempo de prática de atividade física, foi possível analisar que muitos 
participantes chegavam a ficar até duas horas por dia treinando, o que pode ser 
explicado por Ferreira et al. (2005), que afirmam que indivíduos insatisfeitos tendem 
a dedicar mais tempo e recursos para atingir o que é considerado o corpo ideal, 
envolvendo gastos financeiros, dietas especiais, treinamentos longos, e em alguns 
casos, o consumo de anabolizantes. Os autores compararam com outras atividades 
desportivas e a participação em esportes de musculação pode ser associada a um 
maior risco para desenvolver dependência de exercício físico e ortorexia. 
O desejo de ganho de massa muscular, principalmente quando é em curto 
prazo, impulsiona o indivíduo a uma rotina angustiante de controle de peso corporal, 
medidas de circunferências constantes e uma permanência longa dentro da 
academia. Porém, o ganho de massa corporal é influenciado por diversos fatores 
como a prescrição correta de treinamento, repouso, dietas adequadas e fator 
genético (PORTO e LINS, 2009). Augusto (2006), refere que as sessões de 
25 
 
treinamento de força entre 25 minutos a 60 minutos seriam suficientes para a 
obtenção de ótimos resultados. 
Quando questionados sobre o uso de suplementos nutricionais, 51,25% dos 
entrevistados, responderam que utilizavam. Este fato pode ser explicado pela 
banalização do uso de suplementos nutricionais que são utilizados com a intenção 
do aumento de força, massa muscular, resistência física e melhora da imagem 
corporal (BARROS, 2005 apud RODRIGUES et al., 2008). Zimmermann (2013), 
encontrou que 73,8% dos praticantes de musculação já fizeram uso de algum tipo de 
suplemento alimentar, acredita-se que o uso indevido de suplementos alimentares e 
até mesmo o de esteróides pode estar relacionado com o objetivo de acelerar os 
resultados. 
No estudo de Junior (2012), observou-se que pessoas com essa distorção da 
imagem corporal, não se contentam com o grau de desenvolvimento muscular que 
possuem, mesmo usando vários suplementos que facilitam alcançar tais objetivos, 
nunca se encontram satisfeito com os ganhos, procurando fazer o uso constante de 
substâncias cada vez mais fortes com a intenção de aumentar o ganho muscular e 
melhorar a performance durante o treino. Olivardia (2001) observou que a 
insatisfação dos homens com sua imagem corporal esteve associada à depressão, 
baixa autoestima, consumo de suplementos e esteroides anabolizantes. 
Quando os participantes foram indagados sobre acompanhamento com 
especialista, foi verificado que 57,50% deles já realizavam. Resultado que contempla 
a maioria dos participantes, porém menor que o número de pessoas que 
apresentaram comportamento de risco para ortorexia. A baixa procura por um 
profissional de saúde pode estar relacionada com a vergonha de procurar uma ajuda 
profissional, a dificuldade de se expressarem ou até mesmo o acesso facilitado de 
informações na internet que nem sempre são adequadas (ASSUNÇÃO, 2002). 
Observa-se que grande parte dos indivíduos se prendem a um ideal de beleza 
e não dão valor a sua própria evolução muscular e suas conquistas. Fato que 
justifica a crescente insatisfação e preocupação com a autoimagem corporal, que é 
distorcida e inferiorizada (JUNIOR, 2012). 
Tanto a ortorexia, vigorexia e distorção da imagem corporal geram 
comportamentos restritivos e que podem trazer graves consequências a saúde como 
ansiedade, depressão, baixa autoestima, irritabilidade e frustração, o que acarreta 
26 
 
em diversas consequências à vida social, afetiva e profissional destes indivíduos 
(OLIVEIRA et al., 2003; PONTES et al., 2014). 
 
7. CONCLUSÃO 
 
Conclui-se que houve maior prevalência de comportamento de risco para 
ortorexia do que para vigorexia na amostra estudada, porém ambas são 
preocupantes devido estarem associadas à baixa autoestima, comportamento de 
risco para transtornos alimentares e psicológicos e por gerar a dependência da 
pratica de exercício físico, acarretando em mudanças na vida social desses 
indivíduos. 
Não houve diferença significativa entre os transtornos e as variáveis 
sociodemográficas analisadas como sexo, idade e profissão, porém foi encontrada 
diferença significativa entre o grupo de risco de vigorexia em relação ao acesso da 
internet para troca de informações sobre dietas e treinos. É importante ressaltar que 
a maioria dos participantes analisados estão insatisfeitos com sua massa corporal e 
que pode estar relacionado à dismorfia muscular. 
Identificar e orientar o grupo de risco para o desenvolvimento de transtornos 
alimentares e físicos é de extrema importância, através de profissionais 
especializados visando o bem-estar físico e mental destes indivíduos. 
Observa-se que, poucos estudos têm sido realizados a fim de identificar 
ortorexia nervosa juntamente com a vigorexia e seus possíveis fatores de risco 
associados, o que dificulta a abordagem e o tratamento mais adequado por 
profissionais da área de saúde na prevenção destas desordens alimentares É 
evidente que estes transtornos tornam o indivíduo escravo de si mesmo e do 
espelho, de dietas restritivas, treinamentos rigorosos e atitudes extremas em nome 
da beleza. Estes profissionais também tem o papel de destacar que a conquista de 
um corpo esteticamente bonito deve ser adquirido com o tempo, treinamento, 
alimentação e descanso adequados ou seja, de forma saudável. 
 
 
 
 
 
27 
 
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33 
 
9. ANEXOS 
9.1 Autorização da Plataforma Brasil 
 
34 
 
 
 
 
35 
 
10. APÊNDICE 
10.1 Carta de Autorização Institucional 
 
36 
 
10.2 Termo de consentimento livre e esclarecido 
 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
NOME DO SERVIÇO DO PESQUISADOR 
Pesquisador Responsável: Denise Félix Quintão 
Endereço: Avenida Cristiano Varella, 655, Bairro Universitário, Muriaé, MG. 
CEP: 36880-000 – Muriaé – MG 
Fone: (32) 37297544 
E-mail: denisequintao@gmail.com 
 
Você está sendo convidado como voluntário a participar da pesquisa intitulada: “Avaliação do 
Comportamento de Risco para Ortorexia e Vigorexia em praticantes de exercício físico de duas 
academias de Muriaé, MG”. O motivo que nos leva a estudar esse assunto é que na sociedade 
moderna, a beleza e estética são fatores de felicidade e riqueza, devido ao culto ao corpo. Com isso 
houve aumento expressivo no número de pessoas acometidas por algum Transtorno Dismórfico 
Corporal, incluindo a Vigorexia, a qual é caracterizada pela preocupação excessiva do indivíduo em 
não ser suficientemente musculoso e forte. Além da elevação do número de transtornos relacionados 
à alimentação, como a Ortorexia, a qual se define como obsessão patológica pela alimentação 
saudável. Os riscos envolvidos na pesquisa consistem em riscos mínimos de constrangimento 
durante o preenchimento do questionário. A pesquisa é importante, pois tais transtornos geram 
comportamentos restritivos e que podem trazer graves consequências à saúde. Nesta pesquisa 
pretendemos avaliar o comportamento de risco para ortorexia e vigorexia em praticantes de exercício 
físico de duas academias. O benefício deste estudo é a divulgação dos resultados para alertar os 
profissionais da área da saúde a tais comportamentos e indicativos destes transtornos. O 
procedimento de coleta de dados será da seguinte maneira: aplicação do questionário em adultos de 
ambos os sexos, frequentadores assíduos (acima de três vezes na semana) das academias. 
 
FORMA DE ACOMPANHAMENTO E ASSISTÊNCIA: Após a aplicação do questionário, os avaliados 
receberão orientações sobre o assunto de acordo com o seu interesse. A partir disso, os mesmos 
serão acompanhados pela entrevistadora em caso de dúvidas. 
 
GARANTIA DE ESCLARECIMENTO, LIBERDADE DE RECUSA E GARANTIA DE SIGILO: Você 
será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você é livre para recusar a 
participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer 
 
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momento. A participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade 
ou perda de benefícios. 
Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os resultados 
permanecerão confidenciais com o uso de códigos, os quais só os pesquisadores responsáveis terão 
acesso. O participante não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste 
estudo. Uma cópia deste consentimento informado será arquivada no Curso de Nutrição da 
Faculdade de Minas – FAMINAS MURIAÉ e outra será fornecida a você. 
CUSTOS DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO POR EVENTUAIS DANOS: A 
participação no estudo não acarretará custos para você e não será disponível nenhuma 
compensação financeira adicional. 
 
Esse termo atende à Resolução 466/12 do CNS 
 
Eu, _______________________________________ fui informado dos objetivos da pesquisa acima 
de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei 
solicitar novas informações e motivar minha decisão se assim o desejar. A professora orientadora 
Denise Félix Quintão certificou-me de que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais. 
Também sei que caso existam gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento da 
pesquisa. Em caso de dúvidas poderei chamar a estudante Flávia Damas de Souza Cunha, a 
professora orientadora Denise Félix Quintão no telefone (32) 37297544 ou o Comitê de Ética em 
Pesquisa da Faculdade de Minas- FAMINAS MURIAÉ, sito à Av. Cristiano Varella, 655, Bairro 
Universitário – Muriaé -MG. 
 
Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento 
livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas. 
 
Nome Assinatura do Participante Data 
Nome Assinatura do Pesquisador Data 
Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o 
CEP FAMINAS – Comitê de Ética em Pesquisa CEP/UNIFAMINAS 
Av. Cristiano Varella, 655 Bairro Universitário 
CEP 36880-000 
E-mail: pesquisa@unifaminas.edu.br 
 
 
38 
 
10.3 Questionário 
 
 
 QUESTIONÁRIO 
• Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 
• Idade:_______________ 
• Profissão:__________________________ 
• Modalidades físicas que pratica atualmente: 
 
Tipo 1:________________ Tipo 2: __________________ Tipo3: ________________ 
 
Marcar com um X a alternativa que melhor corresponde ao seu comportamento: 
1. Você fica atento(a) às calorias dos alimentos quando come? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
2. Quando você vai a um mercado de alimentos, se sente confuso a respeito do que deve 
comprar? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
3. Nos últimos três meses, pensar sobre sua alimentação tem sido uma preocupação? 
 ( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
4. As suas escolhas alimentares são determinadas pela preocupação com seu estado de 
saúde? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
5. O sabor é a qualidade mais importante que você leva em consideração ao escolher um 
alimento? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
6. Normalmente, você se dispõe a pagar mais por alimentos saudáveis? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
7. A preocupação com alimentação saudável toma mais de três horas do seu dia? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
8. Você se permite alguma quebra da sua rotina alimentar? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
9. Para você, o seu humor influencia o seu comportamento alimentar? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
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10. Você acredita que a convicção de se alimentar saudavelmente aumenta sua 
autoestima? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
11. Você acha que o consumo de alimentos saudáveis modifica seu estilo de vida (ida a 
restaurantes, encontro com amigos...)? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
12. Você acredita que consumir alimentos saudáveis pode melhorar o seu aspecto 
físico? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
13. Sente-se culpado(a) quando sai da sua rotina alimentar? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
14. Você pensa que no mercado existem alimentos não saudáveis? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
15. Ultimamente, você costuma estar sozinho(a) quando se alimenta? 
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Nunca 
16. Quanto tempo você passa na academia por dia? 
A) 1 hora ou menos B) 1 hora e 30min C) 2 horas D) Mais 2 horas 
 
17. O tempo gasto na prática de exercícios atrapalha na sua vida social, profissional ou 
familiar? 
( ) Sim ( ) Não 
 
18. Você faz uso de suplementos alimentares? 
( ) Sim ( ) Não 
Se a resposta anterior for SIM, há quanto tempo? _____________________________ 
Qual (is) suplemento (s) você utiliza atualmente?

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