Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 2 APRESENTAÇÃO Os professores, em sua maioria, alegam a falta de interesse dos alunos pelas atividades escolares. Segundo eles, por mais que se esforcem não conseguem despertar, em seus educandos, o gosto pelos estudos. Na busca por respostas sobre como tornar o ensino agradável tanto para os alunos quanto para os professores descobrimos que o uso de jogos na Educação Infantil bem como as atividades lúdicas, como recursos metodológicos, podem ser a saída para melhorar o processo de ensino/aprendizagem e tornar o trabalho educacional realizado em nossas escolas mais dinâmico e prazeroso. O Curso foi elaborado no formato de módulos, com o tema “O USO DE JOGOS LÚDICOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL”. Tem-se como objetivo propor aos professores um estudo sobre a utilização de jogos e atividades lúdicas como um recurso pedagógico que facilita o processo de ensino em sala de aula e desperta, nos alunos, o interesse pela atividade escolar. Com atividades práticas para que os professores vivenciem jogo e a atividade lúdica, fazendo a relação entre a atividade e as áreas do conhecimento a serem trabalhadas. E a outra, para a elaboração e confecção, pelos professores, de jogos e atividades lúdicas para serem aplicados em sala de aula. Espera-se com esse material propor um estudo teórico sobre o tema e apresentar alguns jogos e atividades lúdicas para serem utilizados como recurso pedagógico em sala de aula, visando melhorar o processo de ensino e aprendizagem na escola. BONS ESTUDOS!!! 3 Módulo I - O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL A EDUCAÇÃO INFANTIL A Educação Infantil no Brasil, inicialmente se caracterizou por um atendimento assistencialista. Contudo, à medida que foi se expandindo, outras perspectivas foram surgindo, além da principal preocupação de atender às necessidades das mães que desempenham atividade produtiva fora do lar. Entretanto, até os dias de hoje podemos identificar que, de modo geral, com algumas variações, essa prática educativa é cercada de cuidados especificamente voltados para o atendimento das necessidades de alimentação e higiene, na faixa de 0 a 3 anos (creche), e de 4 a 5 anos (pré-escola), para a preparação da criança para o Ensino Fundamental (CAMPOS, 2001). Com a promulgação da Constituição de 1988, a creche foi incluída na área de competência da Educação, ao lado da pré-escola. Isso muda a concepção de atendimento à criança. Agora, mais do que atender a uma necessidade da família, cuja mãe precisa de um espaço para deixar o filho enquanto trabalha, é preciso atender a esta criança em todas as necessidades inerentes a um ser em desenvolvimento. 4 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no seu artigo 29, determina que: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996). "Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos fı́sico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da famı́lia e da comunidade." No documento Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças (CAMPOS; ROSEMBERG, 1997), pudemos verificar que em termos legais, pelo menos, a Educação Infantil já está voltada para uma concepção a respeito da criança como um ser que precisa de atendimento em diversos aspectos, dentre estes, destaca-se a individualidade, situada num determinado tempo e espaço e que, portanto, possui especificidades que precisam ser consideradas e respeitadas. LUDICIDADE: O QUE É ISSO? Lúdico é um termo que se refere a tudo que é relacionado ou próprio de uma diversão, brinquedos, jogos, isto é, uma saída 5 com a família para um clube aquático, um jogo de cartas; todas estas atividades são lúdicas. A palavra lúdica é um adjetivo da língua portuguesa com origem no latim ludos, cuja expressão está relacionada a maneiras de recreação, ou seja, formas de promover a diversão e entretenimento. Em métodos de aprendizagem e ensino para crianças, o termo lúdico é bastante utilizado, já que o ato de brincar é considerado o canal de comunicação principal entre os professores e alunos. Frequentemente, o jogo e a brincadeira são utilizados como sinônimos de lúdico. Vemos também, muitas vezes, o lúdico associado ao lazer, à satisfação, ao deleite, ao prazer. Como já disse Johan Huizinga (2005, p. 3) “o jogo é fato mais antigo que a cultura”. Contudo, à medida que o ser humano foi descobrindo como controlar a natureza, dominando-a e se distanciando a ponto de criar uma “antítese entre o espírito e a matéria, o homem e a natureza, a alma e o corpo” (MARX; ENGELS, 1987), o lúdico também deixou de ser inerente à própria atividade do homem e passou a ocupar um determinado lugar e hora na vida. Esses são os momentos de diversão. Será que eles são lúdicos? Como saber isso? A ludicidade é de fundamental importância para o desenvolvimento da criança e, possivelmente por isso, a 6 brincadeira tem sido uma questão bastante discutida por diversos teóricos, tais como Tizuko Kishimoto, Sanny Rosa, Brougère, D. W. Winnicott, dentre outros. A discussão do tema já é ampla e, atualmente, o ato de brincar é estudado por diversas áreas do conhecimento, como a Antropologia, Pedagogia, Psicologia, Filosofia, História, entre outras. Sua importância na educação é inquestionável. Conceito de ludicidade como uma experiência plena, que pode colocar o indivíduo em um estado de consciência ampliada e, consequentemente, em contato com conteúdo inconscientes de experiências passadas, restaurando-as e, em contato com o presente, anunciando possibilidades para o futuro. Sendo assim, no estado lúdico, o ser humano está inteiro, ou seja, está vivenciando uma experiência que integra sentimento, pensamento e ação, de forma plena. Nessa perspectiva, não há separação entre esses elementos. A vivência se dá nos níveis corporal, emocional, mental e social, de forma integral e integrada. Esta experiência é própria de cada indivíduo, se processa interiormente e de forma peculiar em cada história pessoal. Portanto, só o indivíduo pode expressar se está em estado lúdico. Uma determinada brincadeira pode ser lúdica para uma pessoa e não ser para outra. Como saber isso de uma criança que não fala? 7 O ENSINO LÚDICO NA EDUCAÇÃO Na Educação Infantil, há uma série de atividades programadas com o objetivo de estimular a aquisição dos conhecimentos e das habilidades necessários para o desenvolvimento da criança. Segundo Piaget, a criança já nasce com as pré- condições neurológicas do conhecimento, mas as condições de fato se dão através de atividades que ele denomina jogos (de exercício, simbólicos e de regras, conforme as idades). Essas atividades serão mais prazerosas se forem consideradas e respeitadas as emoções, os sentimentos e as necessidades das crianças no momento em questão vivenciando as propostas trazidas pelo educador. Entretanto, nas creches, em função da demanda para uma aprendizagem escolarizada precoce, acontece algo que, a meu ver, é preocupante: as atividades propostas têm sido didatização, visando ao treinamento das habilidades preparatórias para a alfabetização. Em decorrência da preocupação demasiada na realização dessas tarefas de treinamentopara alfabetização, muitas vezes o educador não considera a importância do sentimento de recusa, 8 desânimo ou desatenção dos educandos ao realizar tais atividades. Embora possa tratar-se de uma tarefa relevante, talvez não seja o momento mais adequado ou a forma mais indicada de trabalhar esta ou aquela habilidade. Então, fazem-se necessários um ajuste entre o nível de desenvolvimento, o interesse e a necessidade da criança. Talvez, dessa forma, possamos proporcionar vivências que despertam o estado lúdico na criança. O lúdico tem um papel muito mais amplo e complexo do que, simplesmente, servir para treinamento de habilidades psicomotoras, colocadas como pré-requisito da alfabetização. Através de uma vivência lúdica, a criança está aprendendo com a experiência, de maneira mais integrada, a posse de si mesma e do mundo de um modo criativo e pessoal. Assim, a ludicidade, como uma experiência vivenciada internamente, vai além da simples realização de uma atividade, é na verdade a vivência dessa atividade de forma mais inteira. Podemos afirmar que a participação em uma atividade lúdica (brincadeira, dança, jogo, desenho, canto) não significa necessariamente que esteja sendo uma vivência lúdica para a criança, ou seja, uma vivência plena, de inteireza e de integração do sentir, pensar e agir. Na infância, supõe-se que as atividades lúdicas sempre são plenas, que as crianças vivenciam com inteireza e de forma 9 integrada as atividades que realizam. Mas, será isso uma regra geral? Será que sempre que participam de brincadeiras, jogos, desempenhos cênicos, as crianças estão em estado lúdico? A Criança os jogos e as brincadeiras estão intrinsecamente interligados, no entanto, o nosso sistema escolar não percebe essa interligação e cerceia a criança das suas necessidades de movimento, expressão e de construção de seu conhecimento a partir do seu próprio corpo. Apesar de estar inserida neste meio, a escola precisa perceber a criança como um ser em constante desenvolvimento. O clima de seriedade e de repressão estabelecido por tal instituição, não chega a intimidar totalmente as crianças, pois estas encontram sempre um jeito de fazer o que mais gostam, que é brincar. Esse brincar se manifesta das mais variadas formas, até mesmo, sob a forma de brigas e intrigas aparentes. A ação de educar não pode restringir-se à simples preocupação com as estruturas mentais, mas também com a expressão do corpo em sua totalidade. Se educar é libertar, então, os processos que regem esta ação educativa devem fornecer subsídios para que tal ideia se concretize. A intervenção psicopedagógica introduziu uma contribuição mais rica no enfoque da Pedagogia. 10 O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, econômicos, políticos etc. O processo de aprendizagem, bem como suas dificuldades, deixa de focalizar somente o aluno e o professor isoladamente e passa a ser visto como um processo de interações entre ambas as partes com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo. Parece estranho a muitas pessoas admitir o lúdico como um recurso didático para uma aprendizagem mais eficaz. O brincar é uma forma de expressão da criança, colocada para fora do seu corpo e dos pensamentos. O tema “lúdico como instrumento facilitador na aprendizagem da educação infantil” surgiu por acharmos que as metodologias de ensino utilizadas pelos professores ditos tradicionais vêm causando grandes dificuldades de aprendizagem por parte das crianças. Através do lúdico, a criança pode aprender brincando, ou seja, fazendo relação dos conteúdos programáticos com os jogos e as brincadeiras, deixando para trás o método tradicional de ensino, a não utilização do quadro negro e do giz em sala de aula e 11 aprendendo os conteúdos das disciplinas numa forma mais prazerosa e divertida. O lúdico é subjetivo, permitindo-se assim, fazer relação com o processo de ensino aprendizagem. Pois, o prazer pelas brincadeiras está presente em todos nós, independente de raça, cor ou religião. Algumas disciplinas, como a matemática, por exemplo, não sejam tão amadas quanto as brincadeiras pelas crianças na idade escolar, porém, as disciplinas se fazem presente, tornando-se um obstáculo a ser vencido, pois, devemos amar as dificuldades para vencê-las. O lúdico dentro do processo educativo pode construir-se numa atividade muito rica, na medida em que professores e alunos interagem construindo conhecimentos e socializando-se, podendo atuar na escola, de forma a promover a interdisciplinaridade, entre as disciplinas para introduzir seus conceitos, assim, haveria um incentivo à aprendizagem de determinado conteúdo, como por exemplo, desenvolver a noção de números na criança, neste caso o professor ensina aos seus alunos uma brincadeira que trate desse assunto. As brincadeiras nas escolas não são utilizadas com fins pedagógicos sendo apenas um passatempo ou para preencher o tempo antes de bater o sinal para a saída, não articulando-a às outras disciplinas. O professor pode utilizar o lúdico tornando as aulas mais dinâmicas e participativas. 12 A aprendizagem através do lúdico deve ser considerada do ponto de vista das crianças, propondo a compreensão dos conteúdos a partir da reconstrução que ela realiza. A aprendizagem é assegurada através da estruturação cognitiva dos conhecimentos prévios que as crianças constroem quando elaboram seus novos conhecimentos. O professor não é um transmissor de conhecimentos e sim um ser que pode mediar a qualquer momento a aprendizagem de seus alunos, fazendo da escola um ambiente propício para a relação professor-aluno ser mais criativa. Quando o professor deixar de lado a sua posição de detentor do saber considerando seus alunos como “receptores” desse saber e passar a construir o conhecimento junto com os alunos, numa relação de interação e trocas de conhecimentos, certamente o ensino terá mais qualidade, porque o indivíduo é considerado como um ser social, capaz de desenvolver-se dentro de uma sociedade numa relação de troca. Na criança, em sua fase de desenvolvimento é muito fácil perceber a presença o egocentrismo, por exemplo, é muito difícil a criança aceitar a regra do “outro”, construindo ela mesma a sua própria regra. Durante o período da Educação Infantil é que a criança começa a realizar atividades que envolvam a brincadeira, os jogos e a 13 música. Tudo o que a criança precisa realmente saber, ela aprende na infância. ● As atividades lúdicas estão presentes em todas as classes sociais, crianças de várias idades brincam, se divertem através da ludicidade. ● O lúdico promove a aprendizagem e favorece o desenvolvimento físico intelectual e social da criança, ou seja, possibilita um desenvolvimento real, completo e prazeroso. ● O lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento. ● Pelo exposto acima se entende que as atividades lúdicas divertem e proporcionam descobertas através de estímulos propostos pelo professor que institui regras e posicionamentos para desenvolver os jogos e brincadeiras de forma criativa e divertida. ● As atividades lúdicas desenvolvemvários aspectos no processo de aprendizagem da criança dentre eles podemos elencar a atenção, a memorização e imaginação que são de fundamental importância para o ensino de qualidade. 14 ● O lúdico promove uma alfabetização significativa a prática educacional. ● Para que o lúdico auxilie na construção do conhecimento é necessário que o professor faça a mediação da atividade planejada por ele e estabeleça os objetivos para que a brincadeira tenha um caráter pedagógico promovendo dessa maneira interação social e o desenvolvimento intelectual. ● A ludicidade é uma ferramenta muito importante para a formação das crianças, pois é através dela que a criança desenvolve seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo. ● As atividades lúdicas desenvolvem vários aspectos no processo de aprendizagem da criança dentre eles podemos elencar a atenção, a memorização e imaginação que são de fundamental importância para o ensino de qualidade. ● A atividade lúdica funciona como um elo entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, na educação infantil por isto a partir do brincar, a criança desenvolve à aprendizagem, através do desenvolvimento social, cultural e pessoal, contribuindo para uma vida saudável tanto física como mental. ● As atividades lúdicas auxiliam no processo de aprendizagem do aluno na educação infantil, pois trabalham a atenção, a imaginação, os aspectos motores e sociais, visando o pleno 15 desenvolvimento da criança que aprende de forma significativa tornando o ensino de qualidade. ● As atividades lúdicas como recursos da prática educativa devem estar presentes no cotidiano das salas de aula da Educação Infantil visando não só o desenvolvimento emocional dos alunos, como também a compreensão por parte dos educadores sobre os limites e as possibilidades de trabalhar as questões afetivas no contexto escolar. Na Educação Infantil, o lúdico é importante para o crescimento das crianças, inclusive intelectualmente, pois as brincadeiras trazem consigo “um brincar compromissado com a qualidade de vida da criança” (MEYER, 2008, p. 22). Diante de todas essas observações, é preciso ampliar a nossa avaliação da importância de não somente propor atividades ditas lúdicas, mas, principalmente, permitir a vivência lúdica das crianças na Educação Infantil. Isso é uma necessidade para as crianças e se constitui em grande desafio para nós, educadores e educadoras, que lidamos, principalmente, com a faixa etária das crianças que ainda não falam. Isto porque este desafio exige, além de um conhecimento técnico especializado em relação a desenvolvimento infantil e ao processo de aprendizado, uma disponibilidade para a escuta 16 sensível, uma observação mais cuidadosa das expressões psicocorporais, respondendo a elas também de modo cuidadoso. A ideia de que a brincadeira e demais atividades na Educação Infantil precisam ser para a criança uma experiência de vivência do estado lúdico, pois assim ela poderá contribuir para o desenvolvimento da criança de maneira saudável. 1. UTILIZAÇÃO DO LÚDICO EM SALA DE AULA Uma estratégia em alta atualmente é a utilização do lúdico em sala de aula. Vamos começar então pelos conceitos de lúdico. 2. O QUE É OU PODE SER CONSIDERADO LÚDICO? As manifestações lúdicas são propostas que despertam para o questionamento, o conhecimento, a criação e a recriação cultural, visando o bem-estar, a alegria ou a diversão crítica e criativamente com vivências que busquem diferentes maneiras de compreender o mundo, de questioná-lo, de conhecer e reconhecer a própria personalidade, perceber e relacionar-se com o outro, enfim, experiências que despertem para formas mais humanas e sensíveis de viver e conviver. São exemplos de manifestações lúdicas, os jogos, brincadeiras, dinâmicas, peças de teatro e demais atividades que estabelecem ligações entre o real e o imaginário. 17 As atividades lúdicas reforçam o potencial associativo, pois estabelecem relações entre situações reais e imaginárias, proporcionando viver processos reais, por meio de adequações simbólicas; e estão ligadas a atividades prazerosas sem o caráter formal do ensino. Uma das atividades lúdicas mais discutidas são os jogos, os quais abrangem um conjunto grande e diversificado de atividades e podem ser vistos como histórias contadas em ações. Todo jogo/brincadeira tem potencial para ensinar algo. Podemos tomar como exemplo as crianças. O jogo ocupa um papel de destaque na vida das crianças, e se observamos as meninas brincam de casinha, de ser mãe, os meninos de dirigir, imitam a profissão do pai, e no faz de conta aprendem comportamentos que terão quando adultos. Neste contexto o jogo mantém suas características de ser uma ocupação voluntária exercida dentro de determinados limites de tempo e espaço, que seguem regras estabelecidas e consentidas por quem brinca, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de alegria. O brinquedo, as situações lúdicas promovem uma situação de transição entre a ação da criança com objetos concretos e suas ações com significados. Como então o lúdico pode ajudar no ensino? 18 Só deixar que joguem e já aprenderam o que o professor almeja que aprendam? ● O lúdico no ensino tenta quebrar a rigidez do ensino, tornando algo mais prazeroso, mas neste ponto ocorrem algumas contradições tais como a associação de prazer e estudo; ● se não for bem gerenciada a utilização do lúdico perde o foco e consequentemente não trará bons resultados; ● uma grande preocupação com o conteúdo a ser abordado no jogo ocasiona um enfraquecimento do caráter lúdico das propostas; ● e a liberdade para jogar ou não; ● em uma sala de aula isso deixa de ser uma opção. Os jogos didáticos são formulados com um propósito educativo claro, diferenciando-se daqueles de caráter apenas lúdico. Promovem a articulação de ideias, e se beneficiam da exploração do mundo de modo seguro e confortável, reproduzindo cenários, situações ou problemas concretos, de maneira simplificada e didática. Dessa maneira, os estudantes podem ter uma vivência de problemas reais, em contextos e cenários imaginários, ponderando, exercitando a criatividade, testando ideias, 19 resolvendo problemas, utilizando os próprios conhecimentos e articulando-os com as informações oferecidas pelo jogo. O jogo é uma estratégia didática, a simulação, e para ser eficaz precisa ser utilizada em conjunto com outras estratégias, pois apenas o ato de jogar não é o suficiente para atingir os objetivos educacionais esperados pelo professor. Na imagem abaixo ilustra-se opções de utilizações do jogo em aulas. “O professor precisa ter claro o porquê utilizar o lúdico em aula”. Alguns pontos são fundamentais para o planejamento de uma aula lúdica: ● O objetivo do jogo corresponde ao objetivo da aula? ● Quais os conceitos que o jogo aborda e de que maneira o faz? ● Qual o melhor momento para se utilizar esse recurso? 20 ● Qual outra estratégia didática fará parte da aula? Na literatura encontram-se bons resultados relatados quando a utilização de jogos didáticos e atividades lúdicas, e como qualquer outra estratégia didática os bons resultados dependem do planejamento do professor e da condução dele na sala de aula. ATIVIDADES LÚDICAS E VIVÊNCIA LÚDICA: PRECISANDO OS CONCEITOS A atividade lúdica é externa ao indivíduo e pode ser observada e descrita por outra pessoa enquanto é realizada. Pode se dar em grupo ouindividualmente, apresentando variações no seu formato, determinadas por gosto, preferências, cultura, regras pré- estabelecidas por uma instituição ou por quem a realiza. Porém, a vivência lúdica, ou ludicidade, é interna ao indivíduo. É o estado interno que se processa enquanto o indivíduo realiza uma atividade lúdica. A atividade lúdica, como expressão externa, só será lúdica internamente se propiciar ao sujeito a sensação de plenitude, prazer, alegria. A ludicidade, como experiência interna, integra as dimensões emocional, física e mental. Nesta perspectiva, ela envolve uma conexão entre o externo (objetivo) e o interno (subjetivo) e, 21 portanto, é de relevância significativa para a vida em todas as suas fases e, especialmente, na Educação Infantil. Como exemplo, poderíamos dizer que a atividade lúdica é a brincadeira de roda. A ludicidade tem a ver com os estados de inteireza, de plenitude, de prazer com os quais o indivíduo faz contato enquanto brinca de roda. Várias crianças estão na roda, mas a maneira como cada criança experimenta, sente e vivencia internamente esta experiência é individual e pode ser totalmente diferente de uma para outra, donde se conclui que uma mesma atividade lúdica pode propiciar a vivência lúdica para algumas crianças e, para outras, não. Ou seja, em um grupo onde todos realizam a mesma atividade lúdica, algumas crianças podem fazer contato com a ludicidade e outras, não, pois o processo é do indivíduo que vive a experiência e está relacionado com sua história de vida, é uma vivência interior. Como podemos saber o que se passa internamente com o outro enquanto pratica uma atividade lúdica? O adulto compartilha, relata, fala; e a criança que ainda não fala, como expressa seu estado interno? Essa é a questão desta pesquisa, reiteradamente posta. A interseção entre a ação e o estado interno é que vai possibilitando ao sujeito (infantil, adolescente ou adulto) tomar posse de si mesmo, na medida em que, vivenciando a experiência, toma consciência do que acontece consigo mesmo. 22 O processo de desenvolvimento é o processo de tomar posse de si mesmo. O PAPEL DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL A criança, por meio da brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento. A linguagem tem importante papel no desenvolvimento cognitivo da criança à medida que sistematiza suas experiências e ainda colabora na organização dos processos em andamento. Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz de conta, são reelaboradas. Esta representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências passadas com novas possibilidades de interpretações e reproduções do real. De acordo com suas afeições, necessidades, desejos e paixões. Estas ações são fundamentais para a atividade criadora do homem. Tanto para Vygotsky (1984) como para Piaget (1978), o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo e, nesse trajeto, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e 23 desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e é no brincar que está um dos maiores espaços para a formação de conceitos brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As interações que o brincar e o jogo oportunizam favorecem a superação do egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia, e introduzem, especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo. Piaget descreve que: Esses tipos de brinquedos são bastante usados em situações psicopedagógicas com finalidade de ensino aprendizagem e desenvolvimento infantil na medida em que proporcionam o desenvolvimento da cognição, afetividade, corpo e interações sociais. O brinquedo assume a função lúdica enquanto propicia diversão e prazer, e quanto a sua função educativa, o brinquedo produz a apreensão do mundo, completando o sujeito em seu saber e conhecimento. 24 A importância das construções está no fato de que é desse modo que a criança revela suas relações, daí a importância da fala e da ação, assim como os temas são abordados e como o mundo real contribui nessas construções. As atividades da vida diária (AVD), como diz o nome são aquelas realizadas no dia- a- dia de cada pessoa, como por exemplo: amarrar sapatos vestir-se, escovar dentes etc. Essas atividades requerem o desenvolvimento de certas habilidades, pois para que se aprenda a realizá-las são necessários que se desenvolvam habilidades específicas para cada atividade como desenvolvimento da coordenação motora, por exemplo. Neste sentido, a aprendizagem que às vezes não ocorre com a exercitação, poderá acontecer na situação do brinquedo, pois o prazer da brincadeira produz a especialidade, quanto mais a criança se envolve nela, mais estará aberta a produzir novos conceito AS TEORIAS DO BRINCAR O lúdico é de suma importância, pois apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil a finalidade é essencialmente pedagógica. O lúdico é uma metodologia pedagógica que ensina brincando e não tem cobranças, tornando a aprendizagem significativa e de 25 qualidade. Tanto os jogos como as brincadeiras proporcionam na educação infantil desenvolvimento físico mental e intelectual. O lúdico representa para a criança um meio de comunicação e prazer que ela domina ou exerce em razão de sua própria iniciativa (SOUZA 2015, p.1). O lúdico é considerado um meio de comunicação e por isto estimula a criatividade, a expressão e a espontaneidade, pois trabalha a imaginação e auxilia na aprendizagem significativa. No processo de ensino aprendizagem é fundamental valorizar o lúdico, pois para a criança o mesmo é espontâneo e permiti sonhar, fantasiar e realizar desejos como crianças de verdade. Souza (2015, p.2), explica que o lúdico é uma linguagem importante e expressiva que possibilita conhecimento de si, do outro, da cultura e do mundo, sendo um espaço genuíno de aprendizagens significativas. Através do lúdico o aluno é despertado para o desejo do saber, ou seja, do aprender desenvolvendo sua personalidade, pois cria conceitos e relações lógicas de socialização o que é de suma importância para seu desenvolvimento pessoal e social. 26 Kishimoto (1996 p.24) esclarece que por meio do lúdico o aluno desperta o desejo do saber, a vontade de participar e a alegria da conquista. Ferreira; Silva Reschke ([s/d], p.7) explicam que o lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando (FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d], p.7). O lúdico contribui no desenvolvimento da criança e auxilia na aprendizagem, no desenvolvimento social, cultural e pessoal, assim proporciona a socialização e a aquisição do conhecimento.Souza (2015, p.1), esclarece que o lúdico é importante porque contribui de forma significativa para o desenvolvimento do ser humano, auxiliando na aprendizagem, no desenvolvimento social, pessoal e cultural, facilitando no processo de socialização, comunicação, expressão e construção do pensamento. 27 A proposta da atividade lúdica, através de um planejamento da aula é de suma importância, pois proporciona concentração isto favorece assimilação dos conteúdos com naturalidade. O lúdico não é o único instrumento para a melhoria do ensino- aprendizagem, mas é uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados por parte dos professores interessados em proporcionar mudanças (SOUZA 2015, p.2). O lúdico é um poderoso instrumento dos professores para a aprendizagem dos alunos, porém para que seja alcançado o objetivo desta metodologia tão importante na educação infantil é necessária uma dosagem entre a utilização do mesmo na obtenção dos objetivos, ou seja a aprendizagem significativa e de qualidade. Assim Teixeira; Rocha; Silva ([s/d], p.8) afirmam que deve haver uma dosagem entre a utilização do lúdico como forma de obtenção dos objetivos escolares. O LÚDICO E A APRENDIZAGEM 28 Segundo Oliveira (2013, p. 14), explica que aliar as atividades lúdicas ao processo de ensino aprendizagem pode ser de grande valia para o desenvolvimento do aluno. De acordo com Malaquias; Ribeiro (2013), introdução do lúdico na vida escolar do educando torna-se uma forma eficaz de repassar pelo universo infantil para imprimir-lhe o universo adulto. Promover uma alfabetização significativa a prática educacional. O lúdico é muito importante para a aprendizagem e desenvolvimento do aluno da educação infantil, pois contribuem para o desenvolvimento pessoal e social da criança de maneira significativa e prazerosa. Almeida (2014) complementa as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, porque colabora na sua formação, no seu desenvolvimento pessoal e consequentemente no desenvolvimento de uma autoestima satisfatória. A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte 29 compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 2008, p. 41). A ludicidade contribui na aprendizagem e conhecimento da criança, pois possibilita criatividade, interação social e crescimento sadio através do relacionamento entre o grupo desenvolvendo seu potencial cognitivo, motor e social. Barbosa (2010, p. 7), explica que o lúdico auxilia no desenvolvimento da criança, pois através dele ela consegue aprender com mais facilidade, com os jogos e brincadeiras, além de uma prática de atividade física, promove também, um estímulo intelectual e social. O lúdico é um instrumento metodológico que possibilita as crianças a terem uma aprendizagem significativa através do relacionamento com os outros, assim promove maior desenvolvimento cognitivo, motor, social e afetivo. O lúdico é um método muito importante para o desenvolvimento do aluno na educação infantil, porém é necessário proporcionar ao mesmo um ambiente descontraído para estimular o interesse, a criatividade e a interação dos alunos proporcionando assim uma aprendizagem de qualidade. O lúdico é tão importante para o desenvolvimento da criança, que merece atenção por parte de todos os educadores. Cada criança é 30 um ser único, com anseios, experiências e dificuldades diferentes. Portanto nem sempre um método de ensino atinge a todos com a mesma eficácia. Para pode garantir o sucesso do processo ensino-aprendizagem os professores devem utilizar-se dos mais variados mecanismos de ensino, entre eles as atividades lúdicas. Tais atividades devem estimular o interesse, a criatividade, a interação, a capacidade de observar, experimentar, inventar e relacionar conteúdos e conceitos. O professor deve-se limitar apenas a sugerir, estimular e explicar, sem impor, a sua forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo e não por simples imitação. O espaço para a realização das atividades, deve ser um ambiente agradável, e que as crianças possam se sentirem descontraídas e confiantes (ALMEIDA 2014 p. 3). De acordo com Almeida (2008, p.41), o lúdico na sua essência, além de contribuir e influenciar na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. 31 Através das atividades lúdicas o professor possibilita um crescimento permanente do conhecimento auxiliando o aluno a ter confiança e espírito, crítico sobre a atividade. As atividades lúdicas são instrumentos pedagógicos altamente importantes, mais do que apenas divertimento, são um auxílio indispensável para o processo de ensino aprendizagem, que propicia a obtenção de informações em perspectivas e dimensões que perpassam o desenvolvimento do educando. A ludicidade é uma tática insubstituível para ser empregada como estímulo no aprimoramento do conhecimento e no progresso das diferentes aprendizagens. (MALUF, 2008, p.42). Através das atividades lúdicas de acordo com Luckesi (2000, p.21) pode-se auxiliar o educando a ir para o centro de si mesmo, para a sua confiança interna e externa; não é, também, difícil, coisa tão especial estimulá-lo à ação, como também ao pensar. O lúdico como método pedagógico prioriza a liberdade de expressão e criação. Por meio dessa ferramenta, a criança aprende de uma forma menos rígida, mais tranquila e prazerosa, possibilitando o alcance dos mais diversos níveis do desenvolvimento (MALAQUIAS; RIBEIRO 2013, p.2). Pedagogicamente o lúdico possui liberdade de trabalhar a expressão e a comunicação dos alunos, pois é uma metodologia menos rígida por isto mais prazerosa para se aprender. Através 32 dele a criança desenvolve sua capacidade de explorar, refletir e imaginar os conteúdos e adquirir conhecimento necessário para uma aprendizagem significativa. As atividades lúdicas na educação infantil fazem com que as crianças tenham capacidade desenvolvem o ato de explorar e refletir sobre a cultura e a realidade em que vive podendo incorporar e questionar sobre as regras e sobre seu lugar na sociedade, pois durante tais atividades elas podem superar a realidade, e muda-la por meio da imaginação (VITAL, 2009, p.11). As atividades lúdicas são: a essência da infância assim proporciona a interação social, a criatividade e a imaginação da criança contribuindo no processo de ensino aprendizagem da mesma. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 2008, p.41). Oliveira (2013, p. 18), esclarece que o lúdico dentro do processo educativo pode construir-se numa atividade muito rica, na medida em que professores e alunos interagem construindo conhecimentos e socializando-se. 33 Na educação infantil o processo de ensino é de suma importância, porque desenvolve a coordenação motora, a imaginação, a socialização e consequentemente a aprendizagem. A Educação infantil e olúdico se completam, pois o brincar está diretamente ligado à criança, porque o brincar desenvolve os músculos, a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo deixa qualquer criança feliz (MALUF, 2003, p.19). Para que as atividades lúdicas tenham significado é necessário a mediação do professor que precisa ser planejada de maneira a entrar no mundo imaginário da criança. É preciso dinamizar as atividades lúdicas e, transformar o brincar em trabalho pedagógico, saber entrar no mundo imaginário da criança, no seu sonho, no seu jogo e aprender a jogar com ela (CORREA; BENTO [s/d], p.5). O ensino absorvido de maneira lúdica passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador (CARVALHO, 2003, p. 28). O lúdico é uma característica fundamental do ser humano, do qual a criança depende para se desenvolver. Para crescer, brincar e para se equilibrar frente ao mundo precisa do jogo. Aprender brincando tem mais resultados, pois a assimilação infantil 34 adapta-se facilmente à realidade (PIAGET apud SANTOS, 2001, p. 173). O ensino através das atividades lúdicas é significativo, pois a criança aprende brincando sem cobranças e através de regras, que proporcionam conhecimento. COMO DESENVOLVER ATIVIDADES LÚDICAS PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL? As atividades lúdicas são ideais para promover o desenvolvimento infantil. Elas podem ser utilizadas em várias ocasiões devido à sua interdisciplinaridade. As brincadeiras e os jogos são direcionados de acordo com a idade e capacidade de cada criança. É fundamental ter isso em mente para que a criança consiga acompanhar o seu próprio processo. Importante ressaltar que essas atividades são importantes também para que a criança desenvolva o raciocínio lógico. Isso ajuda em aspectos que proporcionam o desempenho mental e intelectual. Além disso, o lúdico, junto de um acompanhamento pedagógico, favorece o amadurecimento social do pequeno. Portanto, é fundamental que tais atividades sejam dadas não só no ambiente escolar, mas familiar também. 35 ATIVIDADES LÚDICAS COMO INCENTIVO AO CONHECIMENTO PRÓPRIO Deve-se ter em mente que a troca e a transmissão de conhecimentos se fazem através de brincadeiras e jogos, favorecendo um grande processo educativo. O resultado disso é a soma de esforços e de força das diferentes capacidades da criança, proporcionando a busca de um ser cada vez mais equilibrado e com autoconhecimento. DESENVOLVENDO A COGNIÇÃO DO PEQUENO É válido ressaltar que desenvolvimento cognitivo da criança está intimamente ligado a uma boa desenvoltura de funções, tais como a linguagem, o suporte afetivo-emocional e a coordenação motora. Uma das formas de garantir que o pequeno apresente uma evolução funcional proveitosa e satisfatória, a melhor maneira é estimulá-lo desde cedo, na mais tenra infância, por meio de brincadeiras, leituras e jogos. ATIVIDADES LÚDICAS PARA CRIANÇAS EM DIFERENTES ETAPAS 36 Não devemos nos esquecer de que cada criança se desenvolve de maneira individual. No entanto, existem faixas etárias específicas em que os baixinhos geralmente demonstram desempenhos afins. O importante é estar sempre atento a algum possível de dificuldade (sobretudo que revele a existência de algo que precise ser observado por um profissional, como um distúrbio ou transtorno, por exemplo). Veja a seguir quais são essas etapas. Até os 2 anos de idade: Vale dizer que nesse período a brincadeira precisa estimular os sentidos da criança. As atividades recomendadas são as mais variadas e marca a fase inicial dos pequenos com objetos diversos, além de ações que induzem a psicomotricidade. As brincadeiras são: mover carrinhos, correr, brincar com massinhas, jogar com bolinhas de pelúcia, entre outros. De 3 a 4 anos de idade: Aqui se iniciam as famosas brincadeiras de faz-de-conta, as historinhas contadas por pais e professores para estimular a imaginação dos pequenos. Outro detalhe é que as crianças começam a obter certa noção acerca do que assistem ou 37 presenciam em seu contexto. Por isso é normal que muitas brinquem de casinha; simulam que estão dirigindo, brincam de dar aula, além de outras atividades que fazem parte do cotidiano. De 5 a 6 anos de idade: Aqui nessa fase as atividades lúdicas de movimento e aquelas que trabalham com representação tendem a se aprimorar. As brincadeiras dão espaço a tarefas mais coletivas, como os jogos coletivos, de campo ou de mesa. Os jogos de tabuleiro também ganham o gosto dos pequenos, assim como as brincadeiras de roda e o futebol. Dos 7 anos de idade para cima: Nesse período, a criança já está apta a participar de várias atividades que proporcionem desafios para si e para outros. Além disso, elas costumam se divertir mais com todos os estilos de jogos aprendidos, considerando os diferentes graus de dificuldade de cada brincadeira ou atividade. 38 O ESPAÇO PARA O LÚDICO Segundo Barbosa (2010, p. 7), é indiscutível que a ludicidade está presente em diferentes contextos, na escola, em casa, em qualquer lugar em que as crianças possam estar. Para elas, o brincar é algo mais que natural. O espaço para se utilizar o lúdico está no cotidiano da criança, ou seja, na escola, em casa, nas praças, na rua e torna a aprendizagem algo natural, pois está inserido no seu dia-a-dia. O espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice- versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de forma linear (HORN 2004, p. 28). O espaço físico está diretamente ligado ao ambiente em que a criança vive, assim é indispensável para aprendizagem, pois através dele é possível estabelecer relações entre o ensino e a aprendizagem do aluno que se tornam significativas e de qualidade. Hank (2006, p. 2), explica que buscando uma perspectiva de sucesso para o desenvolvimento e aprendizagem do educando no contexto da educação infantil o espaço físico torna-se um elemento indispensável a ser observado. Horn (2004, p. 28) explica que é no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, 39 transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções. É no espaço físico que o aluno da educação infantil estabelece relações com o mundo, pois os mesmos fazem parte da rotina diária e contribui para a socialização e também para a aprendizagem. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado (HORN 2004, p. 28). Os espaços físicos devem ser organizados para proporcionar prazer, por isto deve ser acolhedor para estimular os sentimentos da criança. Hank (2006) complementa que a organização deste espaço deve ser pensada tendo como princípio oferecer um lugar acolhedor e prazeroso para a criança, isto é, um lugar onde as crianças possam brincar, criar e recriar suas brincadeiras sentindo-se assim estimuladas e independentes. Hank (2006, p. 2) esclarece que oferecer um ambiente rico e variado estimulam os sentidos e os sentidos são essenciais no desenvolvimento do ser humano. A sensação de segurança e 40 confiança é indispensável visto que mexe com o aspecto emocional da criança. Ao proporcionar um ambiente lúdico adequado a escolaincentivará a aprendizagem do aluno que acontecerá de forma simples e descomplicada. Segundo Hank (2006, p.3), os ambientes construídos para crianças devem atender cinco funções relativas ao desenvolvimento infantil: identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidades para crescimento, sensação de segurança e confiança, bem como oportunidades para contato social e privacidade. O QUE OS TEÓRICOS RECOMENDAM PARA O LÚDICO Segundo Piaget o lúdico é formado por um conjunto linguístico que funciona dentro de um contexto social; possui um sistema de regras e se constitui de um objeto simbólico que designa também um fenômeno. Piaget esclarece que o lúdico permite ao educando a identificação de um sistema de regras que permite uma estrutura sequencial que especifica a sua moralidade. Através do lúdico é possível estabelecer regras aos alunos da educação infantil, pois o mesmo desenvolve a parte cognitiva, 41 motora, social e afetiva proporcionando também a socialização e interação das crianças que aprendem brincando. Segundo Freire (1991 p. 39), a criança que brinca em liberdade, sobre o uso de seus recursos cognitivos para resolver os problemas que surgem no brinquedo, sem dúvida alguma chegará ao pensamento lógico de que necessita para aprender a ler, escrever e contar. O brincar pode ser destacado em diferentes situações de desenvolvimento: ● As atividades lúdicas possibilitam a formação do autoconceito positivo; ● As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento da criança, afetivamente, pois convive socialmente e opera mentalmente. ● O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade; ● Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação; ● Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a 42 agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento (NEGRINE 1994, p. 41). Piaget atribui ao lúdico um papel para o desenvolvimento infantil; acredita que ao jogar as crianças assimilam e transformam a realidade. ... Uma subdivisão dos jogos, por faixa etária, sendo elas: ● Primeira etapa - para crianças de zero a dois anos de idade que ele chama de período sensório-motor, as crianças repetem situações simplesmente por prazer; ● Segunda etapa - para crianças de dois a sete anos que ele chama de período pré-operatório em que as crianças não fazem o exercício mental, mas sim a representação do ocorrido; ● Terceira etapa - para crianças acima dos sete anos, que ele chama de período operatório em que os jogos são de regras. É a união dos outros dois jogos, explorando, neste caso, a coletividade para o ato de jogar, sendo importante a cooperação entre as crianças (PIAGET [s/d], apud SANT’ANNA; NASCIMENTO 2011, p. 22). Friedmann (1996, p. 41) considera que o lúdico permite uma situação educativa cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras ao mesmo tempo, 43 desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo. Através do lúdico é possível estabelecer um ensino aprendizagem cooperativo e de interação, isto possibilita uma socialização que permitirá o aluno a apropriar-se da vida em sociedade com excelência e plenitude. De acordo com (Vygotsky, 1984, p. 27), é na interação com as atividades que envolvem simbologia e brinquedos que o educando aprende a agir numa esfera cognitiva, pois a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras. Brincando ludicamente a criança se relaciona com as pessoas e objetos ao seu redor, aprendendo o tempo todo com as experiências. São essas vivências, na interação com as pessoas de seu grupo social, que possibilitam a apropriação da realidade, da vida e toda sua plenitude (KISHIMOTO, 1996, p.146). Utilize as atividades lúdicas e deixe a sala de aula mais atrativa! AS BRINCADEIRAS E O DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM ATIVIDADES LÚDICAS Sabemos que a brincadeira é muito importante para o desenvolvimento infantil e pode ajudar muito na aquisição da 44 coordenação motora. Estimular as crianças por meio dos jogos lúdicos também colabora com a interação com o outro, com a expressividade e com o relacionamento em grupo. No lúdico, aprendemos quais são as regras do jogo e como se colocar no lugar do colega, o que traz bastante crescimento individual. Além de todos esses benefícios, as brincadeiras são fundamentais para o exercício da coordenação e conhecimento do próprio corpo. O desenvolvimento motor envolve os músculos, o cérebro e as articulações ao mesmo tempo quando nos movimentamos. Na coordenação motora fina, a criança consegue desenhar, recortar, amarrar o cadarço e realizar ações delicadas. Já a coordenação motora grossa envolve pular, correr, descer/subir, entre outros. Conforme as crianças vão crescendo, essa habilidade é desenvolvida. Veja abaixo como ocorre esse aprendizado: ● Dois meses: Vira a cabeça para acompanhar alguém e junta as mãos. ● Quatro meses: Consegue ficar sentada com a cabeça firme e agarra objetos. 45 ● Seis meses: Levanta os braços para pedir colo, consegue pegar a comida e levar à boca, começa a se sentar sozinha. ● Nove meses: Aprende a engatinhar, fica de pé com alguém segurando e se senta sem ajuda. ● De um a dois anos: Consegue andar/correr, coloca os blocos empilhados, rabisca o papel. ● Dois a três anos: faz traços com o giz, fica em um pé só por segundos, brinca com o triciclo. ● Três a seis anos: Consegue copiar formas, aprende a escrever o nome, pula e fica em um pé só, aprende a andar de bicicleta. Algumas brincadeiras podem ajudar nesse processo. Vamos conhecer algumas? ● Brincar de massinha. ● Rasgar e amassar papel. ● Fazer pintura com guache. ● Aprender dobraduras. ● Brincar com a bola. ● Desafiar a se equilibrar em um pé só. ● Recortar figuras. ● Brincar com dedoches. ● Folhear livros. ● Desenhar formas geométricas. 46 A Coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos decorrente da integração entre comando central (cérebro) e unidades motoras dos músculos e articulações. De acordo com Lopes et.al. (2003), o conceito de coordenação motora é abordado em diferentes âmbitos, contextos e áreas científicas (controle motor, aprendizagem motora, desenvolvimento motor, biomecânica, fisiologia). Assim, a coordenação motora pode ser analisada segundo três pontos de vista: ⮚ Biomecânico, dizendo respeito à ordenação dos impulsos de força numa ação motora e a ordenação de acontecimentos em relação a dois ou mais eixos perpendiculares; ⮚ Fisiológico, relacionando as leis que regulam os processos de contração muscular; ⮚ Pedagógico, relativo à ligação ordenada das fases de um movimento ou ações parciais e a aprendizagem de novas habilidades. ⮚ Coordenação motora ampla: é o trabalho que vai apurar os movimentos dos membros superiores (braços, ombros, pescoço e cabeça) e inferiores (pernas, pés, quadris). As atividades envolvidas nesta prática dizem respeito à organização geral do ritmo, ao desenvolvimento e às percepções gerais da criança. 47 ALGUMAS ATIVIDADESLÚDICAS QUE TRABALHAM A COORDENAÇÃO MOTORA FINA E GROSSA Segundo especialistas em desenvolvimento infantil, é essencial que crianças do 0 a 6 anos tenham a coordenação motora desenvolvida, uma vez que é isso que irá ensiná-las a ter domínio do seu próprio corpo. Até os dois anos de idade o ideal é que se exercite a coordenação motora ampla – ou coordenação motora grossa –, que envolve músculos maiores e permite atividades como engatinhar, andar, correr, pular, subir escadas, etc. Já para crianças acima de dois anos, é de extrema importância que a coordenação motora fina seja desenvolvida. Na coordenação motora fina, os músculos menores são desenvolvidos juntamente com os dedos. Se esses músculos não são exercitados, a criança poderá ter dificuldades em tarefas simples do dia a dia, como escrever, amarrar sapatos ou abotoar a roupa. A seguir, separamos 9 brincadeiras para serem feitas em sala de aula com o intuito de desenvolver a coordenação motora fina: 48 Tracejado Uma excelente atividade para iniciar as crianças na coordenação motora fina é o tracejado. Você pode buscar modelos na internet ou fazer desenhos na cartolina e pedir para as crianças desenharem por cima do modelo. Criar corridas com zigue-zague Você pode desenhar percursos em zigue- zague para que as crianças contornem usando um carrinho ou fazendo um traçado com o próprio lápis. 49 Futebol com fitas ou obstáculos Parecido com a brincadeira de cima, só que aqui o objetivo é desenhar um caminho no chão para que as crianças percorram usando uma bola. Isso vai ajudar elas a exercitarem equilíbrio e domínio do pé. Brincadeira com pregadores Pinte uma cartolina com cores diferentes e pinte um pedaço de cada pregador de uma das cores da cartolina. Esse jogo funciona como uma espécie de “jogo de memória”, a criança deverá colocar o pregador com a cor correspondente na cartolina. Por exemplo, o pregador azul deverá ser preso na parte azul da cartolina. Uma outra forma de fazer esse jogo é usar letras, ao invés das cores. Brincadeira dos botões Esta brincadeira é bem simples. Faça buracos de tamanhos variados em uma caixa de sapatos e incentive as crianças a guardarem cada botão no lugar certo conforme tamanho e cor. 50 Recortar formatos diferentes Crie formas diferentes em um papel para que as crianças possam recortar com uma tesoura sem ponta. Essa atividade é indicada para crianças maiores. Amarrar os sapatos Você pode usar uma caixa de sapatos ou uma cartolina recortada em forma de sapato para essa atividade. Com essa brincadeira, a criança não só treina a coordenação de passar o cadarço pelo lugar certo, mas também aprende de um jeito divertido a como amarrar os sapatos. Massinha Deixe as crianças criarem diferentes formas usando a massinha! Está é uma excelente forma delas exercitarem os dedos e aprenderem a dosar a sua força. 51 Colorir Se a turma já souber usar lápis, promova atividades de colorir e ensine as crianças a como pintar dentro das bordas do desenho. No começo de algumas dessas atividades, poderá ser preciso segurar as mãos da criança para mostrar como se faz. Depois, o ideal é que a criança faça a atividade sem ajuda. Caso note que mesmo depois de várias atividades, alguma criança demonstre uma dificuldade grande com a coordenação motora, entre em contato com os pais para que a criança seja encaminhada para um especialista. É importante que problemas com a coordenação motora fina sejam identificados logo cedo para que a criança não seja prejudicada no futuro. Atividades para desenvolver a coordenação motora grossa Também conhecida como coordenação motora ampla, ela inclui movimentos básicos como engatinhar, andar e pular. As atividades para desenvolver essa habilidade incluem recreações mais simples, como empurrar, pular, correr, rastejar e quaisquer outras práticas que possam ser executadas em ambientes abertos nos quais as crianças têm liberdade para se movimentar. Brincadeiras com bolas, bambolês e outros objetos que 52 estimulem a movimentação são boas sugestões de práticas para o desenvolvimento da coordenação motora grossa. Ela é importante para o desenvolvimento e aprendizagem dos educandos entre 3 e 5 anos de idade, pois essa é uma fase crucial entre as crianças, e por isso a prática de atividades que contribuem para o estímulo de suas inteligências espacial e motora precisam ser trabalhadas. E é por meio dos exercícios referentes ao desenvolvimento da coordenação motora grossa que os educadores podem exercer um papel fundamental nesse processo. A coordenação motora grossa faz referência às atividades que trabalham os músculos maiores do nosso corpo, ou seja, são responsáveis pela execução dos movimentos maiores também, como por exemplo: sentar, mover as pernas, pés e braços, correr e andar. Toda vez que usamos grandes músculos, o nosso corpo todo ou várias partes dele ao mesmo tempo, estamos colocando em ação a nossa capacidade motora grossa. Por isso o tônus muscular é fundamental para exercê-la. Se o corpo reage de maneira muito constrita, os movimentos saem estranhos ou desconectados. Se ele reage de modo muito solto, os movimentos parecem lentos e é preciso usar mais força para realizá-los. 53 Atividades para o desenvolvimento da coordenação motora grossa Circuitos com obstáculos Essa atividade contribui – e muito – para o desenvolvimento da coordenação motora grossa. Você deve trabalhar com educandos mais jovens, entre 3 e 5 anos, para estimular que eles gastem energia e exercitem seus movimentos em situações de bastante diversão. Em uma área aberta, como pátio da escola ou o jardim de casa, coloque objetos que sirvam como obstáculos no caminho das crianças, fazendo com que elas tenham que desviar, pular ou empurrar eles. Caixas de papelão ou um simples bambolê no chão já servem para fazer brincadeiras com os pequenos. A atividade pode ir se tornando mais complexa de acordo com a idade e progresso da criança. Brincadeiras com bolas Futebol, basquete, ou qualquer outra brincadeira que envolva chutar, correr em várias direções, agarrar ou arremessar são excelentes para o desenvolvimento da coordenação grossa. Inclusive, existem várias opções de brincadeiras com bolas que podem ser incluídas no seu planejamento letivo, além das clássicas que já citamos. 54 Que tal brincar de queimada, boliche de bolas ou até mesmo bola no alvo? São ótimas opções para desenvolver a lógica, velocidade e habilidades de locomoção entre os educandos, além de renderem momentos de muita diversão e risadas. Imitar animais Brincar de imitar animais é uma das brincadeiras mais bacanas para estimular o desenvolvimento da coordenação motora grossa dos educandos. São tantas as possibilidades que é impossível enjoar. Proponha para os seus alunos a simulação de uma grande floresta, em que cada um deles ficará responsável por imitar algum animal como leões, zebras, macacos e até mesmo serpentes. Considerando que a imitação é uma ferramenta poderosa no processo de aprendizagem de uma criança, dessa forma você estará aliando os ensinamentos a respeito da fauna a exercícios que estimulam os movimentos e, portanto, coordenação motora entre os estudantes. A imaginação de uma criança é algo espetacular e pode – e deve – ser explorada nos momentos de aprendizagem. Dançar A dançar apresenta diversos aspectos positivos do desenvolvimento motor. Geralmente as aulas dedança para crianças centram-se na criatividade e nas possibilidades de 55 movimento. Assim elas podem desenvolver uma preferência pessoal por padrões de movimentos e estilos. Na dança, os educandos têm a chance de aprimorarem suas noções de espaço, domínio do corpo e movimentos, movimentação criativa, além de gastarem energias e estimularem o equilíbrio e destreza. Como educador, você pode explorar a dança a partir de ritmos e movimentos livres, de modo a permitir que os alunos encontrem livremente os estilos que mais gostam de dançar. Blocos de construção Assim como o quebra-cabeça, jogos e brinquedos que envolvem a montagem de blocos de construção – como os tijolinhos de brinquedo – estimulam a criatividade, a cooperação e a coordenação das crianças. Ao realizar a montagem, elas vão trabalhar noções como equilíbrio e peso, por exemplo. Além disso, busque utilizar peças de diversas cores e tamanhos, favorecendo também o estímulo das capacidades cognitivas e sensoriais das crianças. Jogo do espelho No jogo do espelho você pedirá para que os educandos formem duplas e fiquem de frente um para o outro. Cada um deles terá o momento de reflexo e de executor dos movimentos. Enquanto o executor se move, o reflexo deve imitar os movimentos realizados, imitando todas as ações. Por exemplo: se o executor deitar, o reflexo deve deitar também. Se ele pular, o reflexo pula 56 também. Sempre o mais igual possível. A beleza dessa brincadeira é que criança vai sozinha buscando movimentos mais complexos, para desafiar ainda mais seu reflexo. Morto-vivo Uma das crianças é escolhida como a líder e ficará à frente do grupo. É ela quem vai dar as instruções a serem seguidas pelos jogadores. Quando o líder disser “morto”, todos terão que agachar. Quando o líder disser “vivo”, todos terão que dar um pulinho e ficar em pé. Quem não cumprir ou errar o comando é eliminado, até ficar somente um participante, que será o vencedor e o próximo líder. A velocidade em que os comandos de “vivo” ou “morto” são dados, vai definir o grau de dificuldade da brincadeira, assim como a sequência, que ficará por conta da criança líder, com o intuito de confundir e eliminar cada vez mais a atenção dos participantes. Esse exercício, além de estimular a movimentação, também contribui bastante para o desenvolvimento do foco dos educandos. 57 Atividades de Coordenação Motora – Twister O Twister é um jogo muito divertido, que também utiliza o corpo e trabalha a coordenação motora e a flexibilidade das crianças. Você vai precisar de: ● Tecido plastificado, de cor clara, e quadrado (o ideal é que ele tenha a seguinte medida: 1,25m por 1,55m); ● linha para costura; ● Máquina de costura, ou agulha – você pode costurar da forma que preferir 4 cores diferentes de tinta acrílica de sua preferência; ● Pratos de papel; ● Tesoura Fita métrica; ● Lápis Pincéis; Passo a passo para fazer: 1. Comece cortando o tecido escolhido nas medidas 1,25m por 1,55m. Para dar o acabamento, faça a barra ao redor de todo o tecido. 2. Coloque o tecido no chão e, mantendo uma pequena distância entre cada prato, posicione os pratos de papel sobre ele. Você fará 4 linhas com 5 pratos em cada. Os pratos serão o molde dos círculos coloridos do jogo. Use lápis pata desenhar os contornos dos pratos. 3. Em seguida, use os próprios pratos como base para a tinta e pinte os círculos. Lembre-se: cada linha deve conter círculos da mesma cor. 4. Agora é só deixar secar a tinta direitinho. 5. Por fim, use o esquema do jogo abaixo e um lápis para jogar. 58 Moldes: Atividades de Coordenação Motora – Psicomotoras Globais VAI E VÉM Objetivo: ● Desenvolver a coordenação ampla, viso-motora, atenção e tônus muscular Atividade: ● A atividade é desenvolvida com um brinquedo que deve ser utilizado em duplas, o brinquedo pode ser desenvolvido com garrafas pets, fitas adesivas, argolas e fios ou adquirido em lojas especializadas. Desenvolvimento da atividade: ● Os participantes da atividade devem segurar nas extremidades, nas argolas plásticas, dando impulso, ao abrir os braços, no objeto para a outra extremidade. 59 CORDA Objetivo: ● Desenvolver a coordenação motora ampla, o esquema corporal, estimular a orientação espacial e temporal, ampliar o equilíbrio, a lateralidade e melhorar o tônus muscular. Atividade: ● A atividade é desenvolvida com uma corda de quatro metros em média. Desenvolvimento das atividades: ● Pode ser utilizada no chão, em que a criança anda descalça sobre a corda, com os braços abertos, procurando manter o equilíbrio. Aproveitando a mesma atividade só que agora a criança vai andar de costas sobre a corda. Ainda esticada no chão a criança pula com os dois pés juntos para esquerda e para direita consecutivamente. A corda pode ser erguida dez centímetros do chão para a criança pular de um lado para o outro. A corda pode ser utilizada pela dupla como cabo-de-guerra, no meio do espaço utilizado deve ter uma marca no chão, para visualizar quem está vencendo o cabo-de-guerra As crianças podem pular corda. Esta é, em disparada, a mais popular das brincadeiras com corda. Mas, não é só pegar a corda e sair pulando! Você pode 60 incrementar o jogo com pequenas cantigas e trovas, basta usar sua criatividade. Também é legal pular de formas diferentes, como fazendo passinhos ou trocando de lugar com uma dupla. Só não vale errar enquanto pula. Brincadeira de equilíbrio Bem legal para se divertir com crianças menores, entre 02 e 03 aninhos. Estique a corda no chão e ande sobre ela, tentando colocar um pé na frente do outro, sem cair. Se o pequenino estiver achando fácil, aposte com ele se consegue fazer de costas Reloginho Essa, também, é muito fácil e pode envolver crianças de diferentes idade. Em um grupinho, um dos pequenos deve ficar no centro da roda com uma corda enquanto os colegas formam um círculo ao seu redor. O que está no meio gira a roda bem próxima ao chão e os demais devem pular, sem deixá-la encostar em seus pés. A galinha pôs o ovo Originada no Maranhão, essa brincadeira pede que duas crianças girem a corda enquanto uma pula no meio delas e as outras cantam. Ao final da cantiga, quem está no meio precisa se abaixar e pegar o ovo para, depois, sair da corda quando cantarem “e me mandar daqui”. A galinha pôs o ovo O ovo caiu e se quebrou Ai, meu Deus O que é que eu faço Pra pegar esse ovo E me mandar daqui 61 Fio elétrico ou Passar pela cerca Bem clássica, essa brincadeira consiste em pedir que duas crianças segurem uma corda esticada à altura do pescoço. As demais devem passar por baixo dela, sem encostar. Na segunda rodada, quem segura deve abaixar a corda um pouco mais, e assim por diante. Cabo de guerra Ah, tenho certeza de que você já brincou de cabo de guerra! Você vai precisar de duas ou mais crianças para formar duas equipes com números iguais de participantes. Cada um pega em uma extremidade da corda e, no chão, deve ser feita uma marca para indicar o meio da corda. Ganha quem conseguir puxar o outro time até passar da marcação. O gato e o rato Essa brincadeira é um presente do Amazonas. Duas crianças batem a corda e uma terceira, o rato, pula. Do lado de fora da corda está o gato, uma quarta criança. Ela deve ficar perto da corda e, quando o rato sai para dar um volta, começa a perseguição. A dupla que bate corda não pode parar pois, o rato está a salvo quando está pulando corda. Nó de marinheiro Uma brincadeira bem legal para testar em acampamentos oudinâmicas de grupo. Peça que as crianças façam diferentes tipos de nós e onde podem utilizá-los. 62 Cobrinha Muito fácil de trabalhar, até mesmo, em espaços menores. Duas crianças devem ficar sentadas no chão segurando as pontas de uma corda comprida. Depois, começam a movimentá-la como uma cobrinha e, então, os colegas devem pular. A dupla pode desafiar os colegas levantando a corda, de vez em quando. Mas, não se esqueça de cantar com os pequenos a canção abaixo enquanto brincam: A cobrinha, a cobrinha não tem pé A cobrinha, a cobrinha não tem mão E como é que ela faz para subir No pézinho de limão? Ela se estica,se encolhe seu corpo é todo mole. Ela se estica,se encolhe seu corpo é todo mole. Vai limãozinho,vai vai limãozinho, vai limãozinho,vai vai limãozinho Obstáculos de corda Você tem um espaço bem grande e muita, muita corda? Que tal criar um circuito cheio de obstáculos com elas, como fazem com treinamentos esportivos? Com eles, as crianças podem passar por cima, por baixo ou pular. Atravessando o caminho Essa variação pode ser trabalhada de duas formas diferentes – alargando ou estreitando o caminho. Você vai precisar de duas 63 porções diferentes colocadas em paralelo. A ideia é pedir que as crianças atravessem o caminho, propondo que entre as cordas exista um rio, por exemplo. Caso opte por ir estreitando o caminho, o faça até que as crianças não consigam mais espaço para colocar os pés entre as cordas. Do contrário, as cordas devem tomar um espaço de forma que os pequenos não consigam mais atravessar. Pular obstáculo Duas crianças precisam segurar a corda, cada uma em uma ponta. As demais devem saltar por cima e, à medida em que todas saltam, a altura deve ser aumentada, até que nenhuma consiga mais pular BAMBOLÊ Objetivo ● Desenvolver a coordenação motora ampla, o esquema corporal, estimular a orientação espacial e temporal, ampliar o equilíbrio, a lateralidade e melhorar o tônus muscular. Atividade ● A atividade é desenvolvida com quatro bambolês em média. Desenvolvimento das atividades ● Uma criança deve segurar o bambolê, enquanto outra vem engatinhando para passar por dentro do bambolê. 64 Girar o bambolê na cintura e outras partes do corpo, como pescoço e braço. Com alguns bambolês alinhados lado a lado no chão, andar com a perna esquerda no bambolê esquerdo e a direita no bambolê direito. Ainda com os bambolês no chão pular com os dois pés de um bambolê para outro. Com um bambolê somente pular para dentro e para fora. Brincar com o bambolê na mão, rodando-o como se fosse um volante. Passar o bambolê pelo corpo inteiro a começar pela altura da cabeça. ATIVIDADES DE COORDENAÇÃO MOTORA – PSICOMOTORAS FINAS LINHAVOS Objetivo ● Desenvolver a coordenação motora fina, coordenação viso-motora, esquema corporal, estimular a orientação espacial, a lateralidade e melhorar o tônus muscular. Atividade 65 ● A atividade é desenvolvida com alinhavos preparados com papel cartão e figuras plastificado ou adquiridos prontos. Desenvolvimento da atividade ● A criança deve trabalhar o alinhavo de forma livre ou orientada pelo professor. É possível trabalhar o alinhavo associando outros conhecimentos como as formas geométricas, números, letras, animais, meios de transporte. ESPONJAS Objetivo ● Desenvolver a coordenação motora fina, coordenação viso- motora, esquema corporal e melhorar o tônus muscular. Atividade ● A atividade é desenvolvida com uma bacia com água e várias esponjas coloridas, com texturas/dureza diferenciadas. Desenvolvimento das atividades ● Colocar as esponjas na água e pedir para a criança retirar uma a uma apertando bem retirando toda água da esponja. PEZINHOS Estimula: Coordenação motora ampla, equilibro, postura e noção de direita e esquerda. Descrição: Usando papel cartão ou Eva, corte seis pés direitos e seis pés esquerdos. Com caneta hidrocor, 66 marque um D nos pés direitos e um E nos esquerdos. Disponha os pezinhos de forma a representarem passos ao longo de um caminho e fixe-os no lugar. Possibilidades de exploração: -Pedir às crianças que andem sobre as pegadas e tentem ficar dentro das marcas. -Quando colocarem o pé direito sobre a pegada D, digam “direita” e o mesmo para a esquerda. -Pular só com o pé direito do primeiro D até o sexto D. PASSEIO SOBRE PÉS E MÃOS Estimula: Coordenação motora ampla, equilibro, noção de direita e esquerda Descrição: Recorte seis pés e seis mãos direitas e esquerdas. Faça os moldes usando seus próprios pés e mãos. Disponha as figuras no chão, de forma que seja possível para os alunos andarem sobre elas como “gatos”, usando os pés e as mãos, e fixeas no lugar. Possibilidades de exploração: Pedir às crianças que tentem “andar” sobre as pegadas. Comecem colocando um pé em cada marca , depois coloquem as mãos, sem encostar os joelhos no chão. Movam primeiro as mãos e depois os pés para as marcas seguintes. Tentar manter-se dentro das pegadas até o final. 67 Lançar a Bola Coordenação motora ampla: Formação: individual. Material: bola. Desenvolvimento: deslocando, lançar a bola para cima e segurar. Bola por baixo: Coordenação motora ampla: Material: bola. Formação: em pé – coluna. Desenvolvimento: Idem a anterior, porém a bola é passada por debaixo das pernas. Variação: quando a bola chegar ao último este deverá passar por debaixo das pernas dos colegas, carregando consigo a bola. Continuando assim a atividade. Vence a atividade quando o primeiro aluno da equipe que começou ocupar a sua primeira posição. Desenvolvimento: andar com a bola entre as pernas. Abraçados: Coordenação motora ampla: Formação: dois a dois. 68 Material: Bola. Desenvolvimento: andar com bola entre o tórax dos colegas. O presente: Coordenação motora ampla: Material: caixas de papelão de tamanho variado. Desenvolvimento: Entrar em caixas de papelão gigante, médias e pequenas. Bola por cima: Coordenação motora ampla: Material: bola. Formação: assentados em coluna. Desenvolvimento: os alunos deverão estar assentados em fila, o organizador distribuirá uma bola para cada fila, ao sinal do organizador os alunos deverão passar a bola por cima da cabeça. Vence a equipe que conseguir transportar a bola primeiro. Variação: quando a bola chegar ao último aluno este deverá deslocar-se e ocupar a primeira posição na fila, vence a equipe que chegar primeiro no aluno que começou a atividade. Bola pela lateral: Coordenação motora ampla: Material: bola. 69 Formação: assentados em coluna. Desenvolvimento: Idem a anterior, porém a bola é passada lateralmente. Minhocão Coordenação motora ampla: Material: bola. Formação: em pé – coluna. Desenvolvimento: Idem a anterior, porém a bola é passada por debaixo das pernas do primeiro colega e por cima da cabeça do segundo colega e assim por diante, por baixo, por cima, por baixo, por cima... Controlar o jornal no corpo: Coordenação motora ampla: Material: jornal. Formação: fila. Desenvolvimento: o organizador entrega um jornal para o primeiro aluno da equipe, este deverá correr controlando-o no corpo, indo e voltando entregar o jornal para o próximo colega de sua equipe, que realizará o mesmo percurso. Vence a equipe que terminar primeiro. (Coloca-se o jornal no tórax, deve correr sem segurar o jornal). 70 Montar quebra-cabeça gigante
Compartilhar