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teorico6 MEDIAÇÃO ARTE E PÚBLICO

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Mediação Arte Público
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Esp. Débora Rosa da Silva
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
5
• Introdução
• Ação mediadora – Possibilidade de interação e diálogo
• Planejando percursos, encontrando companhias
• Pensando roteiros, desenhando percursos
• Professor Curador/ Curadoria para além das narrativas
• Nutrição Estética, alimento para a alma
 · Permitir o desenvolvimento de habilidades que possibilitem ações que 
estimulem a composição de currículo baseado em experiências significativas 
para Arte e Educação, ciente da importância de se ter um currículo alimentado 
por diferentes pesquisas, um currículo contemplado por estudos de práticas 
artísticas compromissadas com ações pedagógicas conscientes de suas 
responsabilidades políticas e sociais;
 · Ampliação do repertório cultural e acadêmico, para desenvolvimento da ação 
mediadora;
 · Provocar a consciência do comprometimento do professor de Arte em ter como 
facilitador da construção de seu planejamento a busca por formar parcerias com 
outros professores que queiram desenvolver uma prática educativa cooperativa 
com os objetivos comuns.
Boa leitura!
Olá, caro(a) aluno(a)! 
Nesta Unidade, sugiro que ao ler o texto você vá formando um glossário, com as palavras 
consideradas por você constantes no estudo sobre mediação. E anote os significados que você 
agora considera o sentido daquela palavra.
Por exemplo: a palavra Propositor. 
O que vem em mente quando você lê esta palavra em uma frase? Qual o seu significado? 
Faz relações com alguma situação? Ela lembra outra palavra?
Faça estas ou outras considerações acerca da palavra. 
Seu glossário poderá tomar formas inesperadas.
Bom estudo!
Ação Mediadora no Âmbito Escolar 
Expositivo
6
Unidade: Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
Contextualização
Para a contextualização desta unidade, sugiro que assista ao vídeo disponível em:
Visita à bienal EJA Mundo do Trabalho 1
https://www.youtube.com/watch?v=aYBVk-zRpKI
É o registro audiovisual da visita de dois alunos à 30ª Bienal de São Paulo, com o educador 
e artista Evandro Nicolau.
Oportunidade intensa de presenciarmos a ação mediadora, por um educador sensível e 
consciente da responsabilidade da ação mediadora.
Importante saber que o curador desta exposição foi Luiz Perez Oramas, inspirado na 
pesquisa e trabalho de Aby Warburg, entre outras referências. 
Ao assistir, fique atento(a) às obras que o educador escolheu para conversar com seus 
alunos e reflita sobre o que o teria levado a optar por estas entre dezenas de obras. 
Dica: vá anotando questões que 
inquietam você. Assim, poderá levá-
las para a sequência dos estudos 
desta Unidade.
7
Introdução
Nesta Unidade, iremos nos debruçar em estudos que podem servir de inspiração para nosso 
trabalho como professor/educador propositor. 
Ações que nos estimulem a nos compor, baseados em experiências significativas para 
Arte e Educação. E esta composição acontece quando estamos cientes da importância de 
termos um currículo alimentado por diferentes pesquisas, um currículo contemplado por 
estudos de práticas artísticas compromissadas com ações pedagógicas conscientes de suas 
responsabilidades políticas e sociais: “Do ponto de vista crítico, é tão impossível negar a 
natureza política do processo educativo, quanto negar o caráter educativo do ato político” 
(FREIRE, 2011, p.34).
E nos fortalecer sobre como é importante buscar para nosso currículo de professor/educador 
a ampliação do repertório cultural e acadêmico, para desenvolvermos a ação mediadora.
Nesta Unidade, percorreremos um trajeto que exige de nós muita, muita curiosidade, para 
percebermos as delicadezas que iremos encontrar. 
Ação Mediadora – Possibilidade de interação e diálogo
A ação mediadora é norteadora desses trajetos, percursos que serão contemplados também 
por momentos de deriva, que serão os respiros, momentos em que será necessário parar para 
pensar, parar para digerir o aprendido. 
Os momentos de deriva podem significar ao professor/educador em estudos a hora em que 
ele achar necessário, após ou durante a leitura, parar para pensar sobre o lido, parar e refletir 
sobre o proposto e depois retomar ainda com mais disposição. 
Esses momentos podem ser muito significativos. Às vezes, uma frase que lemos nos 
suspende e senão prestarmos atenção, podemos não perceber que o que podemos chamar 
de suspensão é uma provocação aos nossos pensamentos. É preciso estar atento a estes 
acontecimentos durante a leitura.
A ação mediadora é composta principalmente pelo diálogo. O diálogo é deflagrado 
pela interpretação que cada um faz sobre determinada coisa, na qual a crítica incide em 
apontamentos de pontos de vista e que depende da análise que cada um faz dos fatos, para 
estruturar as bases do diálogo. 
A leitura de uma imagem pode ter muitas interpretações, muitos pontos de vista para a 
mesma imagem e não poderá ser considerada certa ou errada. 
Para toda ação mediadora alcançar êxito, é necessário que o educador ou professor esteja 
de fato atento aos seus alunos/públicos, seja na escola ou no museu.
8
Unidade: Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
E para que a prática mediadora estimule a todos, a aprendizagem acontece em conjunto, 
pois por mais que o professor/educador saiba previamente, é importante que esteja aberto a 
aprender com seus alunos/públicos, com o que eles trazem de suas experiências e vivências:
A mediação é, então, um processo de acompanhamento semiótico 
e de inter-relação semiótica necessário que intervém em cada 
ocasião de fabricação dos signos. A mediação da qual falamos neste 
capítulo não é senão um tipo particular da mediação semiótica 
elementar. O mediador (dispositivo, máquina ou humano), como 
um intérprete, insinua-se no processo semiótico elementar para lhe 
inserir os interpretantes destinados a facilitar, desenvolver, efetivar, 
enriquecer, ampliar e mesmo questionar o processo interpretativo.
DARRAS, B. In BARBOSA. A. M. Arte/Educação como mediação Cultural e Social. São Paulo: UNESP, 2009, p.36.
Glossário
A semiótica provém da raiz grega ‘semeion’, que denota signo. Assim, 
desta mesma fonte, temos ‘semeiotiké’, ‘a arte dos sinais’. 
Esta esfera do conhecimento existe há um longo tempo e revela as formas 
como o indivíduo dá significado a tudo que o cerca. Ela é, portanto, a 
ciência que estuda os signos e todas as linguagens e acontecimentos 
culturais como se fossem fenômenos produtores de significado. Neste 
sentido, define a semiose.
Ela lida com os conceitos, as ideias, estuda como estes mecanismos 
de significação se processam natural e culturalmente. Ao contrário da 
Linguística, a Semiótica não reduz suas pesquisas ao campo verbal, 
expandindo-o para qualquer sistema de signos – Artes visuais, Música, 
Fotografia, Cinema, Moda, Gestos, Religião, entre outros. 
Por Ana Lucia Santana
No primeiro parágrafo, Darras nos propõe refletir sobre a mediação como um processo 
de acompanhamento semiótico e de inter-relação semiótica necessário, que intervém em cada 
ocasião de fabricação dos signos. 
Apresentando a importância da atitude do professor/educador de estar atento às expressões 
de cada integrante, acolhendo e disparando maneiras de desdobramentos para os relatos, 
interpretações que cada pessoa faz para determinado signo. 
Quando dizemos que vamos acompanhar alguém, estamos dizendo que iremos juntos a 
determinado lugar, não é mesmo? 
Este é um sentido de maior importância para a medição, a consciência de estar num 
conjunto, unidos neste percurso, mesmo que cada participante seguirá seu próprio ritmo. 
Entretanto, o educador/professor, em ação mediadora, tem a responsabilidade de organizar, 
provocar, estimular o diálogo, tendo em vista um objetivo pré-estabelecido, planejado, 
estudado, pesquisado, porém sempre aberto a desvios. O desvios podem ser acontecimentos, 
falas e caminhosnão esperados. 
9
Figura 1 – Pablo Picasso. A pomba. 1961
Este desenho, representação de uma pomba, 
é considerado um signo, de acordo com nossos 
estudos.
E este signo, convida você a pensar, a fazer 
relações com quais temas?
A Pomba, de uma série de gravuras dedicada aos 
pássaros, foi utilizada em um cartaz do Congresso 
pela Paz em Paris, e a partir de então tornou-se um 
símbolo universal.
Por exemplo: planejo em meu Plano de Aula abordar questões de conflito, trazer o tema 
da paz e apresento um trabalho/obra que tem a representação de uma pomba, imaginando, 
prevendo em algum momento conversar sobre a paz, mas meu público/alunos não o percebe 
desta forma, pensa em ave, na contaminação que as aves podem causar, na sujeira que elas 
fazem, nos ratos voadores (como muitos pensam), entendimentos construídos a partir de seus 
repertórios e não reconhecem neste signo o significado de paz. 
Esse pode ser um desvio para meu planejamento. Então, devo acolher os significados, 
desdobrar o tema, acolher diferentes repertórios e também apresentar o planejado, mostrar 
o quanto outras culturas o identificam de outras maneiras. Somando as interpretações, nunca 
as impondo:
Mediar é, portanto, propiciar espaços de recriação da obra. Para 
isso, é preciso acreditar no ser humano, ter confiança de que a 
semente poderá render frutos. Implica acreditar no aprendiz e, 
por isso, dar crédito à sua voz, desejos e produção, e em encontrar 
brechas de acesso para a percepção criadora e a imaginação 
especulante, para ampliar e instigar infinitas combinações, como 
um caleidoscópio .
(MARTINS; PICOSQUE, 2012, p.18).
10
Unidade: Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
Planejando percursos, encontrando companhias
Figura 2 – Levi Van Veluw – Family, 2012
Planejamento: vamos nos aprofundar um pouco mais neste tema!
O professor/educador, em sua prática educativa, seja na educação formal ou não formal 
precisa desenvolver seu planejamento, com ele estabelecerá tudo que pretende trabalhar durante 
seu tempo de permanência com seu público, seja com alunos na escola e suas especificidades 
do ensino formal, seja como educador em instituições culturais ou ONGs.
O planejamento deve ser compartilhado com outros professores, o momento de compor o 
planejamento pode ser a hora do encontro com seus pares, professores de outras Disciplinas 
que pensam a prática educativa compromissada com o ensino reflexivo e criativo e também 
buscam parceiros para trabalhar em conjunto, desenvolvendo projetos coletivos.
O planejamento necessita de um objetivo, que precisa ser compreendido e conhecido para 
fazer sentido ao professor/educador. 
É bom perguntar-se: Qual é meu objetivo com esta ação? Quais são meus objetivos 
pedagógicos? 
E se abrirá um mundo de indagações e reflexões sobre nossas cabeças. Muitas vezes, as 
respostas, sugestões de caminhos e conceitos que se conectarão estarão na possibilidade de 
compartilhar com seus parceiros de trabalho. 
Momento de o professor/educador compartilhar seus anseios com seus colegas. Conhecer, 
participar, desenhar juntos “O projeto político pedagógico da instituição”. 
O conceito, o objetivo pedagógico poderá trazer ao professor/educador bases de criação, 
para propor um planejamento compartilhado com outras áreas do conhecimento; ação que 
poderá contribuir com todos os envolvidos. 
11
Os projetos pedagógicos constituídos em parcerias com outras Disciplinas fortalecem a 
ideia de seres múltiplos de saberes e quanto mais uma Disciplina se comunicar com a outra, 
mais aprenderemos sobre elas, não há área distante da Arte. E a ação mediadora é uma fiel 
aliada para construção de uma relação respeitosa, solidária e criativa com todas as áreas de 
conhecimento, na escola ou instituição cultural.
Assim que iniciar seu trabalho como professor/educador, seja em uma escola ou em uma 
instituição cultural, preocupe-se em compartilhar suas dúvidas, mas também suas vontades, 
seus planos e objetivos com o ensino de Arte, deste modo compreenderemos que a ação 
mediadora não pode ser uma ação isolada e sim uma atitude diária em todas as instâncias.
Práticas ultrapassadas, que infelizmente ainda existem em algumas instituições, em que 
o professor de Arte é apenas solicitado nas datas festivas, além de inaceitáveis, tomarão 
outras proporções. 
É a atitude de cada professor de Arte, desenvolvendo a ação mediadora desde o planejamento 
pedagógico em consonância com outras Disciplinas que poderá contribuir para mudarmos 
atitudes ultrapassadas e indesejadas por nós. 
No caso das instituições culturais, o educador também deve buscar seus pares, compartilhando 
abordagens, pesquisas e seus roteiros.
Para uma visita educativa, encontros com visitantes em que será responsável por acompanhá-
los por um percurso em uma exposição. Este planejamento é chamado de roteiro, na maioria 
das instituições. 
E neste roteiro há a necessidade de se aplicar os mesmos princípios do planejamento do 
professor no ensino formal, compreender o projeto pedagógico geral para compor o seu 
planejamento e pontualmente seu roteiro. 
12
Unidade: Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
Pensando roteiros, desenhando percursos
Num dos formatos mais praticados, tanto no ensino formal quanto no ensino não formal, o 
roteiro/plano de aula é baseado em referências metodológicas acadêmicas. No Brasil, na maioria 
das instituições utilizam as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
O roteiro/plano de aula deve ser planificado por escrito, antes de ser aplicado. Desta 
forma, o professor/educador desenvolverá procedimentos mais seguros, o ato da escrita 
possibilita prever e identificar possíveis fragilidades e identificá-las antes de serem vivenciadas, 
podendo nos liberar de situações constrangedoras, tais como: não prever que seu público será 
de crianças e defini-lo com foco para um perfil de adultos ou não prever quanto tempo cada 
etapa necessitará e por isso não passar por uma delas.
Não procurar saber, se no grupo de alunos em uma escola ou em uma instituição cultural 
há pessoa com deficiência – essa omissão poderá acarretar esvaziamento da ação mediadora, 
porque você pode não saber como acolhê-la e, se souber antes, poderá inserir ações coerentes 
para envolvê-la.
Acompanhe as sugestões a seguir. 
1 - Objetivo(s) educacional(is) da visita/aula
Definir o objetivo é como definir o porquê de ir se encontrar com determinado grupo; definir 
uma linha de raciocínio que irá compor-se como uma linha, um fio condutor que alinhava de 
forma contínua uma abordagem; um tema que permeará todo o processo; 
2 - Tempo total de duração da visita/aula
Estruturar por etapas pode contribuir para a administração do tempo;
3 - Público
Perfil/ faixa etária – preparar-se de acordo com cada faixa etária é de suma importância e 
relevância; pesquisar e planejar para cada foco de interesse e linguagem; prestar atenção para 
não julgar de forma negativa cada perfil; 
4 - Momentos da visita/aula
a) Acolhimento – momento de olhar para sua turma, saber quem são eles, quais 
são suas expectativas, suas escolhas. Neste momento de estabelecer uma conversa, 
ações que podem ser disparadas por vivências lúdicas e descontraídas, pode ser o 
momento em que o professor/educador pense formas de se conectar à realidade 
destas pessoas;
b) Desenvolvimento – hora do percurso pela exposição ou da projeção em sala de 
aula das imagens escolhidas, ou momento de interagir com algo propositado pelo 
professor/educador. Este é o momento da ação mediadora com as escolhas do 
professor/educador, sua curadoria. Qual imagem ou obra tridimensional passará ou 
mostrará primeiro sua sequência, que constituirá uma narrativa.;
13
c) Finalização/conclusão – momento de costurar a visita com o objetivo proposto 
para o encontro, de levantar com a turma, suas impressões. Não se gostou ou não 
gostou, mas de suscitar impressões do todo. Lembrar o todo vivido neste percurso e 
construir coletivamente o quesignificou individualmente e coletivamente o encontro.
4 - Materiais necessários para o desenvolvimento do roteiro
Preparar antecipadamente tudo que irá necessitar para sua ação é imprescindível;
5 - Administrar o tempo
Dividi-lo e respeitar sua previsão fará toda a diferença para não ser pego de surpresa com 
o término abrupto de seu roteiro.
Professor Curador/ Curadoria para além das narrativas
A curadoria é hoje uma profissão de grande importância, nas Artes Visuais e em outras 
áreas. Na Educação e espaços culturais, diria que são imprescindíveis. 
O curador é aquele que organiza, planeja e compõe conceitualmente uma ação expográfica 
ou educativa. Define sozinho ou em equipe quais serão as obras e artistas que irão compor uma 
exposição e a curadoria educativa define conceitos, premissas e as abordagens bibliográficas 
que serão norteadoras das ações educativas.
A curadoria também é um conceito apropriado por todos, praticado, vivenciado e 
experienciado por qualquer pessoa que, de forma consciente, aproprie-se deste conceito e 
aplique em suas escolhas. Claro que é importante dar as devidas proporções. Entretanto, é 
bom compreendermos que pode ser uma prática experienciada por todos nós.
Você já foi à uma exposição? Seja de pintura, gravura, escultura ou fotografia?
Você percebeu algum motivo para uma obra estar do lado da outra? 
Reparou se a ordem da composição do todo, em seu conjunto, tinha o que chamamos de 
fio condutor?
E pensando na aula de arte, quando o professor apresenta imagens, sua sequência deixa 
algum vestígio da narrativa escolhida por ele?
Nesta Unidade, vamos ampliar nosso entendimento sobre o conceito de professor/educador 
como curador de suas escolhas, de seu planejamento. Para isso, vamos conversar sobre uma 
referência considerada pai daquilo que podemos entender por curadoria de imagens.
O professor de Arte, em sala de aula, precisa fazer uso de imagens, seja por projeções ou 
impressões, ele precisa mostrar a seus alunos imagens da Arte e do cotidiano para dialogar e 
disparar impressões sobre o modo, a forma, os materiais e suas possibilidades, relacionar-se com 
o mundo e suas produções e vestígios artísticos e culturais. E como são compostas essas escolhas?
Vamos imaginar que as imagens serão escolhidas de um álbum de família e que você 
escolherá um número limitado de fotografias para contar sobre você. Essa escolha partirá do 
que você deseja contar; esse será seu fio condutor, a parte de sua vida que escolheu contar 
e como contar.
14
Unidade: Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
Mas como cada signo da imagem vai chamando para outro assunto, você irá ficar bem 
atento para perceber o quê em uma foto faz conexão com a outra, não é mesmo? Essa é uma 
compreensão de curadoria. E o chamaremos de professor curador:
Aby Warburg (1866/ 1929), historiador das artes e antropologia, 
nascido em Hamburgo, compôs uma pesquisa que chamou de Atlas 
de Imagens, segundo ele, uma “história da arte sem palavras”. 
Em 79 painéis, de fundo preto, reunindo aproximadamente 900 
imagens (principalmente fotografias em P&B) Warburg agrupava 
por ordem da “lei da boa vizinhança” (entre saberes)” 
SAMAIN 2012 (pág52).
Aqui seguem duas destas pranchas ou painéis. E pode ser um método de composição de 
curadoria muito eficiente para o educador no espaço expositivo e para o professor de Arte em 
sala de aula.
Warburg, um homem para além de seu tempo, compôs também uma biblioteca com mais 
de 70mil livros, organizados sobre este mesmo critério, “a boa vizinhança”.
Nestas pranchas, ele juntou imagens a partir das conexões que um assunto abria com outro, 
não só da Arte, mas também recortes de jornal, fotografias pessoais e imagens do cotidiano. 
Como nosso pensamento, ao vermos uma imagem, vamos abrindo conexões a partir de 
nossas vivências e experiências, quando um assunto vai chamando outro, a partir de guardados 
da memória. 
Figura 3 – Aby Warburg. Bilderatlas Mnemosyne, prancha 46, 1927-29 Figura 4 – Aby Warburg. Bilderatlas Mnemosyne, prancha 42, 1927-29
15
Para este pensamento, em rede ou complexo, como é chamado na Filosofia, nas Artes 
Visuais afetada também pela Filosofia, vamos conversar sobre o “pensamento rizomático”:
Rizoma: termo que vem da botânica. Um tipo de caule. Um 
tipo de comportamento de caule: que se espalha em diversas 
direções, mergulhando no solo, e voltando à superfície, podendo 
ser aéreo, formar nódulos, bifurcar, trifurcar, multifurcar. Deleuze 
e Guattari o tomam emprestado para opor à noção estrutural de 
árvore, verticalizada. 
(MARTINS; PICOSQUE, 2012, p.124)
Figura 5
Vamos voltar um pouquinho!
Como um caule que ora mergulha no chão e depois segue para a superfície ou bifurcando!
Estávamos falando do professor de Arte que faz a escolha do que irá apresentar à sua turma, 
o que chamamos de curadoria, depois que a curadoria é pensada, a partir de um conceito, 
sobre o que o professor pretende abordar com essa escolha e que o conjunto, a composição 
destas escolhas formam uma narrativa do que ele quer “contar” para sua turma. 
E nesta etapa nos aproximamos de Aby Warburg que, em 1929, utilizava pranchas, fixando 
imagens diversas, compondo uma curadoria, o que podemos chamar de pensamento rizomático. 
Outro conceito do qual nos aproximamos para falar do pensamento em conexões foi que 
um assunto, ao passo que vamos nos aproximando dele, seus detalhes chamam outros assuntos 
e assim sucessivamente. 
16
Unidade: Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
Figura 6 
Este mapa nos possibilita visualizar como podemos e somos disparados a nos conectar a 
diferentes assuntos e perspectivas de pensamentos. Entretanto, é importante que o olhemos 
atentamente até perceber que igual à foto do sistema neural, o mapeamento de Mirian 
Celeste e Gisa Picosque não indicam entrada ou saída. 
Segundo Deleuze e Guattar, “O mapa não reproduz um inconsciente fechado sobre ele 
mesmo, ele o constrói. Ele faz parte do rizoma. O mapa é aberto é conectável em todas as 
suas dimensões constantemente” (p.30).
O fato de compreendermos nossa ação mediadora suscetível a idas e vindas, certamente 
não nos leva a compor, a desenvolver um planejamento rígido o bastante, que não suporte 
alterações, mudanças e desvios. Caso fosse assim, o conceito de rizoma não seria possível de 
ser vivenciado. Concorda?
Isso não quer dizer que será jogado, sem diretrizes, mas sim, que será aberto a abarcar, 
acolher o que as pessoas, sejam adultos, sejam crianças, trazem para o diálogo. Este pensamento 
acontece a partir do momento em que um assunto chama outro assunto. 
De forma que tudo se conecta, não materialmente, mas pelos sentido que as coisas tem. 
Você diria que sabe aprender?
Nesta Unidade, sua expectativa de aprender é para poder ensinar?
Espero que neste percurso saibamos aprender, mas aprender também a aprender com 
nossos alunos nas salas de aula ou nos espaços públicos expositivos e culturais.
A dimensão da Arte nos convoca a muitas reflexões sobre nosso papel como professor/
educador. 
Se entendemos a Arte como práticas do homem de produzir vestígios para expressar 
suas vontades, esperanças, modos, percursos, sentimentos, entendimentos etc. precisamos 
nos colocar sempre na condição de aprendiz. E no caso da mediação cultural, a ação 
mediadora precisa estar em sintonia com os saberes pertencentes ao coletivo do qual 
fazemos parte.
17
Por isso práticas de fazer juntos para aprendermos juntos podem ser parte desta ação. 
Na composição do roteiro, a prática de aprender junto pode fazer parte do acolhimento, do 
desenvolvimento ou do fechamento. 
Claro, sempre objetivando ações que conversem, que façam sentido com a proposta 
curatorial, que façam sentido com as imagens apresentadas pelo professor ou com a exposição 
ou ação cultural.
Por exemplo: o professor de uma turma de crianças separou obras que trouxessem imagens 
de brincadeiras que só precisassem do corpo, mais nada. Em seu objetivo pedagógico, queria 
chamaratenção para a necessidade das crianças deste tempo, em determinada condição 
social, brincam com algo comprado, sua felicidade depende da tecnologia. 
E para acolher a turma de estudantes, riscou um jogo de amarelinha no chão. E o professor, 
por mais que soubesse na infância jogar, precisava de uma forcinha da turma para dar conta 
de tanto pulo. Esta é uma forma de aprender e dialogar. Aprender com o corpo também pode 
ser muito divertido e potente para estabelecer a comunicação com o outro.
A nutrição estética fará todo sentido para as práticas educativas para o ensino de arte e a 
ação mediadora.
18
Unidade: Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
Nutrição Estética, alimento para a alma
“A gente não quer só comida 
A gente quer comida 
Diversão e arte”
(Comida – Titãs. Compositor: Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer)
As experiências e vivências do cotidiano e no cotidiano, todas as vivências e experiências 
também da imaginação nos compõem como seres de experiências singulares. Tudo que 
vivenciamos marcam nossa memória como um todo, deixando rastros e vestígios que aos 
poucos vão construindo e nos constituindo, tornando-nos o que somos.
Partindo desta ideia, de ser um ser em formação, nossa pauta agora é, então, firmarmos nossa 
compreensão da importância da nutrição estética por todo nosso percurso, por toda a vida.
E o que queremos que nos marque?
Você se lembra de uma imagem que guarda desde criança? Uma imagem, cheiro, textura, som 
ou gosto de qualquer coisa que ainda hoje lhe vem à memória? Podendo ser real ou imaginada. 
Esta experiência entendemos como experiência estética, o vivido ou imaginado, responsável 
por você ter guardado até hoje na memória. 
E se da experiência nos aproximamos da estética?
Agora, vamos nos certificar do quanto ela está presente em nosso dia a dia.
Você já reparou em sua cidade sua presença escrita em salões de beleza? Em diferentes 
procedimentos cirúrgicos?
Em anúncios que faziam referência a padrões de beleza?
A palavra estética, na maioria das vezes, está associada à beleza. 
E falando em beleza, quais são seus critérios para definir o que é belo e o que é feio? Está 
vinculado aos padrões de beleza estabelecidos por quem?
Toda sociedade tem padrões de beleza estabelecidos por sua cultura, por seus costumes, 
por suas crenças.
Palavras carregam em si significados que nos permitem muitas interpretações e algumas 
são impregnadas de sentidos que em nosso senso comum compõem nossa cultura e ao passar 
dos tempos elas permanecem.
A palavra estética foi empregada para se referir às artes, pela primeira vez, por volta de 
1750 e o seu senso inicial referia-se ao estudo das obras de Arte.
E seu emprego vem se ampliando, constituído como área da Filosofia. 
Neste nosso percurso, na composição por experiência estética, nosso foco é a compreesão 
daquilo que nos toca por sua composição, visual e sensorial. Como aquilo que lembrou, que 
carrega em sua memória desde criança, seja por sua visualidade ou sensorialidade.
19
E para o futuro? Quais serão as experiências estéticas que quer levar para suas aulas?
Será de suma importância ir pensando a respeito.
Hoje, temos um veículo precioso, que é a internet, mas explorar outras possibilidades será 
imprescíndivel.
Considerar as coisas mais simples e mais próximas, será muito potente para a compreensão 
de significados muito perto de nós, que por vezes moram em nós.
Se explorarmos o sentido de estética, poderemos, na vivêcia diária, passar a enchergar 
diferente o que vemos diariamente.
Como questionar por quê sempre consideravámos tal coisa feia. Por quê é feia? Baseados 
em quais critérios a consideramos feia? E esses critérios, como foram legitimados? Por quem? 
E quando? Sob quais circunstâncias históricas, sociais e políticas foram formadas?
E o bonito? Vamos buscar significados para além de bonito e feio.
E para além do cotidiano, procurar buscar frequentar equipamentos culturais diversos. E, 
se possível, de todas as linguagens. Linguagens contempladas pelo teatro, cinema, dança e as 
artes visuais.
Nosso desafio para o futuro é lidarmos com as linguagens em todas as suas instâncias. 
Durante a ação mediadora, somos pegos e convidados a interagir com a linguagem humana 
que, sua complexidade, comunica-se de diferentes maneiras.
Já reparou como uma criança entre 5 e 6 anos se mexe ao mesmo tempo que tenta 
expressar oralmente sua ideia? Sim, seu corpo está se comunicando antes de sua fala. É 
incrível como vamos perdendo tal expressão quando vamos crescendo.
E o jovem que dissimula uma conversa, quando sua expressão não corresponde ao que está 
falando. Já reparou? 
A linguagem do teatro, da personagem que escolhe ser ou experimenta ser, vai compondo 
sua expressão corporal. Neste caso, o teatro pode ser um ótimo veículo de ampliar a 
comunicação.
Ah, e a música? Como essa linguagem une a todos. Mesmo que por diferentes gostos. Que 
tal levantarmos com a turma como estes gostos são compostos? Por quê tal estética sonora é 
mais apreciada? 
Como professores/educadores, temos a responsabilidade de ampliar o leque de escolhas 
e fazê-lo para si será então uma tarefa necessária, apropriando-se das poesias, da linguagem 
escrita posta em versos.
A nutrição estética nos permitirá estar mais ricos de experiências e vivências, que poderemos 
incluir em nosso planejamento, diversificando roteiros e ampliando repertórios.
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Unidade: Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
Material Complementar
Em nosso material didático, fomos convidados a buscar companhias, professores de Arte e 
de outras Disciplinas para compormos nosso planejamento.
Conhecer experiências educativas faz parte de nossa nutrição estética. Neste caso, 
poderemos ser pegos por conexões que poderemos estabelecer com nosso trabalho como 
professores de Arte.
Vídeos:
Este vídeo poderá contribuir para construirmos melhor a ideia de um trabalho conectado 
com outras Disciplinas: 
https://www.youtube.com/watch?v=-Cg_ULHeoXU.
O vídeo a seguir traz importantíssima experiência nascida na Itália e possibilitará a 
compreensão de conteúdos tecidos em nosso material teórico. Compartilhe com seus 
amigos! Certamente pode render boas conversas: 
https://www.youtube.com/watch?v=vEnTD8wOZz4
Sites:
Esta é uma entrevista com Etienne Samain, autor do livro “Como pensam as imagens”, 
citado em nosso texto. Ele nos convida, em poucas palavras, a uma imersão surpreendente 
nas reflexões sobre imagem e também traduz a dimensão da pesquisa de Aby Warburg: 
http://www.unicamp.br/unicamp/ju/550/muito-alem-da-ilustracao.
E também recomendo um texto sobre a obra de Aby Warburg, que poderá ampliar a 
dimensão do papel do professor/educador como curador das imagens que seleciona 
para sua turma, disponível em: 
http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2013/05/18/a-arte-de-warburg-497082.asp
Leituras:
Pensando em como estruturar seu plano de aula, nesta publicação você terá acesso a um 
modelo muito próximo do sugerido em nosso texto teórico, além de trazer importantes 
reflexões sobre ação mediadora: 
http://www.institutovotorantim.org.br/shared/pdf/que-publico-e-esse.pdf.
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Referências
Básica
BARBOSA, A. M. Arte-Educação: Leituras no Subsolo. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2001. 
BARBOSA, A. M.; COUTINHO, R. G. Arte/Educação Como Mediação Cultural e 
Social. v. 1. São Paulo: Unesp, 2009.
Complementar
DEWEY, J. Arte como Experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
MARTINS, M. C.; PICOSQUE, G. Mediação Cultural para Professores Andarilhos na 
Cultura. São Paulo: Intermeios, 2012.
MARTINS, M. C.; PICOSQUE, G; e GUERRA, M.T.T. Teoria e Prática do Ensino da 
Arte – A Língua do Mundo. São Paulo:FTD, 2010.
PILLAR, A. D. (org.). A Educação do Olhar no Ensino das Artes. 2.ed. Porto Alegre: 
Mediação, 2001.
SAMAIN, E. (org.) Como pensam as imagens. São Paulo: Unicamp, 2012. 
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Unidade: Ação Mediadora no Âmbito Escolar Expositivo
Fontes das imagens
Figura 01 – educacaopublica.rj.gov.br
Figura02 – levivanveluw.com
Figura 03 – studium.iar.unicamp.br, artecapital.net
Figura 04 – iStock/Getty Images
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Anotações

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