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Resumo História do Direito UNICURITIBA Prof Marcelo Bueno

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História do Direito – 2º Bimestre
· Antiguidade Tardia
- Séc. IV-IX: sedimentação das invasões bárbaras.
· Protofeudalização:
- Período anterior ao feudalismo. A partir dele surge um artifício institucional chamado “Viri Illustri” (homens ilustres). 
- Os homens ilustres eram patrícios que ofereciam tutela de invasões bárbaras, que amedrontavam toda a região, ao povo campesino em troca de uma porcentagem de suas propriedades. Uma relação recíproca de troca chamada de patrocinium e legalizada em cartório. 
 > proteção + reciprocidade = patrocinium <
- Raramente a tutela era efetivada, uma vez que havia um conluio entre patrícios e bárbaros, para que estes obtivessem lucro através da porcentagem do patrimônio adquirido do povo campesino. 
· Raízes do Direito Canônico:
- Modelo de direito criado pela Igreja Católica, padronizado e unificado aos dogmas religiosos.
- Para obter a aceitação do novo modelo de Direito, cria-se uma instituição denominada “Viri Sancti” (homens santos). Estes buscavam arregimentar fiéis para converter pagãos através do discurso persuasivo, no entanto, não obtendo sucesso, ocorre a flexibilização dos dogmas da igreja católica a partir da incorporação de costumes/rituais de outras crenças, como uma alternativa de atrair os mesmos e converte-los a doutrina cristã. 
+ A Ortodoxia rejeita essas adaptações de dogmas religiosos.
+ Nesse período ocorre um distanciamento do Direito Romano.
· Poder Temporal e Espiritual:
- Governantes preocupados unicamente com questões relacionadas à administração da sociedade, sem absorver influências religiosas em legislações, exercem o poder temporal.
- O poder espiritual associa o poder papal de administrar a igreja ao da administração/legislação pública, desde que haja aval do governante, uma vez que a instituição religiosa também possui grande influência.
- A partir do Direito Espiritual surgem as seguintes legislações:
>Codex Theodosianus
>Lex Visigothorum
>Lex Borgundiorum
 >Fuero Juzgo
>Breviário de Alarico
- As legislações adotavam o catolicismo como religião oficial para extinguir o paganismo através da coerção. 
· Escolas Jurídicas a partir da Idade Média
- A cientificidade do Direito Romano tem seu retorno a partir do Papa Gregório VII, quando este estabelece o estudo do Corpus Juris Civilis pelo clero, dando desenvolvimento ao Direito Canônico. Surge então a Escola de Bolonha, criada em meados do século XI, foi a primeira grande escola jurídica da história. Por ser uma instituição financiada pela Igreja, apenas o clero poderia lecionar. É na escola de Bolonha que surgem os Glosadores.
· Escola dos Glosadores: 
- Os Glosadores foram professores de Bolonha que, ao estudar o Corpus Juris Civilis, faziam anotações – glosas – no corpo do documento para depois lecionarem aos alunos da escola. Evidentemente com grande inserção de dogmas da Igreja. As glosas possuíam interpretação literal, ou seja, não dispunham de nenhuma margem de abstração ou subjetividade. As anotações eram feitas de forma interlinear e marginal, sendo que os escritos mais aprofundados sempre se concentravam nas margens das páginas, por uma questão de espaço. Os principais professores desta escola foram: Irnério, Odofedro e Acúrsio, que era o mais abalizado entre todos os glosadores, já que criou a Magna Glosa (fonte da resolução de conflitos).
- Com o decorrer do tempo, os glosadores perderam credibilidade em face de suas dificuldades com a interpretação do idioma grego presente no Corpus Juris Civilis, surgindo a Escola dos Pós-Glosadores.
· Escola dos Pós-Glosadores:
- Os professores desta escola assimilaram-se a metodologia proposta por São Tomás de Aquino (Escolástica – baseada na filosofia aristotélica), dando origem a um sistema interpretativo oposto ao dos Glosadores e colidindo com os interesses da Igreja. Dão fim a interpretação uníssona e de simples anotações surgem os comentários, que apresentavam novas margens interpretativas aos alunos. Os principais professores desta escola são: Bortolo de Sarroferrato, Baldo Ubaldi, Angelo Ubaldi e Alciato.
· Escola Culta/Elegante:
- Preconizava como principal metodologia de estudo a história. Nasce aqui a ideia de que a história era a melhor e mais apropriada metodologia para compreender o passado. Houve um intenso combate contra o anacronismo. Para escola culta, o passado não deveria ser visto a partir dos olhos do presente. Dessa forma, busca resgatar o Direito Romano. O principal nome dessa escola foi Cujácio.
· Escola Histórica:
- Faz uso do Direito Romano para resolver casos recentes e concretos, ou seja, tenta extrair da história uma nova oportunidade de resolver conflitos do presente. Buscavam fontes metodológicas alternativas como a literária e filológica, além da história. 
· Raízes do Direito Português
- Após o governante, Sancho II negar a realizar realização do desejo papal de combater as Reiveindictas e Assuadas (sanções aplicadas a danos materiais e ameaças) o mesmo foi anatematizado/exonerado de seu cargo – caracterizando o conflito entre o papado e o poder temporal
+ Sancho II defendia o Estado laico – uma vez que era ateu – entrando em um embate com o papa Inocêncio III e IV (criadores do tribunal da Santa Inquisição)
+ Anatematização: sanção aplicada pelo líder da igreja católica (papa), que resultava na perda de direitos civis e religiosos
- A partir da perda do poder de Sancho II, o Papa Inocêncio IV convoca Afonso III, irmão do governante anterior, para ascender ao poder, uma vez que este era formado pela escola jurídica de Bolonha, adequando-se perfeitamente ao cargo.
+Afonso III ocupa o cargo de governante desde que as reivindicações papais, anteriormente negadas por Sancho II, sejam acatadas. 
- Ao assumir o poder, Afonso III busca realizar uma sobreposição entre o direito romano e canônico, passa a dar forma ao direito implementando o Appelatio e dessa maneira, dando origem ao direito processual.
- A partir do Appelatio surgem os tribunais, órgãos recursais de segunda instância, antes chamados de Casas Del’ Rey, onde desembargadores reavaliavam casos. 
- Além da reavaliação realizada por um desembargador, também havia o que era chamado de Agravo, possibilidade de uma decisão de primeira instância, que não fosse a final, ser reavaliada e revogada, por prejudicar uma das partes, antes do juízo de valor final do juiz.
- Para os entes públicos julgados e condenados era realizado o reexame necessário (reavaliação do caso) automaticamente, sem pedido de apelação.
 - Afonso V, sucessor de Afonso III, formula o Livro das Leis e Posturas para utilizar durante seu governo, sendo este, a base da Ordenação Afonsina em 1446.
- Afonso III havia elaborado importantíssimas leis baseadas na Magna Glosa, sendo esta, ainda utilizada por Afonso V, como fonte supletória de sua legislação. 
+ A Magna Glosa também foi utilizada como fonte supletória durante a Ordenação Manuelina (1521) e Filipina (1603) – A última vigente no Brasil até o Código Civil de 1916
· Racionalização e Formalização do Direito na Idade Média
- Devido à insatisfação da população com o poder jurisdicional nas mãos dos senhores feudais e a ascensão da Igreja ao poder, o Estado abdica seu poder jurídico. 
- Um dos pretextos utilizados pela Igreja para justificar a absorção do poder jurisdicional foi o combate aos ordálios promovidos pelos senhores feudais.
- Ordálios eram duelos irracionais utilizados como meios de obtenção de provas para determinar a culpa ou inocência do acusado e cujo resultado era interpretado como um juízo divino. Os considerados culpados eram jogados em calabouços.
- Então, a Igreja cria o princípio da prova legal para combater os ordálios, dando aos juízes apenas a função de analisar as provas juntadas pelas partes, e assim, julgar de acordo com o justo.
- Com o princípio são criados tribunais e fóruns para formalizar o processo e as provas analisadas passam a ser fundadas numa suposta neutralidade e imparcialidade para o exercício racional do direito. 
· Instituições criadas pela Igreja Católica
· Advocacia “Ad hoc” – Advocaciadativa:
- A igreja percebeu que dentro de seus tribunais, advogados faltavam em audiências, sendo necessário nomear algum outro que estivesse tribunal para representar a causa. 
· Cartórios – Cartórios Jurisdicionais:
- Órgãos que auxiliam o juiz a levar adiante as demandas.
· Ministério Público:
- Órgão responsável pela fiscalização da atividade do magistrado. Através do poder temporal o órgão passou a tutelar o interesse coletivo, como atualmente.
· Procedimento Inquisitorial:
- Faz com que haja inquérito/questionamento/intimidação do juiz às partes, que se confrontam pessoalmente, “vis a vis”.
- Surge como forma de combate ao procedimento acusatorial, onde ocorriam denúncias anônimas, sendo impossível comprovar a veracidade dos fatos.
· Tradição Jurídica Inglesa
· Breve (Writ):
- Documento de autorização emitido em nome do soberano para o estabelecimento de um júri popular no município/condado enviado ao Xerife.
· Corporações profissionais:
- Ensino técnico onde eram lecionadas matérias propedêuticas de uma profissão. 
· Desconstrução do Modelo Jurídico – Inquisitorial 
 (Humanismo Penal)
- A igreja católica tipificava/condenava 2 comportamentos femininos: humor melancólico (depressão/ bipolaridade) e civilidade caduca (Alzheimer).
· Jean Wior:
-Médico francês, irritado com a má interpretação das patologias, busca desconstruir a ideia com libélus (artigos científicos), levando estes documentos em tribunais para salvar mulheres de condenações.
· Pietro Verri:
- Buscava desconstruir a visão errônea da sociedade em relação às mulheres durante suas aulas. Nunca publicou suas ideias.
· Beccaria:
- Aluno de Verri, publica um livro com textos e ideias de seu mentor, sendo acusado de plágio pela família de Verri, que não obtém sucesso durante o processo e resolve publicar todos os trabalhos do professor para consagrá-lo pioneiro do humanismo penal na acepção jurídica.
· Jean Paul Marat:
- Líder da Revolução francesa, também busca combater a injustiça acerca das mulheres. 
· Raízes do Direito Internacional Moderno
· Bartolomé de Las Casas:
- Pioneiro na tutela do direito dos índios
+ Os índios eram chamados de semoventes, pois eram considerados desumanizados. 
· Francisco de Vitória:
- Aluno de Bartolomé, estudou e lecionou direito buscando transmitir a necessidade de tutelar o direito dos índios através de uma legislação. Insistia na necessidade de evangelização deste povo, para evitar uma dizimação.
+ Classifica os povos como autóctones (índios) e adventícios (desbravadores)
+Trabalha os conceitos de guerra justa e justa posse/ título
· Alberico Gentili:
- Desenvolve a nomenclatura “Direito de Guerra” – direito internacional. Se preocupou com a construção de uma legislação que atendesse outros povos, não apenas indígenas. 
· Hugo Grócius:
-Estuda as teorias de Alberico Gentili e agregando a teoria de direito de paz. Além disso aprimorou conceitos anteriormente trabalhados, especialmente “guerra justa” – necessidades preservativas quando haviam conflitos entre nações e “justa posse” – se era justo haver poder de apropriação do patrimônio de outra nação.
· Origens da Privatísitica Moderna
· Jean Donat & Robert Pothier:
- Juristas franceses (monarquistas) que trataram do direito obrigacional e contratual
- Tiveram suas obras publicadas em Portugal, pois não desobedeciam a lei da Boa Razão
+ A lei da Boa Razão foi instaurada para censurar obras que continham ideias iluministas e pudessem gerar uma revolução no território português. Dessa maneira, poderia preservar a monarquia e suas ideias conservadoras.
· O pensamento Conservador no Brasil
· Edmund Burke:
- Era contrário a revolução, pois esta gerava o derramamento de sangue. Influenciou Portugal e consequentemente o Brasil.
- Em sua obra ataca e rechaça de todos os líderes da Revolução Francesa, chegando a profetizar os efeitos do movimento.
· José da Silva Lisboa (Visconde de Cairú):
- Definia os livros que seriam editados e publicados em Portugal e se chegariam ao Brasil. Obras republicanas/iluministas eram censuradas.
+Não havia editoras ou jornais autônomos em Portugal, tudo era controlado pelo monarca.
· Hipólito José da Costa:
- Responsável pelo 1º primeiro jornal do Brasil (Correio Braziliense), que editava em Londres e passou a ser chamado de Armazém Literário, já que produzia resenhas das obras de grandes autores europeus e de outros documentos importantes, como projetos constitucionais, para dar acesso do conteúdo aos brasileiros. Também era conservador, acreditava que apenas monarcas deveriam governar nações – defendia o parlamentarismo.
· José Bonifácio:
- Considerado o “patriarca da independência”, foi obrigado a declarar a autonomia brasileira, antes que o país fosse dividido em pequenas repúblicas. Mesmo independente, o Brasil manteve o regime monarquista.
· Raízes do Direito Constitucional Brasileiro
· Antonio Carlos:
Irmão de José Bonifácio e Martin Francisco – trindade Andrada. Possuía o dom da persuasão e viés republicano, ou seja, conspirava contra a monarquia, além de criar movimentos e documentos constitucionalistas, chegando a ser convidado para formular a Lei Orgânica de Pernambuco durante uma revolução dirigida por Frei Caneca.

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