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Profa. Raquell Chaves Emulsões Sistema heterogêneo constituído de dois líquidos imiscíveis entre si, em que um deles está finamente divido, na forma de gotículas, no outro e estabilizado por um agente emulsificante. Emulsões Fase Dispersa/Interna/ Descontínua Fase Dispersante/ Externa / Contínua Agente Emulsificante Componentes Emulsões Classificação Quanto ao tamanho das partículas •Tradicional (0,25- 10 !") •Microemulsões (10- 75 nm) Número de fases •Bifásicos/ simples •O/A • A/O •Múltiplas •O/A/O •A/O/A Emulsões Classificação Emulsões Classificação Emulsões Aplicabilidade ■ Líquidas –Via Oral –Via Parenteral –Via Tópica ■ Semissólidas (Creme/Loção/Linimento) –Via Tópica Emulsões Por que utilizar? ■Mistura de dois líquidos imiscíveis (versatilidade); ■Mascarar propriedades organolépticas indesejadas (sabor/odor); ■ Aumento da estabilidade química em solução; ■ Possibilidade de se otimizar a biodisponibilidade (ex.: vitaminas oleosas) ■DESVANTAGENS: instabilidade física e não-uniformidade de dose. Teorias da emulsificação Tensão superficial Cunha orientada Filme interfacial Teorias da emulsificação ■ Líquidos tendem a assumir formas com menor área superficial (coalescência) ■ Líquidos imiscíveis quando em contato resistem à fragmentação em gotículas menores Teoria da tensão superficial Emulsificantes à Reduzem a tensão superficial Teorias da emulsificação ■ Uma camada de agente emulsificante envolve as gotículas da fase interna, pois tem maior afinidade (solubilidade) pela fase externa. Teoria da cunha orientada Emulsificante mais hidrofílico tenderá a formar uma emulsão O/A e vice-versa. Teorias da emulsificação ■ O agente emulsificante se dispõe entre as fases como uma fina camada de filme adsorvido na superfície das mesmas. Teoria do filme interfacial O filme evita a coalescência das gotículas da fase dispersa. Etapas da formulação Escolha do tipo de emulsão Escolha da fase oleosa Escolha da consistência Escolha do agente emulsificante Escolha dos demais excipientes Técnica de produção Etapas da formulação ■ Características do fármaco Tipo de emulsão ■ Via de administração – Via oral ■ O/A – Via tópica ■ O/A ■ A/O – Parenteral (IM) ■ O/A ■ A/O (liberação lenta) Etapas da formulação A seleção das substâncias graxas está ligada diretamente às características finais desejadas para o produto em função de sua aplicação Escolha da fase oleosa § Via oral - óleo mineral; óleo de fígado de bacalhau; óleo de mamona § Via parenteral - óleo de semente de algodão; óleo de soja; óleo de amendoim; óleo de gergelim § Via tópica - óleo mineral; vaselina sólida; óleo de amêndoas; ceras (cera de abelha, cera de carnaúba); ácidos graxos (ácido esteárico; ácido palmítico, ácido mirístico); álcoois graxos (álcool estearílico e cetílico) ■ Possuem afinidade com as interfaces de líquidos imiscíveis; ■ Estrutura anfifílica - na mesma molécula -estrutura polar (solúvel em égua -hidrófila) e apoiar (insolúvel em água - hidrófoba) ■ Garantem a estabilidade física das emulsões Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante Ex. valores de tensão superficial: • água = 72,8 dinas/cm; • água + 0,1% de tensoativo = 28,7 dinas/cm Moléculas anfifílicas que promovem a estabilidade da emulsão reduzindo a tensão interfacial ■ Emulsificante ideal – Via de administração x toxicidade – Produzir emulsões estáveis (emulsif. secundários) – Estáveis a degradação química e microbiológica – Preferencialmente naturais ou semissintéticos – Não-iônicos – Biocompatíveis na concentração e local de uso Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante SEGUNDO A CARGA IÔNICA ■ Iônicos – Catiônicos – Aniônicos – Anfóteros ■ Não-iônicos SEGUNDO A ESTRUTURA QUI ́MICA ■ Coloides hidrofílicos ■ Agentes surfactantes ■ Sólidos finamente divididos Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante TENSOATIVOS ANIÔNICOS ■ Em meio aquoso formam ânions que atuam na emulsificação. ■ pH > 8 ■ ↓ custo ■ ↑ toxicidade ■ Instáveis isoladamente ■ Incompatíveis com cátions polivalentes (Ca2+, Mg2+) ■ Uso externo ■ Ex: trietanolamina, LSS, estearato de sódio Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante TENSOATIVOS ANIÔNICOS Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante Estearato de sódio Estearilsulfonato de sódio TENSOATIVOS CATIÔNICOS ■ Em meio aquoso formam cátions que atuam na emulsificação. ■ pH entre 3 – 7 ■ Incompatíveis com emulsificantes aniônicos e ânions ■ Usados como conservantes ■ ↑ toxicidade ■ Instáveis isoladamente ■ Uso externo ■ Ex: Brometo de cetiltrimetilamônio / cetrimida; cloreto de benzalcônio. Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante TENSOATIVOS CATIÔNICOS Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante TENSOATIVOS ANFÓTEROS ■ Contém grupos ácidos (carboxilatos) e básicos (amônio quaternário) em sua molécula. ■ pH baixo à catiônico/ pH alto à aniônico ■ Empregados na cosmetologia - fabricação de xampus condicionantes e condicionadores ■ Ex: lecitina; coco betaína; coco amido propilbetaína Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante TENSOATIVOS NÃO IÔNICO ■ Maior classe de compostos empregados em sistemas farmacêuticos ■ pH entre 3-10 ■ ↓ toxicidade e não irritantes ■ ↑custo ■ Boa estabilidade e compatibilidade química ■ Menos sensíveis a variações de pH ou adição de eletrólitos ■ Uso tópico, oral e parenteral Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante TENSOATIVOS NÃO IÔNICO Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante ■ Ésteres de glicerila – A/O – Monoestearato de glicerila Monoleato de PEG ■ Ésteres de sorbitano (Spans) – A/O – – Monoestearato de sorbitano – Monolaurato de sorbitano ■ Polissorbatos (Tweens) – O/A – Derivados polietilenoglicólicos dos ésteres de sorbitano ■ Álcoois graxos de alto PM – O/A – Álcool cetílico – Álcool cetoestarílico OUTROS AGENTES EMULSIFICANTES ■ NATURAIS – Coloides hidrofílicos ■ gomas acácia, arábica – O/A ■ Proteínas como gelatina, lecitina, caseína – O/A – Substâncias contendo esteróis ■ Cera de abelha, lanolina (O/A); colesterol (A/O) ■ SÓLIDOS FINAMENTE DIVIDIDOS – Hidróxidos metálicos ■ hidróxido de magnésio e alumínio – Argilas coloidais ■ Bentonita (O/A ou A/O), Veegum Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante OUTROS AGENTES EMULSIFICANTES Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante NATURAIS • Coloides hidrofílicos • gomas acácia, arábica – O/A • Proteínas como gelatina, lecitina, caseína – O/A • Substâncias contendo esteróis • Cera de abelha, lanolina (O/A); colesterol (A/O) • SÓLIDOS FINAMENTE DIVIDIDOS • Hidróxidos metálicos • hidróxido de magnésio e alumínio • Argilas coloidais • Bentonita (O/A ou A/O), Veegum Etapas da formulação Escolha do ag. emulsificante Etapas da formulação Escolha do tipo de emulsão Escolha da fase oleosa Escolha da consistência Escolha do agente emulsificante Escolha dos demais excipientes Técnica de produção Etapas da formulação Escolha dos adjuvantes • Antioxidantes • BHA e BHT (0,02- 0,1%); tocoferol (0,001%); propil, dodecil e octil galato (0,001-0,1%) • Conservantes • propilparabeno • Emolientes • Estabilizantes secundários FASE OLEOSA • Antioxidantes • sulfitos (metabissulfito de sódio) – 0,05-0,15%; Ác. ascórbico e seus sais – 0,01 a 0,05%. • Quelantes • sais de EDTA • Tampões • Conservantes • a ́c. sórbico, a ́c. benzoico e seus sais (0,1-0,2%, pH < 5); parabenos (0,1- 0,2%, pH 7-9); clorocresol (0,1%); fenoxietanol (0,5 a 1,0%); Quaternários de NH4+ (cetilpiridíneo) • Umectantes • propilenoglicol, glicerina e sorbitol - 5% • Estabilizantes secundários FASE AQUOSA ■ São sistemas termodinamicamente instáveis, por isso necessitam de agentes emulsificantes. ■ Uma mistura inicial em gral, visando a redução das partículas é recomendável, para então empregar outro método de agitação. Etapas da formulação Técnica de produçãoTempo de agitação e Temperatura Coalescência Etapas da formulação Técnica de produção Pequena escala (laboratório) Goma seca ou continental Goma úmida ou Inglês Garrafa ou garrafa de Forbes Etapas da formulação Técnica de produção Goma seca ou continental misturar fase oleosa + goma acrescentar fase aquosa (toda) e triturar adicionar outros componentes Goma úmida ou inglês emulsificante (goma) dissolvido na fase aquosa adicionar lentamente fase oleosa com trituração vigorosa adicionar outros componentes Óleo/água/goma acácia (4:2:1) Goma = emulsificante Etapas da formulação Técnica de produção Goma seca ou continental Goma úmida ou inglês Método da garrafa misturar fase oleosa + goma à misturar acrescentar água (vol. igual ao óleo) aos poucos e misturar vigorosamente adicionar os outros componentes e completar volume • Indicado para uso de óleos voláteis e substâncias de baixa viscosidade • Devido a volatilidade, usa 4:4:2 Etapas da formulação Técnica de produção Instabilidade Inversão de fases CremagemCreaming Sedimentação Floculação Coalescência Separação de fases Instabilidade Inversão de fases CremagemCreaming Sedimentação Floculação Coalescência Separação de fases Solução? Formulações Emulsão de óleo mineral (via oral) Óleo mineral..............500 mL Goma arábica.............125 g Xarope........................ 100 mL Vanilina.........................40 mg Álcool............................60 mL Água destilada. qsp. .....1000 mL Creme base MEG (uso externo) Polawax ............................ 8,0% Óleo mineral.......................4,0% MEG ...................................2,0% PPG ....................................5,0% Nipagim............................0,15% Nipazol.............................0,05% Água destilada qsp......100,0 % Sistema EHL ou HLB ■ Criado por Griffin para determinar a quantidade necessária de agente emulsificante em uma formulação. ■ Valor numérico atribuído a cada emulsificante conforme sua maior lipo/hidrofilicidade. ■ Geralmente oscila entre 1 e 20. Método EHL ou HLB AGENTE EHL Monoestearato de propilenoglicol 3,4 Monoleato de sorbitano (Span 80) 4,3 Monolaurato de dietilenoglicol 6,1 Goma arábica 8,0 Gelatina 9,8 Metilcelulose 10,5 Goma adragante 13,2 Monoesterato de sorbitano polioxietileno (Tween 60) 14,9 Oleato de sódio 18,0 Lauril sulfato de sódio 40,0 Método EHL ou HLB APLICAÇÃO EHL Antiespuma 1–3 Emulgente (A/O) 3–6 Agentes molhantes 7–9 Emulgentes (O/A) 8 – 18 Solubilizantes 15 – 20 Detergentes 13 - 16 Geralmente é preferível a associação de mais de um agente emulsificante. O EHL do agente emulsificante deve ser semelhante ao da fase externa. Método EHL ou HLB Método EHL ou HLB ■ No Sistema EHL são atribuídos valores requeridos de EHL para os óleos e substâncias semelhantes; ■ Pelo sistema EHL os emulsificantes a serem empregados devem ter o EHL mais próximo ao da fase oleosa da emulsão pretendida; ■ Ex: ■ óleo mineral - EHL = 5 (A/O) EHL = 12 (O/A) Método EHL ou HLB A/O O/A Ácido esteárico 6 15 Álcool cetílico - 15 Álcool estearílico - 14 Lanolina 8 10 Óleo mineral 5 12 Vaselina 5 12 Cera de abelha 4 12 1. Determinar a quantidade total de fase oleosa 2. Calcular a fração de cada componente oleoso na fase oleosa 3. EHL necessário para cada componente x fração do componente na f.o. 4. EHL final igual a soma de cada valor obtido Método EHL ou HLB Parafina líquida -------------- 35% Lanolina ---------------------------- 1% Álcool cetílico ------------------- 1% Sistema emulsificante –-- 5% Água qsp ---------------------- 100% Etapas para o cálculo do EHL Selecionar o tensoativo c/ valor de EHL mais próximo do obtido 1. Determinar a quantidade total de fase oleosa 35 + 1 + 1 = 37% 2. Calcular a fração de cada componente oleoso na fase oleosa Parafina líquida : 35/37 = 0,946 Lanolina: 1/37 = 0,027 Álcool cetílico: 1/37 = 0,027 Método EHL ou HLB Parafina líquida -------------- 35% Lanolina ---------------------------- 1% Álcool cetílico ------------------- 1% Sistema emulsificante –-- 5% Água qsp ---------------------- 100% Etapas para o cálculo do EHL 3. Determinar o EHL necessário Parafina líquida (EHL 12): 0,946 x 12 = 11,35 Lanolina (EHL 10): 0,027 x 10 = 0,27 Álcool cetílico (EHL 15): 0,027 x 5 = 0,14 Método EHL ou HLB Parafina líquida -------------- 35% Lanolina ---------------------------- 1% Álcool cetílico ------------------- 1% Sistema emulsificante –-- 5% Água qsp ---------------------- 100% Etapas para o cálculo do EHL 4. EHL final da emulsão EHL final =11,35 + 0,27+ 0,14 EHL final = 11,76 Método EHL ou HLB Parafina líquida -------------- 35% Lanolina ---------------------------- 1% Álcool cetílico ------------------- 1% Sistema emulsificante –-- 5% Água qsp ---------------------- 100% Etapas para o cálculo do EHL Método EHL ou HLB Etapas para o cálculo do EHL ■ Estabelecendo que o sistema emulsificante será́ formado por uma mistura: Quais as quantidades de cada emulsificante? monooleato de sorbitan - Span 80 (EHL = 4,3) monooleato de polioxietileno sorbitan - Tween 60 (EHL = 15) Método EHL ou HLB Etapas para o cálculo do EHL %A = 100 x (EHLreq − EHLB)(1234 − 1235) 4 + 5 = 100% Onde: EHLreq - EHL final da mistura A - % do emulsificante mais hidrofílico B - % do emulsificante mais lipofílico Método EHL ou HLB Etapas para o cálculo do EHL %A = 100 x (EHLreq − EHLB)(1234 − 1235) %A = 100 x (11,8 − 4,3)(15 − 4,3) %A = 70,09% B = 100 − A%A = 100 x (EHLreq − EHLB)(1234 − 1235) Ex: EHLreq = 11,8 EHL A = 15 EHL B = 4,3 Método EHL ou HLB Etapas para o cálculo do EHL %" = $%% −%' %B = 100 − 70,09 %A = 29,91% B = 100 − A%A = 100 x (EHLreq − EHLB)(89:; − 89:<) Ex: EHLreq = 11,8 EHL A = 15 EHL B = 4,3 Método EHL ou HLB Etapas para o cálculo do EHL Quais as quantidades de cada emulsificante? Parafina líquida -------------- 35% Lanolina ---------------------------- 1% Álcool cetílico ------------------- 1% Sistema emulsificante –-- 5% Água qsp ---------------------- 100% Método EHL ou HLB Etapas para o cálculo do EHL Quais as quantidades de cada emulsificante? A = 0,7009 x 5 = 3,50g (Tween 60) B = 0,2991 x 5 = 1,50g (Span 80) Exercícios 1. Calcule o EHL resultante da mistura de 45 g de Span 80 (EHL= 4,3) e 55 g de Tween 80 (EHL=15) 2. Calcule o EHL necessário para a fase oleosa da seguinte emulsão (O/A): Óleo mineral ..........30 g (EHL= 12) Lanolina....................2 g(EHL= 10) Álcool cetílico .......... 3 g (EHL= 15) Emulsificante .......... qs Água destilada .......qsp 100g 3. Um creme necessita de 5% de uma mistura de emulsificantes constituída de Span 60 (EHL= 4,7) e Tween 20 (EHL= 16,7). O EHL necessário para fase oleosa é de 14. Quantos gramas de cada emulsificante serão necessários para preparar 500 g de creme ? Exercícios 1. Calcule o EHL resultante da mistura de 45 g de Span 80 (EHL= 4,3) e 55 g de Tween 80 (EHL=15) R = EHL=10,19 1. Calcule o EHL necessário para a fase oleosa da seguinte emulsão (O/A): Óleo mineral ..........30 g (EHL= 12) Lanolina....................2 g(EHL= 10) Álcool cetílico .......... 3 g (EHL= 15) Emulsificante ............ qs Água destilada ..........qsp 100g R = EHL=12,14 3. Um creme necessita de 5% de uma mistura de emulsificantes constituída de Span 60 (EHL= 4,7) e Tween 20 (EHL= 16,7). O EHL necessário para fase oleosa é de 14. Quantos gramas de cada emulsificante serão necessários para preparar 500 g de creme ? R. Tween=19,375 g e Span=5,625 g Dúvidas? raquellchaves@gmail.com Bibliografia ■ Ansel, H.C; Popovich, N.G.; Allen, J.R. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos, 9º edição, 2013, Editora Artmed. ■ Aulton, M.E. Delineamento de formas farmacêuticas, 2° edição, 2005, Editora Artmed. ■ Ferreira, A.O., Guia prático da Farmácia Magistral, volume 1, 4° edição, 2010, Editora Pharmabooks.■ Rosani, Leandro. Desenvolvimento e estudo da estabilidade de nanoemulsões do tipo óleo em água com óleos vegetais. Disertação - São Carlos : UFSCar, 2013. 84 f.
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