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Resumo Metodologia da Alfabetização Capitulo 1 Desenho : é a gênese, o início de processo de escrita. Ao desenhar a criança expressa suas vontades, angústias, medos, emoções, usa sua imaginação e sua criatividade. Desenhar é: - uma forma de registrar; - uma forma de contar; - uma forma de explicar; - uma maneira de se comunicar graficamente; - um ato muito significativo; - um instrumento que favorece o desenvolvimento do indivíduo. Cabe ao prof° orientar e acompanhar o desenvolvimento da criatividade do aluno, promovendo atividades que conduzam à construção sistematizada do aluno. De acordo com Derdyk (2004), o ato de desenhar pode ser marcado por vários tipos de reações, como : alegria, felicidade, rejeição.... Crianças que rejeitam e gostam de rasgar seus trabalhos, você precisa deixar claro que é um ato impositivo. Desenho como forma de compreender o desenvolvimento da criança • Desenvolvimento emocional: diretamente ligado em como a criança se identifica com sua obra. Em como demonstra seus sentimentos. Ex : se estiver insegura faz representação padronizada. • Desenvolvimento intelectual: mostra a compreensão que tem de si e do seu meio. • Desenvolvimento físico: manifesta-se pela capacidade de coordenação visual e motora. Crianças que almejam mudanças em seu corpo, costumam deixar claro em seus desenhos. Ex: se tem alguma limitação física. Atividades com desenhos, massinhas, argilas, pinturas.... desenvolvem a coordenação motora. Mas, ao propor uma atividade não podemos nos limitar somente a esse aspecto. • Desenvolvimento perceptual: sensações sejam visuais, auditivas ou palpáveis, consciência que temos do próprio corpo. Ex. Percepção auditiva: escutar um som e colocar no papel o que escutou. • Desenvolvimento social: quando aparecem nos desenhos representações com as quais a consciência social esteja inserida. Ex: Passeio que gostou, brincadeiras com outras crianças. • Desenvolvimento estético: ligado a personalidade. Varia de pessoa para pessoa e a cultura em que está inserida. Quanto mais percepção em detalhes, regras, organização, melhor será o desenvolvimento estético. • Desenvolvimento criador: tem início na mais tenra idade .A reação da criança com experiências sensoriais é o marco desse estágio. Para criar, precisa-se ter liberdade emocional para explorar, experimentar e envolver-se na criação que pretende desenvolver. Imitação e cópia - retrai a criança; - sua criatividade é podada; - perde o lúdico Piaget (1975,p.59), “a inteligência é o ato de inventar e é sempre um ato original” A imitação pode ser positiva quando uma criança imita um adulto. Agir como uma mãe para suas bonecas, como professora... Assim elas demonstram sua criatividade por coisas que a interessam, não por pressão. Fases do desenvolvimento infantil 1- Fase das garatujas: Aproximadamente 2-4 anos. Começam a estabelecer padrões de aprendizagem. Lowenfild e Brittain (1970), classificam as garatujas em 3 estágios. - Desordenadas: são rabiscos aleatórios. Pulso livre, nem dedos para controlar. -Controladas: quando descobre que tem ligação entre seus movimentos e os traços que deixou no papel, fica mais tempo desenhando e repete movimentos em círculos. Aproximadamente 3 anos. - Com atribuição de nomes: aproximadamente 3 anos e meio, demora mais tempo para desenhar e se você perguntar terá significado a ela. 2- Fase Pré Esquemática:: De aproximadamente 3 à 6 anos. Desenho começa a surgir com formas fechadas que parecem bolinhas, cria com significado e passa a ter relação com o mundo em sua volta. Nessa fase surge o homem palito ou homem girino. Depois, na faixa dos 4 anos, surgem formas quadradas como as de casa. E, aos 4 anos e meio, aparece estrutura de corpo com corpo, braços, cabeça... mas, ainda sem noção de tamanho. Pode desenhar pernas muito grande, casas muito pequenas..... 3- Fase esquemática: Define relações espaciais. Se desenhar nuvens, por exemplo, ficará na parte de cima do desenho. Ou se desenhar uma casa, ficará na terra. Figuras organizadas de acordo com os temas. A parte humana passa a ser mais elaborada. As crianças começam a usar cores a partir do momento que atribui nomes as garatujas, quando passa a ter significado os seu desenhos. Para Aroeira e Mendes (1996), a modelagem, assim como o grafismo, apresentam um processo evolutivo, percorrente a etapas.repare no quadro a seguir: Desenho de raio x(Buhler) quando a criança desenha uma pessoa e coloca detalhes que não são vistos ,mas ela já sabe que existem e está lá. Ex.: carteira com dinheiro em um bolso, barriga em baixo da blusa..... Capitulo 2 Breve histórico da alfabetização: Cagliari (2003), a invenção da escrita está relacionada á invenção das regras de alfabetização, ou seja, a forma de decifração e de leitura do que foi escrito. Escrita: Objetivo: serem entendidos Função social: comunicação (importante...não esquecer) Surgiu das necessidades reais vividas no cotidiano de um povo. Fatos apontam que foi pela necessidade de registrar e contar o rebanho. Na antiguidade quem sabia decifrar e reproduzir esses símbolos da contagem eram considerados alfabetizados. Semitas que organizaram o sistema de escrita de 60 elementos para 21 consoantes. Gregos além dos símbolos, consoantes, tinham vogais. Romanos contribuíram para a ratificação do sistema de escrita. As letras passaram a ter nome de acordo com o som . Diferente da Suméria e Grécia, ler e escrever não eram tarefa escolar. Eram ensinamentos passados por familiares ou um preceptor (instrutor mestre). Prática que veio até o século XVI d.C.. Com o aumento de textos escritos, surgiram as letras minúsculas. Até então só existiam as letras capitais( maiúsculas) A leitura se tornou um exercício individual somente com o fim da idade média e inicio da idade moderna. Onde se teve a mudança do feudalismo para o capitalismo ( renascimento). Cartilhas - Focalizada na memorização e repetição de exercícios e textos descontextualizados do cotidiano. - responsável por muita evasão escolar - cartilha caminho suave foi uma das mais conhecidas. Surgiu em 1948 e só foi retirada em 1995 por não atender a base teórica da concepção construtivista da alfabetização. Método: maneira de fazer algo caminho a ser seguido para atingir determinado objetivo, aspecto teórico que norteiam os objetivos a serem atingidos. Objetivo: fazer com que a criança estabeleça relação entre o código linguístico e sons. De acordo com Ferreiro, temos 2 tipos de métodos. Que são: Método sintético: respeita uma certa hierarquia. Parte da parte menos para maio. Dentro deles se encontram o método alfabético ou de soletração, método fônico (que explora o som das letras) e o silábico (explora a importância do domínio das famílias silábicas) Método analítico ou global: ensinado a partir de um todo, ou seja, da palavra. Do concreto para o abstrato. Método misto ou eclético: junção dos 2 na tentativa de tornar mais rápido o processo de alfabetização e eficiente. Níveis conceituais linguísticos São 5: 1- Hipótese pré – silábica - sem vínculo da fala com a escrita - registra símbolos e pseudoletras (letras falsas), mistura letras, números, desenhos... - demonstra que tem intenção de escrever -não conhece valor sonoro ( fonema e grafema) - identifica-se o realismo nominal, supõe que a escrita representa os objetos e não o seu nome. Ex: se tiver 2 morangos desenhados sendo um grande e outro pequeno, o grande será escrito de forma grande e com muitas letras, o outro pequeno e com poucas letras. -professor deve ser o escriba para se entender o que escreveu -a separação das palavras, mesmo sem significado, é considerada um avanço. 2- Intermediário I -começa a ter remota relaçãoda escrita com a fala. - costuma a se negar e fala que não sabe escrever -desvincula a escrita das imagens - costuma, por insegurança, a escrever coisas do seu cotidiano como seu nome ou outras coisas que já saiba. - usa valores sonoros convencionais -costuma ser um momento de conflito 3- Hipótese silábica Pela 1° vez trabalha com a hipótese de que a escrita representa partes sonoras da fala -acredita que resolveu o problema com sua escrita Características: Escrita representa fala Sente-se confiante Cada símbolo oral corresponde a uma letra Sem representação de categorias linguísticas (verbos, artigos, pronomes...) Recortes silábicos 4- Intermediário II ou silábico alfabético -transição do nível silábico para alfabético -relaciona a escrita que vai além da sílaba - conseguimos compreender a escrita por mais que faltem letras 5- Hipótese alfabética -compreende que a escrita tem função social -adquire conhecimento de valor sonoro -regras ortográficas, espaçamento de palavras, segmentação das frases ainda em processo. - expressa pensamentos e fala de forma que todos entendam - estabelece relação entre fala e escrita Professor deve estimular a reflexão sobre regras ortográficas e gramaticais Importante: Fatores que prejudicam o desenvolvimento dos alunos: • Mudança de prof° • Improviso • Falta de planejamento • Falta de afetividade por parte do prof° • Ausência ou poucos momentos de formação continuada ENTÃO CAPRICHEM ☺ CAPÍTULO 3 Ambiente alfabetizador: espaço onde se promove uma junção de situações em que a criança faz uso da leitura e da escrita, onde realiza significadamente esses dois processos. Materiais e objetos escritos ajudam nessa atmosfera. Leitura: processo de atribuição de sentidos a qualquer sistema de sinais. O desenvolvimento da capacidade de leitura começa antes da educação formal onde, com conhecimentos prévios, as crianças começam a ler logomarcas, placas, jornais, computadores, celulares... Ler e escrever não ocorre de forma espontânea com andar e falar. Precisa ser estimulada de forma consciente e respeitando a fase de desenvolvimento. ANA – Avaliação Nacional da Alfabetização- 3° ano ensino fundamental 1- mede o nível de alfabetização e letramento dos alunos nas escolas públicas. Teberosky e Colomer (2003), sugerem proposta nessa relação como: • Incorporar leitura em voz alta • Leitura como rotina escolar • Preparar um local confortável • Escolher histórias de acordo com o nível de vocabulário • Envolver perguntas e discursões sobre o livro • Oferecer-se como modelo de leitor para o aluno Coelho (2003) divide a categoria de leitores em 5 estágios, sendo eles: 1- Pre – leitor: • inicio do processo de desenvolvimento da linguagem • por meio das imagens decodifica o que foi escrito • livros adequados: contos de fadas tradicionais, leituras que fazem parte de seu cotidiano 2- Leitor iniciante: • Estágio de desenvolvimento da leitura • Leitura deve ser rápida e curta • Apresenta curiosidade pelo universo cultural • Livros adequados: narrativas curtas, histórias do cotidiano, aventuras, contos folclóricos, fantasia, poesia, teatro 3- Leitor em processo: • capaz de viver determinadas situações pois, já domina o processo de leitura • Começa a questionar e levantar hipóteses sobre o que leu e ouviu • Livros adequados: humor, fantasia, aventura, poesia, narrativas curtas 4- Leitor fluente: • Apresenta domínio da leitura e compreensão de livros extensos e complexos quanto a ideia, estrutura e linguagem • Livros adequados: crônicas, narrativas, poesias, teatro e romances 5- Leitor crítico: • Avança na descoberta de seu mundo interior • Tem domínio, assimila, tem capacidade: reflexiva e crítica Exemplos de atividades que estimulam as crianças a ler: -quebra cabeça de textos; -texto manchado ou apagado; -leitura interrompida; -correspondência entre ilustração e conteúdos Entre outros Alfabetização= ação de ensinar/aprender a ler e escrever. Letramento=estado ou condição de quem não apenas aprendeu a ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a leitura e escrita. Leitura do ponto de vista do letrado=quando se tem a capacidade de compreender textos escritos de diversos gêneros. CAPITULO IV Jogos e brincadeiras na alfabetização Constituem-se como momento de aprendizado, independente de onde acontecem. Brincando a criança interpreta o mundo em que vive, recria, adquire conhecimentos. A brincadeira possui 3 características 1- Imaginação 2- Alienação 3- Regras Habilidades adquiridas por meio de brincadeiras e jogos:: • Desenvolve novas experiências • Libera energia • Fonte de prazer • Socialização • Aprende a ganhar e perder • Regras • Coordenação motora • Raciocínio • Entre outros Vygotsky (1989), não podemos entender o papel do brinquedo como apenas uma atividade que dá prazer por 2 motivos: 1°- muitas atividades dão prazer mais intenso, como chupar chupeta 2°-jogos esportivos, por exemplo, pode dar desprazer, tanto para quem perde quanto para quem não gosta de tal atividade. Piaget classificou os jogos de acordo com cada tipo de estrutura mental .São 3 divisões: 1- Jogos sensório motor ou de exercícios ou funcionais: • Vai desde o nascimento até aparecimento da linguagem • Objetivo: prazer próprio (ex: criança joga a bola para os outros pegar) • Se dividem em 2 categorias: 1-jogos de exercício sensório motor 2-jogos de exercício de pensamento 2- Jogos simbólicos • se dá ao aparecimento da linguagem até aproximadamente 2 anos e permanece até 6 ou 7 anos quando a criança transpõe o mundo de maneira fantasiosa • reproduz sua relação com o meio, expressa suas experiências sociais • função=compensação, realização de desejos, liquidação de conflitos • destaca-se a imitação • usa o faz de conta e realiza sonhos, fantasias, revela seus medos, frustações , angústias • fase de formação da personalidade • até aproximadamente 4 anos gosta de brincar sozinha • não tem noção de competição 3- Jogos de regras • 6 anos em diante • Surge pela necessidade em brincar com alguém e pela troca de experiências e interação • Exemplo de jogos: tabuleiros, jogo da memória, quebra cabeça, barata no ar.... Maratori (2003), vantagens e desvantagens na inserção dos jogos no contexto ensino aprendizagem: Vantagens Desvantagens Desenvolvimento estratégico de soluções Se o prof° não estiver preparado pode haver perca de tempo Fixação de conceitos Motivar sem saber o porquê Aprende a tomar decisões Se houver interferência excessiva do prof°, pode perder a ludicidade Significação de conceitos Se forçar, destroem a voluntariedade Relacionamento interdisciplinar Dificuldades de materiais Participação ativa Socialização Motivação Desenvolve a criatividade Permite prof° diagnosticar falhas na aprendizagem Ao brincar as crianças desenvolvem aspectos como: 1- .Afetivo: pela interação cria sua própria identidade 2- Desenvolvimento físico motor: explora movimentos de seu corpo. Pode também adquirir noção de espaço, lateralidade, posicionamento, equilíbrio, coordenação motora grossa e fina. 3- Desenvolvimento moral: assimilação de regras ajuda a aprender a ganhar e perder. Constrói conceitos como: respeito, comprometimento, cooperação, aceitação, direitos, deveres.... O professor precisa ter atitudes como de: 1- Observador=evitar intervir para ver todas ações , reações e conversas 2- Catalizador=observar os detalhes com objetivo de descobrir os desejos e necessidade 3- Participante ativo =mediador de situações que possam surgir como: conflitos, regras ou aprendizagens em geral. Brinquedoteca Local onde a criança é estimulada a brincar. Deve ter variedade de jogos ,brinquedos,fantoches, revistas... que busquem valorizar a educação. É um complemento das atividades que os alunos tem em sala de aula. Vantagens: • Estimula desenvolvimento integral • Favorece equilíbrio emocional • Concentração • Promove responsabilidade, cooperativismo • Desenvolve criatividade • Enriquece relações • Promove a ludicidade • CAPITULO V Avaliação: repensando o processo No Brasil, a prática avaliativa está atrelada a uma cultura histórica que classifica, pune, exclui. Todos alunos aprendem mas, cada um com suas peculiaridades e ritmo. Aprendizagem (Tapia r Fita- 1999, p.67)= mudança que se produz em um sistema que chamamos aluno ao passar de um estado inicial a um estado final. Aprendizagem escolar= processo conjunto, compartilhado entre prof° e alunos, com finalidade de levar todo aprendiz, ajudado pelo prof° e seus colegas a se mostrar autônomo na resolução de suas tarefas e em múltiplos desafios. Papel da escola=levar o aluno à construção de conhecimentos por meio de conteúdos científicos que modifiquem o estado inicial onde ingressaram no ambiente escolar. Hoffmann (1996), avaliar=trabalho indispensável em qualquer proposta de educação. Ao se avaliar a aprendizagem, se avalia o ensino também. Um processo de avaliação deve acontecer de modo coerente, quando a reflexão transformada, torna-se uma ação capaz de nortear reflexões. Ou seja, é dialética, AÇÃO – REFLEXÃO – AÇÃO. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA: • Objetivo: favorecer o processo educacional • Possibilita verificar em que etapa de aprendizagem que o aluno está • Auxilia na organização e reorganização do PTD • Pode acontecer em qualquer período do ano letivo • Auxilia no processo de ensino aprendizagem AVALIAÇÃO FORMATIVA: • Permeia toda a intencionalidade do PTD • Reorienta a prática docente e gera situações que favorecem o process ode aprendizado • Usa todas as informações disponíveis sobre o aluno para assegura sua aprendizagem • Permeia todo ano letivo • Objetivo: verificar resultados do aprendiz AVALIAÇÃO SOMATIVA: • Se dá de modo periódico (final do bimestre, semestre, trimestre, ano) • Objetivo: atribuir ou quantificar os resultados • Ratifica a quantificação do aprendiz • Deve ser clara, criteriosa, transparente É isso, pessoal..... Agora é só estudar e não se esquecer de colocar em prática esses conhecimentos quando estivermos responsáveis por uma turma ☺ Bons estudos!!! Raquel M. K dos Santos
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