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MEDICINA LEGAL - TANATOLOGIA FORENSE (1)

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TANATOLOGIA FORENSE, TANATOGNOSE, CRONOTANATOGNOSE E FENÔMENOS CADAVÉRICOS
TANATOLOGIA FORENSE
Tanatologia médico-legal é a parte da medicina legal que estuda a morte e suas repercussões na esfera jurídico-social. 
A morte é ausência de vida. É o evento inicial para uma sucessão de fenômenos que tendem a total destruição do corpo. Essa sucessão de fenômenos dá, de certa forma, um cronograma da morte (cronotanatognose) – avalia quanto tempo de morto um cadáver tem. Quanto mais tempo passa da morte, mais impreciso é estimar esse tempo.
SINAIS DE MORTE
Sinais Abióticos
Quando a pessoa acaba de morrer, entra na fase de sinais abióticos imediatos (indicam probabilidade de morte). Dentre eles: 
Perda da consciência, estado de coma profundo (I a IV); flacidez muscular generalizada, imobilidade e abolição do tônus muscular; insensibilidade por estado de coma; relaxamento dos esfíncteres (pupila, boca); inexcitabilidade elétrica (muscular, cerebral); cessação da respiração (possivelmente irreversível); cessação da circulação; morte encefálica (parada irreversível da atividade do tronco cerebral). 
Quem avisa que o paciente é um doador de órgãos é o parente vivo mais próximo. Morte encefálica não é certeza de morte, o médico não pode desligar os aparelhos porque não tem respaldo da lei e porque é apenas um sinal de probabilidade de morte, é o período de incerteza. 
Hoje existe uma resolução do Conselho Federal de Medicina, que se tiver um diagnóstico de morte encefálica, a família pode determinar se desliga ou não os aparelhos e pode pedir autorização para protocolo de transplante de órgãos, ou seja, tem que ter anuência da família. 
Legalmente, a pessoa pode ser declarada morta quando tem parada cardiorrespiratória irreversível.
Sinais Abióticos Tardios
Quando o indivíduo passa a apresentar os sinais abióticos tardios, já pode afirmar certeza de morte. Dentre eles: 
· Evaporação tegumentar (pele úmida) pergaminhamento da pele (escoriação pós-mortem – nem sempre é sinal de morte, pode ser lesão sob pressão), dessecação de mucosas (confirmar com microscopia); 
· Resfriamento do corpo é variável – depende das trocas físicas com o meio ambiente: de 0 a 6 horas da morte, o corpo perde 1,5ºC por hora; depois de 6 horas, perde 1ºC por hora. Pouco importante, pois em geral se desconhece a temperatura inicial;
· Hipóstases (Livores cadavéricos) Se iniciam como um processo de depósito do conteúdo vascular nos vasos mais sujeitos a gravidade. Se algumas destas regiões são submetidas à maior pressão podemos encontrar sugilações. Os livores aparecem nos primeiros 10 a 20 minutos, com pontilhados avermelhados que se disseminam pelas regiões de maior declive. Nas próximas 2 ou 3 horas tornam-se manchas esparsas, maiores e bem visíveis. Em 6 a 8 horas tornam-se livores generalizados, ou seja, ocupando todas as áreas de maior declive. Eles têm como coloração ao final violáceos, mas podem se apresentar cor de cereja ou carmim, significando morte por intoxicação de monóxido de carbono, cianeto ou frio; pode apresentar-se vermelhado na exposição ao frio pós mortem e violáceo escuro na asfixia. Existem áreas que entremeiam os livores, que são representativos de pontos de apoio ou pressão (apoio sobre o solo ou objetos e pressão de cintos, elásticos etc.). Num período de 8 a 12 horas os livores estão fixados e não se alteram mais, o que é importante quanto à mobilização do corpo morto. 
É importante diferenciar equimose de livor. A equimose é uma lesão formada por sangue extravasado e infiltrado na trama dos tecidos; já o livor é o sangue acumulado em áreas de baixo declive dentro dos vasos.
· Rigidez cadavérica logo após a morte verificamos uma intensa flacidez, porque não tem oxigênio, glicose. Ao longo das horas, passa para uma rigidez, que é um processo químico que ocorre nos músculos por coagulação de suas proteínas estruturais levando ao endurecimento da massa muscular corpórea e não contração da musculatura (a rigidez se dá pela formação de pontes fixas de actina e miosina). Inicia após 2 horas da morte e todo o processo leva 6 horas. Ocorre numa sequência céfalo-caudal e a flacidez posterior no mesmo sentido (começou a sofrer autólise). Seguida a rigidez teremos, entre 24 e 48 horas após a morte, o processo de putrefação, determinante da quebra da rigidez anterior. 
A putrefação tem seu início em função de algumas variáveis:
a) Intrínsecas: idade, causa da morte, constituição física;
b) Extrínsecas: umidade, temperatura, ventilação do local e composição do solo. 
Importante saber sobre a rigidez cadavérica: a expressão do cadáver não é a do momento da morte cristalizada na face por conta da flacidez primária; o cadáver com uma arma na mão muitas vezes não é suicídio (flacidez faz a arma sair da posição). Depois que se instalou a rigidez, a posição não retorna mais, ou seja, se a pessoa ficou de boca aberta, ela vai ser sepultada de boca aberta.
FENÔMENOS CADAVÉRICOS TRANSFORMATIVOS
Podem ser destrutivos ou conservadores. 
Destrutivos
Os destrutivos destroem a matéria orgânica e com isso destrói vestígios importantes para a medicina legal. Dentre eles estão: autólise, putrefação e maceração. 
· Autólise: fenômenos fermentativos anaeróbicos da célula; A autólise é uma degradação e destruição a partir das unidades celulares que entram em catabolismo pela morte; pode ser facilmente vista ao microscópio principalmente no cérebro e pâncreas, que são os primeiros órgãos a serem degradados. 
· Putefração: decomposição fermentativa da matéria orgânica por ação de diversos germes. A putrefação ocorre quando os microrganismos perdem seu equilíbrio vital e sua evolução. É determinada por fatores climáticos, do solo, acidez, hipóxia, ação direta de bactérias, da flora e fauna cadavéricas.
Períodos da putrefação: 
· Fase de coloração (cromática)
 o sangue é vermelho por conta da hemoglobina ligada ao oxigênio. Em pacientes que morrem por asfixia ficam cianóticos pela carboxihemoglobina, que é azulada. O cadáver não tem oxigênio, as bactérias que vão degradar o corpo serão anaeróbicas do intestino, que produzem gás sulfídrico. Esse gás se liga à hemoglobina (sulfohemoglobina), ficando verde escura, que dá a coloração ao cadáver, caracterizando a fase cromática, começando com a mancha verde abdominal. Começa a ocorrer em algumas horas.
· Fase gasosa 
A bactéria começa a produzir gás e fica retendo na caixa tóraco-abdominal, o cadáver vai inchando, aparecem bolhas para a superfície, o sangue vai para a periferia (circulação póstuma de Brouardel – verde escuro), tem prolapso de reto, colo uterino, mamas ficam túrgidas, saco escrotal fica grande. Começa a acontecer com dias ou semanas. 
· Período coliquativo ou redutor 
o tecido vai se liquefazendo, se dissolvendo, por ação de microrganismos ou fauna cadavérica. Ocorre em um ou mais meses.
· Esqueletização
As partes moles vão desaparecendo e ficando ossos visíveis. Pode durar meses ou anos. A exumação de rotina ocorre com 3 anos.
· Maceração 
é quando ocorre decomposição dentro da água. Pode ser asséptica ou séptica, dependendo do líquido no qual está imerso. A asséptica é o caso do feto no líquido amniótico.
· Feto macerado: destacamento da pele (além de ficar enrugada e esbranquiçada), embebição da derme por hemoglobina (fica vinhosa), flacidez generalizada (tipo polichinelo), abdome globoso, fontanela fica muito mole (pode ocorrer cavalgamento dos ossos parietais – sinal de Spalding – mais de 7 dias).
Conservadores
Os fenômenos conservadores ocorrem após 2 ou três meses da morte e interrompem a putrefação e passam a conservar o cadáver (em parte ou todo). Pode ser por mumificação ou saponificação.
· Mumificação 
É necessário falta de umidade, desidratando todos os tecidos e as bactérias. A múmia não tem aspecto do vivo, perde todo o tecido gorduroso.
· Saponificação ou adipocêra 
Ocorre em ambientes úmidos, pouco ventilados e quentes. Ocorre quando há reação da gordura com solos alcalinos e fica com aspecto de sabão líquido; esse tem o aspecto do vivo.
CRONOTANATODIAGNOSEÉ o estudo da hora em que a morte ocorreu. É fundamental para dirimir dúvidas sobre a provável data da morte, bem como no esclarecimento da causa jurídica da morte. É também usada para determinar situações de pré-moriência e comoriência: quando não consegue determinar quem morreu antes.
· Comoriência
Se não conseguir determinar, fica determinado que todos morreram na mesma hora. Usada na legislação brasileira.
· Pré-moriência: 
Admite que algumas pessoas morreram antes das outras em grandes tragédias (exemplo – os velhos morrem primeiro que os adultos; as mulheres morrem primeiro que os homens; as crianças morrem primeiro que os adultos; os velhos morrem primeiro que as crianças). 
· Cronatognose

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