Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PPCP – PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO AULA 1 Prof.a Rita G. Barchik 2 CONVERSA INICIAL Olá, queridos alunos. Estamos iniciando nossos estudos da disciplina de PPCP – Planejamento, Programação e Controle da Produção. Ao longo de nossas aulas, trataremos de diversos aspectos importantes que, quando bem gerenciados e acompanhados, afetam positivamente os resultados organizacionais. Para começar, vamos entender um pouco sobre o que é o planejamento da Produção, suas funções, aplicabilidade, importância estratégica e correlações com o fluxo de informações e processos nos diversos relacionamentos entre as áreas e a Produção. Analisaremos, também, os métodos de controle dos sistemas produtivos e de decisões tomadas no sistema de PPCP em curto, médio e longo prazo. É importante que, no decorrer de nossas aulas, você busque se familiarizar com os termos apresentados, utilizando os exemplos citados para criar mentalmente cenários que permitam o bom entendimento do conteúdo. O objetivo de nossa disciplina é a compreensão da importância do PPCP dentro das organizações – não só programar corretamente, mas controlar o fluxo de processos e informações do que foi programado durante sua execução. Ao final da disciplina, você olhará para a Produção com outros olhos. Perceberá que, quando bem gerida e bem programada, ela pode ser um diferencial estratégico para a empresa no cenário competitivo. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Em nosso contexto atual, com o aumento do acesso à informação e, principalmente, do compartilhamento dessa informação, os consumidores estão cada vez mais exigentes e informados acerca do que realmente querem e precisam para suas vidas. Torna-se, portanto, obrigatória a adaptação das empresas ao que o mercado exige. Não é mais possível simplesmente produzir e achar que o mercado irá absorver a sua Produção meramente pela marca que você ostenta. Cada vez mais se faz necessário para as organizações modernas a gestão de seus custos (buscando reduzi-los ao máximo), a fim de posicionar os produtos ou serviços na área de venda a um preço atrativo para o consumidor. Conforme dissemos, este consumidor sabe quanto vale realmente o seu produto. 3 É importante lembrarmos que a empresa não pode ser caracterizada como organização filantrópica (algumas até podem ser, em sua essência). As empresas nascem com a grande missão de gerar resultados (sejam financeiros – para seus donos e acionistas –, seja a satisfação, para seus funcionários, melhores condições de vida para a sociedade que a cerca etc.) e, por esse motivo, é fundamental a redução gradativa dos seus custos. Deste modo, a grande missão da empresa é a diminuição de custos, com vistas a aproximar consumidores por meio de preços atrativos, gerando dividendos para os proprietários. Parece fácil, não? Mas nem sempre é. Existem vários fatores que impactam diretamente a Produção da empresa. Estar antenado a esses aspectos se torna essencial. Uma ferramenta largamente usada pelas organizações é o PPCP (Planejamento, Programação e Controle da Produção). Por meio do emprego correto dessa metodologia, a empresa pode ter, em tempo real, respostas aos aspectos que impactam (ou podem impactar) seus resultados. Por exemplo: imagine uma empresa que não possui nenhum tipo de controle sobre 1) o que é produzido em suas instalações, 2) seus níveis de estoque ou 3) o número de funcionários necessário para a realização da sua operação. Essa empresa pode estar 1) com mão de obra ociosa (ou sobrecarga de trabalho), 2) com excesso de estoque (que aumenta seu custo de Produção) ou, na pior das hipóteses, 3) na iminência de parar seu fluxo produtivo por falta de matéria-prima ou de componentes para alimentar a cadeia produtiva. O que veremos a seguir são os conceitos que nos permitem a possibilidade de programar corretamente o que será produzido, o que é fundamental para as organizações, visto que a eficácia do sistema produtivo depende do PPCP tanto para a organização quanto para o consumidor final. TEMAS TEMA 1 – CONHECIMENTOS INTRODUTÓRIOS SOBRE O PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO A disciplina de PPCP é extremamente interessante para auxiliar a compreensão de uma Produção, além de quais sistemas são utilizados para tal, pois a automação toma conta dos processos industriais. Para isso, é necessário entender os principais conceitos sobre Produção. 4 A Produção é um componente associado ao desenvolvimento de grandes nações. Bezerra (2013) afirma que os países desenvolvidos só chegaram ao patamar de desenvolvimento que possuem devido à eficiência de seus processos produtivos. Então, o que é Produção? Produção é uma série de estágios e processos econômicos que levam bens e serviços às pessoas ou, simplesmente, como vemos no nosso dia a dia, Produção é “transformação”, ou seja, a transformação de componentes e matérias-primas em produtos finais, destinados aos consumidores finais com valor agregado. O próprio termo “país desenvolvido” é, por vezes, confundido com “país industrializado”, pois esses países acabam promovendo, junto à maior industrialização, maior renda per capita, ou seja, são mais ricos e fornecem condições de vida melhores para seus cidadãos. Ainda segundo Bezerra (2013), as grandes consequências para a forma como a Produção é percebida advêm da alteração em sua forma de realização, ocorrida no período conhecido como Revolução Industrial. Antes da Revolução, a Produção era uma atividade individual, realizada pelo artesão; depois, passou a ser efetivada por um grupo de pessoas e com o auxílio de máquinas. Os frutos dessa grande mudança são colhidos até hoje, pois cada pessoa faz uma pequena parte do todo: a quantidade produzida aumenta e os custos unitários de produção diminuem. Porém, essa fase – da industrialização e da massificação da Produção – trouxe a necessidade da utilização de algumas ferramentas por parte da empresa, visando determinar o controle que o novo método de trabalho demandava. Estas ferramentas são: Processos de Produção, Sequenciamento de Produção e Planejamento Estratégico de Produção. Os Processos de Produção estão presentes em quase todas as organizações, mas nem sempre foi assim. Foi a partir do processo de massificação da Produção que se deu a necessidade de procedimentos para demonstrar ao funcionário como a tarefa deve ser realizada (porque, agora, ele faz apenas uma parte, e não o todo, como na era dos artesãos). Esses Processos de Produção nada mais são do que a descrição detalhada de cada operação ou de parte da construção do produto da empresa, tornando possível que uma pessoa seja capaz de realizar a tarefa seguindo apenas o que está escrito, mesmo sem experiência e conhecimento. 5 O Sequenciamento da Produção é um fator extremamente importante ao pensarmos em uma empresa que produz mais de um item (empresas que produzem apenas um item focam apenas no volume diário). Quando uma empresa produz uma variedade de produtos (mix de Produção) existe uma ordem cronológica do que deve ser produzido antes, seja por tempo gasto na Produção ou por necessidade de atendimento de pedido. Esse sequenciamento deve ser feito de forma cautelosa. Segundo Paranhos Filho (2012), deve obedecer a, basicamente, dois parâmetros: ordem dos recursos que serão alocados e sequência do processamento das ordens de Produção. Para o autor, deve-se adotar algumas regras no momento do Sequenciamento de Produção, visando maximizar o ganho da empresa e diminuir cada vez mais o tempo de processamento: 1) utilizar o PEPS (Primeiro que Entra Primeiro que Sai) nas matérias- primas e componentes; 2) dar preferência a itens que tenham menor tempo de processamento (mais rápidos de fazer); 3) conhecer adata de entrega definida, para que haja tempo de produzir todos os itens necessários para atender cada pedido; 4) ter prioridade definida, para que não se gaste tempo produzindo algo que será entregue depois de outro produto que ainda não teve sua produção iniciada. O Planejamento Estratégico da Produção consiste na utilização, pela empresa, de estratégias de Produção bem definidas, a fim de obter vantagens competitivas frente a seus concorrentes, visando sempre satisfazer o consumidor da melhor forma possível. Santos (2015) ressalta, por exemplo, que, por vezes, é mais interessante para a empresa deixar de produzir determinado item que não lhe traga grande retorno para focar suas forças e atenções em itens realmente vantajosos financeiramente. Por fim, ela também determina que, para que o planejamento estratégico da Produção realmente faça sentido na empresa, todas as grandes áreas devem estar envolvidas (Marketing de Vendas, Produção, Finanças, Gestão de Pessoas, entre outras). 6 TEMA 2 – NATUREZA DO PPCP Segundo Bezerra (2013), planejar é a arte de prever o futuro (mesmo sabendo que prever o futuro é algo difícil, devido aos inúmeros aspectos que podem influenciar esta previsão). Em razão de diversos elementos que podem reconfigurar esse planejamento, é cada vez mais imprescindível o acesso às informações e que, principalmente, elas sejam confiáveis. Outro ponto importante em relação ao planejamento é a necessidade da interdisciplinaridade entre os vários setores da empresa. Todos eles devem operar em sintonia, buscando o objetivo geral da organização. Uma empresa que produz determinado item, por exemplo, precisará do auxílio da Engenharia para desenvolver o produto, da Produção para produzi-lo, do Marketing para promovê-lo e de Vendas para vendê-lo. Para Bezerra (ibid.), a atividade de planejamento deve ser extremamente mutável e flexível, ou seja, é necessário adaptar-se a cada mudança que ocorre durante o processo. Porém, existem variações de graus de complexidade, em função dos fatores envolvidos no processo. Destes fatores, os principais são: Quantidade de componentes do produto; Variedade de produtos oferecida ao mercado pela empresa; Processo em si, quantidade de máquinas e etapas; Variação de demanda, aumento ou diminuição de quantidade produzida e entregue; Compra de matéria-prima, principalmente quando são produtos sazonais ou importados. No que diz respeito ao tempo do planejamento, ou seja, à abrangência temporal do planejamento, podemos classifica-lo como de curto, médio e longo prazo. O que determina a importância de cada um também são questões bem específicas. Planejamento de curto prazo: quando se planeja a quantidade de Produção diária e o volume de atendimento; Planejamento de médio prazo: quando se planeja compra de matéria- prima para um período mais logo, o gerenciamento de estoques de emergências ou de demandas sazonais; 7 Planejamento de longo prazo: quando se planeja compra de maquinários e possíveis aberturas de filiais ou projetos de expansão da planta já existente. Santos (2013, p. 15) define planejamento como “o processo de tomada de decisão realizado para antecipar uma desejada ação futura, utilizando meios eficazes para caracterizá-lo”. A autora ainda tece a divisão do planejamento dentro da função Produção em três níveis: planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional: Planejamento estratégico: neste nível de planejamento, as tomadas de decisão são voltadas para ações de longo prazo, que envolvem um grande valor financeiro por parte da empresa; nesse nível, são definidas as metas a serem alcançadas pela organização, assim como o escopo de trabalho dela; Planejamento tático: esse nível do planejamento é associável a decisões de médio prazo, ou seja, decisões que não são gerenciais, mas que estão acima do nível operacional. Cabe a esse nível definir quais recursos serão aplicados e quanto destes recursos será empregado para alcançar as metas estipuladas nas fases iniciais do processo; Planejamento operacional: esse nível de planejamento pode ser correlacionado com o curto prazo. Não há altos valores financeiros nessas decisões, pois elas estão mais ligadas ao dia a dia do funcionário. Exemplo: planejamento diário da Produção. Figura 1: Níveis de planejamento em relação ao tempo Fonte: http://www.cidademarketing.com.br/2009/ar/33/objetivos-estratgicos-tticos-e- operacionais-.html. http://www.cidademarketing.com.br/2009/ar/33/objetivos-estratgicos-tticos-e-operacionais-.html http://www.cidademarketing.com.br/2009/ar/33/objetivos-estratgicos-tticos-e-operacionais-.html 8 Por fim, a natureza do PPCP tem ligação direta com o avanço dos fatores relacionados com a Produção, percebido em diversos setores da empresa, como financeiros (demanda versus Produção), físicos (máquinas e equipamentos) e humanos (mão de obra e treinamento), para oferecer serviços de elevada qualidade. Conforme Bezerra (2013), é importante salientar que todos os níveis de planejamento possuem importância no processo produtivo das organizações, cada um dentro da sua amplitude de atuação, desde as menores decisões (operacionais de curto prazo) até as mais impactantes (estratégicas de longo prazo). De nada adianta possuir um excelente planejamento estratégico de longo prazo se, durante as tarefas do dia a dia, as decisões e atitudes não são realizadas de forma correta. Assim, todo o trabalho macro é colocado em risco. Para o autor, é de extrema importância manter o foco no planejamento, tanto no momento de sua criação como no acompanhamento e controle do que está ou não sendo cumprido, promovendo alterações sempre que necessário. Nenhum planejamento deve ser engessado e inflexível. TEMA 3 – IMPORTÂNCIA DO PPCP Para que as decisões das organizações tenham sucesso em suas operações e consigam cada vez mais obter vantagens competitivas, é imprescindível que o PPCP funcione como um “reloginho”, ou seja, todos os pontos devem trabalhar com perfeição. É importante lembrar que a primeira fase do PPCP é o planejamento, portanto, as empresas devem focar, primeiramente, em planejar sua Produção, assim como as ações necessárias para que ela aconteça. O planejamento é apenas a primeira parte do processo que faz com que a empresa obtenha sucesso, mas não é a única. Após o planejamento, a empresa busca a implementação do que foi planejado. Nessa fase, na qual o acompanhamento e o controle desempenham um papel importantíssimo, quanto antes for evidenciado um desvio e corrigido, melhor será o resultado dentro daquilo que foi planejado. A importância do PPCP nas organizações pode ser observada em diversas áreas: ele atua no planejamento das atividades, mas também no seu acompanhamento, fazendo, sempre que possível, um paralelo entre o planejado e o realizado. 9 O planejamento deve contemplar todo o detalhamento das tarefas que serão realizadas, permitindo verificar a interdependência entre as atividades, a montagem de cronogramas, a alocação de recursos, a identificação dos custos e todos os demais itens que compõem a atividade. O nível de detalhamento do planejamento é bastante relevante, uma vez que ele servirá como guia para a execução das tarefas e para a medição de desempenho. Deste modo, este documento deve ser bastante preciso, a fim de que não ocorram distorções entre o que é esperado e o que será realizado de fato. Existem diversas formas de controle que podem ser empregadas no PPCP: 1) controles técnicos, que se referem à qualidade dos produtos e à execução dos serviços – de certa forma, previsível e de fácil execução, pois são baseados em normas e especificações técnicas; 2) controles de função econômica – para medir os valores gastos e o que estásendo desperdiçado no momento da execução da atividade; 3) controles financeiros, que envolvem os valores de fluxo de caixa, permitindo que a empresa opere no azul e esteja sempre saudável (financeiramente falando). Por fim, o planejamento (etapa que possui muita importância no PPCP) não é uma atividade a ser encarada como uma “simples etapa”. Ele deve ser pensado como a parte mais importante do processo, pois é quando se determina, por exemplo, as etapas pelas quais os produtos irão passar, onde serão realizadas atividades especificas do produto (dimensão horizontal), como essas etapas são interligadas e como são vinculadas com os diferentes níveis gerenciais de uma organização (dimensão vertical). TEMA 4 – ESTRUTURA GERAL DO SISTEMA DE PPCP Já vimos um pouco sobre os aspectos relacionados à aplicação e funcionalidade do PPCP nas empresas. Agora, vamos buscar aprofundar alguns desses elementos, para que você consiga, realmente, compreender sua importância no contexto das empresas e suas principais atribuições. Os principais elementos que compõem o PPCP são Planejamento, Programação e Controle da Produção (que formam a sigla PPCP). Para entender 10 como usar essa ferramenta na prática das empresas, é preciso entender o que, de fato, ela significa e quais as atribuições de cada uma dessas etapas. Planejamento A etapa de planejamento envolve a criação e a determinação de uma série de diretrizes para o processo de Produção, colocadas na fábrica em forma de planos. Decide-se o que produzir, determina-se a demanda para os próximos períodos e alinha-se tudo isso ao custo de produção determinado pela empresa. Após essa fase inicial do planejamento, inicia-se o planejamento do produto propriamente dito. Nessa etapa, cria-se um documento chamado de “Plano Mestre de Produção”, que contém a determinação do que será produzido em períodos curtos de tempo. Finalmente, na etapa de planejamento, cria-se o planejamento da necessidade de materiais, determinando os meios que a empresa irá adotar para alcançar o os objetivos planejados. Programação Tendo o Plano Mestre de Produção criado, parte-se para o próximo passo dentro da metodologia do PPCP: a Programação de Produção. É importante ressaltar que você pode fazer a Programação da Produção sem possuir o planejamento, contudo, não é algo comum. O mais natural é que a empresa faça o planejamento macro do processo para, depois, fazer a Programação da Produção. A Programação da Produção consiste, basicamente, em determinar o que, quando, quanto, onde e em quê sequencia o produto será fabricado. Entende-se a programação como a conciliação entre suprimento e demanda, definidos em termos de volume e tempo. Controle Apreende-se por “controle” a comparação entre o que foi planejado e o que está sendo produzido efetivamente; consiste em estar a par do que acontece em tempo real. Quanto antes for identificado um possível desvio, antes ele será corrigido e antes tomará o caminho correto dentro do que estava planejado. 11 Para obter um Plano de Controle correto, utilizam-se dados do Plano Mestre de Produção como entrada no processo de controle. Os resultados aparecem à medida que as atividades acontecem. Existem várias ferramentas que possibilitam o controle das atividades, porém, a maior parte delas é informatizada, e está dentro do próprio sistema produtivo das empresas. Produção A grande maioria das empresas possui transformação de matérias-primas em produtos acabados. Nesse processo produtivo, são envolvidas várias atividades e tarefas, as quais exigem planejamento detalhado e acompanhamento rigoroso em cada uma das etapas planejadas. Sendo a Produção o foco principal da empresa, é importante saber como executar as atividades, buscando cada vez mais chegar próximo à perfeição, em termos de qualidade e atendimento ao cliente. A empresa pode e deve ter como foco principal o “produto” – como fazer e como acompanhar essa manufatura. Porém, ela não deve, em momento algum, negligenciar seus clientes, afinal, eles determinam a aceitação ou não de seus produtos. TEMA 5 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO Iniciamos este nosso conteúdo lembrando que, nas empresas, nem sempre temos todos os recursos para escolher a modalidade de Produção e seguir apenas com ela. No cenário brasileiro, há vários aspectos que podem influenciar esse processo, levando as empresas a alternarem entre as modalidades de Produção. Em primeiro lugar, devemos estudar e entender quais são esses Sistemas de Produção. Deles, os mais utilizados e conhecidos são: Sistema de Produção em massa, Sistema de Produção por Lotes e Sistema de Produção por Projeto. Sistema de Produção em Massa Nesta modalidade de Produção, também conhecida como Sistema de Produção Contínua, a maior característica a observar é um sequenciamento linear de produção. O maior desafio dessa modalidade é encontrar um balanceamento entre as operações ou atividades que compõem a Produção. 12 Nela, existe a substituição maciça da mão de obra humana por máquinas, devido ao alto índice de repetitividade das tarefas. A qualificação da mão de obra é baixa e os volumes produzidos devem ser altos para recuperar os valores investidos na aquisição das máquinas e equipamentos. Sistema de Produção por Lotes Desta vez, o que mais chama à atenção é o fato de a produção não ser contínua nesta modalidade. Por esse motivo, esse sistema também é conhecido como Sistema de Produção Intermitente, em lotes. Sua mão de obra é especializada, devido às constantes mudanças nas calibragens das máquinas, necessárias em vista do intercâmbio de tipos de produtos. Existe uma variação de volume de produção. Dado isto, as empresas devem ter flexibilidade em seus processos, pois nem sempre será possível produzir um grande volume do mesmo produto. Essa modalidade é destinada ao atendimento de mercados nos quais a demanda é variada (sazonal). Sistema de Produção por Projetos Aqui, o produto é o único, ou seja, a produção é exclusiva. Todas as máquinas e pessoas envolvidas no processo devem ter essa consciência: de que o produto é único e exclusivo. As pessoas são altamente qualificadas e as tarefas não possuem um fluxo. Cada pessoa deve trabalhar de forma independente. Apesar de fluxo e volume de produção serem baixos, a rentabilidade desse Sistema de Produção, geralmente, é bem atrativa. Assim, o que podemos observar é que os aspectos que a empresa definirá como Sistema de Produção padrão terão um efeito no PPCP, também empregado. As características de engenharia e de processos da empresa influenciarão, de igual modo, a forma adotada pelo Planejamento de Produção. Deve-se destacar, porém, que o PPCP depende da escolha da estratégia de produção da empresa (em massa, em lotes ou em projetos), mas não se limita a isso; ela apenas direcionará que caminhos o PPCP deverá seguir, quais opções de compra serão feitas, qual fluxo de Produção, e assim por diante. 13 Texto de Leitura - Tema de Pesquisa Para conhecer mais detalhes dos Sistemas de Produção, leia o item 1.3, p. 19-23 do livro PPCP – Planejamento, Programação e Controle da Produção - http://aulaaberta.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788544302828/pa ges/19 NA PRÁTICA Caso de ensino – como uma empresa conseguiu aperfeiçoar seus resultados com a melhoria na movimentação das peças em suas instalações. Disponível em: http://www.belge.com.br/indman_icl_Port.php. Sobre a empresa A ICL Louças Sanitárias S/A é líder brasileira no mercado de louças sanitárias, comercializando as marcas Celite, Incepa e Logasa. No Brasil, as atividades de louças sanitárias, assim como de revestimento cerâmico, fazem parte do Grupo Roca (Espanha), que possui operações em 25 países. A produção de louças sanitárias é um processocomplexo, pois envolve produtos relativamente delicados. Por esta razão, a movimentação de estoque em processo e de produtos acabados é uma área crítica de uma fábrica deste tipo. Objetivos e escopo A equipe da ICL Louças Sanitárias responsável pela Unidade Industrial Santa Luzia percebeu uma ótima oportunidade de otimização da planta: a racionalização da movimentação de peças na área da inspeção final, objetivando a redução de custos que não agregam valor ao produto final e também a redução de quebras ocorridas durante o manuseio. Além desta racionalização, outro objetivo do projeto foi o de assegurar a continuidade e a ordem do fluxo de peças entrando na área de classificação. Foi determinada uma meta a atingir: aumentar a capacidade da fábrica de 120 mil para 200 mil peças/mês, possibilitando, também, a visualização do layout da área na configuração, para maior capacidade. http://aulaaberta.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788544302828/pages/19 http://aulaaberta.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788544302828/pages/19 http://www.belge.com.br/indman_icl_Port.php 14 Protocolo de resolução da situação proposta Leia o caso acima e, com base no conteúdo e nos materiais apresentados nesta rota, analise as questões propostas abaixo, buscando ampliar seu conhecimento, propondo alternativas diferentes daquela implementada pelos personagens do caso. 1. Qual a sua análise sobre os aspectos relacionados à aplicação do PPCP que deveriam ser observados para o projeto em questão? 2. Como os conceitos do PPCP podem ser aplicados para melhorar a produtividade da empresa, levando-a a atingir o objetivo de 200 mil peças/mês? 3. O artigo fala somente sobre melhorias na área de inspeção final. Como outras áreas também poderiam ser melhoradas, contribuindo, assim, com o projeto? SÍNTESE Percebemos, ao longo de nosso conteúdo, que a metodologia de trabalho do PPCP está muito presente no dia a dia das empresas, por menores que sejam, sendo fundamental para garantir que a Produção ocorra de forma correta em relação ao que dela se requere. Quando buscamos entender os aspectos que influenciam o funcionamento das empresas, conseguimos visualizar um emaranhado de atividades complexas interligadas, com diversas tarefas que devem ser ordenadas de maneira adequada, para atingir um objetivo. Para que ocorra o correto encadeamento dessas atividades, diversos profissionais especialistas deverão participar da elaboração do Planejamento e da Programação, e, na sequência, continuar com foco no Controle, para que seja cumprido o que foi planejado, garantindo que os resultados se aproximem do objetivo. Os diversos elementos que compreendem o PPCP permitem que a empresa haja em prol do alcance dos seus objetivos, sem atuar de forma desorganizada, “apagando incêndios”. Os aspectos básicos que compõem o PPCP são: Planejamento, Programação e Controle da Produção. Todas estas etapas devem ser seguidas de forma coerente e sequencial, para que não ocorram ações desnecessárias e 15 gastos operacionais que não trarão retorno para a organização. As etapas do PPCP podem ser relembradas a seguir: Planejamento: a etapa de planejamento envolve a criação e a determinação de uma série de diretrizes para o processo de Produção, colocadas na fábrica em formas de planos. Decide-se o que produzir, determina-se a demanda para os próximos períodos e alinha-se tudo isso ao custo de Produção determinado pela empresa. Após essa fase inicial do planejamento, tem início o planejamento do produto propriamente dito; Programação: tendo o Plano Mestre de Produção criado, parte-se para o próximo passo da metodologia do PPCP, a Programação de Produção; Controle: entende-se por controle a comparação entre o que foi planejado e o que está sendo produzido efetivamente. O “Controle” consiste em estar a par do que acontece em tempo real. Quanto antes for identificado um possível desvio, antes será corrigido e antes tomará o caminho correto dentro do que estava planejado. REFERÊNCIAS SANTOS, Adriana de Paula. Planejamento, Programação e Controle da Produção. Curitiba, InterSaberes, 2015. BEZERRA, Cícero Aparecido. Técnicas de planejamento, programação e controle da Produção: aplicação em planilhas eletrônicas. Curitiba: Intersaberes, 2013. PARANHOS FILHO, Moacyr. Gestão da Produção Industrial. Curitiba, InterSaberes, 2012.
Compartilhar