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Área de Treinamento EST IMULE AGORA SEUS CONHECIM EN TO S EST IMULE AGORA SEUS CONHECIM EN TO S “Todos nós conhecemos pessoas que, em circunstâncias muito difíceis, como no caso de uma doença terminal ou grave incapacidade física, man- têm uma força emocional admirável. Como sua integridade nos inspira! Nada causa impressão mais forte e duradoura no ser humano do que per- ceber que alguém superou o sofrimento, transcendeu as circunstâncias e abriga e expressa valores que inspiram, enobrecem e dão mais sentido à vida.” Os sete hábitos das pessoas altamente efi cazes Stephen R. Covey Recomendamos acessar esta área de treinamento após conclusão do módulo teórico desta apostila. Estude detalhadamente cada capítulo e após fi rmado todos os conceitos, sedimente os seus conhecimentos através dos testes. 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Atenciosamente, Dr. Gama Coordenador Acadêmico 14 Questões para Treinamento Eletrocardiografi a UFCG – 2015 1. Mulher, 33 anos, com história de dispneia progressiva aos esforços há cerca de quatro meses, evoluindo com ortop- neia e episódios de dispneia paroxística noturna frequentes. Ao exame, ictus cordis posicionado no quinto espaço in- tercostal, na altura da linha hemiclavicular. Ausculta do tórax evidenciou ritmo cardíaco regular, com hiperfonose de B1 em foco mitral e hiperfonese e desdobramento de B2 em foco pulmonar, além de presença de crépitos em ambas as bases pulmonares. Eletrocardiograma abaixo. Radiografi a de tórax mostrou alargamento da carina traqueal, quarto arco à esquerda, presença de duplo contorno à direita, cefalização dos vasos pulmonares e linhas B de Kerley. Índice cardiotorácico preservado. Pulso venoso mostrando onda “a” ampla. O achado ecocardiográfi co mais provavelmente encontrado nesta paciente foi: a) dilatação biatrial, mais severa em átrio esquerdo, com sinais de hipertensão pulmonar. Presença de fusão de comissu- ras em válvula mitral, com calcifi cação de seus folhetos e redução de sua área. Ventrículo esquerdo sem alterações b) hipertrofi a excêntrica de ventrículo esquerdo, com hipocinesia difusa. Sinais de regurgitação valvar mitral importan- te. Presença de sinais de hipertensão pulmonar c) hipertrofi a concêntrica de ventrículo esquerdo, com sinais de estenose aórtica grave. Presença de sinais de hiperten- são pulmonar severa d) hipertrofi a assimétrica de ventrículo esquerdo, predominante ao nível de septo, com obstrução dinâmica da via de saída de ventrículo esquerdo e) derrame pericárdico com sinais de tamponamento. Ausência de alterações miocárdicas ou valvares ACERTEI ERREI DÚVIDA UFPA – 2015 2. Criança de 15 meses de vida, previamente saudável, é encontrada pela mãe no berço, inconsciente e cianótica, após a mamada da madrugada. A criança chega à sala de emergência inconsciente, cianótica, em apneia e com pulsos centrais ausentes. A conduta é iniciar: a) CAB com relação da compressão: ventilação, com dois socorristas de 15:2 b) ABCDE e só iniciar compressão quando o monitor chegar c) CAB com relação da compressão: ventilação, com dois socorristas de 30:2 d) CAB com relação da compressão: ventilação, com um socorrista de 15:2 e) ABCDE e acionar o médico da UTI para avaliar a criança porque só ele tem competência para tal, de acordo com seu ponto de vista ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIRIO – 2015 3. Elevação do segmento ST, localizado em V1 e V2, NÃO pode ser detectada no traçado eletrocardiográfico de: a) hipertrofia ventricular direita b) hipercalcemia c) padrão Brugada d) hiperpotassemia e) embolia pulmonar aguda ACERTEI ERREI DÚVIDA PUC-SP – Clínica Médica – 2015 4. Um paciente portador de hipertensão arterial e diabetes mellitus apresenta quadro agudo de dor precordial, palpita- ção e mal estar. Na Unidade de Pronto Atendimento, é realizado o eletrocardiograma abaixo e sua pressão arterial é de 122/76 mmHg. Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015152 O diagnóstico mais provável e a conduta a ser tomada são: a) fi brilação atrial aguda; cardioversão química com amiodarona b) fi brilação ventricular; cardioversão elétrica (200 J) c) infarto agudo do miocárdio de parede anterior extensa; ácido acetilsalicílico VO e fi brinólise d) infarto agudo do miocárdio de parede inferior; angioplastia primária ACERTEI ERREI DÚVIDA Santa Casa-BH – 2015 5. Após as medidas iniciais de hidratação, foi realizado eletrocardiograma no paciente, que revelou: ritmo de bradi- cardia sinusal com onda P de 3 mm de amplitude, intervalo PR de 240 ms, QRS de 170 ms de duração, extrassístoles ventriculares, depressão do segmento ST, seguido de inversão de onda T e presença de onda U. Assinale a conduta inicial MAIS adequada. a) providenciar um acesso venoso central imediatamente b) administrar gluconato de cálcio venoso, imediatamente, para estabilização da membrana da célula cardíaca c) solicitar vaga em unidade de terapia intensiva com urgência d) iniciar infusão de potássio em dois acessos venosos periféricos ACERTEI ERREI DÚVIDA SUS-PE – Clínica Médica – 2015 6. Mulher com 68 anos, HAS e DM, chega ao pronto atendimento com queixas de palpitações há meses, porém hoje com maior frequência e intensidade. Orientada. Pulsos cheios com PA: 130 x 60 mmHg. HGT: 142 mg/dL. ECG no momento: Traz ECG realizado em consulta há 15 dias. 14 Eletrocardiografi a 153 Entre as sugeridas abaixo, qual seria a melhor opção para o caso? a) reversão ao ritmo sinusal: propafenona + anticoagulação: marevan b) reversão ao ritmo sinusal: Cardioversão elétrica + anticoagulação: rivaroxabana c) controle da frequência: ivabradina + anticoagulação: aspirina d) controle da frequência: metoprolol + anticoagulação: dabigatrana e) reversão ao ritmo sinusal: amiodarona + anticoagulação: ticagrelor ACERTEI ERREI DÚVIDA UFU – Clínica Médica – 2015 7. Jorge, 26 anos dá entrada no Pronto Socorro UFU trazido de seu local de trabalho com quadro de alteração aguda do estado mental. Seus colegas relataram que o paciente agia de maneira normal quando chegou às 09h. Contudo, por volta do meio-dia observaram que ele estava desfalecido em sua cadeira, minimamente responsivo aos chama- dos e havia uma caixa de remédios aberta e sem rótulo em sua mesa. Os colegas informavam um antecedente de dor lombar crônica e alguns problemas disciplinares recentes na empresa. Na caixa de remédios havia vários tipos de comprimidos e cápsulas. Ao exame físico - muito sonolento ao momento para dar qualquer tipo de informação adicional, afebril, corado e hidratado. O ritmo cardíaco é regular com frequência de 96 bpm e PA aferida em 134/76 mmHg. Ausculta pulmonar normal com Fr = 16 incursões por minuto. A respiração é espontânea e o paciente parece conseguir controlar as se- creções das vias aéreas. Abdome inocente e tempode enchimento capilar normal. Não há sinais de trauma craniano ou sinais de punções venosas recentes. Saturação periférica de O2 em 100% com máscara a 15l/min. Glicemia capilar medida em 105 mg/dl. Resposta verbal ausente, abertura ocular aos estímulos dolorosos com apresenta movimento de retirada, pupilas midriáticas bilateralmente com diâmetro de 5 mm e reagem à luz igualmente. Não há sinais meníngeos, massas tireoidianas ou cicatrizes em região cervical. Logo após o exame físico qual o passo mais importante na estabilização inicial deste paciente? a) estabelecer acesso venoso e infundir 0,4 mg de Naloxone b) transferir o paciente imediatamente para o setor de imagem para realização de tomografia de crânio c) intubação orotraqueal imediata para proteção de vias aéreas d) solicitar avaliação do nefrologista para diálise de urgência e) estabelecer acesso venoso central para infusão de drogas vasoativas ACERTEI ERREI DÚVIDA Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015154 UFPA – Clínica Médica – 2015 8. As taquiarritmias de QRS estreito são as arritmias mais comuns em UTIs. Sobre o assunto, é correto afi rmar: a) se não houver instabilidade hemodinâmica, a cardioversão elétrica sincronizada está indicada b) se houver instabilidade hemodinâmica com intervalo RR regular, está indicado uso da adenosina c) se o RR for irregular, sem instabilidade hemodinâmica, deve-se realizar cardioversão elétrica independentemente do tempo de início da arritmia d) a adenosina está indicada apenas para casos com RR regular sem instabilidade hemodinâmica e) a amiodarona está indicada em todas as arritmias de QRS estreito, independentemente da estabilidade hemo- dinâmica ACERTEI ERREI DÚVIDA UFPA – Clínica Médica – 2015 9. Seu João foi internado devido à hemorragia digestiva alta, posteriormente defi nida como sendo de origem varicosa. Após estabilização hemodinâmica, paciente encontrava-se com PA: 120 x 70 e FC: 54 bpm com ritmo irregular. Foi efetuado o ECG a seguir. Com base no ECG acima, é correto afirmar quanto ao diagnóstico eletrocardiográfico e à conduta, que se trata de: a) bradicardia sinusal, não há problema em iniciar o betabloqueador em dose baixa b) bradicardia sinusal, com frequência inferior a 60 bpm, o que contraindica o uso do betabloqueador c) bloqueio atrioventricular total, com indicação de implante de marcapasso defi nitivo d) BAV de primeiro grau, com indicação de uso de bloqueador do canal de cálcio e) BAV de segundo grau, Mobitz I, o que contraindica o uso do betabloqueador ACERTEI ERREI DÚVIDA UFPA – Clínica Médica – 2015 10. Paciente de 33 anos chega ao PS queixando-se de dor precordial contínua e intensa há aproximadamente 24 horas associada a palpitações e fadiga aos mínimos esforços. De imediato é solicitado um ECG (Ver fi gura abaixo). 14 Eletrocardiografi a 155 Com base nos dados acima, a conduta terapêutica inicial apropriada é a) AAS 200 mg + Propranolol 40 mg b) AAS 200 mg + Clexane 1 mg/Kg c) estreptoquinase 1.500.000 UI IV d) omeprazol 40 mg IV e) cetoprofeno 100 mg IV ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIRIO – Clínica Médica – 2015 11. O encontro, no ECG de prolongamento, do intervalo QT com uma dobra convexa no ponto J (onda Osborn) está relacionado a(ao): a) hipocalcemia. b) uso de digitálicos. c) hemorragia subaracnoidea. d) uso de amiodarona. e) hipotermia acentuada ACERTEI ERREI DÚVIDA FMJ – 2015 12. M.L.G., 60 anos, sexo feminino, em tratamento para hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e disli- pidemia, queixa-se de desconforto epigástrico iniciado há 2 horas, e procura o Pronto- Socorro. Na entrada, encontra se em regular estado geral, FR: 24 ipm, FC: 124 bpm, PA: 140 × 90 mmHg, bulhas rítmicas e hipo- fonéticas sem sopros. Ausculta pulmonar sem ruídos adventícios, SO2: 95%. Foi solicitado um eletrocardiograma em 10 minutos, como o apresentado a seguir: Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015156 Em relação ao quadro e de acordo com as normas vigentes do Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, o diagnóstico e a conduta correta são, respectivamente: a) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip I. AAS 300 mg, clopidogrel 600 mg, metoprolol 5 mg IV, enoxaparina 30 mg SC, oxigênio suplementar e angioplastia primária b) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip I. AAS 300 mg, clopidogrel 600 mg, heparina não fracionada 60 UI/kg IV e angioplastia primária c) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip I. AAS 300 mg, clopidogrel 300 mg, heparina não fracionada 60 UI/kg IV, oxigênio suplementar e angioplastia primária d) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip II. AAS 300 mg, clopidogrel 300 mg, heparina não fracionada 60 UI/kg IV, metoprolol 5 mg IV, fibrinólise com alteplase e) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip II. AAS 300 mg, clopidogrel 600 mg, heparina não fracionada 60 UI/kg SC e angioplastia primária ACERTEI ERREI DÚVIDA FMJ – 2015 13. Mulher, 66 anos, com queixa de palpitações há 20 minutos, desencadeada ao repouso. Ao exame físico, na en- trada de um serviço de emergência, encontrava se em regular estado geral, pálida, FC: 198 bpm, PA: 100 x 60 mmHg, SO2 em ar ambiente: 98%, ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações. Foi monitorizada, puncionado acesso venoso periférico e solicitado eletrocardiograma, conforme imagem a seguir: 14 Eletrocardiografi a 157 O diagnóstico eletrocardiográfico mais provável e a conduta adequada são, respectivamente: a) taquicardia paroxística supraventricular, provável mecanismo de reentrada atrioventricular. Adenosina 6 mg IV, seguida de 12 mg IV, se não houver resposta b) taquicardia paroxística supraventricular, provável mecanismo de reentrada atrioventricular. Compressão carotídea após ausculta local, seguida de adenosina 6 mg IV e 12 mg IV, após c) flutter atrial com condução 2:1. Cardioversão elétrica imediata pelo risco de taquimiocardiopatia d) taquicardia paroxística supraventricular, provável mecanismo de reentrada nodal. Adenosina 6 mg IV, seguida de 12 mg e 12 mg IV novamente, se não houver resposta e) fibrilação atrial de alta resposta ventricular. CVE imediata pelo risco de taquimiocardiopatia ACERTEI ERREI DÚVIDA Santa Casa-BH – Clínica Médica – 2015 14. São causas de baixa voltagem no eletrocardiograma, EXCETO: a) amiloidose cardíaca b) derrame pericárdico c) hipotireoidismo d) miocardite ACERTEI ERREI DÚVIDA UEPA – 2015 15. Paciente do sexo masculino, 68 anos, chegou ao Pronto-Socorro com quadro de choque hipovolêmico (torpor, pres- são arterial: 70 x 50 mmHg, enchimento capilar retardado, pele fria e oligúria) após 3 dias de diarreia intensa. Durante avaliação no Pronto Socorro, enquanto recebia ressuscitação volêmica com cristaloides e aguardava o re- sultado dos exames laboratoriais, foi realizado um eletrocardiograma que evidenciou a seguinte alteração: Considerando o exposto acima, o resultado de exame laboratorial compatível com o quadro clínico E responsável pela alteração eletrocardiográfica evidenciada é: a) pH: 7,22 / bicarbonato: 12 b) potássio: 2,7 c) potássio: 6,8 d) magnésio: 1,4 e) creatinina: 3,4 ACERTEI ERREI DÚVIDA UEPA – Clínica Médica – 2015 16. Paciente de 67 anos, sexo masculino, hipertenso em uso de betabloqueador e AAS, tabagista, dislipidêmico sem tratamento adequado, tem início de dor precordial intensa, tipo opressiva, com irradiação para membro superior esquerdo, face lateral do pescoço e mandíbula. Estava em repouso quando do início da dor. Nega uso de medicaçõespara disfunção erétil. Chegou à emergência com 60 min após o início da dor, sudoreico, PA: 170 x 110 mmHg, ausculta pulmonar sem alterações. Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco regular. Frequ- ência cardíaca: 68 bpm. Troponina I após 6h: 0,8 ng/ml (elevada). Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015158 ECG Instalados monitorizaçao, oxigenioterapia e acesso venoso periférico. A melhor conduta para o caso é: a) morfi na, AAS, Ticagrelor, Heparina de baixo peso molecular, Nitroglicerina EV, Atenolol VO, internação imediata em unidade coronariana e cateterismo precoce b) morfi na, AAS, Clopidogrel, Heparina não fracionada, Nitroglicerina EV, Metoprolol EV, internação imediata em unidade coronariana e teste ergométrico após 48 horas c) AAS, Heparina de baixo peso molecular, Nitroglicerina EV, Atenolol VO, internação imediata em unidade coronaria- na e cateterismo precoce d) morfi na, AAS, Ticagrelor, Heparina de baixo peso molecular, Nitroglicerina EV, Atenolol VO, Trombólise com r-TPA e) morfi na, AAS, Nitroglicerina EV, Atenolol VO e Angioplastia primária imediata ACERTEI ERREI DÚVIDA UFG – 2015 17. Paciente de 60 anos refere episódio de síncope há uma semana, após esforço físico vigoroso. Relata episódios de dor precordial também relacionado ao esforço, iniciados há dois meses. Nega acompanhamento prévio por qualquer patologia. Ausculta cardíaca: RCR em 3T (B4) com B2 hipofonética e com desdobramento paradoxal. Sopro sistólico +++/4, mais audível em borda paraesternal esquerda com irradiação para carótidas. O ECG do paciente é: 14 Eletrocardiografi a 159 No caso desse paciente, o diagnóstico mais provável é: a) infarto agudo do miocárdio sem supra de ST. b) insuficiência mitral isquêmica. c) estenose aórtica importante. d) comunicação interatrial. ACERTEI ERREI DÚVIDA UFG – 2015 18. A presença do supradesnivelamento do segmento ST (supra de ST) ao ECG pode ser indicativo de: a) infarto agudo do miocárdio, angina de Prizmetal e endocardite b) aneurisma ventricular, quando está presente em uma fase tardia de um infarto do miocárdio com supra de ST c) reperfusão, quando sua diminuição é maior que 25% na derivação de maior amplitude d) infarto agudo do miocárdio, quando sua elevação é maior que 2 mm em mais de uma derivação frontal contígua ACERTEI ERREI DÚVIDA UFG – Clínica Médica – 2015 19. Um paciente de 58 anos, hipertenso e diabético, com antecedente de acidente cerebral isquêmico transitório há duas semanas, é atendido em um ambulatório de clínica médica. Ao exame, é detectado um ritmo cardíaco irregular, sem outras alterações. O eletrocardiograma é o seguinte: Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015160 Em relação ao caso clínico descrito, a conduta adequada é: a) amiodarona 200 mg/dia e realizar ecocardiograma transesofágico b) aspirina 300 mg/dia e realizar ablação por cateter do ritmo detectado c) varfarina 10 mg/dia e realizar ecocardiograma de estresse d) dabigatrana 300 mg/dia e realizar cardioversão após três semanas ACERTEI ERREI DÚVIDA UFG – Clínica Médica – 2015 20. Paciente de 22 anos é atendido no pronto-socorro de um hospital geral com quadro de dor torácica de forte inten- sidade, com três horas de duração. Refere que a dor piora ao se deitar, respirar profundamente e ao tossir (tosse frequente há uma semana associada a um quadro gripal). Realizado o seguinte eletrocardiograma: Qual é o diagnóstico? a) pneumotórax espontâneo b) infarto agudo do miocárdio c) pericardite aguda d) tromboembolismo pulmonar ACERTEI ERREI DÚVIDA Hospital Albert Einstein – 2015 21. Paciente adulto atendido no serviço de emergência devido a quadro de taquicardia sem evidência de comprometi- mento hemodinâmico. Ao monitor, apresentava ritmo cardíaco regular com QRS estreito e frequência cardíaca = 168 batimentos por minuto. Qual a conduta a ser instituída? a) desfi brilação cardíaca não sincronizada com choque bifásico de 100 J b) desfi brilação cardíaca sincronizada com choque bifásico de 100 J c) manobra vagal seguida de adenosina 6 mg EV caso não ocorra reversão ao ritmo sinusal d) manobra vagal seguida de cardioversão elétrica sincronizada com choque bifásico de 50 a 100 J caso não ocorra re- versão ao ritmo sinusal ACERTEI ERREI DÚVIDA 14 Eletrocardiografi a 161 PUC-RS – 2015 22. Homem de 18 anos apresentou dor retroesternal típica após jogar futebol. Hígido até então, nega uso de drogas ou fármacos. Na emergência, foi medicado com 1 comprimido de nitrato SL e 100 mg de aspirina VO; sucedeu-se, então, quadro sincopal de resolução espontânea. História familiar de morte súbita (primo aos 40 anos). Com base nesses dados e no ECG abaixo, qual é o diagnóstico mais provável? a) taquicardiomiopatia b) síndrome de Brugada c) síndrome do QT longo d) cardiomiopatia hipertrófica e) síndrome Wolf-Parkinson-White ACERTEI ERREI DÚVIDA UFRN – 2015 23. Homem de 47 anos, sem comorbidades conhecidas, procura o Pronto-Socorro com quadro de dispneia progressiva aos esforços há 3 semanas, apresentando atualmente sintomas ao repouso. Ao exame físico, apresenta estase jugular, murmúrio vesicular presente, sem ruídos adventícios e ritmo cardíaco regular, com bulhas hipofonéticas. Realizou o eletrocardiograma reproduzido a seguir. Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015162 De acordo com o quadro clínico apresentado, a alteração na pressão arterial mais provável nesse caso é: a) queda de 10 mmHg na expiração b) aumento de 15 mmHg com a inspiração c) queda de 20 mmHg com a inspiração d) aumento de 5 mmHg na expiração ACERTEI ERREI DÚVIDA UFRN – Clínica Médica – 2015 24. Homem de 39 anos, com queixa de síncope precedida de quadro de palpitações taquicárdicas há 1 dia. Refere ser dislipidêmico e estar usando atorvastatina 20 mg/dia. Realizou um eletrocardiocardiograma, cujo resultado está reproduzido a seguir. Em relação a esse paciente, o melhor tratamento é prescrever: a) propafenona via oral e encaminhar para ablação b) bloqueador do canal de cálcio via oral e encaminhar para estudo eletrofi siológico c) amiodarona via oral e fazer implante de cardiodesfi brilador implantável d) betabloqueador e realizar cateterismo cardíaco devido à presença de área inativa inferior ACERTEI ERREI DÚVIDA UFRN – Clínica Médica – 2015 25. Homem de 54 anos, tabagista e dislipidêmico, chegou a UPA com queixa de dor precordial em aperto de forte intensidade associada a náuseas e sudorese, com início 40 minutos antes. Ao exame físico, apresenta fácies de dor, sudorese profusa, pressão arterial 144 x 92 mmHg, FC 96 bpm, murmúrio vesicular presente sem ruídos adventícios, duas bulhas rítmicas normofonéticas, sem sopro, pulsos presentes e simétricos. Realizou o eletro- cardiograma mostrado a seguir. As derivações V3R e V4R também foram realizadas e não apresentaram alterações. 14 Eletrocardiografi a 163 Após análise do ECG, foram administrados AAS 300 mg, nitrato sublingual e morfina intravenosa, sem melhora do quadro. Nesse momento, considerando que o único serviço de hemodinâmica da região encontra-se em manutenção, e que a UPA é muito bem equipada, dispondo dos medicamentos necessários e mais adequados ao caso, o melhor trata- mento é prescrever: a) clopidogrel 75 mg, enoxaparina subcutânea e trombolítico fibrino específico intravenoso b) ticagrelor 180 mg, enoxaparina subcutânea e trombolítico fibrino específico intravenoso c) clopidogrel 300 mg, enoxaparina intravenosa e, após, subcutânea, e trombolítico fibrino específico intravenoso d) ticagrelor 180 mg, enoxaparina intravenosa e, após, subcutânea, e trombolítico fibrinoespecífico intravenoso ACERTEI ERREI DÚVIDA UNAERP – Clínica Médica – 2015 26. Paciente com 65 anos, masculino, com história de diabetes, hipertensão, doença coronariana, insuficiência cardíaca classe III. Em uso de tratamento adequado para essas doenças. Chega ao pronto-atendimento com queixas de ton- turas, náuseas, astenia e piora da dispneia. PA 140/80 FC 98 bpm. Exames realizados há 3 meses: ECG com sobrecarga de câmaras esquerdas e alteração de repolarização. Na+ 140 mEq/l (N: 136–146 mEq/L), K+ 5,1 mEq/l (N: 3.5–5.1 mEq/L), cálcio 7,5 mEq/l (N: 8.6–10.0 mg/dL), creatinina 1,9 mg% (N: 0.7–1.3 mg/dL). Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015164 Assinale a alternativa que apresenta a conduta adequada para esse caso, conforme ECG acima. a) AAS, clopidogrel, heparina, angioplastia primária b) cardioversão elétrica sincronizada 360 J c) infusão de glicose-insulina com gluconato de cálcio d) anticoagulação com heparina pela suspeita de tromboembolismo pulmonar e) iniciar tratamento com anticorpos Fab antidigoxina ACERTEI ERREI DÚVIDA UNAERP – Clínica Médica – 2015 27. Paciente de 43 anos de idade apresenta síncope após o jantar. É trazido à UPA de sua cidade, onde o exame físico mostra pressão arterial de 60 × 80 mmHg, palidez generalizada, sudorese fria profusa. O ECG mostra taquicardia ventricular com padrão de bloqueio de ramo direito com desvio do eixo elétrico para a esquerda, e frequência cardíaca de 204 batimentos por minuto. A melhor alternativa terapêutica para esse paciente é: a) procainamida endovenosa b) labetalol endovenoso c) amiodarona endovenosa d) adrenalina intracardíaca e) cardioversão elétrica ACERTEI ERREI DÚVIDA UNESP – Clínica Médica – 2015 28. Homem de 48 anos apresentou infarto agudo do miocárdio de parede inferior e, com 3 horas do início da dor, foi submetido à angioplastia primária de artéria coronária direita. Não havia lesões nos outros vasos coronarianos. Está internado há 56 horas na UTI coronariana e, neste momento, apresentou-se arresponsivo, com pulso ausente, apresentando o seguinte traçado no monitor multiparamétrico: 14 Eletrocardiografi a 165 O evento foi tratado com sucesso, e os seguintes exames foram realizados em seguida: ECG: ritmo sinusal, área ele- tricamente inativa em parede inferior (idêntico ao da admissão na UTI coronariana) ECO: Disfunção sistólica do ventrículo esquerdo; FE: 39%, acinesia da parede inferior. Coronariografia: artérias coronárias pérvias, sem sinais de trombose no stent. Com base no caso clínico, assinale a alternativa que contempla o diagnóstico correto, o tratamento da arritmia des- crita, bem como as condutas subsequentes, respectivamente. a) taquicardia paroxística supraventricular; adenosina; amiodarona b) taquicardia ventricular sustentada; cardioversão eletétrica sincronizada; amiodarona e cardiodesfibrilador implantá- vel c) taquicardia ventricular sustentada; desfibrilação; amiodarona e estudo eletrofisiológico d) taquicardia ventricular sustentada; desfibrilação; amiodarona e cardiodesfibrilador implantável ACERTEI ERREI DÚVIDA UNESP – Clínica Médica – 2015 29. Homem de 27 anos apresenta-se em estado de mal epiléptico. Nas primeiras 6 h de admissão, apresentou débito urinário de 0,6 mL/kg/h. Exames laboratoriais: pH 6,9, bicarbonato 12 mEq/L, anion gap (AG) 29, potássio 8,5 mEq/L, creatinina 1,9 mg/ dL (basal 0,8), cálcio corrigido 7,0 mg/dL, urina acastanhada, positiva para hemo- globina, com sedimentos normais. A seguir encontra-se seu eletrocardiograma. Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015166 A alternativa adequada quanto aos distúrbios ácido-básicos e eletrolíticos e a conduta é: a) acidose metabólica normoclorêmica e hipercalemia consequentes à lesão renal aguda AKIN-1; administração de gluconato de cálcio e indicação de diálise b) acidose metabólica AG elevado e hipercalemia consequentes à lesão renal aguda AKIN-3; indicação de diálise c) acidose metabólica normoclorêmica e hipercalemia consequentes à lesão renal aguda AKIN-2, rabdomiólise e redis- tribuição; administração de bicarbonato e solução polarizada d) acidose metabólica normoclorêmica e hipercalemia consequentes à lesão renal aguda AKIN-2, rabdomiólise e redis- tribuição; indicação de diálise ACERTEI ERREI DÚVIDA UNICAMP – 2015 30. Homem, 72a, queixa-se de tontura e cansaço há 2 dias. Hoje apresentou queda da própria altura ao se levantar. An- tecedente pessoal: hipertensão arterial em uso de metoprolol e hidroclorotiazida. Realizou o ECG abaixo: A conduta é: a) realizar cateterismo cardíaco b) suspender hidroclorotiazida e repor potássio c) realizar estudo eletrofi siológico d) inserir marcapasso temporário ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIOESTE – 2015 31. Em relação ao diagnóstico eletrocardiográfi co das taquiarritmias, devemos considerar, EXCETO: a) a duração do complexo QRS b) a regularidade dos intervalos RR c) a localização e presença da onda P d) se há onda F e) a amplitude do QRS ACERTEI ERREI DÚVIDA 14 Eletrocardiografi a 167 UNITAU – 2015 32. Paciente homem, 66 anos, hipertenso, diabético tipo 2, dislipidêmico, admitido com quadro de dor torácica retro- esternal opressiva, sem irradiação, iniciada há cerca de dez minutos antes do atendimento. Seu primeiro eletrocar- diograma revelou-se normal. Foi indicado novo eletrocardiograma após quinze minutos da realização do primeiro. Qual dos parâmetros abaixo NÃO se observa na evolução eletrocardiográfi ca do caso? a) simetria da onda T b) aumento da amplitude da onda S c) surgimento de onda Q d) infradesnivelamento do segmento ST e) supradesnivelamento do segmento ST ACERTEI ERREI DÚVIDA AMP – Clínica Médica – 2015 33.’ Paciente com historia de tireoidectomia total há 2 meses relata parestesia perioral e de mãos e pés e episódios de con- tratura muscular. Ao exame apresenta-se alerta, com sinal de Chevostek e Trousseau positivos. Neste caso a alteração eletrocardiográfi ca esperada é: a) onda T apiculada b) onda T achatada com presença de onda U c) intervalo QT curto d) intervalo QT longo ACERTEI ERREI DÚVIDA Grupo Hospitalar Conceição – Clínica Médica – 2015 34. Paciente de 56 anos masculino chega à Emergência com dor torácica típica e realiza ECG conforme fi gura abaixo. Considere as seguintes afi rmativas a respeito do caso: I. Há bloqueio da divisão anterossuperior esquerda (BDASE) que difi culta melhor avaliação da repolarização ven- tricular. II. O supradesnível de avR pode sugerir lesão de tronco de artéria coronária esquerda (ACE). III. Há períodos de fi brilação atrial. Está (ão)CORRETA(s): a) somente I e II b) somente II e III c) somente I d) somente II e) todas estão corretas ACERTEI ERREI DÚVIDA Eletrocardiografi a | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015168 Hospital Albert Einstein – Clínica Médica – 2015 35. Homem, 40 anos de idade, dá entrada na emergência com quadro de palpitações e tonturas. Encontra-se normotenso, com frequência cardíaca = 180 batimentos/minuto. Eletrocardiograma: taquicardia de QRS estreito, intervalo RR regular e observa-se intervalo PR > RP e Frequência ventricular = 190 batimentos/minuto. Qual é a opção terapêutica indicada dentre as descritas a seguir? a) adenosina b) amiodarona c) propafenona d) metoprolol e) digitálico endovenoso ACERTEI ERREI DÚVIDA Hospital Albert Einstein – Clínica Médica – 2015 36. Homem de 63 anos, diabético, hipertenso, dislipidêmico, iniciou há três horas com dor precordial irradiada para membro superior esquerdo, associada a náuseas e sudorese. Naemergência, o ECG revela supradesnível de ST de 3 mm nas derivações de parede inferior. Qual é a conduta mais adequada para o paciente? a) encaminhar para a Unidade de Tratamento Intensivo Cardiovascular para monitorização e manejo clínico, planejan- do estratifi cação invasiva dentro das primeiras 48h b) administar analgesia IV, AAS e aguardar o resultado da troponina I das primeiras 12 horas para defi nição da conduta terapêutica c) prescrever NTG em bomba de infusão, AAS, clopidogrel e solicitar cintilografi a miocárdica para estratifi cação não invasiva d) administrar analgesia IV e defi nir a estratifi cação invasiva ou não invasiva com base na resposta clínica e) prescrever AAS, clopidogrel, enoxaparina e encaminhar para estratifi cação invasiva precoce ACERTEI ERREI DÚVIDA UNAERP – Clínica Médica – 2015 37. Paciente do sexo feminino, 82 anos, hipertensa de longa data, deu entrada no setor de emergência após episódio sincopal com lesão corporal. Fazia uso regular de hidroclorotiazida e losartana. Não apresentava cardiopatia estru- tural. Ecocardiograma com a função sistólica preservada, exames laboratoriais normais, incluindo os marcadores de necrose miocárdica. Na admissão apresentava-se torporosa, com palidez cutâneo-mucosa e PA = 70 × 40 mmHg. Qual o diagnóstico eletrocardiográfi co? Qual a conduta clínica a ser adotada? 14 Eletrocardiografi a 169 a) bradicardia sinusal. Administração de atropina 1 mg IV b) bloqueio atrioventricular de segundo grau Mobitz II. Implante de marcapasso provisório e posterior implante de marcapasso definitivo c) bloqueio atrioventricular de segundo grau avançado. Administração de atropina, 1 mg IV d) bloqueio atrioventricular de segundo grau avançado. Implante de marcapasso provisório e posterior implante de marcapasso definitivo e) bloqueio atrioventricular total. Implante de marca-passo provisório e posterior implante de marca-passo definitivo ACERTEI ERREI DÚVIDA UFSC – Clínica Médica – 2015 38. Assinale a alternativa que responde CORRETAMENTE à pergunta abaixo. No aeroporto, durante a espera do seu embarque, você presencia uma criança de 5 anos cair subitamente. Ao atendê-la, verifica que está inconsciente/ arresponsiva, sem pulso central. Diante do ocorrido, se você estivesse sozinho e dispusesse de dispositivo de pro- teção, qual o procedimento adequado? a) iniciar 2 ventilações boca-a-boca seguidas por 30 compressões torácicas, avaliando após 5 ciclos b) retificar via aérea, iniciar 15 compressões seguidas por 2 ventilações boca-a-boca e avaliar após 10 ciclos c) iniciar ventilações boca-a-boca até chegar desfibrilador externo automático d) chamar ajuda. Iniciar 2 ventilações boca-a-boca seguidas por 30 compressões e avaliar após 5 ciclos e) chamar ajuda. Iniciar 30 compressões torácicas seguidas por 2 ventilações boca-a-boca, avaliando após 5 ciclos ACERTEI ERREI DÚVIDA Homem de 60 anos de idade procura o pronto-socorro com queixa de dor torácica em aperto, com irra- diação para braço esquerdo há 40 minutos. É tabagista: 45 maços-ano e hipertenso, em uso irregular de captopril 75 mg/dia e hidroclorotiazida 25 mg/dia há 22 anos. Nega outros antecedentes mórbidos rele- vantes. Ao exame clínico está em regular estado geral, orientado, com fácies dolorosa, pressão arterial = 202 × 106 mmHg, frequência cardíaca = 96 bpm, frequência respiratória = 24 ipm, bulhas rítmicas, com hipofonese de B2 e sopro diastólico aspirativo 2+/6+ em foco aórtico, semiologias pulmonar e abdominal: sem alterações, pulsos presentes bilateralmente, diminuídos em membro superior esquerdo, eletrocardio- grama abaixo. Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015170 Albert Einstein - Clínica Médica - 2014 39. A conduta terapêutica deve ser: a) nitroprussiato, labetalol e morfi na b) AAS, nitroglicerina e morfi na c) AAS, clopidogrel e estreptoquinase d) nitroprussiato, clopidogrel e enoxaparina e) AAS, propranolol e enoxaparina ACERTEI ERREI DÚVIDA AMP - Clínica Médica – 2014 40. Você esta de serviço em uma unidade móvel de suporte avançado à vida prestando apoio a meia maratona de Curi- tiba. Sua equipe é acionada para prestar socorro a um maratonista de 44anos, que teve um “desmaio”. Chegando ao local vocês não observam pulso e realizam as manobras de suporte básico de vida . Ao monitorar o paciente, observa os seguintes parâmetros eletrocardiográfi cos: Diante do quadro, quais as intervenções de prioritárias? a) acesso IV, ressuscitação cardiopulmonar e cardioversão b) ressuscitação cardiopulmonar, intubação e acesso IV c) acesso IV, elevação de membros inferiores e oxigênio d) ressuscitação cardiopulmonar, desfi brilação e acesso IV ACERTEI ERREI DÚVIDA UNICAMP - Clínica Médica – 2014 41. Homem de 52 anos, tabagista, é admitido no pronto socorro com dor precordial em aperto, com irradiação para membros superiores bilateralmente, iniciada durante caminhada. Apresentou melhora da dor com morfi na e repou- so. No momento, assintomático, sem alterações ao exame físico. Ex. lab.: Troponina= 3 U/L, CK=198 U/L, CKMB= 14 U/L (colhidos 8 horas após início da dor). ECG: 14 Eletrocardiografi a 171 O que deve ser feito? a) manter medicações para síndrome coronariana aguda de alto risco, indicar cateterismo cardíaco de urgência b) suspender medicações para síndrome coronariana aguda de alto risco, prescrever analgesia e seguimento ambulatorial c) manter medicações para síndrome coronariana aguda de alto risco, e realizar teste ergométrico ambulatorialmente d) suspender medicações para síndrome coronariana aguda de alto risco e realizar teste ergométrico na emergência ACERTEI ERREI DÚVIDA UNICAMP - Clínica Médica – 2014 42. Homem, 78 anos, com antecedente de hipertensão arterial, queixa-se de “batedeira” no peito com início há três dias. Refere episódios anteriores semelhantes, de menor duração. Nega dor torácica ou dispneia. Ao exame: bom estado geral, consciente e orientado. FR= 14 ir/min, PA=162 x 102 mmHg, SatO2= 98% em ar ambiente. Ecocardiografia: Átrio Esquerdo= 54 mm (20-40 mm), Diâmetro Diastólico Final de VE= 46 mm (35-54 mm), Fração de ejeção (Tei- cholz)= 41% (>58%), Espessura diastólica do Septo= 13 mm (7-10). ECG: O que deve ser feito? a) cardioversão elétrica e varfarina durante 4 semanas b) propafenona via oral e AAS durante 4 semanas c) metoprolol via oral e varfarina continuamente d) nifedipino via oral, varfarina e AAS continuamente e) cardioversão, intubação, acesso IV, oxigênio ACERTEI ERREI DÚVIDA Santa Casa – R1 – 2013 43. Paciente de 22 anos, jogador profissional de futebol com queixas recorrentes de palpitações taquicárdicas há 10 anos. Durante o treino apresentou mal-estar geral associado a palpitações. Foi levado para o pronto-socorro mais próximo e avaliado pelo clínico geral. Ao exame: consciente, taquicárdico, PA: 110 x 60 mmHg. Realizado ECG (abaixo). Qual a conduta mais adequada para esse caso? Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015172 a) massagem do seio carotídeo e na ausência de resposta, adenosina 6 mg endovenosa em bolus b) cardioversão elétrica sincronizada c) amiodarona endovenosa d) controle da frequência ventricular com diltiazem e prescrição de AAS 325 mg/dia e) solicitar estudo eletrofi siológico em caráter de urgência ACERTEI ERREI DÚVIDA Santa Casa – R1 – 2013 44. Após conduta adotada no pronto-socorro o paciente da questão anterior foi encaminhado ao cardiologista com o seguinte ECG. Encontra-se muito ansioso, pois deseja retornar às suas atividades profi ssionais: Sobre o caso é correto afi rmar: a) o paciente deve ser afastado do esporte e deve ser solicitado estudo eletrofi siológico, pois o eletrocardiograma sugeresíndrome de pré-excitação ventricular b) na ausência de cardiopatia estrutural, as alterações do ritmo apresentadas são benignas. Não necessita de tratamento e o indivíduo pode ser liberado para prática esportiva c) o paciente não precisa ser afastado do esporte e deve-se iniciar tratamento com propranolol VO, devido à possibili- dade de taquicardia ventricular polimórfi ca catecolaminérgica d) o paciente deve ser afastado do esporte até que seja realizado implante de cardiodesfi brilador implantável e) deve-se afastar o paciente das atividades esportivas devido à necessidade de anticoagulação oral crônica ACERTEI ERREI DÚVIDA UNAERP – R1 – 2013 45. H. R. S., 58 anos, procurou o pronto-atendimento com queixa de dor forte em região precordial há 35 minutos, tipo peso, com irradiação para a região cervical, acompanhada de intensa dispneia e tosse seca e dois episódios de vômi- tos, com discreta melhora após uso de 2 cp de Isordil SL. Ao exame físico: PA = 110 x 50 mmHg, FC = 120 bpm, FR = 36 irpm. Coração em ritmo de galope com presença de B4, sem sopros. Pulmões: MV presente bilateralmente, com ESC em metade inferior de ambos pulmões. AP: HAS com tratamento há 6 anos, quando apresentou quadro de AVC hemorrágico / DM tipo 2 há 8 anos/ seden- tarismo. Realizou ECG que demonstrou: 14 Eletrocardiografi a 173 Assinale a alternativa que contenha o diagnóstico e tratamento corretos: a) síndrome coronariana aguda sem supra de st / betabloqueador intravenoso, heparinização plena, antiagregação plaquetária b) infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento st em parede anterior / estreptoquinase intrave- nosa c) pericardite aguda / anti-inflamatórios não hormonais d) síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento do segmento st / angioplastia primária e) fibrilação atrial com instabilidade hemodinâmica / cardioversão elétrica imediata ACERTEI ERREI DÚVIDA UNICAMP – Clínica Médica – 2013 46. Homem, 48 anos, com dor precordial há 4 horas, constante, sem irradiação e sem fatores de melhora ou piora. Nega doenças prévias, mas é sedentário, tem sobrepeso e há uma semana tem sentido indisposição e leve mialgia difusa que aliviou com uso regular de piroxicam. Exame físico inalterado com exceção da PA de 160 x 90 mmHg e FC de 120 bpm. Com base nessas informações e ECG abaixo, qual a conduta inicial? a) AAS 100 mg, metoprolol 5 mg EV, enoxaparina 60 mg e rTPA b) colher troponina e CKMB seriadas c) realizar ecocardiograma d) gluconato de cálcio 10% 10 mL EV ACERTEI ERREI DÚVIDA Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015174 UNICAMP – R1 – 2012 47. Homem, 78 anos, com diagnóstico de insufi ciência cardíaca, vem à consulta queixando-se de tontura e piora do cansaço há 4 dias. Há 2 semanas apresentou quadro de diarreia, autolimitado, com duração de 3 dias. Realizou ECG. A hipótese diagnóstica é: a) síndrome coronariana aguda b) bloqueio atrioventricular total c) síndrome do QT longo d) intoxicação digitálica ACERTEI ERREI DÚVIDA UFSC – R1 – 2012 48. Paciente do sexo feminino, com 34 anos de idade, que procura a emergência por causa de palpitações e desconforto precordial, apresenta o ECG abaixo: Assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico e a conduta CORRETOS para este caso: a) taquicardia sinusal – administrar adenosina 12 mg b) taquicardia supraventricular – administrar adenosina 6 mg seguida de 12 mg, se necessário c) taquicardia supraventricular – administrar adenosina 12 mg d) taquicardia sinusal – administrar adenosina 6 mg e) taquicardia supraventricular – administrar 1 ampola de amiodarona ACERTEI ERREI DÚVIDA 14 Eletrocardiografi a 175 ICC-CE – R1 – 2012 49. São alterações eletrocardiográficas que podem ser encontradas em pacientes com hipercalemia: a) onda T alta, apiculada, estreita e simétrica b) onda T alta de base larga e assimétrica c) onda P aumentada e complexo QRS estreito d) inversão de onda T e) onda P alta, apiculada, estreita e simétrica ACERTEI ERREI DÚVIDA CREMESP – 2011 50. Três diferentes pacientes são atendidos no pronto-socorro com monitorização cardíaca: – Paciente I: fraqueza intensa nas extremidades inferiores, em anasarca, deixou de comparecer às 2 últimas sessões de diálise. – Paciente II: diabético tipo 2 descompensado, com história de infarto do miocárdio prévio. – Paciente III: hipertenso, tabagista, com dor precordial há 1 hora. Os registros eletrocardiográficos são: A associação correta entre os pacientes e os registros eletrocardiográficos é: a) I-M, II-O, III-N b) I-M, II-N, III-O c) I-O, II-N, III-M d) I-N, II-O, III-M e) I-N, II-M, III-O ACERTEI ERREI DÚVIDA Hospital Albert Einstein – 2011 51. Um homem de 26 anos procura o médico com queixa de episódios frequentes de palpitações, com o coração acelerado, há meses. É sedentário, tabagista e tem peso próximo do ideal; teve doença na infância relatada como reumatismo pelos seus pais e se considera estressado no trabalho e em casa. O seu ECG é mostrado abai- xo. O médico deve: Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015176 a) orientá-lo com o diagnóstico de síndrome de Wolff -Parkinson-White b) prosseguir a investigação com Holter e ecocardiografi a uma vez que não tem diagnóstico c) acalmá-lo em relação a qualquer tipo de doença cardíaca e orientar exercícios físicos e suspensão do tabagismo d) iniciar um betabloqueador por evidência de tônus simpático aumentado e) solicitar ecocardiografi a na suspeita de valvopatia reumática ACERTEI ERREI DÚVIDA UNICAMP – R1 – 2011 52. Mulher, 32 anos, com antecedente de depressão, chegou ao pronto-socorro, com rebaixamento do nível de consciên- cia há 2 horas. Exame físico: T = 38 ºC, PA = 170 x 110 mmHg, FC = 112 bpm, pele e boca secas e retenção urinária. Exame neurológico: agitada, com alucinações visuais e auditivas; pupilas midriáticas e reagentes, com motricidade ocular preservada, sem sinais localizatórios ou rigidez de nuca. Realizou eletrocardiograma: Trata-se de intoxicação por: a) álcool e cocaína b) benzodiazepínicos c) tricíclicos d) inibidores da recaptação da serotonina ACERTEI ERREI DÚVIDA SUS-SP – 2011 53. Uma mulher de 40 anos é admitida na sala de emergência com queixa de dispneia. O monitor mostra: 14 Eletrocardiografi a 177 O diagnóstico é de: a) flutter atrial b) bloqueio AV de segundo grau c) fibrilação atrial d) taquicardia ventricular e) bloqueio AV total ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – R3 Clínica Médica – 2010 54. Um paciente com palpitações, durante 8 dias, vem ao ambulatório de Cardiologia para 1ª consulta com o ECG abai- xo. Qual(is) o(s) melhor(es) tratamento(s) inicial(is) para o caso? a) cardioversão elétrica imediata b) aspirina infantil (81 a 162 mg) diária indefinidamente c) controle da resposta ventricular, anticoagulação e admissão hospitalar d) anticoagulação sistêmica seguida de cardioversão química (amiodarona ou propafenona) e) admissão para coleta de marcadores cardíacos e ECG seriado ACERTEI ERREI DÚVIDA USP-RP – 2010 55. Paciente, 45 anos de idade, hígido e sem eventos prévios, ao final de voo de 12 horas em classe econômica, apresenta mal-estar, com sudorese fria, náuseas e vômitos. A pressão arterial medida no momento foi de 90 x 54 mmHg e FC de 120 bpm. Não apresenta estase jugular, mas tem sinal de Kussmaull. É conduzido à sala de urgência após o pouso da aeronave, mantendo os mesmos sinais, com ausculta pulmonar normal. O eletrocardiograma obtido encontra-se a seguir. Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015178 Foram iniciadas aminas vasoativas. A conduta a seguir é: a) punçãode Marfan b) oxigenoterapia hiperbárica c) r-TPA + heparina não fracionada d) marca-passo transvenoso provisório ACERTEI ERREI DÚVIDA SES-DF – Medicina Intensiva – 2009 56. O eletrocardiograma a seguir foi realizado no atendimento desse paciente. A radiografi a é de um homem, 25 anos de idade. Interprete o exame e assinale a alternativa correta: 14 Eletrocardiografi a 179 a) taquicardia, sofrimento isquêmico subendocárdico b) bloqueio ramo esquerdo c) onda Q em DII, V5 e V6 d) ritmo sinusal, frequência cardíaca normal e) ritmo sinusal baixo, alteração difusa de ARV ACERTEI ERREI DÚVIDA UFRJ – R3 Clínica Médica – 2009 57. Yolanda, 64 anos, doméstica, hipertensa, tabagista, apresenta dor precordial de forte intensidade, constritiva com irradiação para mandíbula durante faxina do lar. Consegue atendimento após 16 horas do início do quadro. Chega muito ansiosa, com palidez cutaneomucosa e fácies de dor; FC 146 bpm, PA 140 x 90 mmHg. O traçado eletrocar- diográfico encontra-se abaixo. Tratada com morfina, AAS, heparina, nitroglicerina, com melhora dos sintomas. Após 48 horas apresenta novo episódio de dor precordial associada à dispneia. A melhor conduta é: a) nitroglicerina, betabloqueador e coronariografia b) heparina não fracionada, clopidogrel, ecocardiograma de estresse para estratificação de risco c) morfina, IECA, heparina de baixo peso molecular e cintilografia miocárdica após estabilização clínica d) estreptoquinase, heparina, betabloqueador e ecocardiograma para avaliação da função ventricular ACERTEI ERREI DÚVIDA Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015180 Comando da Aeronáutica – Cardiologia – 2009 58. No traçado eletrocardiográfi co, a presença de ondas Q profundas que simulam IAM, ocorre em qual situação? a) cardiomiopatia hipertrófi ca b) hipercalcemia c) intoxicação digitálica d) bloqueio completo do ramo direito do feixe de Hiss ACERTEI ERREI DÚVIDA UFSC – Medicina Intensiva – 2009 59. No atendimento de um paciente que apresenta parada cardiorrespiratória testemunhada no serviço de emergência, com ECG mostrando fi brilação ventricular, qual a conduta mais apropriada? a) realizar inicialmente a entubação orotraqueal para depois proceder à desfi brilação b) proceder à desfi brilação imediatamente, se disponível c) realizar uma ampola de amiodarona EV e depois proceder à desfi brilação d) iniciar ventilação e compressões torácicas e proceder à desfi brilação apenas após três minutos de adequada ventilação e compressões torácicas e) realizar a entubação orotraqueal e administrar uma ampola de amiodarona EV, para depois proceder à desfi brilação ACERTEI ERREI DÚVIDA HSPM – 2009 60. Cerca de 2 meses após ter sido internado durante 10 dias por glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica, um ho- mem de 36 anos procura o pronto-socorro por apresentar dor precordial e anasarca. O eletrocardiograma mostra: O diagnóstico mais provável é de: a) miocardite aguda b) isquemia do miocárdio c) sobrecarga aguda de câmaras cardíacas esquerdas d) hipercalemia e) pericardite urêmica ACERTEI ERREI DÚVIDA 14 Eletrocardiografi a 181 UFPE – R3 Cardiologia – 2009 61. Homem de 30 anos, de ascendência japonesa, apresenta síncope nas primeiras horas da manhã. Observe ECG regis- trado em Serviço de Urgência a seguir. Qual é o diagnóstico? a) síndrome de Brugada b) síndrome do QT longo congênito c) doença de Uhl d) cardiomiopatia hipertrófica ACERTEI ERREI DÚVIDA UFPE – R3 Cardiologia – 2009 62. Homem de 25 anos é admitido em enfermaria com sinais manifestos de insuficiência cardíaca. A semiologia car- díaca mostra ictus cordis impulsivo no 6° espaço intercosial esquerdo, ritmo a três tempos por B3 e discreto sopro sistólico mitral. O ECG encontra-se abaixo. Qual o diagnóstico provável? a) cardiomiopatia restritiva b) cardiomiopatia hipertrófica c) cardiomiopatia dilatada d) cardiomiopatia não compactada do ventrículo esquerdo ACERTEI ERREI DÚVIDA Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015182 UFPE – Cardiologia – 2008 63. O eletrocardiograma abaixo, de um menor de 10 anos, é compatível com: a) sobrecarga de câmaras esquerdas b) síndrome de Wolff -Parkinson-White, com trato anômalo direito c) infarto do miocárdio em parede inferior d) sobrecarga de câmaras direitas ACERTEI ERREI DÚVIDA USP-RP – 2007 64. Mulher, 42 anos de idade, tabagista e dislipidêmica, teve quadro de dor precordial aguda e no atendimento hospi- talar apresentou arritmia cardíaca (taquicardia ventricular, fi brilação ventricular), sendo prontamente revertida. O eletrocardiocardiograma, após reversão da arritmia, está representado a seguir: 14 Eletrocardiografi a 183 Diante das informações apresentadas, qual o diagnóstico e a conduta que melhor se aplicam ao caso? a) pericardite; tratamento com drogas anti-inflamatórias não hormonais e medidas de suporte em terapia intensiva b) taquicardia supraventricular sustentada com aberrância de condução; tratamento com amiodarona e betabloqueador c) taquicardia ventricular sustentada; tratamento com lidocaína e cardioversão elétrica d) síndrome coronária aguda com supra de ST; cateterismo cardíaco de urgência, visando reperfusão mecânica e) síndrome coronária aguda sem supra de ST e com aberrância de condução ao ECG; internação em unidade coronária e tratamento com AAS, betabloqueador, nitrato, clopidogrel e heparina não fracionada ACERTEI ERREI DÚVIDA UNICAMP – 2006 65. Homem, 57 anos, com dor retroesternal de forte intensidade há 30 minutos, em aperto, sem irradiação, acompanha- da de sudorese e palidez cutaneomucosa. Tabagista há mais de 25 anos, hipertenso em tratamento irregular, disli- pidêmico sem tratamento. Antecedente familiar: irmão foi submetido à revascularização miocárdica aos 46 anos. Exame físico: PA= 160 x 100 mmHg, FC = 92 bpm, FR= 23 irpm, MV (murmúrio vesicular) sem ruídos adventícios, ritmo cardíaco regular sem sopros, pulsos periféricos presentes e simétricos. Apresenta o ECG abaixo: O diagnóstico mais provável é de: a) síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST b) angina estável c) síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento do segmento ST d) angina variante de Prinzmetal e) tromboembolismo pulmonar ACERTEI ERREI DÚVIDA IAMSPE – 2006 66. Paciente de 68 anos, hipertenso e diabético, chega ao pronto-socorro com 3 horas de dor precordial de pequena intensidade, sem irradiação acompanhada de sudorese. O eletrocardiograma apresentava 3 mm de supradesnive- lamento do segmento ST em DII, DIII e avF. Ao exame, estava em bom estado geral, com discreta palidez cutânea, PA = 88 x 52 mmHg; P = 64 bpm. Ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações. Nega cirurgias ou traumas recentes. Teve infarto há cerca de quatro meses, quando recebeu estreptoquinase. Qual o diagnóstico e o grupo correto pela classificação de Killip? Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015184 a) infarto anterior, grupo I b) infarto anterior, grupo II c) infarto inferior, grupo II d) infarto inferior, grupo IV e) para o diagnóstico de infarto é necessária a dosagem da troponina ACERTEI ERREI DÚVIDA USP-RP – 2006 67. Homem, com 65 anos de idade, com queixa de dor precordial de forte intensidade há 2 horas, localizada na região retroesternal, em queimação, sem irradiação, que persiste até o momento da avaliação. Ao exame, apresenta pul- mões sem evidência de congestão pulmonar, pressão arterial de 100 x 60 mmHg, frequência cardíaca de 180 bpm. O eletrocardiograma obtido está ilustrado a seguir. Qual seria a conduta para este paciente?a) estreptoquinase IV b) heparina IV + ácido acetilsalicílico VO c) amiodarona IV d) cardioversão elétrica e) angioplastia primária ACERTEI ERREI DÚVIDA USP-RP – 2006 68. Mulher, com 76 anos de idade, em uso de betabloqueador para hipertensão arterial, apresenta frequência cardí- aca de 40 bpm, estando assintomática. É realizado um eletrocardiograma para averiguação do ritmo cardíaco e a paciente é encaminhada à urgência para implante de marca-passo transvenoso provisório. Qual das alternativas a seguir corresponde ao ritmo cardíaco que motivou a indicação? ACERTEI ERREI DÚVIDA 14 Eletrocardiografi a 185 USP-RP – 2006 69. Homem, com 54 anos de idade, admitido com dor epigástrica em queimação irradiada para a região precordial, de forte intensidade, há duas horas. Trata-se de um paciente revascularizado há 4 anos (2 pontes de safena e 1 mamá- ria), com episódio de acidente vascular encefálico isquêmico há 4 meses, em uso irregular de ácido acetilsalicílico e betabloqueador. O exame físico revela pulmões sem evidência de congestão pulmonar, pressão arterial de 86 x 65 mmHg e extremidades frias, com perfusão reduzida. O eletrocardiograma da entrada está ilustrado a seguir: A conduta a ser tomada está expressa em qual das alternativas a seguir? a) estreptoquinase IV b) alteplase + heparina IV c) heparina IV d) angioplastia primária e) caso a alternativa B não seja efetiva, prosseguir para D ACERTEI ERREI DÚVIDA FESP – 2005 70. Mulher de 86 anos desenvolve dispneia, estertoração bolhosa e turgência jugular. Ao chegar ao pronto-socorro, são administradas 20 mg de furosemida. Alguns minutos depois, a paciente desenvolve o seguinte traçado eletrocardio- gráfico: Neste caso, o tratamento subsequente indicado é: a) reposição de potássio b) administração de atropina c) infusão de nitroglicerina d) prescrição de insulina ACERTEI ERREI DÚVIDA USP – 2005 71. Mulher de 48 anos de idade, branca, há 10 anos queixa-se de cefaleia hemicraniana, do tipo pulsátil, com frequên- cia de 2 vezes por semana e duração de 8 horas, acompanhada de náuseas, osmofobia e fotofobia, que a impedem de trabalhar durante o episódio. Não refere fatores desencadeantes da dor e se mostra preocupada, pois, apesar de usar dipirona de hora em hora, a intensidade da dor vem aumentando. Refere diagnóstico de úlcera gástrica realizado há 3 meses, sendo tratada com ranitidina, com melhora parcial dos sintomas, e informa ser portadora de Doença de Chagas, com repercussões cardíacas, apresentando o ECG a seguir. O exame clínico realizado se encontra normal. Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015186 Qual é o diagnóstico eletrocardiográfi co? a) bloqueio de ramo direito b) bloqueio de ramo esquerdo c) bloqueio divisional posteroinferior d) bloqueio divisional anteromedial e) bloqueio divisional anterossuperior ACERTEI ERREI DÚVIDA USP – 2005 72. Homem, de 22 anos de idade, ajudante de jardinagem desempregado, após discussão com a esposa ingeriu quanti- dade não especifi cada de aguardente e um copo (200 mL) cheio de um veneno. Vizinhos o trouxeram imediatamente ao pronto-socorro. Na chegada, referia dor abdominal e apresentou vômitos. Ao exame inicial: regular estado geral, frequência cardíaca 56 bpm, PA = 140 x 90 mmHg, pontuação na escala de Glasgow= 14, agitado, com sialorreia, lacrimejamento e pupilas mióticas. Cárdio: bulhas rítmicas normofonéticas sem sopros. Pulmões: murmúrios vesiculares presentes bilateralmente com roncos difusos. Abdome: plano, fl ácido, sem visceromegalias. Membros: sem alterações. Realizou ECG (ver fi gura a seguir). Assinale a alternativa contendo o diagnóstico eletro- cardiográfi co e a conduta a ser instituída: 14 Eletrocardiografi a 187 a) fenômeno de Wenckebach; atropina, lavagem gástrica e hemodiálise b) bloqueio atrioventricular (BAV) Mobitz tipo II; marca-passo provisório, lavagem gástrica e carvão ativado c) bradicardia sinusal e BAV de 1 grau; atropina, lavagem gástrica e carvão ativado d) fenômeno de Wenckebach; atropina e pralidoxima, lavagem gástrica e carvão ativado e) bradicardia sinusal e BAV de 1 grau; atropina, lavagem gástrica e diálise ACERTEI ERREI DÚVIDA USP – 2005 73. Homem de 51 anos de idade, diabético, hipertenso, no quinto dia pós-operatório de aneurismectomia de aorta abdomi- nal, internado na unidade de terapia semi-intensiva, apresenta desconforto precordial em aperto, sudorese fria e dispneia. Ao exame: bulhas rítmicas normofonéticas (BRNF), sem sopros. Pulmões: murmúrios vesiculares presentes com ester- toração fina nos dois terços inferiores de ambos os hemitórax. PA= 90 x 60 mmHg. Solicitado ECG a seguir. Assinale a alternativa correta: a) trata-se de infarto agudo do miocárdio anterior + lateral alto, evoluindo em grupo IV de Killip, e a conduta é angio- plastia primária urgente b) trata-se de infarto agudo do miocárdio anterior + ventrículo direito, evoluindo em choque cardiogênico, e a priorida- de é infusão de volume e dobutamina c) trata-se de infarto agudo do miocárdio anterior + dorsal, evoluindo em grupo III de Killip, e a conduta é angioplastia primária urgente d) trata-se de infarto agudo do miocárdio anterior + lateral alto, evoluindo em grupo IV de Killip, e a conduta é dobuta- mina e trombólise urgente e) trata-se de infarto agudo do miocárdio inferolateral dorsal, evoluindo em grupo IV de Killip, e a conduta é revascu- larização miocárdica de urgência ACERTEI ERREI DÚVIDA USP – 2005 74. Mulher de 37 anos de idade, com antecedente de estenose mitral, procura o pronto-socorro com quadro de palpita- ções, iniciadas há 1 dia, mas com piora há 2 horas, acompanhada de dor precordial. Ao exame, encontra-se em regular estado geral, corada, hidratada, eupneica, PA = 120 x 88 mmHg, frequência cardíaca = 160bpm, ausculta pulmonar com murmúrios vesiculares presentes bilateralmente sem ruídos adventícios, ausculta cardíaca com bulhas arrítmi- cas, taquicárdicas, com sopro diástólico ++/6+ em foco mitral. Realizado eletrocardiograma, que é mostrado abaixo. Qual a conduta correta após monitorização, acesso venoso e fornecer oxigênio à paciente? Eletrocardiografia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015188 a) amiodarona 300 mg EV em 30 minutos b) procainamida 20 mg/min. (até 17 mg 1 kg) c) adenosina 6 mg EV em bolo d) cardioversão elétrica sincronizada com 100 J e) manobra vagal unilateral ACERTEI ERREI DÚVIDA 14 Eletrocardiografi a 189 12 Questões para Treinamento Exame Clínico e Laboratório em Reumatologia 15 Questões para Treinamento Eletrocardiografi a 1. O quadro descrito no enunciado da questão, de insufi ci- ência cardíaca em mulher jovem, associado aos achados de exame físico, bem como com os achados eletrocardiográ- fi cos sugestivos de sobrecarga biatrial e distúrbio de con- dução pelo ramo direito, achados radiológicos compatíveis com aumento de átrio esquerdo associado à congestão pul- monar com ventrículo esquerdo classicamente de tamanho normal são fortemente preditores do diagnóstico de esteno- se mitral (EM). Os pacientes com estenose valvar mitral costumam apre- sentar sintomas congestivos típicos de insufi ciência cardíaca (IC) esquerda: dispneia progressiva aos esforços, ortopneia e dispneia paroxística noturna. Sintomas mais raros incluem hemoptise e rouquidão. Quando o quadro está mais avan- çado, os pacientes podem apresentar sintomas de IC direita por desenvolvimento de hipertensão pulmonar. Os sintomas de EM ocorrem por aumento da pressão no AE e pela dimi- nuição do débito cardíaco, causados pela obstrução do enchi- mento do VE. Apesar do quadro de IC esquerda, o VE cos- tuma ser normal. Como o VD acaba sendo responsável por compensar esse aumento de pressãono AE, há desenvolvi- mento de hipertensão pulmonar e, eventualmente, disfunção de VD. Ao exame, a ausculta costuma evidenciar um sopro diastólico em rufl ar no foco mitral, logo após um estalido de abertura da valva mitral. Há hiperfonese de B1. Nos casos em que há hipertensão pulmonar, a P2 pode ser hiperfonética e pode haver VD palpável, além de jugulares distendidas e ascite. Os achados de ECG mostram: sobrecarga de AE quando em ritmo sinusal; pode haver sobrecarga de VD com desvio do eixo para a direita e sobrecarga de AD quando o paciente já apresenta hipertensão pulmonar. No RX de tórax, há aumen- to de AE e, quando a EM é grave, pode haver abaulamento da artéria pulmonar e aumento de VD e AD; inversão do pa- drão de circulação pulmonar com edema intersticial e linhas B de Kerley podem estar presentes em quadros graves; outro achado possível inclui o “Sinal da Bailarina”: retifi cação do brônquio fonte esquerdo que pode determinar a Síndrome de Ortner (rouquidão por compressão recorrente do nervo laríngeo contra a aorta pelo brônquio fonte esquerdo). Na questão acima, os achados ecocardiográfi cos compatíveis com o quadro de Estenose Mitral são os presentes no item “A”, que sugerem como etiologia mais provável para estenose mitral, por haver fusão de comissuras e calcifi cação dos seus folhetos, a doença reumática. Resposta a. 2. Esta criança foi admitida no serviço de emergência em PCR, devendo-se de imediato iniciar as manobras de RCP. O BLS pediátrico de 2010 orienta ter como sequência inicial das manobras o CAB, em que C signifi ca compressões torá- cicas efi cazes, A signifi ca obter via aérea e B signifi ca manter respiração / ventilação. Recomenda-se idealmente 2 socor- ristas, que deverão seguir a sequência 15:2 (15 compressões para 2 ventilações). Os passos do CAB são os que se seguem: C - As compressões devem ser iniciadas com o paciente sob uma superfície fi rme e devem ser vigorosas o sufi ciente para, no caso da criança em questão, que tem 15 meses de vida (mais de 1 ano de idade), permitir aprofundar o tórax em 5cm com a compressão da metade inferior do esterno usan- do 1 ou 2 mãos, permitindo o retorno completo do tórax entre cada compressão. Deve-se imprimir uma velocidade equivalente a 100 compressões por minuto, e, idealmente, deve-se alternar o socorrista que faz as compressões a cada 2 minutos, para se evitar fadiga; A – Deve-se proceder a abertura das vias aéreas usando a técnica de inclinação da cabeça e elevação do queixo, após o que se devem iniciar as ventilações; B - Quando há 2 socorristas, iniciar ventilação com uma rela- ção compressão – ventilação de 15:2. Para socorrista único, o mais adequado é a relação 30 compressões para 2 ventilações (30:2). A ventilação deve ser feita por respiração boca-a-boca ou com ambu-máscara. Resposta a. 3. Podem-se encontrar elevações do segmento ST em diversas condições como as abaixo relacionadas: Causas de elevação de segmento ST 1) Normal – Padrão masculino Visto em 90% de homens saudáveis. 1-3 mm em precordiais, principalmente em V2, ST côncavo. 2) Repolarização precoce Comum em jovens negros, com elevação de 1 a 4 mm em derivações médio precordiais (mais marca-da em V4, com entalhe no ponto J e ST côncavo). 3) Bloqueio de ramo esquerdo Discordância entre complexo QRS e segmento ST é sugestiva de BRE, mas de V1-V3 o QRS é geral- mente negativo neste distúrbio, o que pode prejudicar o diagnóstico de infartos anterosseptais. Elevação do segmento ST > ou = 5 mm é sugestiva de infarto anterosseptal (VPP = 94%) 4) Pericardite aguda Elevação difusa do segmento ST em derivações precordiais e periféricas, associa- -se à depressão do segmento PR. 5) Hipercalemia Elevação do segmento ST côncavo pode ou não estar associada a: QRS alargado, ondas T pontiagudas, ondas P de amplitude diminuída 6) Síndrome de Brugada Padrão de BRD completo ou incompleto (rSR’ em V1 e V2) Elevação côncava do ST em V1 e V2, no início da onda R’ côncava e acaba em onda T invertida 40% a 60% dos casos de FV idiopática 7) Hipertrofi a de VE ST côncavo e critérios de SVE 8) Angina de Prinzmetal Elevações de ST transitórias 9) TEP Podem simular IAM de parede inferior e anterosseptal 10) Cardioversão Frequentemente > 10 mm, porém com duração de apenas 1-2 minutos 11) Infarto agudo do miocárdio Elevação nova do segmento ST no ponto J em pelo menos duas derivações contíguas com os seguintes pontos de corte: ≥ 0,2 mV em homens e em mulheres ≥ 0,15 mV (V2-V3) ou ≥ 0,1 mV (nas demais). Características: em platô, convexo. Os critérios eletrocardiográfi cos de hipertrofi a de ventrículo direito são os descritos a seguir: desvio do eixo para direita (> +90o em adultos e > +110o em crianças); desvio do eixo para frente e (QRS positivo em V1); ondas S em V5 / V6 ≥ 7 mm; alterações de repolarização (strain de VD). Resposta a. 4. O ECG em tela é compatível com fi brilação atrial de alta resposta ventricular, provavelmente aguda (não há relatos de sintomas prévios, nem de ECG antigo que mostre tal arrit- mia). Como o paciente acima encontra-se estável hemodina- micamente, a opção mais correta dentre as propostas acima seria a de realizar cardioversão química com amiodarona vi- sando reestabelecer o ritmo sinusal, após o que deveria tam- bém ser iniciada a anticoagulação plena e mantida durante 3 a 4 semanas. Resposta a. 5. Nos casos de hipocalemia, principalmente com níveis de potássio menores que 2,5mEq/L, os seguintes achados po- dem ser encontrados: progressiva depressão do segmento ST, diminuição da amplitude da onda T, aumento da amplitude da onda U e aumento da amplitude e duração da onda P, com intervalo PR ligeiramente prolongado. Desta forma, os acha- dos acima descritos são compatíveis com presença de hipo- calemia, sendo necessária a imediata reposição endovenosa de potássio, como proposto pelo item “D”. Resposta d. 6. Tanto o ECG atual quanto o anterior mostram que a pa- ciente da questão acima possuía ritmo de Fibrilação Atrial (FA), sendo que o ECG atual mostra uma FA de resposta ven- tricular mais alta e a paciente apresenta queixa de palpitações. Como a paciente encontra-se com estabilidade hemodinâ- mica e como já está há mais de 48h em FA, a conduta mais correta a ser feita no caso acima é o controle da frequência cardíaca, seguido de anticoagulação plena. Para controle de frequência cardíaca, pode-se usar um betabloqueador como o metoprolol, pois não há relato de contraindicação a esta droga na descrição do caso, e, para anticoagulação pode op- tar-se pelo uso da dabigatrana, um inibidor direto da trom- bina, por não haver relato de se tratar de uma FA valvar. A reversão imediata ao ritmo sinusal no caso descrito, em que não há critérios de instabilidade hemodinâmica ou clínica, é muito arriscada pelo alto risco de fenômenos tromboembó- licos, uma vez que se trata de uma FA com mais de 48h de início. Resposta d. 7. Utilizando-se a escala de coma de Glasgow (ECG), temos: resposta verbal = 1; abertura ocular aos estímulos dolorosos = 2; refl exo de retirada = 4, totalizando 7 pontos. Sugere-se intubação orotraqueal para proteção de vias aéreas em pa- cientes com ECG ≤ 8, que representa a melhor conduta ini- cial nesse momento. Resposta c. 8. Nos casos de taquiarritmias com QRS estreito em que há instabilidade clínica ou hemodinâmica, a cardioversão elétri- ca sincronizada está indicada. Nos casos em que há estabili- dade, um importante parâmetro a ser avaliado no diagnósti- co eletrocardiográfi co é a avaliação do RR. Se este for regular, o primeiro passo consiste em tentar manobras vagais e, em caso de não reversão, a droga de primeira escolha a ser feita é a adenosina. Se o RR for irregular, a amiodarona poderia ser utilizada para cardioversão química. Resposta d. 9. No ECG acima, observa-se que o paciente em questão apresenta um bloqueio AV de segundo grau tipo Mobitz I. Na derivação DII (DII longo), nota-se, especialmente a partir 15 Eletrocardiografia 191 12. Quadro clínico de desconforto epigástrico em uma pa- ciente do sexo feminino, idosa e diabética deve sempre le- vantar a suspeita de tratar-se de uma síndrome coronariana aguda (SCA) porque pacientes com o perfil acima podem apresentar SCA com sintomas atípicos. O ECG acima mostra um supradesnivelamento do segmento ST de V1 a V4, com- patível com um quadro de síndrome coronariana aguda com elevação do segmento ST (infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST) em parede anterior e, como o paciente não apresenta sinais clínicos de insuficiên- cia cardíaca, é classificado pelos critérios de Killip-Kimball como Killip I. A conduta mais correta a ser tomada com a paciente em questão é administrar 200-300mg de AAS, fazer ataque de clopidogrel com dose atualmente preconizada de 600mg, ad- ministrar bólus endovenoso de heparina não fracionada na dose de 60U/kg de peso e proceder à reperfusão química com fibrinolíticos ou percutânea através da angioplastia primária, o que depende da disponibilidade do serviço. Há maior be- nefício e custo-efetividade da angioplastia primária sobre a trombólise, especialmente em pacientes de alto risco. O benefício, porém, depende da disponibilidade de hemodinâ- mica 24h e da rápida realização do procedimento e desapare- ce se o atraso para a realização da angioplastia for maior que 60 a 90 minutos. Assim, a escolha da melhor estratégia de reperfusão no IAM depende de fatores relacionados à dis- ponibilidade regional de recursos e pode variar de região para região. Caso ambos estejam disponíveis, deve-se dar preferência para a angioplastia. Idealmente, o fibrinolítico deve ser iniciado em até 30 minutos da chegada do pacien- te ao hospital. O tempo até a abertura da artéria por angio- plastia deve ser de até 90 minutos. Caso a expectativa para a realização da angioplastia seja acima de 60 minutos, deve ser realizado tratamento com fibrinolíticos. Resposta b. 13. O ECG em tela mostra um ritmo taquicárdico de QRS estreito e com RR regular, compatível com uma taquicardia paroxística supraventricular por reentrada átrio-ventricular, que ocorre quando há uma via acessória unindo o átrio ao ventrículo fora do sistema normal de condução. A presença desta via acessória é responsável pelo aparecimento de taqui- cardias supraventriculares. Algumas pistas para tal diagnóstico eletrocardiográfico pas- sam pela presença de alternância do QRS e pela presença de um intervalo RP < intervalo PR (na forma mais comum, em que está presente uma via acessória rápida). O tratamento imediato dos pacientes com taquicardia orto- drômica (taquicardia paroxística supraventricular por reen- trada átrio-ventricular com QRS estreito) pode ser realizado da mesma forma que para TRN, ou seja, com manobras va- gais, adenosina ou verapamil. Nos casos de taquicardia an- tidrômica, QRS largo, o tratamento deve ser realizado com drogas que bloqueiam ou aumentam o período refratário da via acessória, como as drogas do grupo IA, IC e III. A droga de escolha é a procainamida (grupo IA). Outras op- ções são propafenona, flecainida e amiodarona. Os pacientes que apresentam instabilidade hemodinâmi- ca devem ser tratados de imediato com cardioversão elé- do terceiro complexo QRS, uma sequência em que há pro- gressivo aumento do intervalo PR até que se observa uma onda P bloqueada (fenômeno de Wenckebach). Neste caso estaria, portanto, contraindicado o uso dos betabloqueado- res. Resposta e. 10. O caso acima, por seus aspectos clínico-eletrocardiográ- ficos, é típico de uma pericardite. A idade, a ausência de fa- tores de risco clássicos e o aspecto da dor do paciente falam contra a possibilidade de síndrome coronariana aguda. Os achados eletrocardiográficos mostram a presença de uma ta- quicardia sinusal, um supradesnivelamento do segmento PR na derivação AVR e um supradesnivelamento do segmento ST difuso e com morfologia típica daquele encontrado nos casos de pericardite. O quadro abaixo mostra as principais alterações eletrocar- diográficas encontradas nos casos de pericardite, a depender da sua fase evolutiva. Estágio I Supradesnivelamento do segmento ST com concavidade voltada para cima. Acomete todas as derivações (exceto AVR e V1), não respeitando a anatomia coronária. Ondas T altas e pontiagudas. Estagio II Retorno do segmento ST à linha de base. Onda T se achata. Depressão do segmento PR. Estagio III Inversão da onda T. Estágio IV Volta à normalidade, porém a onda T pode perma- necer invertida por um tempo maior. O tratamento da pericardite é feito com o uso de anti-infla- matórios não-hormonais. Desta forma, o item mais correto para a questão acima é o “E”. Resposta e. 11. Nos casos de hipotermia, quando a temperatura cor- pórea diminui acentuadamente, surgem alterações no ECG, como: bradicardia sinusal, aumento de duração do inter- valo QT e alargamento do QRS às custas do aparecimento de um entalhe final denominado de onda J ou onda O de Osborn, entre o término do QRS e o início do segmento ST, com sentido positivo nas derivações que apontam para o ventrículo esquerdo. A gênese desta onda parece estar relacionada a modificações da morfologia e entalhe pro- eminente no potencial de ação das células epicárdicas, da parede anterolateral do ventrículo esquerdo, causadas pelo esfriamento. A distribuição heterogênea das variações do potencial de ação resulta em gradiente de voltagem trans- mural e aparecimento da deflexão no ponto J. Deflexões no ponto J podem ser encontradas em outras condições, como, por exemplo, na displasia arritmogênica do ventrículo di- reito (ondas Epsilon), na síndrome de Brugada, a hipercal- cemia, e, até mesmo, na variante normal denominada repo- larização precoce. Nestas, entretanto, as anormalidades são evidenciadas nas derivações precordiais direitas e as morfo- logias são diversas, evidenciando mecanismos eletrofisioló- gicos diferentes. Desta forma, a alternativa que contempla a resposta correta é o item “E”. Resposta e. Eletrocardiografia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015192 trica sincronizada a 200 J. O tratamento crônico deve ser realizado com drogas do grupo IC como a propafenona. O tratamento defi nitivo é a ablação por radiofrequência da via anômala, que apresenta taxas de sucesso acima de 90%. Os itens “A” e “B” da questão poderiam deixar dúvida quanto à resposta mais correta, porém, embora o item “A” não mencione a manobra vagal como primeira opção de tratamento, ele poderia ser considerado como o mais correto porque o item “B” praticamente coloca como obrigatória a administração de adenosina nas doses de 6 e 12mg, independente de ter havido ou não reversão da arritmia. A questão é, portanto, dúbia, mas podemos considerar, dentre os itens acima, como o mais correto o item A. Resposta a. 14. Na amiloidose cardíaca, por depósito de proteínas ami- loides e, mais tardiamente, pela própria miocardiopatia di- latada que pode se desenvolver em fase mais terminal, pode haver a ocorrência de baixa voltagem ao ECG. O derrame pericárdico, por apresentar camada de liquido que pode funcionar como um isolante à corrente elétrica, pode levar também a baixa voltagem. O hipotireoidismo, pelo pos- sível derrame pericárdico que pode estar associado e por alterações secundárias ao próprio hipotireoidismo descom- pensado pode manifestar-se com baixa voltagem. A mio- cardite apresenta também padrões eletrocardiográfi cos que podem mudar com a sua evolução, podendo variar desde distúrbios de repolarização, bloqueios átrio-ventriculares e padrão sugestivo de isquemia coronariana, com supra ou infradesnivelamento do segmento ST localizada ou difusa. Resposta d. 15. A seta presente no ECG em tela aponta para a presença de uma onda U com amplitude aumentada, presente nos ca- sos de hipocalemia. O paciente do caso descrito acima deve ter evoluído com hipocalemia importante secundária a perda pelo TGI decorrente de diarreia intensa. Nos casosde hipo- calemia, principalmente com níveis de potássio menores que 2,5 mEq/L, os seguintes achados podem ser encontrados: progressiva depressão dos segmento ST, diminuição da am- plitude da onda T, aumento da amplitude da onda U e au- mento da amplitude e duração da onda P, com intervalo PR ligeiramente prolongado. Resposta b. 16. O paciente do caso acima foi admitido com um quadro de síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (SCASSST), mais precisamente com um infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST, caracterizado pela elevação detectada de bio- marcadores (troponina I positiva). Alguns dados relatados do caso nos fazem classifi car o paciente acima como tendo uma SCASSST de alto risco, segundo a estratifi cação de risco do American College of Cardiology (ACC): a angina grave recente de repouso e prolongada (maior que 20 minutos) e a presença de marcadores cardíacos bastante alterados (tro- ponina T > 0,1 ), como se pode evidenciar na tabela abaixo: Estratifi cação de Risco para SCA SSST – American College of cardiology (ACC) Alto risco Médio risco Baixo risco História clínica Idade > 75 anos Agravamento dos sintomas nas últimas 48 horas IAM ou cirurgia de revascularização prévia Uso prévio de AAS Idade > 70 anos Diabetes mellitus Tipo de dor Dor em repouso > 20 minutos,e contínua Dor em repouso > 20 minutos, com probabilidade de DAC moderada ou alta, ou dor que melhora espontane- amente ou após nitrato. Dor em repouso < 20 mi- nutos ou resolvida com repouso ou nitrato. Angina classe III nas úl- timas duas semanas, sem dor prolongada em repou- so, com probabilidade de DAC moderada ou alta ECG Alteração de ST > 0,5 mV, TV sustentada ou bloqueio de ramo intermitente Inversão de onda T > 0,2 mV Presença de ondas Q patológicas Normal ou sem mudança nos episódios de dor. Marcadores de necrose Bastante alterados (troponi- na T > 0,1) Pouco elevados (troponina T 0,01 - 0,1) Negativos Outro dado relevante é o achado de um grave padrão eletrocardiográfi co evidenciado pelo ECG da admissão no serviço de emergência: a presença do padrão eletrocardiográfi co de plus-minus nas derivações precordiais, achado que pode ser compa- tível com uma suboclusão proximal da artéria descendente anterior. A conduta mais adequada para o caso em questão seria, portanto, estabelecer o MONAB (morfi na, oxigênio, nitrato, aspirina e betabloqueador), iniciar a anticoagulação plena com heparina ou fondaparinux e iniciar antiagregante da classe dos inibidores da P2Y12. Por ser de alto risco, o paciente também deveria ser internado em unidade coronariana e deveria realizar cateteris- mo cardíaco precoce. Resposta a. 15 Eletrocardiografi a 193 17. O caso acima é compatível com estenose aórtica severa sintomática, cujo quadro clínico é representado pela clássica tríade composta por dor torácica anginosa, dispneia e sínco- pe. Os achados de exame físico da estenose aórtica são: � pulso arterial periférico com aparecimento lento, susten- tado e de baixa amplitude (pulsus parvus et tardus); � exame do precórdio com: um ictus cupuliforme, com frêmitos sistólicos nas regiões do foco aórtico e aórtico acessório; � ausculta cardíaca: observa-se que a 1a. bulha é pratica- mente normal ou abafada e precedida da 4ª bulha; a 2ª bulha é desdobrada, mas pode ser única quando há ca- cificação que imobiliza a valva ou quando o prolonga- mento da sístole ventricular faz com que A2 e P2 sejam simultâneas; o sopro de ejeção é o dado mais caracterís- tico e constante da estenose aórtica, com alta frequência vibratória, melhor audível no segundo espaço intercostal esquerdo, mesossistólico, irradiando para a fúrcula e am- bas as carótidas. O sopro, por apresentar alta frequência sonora, pode irradiar para o ápice, dando a falsa impres- são de dois sopros distintos – esse achado auscultatório recebe o nome de fenômeno de Galla-Vardin. Nos casos graves de disfunção ventricular, o sopro sistólico pode di- minuir ou mesmo desaparecer. � No ECG, mais de 80% dos casos de estenose aórtica gra- ve apresentam sinais de sobrecarga ventricular esquer- da, inversão de onda T e depressões de segmento ST em derivações, tendo complexo QRS positivo e alterações acentuadas da repolarização ventricular (onda T negativa profunda e com variável tendência à simetria). O ECG mostrado acima evidencia essas alterações descritas. Desta forma, o item que melhor condiz com o quadro clínico descrito acima é o “C”. Resposta c 18. Em geral, podem-se encontrar elevações do segmento ST em diversas condições como as abaixo relacionadas: Causas de elevação de segmento ST 1) Normal – Pa- drão masculino Visto em 90% de homens saudáveis. 1-3 mm em precordiais, principalmente em V2, ST côncavo. 2) Repolarização precoce Comum em jovens negros, com elevação de 1 a 4 mm em derivações médio precor- diais (mais marcada em V4, com entalhe no ponto J e ST côncavo). 3) Bloqueio de ramo esquerdo Discordância entre complexo QRS e seg- mento ST é sugestiva de BRE, mas de V1-V3 o QRS é geralmente negativo neste distúrbio, o que pode prejudicar o diag- nóstico de infartos anterosseptais. Elevação do segmento ST > ou = 5 mm é sugestiva de infarto anterosseptal (VPP = 94%) 4) Pericardite aguda Elevação difusa do segmento ST em deri- vações precordiais e periféricas, associa-se à depressão do segmento PR. Causas de elevação de segmento ST (cont.) 5) Hipercalemia Elevação do segmento ST côncavo pode ou não estar associada a: QRS alargado, ondas T pontiagudas, on- das P de amplitude diminuída 6) Síndrome de Brugada Padrão de BRD completo ou incompleto (rSR’ em V1 e V2) Elevação côncava do ST em V1 e V2, no início da onda R’ côncava e acaba em onda T invertida 40%-60% dos casos de FV idiopática 7) Hipertrofia de VE ST côncavo e critérios de SVE 8) Angina de Prinzmetal Elevações de ST transitórias 9) TEP Podem simular IAM de parede inferior e anterosseptal 10) Cardioversão Frequentemente > 10 mm, porém com duração de apenas 1-2 minutos 11) Infarto agudo do miocárdio Elevação nova do segmento ST no ponto J em pelo menos duas derivações contíguas com os seguintes pontos de corte: ≥ 0,2 mV em homens e em mulheres ≥ 0,15 mV (V2-V3) ou ≥ 0,1 mV (nas demais). Ca- racterísticas: em platô, convexo. Os aneurismas ventriculares que surgem tardiamente após quadros de IAM com supradesnivelamento do segmento ST têm como manifestação eletrocardiográfica a presença de um supradesnivelamento do segmento ST persistente, mesmo dias ou semanas após o quadro inicial. O critério eletrocardiográfico sugestivo de reperfusão química (pós - trombólise) é a redução de ≥ 50% do supra de ST, onde este é maior. O item que apresenta a resposta correta é, portanto, o “B”. Resposta b. 19. O ECG em tela evidencia um ritmo de fibrilação atrial (FA) e a mais provável etiologia para o AIT prévio do pa- ciente é a cardioembólica. Ao estratificarmos o risco de fenô- menos tromboembólicos para o paciente acima, percebemos que este é alto, uma vez que seu CHA2DS2-VASc é 4 , confor- me podemos ver pela tabela abaixo: CHA2DS2-VASc – Escore de Brimingham 2009 Congestive heart failure (ICC) 1 ponto Hipertensão 1 ponto Idade > 75 anos 2 pontos Diabetes mellitus 1 ponto Stroke – AVC prévio, AIT prévio, eventos trombo- embólicos prévios 2 pontos Vascular – IAM prévio, placas em aorta, doença vascular periférica 1 ponto Idade 65-75 anos 1 ponto Sexo feminino 1 ponto Eletrocardiografia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015194 É considerado alto risco se a pontuação for 2 ou mais, risco intermediário se 1 ponto, e baixo risco se não houver fatores de risco. A conduta de acordo com a classifi cação seria: � Alto risco (2 pontos ou mais): anticoagulação plena (se varfarina, manter INR entre 2,0 e 3,0); � Risco intermediário (1 ponto): anticoagulação plena ou antiagregação (AAS 75 a 325 mg/dia) – o algoritmo da ACCP recomenda anticoagulaçãoplena sempre que pos- sível; � Baixo risco (0 pontos): antiagregação (AAS) ou nada – o benefício do uso do AAS para esse grupo não está bem estabelecido. Além disso, o uso do AAS pode levar a eventos adversos. Desta forma, o paciente acima tem indicação de anticoagula- ção plena no intuito de evitar novos fenômenos tromboem- bólicos, que pode ser feita com a varfarina ou com os novos anticoagulantes (como o Dabigatran), uma vez que não há descrição de que o paciente em questão seja portador de FA valvar. O item que contempla a resposta mais correta para o caso em questão é o “D”. Resposta d. 20. O quadro clínico e eletrocardiográfi co é compatível com pericardite aguda, de provável etiologia viral. A dor torácica é o principal marcador da pericardite aguda, sendo esta ca- racterizada por localização precordial ou retroesternal, tipo contínua, de longa duração (horas e dias), tipo pleurítica (piora principalmente com inspiração profunda, tosse e de- cúbito dorsal, melhora quando o paciente senta e inclina o tronco para a frente), irradiada para trapézio e região cervi- cal. Os achados eletrocardiográfi cos mais característicos são o supradesnivelamento do segmento ST, com ST de aspecto côncavo (“supra feliz”), e onda T positiva, que aparecem em várias derivações, não se relacionando anatomicamente com uma parede específi ca (“supra tudo”). Em 70% dos pacien- tes, encontramos a depressão do segmento PR, essa que já ocorre nos estágios iniciais da doença. Na pericardite, encon- tramos quatro estágios reconhecidos de evolução eletrocar- diográfi ca, como mostrado na tabela abaixo: Estágio I Supradesnivelamento do segmento ST com concavidade voltada para cima. Acomete todas as derivações (exceto AVR e V1), não respeitando a anatomia coronária. Ondas T altas e pontiagudas. Estagio II Retorno do segmento ST à linha de base. Onda T se achata. Depressão do segmento PR. Estagio III Inversão da onda T. Estágio IV Volta à normalidade, porém a onda T pode perma- necer invertida por um tempo maior. Resposta c. 21. O indivíduo acima foi admitido com uma taquicardia su- praventricular com RR regular e com estabilidade hemodi- nâmica e clínica. A conduta mais correta para o caso acima é realizar manobras vagais e, caso não haja resposta, usar ade- nosina como droga para tentar reverter para o ritmo sinu- sal. A cardioversão elétrica sincronizada estaria indicada nos casos em que há instabilidade hemodinâmica e /ou clínica. Resposta c. 22. O quadro clínico de dor torácica tipicamente anginosa, associada à síncope após uso de vasodilatadores, na presen- ça de história familiar de morte súbita e de um ECG com sobrecarga ventricular esquerda, sugere fortemente a pre- sença de patologias que gerem gradiente na via de saída do ventrículo esquerdo, como miocardiopatia hipertrófi ca na sua forma obstrutiva ou estenose aórtica severa sintomá- tica. Os achados de ECG sugerem mais como etiologia a miocardiopatia hipertrófi ca, sendo o item D considerado o correto. Resposta d. 23. O quadro clínico descrito (dispneia progressiva, estase jugular, ausculta pulmonar limpa e presença de bulhas hipo- fonéticas), associado ao ECG acima, que mostra a presença de taquicardia sinusal com baixa voltagem difusa e alternân- cia elétrica do QRS, é compatível com o de derrame peri- cárdico volumoso. Nesses casos, deve-se fi car atento para a presença de sinais de iminência de tamponamento cardíaco. Pacientes com tamponamento geralmente apresentam sinto- mas atribuídos à redução do débito cardíaco, em virtude da inabilidade de enchimento das câmaras cardíacas na diástole, aumento da pressão intracardíaca e redução do débito cardí- aco: dispneia, tontura, fadiga, dor torácica, ortopneia e disp- neia paroxística noturna não são comuns, exceto na presença de congestão pulmonar. Na presença de grandes derrames, pode ocorrer tosse, disfa- gia e rouquidão, atribuídas ao aumento do saco pericárdico nas estruturas intratorácicas (brônquio, esôfago, nervo vago ou laríngeo recorrente). No exame físico, o paciente geralmente se encontra cansado, pálido, ansioso e com: � Hipotensão arterial com presença de pulso paradoxal, que corresponde à diminuição de 10 a 15 mmHg da PAS com a inspiração. O pulso paradoxal não é específi co para tamponamento, podendo ocorrer no DPOC, ICC, TEP ou choque; assim como o tamponamento pericárdico pode ocorrer sem pulso paradoxal em pacientes com IAo, CIA, hipertrofi a importante do ventrículo direito ou naqueles que já apresentavam elevação da pressão diastólica prévia; � Aumento na pressão venosa com a inspiração (sinal de Kussmaul) ou distensão venosa jugular; ambos podem estar presentes. No tamponamento, pode-se evidenciar a tríade de Beck: distensão venosa jugular, hipotensão e abafamento das bulhas. Resposta c. 24. O ECG acima evidencia a presença de uma síndrome de pré-excitação, a Síndrome de Wolff -Parkinson-White (WPW) – ver tabela abaixo, caracterizada pela presença de uma via anômala denominada feixe de Kent, que conecta os átrios diretamente aos ventrículos, desviando-se completa- mente do sistema de condução normal, manifestando-se pela 15 Eletrocardiografi a 195 presença no ECG de um PR curto e pela presença da onda delta. A WPW é a síndrome de pré-excitação mais comum e ocorre mais em homens do que em mulheres. Ondas delta são produzidas por vias anômalas inseridas diretamente no músculo ventricular. Uma onda delta é uma deflexão inicial lenta no início do complexo QRS e resulta da ativação inicial do QRS por condução pela via acessória. Existe síndrome de pré-excitação quando um impulso su- praventricular despolariza todo (ou parte de) um ventrículo mais precocemente do que seria esperado se à frente de ativa- ção percorresse apenas o sistema elétrico normal. Assim, na síndrome de Wolff--Parkinson-White, há uma via acessória (feixe de Kent) unindo o átrio ao ventrículo fora do sistema normal de condução. A presença desta conexão é responsável pelo aparecimento de taquicardias supraventriculares. Uma pessoa com WPW pode ser assintomática cronicamen- te. O sintoma mais comum são crises ocasionais de palpita- ções súbitas. No entanto, o quadro mais grave é o apareci- mento de FA em pacientes com WPW, o que acarreta o risco de resposta ventricular rápida por meio da via acessória. Esta rápida resposta ventricular pode provocar todos os sinais e sintomas das taquicardias estável e instável. O quadro clínico de taquicardia mais comum na síndrome de Wolff-Parkinson-White é a taquicardia ortodrômica. Taquicardia ortodrômica é aquela na qual o impulso elétrico percorre anterogradamente o nódulo AV-tronco do feixe de His, e, retrogradamente, a via acessória. Neste caso, os com- plexos QRS são estreitos, a frequência varia entre 150 e 250 bpm e surge de forma paroxística, isto é, de início e término bruscos, com duração variável (desde segundos até horas). Como a ativação atrial é retrógrada, após os ventrículos, apresenta ondas P negativas nas derivações DII, DIII e avF. Características da síndrome de Wolff-Parkinson-White Frequência Geralmente 60-100 bpm, se o ritmo subjacente for de origem sinusal. Ritmo Regular, a menos que associado à fibrilação atrial. Ondas P Ascendentes na derivação II, a menos que WPW esteja associada à fibrilação atrial. Intervalo PR Se forem observadas ondas P < 0,12 s é porque o impulso atravessa muito rapidamente a via acessória, desviando-se do atraso normal no nó AV Duração de QRS Geralmente > 0,12 s. Curso ascendente lento do complexo QRS (onda delta) pode ser visto em uma ou mais derivações. O tratamento imediato dos pacientes com taquicardia orto- drômica (QRS estreito) pode ser realizado com manobras va- gais, adenosina ou verapamil. Nos casos de taquicardia anti- drômica, QRS largo, o tratamento deve ser realizado com drogas que bloqueiam ou aumentam o período refratário da via acessória, como as drogas do grupo IA, IC e III. A droga de escolha é a procainamida(grupo IA). Outras op- ções são propafenona, flecainida e amiodarona. Os pacientes que apresentam instabilidade hemodinâmica devem ser tratados de imediato com cardioversão elétrica sincronizada a 200 J. O tratamento crônico deve ser reali- zado com drogas do grupo IC como a propafenona. O tra- tamento definitivo é a ablação por radiofrequência da via anômala, que apresenta taxas de sucesso acima de 90%. Resposta a 25. Este paciente foi admitido com um quadro de SCA com supradesnivelamento do segmento ST (infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST) de parede infero-laterodrosal, caracterizado pelo quadro de dor tipicamente anginosa prolongada, sem melhora com o uso de nitrato sublingual e com ECG admissional revelando um su- pradesnivelamento do segmento ST nas derivações V5, V6, DII, DIII e avF. No tratamento do IAMCSST, inicialmente, os pacientes de- vem receber tratamento envolvendo MONA. Assim que se identificar a SCA como compatível com IAMCSST, o pacien- te deve ser preparado para a terapia de reperfusão disponível (trombólise X angioplastia primária). Comparações formais e extensivas entre estratégias de reper- fusão mostram benefício e custo-efetividade da angioplastia primária sobre a trombólise, especialmente em pacientes de alto risco. O benefício, porém, depende da disponibilidade de hemodinâmica 24h e da rápida realização do procedimento e desaparece se o atraso para a realização da angioplastia for maior que 60 a 90 minutos. Assim, a escolha da melhor es- tratégia de reperfusão no IAM depende de fatores relacio- nados à disponibilidade regional de recursos e pode variar de região para região. A escolha entre os métodos depende da disponibilidade de cada um deles e da experiência do servi- ço. Caso ambos estejam disponíveis, deve-se dar preferência para a angioplastia. Idealmente, o fibrinolítico deve ser ini- ciado em até 30 minutos da chegada do paciente ao hospital. O tempo até a abertura da artéria por angioplastia deve ser de até 90 minutos. Caso a expectativa para a realização da angioplastia seja acima de 60 minutos, deve ser realizado tratamento com fibrinolíticos. Após a trombólise, os pacientes devem continuar receben- do AAS e betabloqueadores. Além disso, devem receber dose de ataque de clopidogrel 300 mg e dose de manutenção posterior de 75 mg/dia. Também devem permanecer hepa- rinizados por ao menos 48 horas. A heparina utilizada pode ser tanto a heparina não fracionada quanto as HBPM. No entanto, há preferência pela enoxaprina, se disponível. Atu- almente, ainda não há estudos que avaliaram a eficácia dos novos antiagregantes plaquetarios como o ticagrelor nos pa- cientes submetidos à trombólise química. Desta forma, a conduta mais correta a ser feita com a pa- ciente em questão é administrar 200-300 mg de AAS, fazer ataque de clopidogrel com 300 mg, administrar bólus en- dovenoso de heparina não fracionada na dose de 60 UI/kg de peso ou de enoxaparina e proceder a reperfusão química com fibrinolíticos. Resposta c. 26. O indivíduo em questão, portador de Doença Renal Crônica, deve ter evoluído com piora progressiva da fun- ção renal e hipercalemia, que culminou com o apareci- Eletrocardiografia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015196 mento das alterações vistas acima no ECG. Com o aumen- to da calemia, a onda P vai se alargando e vai tendo sua amplitude reduzida, o intervalo PR vai se prolongando, o QRS vai se alargando e a onda T vai tornando-se apiculada sem prolongamento do intervalo QT. Com hipercalemias acentuadas (potássio maior que 6 mEq/L), o complexo QRS alarga-se muito e mostra espessamentos e entalhes, o eixo elétrico do QRS desvia-se para a esquerda, o segmen- to ST desaparece, podendo haver fusão do complexo QRS largo com as ondas Ts pontiagudas e a onda P desaparece. Além da determinação e da correção da causa subjacente, o tratamento da hipercalemia grave é feito com a infusão de gluconato de cálcio, que promoverá mudanças na cale- mia, mas sim uma estabilização da membrana do miócito, e com medidas com ação direta na redução da calemia, como a infusão de glicoinsulina, o uso de beta-agonistas e o uso de resinas de troca. Resposta c. 27. Este paciente foi admitido no serviço de emergência com uma taquicardia ventricular com instabilidade hemodinâmi- ca, caracterizada pela presença de hipotensão arterial sinto- mática. Para pacientes com instabilidade hemodinâmica, o tratamento deve ser sempre a cardioversão elétrica sincro- nizada. Resposta e. 28. Este indivíduo, com história prévia de infarto do mio- cárdio, evoluiu com PCR com ritmo chocável, pois o traçado eletrocardiográfi co acima evidencia uma TV monomórfi ca sustentada. Nos casos de PCR por ritmo chocável, a condu- ta mais correta a ser feita é proceder a desfi brilação e, após reversão de tal quadro e estabilização clínica do paciente, iniciar antiarrítmico de manutenção como a amiodarona, com o propósito de evitar novos eventos arrítmicos. Como o evento do infarto ocorreu mais de 48h antes da PCR em ritmo chocável, é mais provável que tal evento tenha aconte- cido em decorrência da propensão a arritmias ventriculares malignas decorrentes da cicatriz miocárdica pelo infarto an- tigo. Desta forma, estaria indicado o implante de cardiodesfi - brilador, como medida mais efi caz na prevenção secundária de morte súbita arrítmica. Sendo assim, o item mais correto para a questão acima é o “D”. Resposta d. 29. O ECG demonstra QRS alargado e de forma aberrante com aspecto senoidal sugestivo de hipercalcemia. Os exames também demonstram acidemia decorrente de acidose meta- bólica (pH < 7,35 com bicarbonato < 22 mEq/L). O ânion-gap (AG) está aumentado (valor normal entre 8 e 12), podendo ser calculado pela seguinte fórmula: Na+ – (Cl- + BIC). Como não dispomos do sódio sérico, não é possível calcular com as informações fornecidas na questão o cloro sérico. Entretanto, como não há relato de vômitos ou de outra causa associada com a perda de cloro, o mais provável é que o cloro sérico esteja normal. Observe também que o paciente apresenta insufi ciência renal aguda (IRA), que representa uma patologia multifatorial. A taxa de mortalidade da IRA até há pouco tempo alcançava índices alarmantes de 40% a 83%. A redução dessas taxas tem sido destacada não apenas pelos avanços conquistados na te- rapêutica medicamentosa, intervencionista e em terapias re- nais substitutivas, mas também pela padronização do concei- to de LRA estabelecida tanto pela classifi cação RIFLE (2002), um acrônimo em inglês para risk, injury, failure, loss, end- -stage kidney disease, quanto pela classifi cação AKIN (Acute Kidney Injury Network) (2005) cujas propostas são tornar medidas de recuperação da função renal mais precoces. O sistema de classifi cação AKIN encontra-se descrito no qua- dro abaixo: Sistema de Classifi cação AKIN para lesão renal aguda. Adaptado do Critical Care, 2007. Estágio Critério de creatinina sérica Critério fl uxo uri- nário 1 Aumento ≥ 26,4 µmol/L(0,3/dL) ou au- mento para 150%-200% da creatinina de base (1,5 a 2,0 vezes) < 0,5/mL/kg/h por 6 horas 2 Aumento para > 200%- 300% da creatinina de base (> 2 a 3 vezes) < 0,5/mL/kg/h por 12 horas 3 Aumento para 300% da cre- atinina de base (> 3 vezes) ou creatinina sérica ≥ 354 µmol/L (4,0 mg/dL) com aumento agudo de pelo me- nos 44 µmol/L (0,5 mg/dL) < 0,3/mL/kg/h por 24 horas ou anúria por 12 horas Fonte: Magro MCS, Batistini HC, Santos SG, Peixoto E, Freitas MTS. O emprego da classifi cação AKIN na detecção da lesão renal no pós-opera- tório de cirurgia cardíaca. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2011;56(3):127-31. Assim, como a creatinina basal do paciente elevou-se em 1,1 mg/dl, pode-se concluir que a mesma elevou-se para 237% da creatinina basal (ou seja, elevação > 2 vezes) compatível, portanto, com AKIN-2. A hipercalemia pode ser explica- da pela redução da TFG decorrente da própria IRA,assim como de lesão muscular decorrente de rabdomiólise, por sua vez, secundária às crises convulsivas. Não há dúvidas que o paciente acima necessita de administração de gluconato de cálcio, glicoinsulinoterapia, diurese forçada, administração de bicarbonato de sódio e hemodiálise para controle da hi- percalemia. Resposta d. 30. O ECG do paciente do caso em tela demostra a presença de um BAV de terceiro grau (Bloqueio átrio-ventricular to- tal, BAVT). Como o paciente se encontra sintomático, com um quadro de tonturas, cansaço e queda da própria altura, a conduta mais adequada é proceder ao implante de mar- capasso provisório, enquanto se busca por possíveis causas reversíveis para tal bradiarritmia. O paciente em questão tem uma causa reversível mais provável, que é o uso de be- tabloqueador (usa atenolol para o tratamento de hiperten- são arterial). Desta forma, deve-se implantar marcapasso provisório e suspender o betabloqueador em uso. Se não houver remissão do quadro apesar da suspensão do beta- bloqueador e não houver nenhuma outra causa reversível aparente, a conduta seria o implante de marcapasso defi ni- tivo. Resposta d. 15 Eletrocardiografi a 197 31. Ao nos depararmos com uma taquiarritmia, alguns pa- râmetros, como o status hemodinâmico (instável versus está- vel), a duração do QRS (estreito versus largo) e a regularidade dos intervalos RR (regular versus irregular), são importantes e necessitam ser avaliados imediatamente, pois orientam na tomada decisão e de condutas rápidas na sala de emergência, além de nos fazer inferir quanto a mais provável origem da taquiarritmia. A presença e localização de ondas P e a pre- sença de ondas F também são importantes e podem ajudar na tomada de decisão, especialmente no caso de taquiarrit- mias com QRS estreito, especialmente quanto ao diagnóstico da taquiarritmia. Resposta e 32. O indivíduo do caso em tela apresenta um quadro pro- vável de síndrome coronariana aguda (dor torácica típica em paciente masculino idoso e portador de dislipidemia e diabe- tes), porém com início de evolução muito recente (admitido com 10 minutos de dor apenas). Desta forma, é improvável encontrarmos a presença de ondas Q patológicas secundárias a evolução de uma síndrome coronariana aguda, consideran- do-se tão pouco tempo de evolução. Resposta c. 33. O quadro clínico descrito em tela é compatível com hipo- calcemia secundária a uma lesão de paratireoides após a ti- reoidectomia, a qual o paciente foi submetido. Classicamen- te, o eletrocardiograma na hipocalcemia evidencia aumento do intervalo QT às custas principalmente do segmento ST sem alterações da onda T e raramente com alargamento do complexo QRS. O diagnóstico diferencial remete-se à hipo- calemia, no entanto, esta condição demonstra aumento da duração da onda T com onda u proeminente. Desta forma, podemos considerer como correto o item D. Resposta d. 34. O ECG acima demonstra um ritmo sinusal, com algu- mas extrassístoles com QRS largo, muito semelhante ao de base do paciente, com pausas compensatórias. Percebe-se também um BDASE, com desvio do eixo para a esquerda, um bloqueio completo de ramo esquerdo e a presença de um supra de ST em avR. A sentença I está incorreta porque o BDASE não dificulta a avaliação adequada da repolarização ventricular; a sentença II está correta porque o supradesni- velamento de avR pode sugerir lesão de tronco de coronária esquerda; por último, a sentença III está errada porque não há períodos de FA. Resposta d. 35. Trata-se de um quadro de uma taquiarritmia com QRS estreito e com RR regular configurando, portanto, uma ta- quicardia supraventricular. Com as pistas do ECG descrito acima, acreditamos que deve tratar-se de uma taquicardia por reentrada nodal. Como o paciente encontra-se com es- tabilidade hemodinâmica, a primeira conduta a ser realizada deveria ser a manobra vagal. Em não havendo resolução, po- de-se proceder à administração de adenosina em uma dose de 6 mg, IV, seguida de mais 12 mg, IV, se a primeira não for suficiente para promover o término da arritmia. Desta forma o item considerado mais correto para a questão acima, dentre os apresentados, é o A. Resposta a. 36. Trata-se de uma questão mal formulada e sem resposta correta. O caso clínico acima descrito é compatível com o de um in- farto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do seg- mento ST de parede inferior. No tratamento inicial da do IAMCSST, primeiramente os pa- cientes devem receber tratamento envolvendo MONA, além de receber dose de ataque de um segundo antiagregante, ini- bidor da P2Y2, seguido de dose de manutenção (clopidogrel, ticagrelor ou prasugrel). Assim que se identificar a SCA como compatível com IAMCSST, o paciente deve ser preparado para a terapia de reperfusão disponível (angioplastia percutânea primária ou trombólise química). Há maior benefício e custo- -efetividade da angioplastia primária sobre a trombólise, especialmente em pacientes de alto risco. O benefício, po- rém, depende da disponibilidade de hemodinâmica 24h e da rápida realização do procedimento e desaparece se o atraso para a realização da angioplastia for maior que 60 a 90 minu- tos. Assim, a escolha da melhor estratégia de reperfusão no IAMCSST depende de fatores relacionados à disponibilida- de regional de recursos e pode variar de região para região. O tempo até a abertura da artéria por angioplastia deve ser de até 90 minutos. Caso a expectativa para a realização da angioplastia seja acima de 60 minutos, deve ser realizado tratamento com fibrinolíticos. Desta forma, o item que mais poderia se aproximar do corre- to seria o “E”, porém não podemos falar neste caso em estra- tificação invasiva precoce e, sim, em estratégia de reperfusão imediata (trombólise ou angioplastia primária). Resposta e. 37. O ECG mostra a presença de um bloqueio átrioventricular total (BAVT), presente em uma paciente sintomática (sínco- pe com lesão corporal) e hipotensa e torporosa à admissão ao serviço de emergência. Como a paciente encontra-se com uma bradiarritmia sintomática, a conduta mais adequada é proceder ao implante de marcapasso provisório, enquanto se busca por possíveis causas reversíveis para tal bradiarritmia. Se nenhuma causa reversível for encontrada, a conduta seria o implante de marcapasso definitivo. Resposta e. 38. Esta criança apresentou quadro de PCR e, em vista dis- so, a sequência proposta pelo BLS pediátrico de 2010 deve ser seguida. A primeira coisa a ser checada pelo socorrista é a segurança do local para a vítima e para ele mesmo. Em seguida, deve-se checar se a criança encontra-se irresponsiva e sem respirar ou só gaspeando e enviar alguém para chamar ajuda (servi- ço de socorro de emergência) e conseguir um desfibrilador externo automático (DEA). Se o socorrista estiver sozinho, deve chamar o serviço de emergência e aguardar a chegada de um DEA. Procede-se então a checagem de pulso em 10 segundos e, se não se detectar pulso central, deve-se iniciar RCP. Se houver apenas 1 socorrista, proceder a ciclos de 30 compressões torácicas seguidas por 2 ventilações, e, caso haja 2 socorristas, proceder a ciclos de 15 compressões torá- cicas seguidas por 2 ventilações. As compressões devem ser iniciadas com o paciente sob uma superfície firme e devem Eletrocardiografia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015198 ser vigorosas o sufi ciente para, no caso da criança em ques- tão, que tem 5 anos, permitir aprofundar o tórax em 5cm com a compressão da metade inferior do esterno usando 1 ou 2 mãos, permitindo o retorno completo do tórax entre cada compressão. Deve-se imprimir uma velocidade equivalente a 100 compressões por minuto, e, idealmente, deve-se rodiziar o socorrista que faz as compressões a cada 2 minutos, para se evitar fadiga, no caso de ha ver 2 socorristas. A ventilação deve ser feita por respiração boca-a-boca ou com ambu-más- cara. Após 2 minutos (ou aproximadamente 5 ciclos), deve-se reavaliarritmo, se já estiver disponível o DEA ou contatar serviço de emergência. Resposta e. 39. Trata-se de um paciente com fatores de risco, com dor anginosa irradiada para o MSE, há mais de 40 minutos. O ECG revela supradesnivelamento do segmento ST em pare- de inferior (DII, DIII e avF), compatível com diagnóstico de IAM com supra-ST. Entretanto chamam atenção no exame físico a presença de sopro compatível com insufi ciência aórtica e o pulso dimi- nuído em MSE, o que pode apontar para um quadro de dis- secção aórtica associada. Logo, não seria prudente iniciar medidas como antiagregação e anticoagulação pelo risco de sangramento. A conduta seria então a analgesia (morfi na), controle pressórico (nitroprussiato) e controle da frequência cardíaca (labetalol). Resposta a. 40. Questão simples sobre Suporte Básico e Avançado de Vida. Trata-se de uma parada cardíaca em AESP (Ativida- de elétrica sem pulso), em que não há indicação de choque (itens A, D e E errados). A prioridade deve ser a reanimação cardiopulmonar (RCP) com ênfase nas compressões torá- cicas e a avaliação das possíveis causas (os “Hs e os “Ts”). O item C é errado, pois não enfatiza a RCP e equivocada- mente recomenda a elevação de membros inferiores. Item B correto. No Suporte Avançado, devemos proceder com intubação para corrigir possível hipoxia, bem como pun- cionar acesso venoso para a infusão de drogas e fl uidos du- rante a RCP. Resposta B. 41. Trata-se de um paciente de 52 anos com fator de ris- co cardiovascular (tabagista) que apresenta dor em aperto com irradiação para os braços, iniciada com esforço, que melhorou com repouso e morfina, não sendo informado no enunciado o tempo de duração. Deve, portanto, ser conduzida como uma dor anginosa. ECG realizado mos- tra o padrão de “Plus-Minus” em parede anterior, que re- presenta suboclusão de descendente anterior. O padrão Plus-Minus ou “mais-menos” é essa onda T bifásica, com primeira parte positiva e segunda negativa, que vemos de V1 a V5. Com relação aos marcadores de necrose miocárdica, ob- servando-se, apenas a troponina e interpretando a unidade (U/L) como ng/ml, na qual o valor de referência para IAM é< 0,5 ng/ml, observamos que a mesma encontra-se eleva- da. Assim, considerando quadro clínico, ECG e enzimas cardíacas, podemos afi rmar que estamos diante de IAM sem supra-ST. A tabela abaixo mostra a estratificação de risco em casos de SCA sem supra-ST, conforme a American College of Cardiology: Estratifi cação de Risco para SCA SSST – American College of Cardiology (ACC) Alto risco Médio risco Baixo risco História clínica Idade > 75 anos Agravamento dos sintomas nas últimas 48 horas IAM ou cirurgia de revasculari- zação prévia Uso prévio de AAS Idade > 70 anos Diabetes mellitus Tipo de dor Dor em repouso > 20 minutos, e contínua Dor em repouso > 20 minutos, com probabilidade de DAC mo- derada ou alta, ou dor que me- lhora espontaneamente ou após nitrato. Dor em repouso < 20 minutos ou resolvida com repouso ou nitrato. Angina classe III nas últimas duas sema- nas, sem dor prolongada em repouso, com probabilidade de DAC moderada ou alta ECG Alteração de ST > 0,5 mV, TV sustentada ou bloqueio de ramo intermitente Inversão de onda T > 2 mm Presença de ondas Q patológicas Normal ou sem mudança nos episódios de dor. Marcadores de ne- crose (troponina) Acentuadamente elevados (≥ 0,6 ng/ml) Discretamente elevados (0,1- 0,5 ng/ml) Normais Trata-se, portanto, de um paciente de alto risco (troponina acentuadamente elevada), de modo que não está indicada a sus- pensão do tratamento (logo excluímos itens B e D). Para melhor estratifi cação do paciente com SCA de Baixo Risco, está indicada a realização de teste ergométrico (TE) desde que o paciente tenha condição de andar na esteira e que não haja alterações eletrocardiográfi cas, medicamentosas ou metabó- licas de base que possam prejudicar a avaliação do TE: 15 Eletrocardiografi a 199 � bloqueio de ramo esquerdo; � ritmo de marcapasso; � fibrilação atrial ou outras arritmias; � uso de betabloqueadores, digitálicos ou bloqueadores dos canais de cálcio; � distúrbios metabólicos (hipopotassemia ou hiperpotas- semia); � cicatriz de infarto; � sobrecarga de VE; � estenose aórtica; � insuficiência cardíaca congestiva; � Hipertensão arterial sistêmica grave. Por outro lado, os pacientes de alto risco não devem ser sub- metidos ao TE, uma vez que a conduta não mudará. Esses pacientes devem receber AAS, clopidogrel, anticoagulação, betabloqueadores e cateterismo precoce durante a interna- ção. Assim, o item que melhor responde a questão seria o item A. Gabarito oficial C. Resposta: a. 42. Trata-se de um paciente com quadro de taquicardia, de QRS estreito, de ritmo irregular, sem onda P identificável, ou seja, uma fibrilação atrial. No caso o paciente está es- tável hemodinamicamente, com evolução há mais de 48h. Por tanto temos uma FA crônica de alta resposta ventricular e com estabilidade hemodinâmica. A conduta inicial visa ao controle de frequência, que pode ser feito com betablo- queador, não sendo indicada a cardioversão, pois o paciente pode apresentar um trombo cardíaco e evoluir com fenô- menos tromboembólicos. Quanto à anticoagulação, temos um paciente de 78 anos, hipertenso, com diminuição da fração de ejeção demonstrada no ecocardiograma, tendo, portanto, indicação de anticoagulação plena. Aproveite no- vamente para revisão o critério CHA2DS2-VASC mostrado na tabela abaixo: CHA2DS2-VASc – Escore de Brimingham 2009 Congestive heart failure (ICC) 1 ponto Hipertensão 1 ponto Idade > 75 anos 2 pontos Diabetes melito 1 ponto Stroke – AVC prévio, AIT prévio, eventos trombo- embólicos prévios 2 pontos Vascular – IAM prévio, placas em aorta, doença vascular periférica 1 ponto Idade 65-75 anos 1 ponto Sexo feminino 1 ponto Interpretação: � Alto risco (2 pontos ou mais): anticoagulação plena (var- farina, para INR entre 2,0 e 3,0); � Risco intermediário (1 ponto): anticoagulação plena ou an- tiagregação (AAS 75 a325 mg/dia) – o algoritmo da ACCP recomenda anticoagulação plena sempre que possível; � Baixo risco (0 pontos): antiagregação (AAS) ou nada – o benefício do uso do AAS para esse grupo não está bem estabelecido. Além disso, o uso do AAS pode levar a eventos adversos. Resposta c. 43. Trata-se de um caso de taquicardia ventricular monomór- fica sustentada (mais de 30 segundos de duração), não asso- ciada à instabilidade hemodinâmica (PA 110 x 60 mmHg). Nesse caso, seguindo os algoritmos indicados pelo ACLS, é necessário proceder com monitorização hemodinâmica, su- plementar O2 se hipoxemia, monitorizar a pressão arterial e usar medicações antiarrítmicas (amiodarona ou sotalol). Na presença de TV com instabilidade hemodinâmica, proceder imediatamente à cardioversão sincronizada (100 J). Se TV polimófica (por exemplo, torsades de pointes), o tratamento é semelhante à da fibrilação ventricular, requerendo assim possível desfibrilação. Caso fosse identificada taquicardia supraventricular (na presença de estabilidade clínica), pode- ríamos realizar manobra vagal, e administrar adenosina (se ritmo regular), betabloqueadores ou bloqueadores de canal de cálcio. Resposta c. 44. O ECG chama a atenção para a presença de intervalo PR bastante curto (com dificuldade para visualização da onda P em diversas derivações), associada à presença de onda delta, compatível com o diagnóstico da síndrome de Wolf- -Parkinson-White (SWPW), a mais frequente das síndromes de pré-excitação ventricular. O ECG também mostra padrão compatível com BRD incompleto. No eletrocardiograma te- mos quatro informações clássicas que nos permitem o diag- nóstico da SWPW: 1 - Intervalo PR curto, normalmente com duração < 120 ms em adultos; 2 - QRS alargado e espessado, geralmente com a duração su- perior a 120 ms; 3 - Onda delta: espessamento do início do QRS com duração aproximada de 0,03 a 0,06 segundos. É caracterizada como expressãoda pré-excitação (ver figura a seguir); Eletrocardiografia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015200 4 - Alterações secundárias da repolarização ventricular (onda T/segmento ST); Devido à ampla diversidade clínica na SWPW, foi criada uma classifi cação dividida em três grupos, que são os assintomá- ticos, os pacientes com sintomas leves a moderados e os pa- cientes graves. Os pacientes com sintomas leves a moderados são aqueles que apresentam episódios esporádicos de taqui- cardia, sendo eles bem tolerados e sem sinais de comprome- timento hemodinâmico. Já os pacientes graves são aqueles que apresentam eventos sincopais e/ou fi brilação ventricular. A importância do diagnóstico precoce está relacionada com uma possível consequência da SWPW, a morte súbita. Pa- cientes assintomáticos apresentam um risco de 0,1% ao ano de morte súbita enquanto em pacientes graves esse risco au- menta para 0,56% ao ano. O tratamento envolve a realização de estudo eletrofi siológico para reconhecimento da via anômala e posterior ablação da mesma. Recomenda-se que, antes da realização da ablação, os pacientes evitem esportes competitivos (resposta correta A). Não existe indicação de anticoagulação em pacientes com SWPW. A opção D seria uma alternativa viável para pacientes com síndrome de Brugrada, que consiste em uma condição que afeta mais comumente homens de meia-idade (com uma média de apresentação aos 30 anos), podendo ser reconhecida por seus padrões de ECG característicos (elevação do segmen- to ST em V1-V3, acompanhado por uma morfologia do QRS semelhante à de um BRD). Indivíduos com síndrome de Bru- gada têm mais chances de desenvolver taquiarritmias ventri- culares malignas, que podem levar à síncope, parada cardíaca, ou morte cardíaca inesperada. Resposta a. 45. O ECG mostra padrão compatível com IAM com suprades- nível-ST em V1-V6 (anterior extenso). Além disso, o paciente está evoluído com disfunção ventricular esquerda, devido à pre- sença de estertores pulmonares (Killip III, estertores até campo médio), indicando se tratar de caso de maior gravidade. Para essa situação específi ca (IAM com supra-ST), é necessário proceder imediatamente com terapia de reperfusão, seja com trombólise ou intervenção coronariana percutânea (ICP) primária. Como o paciente apresentou AVC hemorrágico há 6 anos (o que torna contraindicação absoluta o uso de trombolíticos), a única opção viável é a realização de angioplastia primária. Para essa questão é prudente revisarmos as contraindicações absolutas para uso de terapia trombolítica: Qualquer hemorragia cerebral prévia; Lesão vascular cerebral conhecida; Neoplasia intracraniana (primária ou metastática); AVC isquêmico < 3 meses (exceto < 3 horas); Traumatismo craniano ou facial signifi cativo < 3 meses; Sangramento interno ativo (exceto menstruação); Suspeita de dissecção de aorta; Doenças da coagulação; Redução da expectativa de vida (coma, sepse, neoplasia). A tabela a seguir compara as duas estratégias de reperfusão no IAM com supradesnível de segmento de ST: Critérios a favor de ICP Critérios a favor de fi brinolítico Início dos sintomas > 3 horas* Possibilidade de realizar ICP: hemodinâmica disponível; sem difi culdade de acesso venoso Sem atraso para realizar ICP: tempo porta-balão < 90 minutos; tempo (porta-agulha) – (porta- -balão) > 60 minutos; tempo para transferência < 2 horas Alto risco de eventos: classe de Killip = 3; choque cardiogênico; contraindicação para fi brinolítico; dúvidas no diagnóstico do IAM Impossibilidade de realizar ICP: laboratório de hemodinâ- mica não disponível/ocupado; difi culdade de acesso vascular Atraso para realizar ICP: tempo porta-balão > 90 minutos; tem- po (porta-agulha) – (porta-ba- lão) > 60 minutos; tempo para transferência > 2 horas Resposta d. 46. O ECG mostra discreto supradesnivelamento do seg- mento-ST em todas as derivações com exceção de avR e V1, o que é bastante sugestivo de pericardite aguda. As mudanças do segmento ST na pericardite podem ser confundidas com aquelas vistas no infarto agudo do miocárdio, havendo, no entanto, algumas diferenças observadas na pericardite, como mostrado abaixo: elevação difusa do segmento-ST presente na maioria das deriva- ções. No infarto agudo do miocárdio, a elevação do segmento ST está localizada em uma área coronariana específi ca; a concavidade da elevação do segmento-ST é para cima, en- quanto no infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST, observa-se o oposto; ausência de formação de ondas Q patológicas; depressão do PR pelo acometimento dos átrios; ondas T são concordantes com o segmento ST. Além disso, é comum pacientes com pericardite relatarem antes do início da precordialgia sintomas inespecífi cos, como febre, mal-estar e mialgia. A dor torácica ocorre tipicamen- te na região precordial ou no HTE, podendo irradiar para a região do trapézio; tipicamente a dor melhora quando se está sentado ou quando se inclina o tórax para frente, pio- rando em decúbito dorsal. Ao exame físico, pode-se observar presença de derrame pleural, atrito pericárdico (mono, bi ou trifásico) e taquicardia. O diagnóstico caracteriza-se pela existência de pelo menos 2 dos 3 critérios: dor torácica característica; atrito pericárdico; alterações de repolarização ventricular no ECG. Entre os exames complementares, a ecocardiografi a é mui- to útil na detecção de derrame pericárdico, porém não deve ser utilizada como critério para o diagnóstico de pericardite. A alternativa A mostra esquema de tratamento direcionado para síndrome coronariana aguda (SCA), pouco provável pe- las considerações acima. A alternativa B mostra a conduta de coleta seriada de enzimas ainda para se defi nir se existe ou não SCA em evolução, o que não é correto, pois o principal diagnóstico diferencial deste caso é justamente IAM com su- pradesnível do segmento-ST, que requer início imediato de 15 Eletrocardiografi a 201 terapia de reperfusão, antes mesmo de se obter o resultado dos marcadores de necrose miocárdica. A alternativa D dire- ciona para o tratamento das repercussões eletrocardiográfi- cas da hipercalemia; realmente em algumas derivações direi- tas observa-se aspecto de onda T apiculada, mas a presença de dor precordial e as outras alterações eletrocardiográficas presentes no ECG são incompatíveis com esse diagnóstico. Resposta c. 47. O aspecto eletrocardiográfico é compatível com into- xicação digitálica. Observe a aparência “escavada” do com- plexo ST-T e encurtamento do intervalo QT, que se corre- laciona com a abreviação da duração do potencial de ação ventricular. Resposta d. 48. Trata-se de uma taquicardia supraventricular de QRS estreito (< 120 ms), com alta frequência ventricular. A droga mais utilizada para o bloqueio atrioventricular é a adenosi- na (6 mg em bólus rapidamente e, se não houver resposta, uma segunda ou terceira dose de 12 mg); se administrada através de cateter central, utilizar metade da dose. Veja a orientação para diagnóstico diferencial das taquiarritmias de QRS estreito. Taquiarritmia de QRS estreito (QRS < 120 ms) Taquiarritmia regular? Ondas P visíveis? Freq. atrial > Freq. ventricular? Flutter atrial TA Curto (RP < PR) RP > 70 msRP < 70 ms TRN TVA TRN TA TA TRN incomum Taquiarritmia de Coumel Longo ( RP > PR) Analisar o intervalo RP FA TA/�utter com condução AV variável Taquiarritmia atrial multifocal SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO Legenda: Diagnóstico diferencial das taquiarritmias de QRS estreito. FA= fibrilação atrial; TA= taquiarritmia atrial; TAV= taquiarritmia atrioventricu- lar; TRN= taquiarritmia por reentrada nodal. Resposta b. 49. Como o potencial da membrana em repouso depende da razão entre as concentrações de K+ no LIC e LEC, a hiperpo- tassemia despolariza parcialmente a membrana celular. A des- polarização prolongada reduz a excitabilidade da membrana e evidencia-se por fraqueza, que pode progredir para paralisia flá- cidae hipoventilação se os músculos respiratórios forem afeta- dos. A hiperpotassemia também inibe a síntese renal da amônia e a reabsorção do NH4 + no RAEAH (ramo ascendente espesso da alça de Henle). Desse modo, a excreção final de ácido é redu- zida e provoca acidose metabólica, que pode agravar ainda mais a hiperpotassemia causada pela saída do K+ das células. O efeito mais grave da hiperpotassemia é a toxicidade cardíaca, que não se correlaciona diretamente com a concentração plasmática do K+. As primeiras alterações eletrocardiográficas consistem no aumento da amplitude das ondas T ou ondas T apiculadas. Os níveis mais profundos de hiperpotassemia provocam prolonga- mentos do intervalo PR e da duração do complexo QRS, retardo da condução atrioventricular e supressão das ondas P. A pro- gressiva ampliação do complexo QRS e sua superposição com a onda T produzem um padrão sinusoidal. Em geral, o evento terminal é a fibrilação ventricular ou assistolia. Alterações progressivas do ECG na hipercalemia Onda T apiculada (“em tenda”), simétrica Achatamento da onda P Prolongamento do intervalo PR Alargamento do intervalo QRS Ritmo idioventricular Formação de onda sinusoidal Fibrilação ventricular ou assistolia Resposta a. 50. ECG M sugere um IAM agudo com supra de ST em pare- de inferior e provável dorsal (R de V1-V4 com infra de ST), podendo corresponder a imagem em espelho de parede dor- sal, sendo necessário V7 e V8 para confirmar. ECG N apresenta onda T apiculada e simétrica sugerindo hi- percalemia, sendo frequente em pacientes renais que não são dialisados de forma adequada. ECG O apresenta onda Q em parede inferior sugerindo IAM prévio, sem sinais eletrocardiográficos de SCA aguda. Resposta d. 51. A síndrome descrita pelos pesquisadores Wolff-Parkinson- -White é caracterizada por intervalo PR curto, complexos QRS de morfologia anormal e crises de taquicardia paroxística. Nesta síndrome eletrocardiográfica é típica a pré-excitação ventricu- lar, que torna o intervalo PR curto (< 120 ms), com a ativação dos ventrículos iniciando-se pela porção miocárdica em contato com a via acessória e não passando pelo sistema Hiss-Purkinje, portanto mais lenta, formando uma aberrância no QRS conhe- cida como Onda Delta. Antes do término da ativação ventricu- lar, o restante das fibras do sistema Hiss-Purkinje são ativadas, tornando, portanto, a parte final do QRS estreita. Geralmente as crises de taquicardias atrioventriculares (TAV) apresentam QRS normal, ritmo regular, frequência cardíaca entre 150 e 250 bpm, início e término súbitos. As vias acessórias mais comuns, em or- dem de frequência, são lateral esquerda, posterosseptal, parede ventricular direita e anterosseptal. As TAV paroxísticas podem ser ortodrômica (QRS estreito) ou antidrômica (QRS largo) con- forme sentido do circuito de reentrada A-V. Os pacientes com WPW possuem uma via anômala que liga diretamente átrios e ventrículos sem passar pelo nó AV. Na figura abaixo podemos ver a localização de uma via anômala, causadora de WPW. Eletrocardiografia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015202 Pacientes com pré-excitação ventricular que apresentam so- mente alterações eletrocardiográfi cas, sem taquiarritmias ou história de palpitações, não requerem tratamento ou estudo eletrofi siológico. Entretanto, para pacientes com sintomas a terapia com drogas da classe IC (propafenona) podem ser usadas, e promovem aumento da refratariedade da via aces- sória. Lembrar que pacientes que apresentam fi brilação atrial e síndrome de Wolff -Parkinson-White não devem usar me- dicações que bloqueiam o nodo AV (bloqueadores de cálcio, betabloqueadores, digitálicos), pois aumentam o risco de fi brilação ventricular. A terapia por ablação por radiofre- quência tem se tornado o método de escolha para maioria dos pacientes sintomáticos com altas taxa de sucesso, poucas complicações e potencialmente custo-efetiva. Resposta a. 52. Além das manifestações clássicas, observamos um dado nobre: as alterações eletrocardiográfi cas da intoxicação por ADPT. São elas: - QRS alargado; - onda R em AVR > 3 mm; - onda R em AVR > onda S. Lembrar que esses pacientes morrem precocemente por ar- ritmias, devendo-se adotar como medida terapêutica, após detecção de distúrbios de condução (QRS alargado) ou arrit- mias, a alcalinização sérica + carga de sódio. Se arritmia for refratária a alcalinização sérica (pH 7,5; ideal: 7,55), deve ser administrada lidocaína endovenosa. Resposta c. 53. Questão fácil. Observamos uma taquicardia de complexos QRS estreitos, FC 100 bpm, com linha de base em serrilhado (ondas f): Flutter atrial 3:1 (3 ondas f para 1 QRS). Resposta a. 54. Este paciente possui provavelmente uma taquicardia estável. A melhor conduta inicial seria sala de emergência/ oxigênio/acesso venoso/monitorização, aferição de pres- são arterial, frequência cardíaca e saturação de oxigênio. O eletrocardiograma mostra taquicardia de QRS estreito com ausência de onda P e R-R irregular, fazendo assim o diagnós- tico de fi brilação atrial. Como nosso paciente tem ao menos 8 dias de história, não podemos reverter esta arritmia, pois o paciente pode ter desenvolvido trombose atrial e assim a reversão da arritmia acarreta o risco de eventos embólicos. A melhor conduta seria internação, controle da resposta ven- tricular, anticoagulação oral seguida da realização de eco- cardiograma transesofágico. Se não houver trombos no eco TE, poderemos aí sim realizar a reversão da fi brilação atrial, elétrica ou quimicamente. Este paciente deve receber anti- coagulação oral e após a alta permanecer anticoagulado até reavaliação. Resposta c. 55. Este paciente está provavelmente apresentando a chamada “síndrome da classe econômica”. Um indivíduo, ao realizar longa viagem aérea fi ca por longo tempo imóvel, em posição em que o retorno venoso é prejudicado – isto acarreta propensão à trombo- se venosa, e consequentemente à embolia pulmonar. O eletrocar- diograma deste paciente mostra taquicardia sinusal com bloqueio atrioventricular de primeiro grau e QRS alargado com desvio do eixo do QRS para a direita e para frente, típico de bloqueio de ramo direito. Tais achados neste paciente sugerem fortemente o diagnóstico de embolia pulmonar. Este paciente encontra-se ta- quicárdico e com pressão arterial limítrofe. Se houver ao ecocar- diograma hipocinesia de VD, é indicada trombólise com r-tPA. A trombólise em TEP não tem benefício demonstrado em estudos randomizados, mas dentre as alternativas é a terapêutica mais adequada a um paciente com embolia pulmonar. Resposta c. 56. Radiografi a de tórax deste paciente evidencia um infi l- trado pneumônico na região paracardíaca direita. O eletro- cardiograma com ritmo atrial baixo (ondas P negativas na parede inferior) e alterações difusas de onda T. O restante do ECG é normal. Resposta e. 57. O quadro clínico descrito é de uma síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento do segmento ST que chega ao PS com mais de 12 horas de início dos sintomas. É trata- da de forma adequada. No entanto, a paciente apresenta re- corrência dos sintomas na evolução do quadro. Nestes casos, deve-se ajustar os antiagregantes plaquetários, os anti-isquê- micos (nitratos e betabloqueador) e indicar coronariografi a de urgência, como descrito na alternativa A. Não se pode aguardar estabilidade para realização de ecocardiograma ou cintilografi a, nem se pode indicar trombólise em paciente com mais de 12 horas de início dos sintomas. Resposta a. 58. A cardiopatia hipertrófi ca é uma doença que se manifes- ta com ondas Q profundas no ECG e simula um infarto do miocárdio. A onda Q possui como signifi cado uma despola- rização inicial do septo hipertrofi ado. As demais alternativas não atendem ao enunciado da questão. 15 Eletrocardiografi a 203 Legenda ECG anormal com ondas Q em derivações II, III, avF e V6, ondas S profundas nas derivações precordiais direitas, e ondas R diminuídasem percordiais esquerdas. Sinal de calibração= 1 cm. Resposta a. 59. Caso a fibrilação ventricular seja prontamente documenta- da e o desfibrilador esteja prontamente disponível, a primeira conduta a ser realizada é a desfibrilação ventricular. Resposta b. 60. Paciente com quadro clínico de dor precordial associada a supra com concavidade superior, difuso em todo o ECG e que evolui após quadro de doença renal tem como etiologia provável pericardite urêmica. Resposta e. 61. O padrão eletrocardiográfico com bloqueio de ramo di- reito e alteração do segmento ST que lembra um suprades- nivelamento descendente com padrão triangular e onda T negativa é típico de síndrome de Brugada. A respeito desta síndrome guarde as informações a seguir: Caracterizada por padrão de bloqueio de ramo direito com ele- vação do segmento ST em sela ou côncavo nas precordiais di- reitas (V1-V3) e uma predisposição para arritmias ventriculares e morte súbita. O padrão do ECG, em alguns casos, só é visível após a administração de droga bloqueadora do canal de sódio (usualmente flecainida ou ajimalina). Uma história de síncope e um ECG suspeito devem conduzir a um teste com droga. Testes genéticos podem confirmar o diagnóstico em 10% a 20% dos pacientes afetados que sofrem de mutações do gene SCN5A, o canal de sódio. Quinidina e hidroquinidina têm apresentado re- sultados satisfatórios no tratamento farmacológico da síndrome de Brugada. Novos, como o cilostazol (inibidor da fosfodieste- rase III) e tedisamil (bloqueador Ito seletivo) têm sido empre- gados. Monitorização frequente dos níveis séricos de potássio e magnésio em pacientes com prolongamento do QT após even- tos arrítmicos é recomendado para eliminar causas secundárias. A despeito dos recentes resultados encorajadores com farmaco- terapia isolada, não existem dados suficientes para recomendar terapia antiarrítmica como alternativa ao CDI. O implante de CDI permanece sendo o único tratamento efetivo estabelecido para síndrome de Brugada, porém de forma interessante, as dro- gas podem ter um papel importante em pacientes com CDI que continuam recebendo choques frequentes. A presença de um ECG espontâneo típico da síndrome de Brugada associado com história de fibrilação ventricular, sín- cope ou morte súbita em um parente de primeiro grau requer implante de CDI. Entretanto, o benefício é menos evidente em pacientes assintomáticos com taquicardia ventricular in- dutível (classe IIb), e não há evidência de benefício em pa- cientes assintomáticos sem arritmia indutível (classe III). A mutação SCN5A na síndrome de Brugada também está rela- cionada a bradiarritmias importantes, porém o conceito do uso de marca-passo para prevenção de bradiarritmias perma- nece controverso. O uso de estimulação ventricular progra- mada para identificar indivíduos com síndrome de Brugada com maior risco de morte súbita permanece como um objeto de debate. Embora alguns estudos tenham demonstrado que estimulação ventricular programada possa ser um bom pre- ditor de eventos cardíacos em pacientes com essa síndrome, outros têm demonstrado resultados conflitantes. Resposta a. 62. Pela descrição clínica de aumento do tamanho do cora- ção, com ictus desviado e ECG com sobrecarga ventricular, a primeira hipótese para o paciente é a miocardiopatia dila- tada. Miocardiopatia restritiva e hipertrófica não apresenta- riam desvio do ictus e B3 no exame físico. Resposta c. 63. O eletrocardiograma se caracteriza por um intervalo PR mais curto do que o normal, com alargamento discreto do QRS por presença de uma onda delta em seu início, caracterizando um eletrocardiograma de Wolff-Parkinson-White. Resposta b. 64. Como já tem se tornado rotina, após descrição do quadro clínico inicial e do tratamento inicial, a questão pede diag- nóstico e conduta subsequentes. Após a reversão de um qua- dro de parada cardiorrespiratória em FV/TV, é feito um ECG que mostra um extenso supradesnivelamento do segmento ST de V1 a V4, além de DI e avL. O eletrocardiograma é tí- pico de IAM com supradesnivelamento do segmento ST, que provavelmente foi a causa da PCR da paciente. Não há qualquer evidência para diagnóstico de pericardite. O QRS do ECG encontra-se estreito, a possível confusão com seu alargamento pode ser causada pelo supradesnivelamento muito extenso. No entanto, em derivações como DI, avL, V4 e V5 fica fácil perceber que o QRS é estreito e as alterações são restritas ao segmento ST. Como há supradesnivelamento do segmento ST, descarta-se a alternativa E. O quadro clínico de uma paciente com supra- desnivelamento do segmento ST ressuscitada de morte súbita necessita de ser tratado com reperfusão mecânica imediata em laboratório de hemodinâmica. Resposta d. 65. Temos aqui paciente com dor precordial típica e antece- dentes importantes (tabagismo/hipertensão). Não tem antede- cente familiar segundo os critérios de Framigham (só se a re- vascularização ocorreu quando seus parentes de primeiro grau tinham menos de 45 anos se homens ou 55 anos, se mulheres). Assim, estamos diante de uma síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST, no mínimo de risco moderado. Resposta a. Eletrocardiografia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015204 66. Questão que parecia muito boa, mas totalmente subutili- zada pelos examinadores do IAMSPE. O paciente tem quadro compatível com infarto agudo do miocárdio, com sintomas de dor precordial (que no infarto geralmente tem intensida- de fraca a moderada) e supradesnivelamento do segmento ST em derivações inferiores (DII, DIII e avF), perfazendo o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio em parede infe- rior. A classifi cação de Killip consiste em: Classifi cação de Killip Killip I: sem congestão pulmonar Killip II: congestão em bases e/ou B3 Killip III: congestão acima de 50% dos hemitórax ou edema agu- do de pulmão Killip IV: choque cardiogênico Este paciente NÃO está em choque cardiogênico. O diagnós- tico de choque cardiogênico inclui necessariamente a men- ção de hipoperfusão periférica (o que não está descrito) e, em geral, congestão pulmonar. A descrição de palidez cutânea é comum em quadros de IAM, e não defi ne de forma alguma choque cardiogênico, assim como a PA pode ser considerada normal, embora um pouco baixa para um hipertenso (repe- tindo – o diagnóstico de choque cardiogênico NÃO se baseia em PA). Assim, a resposta correta seria IAM inferior Killip I. Resposta: NÃO HÁ RESPOSTA CORRETA. Gabarito ofi cial da instituição: D. 67. Este paciente tem dor precordial típica de coronariopatia aguda. Ao nos depararmos com qualquer paciente em emer- gência, a primeira conduta deve ser acesso venoso (veia pe- riférica), monitorização e oxigênio a 21/min. por cateter (o ABCD secundário do ACLS). Essa seria a primeira atitude a ser tomada, mas não consta entre as respostas. O eletrocardiograma demonstra uma taquicardia de QRS larga e regular, que em princípio deve ser considerada taqui- cardia ventricular. Ao nos depararmos com um paciente com taquicardia, primei- ro é necessário defi nir se estamos diante de uma taquicardia es- tável ou instável. Os sinais de instabilidade são: dor precordial, dispneia (ou edema agudo de pulmão), hipotensão ou choque e alteração do nível de consciência. As taquicardias instáveis requerem cardioversão elétrica sincronizada, enquanto que as taquicardias estáveis podem ser tratadas farmacologicamente. Pela dor precordial, este paciente está instável, e por isso deve ser realizada cardioversão elétrica sincronizada. Ressaltemos que, sem o oxigênio/veia/monitor, não é possível realizar a cardioversão, pois precisamos do acesso venoso para a seda- ção do paciente e da monitorização por eletrodos para sin- cronizar a cardioversão. Resposta d. 68. Questão inteligente e interessante envolvendo interpretação de eletrocardiogramas. O primeiro eletrocardiograma revela ritmo sinusal, com frequência cardíaca de 50 bpm (bradicardia sinusal). O segundoECG mostra ritmo lento, com complexos QRS estreitos e ondas P dissociadas dos complexos QRS, su- gerindo bloqueio atrioventricular total com ritmo de escape juncional (QRS estreito) – este ritmo requer marca-passo. O terceiro traçado mostra ausência de onda P e complexos QRS estreitos e irregulares, sugerindo fi brilação atrial. O quarto tra- çado mostra um artefato tipo miopotenciais. O último traçado mostra ondas P e complexos QRS estreitos, mas o intervalo PR aumenta progressivamente, até que aparece uma onda P bloqueada (fenômeno de Wenchenbach – bloqueio atrioven- tricular do 2º grau tipo Mobitz I). Assim, resposta b. 69. Mais uma questão bem elaborada da USP-RP. Este pa- ciente tem quadro típico de infarto agudo do miocárdio, com dor precordial típica. Tem antecedentes importantes, dos quais destacamos o acidente vascular cerebral isquêmico há 4 meses. Devemos lembrar que AVCi há menos de 6 meses é uma contraindicação absoluta para trombólise. Além disso, este paciente está evoluindo em choque cardiogênico, não pela pressão baixa para um hipertenso, mas sim pelos dizeres “perfusão periférica diminuída”. O eletrocardiograma revela supradesnivelamento do segmento ST em duas derivações consecutivas – O vetor corrente de lesão está a +110º para trás, o que sugere diagnóstico de infarto agudo do miocárdio em parede inferior. No IAM inferior, devemos ne- cessariamente solicitar duas derivações adicionais - V3R e V4R, que em caso de apresentarem supradesnivelamento de 1 mm, fazem diagnóstico de IAM de ventrículo direito (VD) e V7 e V8, que em caso de supra fazem diagnóstico de infarto dorsal. Em caso de IAM de VD, o quadro clínico clássico é hipotensão com pulmões limpos, o que combina com o quadro deste paciente. Assim, uma conduta inicial para este paciente seria conseguir dois acessos venosos calibrosos e infusão de grandes quanti- dades de cristaloides. Enquanto se faz a reposição volêmica o paciente deve ser encaminhado à angioplastia primária (dois motivos – choque cardiogênico e AVC há 4 meses). Resposta d. 70. Notamos no traçado eletrocardiográfi co, ritmo sinusal com presença de ondas U proeminentes, bem visíveis em derivações V2, V3 e V6. Difi cilmente, esta hipocalemia foi causada por apenas uma ampola de furosemida EV, mas a conduta correta é a reposição de potássio. Resposta a. 71. Aqui temos uma paciente com enxaqueca (fato comple- tamente irrelevante para o que a questão pede) que tem um traçado eletrocardiográfi co com QRS largo (maior que 120 mS) e com eixo do QRS a +5 graus para trás. Como o eixo do QRS aponta para o ventrículo hipertrófi co ou bloqueado, temos um clássico bloqueio de ramo esquerdo. Devemos nos lembrar de que bloqueios divisionais não alteram a duração do QRS. Resposta b. 72. O traçado eletrocardiográfi co do paciente demonstra rit- mo sinusal, com bloqueio atrioventricular do primeiro grau (pois temos um quadrado grande – ou cinco quadradinhos ou 200 mS- do início da onda P ao início do QRS) e sem bloqueios intraventriculares (pois o QRS está estreito), com frequência cardíaca de pouco mais de 50 bpm. O quadro de miose, sialorreia e lacrimejamento (e também a profi ssão do paciente) sugere fortemente que este tenha ingerido organo- fosforados, provavelmente algum defensivo agrícola. Como antídoto para estas drogas, devemos usar a atropina, que 15 Eletrocardiografi a 205 diminui a hipersecreção e melhora a frequência cardíaca, e sempre lembrando de monitorar o paciente. Além disso, de- vemos proceder ao tratamento genérico para envenenamen- tos neste caso, ou seja: lavagem gástrica (já que o paciente está apenas sonolento, Glasgow 14) e carvão ativado. Resposta c. 73. Neste homem submetido à cirurgia extracardíaca por compli- cação de aterosclerose (e assim, com alta probabilidade de ateros- clerose coronariana) vemos um traçado eletrocardiográfico de- monstrando taquicardia sinusal, com frequência cardíaca de 100 bpm e SÂQRS a +60 graus para trás. Chama a atenção o suprades- nivelamento do segmento ST em toda a parede anterior e lateral (De V2 a V6, DI e avL), típico de um infarto anterior extenso. O paciente parece estar em Killip IV, pois tem congestão pulmonar e perfusão periférica ruim, sugerindo choque cardiogênico. Este quadro per se contraindica trombólise e, além disso, o paciente está em pós-operatório recente de grande cirurgia, motivo pelo qual está indicada a angioplastia primária urgente. Resposta a. 74. Aqui temos uma paciente com taquicardia que se apre- senta em serviço de emergência. Ao nos depararmos com um paciente com taquicardia, duas condutas devem ser ime- diatas: primeiro, realizar o ABCD secundário do ACLS, ou seja: oxigênio, acesso venoso e monitorização e, no caso de uma taquicardia, temos que determinar se esta é estável ou instável. As taquicardias instáveis são caracterizadas por uma das seguintes situações: hipotensão ou choque, insuficiência respiratória ou dispneia, alteração do nível de consciência e dor precordial. Taquicardias estáveis devem ser tratadas com drogas, e instáveis com cardioversão elétrica sincronizada. O eletrocardiograma da paciente demonstra fibrilação atrial de alta resposta ventricular, SÂQRS a -30 graus para trás e algumas alterações de repolarização ventricular tipo Strain. Este ECG provavelmente não é de paciente com estenose mi- tral pura, e sim de uma paciente com dupla lesão mitral, pois há sinais de sobrecarga ventricular esquerda, que não está presente na estenose mitral. Por se tratar de uma paciente com estenose mitral, há maior propensão ao desenvolvimento de fibrilação atrial, pela gran- de distensão de átrio esquerdo. Notadamente, a paciente tem uma fibrilação atrial aguda, pois surgiu há um dia, e desta forma, não precisamos nos preocupar com trombos intra- -atriais. Como a paciente tem um sinal de instabilidade (dor precordial), o melhor procedimento é a cardioversão elétrica sincronizada. Resposta d. Eletrocardiografia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015206