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22/07/2019 1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA Profª Patrícia da Costa Marisco Parte III 2 CITOLOGIA CÉRVICO-VAGINAL Também tem papel importante no reconhecimento das alterações inflamatórias e infecciosas do trato genital feminino (alterações celulares benignas) Permite avaliar a intensidade da reação inflamatória, acompanhar a evolução e, em certos casos, determinar o agente causal (diagnóstico presuntivo): detecção preliminar Técnicas de isolamento e identificação microbiológica são necessárias à critério do médico Porém, em algumas circunstâncias, fornece informações cruciais ao diagnóstico clínico e direcionamento do tratamento 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=ufmt&source=images&cd=&cad=rja&docid=Z-blH9j0VJkPlM&tbnid=9Vke-cYCbhZCtM:&ved=&url=http%3A%2F%2Fwww.mundodastribos.com%2Fvagas-de-intercambio-ufmt-2013.html&ei=bbcvUbLZDIrc8AS7-4GYDA&bvm=bv.43148975,d.eWU&psig=AFQjCNFXhZBvQ2uqMFWgVRfs3UgYkFp42A&ust=1362168045609070 http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=xHfRtf6JCazj5M&tbnid=vupPSLjbwyaLXM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http%3A%2F%2Ffarmaunipmanaus2010.blogspot.com%2F&ei=n9c5UcbHE5CG9gSQzYC4Dw&psig=AFQjCNH7nCnhQKJXwx7d394YtvbV0aBSUg&ust=1362831647346438 22/07/2019 2 7 8 9 10 11 12 7 8 9 10 11 12 22/07/2019 3 13 VAGINOSE X VAGINITE 14 15 Infecções Baterianas ❑ Bacilos (Lactobacilos*, Gardnerella) ❑ Cocos gram positivos (Staphylococcus aureus) ❑ Cocos gram negativos (Neisseria gonorrhoeae, Calymmatobacterium granulomatis) ❑ Clamydia trachomatis ❑ Actinomyces ❑ Leptothrix ❑Tuberculose 16 Infecções Micoses (Candida albicans, criptococose, aspergilose, coccidioidomicose, blastomicose) Protozoários (Trichomonas vaginalis, amebas) Parasitas e Helmintos Artrópodes Vírus (herpes, citomegalovírus, HPV) 17 Microbiota cérvico-vaginal Lactobacillus spp. Streptococcus spp. Staphylococcus epidermidis Bateriodes spp. Corynebaterium spp. Fusobacterium spp. Escherichia coli Atopobium vaginae 18 Megasphaera spp. Bifidobacterium spp. Gardnerella vaginalis Candida spp. 13 14 15 16 17 18 22/07/2019 4 Microbiota bacteriana Normal Lactobacilos (bacilos de Döderlein): bastonetes Gram positivos aeróbios ou anaeróbios facultativos, imóveis e não encapsulados Provocam a fermentação do glicogênio em ácido lático e contribuem à manutenção do pH ácido [cerca de pH 4 (3,8 a 4,5)] → citólise das células intermediárias Produzem peróxido de hidrogênio como mecanismo de controle de crescimento de outras bactérias 19 Vaginite (vaginose) citolítica Caracterizado por leucorréia (corrimento vaginal) branco-leitosa e basicamente há ausência de Candida ou Trichomonas. Prurido, dispareunia, disúria vulvar, leucorreia branco- leitosa e pH entre 3,5 e 4,5, aumento dos sintomas na fase lútea. É Confundida com Candidíase. Tratamento: duchas de bicarbonato para aumentar o pH No esfregaço: número aumentado de lactobacilos, poucos leucócitos, evidência de citólise. 20 21 Papa 40x – Flora Döederlein com citólise. Restos celulares e núcleos nús de células intermediárias Papa 40x – Flora Döederlein. Não há citólise. Microbiota bacteriana Normal A citólise pronunciada pode se acompanhada de mucorreia (secreção vaginal) exagerada ou leucorreria branco-leitosa. 22 Citólise 23 Cocos Microbiota cocóide: normal em situações nas quais o epitélio é pobre em glicogênio (infância, pós- menopausa, pós-parto) Bactérias piogênicas aeróbias ou anaeróbias que causam leucorréias abundantes com odor No papanicolaou só é possível definir a forma cocóide No gram é possível diferenciar em cocos gram positivo ou cocos gram negativo Bacterioscopia (gram) e cultura são necessário para o diagnóstico específico: depende de cada caso 24 19 20 21 22 23 24 22/07/2019 5 Cocos COCOS GRAM POSITIVOS: Principais: estafilococos e estreptococos COCOS GRAM NEGATIVOS: Neisseria spp. Acinetobacter spp. Moraxella spp. Veilonella spp. Megasphaera spp. Calymmabacterium granulomatis (donovanose)*** Neisseria gonorrhoeae (gonorreia)*** 25 26 27 Infecção bacteriana. A flora bacteriana normal consiste de lactobacilos extras foram vistos anteriormente. Neste campo há uma névoa coccacea densa a qual indica infecção bacteriana, mas a cultura é necessária para identificar o agente responsável. (X 33) 28 Microbiota mista Combinação de cocos e bacilos Geralmente não apresentam manifestação clínica ou mesmo sem reação inflamatória nos esfregaços. Porém, podem ser secundárias a processos inflamatórios e/ou infecciosos de outras etiologias (por ex. cervicolpites decorrentes de traumas ou agentes químicos). São melhores analisados em culturas Principais agentes: Estreptococos e Estafilococos; E.coli 29 30 Microbiota mista 25 26 27 28 29 30 http://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=1&lang=4&Id=cyt14554&cat=E2d 22/07/2019 6 Micoplasmas São os menores organismos de vida livre conhecidos. Não tem parede celular Alguns são envolvidos em uretrites não gonocócicas nos homens (Ureaplasma spp.) e vaginoses bacterianas (Micoplasma hominis) Não são visíveis nas preparações coradas Nos esfregaços corados aparecem como agregados granulares observados na superfície das células do epitélio vaginal, conferindo aspecto sujo aos esfregaços Difícil visualização 31 32 Bacilos supracitoplasmáticos (sugestivos de Gardnerella vaginalis/Mobiluncus) Gardnerella vaginalis é uma bactéria que faz parte da flora vaginal normal de 20 a 80% das mulheres sexualmente ativas. Quando, por um desequilíbrio da flora normal, ocorre um predomínio dessa bactéria temos um quadro de vaginose bacteriana Diferente da vaginite (verdadeira infecção dos tecidos), na vaginose as lesões dos tecidos não existem ou são muito discretas, caracterizando-se apenas pelo rompimento do equilíbrio microbiano vaginal normal. 33 Bacilos supracitoplasmáticos sugestivos de Gardnerella vaginalis/Mobiluncus Geralmente assintomático Mas quando apresenta sinais clínicos observa-se corrimento homogêneo amarelado ou acinzentado, com bolhas esparsas em sua superfície e com um odor desagradável. 34 Bacilos supracitoplasmáticos sugestivos de Gardnerella vaginalis/Mobiluncus CITOLOGIA: “clue cell” = célula pavimentosa (C. S.) recoberta por coco-bacilos, essas bactérias podem ser vistas ao fundo, cariomegalia, pseudo-eosinofilia (C.I.) reação leucocitária discreta (poucos leucócitos) 35 36 Bacilos supracitoplasmáticos sugestivos de Gardnerella vaginalis/Mobiluncus 31 32 33 34 35 36 22/07/2019 7 37 Bacilos supracitoplasmáticos sugestivos de Gardnerella vaginalis/Mobiluncus 38 Bacilos supracitoplasmáticos sugestivos de Gardnerella vaginalis/Mobiluncus 39Com bastante leucócitos 40 41 Tuberculose genital A tuberculose no trato genital feminino é uma manifestação de tuberculose sistêmica Em países em desenvolvimento ou associada à AIDS Por se muito rara em países industrializados ou desenvolvidos seu diagnóstico por meio de esfregaços citológicos pode ser bastante difícil. Além disso, as alterações não são muito específicas É necessário demonstrar a presença de bacilos ácido- resistentes ou realizar culturas especializadas 42 37 38 39 40 41 42 22/07/2019 8 Tuberculose genital Na histologia: Formação de granulomas compostos por pequenos macrófagos chamadas Células Epitelióides e por grandes células multinucleadas que se denominam Células de Langhans Presença de necrose caseosa 43 Tuberculose genital Nos esfregaços: ✓células epitelióides (formato parecido ao de cenoura) tamanho moderado e citoplasma pálido, basofílico, pouco definido e pode conter vacúolos finos. ✓Núcleos alongados, cromatina finamente granulada e nucléolos diminutos. ✓Aparecem em agrupamentos 44 45 Bactérias morfologicamente semelhantes a Actinomyces sp. Bactérias filamentosasanaeróbias, observadas particularmente em esfregaços de mulheres usuárias de DIU Formam aglomerados irregulares densos basofílicos ou acastanhados arredondados, nos quais podem ser visualizados filamentos e grânulos. 46 47 Bactérias morfologicamente semelhantes a Actinomyces sp. 48 Bactérias morfologicamente semelhantes a Actinomyces sp. 43 44 45 46 47 48 22/07/2019 9 Actinomyces. Actinomyces são encontrados em esfregaços de mulheres usando um DIU (Gruppa et. al, 1976). Quando associado com dor pélvis e sangramento irregular poderia ser causa de doença inflamatória pélvica. Nestes casos o DIU é retirado para cultura confirmatória, mas na falta de sintomas é usual a notar o achado sem ação adicional. (X 400) 49 50 Chlamydia trachomatis Bactéria intracelular obrigatória Colo hiperemiado, mucorréia, disúria, dispareunia Geralmente associada a cervicite folicular Sugerir sorologia e exames microbiológicos para confirmação Complicações: salpingite, uretrite e esterilidade 51 Chlamydia trachomatis Bactéria intracelular obrigatória Células afetadas → Zona de transição (metaplásicas e endocervicais) Muita metaplasia→ cuidar!! Citologia: células com inclusões intra- citoplasmáticas com pequenos corpos cocóides centrais e vacuolização 52 53 54 49 50 51 52 53 54 22/07/2019 10 55 56 57 Organismos fúngicos morfologicamente semelhantes a Candida sp. Umas das mais frequentes infecções genitais Sintomas: prurido intenso, dispareunia, disúria, leucorréia esbranquiçada e grumosa, hiperemia e edema da vagina e colo Fatores predisponentes: gravidez, obesidade, ACO, diabetes, antibióticos, imunossupressão 58 59 Organismos fúngicos morfologicamente semelhantes a Candida sp. Citologia: - conídios (leveduras) - pseudo-hifas - pseudoeosinofilia - metacromasia - aumento nuclear - Halos perinucleares Candida glabrata → somente conídeos 60 55 56 57 58 59 60 22/07/2019 11 61 62 63 64 65 Outras micoses observadas nos esfregaços cérvico-vaginais Criptococose Aspergilose Coccidioidomicose Blastomicose 66 61 62 63 64 65 66 22/07/2019 12 67 Efeito citopático compatível com vírus do grupo Herpes O Herpes simplex virus causa ulcerações: - na boca (lábios) – Tipo 1 - genitais e anais - Tipo 2 As lesões tendem a ocorrer, repetidamente, na mesma área, e o aparecimento das erupções são decorrente de tensões emocionais e imunossupressão Sintomas: dor, disúria, leucorréia e linfadenopatia regional 68 69 70 Efeito citopático compatível com vírus do grupo Herpes Aparece no Papanicolaou como efeitos citopáticos virais em células do epitélio vaginal e colo. Afeta células endocervicais e escamosas parabasais, metaplásicas imaturas. Inicialmente: citomegalia e cariomegalia. 71 Efeito citopático compatível com vírus do grupo Herpes As células aparecem gigantes, multinucleadas, com a cromatina disposta na periferia do núcleo dando a este núcleo um aspecto de vidro fosco. Amoldamento nuclear é característico. 72 67 68 69 70 71 72 22/07/2019 13 73 74 75 Citomegalovírus (CMV) Pode ser adquirido ao nascimento ou nos primeiros anos de vida. Cerca de 40% das mulheres apresentam anticorpos para este vírus Doença: reativação de uma forma latente ou nova infecção (Imunodeprimidos, gestantes) Em geral assintomática Cultura e imunohistoquímica são necessários para correto diagnóstico 76 77 No esfregaço: células infectadas são grandes com volumosas inclusões nucleares, circundadas por um halo claro. São semelhantes às células infectadas pelo vírus da herpes Acomete principalmente as células endocervicais Papiloma vírus humano (HPV) 78 Em células superficiais e intermediárias 73 74 75 76 77 78 22/07/2019 14 79 Trichomonas vaginalis - O Trichomonas vaginalis é um protozoário com um flagelo. Geralmente provoca uma infecção do trato genital baixo de mulheres. - Às vezes, não há nenhum sinal clínico, porém leucorréia geralmente está presente, e a mucosa mostra uma hemorragia focal puntiforme conferindo um aspecto típico de colo "em morango". - O parasita vivo pode ser observado em exames a fresco e pode ser claramente identificável ao microscópio devido a sua motilidade típica. 80 81 Na coloração de Papanicolaou: - se apresentam como um pequeno organismo em forma de pera com núcleos típicos - o esfregaço mostra grandes células escamosas, geralmente com citoplasma eosinofílico e degeneração dos contornos citoplasmáticos - Pequenos halos perinucleares inflamatórios são frequentemente identificados - Quando tal padrão de esfregaço está presente, uma busca detalhada por Trichomonas é necessária, pois um falso diagnóstico de LSIL deve ser evitado. 82 83 84 79 80 81 82 83 84 22/07/2019 15 Trichomonas vaginalis: padrão de células inflamatório. Uma tricomoníase é frequentemente o associado com um padrão celular inflamatório no qual os polimorfos rodeiam as células dando uma aparência de “chumbo grosso” ou “bala de canhão”. Este aspecto tem sido descrito como específico para a infecção por Trichomonas, mas uma aparência similar revista no esfregaço de pós-radiação (113) e deveria ocorrer em algumas infecções bacteriana. (X 62) 85 86 87 88Trichomonas vaginalis e Leptothrix vaginalis (bactéria longa) Pode estar acompanhado de cocos e Leptothrix Trichomonas vaginalis e Leptothrix. Tricomonas são frequentemente vistas com Leptothrix saprófitas. Neste campo o Leptothrix é visto como umas ramificações finais as quais apresentam-se como uma linha isolada. Eles devem ser diferenciados da Candida. (X 160) 89 Trichomonas vaginalis e herpes. Infecções múltiplas são comuns. Neste campo tricomonas com citoplasma eosinófilo são vistas junto com uma nuvem bacteriana e células mostrando alterações citoplasmáticas causadas pela infecção do vírus herpes (X 160) 90 85 86 87 88 89 90 22/07/2019 16 91 92 Parasitas e Artrópodes Eventualmente alguns parasitas podem ser encontrados no esfregaço cérvico-vaginal Falta de higiene → infestação acentuada Esquistossomose (Schistosoma haematobium e Schistosoma mansoni) Oxiúro (Enterobius vermicularis) Teníase (Taenia) Filárias (Wuchereria bancrofti e Onchocerca volvulus) Artrópodes (piolhos, larvas e parte de antenas de insetos 93 94 Esfregaço ectocervical: ovo de Enterobius vermicularis (oxiúro) com espessa cápsula eosinofílica e uma larva no interior. (obj. 20x) 95 Ascaris lumbricoides (ovo) Esfregaço ectocervical: microfilarias do tipo Wuchereria bancrofti. (obj. 20x) 96 91 92 93 94 95 96 http://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=1&lang=4&Id=cyt14623&cat=E2f4 22/07/2019 17 Esfregaço ectocervical: microfilarias do tipo Wuchereria bancrofti. (obj. 20x) 97 98 99 Piolho chato (piolho pubiano) 97 98 99
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