Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Certificações de Qualidade Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Fernando Leonel Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Certificação NBR ISO 9001:2008 • A Evolução das Normas da Série ISO 9000; • Benefícios da Padronização; • Padronização e a ISO: A História da Gestão da Qualidade nas Organizações; • ISO: Organização Internacional de Normalização; • A ISO no Brasil; • Família ISO 9000; • Gestão e Manutenção do Sistema ISO 9001:2008. · Conhecer e aplicar as Normas Internacionais; padronização; · Interpretar os requisitos da Norma ISO 9001; · Conhecer, avaliar e aplicar os requisitos adicionais das Normas Seto- riais; compatibilidade de Normas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Certifi cação NBR ISO 9001:2008 Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 A Evolução das Normas da Série ISO 9000 Padronização nas Organizações Por que as Organizações planejam submeter um processo a um determinado modelo ou método? Normatizar e organizar processos de trabalho pode aumentar a produtividade e maximizar os lucros? É possível produzir algo (um produto) que atenda às expectativas de maneira mais simples, com menores custos e com a menor variação possível? Para responder a essas perguntas precisamos conhecer o conceito de padronização. Quando falamos de padronização de processos e tarefas, estamos falando em uma forma de formalizar a produção, e isso não significa deixar de lado a criativi- dade, a escalabilidade e a flexibilidade e submeter os trabalhadores a normas rígidas ou rotinas burocratizadas e monótonas. Aplicar a padronização em uma Organização como um todo pode provocar resultados benéficos e positivos, de forma qualitativa e quantitativa, e isso tem feito com que esse método seja cada vez mais utilizado como um esforço para se alcançar a eliminação de esforços negativos, redução de custos da produção e do produto final, mantendo ou melhorando sua qualidade e escalabilidade. Quais são os benefícios da padronização de processo? Algumas questões são necessárias: existe uma norma ou um conjunto de nor- mas que garantem essa padronização? Benefícios da Padronização · Possibilita empregar adequadamente os recursos disponíveis; · Melhora a operacionalização dos processos e suas inter-relações; · Aumenta a produtividade (escalabilidade e flexibilidade); · Garante processos de produção bem determinados que assegurem a qualidade; · Proporciona a obtenção do controle do processo. 8 9 Padronização e a ISO: A História da Gestão da Qualidade nas Organizações Tudo começou com perguntas e fatos óbvios, como pesos, cálculos e medidas, e nos últimos 60 anos se desenvolveu, inicialmente, nos Estados Unidos e Europa, uma família de padrões que envolvem tudo, desde os produtos de limpeza que uti- lizamos, até as redes Wi-Fi que nos conectam à Internet. Contemplando tudo isso e mais além, os Padrões Internacionais revelam que os consumidores podem confiar que os produtos adquiridos são padronizados, segu- ros, confiáveis e possuem qualidade. É aí que as normas ISO adquirem papéis de destaque, sobretudo nas nossas vidas. As normas da ISO sobre segurança no transporte, segurança de brinquedos e produtos eletrodomésticos garantem a segurança das nossas vidas. Reguladores independentes e Governos contam com os padrões ISO para ajudar a desenvolver uma regulamentação de seguança e padronização, sabendo que eles têm uma base sólida graças ao envolvimento de especialistas espalhados pelo mundo. Você já deve ter ouvido falar das seguintes siglas: INMETRO, ABNT, ANATEL e ISO 9001. Certamente, essas siglas fazem parte do seu dia a dia: estão no carro, na gela- deira, no computador, em extintores e sapatos. Com diferentes nacionalidades e línguas atuando em conjunto, ter um único padrão passou a ser uma necessidade de sobrevivência das Organizações. Ora, imagine se cada país resolvesse produzir pendrives com especifi cações próprias. Caso isso acontecesse, esses países estariam fechando o Mercado Internacional para eles. Não seria mais fácil, barato e lucrativo ter uma Padronização internacional? E os benefícios? Você consegue mensurá-los? Ex pl or Você sabia que as primeiras questões relativas à padronização, ao gerenciamen- to de processos e à qualidade dos produtos foram levantadas no início da Revolu- ção Industrial? Essas questões iniciais estavam pautadas no cumrimento do prazo, no desenvol- vimento de novas técnicas e na redução dos custos. E foi considerada um grande avanço para a época! 9 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 Figura 1 – Revolução Industrial no século XVIII Fonte: Wikimedia Commons Já no início do século XX, destacaram-se os estudos de Frederick Taylor visando à racionalização das etapas de produção, a partir do controle do tempo. Esses estudos, ainda no ínicio do século XX, foram aproveitados com sucesso por Henry Ford, que implantou a linha de montagem na sua indústria automobilís- tica. Observe que “racionalização do tempo” e “linha de montagem” são elementos importantes para a padronização. Mas a história não acaba aqui... O início do processo de constituição de uma padronização internacional depen- deria de alguns fatos, entre eles, a constituição, em 1922, da International Electro- technical Commission (IEC), uma iniciatva que visava a padronizar os processos de produção quimica e elétrica (na área de eletrotécnica) e o estabelecimento da In- ternational Federation of the National Standardizing Associations (ISA), em 1926. Ambas nos Estados Unidos da América. As atividades da ISA foram encerradas, temporariamente, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, mas com o fim da Guerra e o surgimento da Organiza- ção das Nações Unidas, as ideias retornaram com força total. A ONU participou ativamente no processo de consolidação de uma proposta de Padronizaão Internacional e para tal, em 1946, reuniu, em Londres, represen- 10 11 tantes de 25 países, que juntos decidiram criar uma Organização internacional específica, com o objetivo de “facilitar a coordenação internacional e unificação dos padrões industriais”. A nova Organização, a Organização Internacional para Padronização,iniciou oficialmente as suas operações em 23 de fevereiro de 1947, com sede em Gene- bra, na Suíça. Importante! 14 de outubro: Dia Mundial da Padronização ou “World Standards Day”. Uma comemo- ração internacional, que também é conhecida como “Dia Mundial das Normas Técnicas” e que tem sido mundialmente coordenada pela ISO (Organização Internacional para a Padronização). ISO. Tudo sobre a ISO. Disponível em: https://goo.gl/J9Fprv Você Sabia? ISO: Organização Internacional de Normalização De um lado, a padronização busca responder a seguinte questão: “Como man- ter a conformidade com o proposto/planejado?”. A implementação de qualquer Tecnologia depende do estabelecimento de pa- drões de controle e qualidade que permitam garantir um nível de cumprimento aceitável de metodologias justas, precisas e apropriadas, bem como oferecer ga- rantias quanto ao respeito pelas especificações, atendimento ao cliente e respeito à Legislação vigente. A existência de normas que regularizam e padronizam a execução, fabricação, desenvolvimento, criação e demais etapas de um produto ou serviço buscam gerar resultados para melhorias presentes e futuras. Por outro lado, a existência da ISO busca responder a seguinte questão: “qual é a melhor maneira de fazer isso?”. ISO: sigla de International Organization for Standardization ou Organização Internacional para Padronização, em Português.Ex pl or 11 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 Importante! A sigla para International Organization for Standardization deveria ser IOS e não ISO. Apesar disso, como em cada país, de línguas diferentes, existiria uma sigla diferente, os organizadores decidiram escolher uma só sigla para todos os países: ISO. Essa sigla foi escolhida porque em grego isos significa “igual”, o que se enquadra com o propósito da Organização em questão. Você Sabia? A Organização Internacional de Normalização (International Organization for Standardization), encarregou-se da normalização em nível mundial e sua missão constitui-se em promover a normatização de produtos e serviços, para que a quali- dade deles seja permanentemente e tenha capacidade de melhoramento. Nesse sentido, a ISO cria normas nos mais diferentes segmentos, matérias- -primas em todas as áreas. Inclusive Sistemas para Gestão e Garantia da Qua- lidade nas Organizações (dois conceitos que são abordados com profundidade nesta Disciplina). Desenvolvimento de padrões ISO é uma atividade completa, consistente e que congrega o conhecimento especializado de profissionais e especialistas de cada Indústria em todo o mundo, e nessa perspectiva garante estruturas confiáveis e consistentes para as organizações aderirem. Fácil saber o porquê. O desenvolvimento de padrões ISO é contínuo, e sua responsabilidade é de Co- mitê Técnico formado por especialistas, que discutem e debatem até que um tema seja unânime. Os padrões ISO funcionam para apriorar muitos aspectos do negócio, tais como: · Melhorar e fomentar o desenvolvimento, fabricação e fornecimento de produtos e serviços para ser mais eficiente, sustentável, seguro e limpo; · Facilitar o comércio entre países e desenvolver um Sistema de Comércio mais justo e direto; · Proporcionar aos Governos base técnica para a legislação; · Compartilhar aprimoramento tecnológico e boas práticas de Gestão (for- necimento, produção e qualidade); · Compartilhando e incentivando a inovação; · Salvaguardar consumidores e usuários de produtos e serviços; · Fornecer soluções para desafios comuns, por sua vez, ajudando a facilitar a vida. Você saberia listar quais são os benefícios dos Padrões ISO? Saiba que os padrões ISO fornecem um conjunto de benefícios para a Tecnolo- gia, Economia e Sociedade como um todo. 12 13 Vamos listá-los? Começando em um, dois, três... 1. A ISO oportuniza participação em Mercados em todo o mundo, devido à ampla adoção e aceitação dos padrões, produtos e serviços que são desen- volvidos de acordo com as especifi cações; 2. Para inovadores de novas Tecnologias, os padrões ISO ajudam a acelerar a distribuição de inovações e seu desenvolvimento em produtos; 3. Os clientes, inclusive você, podem aproveitar com segurança uma ampla variedade de ofertas, além de se benefi ciarem dos efeitos da concorrência entre os fornecedores, tais como: redução de preço, aumento da qualidade e expansão dos serviços; 4. Conformidade de produtos e serviços com as normas ISO fornece garan- tia sobre a sua segurança e confi abilidade; 5. A ISO é o meio técnico pelo qual os acordos comerciais políticos podem ser colocados em prática; 6. As normas ISO, com relação ao meio ambiente, podem ajudar a preservar o ar, a água, a qualidade do solo, as emissões de gases, a radiação e os aspectos ambientais dos produtos que usamos no dia a dia; 7. Guias produzidos pela ISO e padrões de avaliação de conformidade repre- sentam consenso internacional sobre as melhores práticas. Uma espécie de linguagem única entre os países que adotam as normas. Figura 2 – Logo da ISO Fonte: Wikimedia Commons 13 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 A ISO no Brasil Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela Normalização Técnica no Brasil, concedendo a base neces- sária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma Entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização por meio da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. Destacamos, na sua história, o fato de a ABNT ser membro fundador da ISO (International Organization for Standardization), da COPANT (Comissão Pana- mericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de Normalização). Isso tudo garante à ABNT ser a única e exclusiva representante no Brasil das seguintes entidades internacionais: ISO (International Organization for Standar- dization), IEC (International Electrotechnical Commission); e das entidades de normalização regional COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul de Normalização). Importante! Brasil está no grupo dos países que mais cresceu em número de Certificações em 2017, com aumento de 4.830 Certificações, logo atrás da Itália (8.826), da Índia (9.675) e da China (41.961), que lidera o grupo pelo sexto ano consecutivo? (Fonte: ABNT, 2010). Para obter mais informações sobre os padrões e certificações da ISO, acesse a página da Assembleia Geral da ISO no Brasil (ABNT – Assembleia Geral da ISO no Brasil): link - <https://goo.gl/9sdCNc> e aproveite para conhecer os principais consultores respon- sáveis pela implementação dos padrões ISO no Brasil. Você Sabia? Segundo o Secretário-geral interino da ISO, Kevin McKinley: Padrões confiáveis significam que a indústria não precisa reinventar a roda, que as inovações serão compatíveis e funcionarão com a tecnologia existente e que os produtos e serviços também serão confiáveis. Os go- vernos usam os padrões como soluções confiáveis para complementar a regulamentação e dão paz de espírito aos consumidores que sabem que não estão colocando a si mesmos ou suas famílias em risco (McKinley, Kevin. A importância da ISO para o mercado mundial (tradução livre). Disponível em: <https://goo.gl/svqKba> Organizações do mundo todo podem ser beneficiadas pelos padrões ISO, pois podem reduzir custos com melhorias nos sistemas e procedimentos padronizados implementados. 14 15 Além do mais, os impactos ambientais podem ser reduzidos e eles podem acessar novos Mercados, novas formas de financiamento e clientes. Por exemplo, a norma ISO 9001, ao ser implementada, a partir do padrão de gerenciamento de qualidade, pode garantir qualidade e segurança em relação aos processos e produtos, como resultado, a satisfação do cliente. Essa satisfação pode ser ampliada junto à confiança criada pelos padrões ISO. Isso leva ao motivo pelo qual os padrões ISO são benéficos para os consumidores… Gera confiança. A palavra mágica que liga o cliente à orgaização(e vice-vera). Em outras palavras, produtos e serviços que atendem a padrões definidos permitem que os consumidores tenham confiança de que são seguros e de boa qualidade. Segundo Carpinetti (2010), a obtenção da qualidade no Setor de Serviços pode ser vista como um processo contínuo e o cliente é membro fundamental para o reconhecimento das Organizações na comunidade que esta Organização serve. Em alguns países, os padrões ISO tornaram-se requisitos de Mercado em áreas como Sistemas de Gestão de Qualidade e dimensões de contêineres, por exemplo. Ainda no exemplo, se você deseja adotar a exportação, você deve buscar esse problema particularmente e avaliar as condições do contêiner. Importante! Ficou claro quais são as vantagens da adoção dessas normas? Quais são os interesses das Organizações? A adoção das normas ISO é vantajosa para as Organizações, vez que lhes confere maior desenvolvimento, organização, produtividade, escalabilidade e credibi- lidade. Trata-se de elementos facilmente identifi cáveis pelos clientes. Afi nal, são esses elementos que você procura quando adquire um produto. Certo? Eu também! Trocando ideias... Os processos organizacionais necessitam ser verificados por auditorias externas independentes e, no Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica e, consequentemente, pela auditoria. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – É o órgão responsável pela Normalização Técnica no Brasil, fornecendo insumos ao Desenvolvimento Tecnológico brasileiro. Trata-se de uma entidade privada e sem fi ns lucrativos e de utilidade pública, fundada em 1940. ABNTc. Conheça a ABNT. Disponível em https://goo.gl/sJ6z5D Acesse aqui o site da ABNT <https://goo.gl/GVsDTp> e conheça mais sobre ela Ex pl or 15 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 Figura 3 – Sede da Associação Brasileira de Normas Técnicas, em São Paulo Fonte: Wikimedia Commons As Organizações buscam sustentabilidade finceira e essa sustentabilidade deve conviver em equilíbrio com o constantemente aumento da participação no Mer- cado, redução de custos, gerenciamento de risco, maior satisfação do cliente e maiores controles. Esse ideia não é nova, mas se tornou uma regra quase imutável. Como por vezes a sigla ISO e seu estudo vêm acompanhados pelo conceito pa- dronização, outros conceitos mais podem aparecer, ou seja, uma percepção “erra- da” acerca do conceito pode ocorrer. Isso acontece com o conceito normalização. Por esse motivo destacaremos sua definição. Normalização: Atividade que determina, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições e diretrizes destinadas à utilização comum e repetitiva, com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem, num dado contexto. ABIMAQ. Normalização. Disponível em: https://goo.gl/RoV5zL Ex pl or Família ISO 9000 Estudamos que a qualidade é algo que toda Organização se esforça para ter, mas muitas vezes alcançar a qualidade é uma tarefa difícil. Qualidade, como vimos, depende de padronização e normatização. As tarefas relativas à eficiência e à qualidade se apresentam todos os dias nos negócios; se um documento importante não pode ser encontrado ou se um consumidor encontra um produto que não atende às expectativas de sua compra, como uma Empresa pode aumentar a qualidade de seus produtos e serviços? A resposta é a ISO 9000. 16 17 Você sabia que a ISO 9000 é uma das mais amplamente reconhecidas no mundo? ISO 9000 é um padrão de gerenciamento de qualidade que apresenta diretri- zes destinadas a aumentar a eficiência dos negócios e a satisfação do cliente. Seu objetivo é incorporar um Sistema de Gerenciamento de qualidade dentro de uma Organização, aumentando a produtividade, reduzindo custos desnecessários e ga- rantindo a qualidade dos processos e produtos. A ISO 9001 é aplicável a Empresas e Organizações de todos os setores. A abor- dagem orientada a processos também torna o padrão aplicável às Organizações de Serviços. Suas diretrizes gerais permitem a flexibilidade necessária para o Mundo Empresarial diversificado, flexíel, dinâmico e atual. Qualidade! Essa é a importância da ISO 9000. Com a ISO 9000, uma Organização pode identificar a raiz do problema e, portanto, encontrar uma solução. Ao melhorar a eficiência, o lucro pode ser maxi- mizado. Quando os steakholders implementam os padrões ISO 9000, uma cadeia de fornecimento com integridade é criada e partir daí cada Empresa que participa do processo de desenvolvimento, fabricação e marketing de um produto sabe que faz parte de um sistema confiável e conhecido internacionalmente. Não só as Empresas reconhecem a importância da ISO 9000, mas também o cliente percebe a importância da qualidade. E como o consumidor é mais impor- tante para uma Empresa, a ISO 9000 faz do cliente seu foco. Os padrões da ISO 9000 detalham 20 requisitos para o Sistema de Gerencia- mento de qualidade de uma Organização nas seguintes áreas: · Responsabilidade de Gestão; · Sistema de Qualidade; · Entrada de pedido; · Controle de Design; · Documento e Controle de Dados; · Compra; · Controle de produtos fornecidos pelo cliente; · Identifi cação e Tractabilidade do Produto; · Controlo do processo; · Controle de Inspeção e Teste de Inspeção, Medição e Teste de Equipamentos; · Inspeção e status do teste; · Controle de produtos não conformes; · Ação corretiva e preventiva; · Manipulação, Armazenamento, Embalagem e Entrega; 17 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 · Controle de Registros de Qualidade; · Auditorias Internas de Qualidade; · Treinamento; · Manutenção; · Técnicas Estatísticas. Os Padrões de Qualidade ISO 9000 são divididos em três conjuntos de mode- los – ISO 9001, ISO 9002 e ISO 9003. Cada um desses modelos, observaram Carpinetti, Miguel e Gerolamo “estipulam uma série de requisitos sobre os quais o sistema de qualidade de uma Organização pode ser avaliado por uma parte externa (registradora)” de acordo com o padrão de auditorias do sistema de qualidade da ISO. “Um sistema de qualidade”, acrescentaram, “envolve estrutura organizacio- nal, processos e procedimentos documentados constituídos para atingir objetivos de qualidade” (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2010). Cada um dos três conjuntos se concentra em uma área de qualidade diferente: · A ISO 9001 é a mais abrangente, pois especifica os vários requisitos ope- racionais em áreas como design (desenho do celular, por exemplo) e de- senvolvimento de produto, produção, instalação e manutenção; · A ISO 9002 objetiva a garantia de qualidade nas etapas de produção e instalação; · A ISO 9003 engloba testes e inspeções. Como Carpinetti, Miguel e Gerolamo observaram, “se os requisitos mínimos forem atendidos” [para as áreas operacionais acima], um registrador credenciado por uma instituição nacional de credenciamento emitirá um certificado de conformidade e o Sistema de Qualidade da Organização passará a ser ISO 9001, 9002 ou 9003 registrado. Importante! A Certificação é entregue para Sistemas de Qualidade individuais, não empresas. Isso significa que uma Empresa pode ter mais de um registro ISO 9000. Importante! Apresento a seguir, extraída da ABNT, a cronologia da família ISO 9001, objeto de estudo desta unidade: ISO 9000:1987 Primeira norma da ISO. Repare a longa duração entre a fundação da ISO em Genebra e desenvolvimento de uma ISO específica para qualidade de atendimento. 18 19 Possuía estrutura idêntica à norma britânica BS 5750, mas também possuía influências de outras normas existentes nos Estados Unidos, inclusive normas militares de defesa e ataque (as “Military Specifications” - “MIL SPECS”). Subdividia-se em três modelos de Gerenciamento da Qualidade, conforme a natureza das atividades da Organização: · ISO 9001:1987 – Modelo de garantia da qualidade para design, desen- volvimento, produção, montagem e prestadores de serviço – Aplicava-se a Organizações cujas atividades eramvoltadas à criação de novos produtos; · ISO 9002:1987 – Modelo de garantia da qualidade para produção, mon- tagem e prestação de serviço – Compreendia essencialmente o mesmo material da anterior, mas sem abranger a criação de novos produtos; · ISO 9003:1987 – Modelo de garantia da qualidade para inspeção fi nal e teste – Abrangia apenas a inspeção fi nal do produto. ISO 9001:1994 Figura 4 Fonte: iStock/Getty Images Essa norma tinha a garantia da qualidade como base da Certificação e possuía os seguintes requisitos: · Responsabilidade da Direção (trata do papel da alta direção na implemen- tação do sistema da Qualidade); · Sistema da qualidade (descreve a documentação que compõe o sistema da qualidade); · Análise do contrato (trata da relação comercial entre a Organização e os seus clientes); · Controle da concepção e projecto (trata da concepção e desenvolvimento de novos produtos para atender aos clientes); · Controle dos documentos e dados (trata da forma de controlar os docu- mentos do sistema da qualidade); · Compras (trata da qualifi cação dos fornecedores de materiais/serviços e do processo de compras); · Produto fornecido pelo Cliente (trata da metodologia para assegurar a confor- midade dos produtos fornecidos pelo cliente para incorporar ao produto fi nal); 19 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 · Rastreabilidade/acompanhamento (trata da história desde o início da fabri- cação do produto ou da prestação do serviço); · Controle do processo (trata do processo de produção dos produtos da Organização); · Inspecção e ensaios (trata do controle da qualidade que é realizado no produto ou no serviço); · Controle de equipamentos de inspecção, medição e ensaio (trata do con- trole necessário para a calibração/verificação dos instrumentos que ins- peccionam, meçam ou ensaiem a conformidade do produto); · Situação da inspecção e ensaios (trata da identificação da situação da ins- pecção do produto ou do serviço em todas as etapas da sua produção); · Controle do produto não conforme (trata da metodologia de controle para os produtos fora de especificação); · Ação corretiva e preventiva (trata das ações necessárias para as não con- formidades identificadas de forma a evitar que aconteça a sua repetição); · Manuseamento, armazenamento, embalagem, preservação e expedi- ção (trata dos cuidados com o produto acabado até a sua expedição para o cliente); · Controle dos registos da qualidade (trata da metodologia do controle dos registos da qualidade para facilitar a sua identificação e recuperação); · Auditorias internas da qualidade (trata da programação das auditorias in- ternas da qualidade); · Formação (trata do levantamento de necessidades de formação e da pro- gramação das respectivas formações); · Serviços pós-venda (trata dos serviços prestados após a venda); · Técnicas estatísticas (trata da utilização de técnicas estatísticas na Organização). Essa versão foi considerada por muitos burocrática. Com extensa exigência de documentação. Em outras palavras, muito papel, em vez da implementação das práticas, como exigido pela ISO 9001:2008. ISO 9001:2000 Para solucionar as dificuldades da anterior, esta norma combinava a 9001, 9002 e 9003 em uma única, doravante denominada simplesmente 9001:2000. Os processos de projeto e desenvolvimento eram requeridos apenas para Organizações que, de fato, investiam na criação de novos produtos, inovando ao estabelecer o conceito de “controle de processo” antes e durante o processo. 20 21 Essa nova versão exigia ainda o engajamneto da gestão (líderes) para promover a integração da qualidade internamente na própria Organização, definindo um responsável pelas ações da qualidade. Adicionalmente, pretendia-se melhorar o gerenciamento de processos por meio de aferições de desempenho e pela implementação de indicadores para medir a efetividade das ações e atividades desenvolvidas. Mas a principal mudança na norma foi a introdução da visão de foco no cliente e esse é o grande diferencial. Você concorda? Anteriormente, o cliente não era observado e era um mero espectador, não sendo percebido como integrante do Sistema da Organização. A qualidade, desse modo, passava a ser considerada como uma variável de múltiplas dimensões, defi- nida pelo cliente que, sem experiêcia ou conhecimento, não conseguia absorver ou distinguir os elementos que compunham a qualidade. Em outras palavras, era movido por suas necessidades e desejos. Além disso, não eram considerados como clientes apenas os consumidores finais do produto, mas todos os envolvidos na cadeia de produção (stakeholders). Importante! Os stakeholders são os públicos de interesse de uma Organização; formam com ela uma rede. São as partes interessadas e envolvidas voluntária ou involuntariamente com a Organização; há um objetivo específi co de relacionamento, trazendo benefícios para ambas as partes. Exemplo: transportadoras, clientes, fornecedores. A importância do Cliente para a Organização. A construção de um bom relacionamento entre o cliente e a Organização é fundamental. Os clientes devem ser reconhecidos, identifi cados e respondidos. Para isso acontecer, é preciso conhecer bem, saber manter a comunicação, escutar as necessidades e reconhecer a sua fi delidade. Importante! ISO 9000:2005 Foi a única norma lançada nesse ano, apresentando os fundamentos de Siste- mas de Gestão da Qualidade que, no Brasil, constituem o objeto da família ABNT NBR ISO 9000, e definindo os termos a ela relacionados e os detalhes que devem ser observados. É aplicável a Organizações que buscam vantagens por meio da implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade; a Organizações que buscam a confiança nos seus stakeholders; a usuários dos produtos e suas experiências; àqueles que têm interesse no entendimento mútuo da terminologia utilizada na Gestão da Qualidade (por exemplo: fornecedores, clientes, órgãos reguladores); àqueles, 21 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 internos ou externos à Organização, que avaliam o Sistema de Gestão da Qualidade ou o auditam, para verificarem a conformidade com os requisitos da ABNT NBR ISO 9001 (por exemplo: auditores, órgãos regulamentadores e organismos de certificação); àqueles, internos ou externos à Organização, que prestam assessoria ou treinamento sobre o Sistema de Gestão da Qualidade adequado à Organização; e a grupos de pessoas que elaboram normas correlatas. ISO 9000:2008 Esta, aprovada no fim do ano de 2008, foi elaborada para apresentar maior compatibilidade com a família da ISO 14000, e as alterações realizadas trouxeram maior compatibilidade para as suas traduções e, consequentemente, melhor enten- dimento e interpretação de seu texto. Importante! Alteração nessa versão foi a sub-cláusula 1.2, que introduz o conceito de exclusões. Essa cláusula permite que requisitos da norma que não sejam aplicáveis devido a caracte- rísticas da Organização ou de seus produtos sejam excluídos, desde que devidamente justificados. Dessa forma, garante-se o caráter genérico da norma e sua aplicabilidade para qualquer Organização, independente do seu tipo, tamanho e categoria de produto. Importante! ISO 9001:2015 A versão 2015 da ISO 9001 tem uma abordagem modernizada, incluindo: · Maior ênfase na geração de valor, para a Organização e para seus clientes. A nova versão é voltada à geração de resultados e à melhoria deles; · Maior ênfase na avaliação dos riscos; em sua versão anterior, a mentali- dade de riscos era implícita nas ações preventivas, a abordagem da nova versão traz explicitamente a mentalidade de riscos logo na Introdução, item 0.3.3 – Mentalidade de riscos; · Solicita que as Organizações levem em consideração o feedback de todas as partes interessadas e de todos os processos envolvidos (não apenas os feedbacks dos seus clientes); · Maior envolvimento da alta direção; · Exclusão do RD (Representante da Direção), as responsabilidades das áre- as aumentam,assim como seu engajamento; · Maior facilidade na aplicação dos requisitos às Organizações de “serviços”. A nova versão não trata mais todas as saídas como produto; esta edição utiliza “produtos e serviços”; 22 23 · Maior fl exibilidade nas exigências sobre procedimentos documentados (por exemplo, a adoção de um “manual de qualidade” não é mais obrigatória). O que a torna flexível e amigável, as seções desta norma não servem mais de modelo para o Manual; é apenas a apresentação coerente dos requisitos que po- dem ser documentados livremente. Não se preocupava como o produto era feito. ISO 9001 no Brasil: atualidade e perpectivas A família de normas NBR ISO 9000:1994 (9001, 9002 e 9003) foi descontinuada pela ABNT e substituída pela série de normas ABNT NBR ISO 9000:2000, que é composta de três normas: · ABNT NBR ISO 9000:2015: especifi ca e apresenta os fundamentos de Sistemas de Gestão da Qualidade e estabelece a terminologia para esses sistemas; · ABNT NBR ISO 9001:2015: detalha requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade, no qual uma Organização precisa demonstrar sua capacidade para oferecer produtos que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares aplicáveis no território nacional, e objetiva aumentar a satisfação do cliente; · ABNT NBR ISO 9004:2010: apresenta diretrizes que consideram tanto a efi cácia como a efi ciência do Sistema de Gestão da Qualidade. O objeti- vo dessa norma é melhorar o desempenho da Organização e a satisfação dos clientes e das outras partes interessadas (stakeholders) Figura 5 ISO 9001:2008 e ISO 9001:2015 A norma ABNT NBR ISO 9001:2015, elaborada no Comitê Brasileiro da Qualidade (ABNT/CB-25), pela Comissão de Estudo de Sistemas da Qualidade (CE25:002.18) refere-se aos Sistemas de Gestão da Qualidade, estabelece os requisitos e os critérios necessários e indispensáveis para um Sistema de Gestão da Qualidade. 23 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 A versão ISO 9001:2015 trouxe mudanças estruturais na forma de encarar um Sistema de Gestão, ou seja, não se trata mais da elaboração de documentos, mas sim, de uma mudança de postura. Ex pl or Auditoria e Gestão Organização são dois aspectos importantes que andam juntos, praticamente inseparáveis e precisam trabalhar unidos para que haja excelência. O auditor é responsável por analisar as demonstrações e os registros administrativos. ABNT. NBR ISSO 9001:2015. Disponível em: https://goo.gl/i67wc7 Ex pl or Esse profissional atua ao lado do contador e tem como função manter a saúde administrativa da Organização. Por isso, é fundamental que o auditor tenha contato direto com o gestor, com quem manterá um diálogo aberto, transparente e honesto a respeito da Organização. A necessidade que uma Organização tem de melhorar sua eficiência no atendi- mento de seus clientes, ou sistematizar o contato com eles, faz com que ela imple- mente Certificações de Qualidade, permitindo ao cliente ter conhecimento pleno do nível dela nas ações envolvidas na Organização. Essas Certificações são baseadas num processo de avaliação pelo qual a Certi- ficadora (Organização responsável devidamente contratada) realiza auditorias no Sistema de Qualidade da Organização contratante que deseja o Certificado (NBR ISO 9001:2015). “O objetivo é testar a aderência do sistema de qualidade projetado pela Or- ganização com o modelo de sistema da ISO 9001” (MELLO et al., 2009). Assim, a Organização certificadora verifica se o sistema da Organização analisada está condizente com o que é estabelecido pela ISO 9001, ou seja, se está de acordo com a norma. Diante desse quadro, comprova-se o bom atendimento do cliente por parte da contratante, demonstrando a garantia da Qualidade. “Para a Gestão da qualidade na realização do produto, a ISO 9001:2008 estabelece requisitos de gestão que dependem da liderança da direção, do envolvimento das pessoas, de visão de processos e de outros princípios de gestão” (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2010). A norma ABNT NBR ISO 9001:2015, elaborada no Comitê Brasileiro da Qualidade (ABNT/CB-25), pela Comissão de Estudo de Sistemas da Qualidade (CE25:002.18) refere-se aos Sistemas de Gestão da Qualidade, estabelece os requisitos e os critérios necessários e indispensáveis para um Sistema de Gestão da Qualidade. 24 25 A necessidade que uma Organização tem de melhorar sua eficiência no atendimento de seus clientes, ou sistematizar o contato com eles, faz com que ela implemente Certificações de Qualidade, permitindo ao cliente ter conhecimento pleno do nível dela nas ações envolvidas na Organização. Essas certificações são baseadas num processo de avaliação pelo qual a Certificadora (Organização responsável devidamente contratada) realiza auditorias no Sistema de Qualidade da Organização contratante que deseja o Certificado (NBR ISO 9001:2015). “O objetivo é testar a aderência do Sistema de Qualidade projetado pela Organização com o modelo de Sistema da ISO 9001” (MELLO et al., 2009). Assim, a Organização certificadora verifica se o sistema da Organização analisada está condizente com o que é estabelecido pela ISO 9001, ou seja, se está de acordo com a norma. Diante desse quadro, comprova-se o bom atendimento do cliente por parte da contratante, demonstrando a garantia da qualidade. “Para a Gestão da qualidade na realização do produto, a ISO 9001:2008 estabelece requisitos de gestão que dependem da liderança da direção, do envolvimento das pessoas, de visão de processos e de outros princípios de gestão” (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2010). ISO 9001:2008: principios, referências e aplicação Segundo a revisão da norma ISO 9001, editada no ano de 2015, esta se fundamenta, principalmente, em princípios estabelecidos pela gestão da qualidade total (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2010). Desses princípios, 8 foram selecionados como os princípios fundamentais para a implementação dos requisitos de gestão da qualidade, sendo definidos pela NBR ISO 9000 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005). São eles: 1. Foco no cliente: objetiva compreender as necessidades presentes e futu- ras dos clientes; torna propícia a evolução e o crescimento da Organiza- ção. Não devemos excluir as necessidades passadas não atendidas; 2. Liderança: os líderes têm o papel de defi nir um rumo e um propósito em comum para toda a Organização. A ideia é transformar um propósito da Organização no propósito coletivo; 3. Envolvimento das pessoas: os recursos humanos são os pilares da Orga- nização e o envolvimento desses em todos os níveis fortalecem suas habi- lidades e estas podem ser usadas em prol da Organização e da construção de uma sociedade melhor; 4. Abordagem de processo: a análise minuciosa de cada atividade torna os resultados obtidos mais efi cientes e efi cazes; 25 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 5. Abordagem sistêmica para a gestão: gerenciar como um sistema todos os processos inter-relacionados aumenta a eficácia e a eficiência da Organização; 6. Melhoria contínua: é objetivo permanente de uma Organização a melhoria contínua de seu desempenho; 7. Abordagem fatual para tomada de decisão: decisões tomadas com base em análises de dados e informações concretas; 8. Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores: existe uma relação e interdependência entre as Organizações e seus fornecedores, por isso, uma relação ganha ganha entre os eles aumenta a competitividade. Aqui faz-se necessaria a visão geral dos stakeholders. De acordo com esses princípios, a ISO tem como papel melhorar a imagem da Organização perante o Mercado; aumentar a confiança do cliente; reduzir o número de auditorias dos clientes nos fornecedores; melhorar continuamente o desempenho dos produtos; reduzir os custos por ineficiência e reclamações; aumentar a autoestima dos colaboradores; diminuir os riscos do negócio; melhorar a eficiência dos fornecedores; reduzir a sucata; possibilitar a atuação no Mercado global(CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2010). Gestão e Manutenção do Sistema ISO 9001:2008 O sistema ISO 9001, habituado ao padrão de 2000, e mantido em 2015, consiste previamente em elevar o nível de produção e critérios relacionados à qualidade das cadeias produtivas e aos processos propostos desde o chão de fábrica (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2010. De acordo com a ABNT NBR ISO 9001:2015, a área pertencente ao sistema de qualidade define-se em duas partes: 1. requisitos gerais do sistema e 2. requisitos de documentação. Possui como base a interação dos colaboradores e suas decisões, além, é claro, dos acontecimentos periódicos. A análie rigorosa das informações vigentes na Organização são de alta relevância e necessidade, e são questionadas para quaisquer checagens de dados e pesquisas do histórico. O alinhamento das informações possibilita criar a documentação e a determinação em manter o nível planejado e esperado, posição elevada na seção organizacional e priorizar a política da qualidade são fatores desejados na responsabilidade da direção, esta propriamente incutida nas especificações dos líderes e do staff. Com a base focada no cliente e o envolver da Organização como um único organismo. 26 27 O setor gestão de recursos é responsável pela provisão tanto da parte de estru- tura, quanto da parte humana da Organização. Prevê o conhecimento do ambiente de trabalho e como o colaborador habitua-se a ele. Em suma desenvolve, a priori, a distribuição e orquestra os fatores voltados ao funcionamento. Todos os procedimentos ditados acima remetem ao fim de dar suporte para a realização do produto. De acordo com Walker (1991), primeiramente, é de justa causa reconhecer as necessidades e especificações estabelecidas pelos clientes, quando não encontra- das, é preciso identificá-las. A comunicação com os clientes torna-se o principal ponto de acesso às infor- mações. Ao fragmentar as divergências e as contradições encontradas, a Organi- zação possibilita resoluções fáceis, evitando os custos da não qualidade e assegurar atender as metas. E, por fim a medição, análise e melhoria. Resultam da satisfação do cliente em atender suas proposições/prediposições, nas conformidades do sistema, produto e processos; na análise dos processos ocor- ridos e em desenvolver melhorias com propriedade em evoluir constantemente. Ao permitir e/ou conquistar a Certificação, a Organização será apresentada como apta para as exigências. Entretanto, o prestígio em prol da habilitação é so- mente reverenciado quando a própria tem a capacidade em realizar a manutenção dessa Certificação. No início, há a chamada avaliação pré-implementação, na qual se verifica o pa- tamar encontrado da indústria e, assim, a possibilidade em já promover mudanças. Então, levantam-se as necessidades formais para o ingresso e se projeta o sistema referido com toda a documentação necessária (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLA- MO, 2010). A implantação é um dos modais mais demorados e importantes, com treina- mentos e auditorias acompanhadas até o fim, por ações de melhoria. Após a Organização se adequar às mudanças, é necessária a contratação de um organismo certificador, órgão isento de qualquer ligação com a entidade ou consul- tor que ajudou na implantação, para assim verificar se realmente há conformidade com as normas. A auditoria checa in loco tudo correspondente às questões propostas pela Orga- nização, em seu cumprimento. A auditoria de Certificação é elaborada pela equipe auditora, geralmente composta por um ou dois auditores. Profissionais com ex- periência em auditorias e conhecimento do seu ramo de negócio (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2010). Com aval promovido, inicia a nova responsabilidade em manter o aclamado SGQ. Grande percentual das Organizações, após receber o certificado, tende a se 27 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 tornar indiferente aos padrões presentes. Com intuito de retificar isso, é importante marcar auditorias constantemente, realizar treinamentos periódicos e repassar informações entre seus funcionários, acompanhar o cronograma, atualizações das normas, além de prescindir gradati- vamente a qualidade dos empregados. Em prol do sucesso, deve haver a sinergia entre os inúmeros setores e, conse- quentemente, o coexistir da melhoria contínua (CARPINETTI; MIGUEL; GERO- LAMO, 2010). Importante! De acordo com a NBR ISO 9000, o Sistema de Gestão da Qualidade objetiva a direção e o controle numa Organização no que diz respeito à qualidade. A compreensão completa do Sistema, depende do esclarecimento das palavras-chave mais utilizadas nas Organizações: Princípios de Gestão da Qualidade. Foco no cliente, liderança, envolvimento das pes- soas, abordagem de processo, abordagem do Sistema para Gestão, melhora contínua, abordagem dos fatos e benefícios mútuos com fornecedores; Fundamentos de Sistemas de Gestão da Qualidade. Satisfação de clientes, requisi- tos, abordagem do sistema, abordagem de processo, política da qualidade, objetivos da qualidade, alta direção, documentação, avaliação, auditoria, análise crítica, autoaval- iação, melhora contínua, técnicas estatísticas, integração com outros enfoques e relação com modelos de excelência; Termos e definições relacionados com a qualidade. Gestão, Organização, processo, produto, características, conformidade, documentação, exame, auditoria e garantia da qualidade de processos de medição. ABNT. NBR ISO 9000. Disponível em https://goo.gl/yz67Rc Atenção! 28 29 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros ISO 9000 for small business: Do it yourself KARAPETROVIC, Stanislav; RAJAMANI, Divakar; WILLBORN, Walter. ISO 9000 for small business: Do it yourself. INDUSTRIAL MANAGEMENT-CHICAGO THEN ATLANTA-, v. 39, p. 24-31, 1997. Vídeos Mudanças na Norma ISO 9001:2015 e Documentos obrigatórios https://youtu.be/Dhon6vIt9MM ISO 9001:2015 – O Que Precisa Saber https://youtu.be/Kq1fWneCaNo Especialista fala sobre Gestão da Qualidade e ISO https://youtu.be/KzWsTqZMuEk Leitura Principais atualizações da norma ISO 9001:2008 para ISO 9001:2015 https://goo.gl/pW92ie ISO 9000: marketing motivations and benefits. International journal of quality & reliability management BUTTLE, Francis. ISO 9000: marketing motivations and benefits. International journal of quality & reliability management, v. 14, n. 9, p. 936-947, 1997. https://goo.gl/KGW64U ISO 9000: meeting the new international standards JOHNSON, P. L. ISO 9000: meeting the new international standards, 1993. https://goo.gl/Cdg32e An innovative approach to make ISO 9000 standards more effective KANJI, G. K. An innovative approach to make ISO 9000 standards more effective. Total Quality Management, v. 9, n. 1, p. 67-78, 1998. https://goo.gl/LwFyKh 29 UNIDADE Certificação NBR ISO 9001:2008 Referências CARPINETTI, L. Gestão da qualidade: conceitos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016. CARPINETTI, L; GEROLAMO, M. Gestão da qualidade ISO 9001:2015: requisitos e integração com a ISO 14001:2015. São Paulo: Atlas, 2016. DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da administração. São Paulo: Saraiva, 1990. JURAN, J. M. Planejando para a qualidade. São Paulo: Pioneira, 1990. MELLO, C.; SILVA, C.; TURRIONI, J.; SOUZA, L. ISO 9001:2008: Sistema de Gestão da Qualidade para Operações e Serviços. Rio de Janeiro: Atlas 2009. MONDEN, Y. Sistema Toyota de produção: uma abordagem integrada ao just- in-time. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. 30
Compartilhar