Buscar

Projeto Integrador II Final

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
Ana Luísa Sader Tagliolatto 
Fabiana da Silva Cortes de Oliveira 
Gisele Gomes Rodrigues 
 
 
 
 
 
SOCIALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO ENTRE ALUNOS SURDOS E 
OUVINTES NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
Apresentação do Projeto Integrador - vídeo: 
 
https://youtu.be/kPbBObGW0wo 
 
 
 
Sumaré - SP 
2019 
 
2 
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
Ana Luísa Sader Tagliolatto 
Fabiana da Silva Cortes de Oliveira 
Gisele Gomes Rodrigues 
 
 
 
 
SOCIALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO ENTRE ALUNOS SURDOS E 
OUVINTES NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
Relatório Técnico-Científico apresentado 
na disciplina de Projeto Integrador para 
o curso de Licenciatura em Pedagogia 
da Universidade Virtual do Estado de 
São Paulo (UNIVESP). 
 
 ​Tutora: Janaína da Silva Santos 
 
 
Sumaré - SP 
2019 
 
 
3 
TAGLIOLATTO, Ana Luísa Sader; OLIVEIRA, Fabiana da Silva Cortes de; 
RODRIGUES, Gisele Gomes; ​Socialização e integração entre alunos surdos e 
ouvintes no contexto da educação infantil. ​00f. Relatório Técnico-Científico 
(Licenciatura em Pedagogia) – ​Universidade Virtual do Estado de São Paulo​. 
Tutora: Janaína da Silva Santos. Polo Sumaré , 2019. 
 
 
RESUMO 
 
No presente trabalho, pretende-se abordar o problema da socialização entre 
alunos surdos e ouvintes num contexto de educação infantil. O foco deste trabalho é 
a integração e socialização entre alunos surdos e ouvintes que têm aulas bilíngues 
em português e em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). É de grande importância 
que essa socialização aconteça através de brincadeiras que proporcione o 
aprendizado e valorização ambas as culturas (surda e ouvinte). 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: surdos; educação infantil; socialização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
TAGLIOLATTO, Ana Luísa Sader; OLIVEIRA, Fabiana da Silva Cortes de; 
RODRIGUES, Gisele Gomes; ​Socialization and integration among deaf and 
hearing students in the context of early childhood education. 00f. 
Technical-Scientific Report (Degree in Pedagogy) - ​Virtual University of the State 
of São Paulo.​ Tutorial: Janaína da Silva Santos. Polo Sumaré, 2019. 
 
 
ABSTRACT 
 
In the present work, we intend to address the problem of socialization among 
deaf students and listeners in a context of early childhood education. The focus of 
this work is the integration and socialization between deaf students and listeners who 
have bilingual classes in Portuguese and in Brazilian sign language (LIBRAS). It is of 
great importance that this socialization occurs through jokes that provide learning and 
appreciation for both cultures (deaf and listener). 
 
 
KEY WORDS:​ deaf; child education; socialization. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO​………………………………………………………………………………. 6 
Aproximação ao tema/problema​………………………………………………………..6 
Objetivo​…………………………………………………………………………………... 6 
Definição do local​………………………………………………………………………...7 
Observação in loco e caracterização do público-alvo​………………………………..8 
Plano de ação​………………………………………………………………………….. 10 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA​…………………………………………………………..11 
A Educação de Surdos no Brasil​…………………………………………………….. 13 
Escola bilíngue​………………………………………………………………………….15 
Socialização infantil​…………………………………………………………………….17 
A família​………………………………………………………………………………….17 
A evolução do conhecimento​………………………………………………………….18 
A forma lúdica no processo de ensino e aprendizagem do surdo​………………...19 
Aplicação das disciplinas estudadas no projeto​……………………………………. 20 
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO​………………………………………………….. 21 
Materiais e métodos​…………………………………………………………………....21 
Relato do desenvolvimento do projeto​………………………………………………. 21 
PROTÓTIPO FINAL​………………………………………………………………………..25 
Brincadeiras da Cultura Surda​……………………………………………………….. 25 
“Brincadeira do Elefante”​................................................................................. 25 
“Configuração de mãos’’ da língua de sinais​………………………………….... 26 
CONSIDERAÇÕES FINAIS​……………………………………………………………….27 
REFERÊNCIAS​……………………………………………………………………………. 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
INTRODUÇÃO 
 
Aproximação ao tema/problema 
 
O trabalho com alunos surdos é uma temática que nos despertou interesse 
por combinar o desafio da inserção das crianças no ambiente escolar, bem como a 
aquisição da língua brasileira de sinais (LIBRAS) de maneira formal. 
Esse trabalho questiona como é a inclusão das crianças surdas na escola, e 
como é dada a integração e a socialização desses alunos surdos. A partir desse 
pressuposto observamos que apenas a garantia por lei de um profissional 
tradutor/intérprete em sala de aula não garante a inclusão das crianças surdas. Elas 
estão ali, mas tem dificuldades em socializar-se, pois, a maioria dos colegas são 
ouvintes. Mediante essa questão fomos instigadas a trabalhar o projeto integrador 
desse semestre, pois, observamos que através das brincadeiras e das atividades os 
professores poderiam proporcionar uma maior inclusão entre as crianças surda e 
ouvintes. os surdos podem brincar com qualquer tipo de brincadeiras desde que seja 
adaptada para o visual. 
A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma metodologia de pesquisa-ação e 
contou com a participação de educador especializado, professor bilíngue, e com os 
alunos surdos e ouvintes. 
 
Objetivo 
 
Temos como objetivo elaborar uma atividade prática, a ser aplicada em sala 
de aula, que seja formativa para alunos surdos e ouvintes e que colabore com a 
socialização entre todos. As atividades serão organizadas na forma de brincadeiras 
e utilizaremos o suporte teórico das disciplinas Avaliação educacional e da 
aprendizagem, Fundamentos da educação infantil I e II, Psicologia da educação e 
teorias da aprendizagem. 
 
 
 
 
7 
Definição do local 
 
Durante o mês de março de 2019 fizemos um levantamento de escolas de 
educação infantil na rede municipal de Campinas com histórico de atendimento a 
alunos surdos, sendo referência em atuação na área, e encontramos os seguintes 
locais: 
 
1. CEI Celisa Cardoso do Amaral 
Profissional: Ingrid 
Avenida das Amoreiras, 1, Parque Industrial, Campinas - SP, 13031-435 
(019) 3272-2244 
 
2. CEI Esther Aparecida Vianna 
R. Francisco Antônio da Silva, 165, Vila Formosa, Campinas - SP, 13045-025 
(19) 3276-5951 
 
3. CEI Carlos Drummond de Andrade 
Profissional: Gislaine 
Rua Antônio Carlos Folegatti, 65, Jardim Nova Mercedes - Campinas - SP, 
13052-506 
(19) 3225-7258 
 
O CEI Celisa Cardoso do Amaral foi um polo de atendimento de alunos 
surdos em educação infantil, mas já não existe mais essa característica. Atualmente 
a prefeitura municipal de Campinas oferece professor bilíngue (LIBRAS) quando há 
matrícula de aluno surdo, em qualquer unidade escolar, assim a criança pode 
estudar em local mais próximo à sua residência. 
No CEI Esther Aparecida Vianna há matrícula de um aluno surdo, com 3 
anos. Conversamos com a professora bilíngue que o atende. Para viabilizar nossa 
atividade neste local seria necessário acordar com a diretora educacional que 
encontrava-se em férias. Há vice direção, porém, como é comum nos Centros de 
 
8 
Educação Infantil da cidade, a gestão escolar atua em mais de uma unidade 
educacional e isso foi uma dificuldadepara nossa inserção. 
Concomitantemente, entramos em contato com o CEI Carlos Drummond de 
Andrade onde há matrícula de uma aluna surda de 5 anos. A professora bilíngue 
prontamente mediou o contato com a professora titular da sala, com a qual atua em 
docência compartilhada, bem como com a gestão escolar e fomos acolhidas. 
 
Observação in loco e caracterização do público-alvo 
 
Durante o mês de abril de 2019 foram realizadas visitas para observação do 
público-alvo: aluna surda e alunos ouvintes no contexto da educação infantil. 
Trata-se de uma turma de agrupamento 3 (AG3) que inclui aproximadamente 
30 crianças, de 3 a 5 anos de idade, que são atendidas das 13:30h às 17:30h. 
O trabalho com a turma é desenvolvido em docência compartilhada entre a 
professora titular de sala, pedagoga, e a professora bilíngue Português/LIBRAS. 
Uma aluna é surda, tem 5 anos, é de família de ouvintes e não teve contato 
com a língua brasileira de sinais anteriormente. Os demais alunos são ouvintes. 
 
 
Figura 01:​ Atividade dirigida envolvendo pintura de pasta/portifólio. 
 
 
9 
 
Figura 02:​ Atividade livre na área externa: interação com galinhas inseridas no ambiente escolar na 
oportunidade de trabalho envolvendo o problema do aparecimento de escorpiões. 
 
 
Figura 03:​ Atividade livre em sala - cada mesa com um objeto para possível interação. 
 
Nas figuras 01, 02 e 03 são apresentados alguns tipos de atividades 
desenvolvidas com a turma: atividades dirigidas e atividades livres tanto no espaço 
da sala de aula quanto em espaço externo. 
 
 
10 
 
Figura 04:​ Mobiliário adaptado às crianças: mesas, cadeiras e prateleiras em altura adequada. 
 
A sala de aula possui mobiliário adaptado às crianças, com mesas, cadeiras e 
prateleiras em altura adequada conforme apresentado na figura 04. São mesas em 
formato de trapézio que são dispostas duas a duas formando mesas maiores 
hexagonais onde até seis crianças compartilham o espaço. Há bastante material 
disponível, tudo devidamente organizado em caixas plásticas transparentes. Faz 
parte da rotina das crianças a organização do espaço, de forma autônoma, ao final 
de cada atividade. 
 
Plano de ação 
 
Nosso plano é, através de aproximação, conhecer o ambiente escolar bem 
como a rotina, dinâmicas adotadas, iniciar uma proposta de atividade prática, a ser 
aplicada em sala de aula que seja formativa para alunos surdos e ouvintes, 
difundindo a cultura surda e que colabore com a socialização entre todos. As 
atividade desenvolvidas devem integrar-se ao plano de trabalho desenvolvido pelas 
professoras ao qual tivemos contato. 
É desenvolvido com a turma o tema identidade. Este está presente e é 
retomado em diferentes abordagens diariamente. Considerando isso, propusemos 
uma primeira interação através de atividade de identificação com a imagem de cada 
aluno. Partindo de uma fotografia de cada um, cortada em partes, propõe-se que os 
alunos coletivamente reconheçam-se e, posteriormente, completem sua imagem. 
Teremos também o nome de cada um impresso, pois alguns alunos já identificam 
 
11 
algumas letras e esta abordagem pode ser retomada também dentro da LIBRAS, 
oportunizando o contato com o alfabeto nesta língua. 
É oportuno apresentar que o nome de cada pessoa pode ser soletrado em 
LIBRAS, porém, a comunidade surda tem por prática dar um sinal a cada indivíduo 
que passará a também se apresentar pelo seu sinal. Este sinal, em geral, é marcado 
por uma característica que se destaque na pessoa. 
 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Tivemos como ponto de partida desse trabalho a pesquisa bibliográfica com a 
elaboração de fichamento e discussões com os componentes do grupo através dos 
textos lidos, em artigos, livros, sites e revistas. Tomando como base a história da 
educação de surdos e o reconhecimento da língua de sinais marcada pela luta da 
comunidade surda no reconhecimento e garantia dos seus direitos. 
 
 
A Educação de Surdo na Europa e nos EUA 
 
Segundo STROBEL (2009) existe uma diferença entre povo surdo e 
comunidade surda. Povo surdo refere-se a sua cultura condizente aos costumes, 
história, tradições. E comunidade surda refere-se às pessoas surdas e ouvintes, 
como as famílias, intérpretes, professores, amigos e outros que participam e 
compartilham os mesmos interesses em comuns em uma determinada localização e 
que podem ser associação de surdos, federações de surdos, igrejas e outros. 
 
Para maior compreensão do assunto iniciaremos a partir da trajetória histórica 
da educação de surdos em diferentes épocas e olhares, filosófico, político, social, 
ideológico e pessoal. 
 
Na antiguidade greco- romana (4000 a.c.- 476 d.c.)​, os surdos não eram 
considerados seres humanos competentes, para eles a falta de comunicação oral 
 
12 
não estabeleciam uma linguagem e consequentemente o pensamento, os surdos 
eram confundidos com retardados mentais e privados de seus direitos, não podiam 
fazer testamentos e precisava de um curador. 
Na idade média (476 - 1453)​, a igreja católica proibiu os surdos de se 
casarem, com a crença de que os surdos não tinham condições de firmar 
sacramentos religiosos e por isso suas almas não eram consideradas imortais, 
situação que estendeu-se até o século XII. 
Na idade moderna (1453 -1789​), o cenário na educação de surdos começa a 
mudar com o surgimento dos primeiros educadores de surdo. 
O primeiro educador relatado na história foi Pedro Ponce de León, que 
ensinava os filhos de nobres - contratado por seus pais para garantir que essas 
crianças tivessem direito às suas heranças - um marco histórico na educação de 
surdos, pois serviu de base e inspiração para outros educadores com o seu método 
de ensino da fala, leitura, escrita e filosofia. 
Juan Pablo Bonet (1579 – 1629) se apropriou do método de León, e em 1620 
publica uma obra sobre a arte de ensinar surdos a falar, descrevendo os métodos 
que ele utilizava tais como o alfabeto manual, escrita, língua de sinais e manipulação 
dos órgãos fonoarticulatórios, os métodos de Bonet tornou-se referência para os 
educadores da época que acabaram disseminando por várias partes da Europa, 
através de vários pensadores tais como Pereire, Amman, Wallis. O trabalho 
apresentava foco na oralidade, mas fazia uso dos sinais e alfabeto manual. Mais 
tarde Pereire e Wallis desistem de ensinar a fala para os surdos, pois 
convenceram-se que a língua de sinais era a melhor forma de comunicação para 
essas pessoas. 
Ainda na Idade média surge também um grande educador de surdos Charles 
Michel de I’Epée (1712 – 1789), fundador do primeiro Instituto Nacional para 
Surdos-Mudos de Paris em (1760), foi o primeiro educador de surdos a reconhecer 
que os surdos têm uma língua e a oralização de surdos deixa de ser o foco, logo 
I’Epée percebe que os sinais que os surdos se apropriaram para aprender a leitura e 
a escrita francesa era insuficiente. Ele, então, inventa os sinais metódicos. Foi 
considerada uma época áurea da educação de surdos. 
 
13 
Na idade contemporânea (1789 – 1900)​, Thomas Gallaudet (1787 – 1851) 
viaja para a Europa em (1816) em busca de métodos deeducação de surdos, onde 
realizou estágio no Instituto Nacional para Surdos-Mudos de paris onde conheceu 
Laurent Clerc (1785 – 1869) que não só lhe ensinou a língua francesa como também 
lhe ensinou os sinais metódicos que tinham sido criados por I’Epée. Gallaudet 
retorna para os EUA e convida Clerc para retornar com ele e, juntos, fundaram a 
primeira escola pública de surdos daquele país denominada “Hartford School” em 
1817. Nessa época era ensinada a língua de sinais francesa, sinais metódicos 
adaptados para o inglês, alfabeto manual francês, sinais dos alunos surdos 
norte-americanos, um grande avanço para na educação de surdos dos EUA. Mais 
tarde, em 1864, o filho de Gallaudet, Edward Gllaudet funda universidade de surdos 
Gallaudet University que até hoje é a única em todo mundo. 
Até 1880 a educação de surdo tinha como foco a oralização, fazendo uso de 
sinais como apoio (método combinado). 
Em setembro de 1980 houve o “Congresso de Milão” que reuniu educadores 
de surdos de diferentes países, apenas um educador surdo participou determinou-se 
que, a partir daquele dia, as escolas de surdos adotariam o “método oral puro”, com 
a crença de que a fala seria a finalidade da educação, abandonando o uso de sinais, 
em benefício do desenvolvimento da fala, e a exclusão dos professores surdos da 
escola de surdos. 
 
 
 A Educação de Surdos no Brasil 
 
A história de educação de surdos no Brasil tem como o seu marco inicial com 
a fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), fundado em 1857 
no Rio de Janeiro por Dom Pedro II e Padre Huet, na época foi denominado de 
“Instituto Imperial de Surdos-Mudos”, funcionava no regime de internato só para 
meninos e recebia alunos surdos de várias partes do país, os alunos aprendiam 
através de sinais que eles já conheciam e traziam para o instituto e também 
aprendiam a língua de sinais francesa e os sinais metódicos de I’Epée usados pelo 
 
14 
padre Huet, que, por ser francês e também surdo, foi educado no instituto nacional 
de surdos-mudos de Paris onde aprendeu esse sistema e trouxe para o Brasil. 
Depois de sua formação, os alunos do INES retornavam para as suas cidades 
de origem, fomentando a disseminação da língua de sinais que eles aprenderam e 
usavam no instituto por todo o país, por isso é que hoje nós temos uma língua de 
sinais nacional, a LIBRAS, além disso, o INES ofertou programas de formação de 
professores surdos que também aprendiam a língua de sinais. 
Em 1929 na cidade de São Paulo é fundado o Instituto Santa Terezinha, 
inicialmente funcionava em regime de internato só para meninas, algumas décadas 
depois começaram a atender os alunos apenas em turnos e de ambos os sexos. 
Em termos de políticas educacionais de surdo no Brasil, podemos dizer que 
inicialmente a educação de surdos foi influenciada pelo método francês através do 
padre Huet co-fundador do INES, mas no momento posterior a educação de surdos 
acabou aderindo ao movimento mundial iniciado pelo congresso de Milão em 1880. 
O Rio de janeiro é considerado o berço da cultura surda e da língua de sinais 
devido ao INES, mas também em virtude de outros acontecimentos como: 
A Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1980 é marcado pelo início do 
primeiro grupo de estudo linguística da LIBRAS liderado pela professora Lucinda 
Ferreira Brito, primeira linguista de estudo da LIBRAS do Brasil; 
FENEIS – primeira entidade representativa da comunidade surda fundada em 
1987; Marcha “Surdo venceremos” em setembro de 1994, onde os surdos 
reivindicam os seus direitos como, reconhecimento oficial da LIBRAS, direito a 
educação em LIBRAS e provimento de intérpretes. 
Essa luta que começou na década de 90 acabou se acentuando com o passar 
do tempo e alcançando algumas conquista nos anos seguintes tais como, Lei de 
LIBRAS 10.436, de 24 de abril de 2002 e anos depois o Decreto nº 5.626, de 22 de 
dezembro de 2005 (BRASIL, 2002), que regulamenta essa lei, com o 
reconhecimento oficial da Língua Brasileira de Sinais/LIBRAS meio de comunicação 
e expressão das comunidades surda brasileira, e também a garantia da 
acessibilidade através da sua língua e difusão por meio do ensino; a formação do 
professor de LIBRAS e formação do tradutor/intérprete de LIBRAS/ língua 
portuguesa. 
 
15 
Um dos desdobramentos dessa legislação foi o curso de licenciatura em 
LIBRAS na modalidade à distância (EaD) ofertada pela Universidade Federal de 
Santa Catarina (UFSC) em 2006, que forneceu 500 vagas distribuídas em 9 polos 
por todo o Brasil, primeira vez em que um grande número de alunos surdos teve 
acesso ao ensino superior público no Brasil, em 2008 a UFSC ofereceu mais 900 
vagas de licenciatura e bacharelado, também na modalidade à distância distribuídas 
em 16 polos. 
A Lei de LIBRAS 10.436/2002 e o Decreto nº 5.626/2005 (BRASIL, 2002), que 
assegura o direito do surdo à educação bilíngue vêm se esbarrando com a política 
educacional de inclusão de pessoas independentemente de suas particularidades 
que segue em direção contrária do que a comunidade surda quer. Os surdos querem 
ser justamente educados em uma escola de surdos, com professores bilíngues que 
saibam português e LIBRAS, e que eles tenham a possibilidade de conviver com 
outros alunos surdos. 
CONAE – Conferência Nacional de Educação, que aconteceu em 28 de 
março a 1 de abril de 2010, teve como o objetivo elaborar o plano Nacional de 
Educação (PNE), evento que representou um retrocesso na educação de surdos, 
pois não ouviram suas propostas. Das 11 propostas apresentadas pela comunidade 
surda, apenas 3 foram aceitas, com a crença de que as escolas de educação de 
surdos eram segregacionistas e estariam indo contrária a política educacional que 
prima pela inclusão. 
Em 2011 a Diretora de Políticas Públicas e Educação Especial anuncia o 
fechamento do INES até o final daquele mesmo ano, e o remanejamento dos alunos 
para as escolas comuns, causando uma revolta na comunidade surda. 
Em 26 de setembro de 2011 houve uma mobilização em todo o país que ficou 
conhecido como “Setembro Azul” dia Nacional do Surdo que teve como objetivo 
entranhar as lutas e emendas específicas sobre a educação dos surdos no Plano 
Nacional de Educação em tramitação no Congresso Nacional. 
 
 
 
 
16 
Escola bilíngue 
 
Explicando melhor o significado da filosofia educacional para surdos, o 
Bilinguismo, são dois tipos: 
O social - É o indivíduo ouvinte que por exemplo, mora em um certo país e 
fala a língua daquele país e ou o indivíduo sendo surdo, mora no Brasil e aprendeu a 
falar o português que é a língua oficial do país. 
E o individual - Que se refere ao querer do indivíduo, se ele quer aprender 
outras línguas, tem o seu livre arbítrio, exemplo, a pessoa ouvinte que tem interesse 
em aprender a língua italiana, a japonesa, a francesa etc. A LIBRAS também não é 
exigida, obrigatória, aprende quem tem interesse. 
Assim como o surdo, se tiver interesse, pode aprender outras línguas 
exemplo o português, quepara ele também não é obrigatória. 
Já o primeiro aprendizado para o surdo no Brasil é a Língua Brasileira de 
Sinais - LIBRAS - segundo idioma oficial do Brasil - se o mesmo tiver interesse é o 
Português, sendo assim o bilinguismo é modelo metodológico que trabalha com 
duas línguas no contexto escolar, a língua portuguesa (escrita) e a língua brasileira 
de sinais (LIBRAS). 
Os surdos não possuem uma linguagem materna, ele aprende com seus 
familiares e na escola outras filosofias educacionais exemplos; o oralismo e a 
comunicação total. Os surdos são ensinados a oralização e a entenderem a língua 
portuguesa, que é a língua da “Sociedade”. Não é um ofício fácil e muitas vezes bem 
lento. Toda criança surda deveria ter contato diário com um adulto surdo com 
habilidades em LIBRAS para melhor assimilação. Pois uma criança surda filha de 
pais surdos têm mais facilidade na prática da linguagem e um melhor desempenho 
psicológico, já a criança filha de pais ouvintes, têm maior dificuldade de assimilação 
e o contato com um adulto surdo, ela aprenderá mais sobre as experiências vivida 
por esse adulto apoderando-se da linguagem naturalmente. 
 
 
 
 
17 
“Pais ouvintes, para conseguirem uma boa educação para seus filhos surdos, 
carecem do auxílio de um adulto surdo, observando a vivência desse adulto, 
esses pais potencializam uma imagem positiva de si próprio que futuramente 
refletirá em seus filhos” segundo (Jim Kille, 1994). 
 
 
Adultos surdos simbolizam as regras e os modelos linguísticos da língua de 
sinais, língua essa própria e natural dos surdos. Eles atuam com os locutores, 
falantes da língua materna em linguística demonstrando para a criança os seus 
critérios de comunicação e suas afinidades culturais. 
A criança surda avançaria na língua portuguesa gradativamente, sendo aos 
três anos dada a maior importância à escrita, relembrando que o meio natural para o 
ensinamento do surdo é o visual. 
A boa prática das LIBRAS, julgo que não contribuirá para a pronúncia das 
palavras e frases da língua portuguesa, porém a sua evolução cognitiva é 
semelhante ao do ouvinte. 
 
Socialização infantil 
 
Relacionar-se com o outro é um capítulo básico na vida de qualquer criatura, 
pois para aprender seja o que for é necessário interagir para assim saber enfrentar e 
se resolver com o mundo. É através da interação que aperfeiçoamos a comunicação 
e nos situamos diante dos demais. A criança quando interage com diversas pessoas 
exceto seus pais, adquirirem vários be​nefícios. 
 
A família 
 
São os primeiros a socializarem com as crianças e é bom lembrá-los que o 
círculo social que as crianças vivem, não deve ser limitado à esfera familiar. É 
significativo que a criança se separe, afaste de seus pais ou responsáveis para 
assim aprender a se comunicar com outras pessoas, interagir com elas, assim com 
essa atitude possa torná-los menos tímidos e mais independentes e confiantes. 
 
 
18 
 
A evolução do conhecimento 
 
A evolução pedagógica de uma criança surda é um assunto que vem sendo 
discutido nas rodas de conversas em diversos lugares, é um assunto que gera 
muitas dúvidas e discussões. 
A escola lugar que ao mesmo tempo transforma, gera situações de análises, 
opiniões e julgamentos nas pessoas, e deve estruturar meios eficientes que facilite 
aos seus alunos o conhecimento. 
Pensar no outro de um jeito exclusivo de se comportar, comunicar e agir, leva 
a cada escola no momento atual, a procurar métodos, ferramentas, diálogos e 
formações que proporcione a todas as pessoas condições igualitárias, o respeito, a 
desigualdades social em especial a pessoa surda. 
Essa nova tendência faz da inclusão o ponto de partida para o progresso de 
uma nação distinta e inclusiva considerando cada pessoa e suas particularidades, 
sem afeiçoar às suas dificuldades. 
Em geral as instituições brasileiras quando matriculam crianças surdas, 
percebem que a maioria não domina a língua brasileira de sinais, a partir de então, é 
na escola que inicia a sua metodologia de aprendizagem e organização dos saberes 
específicos até mesmo a evolução do seu idioma; LIBRAS. 
A criança surda necessita de uma dedicação maior, visto que, precisa de 
diversos estímulos todos apropriados a sua deficiência especial, pois a falta desses 
estímulos nos seus primeiros anos de vida pode afetar o andamento natural do 
processo de evolução infantil, ampliando ainda mais suas dificuldades de 
socialização, construção de vínculos afetivos, desenvolvimento mental, psicomotor e 
linguístico. 
A inclusão destina-se como uma oferta apropriada para a comunidade 
escolar, que se mostra disposta a se familiarizar com as diferenças, conteudo não 
necessariamente satisfatório para as pessoas que têm necessidades especiais, 
necessitam de várias disposições que na maioria das vezes, não tem sido 
oferecidas pela escola. 
 
19 
Inserir o surdo é muito mais do que colocá-lo em uma sala de aula no meio 
dos outros alunos, é facilitar o aprender, é aperfeiçoar e encorajar o aprendizado de 
sua primeira língua, “LIBRAS” , é entender que a língua portuguesa para o surdo 
será a segunda língua em modalidade escrita e inseri-los é usar o bilinguismo com 
meio instrutivos visuais, formação continuada de profissionais, mudanças sociais e 
linguísticas. É potencializar o cidadão para que ele não se torne dependente, 
submisso, oprimido, como muitos acreditam, mas sim dono de características 
únicas, com um jeito diferente mas com competência para crescer se assim lhe for 
permitido mostrá-las, promovendo um ensino escolar aos estudantes para além dos 
limites do seu próprio mundo, de incentivá-los à ver através da língua e da etnia de 
outros povos 
 
 
A forma lúdica no processo de ensino e aprendizagem do surdo 
 
 
A prática recreativa no método de ensino-aprendizagem e a colaboração 
desta para composição do conhecimento infantil tem por finalidade exibir o valor da 
prática recreativa “Atividade lúdica”, na construção do aprendizado e no 
desenvolvimento da mentalidade, inteligência da criança surda. 
O lúdico evidencia uma nova forma de ensinar possibilitando facilidade de 
ação, na tarefa de construção de conceitos, sobre o aprendizado dos conteúdos. As 
brincadeiras influenciam na imaginação do aluno possibilitando que o mesmo faça 
descobertas. 
As brincadeiras e jogos são formas de distração, recreação em que estão 
presentes na existência de alegrias ou tristezas. Simboliza o princípio do 
conhecimento sobre o mundo e sobre si mesmo, colaborando para a evolução de 
recursos intelectuais e afetivos que ajudam no entendimento e tomada de decisões, 
solução de problemas e o desenvolvimento do potencial criativo. 
A diversidade de jogos notáveis como : 
● Jogos simbólicos ou Faz-de-conta - possui grande valor no 
desenvolvimento social das crianças, que por meio da imitação, podem 
 
20 
compreender à distinção do eu e o outro, harmonizam o brincar do 
dia-a-dia por ela vivido dentro e fora do espaço escolar, sendo assim 
aprimorando suas identidades. Através dessasbrincadeiras a criança 
pode representar o universo que existe em sua cabeça, incentivando sua 
imaginação e simulando com o corpo o seus pensamentos, o imaginário. 
● sensório-motor - tem por objetivo a repetição de gestos e movimentos 
simples gerando prazer no seu funcionamento exemplo: sacudir os 
braços, balançar objetos, emitir sons, andar, pular, correr entre outros. 
Esse tipo de jogo sensório-motor, começa no maternal sendo dominante 
até os 2 anos, mas perdurece até a fase adulta exemplo: andar de 
bicicleta, carro, moto. 
● Intelectuais ou cognitivos - tem por objetivo fazê-los trabalhar com a 
cabeça, são jogos de memorização, raciocínio, atenção concentração 
exemplo: dominó, xadrez, sudoku, jogo da velha. 
● Metafóricos - jogos voltados para transtornos bipolar 
● Verbais - São jogos habituais e desenvolvidos pelas próprias crianças 
exemplo: Trava-língua, parlendas, jogos de rimas, todos são jogos de 
linguagens entre muitos outros. 
O brincar auxilia a criança no seu crescimento, progresso, afetivo, mental e 
social, visto que nas atividades lúdicas a criança cria conceitos, associa idéias, 
constrói relações lógicas, aprimora a locução “a fala” e a expressão corporal, 
fortalece a habilidade social, diminui a agressividade, integra-se na sociedade e 
arquiteta o seu próprio saber. 
 
 
Aplicação das disciplinas estudadas no projeto 
 
 
O projeto de pesquisa está sendo realizado a partir das disciplinas: Avaliação 
Educacional e da Aprendizagem, Fundamentos da Educação Infantil I e II, e Teorias 
da Aprendizagem 
 
 
21 
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 
 
Materiais e métodos 
 
Materiais utilizados: 
● câmera fotográfica (celular); 
● impressão colorida de fotos; 
● folhas sulfite; 
● cola; 
● lápis, lápis de cor, giz de cera coloridos; 
● Tinta guache. 
 
 
Relato do desenvolvimento do projeto 
 
A preparação da atividade a ser executada consiste em tirar foto de cada 
aluno, imprimi-las e deixá-las cortadas em partes. Forma-se um conjunto com a 
impressão da foto cortada em partes e também com a impressão do nome do aluno 
em letra de forma maiúscula. 
Cada conjunto será exposto ao coletivo da turma para que seja feita a 
identificação de cada indivíduo. Cada aluno receberá seu conjunto. Serão 
estimulados a reconhecerem letra inicial do nome no alfabeto e também a 
aprenderem essas letras sinalizadas em LIBRAS. 
Na sequência, será proposto que cada um monte o “quebra cabeça” com sua 
foto. 
Há uma rotina diária no trabalho desenvolvido na escola. No momento inicial 
da aula a professora titular da sala recolhe todos os cadernos de recados para 
verificar se há alguma comunicação dos responsáveis. Enquanto ela executa essa 
tarefa da rotina diária, as crianças sentam-se em torno das mesas e fazem 
brincadeiras espontâneas. Há objetos disponíveis para manipulação: mesas com 
blocos de montar, mesa com pulseiras/colares/miçangas, mesa com brinquedos de 
salão de beleza, mesa com objetos de uma oficina de higiene bucal (figura 05). 
 
22 
 
 
Figura 05:​ Interação espontânea com objetos da oficina de higiene bucal. 
 
As crianças interagem bastante entre si, surgem outras brincadeiras 
espontâneas como adoleta. Às colegas da aluna surda explicam a brincadeira a ela: 
recebe o toque na mão direita e toca a mão de sua colega à esquerda. 
A aluna ajudante do dia começa as atividades de colaboração com a rotina da 
sala. Ela devolve cada caderno de recado ao seu respectivo dono. 
Os alunos já começam a guardar autonomamente os objetos de interação nas 
caixas e, com a ajuda de outros colegas, carregam as caixas até as prateleiras da 
sala. 
A professora escreve o nome da ajudante na lousa: ANA BEATRIZ. Letra por 
letra, apresentando também em LIBRAS. Cada aluno reproduz cada sinal, com suas 
dificuldades, mas sempre prontamente são auxiliados pelas professoras. Eles 
também relacionam as letras aos nomes de outro colegas da sala, por exemplo, “N” 
de Nicolas. 
A ajudante do dia, com mediação da professora e auxílio coletivo dos demais 
alunos, conta o número de meninas presentes, pega um giz e escreve na lousa o 
número 13, porém com o “3” espelhado. A professora titular auxilia. A professora 
bilíngue apresenta em LIBRAS para todos fazerem o sinal. A aluna segue contando 
o número de meninos, escreve 12 na lousa (com auxílio da professora e seguindo a 
 
23 
mesma dinâmica). Depois, faz 13 bolinhas com giz, seguidas por 12 bolinhas e, vão 
contando de 1 até 25 juntos. Após esse momento de contagem, fazem a atualização 
do calendário e a professora explora conceitos de número anterior e posterior: “qual 
dia é hoje?”, “qual dia foi ontem?”, “qual dia será amanhã?”. Tudo é acompanhado 
pela turma em um cartaz/calendário. 
O desenvolvimento do plano de ação segue com a apresentação, um a um, 
do conjunto de recortes da foto de cada aluno acompanhado do nome impresso. 
Esse reconhecimento inicial é uma atividade bastante visual, portanto a atividade 
não necessitou de adaptação à aluna surda. Os alunos divertem-se com o desafio 
dessa descoberta, ficam felizes conjuntamente quando concluem cada identificação. 
Há alunos que reconhecem parte das imagens e há alunos que reconhecem a letra 
inicial do nome impresso. A cada reconhecimento, surgem oportunidades para 
serem trabalhadas as letras do alfabeto em português e também em LIBRAS (figura 
06). 
 
 ​Figura 06:​ Alfabeto em LIBRAS 
fonte: google (2019) 
 
 
 
24 
É oportunizada e estimulada a colaboração entre as crianças. As letras do 
alfabeto e os sinais em LIBRAS são retomados. Alguns alunos com coordenação 
motora mais desenvolvida auxiliam os colegas na sinalização. 
Cada aluno monta o seu “quebra-cabeça” e cola-o em uma folha sulfite, 
conforme figura 07. 
 
 
Figura 07:​ Desenvolvimento da atividade proposta. 
 
Por fim, entregam as atividades que serão guardadas no portfólio e seguem 
para as brincadeiras espontâneas na área externa. 
A professora bilíngue conversa com a aluna surda, para enriquecer o 
repertório de sinais dela, já que LIBRAS é a primeira língua dela. A professora 
pergunta o que a aluna fez pela manhã, a aluna sinaliza que brincou, seguem 
perguntas “Quem trouxe você para a escola? Mamãe?”, “Você comeu hoje?”, e a 
aluna responde com sinais de a mãe estava trabalhando e que não havia comido em 
casa, mas sim na escola. A aluna responde pouco, mas a professora nos relatou que 
está entendendo cada vez melhor a língua. Nesse momento, é contada uma história, 
em LIBRAS, para a aluna e finalizam conversando um pouco sobre o entendimento 
da história. 
 
 
25 
PROTÓTIPO FINAL 
 
Brincadeiras da Cultura Surda 
 
“Brincadeira do Elefante” 
 
Desenvolvemos com a turma acompanhada a brincadeira do elefante. 
Iniciamos formando um círculo com as crianças em pé e conversando sobre as 
características mais notáveis em um elefante. As partes que mais chamam a 
atenção são a tromba e as orelhas enormes. Essa conversa acontece com a 
participação da professora bilíngue LIBRAS/Português. 
A dinâmica da brincadeira se dá da seguinte forma: ao ser apontada, a 
criança deve colocar asduas mãos fechadas em frente ao nariz uma sobre a outra, 
como a tromba do elefante; os dois colegas que estão ao lado desta criança devem 
colocar as mãos espalmadas, lado a lado, na orelha do escolhido como se fossem 
as orelhas do elefante, colocadas uma de cada lado. O ritmo aumenta e a 
dificuldade também obrigando as crianças a se manterem atentas para não errar a 
posição do elefante. Com adultos, aquele que erra e ou não está atento, sai da 
brincadeira, diminuindo a cada erro o número de participantes. 
 
 
Figura 08:​ Posicionamento das mãos durante a brincadeira do elefante. Fonte: 
https://www.youtube.com/watch?v=cqcJA7v65fY​ visitado em 04/07/2019 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=cqcJA7v65fY
26 
 
Figura 09:​ Execução da brincadeira do “Elefante” com as crianças da educação infantil da escola a 
qual foi realizado o projeto. 
 
“Configuração de mãos’’ da língua de sinais 
 
Para brincar: 
As crianças sentam em roda; 
Cartas ilustradas com configurações de mãos estão no meio da roda; 
As crianças escolhem uma carta e precisam fazer um sinal com a 
configuração de mãos representada. 
Exemplo: 
Essa configuração de mão pode representar informações diferentes 
dependendo dos parâmetro da LIBRAS: 
 
Figura 09:​ Exemplos de configurações de mãos da língua de sinais. Fonte: imagem google 
(2019) 
 
27 
 
O protótipo apresenta um exemplo dentre várias brincadeiras que pode ser 
trabalhada na escola com as crianças, em suma as crianças surdas podem brincar 
com qualquer tipo de brincadeira, desde que sejam adaptadas para o visual 
fazendo-se o uso do seu idioma (LIBRAS). 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
A história da educação de surdo e a escola bilíngue foi marcada pelas 
inúmeras lutas da comunidade surda durante muito tempo em busca de seus 
direitos, uma das conquistas adquiridas foi a oficialização da Língua Brasileira de 
Sinais (LIBRAS), pela Lei 10.436/2002 e o decreto nº 5.626/2005 (BRASIL, 2005) 
que assegura a presença do tradutor/intérprete de língua de sinais em ambientes 
sociais diversos podendo ser públicos ou privados, garantindo o direito à educação e 
a escola bilíngue, porém, vêm se esbarrando com a política educacional de inclusão 
de pessoas independentemente de suas particularidades, o que a comunidade surda 
realmente almeja é que os alunos surdos possam ser educados em uma escola para 
surdos, com professores bilíngues que saibam português e LIBRAS e que eles 
possam conviver com alunos surdos, porque uma das maiores dificuldades que eles 
enfrentam no ambiente escolar e a socialização com outros alunos ou professores 
ouvintes, pois nem todos sabem o idioma da LIBRAS, por não ser obrigatório, só 
quem domina o idioma são os profissionais que trabalham com os surdos, o 
tradutor/intérprete de língua de sinais. 
Mediante a essas dificuldades encontradas no âmbito escolar que fomos 
desafiados a trabalhar o projeto integrador desse semestre através de brincadeiras e 
atividades práticas que possam proporcionar a maior socialização e integração entre 
alunos surdos e ouvintes da educação infantil. 
A socialização dos alunos surdos é de extrema importância para a sua 
inclusão na comunidade escolar, a inclusão não só ocorre com a inserção do aluno 
 
28 
surdo na escola, mas também na socialização desses alunos com toda a 
comunidade escolar ouvinte e não ouvinte. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
CAMPELLO, A. R.; REZENDE, P. L. F. Em defesa da escola bilíngue para surdos: a 
história do movimento surdo brasileiro. Educar em revista. Curitiba: Editora UFPR. 
Educar em revista​. Edição especial n. 2 p. 71-92. 2014. 
 
MOURA, M. C. de; LODI, A. C. B.; HARRISON, K. M. R, História e Educação: o 
Surdo, a Oralidade e o Uso de Sinais. In: LOPES FILHO, O. de C. (Org.). ​Tratado 
de Fonoaudiologia​. São Paulo: Roca, cap.1, 1997. 
 
BRASIL. Decreto-Lei ​10.436, de Abril de 2002​. Língua Brasileira de Sinais/LIBRAS. 
Brasília, 24 de abril de 2002. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm​. Acesso em: 13 jun. 
2019. 
 
BRASIL. Decreto-Lei nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei 
10.436, de Abril de 2002​. Brasília, 22 de dezembro de 2005. Disponível: em:: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm​. 
Acesso em: 13 jun. 2019. 
 
STROBEL, Karin, História da Educação de surdos, ​Universidade Federal de Santa 
Catarina​, Florianópolis, 2009. 
 
 
FIGUEIRA, A. dos S.; ​Material de apoio para o aprendizado de LIBRAS​. São 
Paulo:Editora Phorte, p. 340, 2011. 
 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.436-2002?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.436-2002?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.436-2002?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.436-2002?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm
29 
BUENO, J. S. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional 
e formação de professores: generalistas ou especialistas? ​Revista Brasileira de 
Educação Especial,​ v.5, pp. 7- 25, 1999. 
 
OLIVEIRA, V. B. de. ​O brincar e a criança do nascimento aos seis anos​. 
Petrópolis: Vozes, 2000. 
 
SOARES, M. A. L. ​A educação de surdos no Brasil​. Campinas/SP: Autores 
Associados, 2005. 
 
SILVA, A. ​O aluno surdo na escola regular: imagem e ação do professor​, 2003. 
 
KISHIMOTO, T. M.. ​O jogo e a educação infantil​. São Paulo: Pioneira, 2002. 
 
_______________. ​Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico​. 3. ed. 
Petrópolis: Vozes, 2002.

Continue navegando