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AULA 2 INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL E ESTRATÉGIA DE CROSS SELLING Prof. Alexandre Ercoli Moreira 2 CONVERSA INICIAL Entramos na nossa segunda aula e iniciamos falando de um dos assuntos mais importantes na Inteligência Empresarial, a Estratégia! Muitas empresas confundem Planos e Planejamento com Estratégia e Planejamento Estratégico. São ações distintas. A Estratégia tem a função de descobrir novos caminhos e novas oportunidades para a empresa, simulando cenários com hipóteses de mercado. Em tempos modernos e mercados competitivos, a empresa que não prevê, de forma alicerçada, com estratégias bem elaboradas, está correndo riscos reais de perderem mercado e deixarem de ser competitivas. CONTEXTUALIZANDO Elaborando um contexto da origem do Pensamento Estratégico nos ajudará a entender como são compostos os modelos de Estratégia atualmente. E que muitos dos processos de elaboração de estratégias atualmente utilizados, são atualizações e aprimoramentos de conceitos anteriormente utilizados. Elaborar cenários hipotéticos em torno da empresa e do mercado que ela está inserida faz com que a empresa esteja preparada para situações inesperadas e mudanças proporcionadas pelo mercado. Muitas vezes, nesse processo de elaboração de cenários e montagem da estratégia, surgem oportunidades de negócios, possibilidade de criação de novos produtos, descobertas de novas necessidades, entre outros benefícios que se apresentam. Isso ocorre porque no momento da elaboração da estratégia, é necessário buscar informações de mercado, dos concorrentes, dos fornecedores e, inclusive, da própria empresa com informações internas. Essas ações fazem com que a empresa se depare com situações que possam gerar oportunidades e beneficiar a perenidade e crescimento da empresa. TEMA 1 – ORIGENS DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO Os primeiros passos do pensamento estratégico surgiram aproximadamente 58 anos atrás, na década de 1960. Período do auge da expansão e diversificação dos negócios. Os modelos de empresas e novos serviços estavam surgindo e a administração necessitava de gerenciar as 3 empresas de forma mais elaborada, por conta do nível de complexidade que elas estavam se organizando. Pesquisas feitas pela Kalchas Group, da Ranking of Strategy, na década de 60, com cem CEOs (Chef Executive Office) de grandes empresas, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, mostram que apenas 14 colocaram em primeiro lugar de suas agendas o assunto estratégia. Todos os demais colocaram assuntos relacionados a impostos, recursos humanos, operacionais, situação financeira, entre outros assuntos inerentes ao dia a dia da empresa que não o plano estratégico. Nesse período, surgiu a segmentação da linha de autoridades dentro das empresas em 3 níveis: Estratégico, Tático e Operacional. Divisão que tinha como objetivo dar responsabilidades e papeis específicos a cada segmento da administração das empresas. Figura 1 – Níveis Estratégico, Tático e Operacional O Plano Estratégico é composto pelos proprietários das empresas, presidentes e alta direção. Este nível tem como função desenhar o futuro da empresa, olhar para a perenidade da empresa e elaborar suas estratégias. O Plano Tático formado pela média gerência, composto por diretores, gerentes e coordenadores, são os responsáveis pela transição das informações entre o Plano Estratégico e o Plano Operacional. Responsável em comandar na prática a implantação da estratégia desenhada pela alta direção das empresas. No Plano Operacional estão posicionados os funcionários da empresa que colocarão em prática a estratégia. É quem vai colocar a mão na massa. Esse nível é composto por operários, supervisores, analistas, assistentes, entre outros. Estratégico Tático Operacional 4 A posteriori houve a criação de estruturas multidivisionais descentralizadas, em que o autogerenciamento era predominante nas estruturas organizacionais. A falta de unidade nas tomadas de decisões ocasionada pela descentralização fez com que os gestores optassem pela verticalização das estruturas e retomando a centralização dos processos e das tomadas de decisões. Essas idas e vindas nos processos, formações de estruturas e tomadas de decisões fizeram com que o processo de planejamento estratégico amadurecesse ao longo do tempo. A formalização do Planejamento Estratégico veio na década de 1970 com o modelo SWOT. Matriz básica de tomada de decisão nas elaborações das estratégias que analisa os ambientes internos e externos das empresas. Sigla do inglês que é formada por quatro palavras: Strengths = Forças; Weaknesses = Fraquezas; Opportunities = Oportunidades; Threats = Ameaças. Analistas e estudiosos, pensando no aprimoramento do processo de elaboração da estratégia, sentiram a necessidade de criar estágios subsequentes à estratégia principal, formando uma cadeia de “subestratégias”. A criação das subestratégias tinham como objetivo desdobrar o plano estratégico principal. A elaboração das estratégias estavam se tornando engessadas em seus processos burocráticos, puramente lógicos e lineares, sendo tratada como um conceito tão formal que acabava ficando isolado nas empresas, não alcançando sua função principal, que é de disseminação de um plano que todos deveriam cumprir por um bem maior, ou seja, para a perenidade e prosperidade da empresa. Em algumas companhias, as estratégias começaram a serem elaboradas por analistas e consultores, o que acabou isolando as estratégias dos executivos da empresa. Na década de 1980 apareceu Michael Porter, hoje considerado o guru das estratégias no mundo corporativo, com o conceito da necessidade de testar as vantagens competitivas da empresa. Ao elaborar planejamentos por cenários, que têm o conceito de criar um potencial futuro para a empresa baseado em hipóteses alternativas sobre o mercado futuro e verificar como a empresa irá se comportar em cada uma das situações, passou-se a forçar os gestores a exercitar o pensamento e criação de estratégias no longo prazo. 5 TEMA 2 – PRINCÍPIOS PARA DESCOBRIR A ESTRATÉGIA Para um plano estratégico sair do papel, e principalmente, ter a função principal de ser revolucionário, inovador e desruptivo, a construção desse plano deve acontecer seguindo alguns princípios que direcionam sua construção. Posicionamentos a serem tomados pelos gestores farão com que a estratégia seja criada em conjunto e compartilhados com todos que a colocarão em prática. 2.1 O planejamento estratégico não é estratégico Na maioria das empresas, o planejamento é uma ação movida pelo calendário e não com o objetivo de revolucionar, como a estratégia deve ser. As empresas não distinguem o planejar com o criar estratégia. A primeira está ligada a programar, e diz respeito a executar no futuro. E a segunda, a estratégia, com a função de descobrir caminhos que a empresa irá seguir no futuro. 2.2 A criação da estratégia deve ser subversiva Ser subversivo é pregar ou exercitar atos visando a transformação. Ser revolucionário. 2.3 A experiência pode não ajudar Ser experiente, na elaboração da estratégia, pode não ajudar se o colaborador não exercitar de forma intensa o desapego de suas crenças acumuladas por anos de experiência. A falta de questionamento e a falta de atitude desruptiva trazidas pelos anos na mesma empresa ou na mesma função podem bloquear o espírito de revolução. 2.4 Existem revolucionários em todas as empresas Em toda a empresa há funcionários revolucionários que são tolhidos pela burocracia e pelas estruturas hierárquicas verticalizadas que não dão voz a esses colaboradores que têm sede de mudança. Contar com essas pessoas é um passo para a elaboração de um plano estratégico consistente e com visão de futuro. 6 2.5 A mudança não é o problema. O envolvimento,sim! Fazer com que as pessoas apoiem a estratégia é diferente de envolvê-las na discussão e dar-lhes responsabilidade sobre o futuro. Pessoas que participam da construção se sentem parte integrante e a responsabilidade da execução passa a ser natural. 2.6 A elaboração da estratégia deve ser democrática A reflexão criativa com todos elimina retrabalhos, aumenta a possibilidade de acertos e agrega informações à estratégia vinda de todos os níveis da organização. 2.7 Qualquer um pode ser ativista da estratégia Ativista é diferente de anarquista. A meta do ativista não é destruir e sim reformar. Ou seja, é dar voz aos revolucionários da empresa para que possam ajudar na construção da estratégia. 2.8 Nova ótica Para conseguir a revolução esperada e almejada, é necessário ver o mundo sob nova ótica. Sair do padrão atual de pensamento e entrar em um mundo alheio ao dia a dia é fundamental. Essa ação fará com que as oportunidades escondidas sob a padronização dos processos apareçam. 2.9 Nem de cima pra baixo, nem de baixo pra cima Este princípio mostra a necessidade da democratização e envolvimento de todos os níveis na elaboração da estratégia. A combinação de níveis dentro da empresa ajuda na construção consistente da estratégia. 2.10 Do começo não se pode ver o fim A estratégia que envolve todos os níveis reduz o desafio na implementação. Mesmo na construção, é difícil ver o fim e idealizar o que acontecerá no término do planejamento. O objetivo básico é ver a empresa no futuro. 7 Esses princípios apresentados dão um panorama do que é a construção de um plano estratégico. Tem o objetivo de ver a empresa no futuro analisando diversos caminhos possíveis a serem percorridos. TEMA 3 – ESTRATÉGIA NOS NEGÓCIOS Quando se ouve falar em planejamento estratégico logo vem à cabeça elementos surpresas e elementos subjetivos, pois trata com futuro e com previsões. Para a elaboração de planos e planejamentos estratégicos, o papel do gestor é importante no processo com um todo. Anteriormente, o gestor era responsável por dividir tarefas, delegava aos colaboradores, organizava o plano elaborado, controlava os resultados e a aplicação do planejamento, decidia e dirigia seus negócios para resultados. Atualmente, o gestor tem um papel muito mais educacional. Deve e espera-se que tenha conhecimento acima da média. Deve interpretar e ler textos, relatórios e situações, assim como interpretar sinais do mercado hoje. Analisar as consequências e tendências do futuro. É uma mudança de atitude considerável no papel do administrador. O novo gestor tem o papel e a responsabilidade de integrar as informações geradas internamente pela empresa com os componentes do ambiente externo, vindos do mercado como um todo, fornecedores, clientes, concorrentes, compradores, produtos substitutos, complementares e demais elementos que possam ser úteis na elaboração do planejamento. Para que tudo isso aconteça com precisão, a informação é primordial. As informações devem ser abundantes e com qualidade. Em grande quantidade porque quanto mais informações venha a embasar a estratégia, mais consistente ficará. E qualificada, qualquer dado apresentado de forma distorcida pode acarretar tomada de decisões que venham a levar a empresa para caminhos diferentes que o do sucesso. Analisar os dados e informações levantados para a elaboração da estratégia deve mostrar como esta irá impactar no negócio. E de modo geral, como as informações de evolução da tecnologia impacta o ambiente que a empresa está inserida, mudanças que provocam atritos na relação com as pessoas e organizações. 8 As mudanças nos modelos de administração, que aparecem de tempos em tempos, venham a se encaixar no planejamento estratégico, como: globalização, terceirização, reengenharia, modo japonês de administração, design thinking, learn, são exemplos de modelos de gestão que mudam a forma de planejar. Três processos norteiam as reflexões sobre estratégia: a análise do ambiente, a formulação e organização da estratégia e a implantação do plano. A análise do ambiente, como já falamos anteriormente, vem carregada de informações vindas do mercado em que a empresa está inserida, de situações que impactam direta e indiretamente a empresa. Ainda sobre análise do ambiente, cada área da empresa tem que fazer perguntas a serem respondidas sobre suas distintas atividades, sendo elas: Setor/ ramo Produtos/ serviços Mercado-alvo Concorrência Estratégia de marketing/ vendas Elementos básicos de longo prazo Por sua vez, formulação da estratégia é a ação do planejamento estratégico. É o momento em que as partes envolvidas desenham o plano, elaboram cenários com hipóteses sobre situações que a empresa pode enfrentar. Sejam elas um ambiente de prosperidade, de normalidade, de pouca prosperidade ou até mesmo uma crise. Simular cada situação faz com que a empresa esteja preparada e saiba lidar com todas elas. E, por último, organizar e implementar o plano. É preciso dividir com todos os funcionários da empresa e todos que farão o plano sair do papel. Este é um dos momentos mais desafiadores e que poderá ser o diferencial entre o sucesso e o fracasso da estratégia. Dar responsabilidade não só na criação, mas na execução do plano em todos os níveis é ponto crucial para o bom andamento e sucesso. São inúmeras variáveis que compõem um planejamento, não sendo possível criar uma receita de bolo ou uma receita mágica para que todo o processo corra da melhor forma possível. A principal característica é que a estratégia esteja alinhada com a cultura organizacional e seja bem analisada antes de implementá- la. 9 3.1 Adotando a Estratégia Ambientes organizacionais cada vez mais complexos, constantes mudanças em ambientes internos e externos, avanços tecnológicos, relacionamentos empresariais e pessoais cada vez mais singulares. Esses são todos elementos que fazem com que a adoção da estratégia seja de difícil elaboração. A estratégia teve origem nas atividades militares, como uma grande tática movida e centrada pela força. O princípio era mapear o que deve ser feito para, só então, colocar em prática. O fato de planejar antes de executar é o diferencial entre o sucesso ou no fracasso de uma operação. O objetivo não era só ganhar a batalha e em consequência a guerra, mas, sim, perder o menor número de homens possíveis. Trazendo para o mundo corporativo, a estratégia deve ser pensada como um conjunto de objetivos, metas, diretrizes e planos que são elaborados para que esses objetivos sejam atingidos. Para que a necessidade da estratégica tenha seu início, algumas motivações podemos considerar primárias: A oportunidade de mercado A capacidade, competência e recursos disponíveis pela empresa As aspirações e os valores de seus dirigentes principais Reconhecimento dos clientes, da sociedade em geral e dos acionistas ou proprietários Esses elementos são o motor para começar a planejar. Com a oportunidade de mercado reluzente é deflagrada duas outras etapas inicias do planejamento estratégico: Analisar as influências ambientais; Analisar o setor e fazer o mapeamento das oportunidades. Tanto o mercado como os produtos/ serviços que a empresa oferece são estudados em seus momentos atuais e o futuro desejado. E, nesse momento, pode surgir 4 alternativas possíveis como resultado: Não há alteração nenhuma de produtos/ serviços ou de mercado, e a situação pode satisfazer a empresa 10 O mercado atual se mantém e a linha de produtos/ serviços comercializados aumentam ou se modificam A linha de produtos/ serviços se mantém e acontecem aberturas de novos mercados consumidores Acontece alteração tanto no mercado atualmente atendido como na linha de produtos/serviços Os cenários citados anteriormentesão possíveis de acontecer no processo de elaboração da estratégia. Michael Porter (1993) afirma que a organização que está no mercado competindo irá possuir uma estratégia competitiva e 5 forças irão guiar a concorrência entre esse mercado. São elas: A ameaça da entrada de novas empresa nesse mercado; A intensidade da rivalidade entre os concorrentes que já compõe essa indústria; A pressão dos produtos substitutos aos produtos oferecidos pela empresa; Nível de poder de negociação dos compradores; O nível de poder de negociação dos fornecedores. O mesmo Porter (1993) afirma que “para enfrentar essas 5 forças, a empresa deve tomar, de forma genérica, 3 caminhos estratégicos que tem potencial para serem bem-sucedidas: a liderança no custo total, a diferenciação e o foco.” TEMA 4 – ALTERNATIVAS ESTRATÉGICAS Alguns modelos de sucesso de alternativas estratégicas podem ser citados, pois em algum momento foram cases de empresas brasileiras e internacionais. Essas alternativas foram utilizadas para a solução de algum problema ou oportunidade que o mercado apresentou naquela situação pelas empresas: Concentração de negócio: o objetivo dessa estratégia é dar foco em um único negócio. Todos os recursos e esforços são centralizados em um único objetivo. A dedicação passa a ser exclusiva em um produto, um mercado a ser atingido ou uma tecnologia específica. Essa estratégia é ideal para empresas que têm nome e tradição no mercado, pois o projeto pode lhe garantir reconhecimento da marca. Join venture: Esse modelo de negócio é indicado para empresas que não têm tecnologia ou mesmo capital para adquiri-la, mas tem o mercado. Por 11 exemplo, uma empresa nacional que tem mercado a oferecer à uma empresa estrangeira que tem capital para investir. As empresas associam- se, sendo uma oferecendo o mercado e a outra o capital ou tecnologia. Bons exemplos de parceiros são os japoneses, pois possuem capital e tecnologia e buscam mercados para entrar, e têm características de firmarem acordos com o objetivo do ganha-ganha. A Join venture caracteriza-se por ser uma associação internacional, na qual cada país define suas regras, sendo que um define o percentual societário na transação e o outro define o percentual de liberação do mercado; por exemplo, a empresa estrangeira investe um determinado capital para a expansão da empresa nacional e passa a deter um percentual da empresa nacional. Outra característica é a criação de uma terceira empresa que irá operar no mercado, em que duas empresas se associam e criam uma outra empresa para atuar no mercado. Retenção: Um dos mais antigos modelos de estratégias adotadas pelas empresas. Geralmente, colocada em prática por empresas que estão passando por algum tipo de dificuldade e têm como principal objetivo a redução de custos. Seja custo de pessoal, marketing, produção etc., até que a empresa possa se reestabelecer e melhorar sua produtividade. Normalmente, as empresas que adotam essa situação não divulgam a estratégia, pois têm medo de aparentar fraqueza para os concorrentes e para o mercado em geral. Integração Horizontal: Esse modelo tem a característica de concentração de capital com a compra ou associação de empresas, geralmente do mesmo ramo. A estratégia adotada é criar grandes conglomerados. Usualmente, essas incorporações são feitas por meio de fusões e aquisições por grandes bancos, seguradoras, indústrias automobilísticas com potencial de expansão. Integração Vertical: A empresa começa a produzir produtos ou entregar serviços que estão entre as suas atividades atuais e suas atividades-im. Por exemplo, um fornecedor de matéria-prima que inicia a produção de um produto, com a mesma matéria-prima e entrega a seu cliente final. Anteriormente, sua atividade era somente o fornecimento de matéria-prima a um terceiro que produzia e, a partir daí, destinava ao consumidor final. A estratégia é adorada muitas vezes por empresas que encontram uma 12 oportunidade de mercado e visam crescimento. E começam a produzir algo que anteriormente compravam de terceiros. Também é conhecida como Verticalização. Diversificação: É quando uma empresa expande o seu portfólio de produtos ou serviços, diversificando a gama de ofertas aos clientes. Há duas formas de diversificação. Concêntrica e Conglomeração. Concêntrica é quando a empresa aproveita a mesma tecnologia ou a mesma força de venda para a produção ou comercialização de novos produtos ou serviços, e começa a oferecer uma gama maior de produtos para o mesmo mercado. Para a Conglomeração é montada uma estrutura nova para produzir determinado produto ou entregar determinado serviço, ou seja, não aproveita a tecnologia, estrutura ou força de venda disponível para a nova operação. Com a conglomeração, o risco é menor por estar em um ramo diferente que a empresa originalmente atua. A diversificação é indicada para empresa capitalizada, que podem assumir uma nova operação e deseja pulverizar seus riscos e aproveitar oportunidades de mercados. Inovação: É caracterizado por uma nova tecnologia, um produto inédito ou um serviço revolucionário e inovador. A inovação tem a característica de ter uma ótima perspectiva de mercado. Anteriormente, a inovação era só privilégio das grandes corporações por necessitar de altos investimentos com riscos elevados. Com a democratização da tecnologia, é comum encontrar produtos e serviços inovadores por startups (empresas novas no mercado, principalmente no ramo de tecnologia), que, com pouco recurso, constroem empresas extremamente rentáveis e bem-sucedidas. Desinvestimento: Geralmente, a empresa adota essa estratégia quando acontece uma diversificação que não foi bem-sucedida e é necessário dar um passo para traz e abandonar o negócio. Também é comum em linhas de produtos que estão sendo descontinuados e a empresa deixa de investir nessa linha. Ou, ainda, em produtos que estão canibalizando outros produtos e comprometendo seu sucesso, a organização deixa de investir, ou investe menos no produto que está atrapalhando a comercialização do outro. Essa linha de raciocino também serve para os serviços. 13 Parceria: O modelo de parcerias pode acontecer em vários estágios e vários modos de junção entre empresas. Esse modelo estratégico pode se confundir com outros modelos que já citamos anteriormente pela similaridade. A parceria pode acontecer entre empresas por conveniência na comercialização de um produto, comum entre elas ou nem tanto. Outro estágio que a parceria pode adotar é um acordo que pode ir da simples comercialização ou até mesmo a produção e comercialização total, depende do acerto entre as empresas. Geralmente, as parcerias são formadas em modelo de franquias ou franchising. Outro formato muito comum é a terceirização. Internacionalização: Conhecido como globalização ou mundialização, esse modelo é adotado, usualmente, por grandes empresas. Em algumas situações esse modelo estratégico é utilizado para a sobrevivência das empresas. A realidade é que o mercado interno não consegue absorver os produtos de forma rentável o suficiente para que o negócio viabilize ou, então, a empresa usa a alternância de comercialização entre mercado interno e externo. Liquidação de Negócio: Utilizada em último caso quando todas as opções de manter a empresa funcionando forem esgotadas. Geralmente acontece por decisões mal tomadas na administração da empresa. A empresa pode fechar por completo, encerrando suas atividades no mercado, ou somente de um determinado produto do seu portfólio. TEMA 5 – CONCEITOS, ORIGENS E MÉTODOS Os Cenários são histórias construídas e são baseadas em suposições do que pode acontecer no futuro. A construção deve ser planejada não com o propósito de prever o futuro, mas, sim,de antecipar as forças que podem manipular o futuro, e fazer previsões em um mundo de incertezas. Esta é uma ferramenta que ajuda no desenho de vários cenários futuros. Preparando a empresa para como deve agir quando algo vir a acontecer evitando assim ser pego de surpresa. Os cenários evitam que os administradores das empresas venham a tomar decisões no momento que elas ocorram. Com os cenários as decisões podem ser antecipadas e a empresa estar preparada por ações que virão a acontecer. 14 A estratégia de elaboração dos cenários surgiu após a Segunda Grande Guerra, inicialmente usados pelos militares e em 1968 entrou no mundo dos negócios por empresas do Reino Unido. A Força Aérea Americana tentava interpretar o que os inimigos poderiam fazer e elaborar possíveis decisões e ações se determinado cenário vir a se tornar realidade. Assim, os soldados ficavam muito mais preparados. 5.1 Metodologias de cenários Vários autores desenham maneiras diferentes de construir cenários estratégicos. Iremos passar por alguns modelos para termos uma ideia do processo de construção dessa estratégia. Peter Schwartz (1995) descreve 8 etapas para a elaboração de cenários: Etapa 1 – Identificação da questão ou decisão principal A empresa primeiramente entende suas questões internas e depois as questões de mercado, e a partir do que os administradores estão pensando para o futuro, alinharão uma estratégia com o mercado que estão inseridos. Etapa 2 – Identificação das principais forças no ambiente local Nesta etapa, a empresa irá identificar as forças que podem mover o ambiente no futuro. São fatores ligados a clientes, concorrentes, tecnologias fornecedores, entre outros. Etapa 3 – Identificação das forças motrizes Esta etapa está ligada à segunda etapa. Quando os personagens mapeados na etapa anterior são impactados pelo macro ambiente, e como irão se comportar com a opinião pública, mudanças demográficas, fatores econômicos e políticos, entre outros. Etapa 4 – Classificação por importância e incertezas O autor sugere uma classificação e qualificação por grau de importância e grau de incertezas dos aspectos levantados na Etapa 1. Etapa 5 – Selecionando a lógica do cenário Com a classificação pronta na Etapa 4, os cenários construídos deverão seguir essa mesma lógica. Pois os cenários para cada prioridade podem ser diferentes, e a classificação deve seguir as características de importantes e impactantes. Etapa 6 – Detalhando os cenários 15 Neste ponto do processo vai exigir experiência do analista, pois a identificação de qual incerteza impacta mais em qual cenário. Acompanhar especialistas de mercado que poderão falar das tendências de mercado, financeiras, sociais, econômicas, entre outros. Etapa 7 – Consequências Esta etapa é um ensaio do futuro. É o retorno dos aspectos mapeado na Etapa 1, analisando o que aconteceu com cada decisão tomada em cada cenário, os pontos fracos identificados. Nesta etapa, serão simuladas as decisões ou estratégias, além de verificadas se serão eficientes em cada cenário. Etapa 8 – Seleção de indicadores e sinalizadores principais O objetivo desta etapa é conhecer qual dos cenários mais se aproxima da realidade. Definir qual indicador será relacionado a qual fator a ser analisado no cenário escolhido é de suma importância. Michael Porter (1985) define outro roteiro de processo para montagem de cenários: Identificar incertezas que podem afetar a estrutura do segmento; Determinar os fatores casuais que conduzem essas incertezas; Fazer uma série de suposições plausíveis sobre cada fator casual importante; Combinar as suposições sobre fatores individuais em vários cenários; Analisar a estrutura do segmento que prevaleceria em cada um dos cenários; Determinar o que é vantajoso em cada cenário; Prever o comportamento do concorrente nos cenários estipulados. Existem outros modelos de elaboração de cenários. Uns mais complexos e outros menos elaborados. A ideia foi mostrar alguns modelos para que possamos materializar um pouco da teoria. FINALIZANDO Entramos neste capítulo em uma seara que é muito importante para as empresas. Quando se fala em estratégia, pensa-se em soluções e processos complexos. O importante é que são necessárias para qualquer tipo de empresa e de qualquer tamanho. É uma ferramenta de gestão importante e primordial para todas as empresas. Empresas com pouco recursos para montar um planejamento 16 complexo devem fazer o planejamento dentro das suas possibilidades, buscando minimizar seus riscos. É melhor trilhar um caminho com um mapa de poucas coordenadas do que trilhar o mesmo caminho sem mapas. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica Inteligência Empresarial – Um Novo Modelo De Gestão Para A Nova Economia. (PDF) 17 REFERÊNCIAS SCHWARTZ, P. Planejando o futuro em um mundo de incertezas. São Paulo: Página Aberta, 1995. PORTER, M. Competitive advantage: creating and sustaining superior performance. Nova York: Free Press, 1985. Cavalcanti, M. (Org.) Gestão estratégica de negócios: evolução, cenários, diagnósticos e ação. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Thomson Learning. 2007. – Vários Autores. Bibliografia. ISBN 85-221-0500-6. BARNEY, J. B.; Hesterly, W. S. Administração estratégica e vantagem competitiva. Tradução Midori Yamamoto; revisão técnica Pedro Zanni. 3. ed. São Paulo: Person Prentice Hall, 2011.
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