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ENGENHARIA ECONÔMICA - AULA 05

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AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: 
ENGENHARIA ECONÔMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Nelson Pereira Castanheira 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
Em nossas aulas anteriores, estudamos a micro e a macroeconomia. 
Agora, veremos custos. 
 Inicialmente, analisaremos a origem dos custos para, em seguida, 
estudarmos detalhadamente os custos de fabricação. Abordaremos os custos 
direto, indireto, fixo e variável. Na sequência, examinaremos a contabilidade de 
custos, ou seja, o ramo da contabilidade aplicado às empresas industriais. 
 Finalmente, faremos a análise do ponto de equilíbrio entre receitas de 
vendas e de custos, por ser importante como instrumento de decisão gerencial. O 
sucesso financeiro de qualquer empreendimento empresarial está condicionado à 
existência da melhor informação gerencial. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Conforme Santos (2005), “a apuração de custos ganhou importância a 
partir da necessidade de controle, desde o início do capitalismo”. Bastava, no 
início, comparar as receitas com as despesas de determinado período para saber 
se um negócio era ou não lucrativo. 
 A contabilidade de custos era usada como instrumento seguro para 
controlar as variações de custos e de vendas e também o crescimento ou o 
retrocesso do negócio. No entanto, os tempos mudaram, e mecanismos mais 
precisos tornaram-se necessários para escriturar as operações da atividade 
mercantilista. 
 Da atividade mercantilista derivou o termo mercadoria. Já na indústria, o 
produto, oriundo da transformação de várias matérias-primas, quando é 
comercializado, é também chamado de mercadoria. 
O lucro bruto era obtido pela diferença entre receitas totais deduzidas dos 
custos das mercadorias vendidas. Do lucro bruto deduzem-se as despesas 
chamadas de administrativas, as financeiras e as de vendas e, assim, obtém-se o 
lucro operacional. Do lucro operacional é deduzido o imposto de renda incidente 
sobre o lucro da empresa, para obter o chamado lucro líquido. 
 Qualquer atividade que manipule valores e volumes necessita de controle 
de custo, que nada mais é do que a verdadeira contabilidade. 
 A empresa, qualquer que seja o seu porte, necessita do controle e da 
análise de custos. 
 
 
 
03 
TEMA 1 – ORIGEM DOS CUSTOS E CUSTO DE FABRICAÇÃO – EMPRESAS 
INDUSTRIAIS 
Entende-se por empresa industrial aquela “que adquire determinadas 
matérias-primas e, com o uso de máquinas, equipamentos e mão-de-obra 
especializada, transforma as matérias-primas em produtos acabados” (Oliveira; 
Perez Jr., 2005). 
Exemplos práticos: 
Tabela 1 – Produtos acabados e suas respectivas matérias-primas 
Matérias-primas Produtos acabados 
Couro sapatos, bolsas, cintos, carteiras 
Cevada, malte, lúpulo cerveja 
Petróleo gasolina, gás, graxa, lubrificante, querosene 
Papel, tintas livros, revistas, jornais, agendas 
Cobre, alumínio fios, cabos, panelas, talheres 
Cana-de-açúcar açúcar, álcool 
Cacau chocolate 
Madeira móveis, vigas, serragem 
Calcário cimento 
Minério de ferro aço 
Plásticos embalagens, brinquedos 
Borracha pneus 
Uva vinho, champagne, licor 
Trigo farinha 
Soja farelo, óleo, leite, margarinas, ração animal 
Ouro joias 
 
1.1 Gasto 
“Gasto é o desembolso à vista ou a prazo para obtenção de bens ou 
serviços, independentemente da destinação que esses bens ou serviços possam 
ter na empresa” (Ribeiro, 2009). É, portanto, o valor econômico na obtenção de 
produtos ou serviços adquiridos pela empresa. 
 
1.2 Desembolso 
Saídas de dinheiro do caixa ou das contas bancárias das empresas, ou 
seja, entrega a terceiros de parte dos numerários da empresa. Desembolso é a 
entrega de numerário antes, no momento ou depois da ocorrência dos gastos. 
 
1.3 Investimentos 
Investimentos são todos os bens e direitos registrados no ativo das 
empresas para baixa em função de venda, amortização, consumo, 
desaparecimento ou desvalorização. Compreendem basicamente os gastos com 
 
 
04 
a aquisição dos bens de uso e dos bens que serão inicialmente mantidos em 
estoque para que futuramente sejam negociados, integrados ao processo de 
produção ou consumidos. 
 
1.4 Competência de exercícios 
Receita de vendas e custos operacionais correspondentes, dentro do 
próprio período de tempo, como semana, quinzena, mês etc. 
 
1.5 Custo de fabricação 
Compreende a soma dos gastos com bens e serviços aplicados ou 
consumidos na fabricação de outros bens. É o valor dos insumos utilizados na 
produção eficiente dos bens e serviços da empresa. 
 O custo marginal (CM) é o que guarda proporção direta com o volume de 
vendas realizadas. Os custos estruturais fixos (CEF) são os incorridos por 
competência de exercícios de natureza fixa (não guarda proporção direta com as 
vendas) necessários para manter a estrutura operacional instalada de uma 
empresa em condições operacionais adequadas para administrar, produzir e 
vender produtos e serviços, até o limite da capacidade instalada. 
 O custo de fabricação é composto por três elementos: 
a. Materiais – são os objetos utilizados no processo de fabricação, podendo 
ou não entrar na composição do produto, como matéria-prima, materiais 
secundários, materiais auxiliares e materiais de embalagem; 
b. Mão de obra – é o esforço do homem aplicado na fabricação dos produtos. 
Compreende salários, benefícios e encargos sociais; 
c. Gastos gerais de fabricação – demais gastos necessários para a 
fabricação dos produtos, os quais, pela própria natureza, não se 
enquadram no grupo de materiais ou de mão-de-obra, como aluguéis, 
energia elétrica, manutenção da fábrica, depreciação das máquinas, 
material de higiene e de limpeza, serviços de comunicações etc. 
 
1.6 Despesa 
Compreende os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de 
serviços nas áreas administrativa, comercial e financeira, que direta ou 
indiretamente visam à obtenção de receitas. É o gasto não identificado pela 
produção, referentes às atividades não produtivas da empresa. 
 
 
05 
CUSTO integra o produto; vai para o estoque. 
DESPESA reduz o lucro; vai para o resultado. 
 
1.7 Perda 
São gastos com bens e serviços consumidos de forma anormal ou 
involuntária (greve, inundação, roubo, incêndio, entre outros). É o aumento nos 
gastos sem que haja valor agregado ao produto. 
 
1.8 Desperdícios 
 Gastos incorridos no processo produtivo ou de geração de receitas e que 
possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade de bens, 
serviços ou receitas gerados. Atualmente, o desperdício está sendo classificado 
como custo ou despesa, e sua identificação e eliminação é fator determinante do 
sucesso ou fracasso de um negócio. 
 
1.9 Receita bruta (RB) 
 A Receita bruta é o preço total resultante da venda de bens e de serviços 
prestados. Logo, é a receita total da empresa. 
 
1.10 Lucro marginal (LM) 
Corresponde à diferença entre a receita bruta e o custo marginal de cada 
produto ou serviço vendido. 
 
1.11 Ponto de equilíbrio 
 É a expressão usada para definir o equilíbrio entre o faturamento de vendas 
e os custos totais, equivalente ao lucro zero. 
A partir do ponto de equilíbrio (break even point) é que as operações de 
uma empresa começam a gerar lucro. 
 
1.12 Margem de segurança operacional em vendas 
 É obtida pela diferença entre as vendas planejadas e as vendas calculadas 
no ponto de equilíbrio. 
 
 
 
 
06 
1.13 Centro de custo 
 O centro de custo é uma unidade dentro da empresa para a qual são 
destinadas (rateadas) as despesas e as receitas. Observe que há centros de 
custos produtivos e centros de custos não produtivos. 
 
1.14 Centros de despesas 
 Menor unidade de acumulação de despesas, sendo representados por 
homens, máquinas e equipamentos, de características semelhantes, que 
desenvolvem atividades homogêneas relacionadas com as atividades 
administrativas, financeiras e comerciais. Exemplos: contabilidade, departamento 
de pessoal, tesouraria etc.1.15 Medidas de desempenho 
 Indicadores da qualidade dos trabalhos desenvolvidos e dos resultados 
alcançados por uma atividade, um processo ou uma unidade organizacional. 
Podem ser financeiros ou não financeiros. 
 
1.16 Processo 
 Conjunto ou sequência de atividades logicamente relacionadas e 
coordenadas que visam à obtenção de resultados, para os quais são consumidos 
recursos. 
 
TEMA 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE FABRICAÇÃO 
 Em relação aos produtos fabricados, o custo pode ser direto ou indireto. 
Em relação ao volume de produção, pode ser fixo ou variável. 
 
2.1 Custos diretos 
 São aqueles que podem ser identificados facilmente em relação a cada 
produto fabricado. Compreendem os gastos com materiais, mão de obra e gastos 
gerais de fabricação aplicados diretamente na fabricação dos produtos. 
 
2.2 Custos indiretos 
 
 
07 
 São aqueles que não podem ser facilmente identificados em relação a cada 
produto fabricado, motivo pelo qual a sua determinação está condicionada ao 
cumprimento de regras. 
Os custos indiretos compreendem os gastos com materiais, mão de obra e 
gastos gerais de fabricação aplicados indiretamente na fabricação dos produtos. 
São exemplos: aluguel da fábrica, energia elétrica, salários e encargos dos chefes 
de seção e dos supervisores da fábrica. 
A distribuição dos custos indiretos aos produtos denomina-se rateio e é 
feita por meio de critérios que podem ser estimados ou até mesmo arbitrados pela 
empresa. 
 
2.3 Custos fixos 
 Segundo Ribeiro (2009), 
São aqueles que permanecem estáveis independentemente de 
alterações no volume da produção. São custos necessários ao 
desenvolvimento do processo industrial em geral, motivo pelo qual se 
repetem em todos os meses do ano. São custos fixos: aluguel da fábrica, 
água, energia elétrica, salários e encargos dos mensalistas que 
trabalham na manutenção e limpeza da fábrica, seguro do imóvel, 
segurança da fábrica, telefone, depreciação normal das máquinas, 
salários e encargos dos supervisores da fábrica, entre outros. 
Os custos fixos podem sofrer alguma variação de um período para outro, 
mas continuam sendo classificados como fixos, uma vez que a 
classificação em fixos ou variáveis é feita exclusivamente em relação ao 
volume da produção. 
 Os custos fixos, por não integrarem os produtos e por beneficiarem a 
fabricação de vários produtos ao mesmo tempo, são também denominados de 
custos indiretos. 
 
2.4 Custos variáveis 
 São aqueles que variam em decorrência do volume da produção. Assim, 
quanto mais produtos forem fabricados em um período, maiores serão os custos 
variáveis. Um bom exemplo é a matéria-prima. 
 Os custos variáveis, por estarem vinculados ao volume produzido, são 
também denominados de custos diretos. 
 Ainda segundo Ribeiro (2009), “É importante salientar que em relação ao 
volume de produção, entre os custos fixos é comum alguns possuírem uma 
parcela variável e, entre os custos variáveis, também é comum alguns possuírem 
uma parcela fixa. Daí as denominações de custos semifixos e custos 
semivariáveis”. Veja as figuras 1, 2 e 3. 
 
 
08 
Figura 1 – Custo fixo (CF) 
 Custo 
 
 
 20 
 
 10 
 
 Volume de produção 
 0 5 10 
 
 
Figura 2 – Custo variável (CV) 
 
 Custo 
 
 30 
 
 20 
 
 10 
 
 Volume de produção 
 0 5 10 
 
Figura 3 – Custo fixo mais custo variável 
 
 Custo 
 50 
 
 40 
 
 30 
 
 20 
 
 10 
 
 Volume de produção 
 0 5 10 
 
CUSTO TOTAL (CT) = CF + CV . q 
• (q = quantidade a ser produzida) 
 
 
 
 
09 
TEMA 3 – CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 Conforme Ribeiro (2009), 
A contabilidade de custos ou contabilidade industrial é um ramo da 
contabilidade aplicado às empresas industriais”. 
Quando falamos de custo industrial, estamos nos referindo aos 
procedimentos contábeis e extracontábeis necessários para se conhecer 
o quanto custou para a empresa industrial a fabricação dos seus 
produtos por meio do processo industrial. 
A movimentação do patrimônio das empresas industriais, com exceção 
da área de produção, assemelha-se à movimentação do patrimônio dos 
demais tipos de empresas. Por esse motivo, para controlar a 
movimentação do patrimônio das empresas industriais, aplicam-se os 
princípios fundamentais de contabilidade, também utilizados para os 
outros tipos de empresas. Porém, o que torna a contabilidade de custos 
diferente dos demais ramos da contabilidade são os procedimentos 
praticados na área de produção da empresa industrial, os quais exigem 
a aplicação de critérios específicos para se apurar o custo de fabricação. 
Existem empresas comerciais, agrícolas, extrativas, industriais, 
transportadoras, bancárias e uma infinidade de outras que prestam 
serviços. O que diferencia as empresas industriais das demais são as 
atividades operacionais de produção que se caracterizam pela 
transformação de matéria-prima em produtos industrializados, sua 
atividade preponderante. Essa atividade de transformação denomina-se 
produção industrial ou processo de fabricação. Entretanto, não é apenas 
a transformação que determina a produção industrial; ela pode ocorrer 
em função da transformação, do beneficiamento, da montagem de peças 
e da restauração. 
Indústrias de transformação – a transformação das matérias-primas 
pode ocorrer por processo mecânico, térmico ou químico. Exemplos: 
indústrias moveleiras, siderúrgicas e petrolíferas. 
Indústrias de beneficiamento – a atividade industrial de beneficiamento 
é a operação que visa modificar, aperfeiçoar e até mesmo dar uma 
melhor aparência ao produto, sem que haja transformação. Exemplos: 
empresas beneficiadoras de arroz e indústrias de beneficiamento de 
peças para outras indústrias. 
Indústrias de montagem de peças – o produto final desse tipo de 
indústria resulta da montagem de peças produzidas normalmente pelas 
indústrias de transformação. Exemplos: indústrias automobilísticas, de 
rádios, de aparelhos de televisão, de relógios, entre outras. 
Indústrias de restauração ou recondicionamento – são aquelas cuja 
atividade se concentra na recuperação de produtos usados ou mesmo 
de produtos deteriorados. Exemplos: indústrias que retificam motores, 
recauchutadoras de pneus, entre outras. 
 
3.1 Custo dos produtos vendidos 
O custo dos produtos vendidos compreende a soma dos gastos com 
materiais, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação aplicados ou consumidos 
na fabricação dos produtos que foram fabricados e vendidos pela empresa. 
Após encerrado o processo de fabricação, os produtos acabados são 
transferidos da área de produção para o almoxarifado de produtos 
acabados, permanecendo estocados até que sejam vendidos. 
Os produtos acabados recebem como custo toda a carga dos custos 
diretos e indiretos decorridos durante seu processo de fabricação. 
Os produtos que tiverem seus processos de fabricação iniciados em 
períodos anteriores e encerrados no período atual receberão cargas de 
custos proporcionais ao processo de fabricação de cada um dos 
períodos durante os quais estiveram em fabricação. Essas cargas de 
 
 
010 
custos são atribuídas no final de cada período, para que os referidos 
produtos inacabados possam ser devidamente avaliados para integrar 
os estoques finais de produtos em elaboração no término de cada um 
desses períodos. 
Portanto, ao terem seus processos de fabricação concluídos, os custos 
desses produtos conterão parte dos custos incorridos em períodos 
anteriores mais os custos gerados no atual período em que seus 
processos de fabricação foram concluídos. 
É importante salientar que, entre os produtos vendidospela empresa em 
um período, poderão estar somente produtos cujos processos de 
fabricação foram concluídos no respectivo período ou poderão estar 
ainda produtos que foram acabados em períodos anteriores. (Renata, 
2013) 
 Assim, para se conhecer o Custo dos Produtos Vendidos, pode-se aplicar 
a seguinte fórmula: 
• CPV = EIPA + CPAP – EFPA 
• Onde: 
• CPV = custo dos produtos vendidos 
• EIPA = estoque inicial de produtos acabados 
• CPAP = custo da produção acabada no período 
• EFPA = estoque final de produtos acabados 
 
 Como exemplo, suponhamos as seguintes informações extraídas dos 
registros contábeis de uma empresa industrial: 
a. EIPA = $50.000,00 
b. CPAP = $80.000,00 
c. EFPA = $30.000,00 
 
Neste caso, para apurar o CPV, faremos: 
CPV = $50.000,00 + $80.000,00 – $30.000,00 
CPV = $100.000,00 
 
 Suponhamos, ainda, que o faturamento bruto no período tenha sido de 
$150.000,00, com ICMS incluso no valor de $15.000,00 e IPI adicionado também 
no valor de $15.000,00. O resultado da venda dos produtos (RVP) ficará assim: 
RVP = $150.000,00 – $15.000,00 – $100.000,00 
RVP = $35.000,00 
 
Ribeiro (2009) afirma que 
Neste caso, a empresa industrial obteve um lucro bruto no valor de 
$35.000,00. Note que, no valor faturado, não se deve incluir o IPI, uma 
vez que não corresponde à receita de vendas. Assim, do valor faturado, 
subtraímos o CPV e o ICMS, para chegarmos ao lucro bruto. Lembramos 
que, além do ICMS, o faturamento está sujeito ainda à incidência de 
 
 
011 
outros tributos como o PIS e a COFINS, cujos tributos também deverão 
ser subtraídos do faturamento para se encontrar o resultado bruto. 
A Demonstração do Custo dos Produtos Vendidos (DCPV) é um relatório 
que constitui verdadeiro esquema técnico que pode ser utilizado para se 
apurar custos em uma empresa industrial. 
Vejamos, como exemplo, a tabela 2. 
 
Tabela 2 – Demonstração do custo dos produtos vendidos (DCPV) 
1. Estoque inicial de matérias-primas (EIMP) 
2. (+) Compras líquidas de matérias-primas* (CLMP) 
3. (=) Custo das matérias-primas disponíveis (1 + 2) (CMPD) 
4. (–) Custo das matérias-primas aplicadas na produção (CMPAP) 
4.1 Estoque final de matérias-primas (EF) 
4.2 Custo das vendas de matérias-primas (CV) 
4.3 Subprodutos acumulados no período (SP) 
4.4 Outros (O) 
5. (=) Custo das matérias-primas aplicadas (3 – 4) (CMPA) 
6. (+) Mão de obra direta (MOD) 
7. (=) Custo primário (5 + 6) (CP) 
8. (+) Outros custos diretos (OCD) 
8.1 Materiais secundários (MS) 
8.2 Materiais de embalagem (ME) 
8.3 Outros materiais (OM) 
8.4 Gastos gerais de fabricação diretos (GGFD) 
9. (=) Custos diretos de fabricação (7 + 8) (CDF) 
10. (+) Custos indiretos de fabricação (CIF) 
10.1 Materiais indiretos (MI) 
10.2 Mão de obra indireta (MOI) 
10.3 Gastos gerais de fabricação indiretos (GGFI) 
11. (=) Custos de produção do período (9 + 10) (CPP) 
12. (+) Estoque inicial de produtos em elaboração (EIPE) 
13. (=) Custo de produção (11 + 12) (CPr) 
14. (–) Estoque final de produtos em elaboração (EFPE) 
15. (=) Custo da produção acabada no período (13 – 14) (CPAP) 
16. (+) Estoque inicial de produtos acabados (EIPA) 
17. (=) Custo dos produtos disponíveis para venda (15 + 16) 
(CPDV) 
 
18. (–) Estoque final de produtos acabados (EFPA) 
19. (=) Custo dos produtos vendidos (17 – 18) (CPV) 
 
*Corresponde ao valor pago ao fornecedor, influenciado pelos fatos que alteram os valores das 
compras, como compras anuladas, abatimentos sobre compras, descontos incondicionais obtidos, 
fretes e seguros sobre compras, tributos não recuperáveis etc. 
Observação: para se apurar o custo dos outros materiais diretos aplicados no processo de 
fabricação (itens 8.1 a 8.3), bem como os custos dos materiais indiretos aplicados (item 10.1), 
 
 
012 
deve-se observar, para cada material, os mesmos procedimentos apresentados no caso das 
matérias-primas (itens 1 a 5 da DCPV em questão). 
 
3.2 Expressões técnicas utilizadas na DCPV 
3.2.1 Custo das matérias-primas disponíveis (CMPD) (item 3 da DCPV) 
Compreende o total das matérias-primas que a empresa teve a sua 
disposição durante o período, para aplicar na produção. É fácil 
compreender que esse montante corresponde à soma das matérias-
primas que estavam estocadas no início do período (Estoque Inicial de 
Matérias-Primas) com as compras efetuadas durante o mesmo período. 
É importante salientar que como custo das compras das matérias-primas 
efetuadas no período deve ser considerado o custo das compras líquidas 
das matérias-primas, que corresponde ao montante das compras 
influenciado pelos fatos que alteram os valores das compras como os 
descontos incondicionais e os abatimentos obtidos, os fretes e seguros 
que devem ser acrescidos, as compras anuladas, bem como os tributos 
incidentes sobre as compras. (https://www.passeidireto.com) 
Assim, temos: 
CMPD = EIMP + CLMP 
 
3.2.2 Custo das matérias-primas aplicadas (CMPA) (item 5 da DCPV) 
Compreende o Custo das Matérias-Primas Disponíveis diminuído da 
somatória dos seguintes valores: custo do estoque final de matérias-
primas, custo das vendas de matérias-primas, valor dos subprodutos 
acumulados durante o período (parte dos custos dos subprodutos 
derivada das sobras de matérias-primas) e outros eventos que venham 
a reduzir o custo das matérias-primas disponíveis, como, por exemplo, 
as baixas por perecimento, sinistro, furtos, entre outros. 
(https://www.passeidireto.com ) 
 
Assim, temos: 
CMPA = CMPD – EF – CV – SP – O 
 
3.2.3 Custo primário (CP) (item 7 da DCPV) 
 Compreende os gastos com matérias-primas aplicadas mais os gastos com 
mão de obra direta. Assim, temos: 
CP = CMPA + MOD 
 
Custo primário não é o mesmo que custo direto. No custo direto, além da 
matéria-prima e da mão de obra direta que integram o custo primário, estão 
compreendidos, também, os demais custos diretos com materiais secundários, 
materiais de embalagem e possíveis gastos gerais de fabricação diretos. 
 
 
 
 
013 
3.2.4 Custo de transformação (CT) 
Embora esse título não seja evidenciado na DCPV, compreende a soma 
dos gastos com mão-de-obra (direta e indireta) e com os Gastos Gerais 
de Fabricação (diretos e indiretos), aplicados na transformação dos 
materiais em produtos. No final desse custo, não se incluem os gastos 
com materiais, pois deve ser considerado somente o esforço despendido 
pela empresa na transformação da matéria-prima em produtos. 
(<https://www.passeidireto.com>). 
 
Assim, temos: 
CT = MOT + GGFT 
Em que: 
• MOT = MOD + MOI 
• GGFT = GGFD + GGFI 
 
3.2.5 Custo de produção do período ou custo de fabricação do período 
(CPP) (item 11 da DCPV) 
 Compreende a soma dos custos incorridos na produção do período dentro 
da fábrica. Para obter esse custo, basta somar os valores gastos com materiais 
diretos e indiretos, mão de obra direta e indireta e com os gastos gerais de 
fabricação diretos e indiretos aplicados na produção do período, sem considerar 
o valor do estoque inicial dos produtos em elaboração. Assim, temos: 
CPP = Materiais + MOT + GGFT 
 
3.2.6 Custo de produção (CPr) 
 Compreende o custo de produção do período mais o estoque inicial de 
produtos em elaboração. Assim, temos: 
CPr = CPP + EIPE 
 
3.2.7 Custo da produção acabada no período (CPAP) (item 15 da DCPV) 
 “Compreende o custo de produção menos o estoque final de produtos em 
elaboração” (<https://www.passeidireto.com>). Assim, temos: 
CPAP = CPr – EFPE 
 
Esse custo pode também ser obtido pela fórmula: 
CPA = EIPE + CPr – EFPE 
 
 
 
014 
Esse custo pode conter, inclusive, custos de períodos anteriores, pois pode 
haver unidades que foram acabadas no exercício atual, porém foram iniciadas no 
exercício anterior, as quais compunham o estoque inicial de produtos em 
elaboração. Não fazem parte da produção acabada os produtos que foram 
iniciados no presente período, mas que serãoacabados em períodos futuros, os 
quais integram o estoque final de produção em elaboração. 
 
3.2.8 Custo dos produtos disponíveis para venda (CPDV) (item 17 da DCPV) 
 “Compreende o total dos custos dos produtos que a empresa teve à sua 
disposição para vender durante o período. É fácil de entender que esse custo 
corresponde ao Custo dos Produtos Acabados que estavam em estoque no início 
do período adicionado ao Custo da Produção Acabada no presente período” 
(https://www.passeidireto.com). Assim, temos: 
CPDV = CPAP + EIPA 
 
3.3 Fórmula simplificada para apuração do custo de produção do período 
Por razões de simplificação, empresas industriais de pequeno e médio 
porte costumam considerar como materiais diretos somente a matéria-
prima aplicada, sendo todos os demais materiais considerados indiretos, 
ainda que possam ser facilmente identificados em relação aos produtos. 
Pelas mesmas razões, essas empresas costumam considerar, também, 
os gastos gerais de fabricação como sendo indiretos. 
(<https://www.passeidireto.com>). 
 
Nesse caso, (conforme o site Passei Direto) o custo de produção do período 
pode ser obtido pela seguinte fórmula: 
CPP = MP + MOD + CIF 
Em que: 
• CPP = custo de produção do período 
• MP = matéria-prima 
• MOD = mão de obra direta 
• CIF = custos indiretos de fabricação, compreendendo, nesse caso, todos 
os materiais diretos e indiretos, exceto matéria-prima, mão de obra indireta 
e gastos gerais de fabricação diretos e indiretos. 
 
 
 
 
 
 
015 
TEMA 4 – CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS 
Custo dos serviços prestados é uma expressão em uso nas empresas 
que prestam serviços. 
Os serviços a terceiros podem ser prestados tanto por pessoas físicas 
(profissionais autônomos) como pedreiros, encanadores, eletricistas, 
advogados, engenheiros civis, jardineiros, entre outros, quanto por 
empresas que exclusivamente operam nesse ramo de atividades ou, 
ainda, por empresas que, mesmo possuindo uma atividade principal, 
também prestam serviços, como ocorre com empresas comerciais e 
industriais. 
Entre as empresas comerciais que também prestam serviços, podemos 
citar aquelas que atuam no comércio de veículos e autopeças. As 
revendedoras de veículos, além da atividade comercial de revenda de 
veículos e autopeças, também prestam serviços de revisão e de 
manutenção nos veículos de seus clientes. 
Há uma infinidade de empresas industriais que, além da atividade 
preponderante de transformação de matérias-primas em produtos, 
também prestam serviços a seus clientes executando montagem, 
cromagem, niquelagem, beneficiamentos de peças, usinagem, entre 
outras. 
Em geral, entende-se por custo da prestação de um serviço o valor do 
salário e encargos do trabalhador que executou uma tarefa. Entretanto, 
ao prestar algum serviço a terceiros, o prestador de serviços, seja ele 
pessoa física ou empresa, incorrerá em outros gastos que podem variar 
conforme a natureza dos serviços a serem prestados. 
Assim, o custo com a prestação de serviços além da mão de obra poderá 
envolver outros gastos com o uso de máquinas, ferramentas e 
equipamentos, com o consumo de materiais auxiliares e de limpeza, de 
energia elétrica, combustíveis, entre outros. 
Quando uma empresa contrata serviços de um profissional autônomo ou 
de outra empresa, para a empresa beneficiária dos serviços o custo dos 
mesmos corresponderá ao valor pago ao prestador do serviço. 
Entretanto, ao prestador do serviço, seja ele um profissional autônomo, 
seja uma empresa, no valor recebido pelo serviço prestado estará 
embutido o custo necessário para que a tarefa seja realizada e mais uma 
margem de lucro. 
O custo do serviço prestado pela empresa prestadora de serviços a 
outras empresas poderá ser composto pelos mesmos elementos que 
compõem o custo de fabricação em uma empresa industrial, ou seja, 
materiais, mão de obra e gastos gerais de fabricação. 
É evidente que nas empresas industriais, pelas próprias características 
que envolvem o processo de fabricação, normalmente o custo com mão 
de obra é inferior ao custo com materiais aplicados. Em uma indústria 
que atua no ramo de confecções, por exemplo, o custo com matéria-
prima e materiais secundários pode atingir até 80% ou 90% do Custo 
Total de Fabricação. Já nas empresas de prestação de serviços, o gasto 
preponderante quase sempre é mão de obra. 
Diante do exposto, podemos concluir que em uma empresa de prestação 
de serviços, os critérios a serem adotados para se calcular o Custo dos 
Serviços Prestados são semelhantes aos critérios adotados para se 
apurar o Custo de Fabricação em uma empresa industrial. 
A empresa de prestação de serviços certamente não conterá, em seu 
ativo, estoques de “serviços acabados”. No entanto, poderá manter em 
estoque os materiais que serão consumidos ou aplicados na prestação 
de serviços. Da mesma forma, essas empresas incorrerão em gastos 
com a depreciação de veículos, computadores e máquinas, ferramentas 
e equipamentos necessários à prestação dos serviços. 
Finalmente, convém salientar que nas empresas que prestam vários 
tipos de serviços, poder-se-á apurar o custo de cada um dos serviços 
prestados. Neste caso, da mesma forma que ocorre nas empresas 
industriais, ocorrerão custos diretos e custos indiretos em relação a cada 
serviço prestado. Os critérios para atribuição dos custos indiretos a cada 
 
 
016 
serviço prestado são semelhantes aos aplicados para rateio dos custos 
indiretos nas empresas industriais. (https://www.passeidireto.com) 
 
TEMA 5 – ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO 
O conhecimento do ponto de equilíbrio entre as receitas e as vendas de 
uma empresa é de suma importância para o seu sucesso financeiro. No rol das 
informações mínimas indispensáveis para a decisão, está a análise do ponto de 
equilíbrio. 
O ponto de equilíbrio será obtido quando o total dos lucros marginais, de 
todos os produtos comercializados, equivalerem ao custo estrutural fixo do mesmo 
período objeto da análise. Vamos, então, revisar o que entendemos por custos 
marginais (CM) e por custos estruturais fixos (CEF). 
Os custos marginais são aqueles que estão diretamente relacionados com 
o volume de produção ou venda. As principais características dos custos 
marginais (variáveis) são as seguintes: 
a. Em termos de CM totais, quanto maior for o volume de vendas, maiores 
serão os custos variáveis totais; 
b. Em termos unitários, os custos marginais permanecem constantes. 
Exemplos: matéria-prima e comissões sobre vendas. Veja as figuras 4 a 5. 
 
Figura 4 – Custos marginais totais (CMT) 
 y (custo) 
 
 R$300,00 
 R$200,00 
 R$100,00 
 
 1 2 3 x (volume) 
 
 
 
 
 
017 
Figura 5 – Custo marginal por unidade (CMU) 
 y (custo) 
 
 
 
 R$100,00 
 
 1 2 3 x (volume) 
 
 Como exemplos de custos marginais de empresa comercial, industrial e de 
serviços, temos: 
a. Custos de matérias-primas, mercadorias e materiais aplicados em serviços 
vendidos; 
b. Impostos incidentes sobre as vendas (IPI, ICMS, PIS, COFINS e ISS); 
c. Comissão variável sobre vendas; 
d. Juros e descontos de duplicatas; 
e. Deságio de vendas com cartões de créditos. 
 
Os custos estruturais fixos são os que independem do volume de produção 
ou venda. Representam a capacidade instalada que uma empresa possui para 
produzir e vender bens, serviços e mercadorias. As principais características dos 
custos estruturais fixos são as seguintes: 
a. Em termos de custos estruturais fixos totais, quanto maior for o volume de 
produção ou venda, menores serão os custos estruturais fixos por unidade 
(até o limite da capacidade instalada); 
b. Os CEFs totais independem das quantidades produzidas ou vendidas. 
Exemplos:aluguel, IPTU, salários de pessoal, seguros, equipamentos, 
depreciação, entre outros (dentro da capacidade instalada). 
 
Tabela 3 – Custos fixos e volume de produção 
Volume CEF unitário CEF total 
1 unidade R$1.200,00 R$1.200,00 
2 unidades R$ 600,00 R$1.200,00 
3 unidades R$ 400,00 R$1.200,00 
 
Veja as figuras 6 e 7: 
 
 
018 
Figura 6 – Custos estruturais fixos totais 
 y (custo) 
 
 
 
 R$1.200,00 
 
 1 2 3 x (volume) 
 limite da capacidade 
 
Figura 7 – Custos estruturais fixos por unidade 
 y (custo) 
 R$1.200,00 
 
 R$600,00 
 R$400,00 
 
 1 2 3 x (volume) 
 
Como exemplos de custos estruturais fixos, temos: 
a. Total de salários brutos (folha de pagamento); 
b. Encargos sociais sobre salário; 
c. Pró-labore de diretores; 
d. Benefícios de funcionários; 
e. Manutenção de instalações, de veículos e de máquinas; 
f. Depreciação de equipamentos; 
g. Leasing de equipamentos; 
h. Aluguel predial; 
i. Telefones e internet; 
j. Contratos de assistência técnica; 
k. Equipamentos de segurança; 
l. Honorários de consultores; 
m. Material de escritório. 
 
 
 
019 
(Martins 2010) concorda com essa mesma linha onde descreve que os 
custos semivariáveis são os que variam em função do volume de 
produção e vendas, mas não obedecem exatamente às mesmas 
proporções. Possuem uma parcela fixa a partir da qual passam a ser 
variáveis. Exemplos: energia elétrica, telefone, água, gás encanado e 
manutenção preventiva (Santos, 2005; Rego, 2012) 
 
Veja a figura 8. 
 
Figura 8 – Custos variáveis totais 
y (custo) 
 
 
 
 
 
 CEF 
 
 0 1 2 3 x (volume) 
 
 Os custos semifixos são os gastos que permanecem constantes dentro de 
certos intervalos, alterando-se em degraus até atingir um novo patamar de 
atividade. Normalmente, ocorrem em função de decisões tomadas para aumentar 
ou diminuir o nível de atividade. Citam-se, frequentemente, como exemplo, os 
gastos com salários de pessoal ou depreciação com a compra de máquinas para 
aumentar a produção. 
 
Tabela 4 – Custos semifixos 
Produção Quantidade de pessoal Salários 
De zero a 1.000 2 R$2.000,00 
De 1.001 a 2.000 4 R$4.000,00 
De 2.001 a 3.000 6 R$6.000,00 
 
Veja a figura 9: 
 
 
 R$115,00 
 
 R$110,00 
 
 R$105,00 
 
 R$100,00 
 
 
 
020 
Figura 9 – Custos semifixos 
 y (salários) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 x (produção) 
 0 1.000 un. 2.000 un. 3.000 un. 
 
A informação, também conhecida como a do faturamento mínimo que uma 
empresa precisa obter para não incorrer em prejuízo, é de importância vital para 
a gestão de um negócio. 
 Para determinar o ponto de equilíbrio, a empresa necessita classificar de 
forma adequada seus custos estruturais fixos, por exemplo, de um mês e 
conhecer o lucro marginal formado pelo mix de todos os produtos vendidos no 
mesmo mês. Vamos analisar, como exemplo, a Tabela 5. 
 No caso ilustrado, 
O ponto de equilíbrio ocorre quando a empresa atingir a marca de R$ 
1.018,52 de faturamento, o total do lucro marginal dos produtos A e B, 
desde que vendidos na mesma proporção. 
Caso ocorra faturamento em volume maior do produto B, no “mix”, o 
ponto de equilíbrio será atingido mais rapidamente em razão de 
participar com maior contribuição marginal. (Santos, 2005). 
 As vendas de 67% e 33%, respectivamente dos produtos A e B, resultaram 
no ponto de equilíbrio, no montante de R$ 1.018,52, que pode ser comprovado na 
tabela 6. 
Tabela 5 – Demonstração do lucro para determinação do ponto de 
equilíbrio 
Demonstração do lucro 
Produtos A % B % Total % 
Volume 100 un. 67 50 un. 33 150 un. 100 
Preço unitário R$ 10,00 un. R$ 5,00 un. 
Receita total R$ 1.000,00 100 R$ 250,00 100 R$ 1.250,00 100 
Custos marginais (R$ 500,00) (50) (R$ 75,00) 30 (R$ 575,00) 46 
Lucros marginais R$ 500,00 50 R$ 175,00 70 R$ 675,00 54 
Custos estrut. Fixos (R$ 550,00) (44) 
Lucro operacional R$ 125,00 10 
 
 
021 
Tabela 6 – Demonstração do lucro no ponto de equilíbrio 
Demonstração do lucro (no ponto de equilíbrio) 
Vendas R$ 1.018,52 100% 
(–) Custos marginais (R$ 468,52) 46% 
= Lucros marginais R$ 550,00 54% 
(–) Custos estruturais fixos (R$ 550,00) (54%) 
= Lucro operacional 0 0 
 
 Portanto, o lucro resultante é zero, comprovando dessa forma a teoria do 
ponto de equilíbrio. 
 Na sequência, desenvolvemos a fundamentação básica para a aplicação 
prática da análise do ponto de equilíbrio. Veja a figura 10: 
 
Figura 10 – Representação gráfica dos custos, receitas e ponto de 
equilíbrio 
 
 Receita Área 
de 
 (y) total 
lucro 
PE 
 
 Custos 
 marginais (b) 
Área de Custo 
total 
prejuízo 
 Custos estruturais fixos 
 (a) 
volume (x) 
 
5.1 Contribuição marginal (CM) 
Como os custos de uma empresa podem ser agrupados em custos 
estruturais fixos e custos marginais, conforme conceituação, definimos 
lucro marginal como “contribuição para a formação do lucro”, 
“contribuição para cobrir o custo fixo e proporcionar lucro”, “margem de 
contribuição”, “receita marginal”, “lucro marginal” e outras denominações 
que veiculam a ideia de diferença entre o preço de venda e o custo 
marginal. (Santos, 2005) 
Veja o exemplo a seguir: 
Receita de venda unitária R$ 2,00 
(–) Custo marginal unitário R$ (0,80) 
Lucro marginal R$ 1,20 
 
 
 
022 
“Isso significa que R$ 2,00 de vendas contribuem com R$ 1,20, ou, melhor 
ainda, cada unidade vendida “contribui” com R$ 1,20 para cobrir o total do custo 
estrutural fixo da empresa e, dependendo do volume de venda praticado, contribui 
para a formação do lucro” (Santos, 2005). 
 O conceito de lucro marginal leva-nos também à noção da demonstração 
marginal da conta de resultados. Supondo-se, por exemplo, que a empresa em 
consideração esteja fabricando e vendendo 600 unidades e que seu custo fixo 
seja R$ 600,00, teremos os dados mostrados na tabela 7. 
 
Tabela 7 – Demonstração do lucro 
Demonstração do lucro 
Vendas: 600 unidades a R$ 2,00 R$ 1.200,00 
Custo marginal: 600 unidades a R$ 0,80 (R$ 480,00) 
Lucro marginal R$ 720,00 
Custo estrutural fixo (R$ 600,00) 
Lucro líquido R$ 120,00 
 
Podemos obter o índice do custo marginal do exemplo anterior, que é a 
porcentagem do custo marginal unitário em relação ao preço de venda unitário, 
isso é: 
• Custo marginal unitário = R$ 0,80 (a) 
• Preço de venda unitário = R$ 2,00 (b) 
• Índice do custo marginal = 
b
a x 100 = 
00,2
80,0
 x 100 = 40% 
 
Isso significa que 40% do preço de venda é representado pelo custo 
marginal. Subtraindo-se agora 100% do índice do custo marginal, que no caso é 
de 40%, obtêm-se 60%, porcentagem essa que é denominada índice do lucro 
marginal, ou seja: 
Índice do lucro marginal = 100% – 40% = 60% 
 
O índice do lucro marginal significa, em termos percentuais, quanto cada 
unidade vendida ou o total das vendas “contribui” para cobrir o custo estrutural 
fixo e, conforme o nível de venda praticado, proporciona lucro. 
 Outra maneira de se obter o índice do lucro marginal é: 
 
 
 
023 
 
 preço de venda – custo marginal x 100 = lucro marginal x 100 = 
 preço de venda preço de venda 
 
= R$ 2,00 – R$ 0,80 x 100 = R$ 1,20 x 100 = 60% 
 R$ 2,00 R$ 2,00 
 
FINALIZANDO 
Aprendemos o que há de mais importante em custos. Abordamos a origem 
dos custos, quais sãoos componentes dos custos de fabricação e a classificação 
destes: diretos, indiretos, fixos e variáveis. 
Na sequência, estudamos a contabilidade de custos, o ramo da 
contabilidade aplicado às empresas industriais. 
Aprendemos a determinar o custo dos serviços prestados, ou seja, o custo 
nas empresas que prestam serviços. Os serviços a terceiros podem ser prestados 
por pessoas físicas, como ocorre com empresas comerciais e industriais. 
Por último, fizemos a análise do ponto de equilíbrio entre receitas de 
vendas. 
Não deixe de assistir ao vídeo proposto para o enriquecimento do seu 
conhecimento sobre esse importante tema da engenharia econômica. 
 
 
 
024 
REFERÊNCIAS 
ESTÁCIO – CAMPUS BROOKLIN. Disponível em: 
<http://estaciobrooklin.blogspot.com.br>. Acesso em: 21 jul. 2017. 
GOLDBERG, S. Dez anos de Plano Real, Conjuntura econômica, Rio de 
Janeiro, v. 58, n. 3, p. 36-41, mar. 2004. 
MONTELLA, Maura. Micro e macroeconomia: uma abordagem conceitual e 
prática. São Paulo: Atlas, 2009. 
OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ JR., José Hernandez. Contabilidade de 
custos para não contadores. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 
PASSEI DIRETO. Disponível em: <https://www.passeidireto.com>. Acesso em: 21 
jul. 2017. 
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos fácil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 
2009. 
SALVATORE, D. Economia internacional. São Paulo: McGraw Hill, 1978. 
SANTOS, J. Análise de custos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 
SCHIER, C. U. da C. Gestão contábil e de custos. Curitiba: Editora Ibpex, 2005. 
STIGLITZ, J.; WALSH, C. E. Introdução à microeconomia. Rio de Janeiro: 
Campus, 2003. 
TEBCHIRANI, F. R. Princípios de economia: micro e macro. 2. ed. Curitiba: 
Ibpex, 2008. 
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
2002. 
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2004. 
REGO, A da R. CUSTOS DE PRODUÇÃO: ANÁLISE ESSENCIAL NAS 
EMPRESAS. Disponível em: <http://www.unitau.br/enic/trabalhos/MPH0442.pdf>. 
Acesso em: 19 jul. 2017.

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