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Análise do livro _Libertinagem_ - 04_02_2005 - Livros Obrigatórios _ Resumos

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06/06/2019 Análise do livro "Libertinagem" - 04/02/2005 - Livros Obrigatórios | Resumos
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Análise do livro "Libertinagem"
Manuel Bandeira
 
Por Stockler Vestibulares*
Entre os 38 poemas de "Libertinagem", 14 foram escolhidos pelos
professores do Stockler Vestibulares como os mais representativos.
Leia os comentários:
 
1) "Porquinho-da-Índia" - Poema de tom narrativo e memorialista,
destaca a pureza, a inocência de uma criança que dedica todo seu
afeto a um bicho de estimação. O toque de humor fica por conta do
verso final, espécie de conclusão em que se introduz a fala do eu
lírico.
 
2) "Teresa" - Poema-paródia do texto lírico de Castro Alves chamado
"O 'adeus' de Teresa". Antilírico, o poeta revela distância da
idealização, confirmando, na última estrofe, a presença das
transformações seja no plano físico, seja no sentimental.
 
O texto de Castro Alves é uma exaltação à beleza e ao erotismo da
mulher amada, contudo, a última estrofe, acompanhada do tom
grandiloquente do poeta, revela traição:
 
(fragmentos)
 A vez primeira que eu fitei Teresa
 Como as plantas que arrasta a correnteza
 A valsa nos levou nos gritos seus...
 E amamos juntos... E depois na sala
 "Adeus" eu disse-lhe a tremer co'a fala...
 E ela, corando, murmurou-me: "adeus!"
 (...)
 Quando voltei... era o palácio em festa!...
 E a voz d'Ela e de um homem lá na orquestra
 Preenchiam de amor o azul dos céus.
 Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
 Foi a última vez que eu vi Teresa!...
 E ela, arquejando, murmurou-me: "adeus"!
 (Castro Alves)
 
3) "Madrigal tão engraçadinho" - "Madrigal" é uma pequena
composição poética. Esse poema de Bandeira apresenta três versos e
um tema que contraria o anterior: o lirismo amoroso do ponto de
vista de uma criança que exalta o ser amado, porém por meio de uma
comparação inusitada: o porquinho-da-Índia.
 
O grande momento do poema está nessa comparação, porque ela é
sinônimo de sinceridade e alto valor, visto que, para a criança, o
Porquinho-da-Índia marcara sua vida. É uma celebração à vida.
 
4) "A Virgem Maria" - As figuras que aparecem na primeira estrofe
revelam a realidade opressora e a morte se pronunciando. Ansiedade,
ira e hipocrisia compõem o quadro do enterro até que, em oposição à
escuridão e à morte, surge a imagem da Virgem Maria, da qual o
poeta só ouve a voz dizendo-lhe que "fazia sol lá fora". É a vida, a
liberdade. O termo insistentemente foi grafado de forma especial no
poema para enfatizar o seu significado.
 
5) "Oração no Saco de Mangaratiba" - O pedido do poeta a Nossa
Senhora se dá em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, e refere-se à vida.
Enfadado, opõe a morte que o espreita à vida que, apesar de
comprida, lhe parece tão mal cumprida. O poeta ainda tinha pela
frente mais quarenta e dois anos!
 
6) "Poema tirado de uma notícia de jornal" - A morte é o grande
tema. Ela é anunciada. Trata-se de uma notícia de jornal sobre a
morte de mais um favelado. A miséria anônima e irônica (vem do
alto, no morro da Babilônia, como o jardim suspenso da Babilônia)
desce e chega à Lagoa Rodrigo de Freitas (lugar da classe alta no Rio
de Janeiro). O drama e o elemento narrativo unem-se ao ritmo:
versos longos na introdução e no desfecho. Versos curtos, dissílabos,
quando se trata do prazer. 
 
7) "Andorinha" - A vida, simbolizada pelo pássaro, é o exterior, o
mundo, o cotidiano, todas as "coisas" que contrastam com o
sofrimento, a tristeza do poeta que constata: não pôde viver o que
queria, passou a vida à toa e, agora, só a morte o aguarda.
 
8) "Evocação do Recife" - A subjetividade, o memorialismo, a
infância, o folclore e a cultura popular caracterizam esse famoso
poema de Manuel Bandeira.
 
O eu lírico revive cenas do passado, como se fosse menino outra vez.
 
Ao lado das brincadeiras de infância, surgem pessoas com as quais
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06/06/2019 Análise do livro "Libertinagem" - 04/02/2005 - Livros Obrigatórios | Resumos
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conviveu: parentes, vizinhos, amigos. Até os nomes das ruas eram
líricos: Rua da União, do Sol, da Aurora.
 
O poema alude ao erotismo, à força das águas, aos pregões e à
exaltação do falar popular: "(...) língua errada do povo/ Língua certa
do povo".
 
O ataque ao artificialismo linguístico, no tom da primeira geração
modernista, está em: "Ao passo que nós/ O que fazemos/ É
macaquear/ A sintaxe lusíada". Leia-se por nós, pessoas cultas -
escritores, professores, leitores...
 
A morte, tema fundamental em Bandeira, surge nas últimas estrofes,
reforçando que a cidade de Recife de seu passado fora-se como seu
avô, restou-lhe apenas a memória.
 
9) "Não sei dançar" - Poema que abre o livro Libertinagem e traz
elementos típicos da primeira geração modernista: os versos livres e
brancos, aproximação do surrealismo, referência ao carnaval e à
mistura de raças, às doenças "tropicais" e à crítica irônica à
indiferença. Observe o título e a relação com os animados seres dos
bailes. O poeta não sabe e não quer ser como eles! Porém, os
prazeres escapistas acenam para o poeta.
 
10) "Pneumotórax" - Refere-se à doença de Manuel Bandeira - a
tuberculose. A morte, novamente em evidência, é tratada em tom
jocoso da primeira geração modernista: humor negro,
coloquialismos, autoironia, além da técnica de marcação teatral com
o emprego do diálogo.
 
Repare na linha pontilhada que quebra a narrativa dialogada,
remetendo-nos também a uma quebra na respiração, e no verso 2 -
célebre.
 
11) "Irene no Céu" - Embora o poema refira-se à imagem de uma
pessoa querida pelo poeta, presente em sua infância, Irene representa
também a mulher escrava, submissa, inferiorizada. O poeta
sutilmente opõe branco e negro na segunda estrofe, onde Irene pede
licença a São Pedro, chamando-o de meu branco. 
 
Há ainda a exaltação à linguagem coloquial. A fala de São Pedro
ordena: "- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença". Na
linguagem normativa, o correto seria conservar o tu ou empregar o
verbo na 3ª pessoa do singular. Assim, teríamos: 
 - Entra, Irene. Tu não precisas pedir licença 
 - Entre, Irene. Você não precisa pedir licença 
 
12) "Vou-me Embora Pra Pasárgada" - Nesse poema, Bandeira busca
a utopia, a evasão, o lugar onde possa realizar-se, onde fuja da morte
(Quando de noite me der / vontade de me matar), onde se mesclem
os elementos reais e o nonsense, onde a doença não será empecilho
porque simplesmente não existirá, onde a infância será revivida e oshomens e mulheres que participaram de sua vida, presentes,
representados por Rosa.
 
O coloquialismo, os versos em redondilha maior e a repetição do
verso "Vou-me Embora Pra Pasárgada" remetem-nos à poesia
popular.
 
O termo Pasárgada ocorreu ao poeta num momento de desânimo
devido à doença. Ouvira no colégio algo sobre uma civilização ideal,
antiga, fundada por Ciro, na Pérsia.
 
13) "Poema de Finados" - A morte a autocomiseração. Na primeira
estrofe, o poeta dirige-se a um interlocutor - tu -, refere-se a
cemitério e à sepultura do pai; na segunda, ao ritual de se colocar
flores na sepultura e orar, porém alerta que o filho é quem necessita
de oração. Na terceira estrofe, a explicação: o sofrimento, a
amargura, já não há mais nada. Sente-se um morto vivo.
 
14) "Poética" - Espécie de plataforma teórica da poesia modernista,
"Poética" é um texto de propostas e críticas. Propostas modernistas e
críticas ao tradicionalismo, representado pela estética parnasiana.
 
São sete estrofes, sendo que a 1ª, 2ª, 4ª e 5ª criticam o formalismo, a
burocracia e a falta de espontaneidade dos poetas parnasianos. Já a
3ª, 6ª e 7ª propõem a liberdade de expressão, a autenticidade,
rompendo com o parnasiano tanto no plano do significante quanto do
significado. 
 
Trata-se, portanto, de um poema metalinguístico.
 
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*O Stockler Vestibulares foi fundado em 1984, em São Paulo
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