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Camila Macedo – 8o período – Medicina 1 Técnica Cirúrgica – Prática Médica VI Professores: Matthews e Daniel Camila Macedo Queimaduras Definição: qualquer lesão decorrente de um trauma térmico, elétrico, químico ou radioativo. Cada vez mais são criados centros especializados nesse tipo de lesão, o que vem reduzindo a mortalidade dos pacientes queimados e padronizando o atendimento inicial desses doentes. O que determina o prognostico de uma queimadura? Superfície corporal acometida. Profundidade da lesão. Localização da lesão. Doenças crônicas associadas. Idade do paciente (mais grave nos extremos). Atendimento inicial ao queimado: Afastar o paciente da cena: o socorrista nunca pode realizar um atendimento onde pode se expor ao risco do fogo. Primeira regra = esquecer queimadura —> partir para o ABCDE. a) Airway: intubação se: • Nível de consciência estiver reduzido = GLASGOW <8. • Queimaduras de face e pescoço (cuidado com edema de VAS). • Indivíduos muito graves. b) Breathing: • Lesão térmica de VAS. • Acometimento de VAI pela inalação da fumaça —> sibilos expiratórios, rouquidão, produção de muco e escarro escuro, nível elevado de carboxihemoglobina. • Envolvimento pulmonar pode levar a insuficiência respiratória (redução da PF e saturação de O2). • Queimaduras de espessura total circulares (restrição física à expansão) - solução: escarotomia. c) Circulation: • Superfície corporal queimada >20% = produção intensa de citocinas e resposta inflamatória importante, levando aumento da permeabilidade capilar e perda de fluidos para o terceiro espaço - redução do DC. • Reposição imediata com cristalóides (RL ou SF 0,9%) = peso x SCQ/8. • Punção periférica podendo ser na área queimada. Se não houver possibilidade de pegar veia periférica, podemos fazer acesso intra-ósseo em crianças <12 anos e, se for adulto, podemos lançar mão de dissecção venosa. • Cateter vesical (DU deve ser >0,5ml/kg/h). Outras medidas: Imunização anti-tetânica. • Paciente tem historia de vacina anti-tetânica <5 anos = fazemos somente 1 dose de reforço. • Paciente tem historia de vacina anti-tetânica >5 anos e < 10 anos = fazemos 1 dose no atendimento e encaminha o paciente para fazer as outras 2 doses no posto de saúde. • Paciente não tem conhecimento da sua historia de imunização = imunoglobulina anti-tetânica. Descompressão gástrica (pode ocorrer íleo paralítico por catecolaminas e opioides endógenos). Controle da dor. Indicação de internação em CTQ: Queimadura de 3o grau >10% de SCQ. >20% de SCQ em adultos. 2o grau >10% de SCQ em crianças. Queimaduras de mãos, pés, genitália, grandes articulações, períneo ou face. Queimaduras química ou elétrica. Queimaduras de vias aéreas. Queimaduras circunferenciais. Queimaduras em pacientes com doenças preexistentes. Associação de traumatismos e queimaduras nos quais estas apresentem um risco imediato de maior de morbimortalidade. Camila Macedo – 8o período – Medicina 2 Avaliação da área queimada: REGRA DOS 9 (Método de Wallace). Avaliação da profundidade da queimadura: Usamos como base as estruturas da pele: epiderme + derme. 1o grau = queimadura limitada a epiderme. Sem bolhas e sem lesão de anexos cutâneos (folículo piloso, glândulas sebáceas), porem apresenta eritema e dor moderada. Não deixa cicatriz. Ex: exposição solar. 2o grau superficial = queimadura que atinge a derme (principalmente a camada papilar da derme), sendo muito dolorosa. Tem a superfície rosada, úmida e com bolhas, as quais podem aparecer entre 12-24 horas. Raras cicatrizes. 2o grau profunda = compromete a camada reticular da derme. Tem a superfície seca com coloração rosa pálido, dor de moderada a intensa. Cicatrizes inestéticas, podendo ser hipertrófica (negros e crianças). 3o grau ou de espessura total = compromete toda a espessura da pele (epiderme e derme). Tem coloração vermelho- amarelada, muitas vezes acastanhado, pálido ou chamuscado, com visualização de vasos coagulados. Textura firme, semelhante a couro. 4o grau = queimadura da pele associada a outras estruturas, como músculo ou osso. Ex: queimadura elétrica. 1o grau 2o grau superficial 2o grau profunda 3o grau Síndrome compartimental: O edema que ocorre pela vasodilatação contra a pele rígida pela queimadura causa um aumento de pressão dentro daquele compartimento e promove isquemia distal do membro com acometimento dos nervos e vasos locais. Resposta endócrina metabólica e humoral: Hipermetabolismo: pode aumentar 200% (taxa metabólica basal), aumento das necessidades energéticas. Dieta hipercalórica e hiperproteína. Resposta Imune: aumento TNF-α, Il-1 e Il-6. Il-1 e Il-6 àquimiotáxico para neutrófilos. Il-6 estimula liberação de ptns de fase aguda. Il-2 ↓ (déficit transitório da imunidade celular). ↓ imunidade humoral - ↓ IgG. 1 e 5 anos 9% 1 ano = 14% 5 anos = 16% 1 ano = 18 % 5 anos = 14% 1 % A principal causa de morte do queimado consiste em choque hipovolêmico causando insuficiência renal aguda. Por isso, na ressuscitação volêmica é tão essencial no tratamento desses pacientes. Camila Macedo – 8o período – Medicina 3 Ressuscitação volêmica: Fórmula Solução eletrolítica Colóide (equivalente ao plasma) Solução Glicosada 5% Solução eletrolítica Colóide (equivalente ao plasma) Solução Glicosada 5% Brooke RL 1,5ml/kg/ SCQ 0,5ml/kg/SCQ 2000ml 50 a 75% do 1º dia 50 a 75% do 1º dia 2000ml Parkland RL 4,0ml/kg/ SCQ 20 a 60% volume plasmático calculado Conforme necessário p/ manter DU Brooke modifica do RL 2,0ml/kg/ SCQ 0,3-0,5 ml/kg/SCQ Conforme necessário p/ manter DU Galvesto ne RL 5000ml/m2 de SCQ + 1500ml/m2 SCT Conforme necessário p/ manter DU A que usamos hoje em dia é a formula de Parkland e Brooke Modificado = primeiras 24hrs: 50% em 8h e 50% nas 16hrs restantes. Coloide nas primeiras 24hrs é desnecessário porque há perda de grandes moléculas para o terceiro espaço. Em casos de pacientes graves onde existe edema pulmonar envolvido, podemos usar solução salina hipertônico. Cuidados com idosos e crianças. Ajustar em caso de queimaduras elétricas, por inalação e crianças >2anos (nestes, hidratação vigorosa se faz necessário). DU em crianças de 1,0ml/kg/h, adultos 0,5 ml/kg/h ou 50ml/h. Queimaduras elétricas DU = 1,0 a 1,5ml/kg/h (devido a rabdomiólise). Cuidado com as feridas: A base do tratamento da queimadura é o curativo diário com uso de antibiótico tópico. Os mais utilizados são: sulfadiazina de prata, acetato de mafenide, nitrato de prata e mupirocina. Além disso, a retirada precoce do tecido desvitalizado é fundamental para o controle da proliferação bacteriana. Avaliação, tratamento e reabilitação. Degradamento cirúrgico e limpeza vigorosa das lesões com curativo oclusivo. Queimaduras de 2o grau e maior = curativos diários com ATB tópicos (sulfadiazina de prata 1% é o mais usado). Mafedina = G- (pp Pseudomonas spp.). Feridas infectadas e com tecidos necróticos. Causa dor na aplicação e ac. metabólica (inibição da anidrase carbônica). Sulfadiazina= sem dor a aplicação e não tem alteração hidroeletrolítica. Pode causar neutropenia, geralmente reversível. Sem efeito p/ Pseudomonas aeruginosa e Enterococos spp. Associado ao nitrato de Cério a 2,2% aumenta ação bactericida e resp. imunológica. Nitrato de Prata= boa ação bactericida, indolor, porém tem baixa penetração na ferida e determina importantes alterações hidroeletrolíticas (perda de NA+, K+ e Cl- pela ferida). Feridas de 2º em diante podem receber curativo biológico ou sintéticoenquanto espera cicatrização. Aplicados até 24h. Biológicos: aloenxerto (pele de cadáver) e xenoenxertos (pele de porco). Sintético: silicone + colágeno, podendo ter fatores de crescimento. 2º profundas e as de espessura total são tratadas com excisão da área lesionada e auto-enxerto, se possível. Preferível na primeira semana, com o paciente estabilizado. Complicações: Infecção e sepse são as principais complicações e causas de morte, sendo a infecção respiratória a fonte mais comum. Administramos antibiótico somente tópico, pois sistêmico poderia causas resistência. Débito urinário é padrão ouro a ser usado como parâmetro do prognostico do paciente. A hidratação deve ser feita em adultos com SCQ > 20% e crianças com SCQ > 15%, e o volume a ser infundido é calculado através da fórmula de Parkland: VOLUME = 4ml X PESO (Kg) X SCQ. Metade do volume deve ser administrado nas primeiras 8 horas e o restante nas 16 horas seguintes. O melhor método de avaliação da hidratação é através do débito urinário, que deve ficar acima de 30ml/h e acima de 70ml/h na queimadura elétrica. Camila Macedo – 8o período – Medicina 4 Queimadura elétrica 3-5% das internações por queimaduras. Ponta do iceberg (maior resistência da pele à corrente elétrica, lesões geralmente de entrada e saída). Geralmente a corrente entra pelas extremidades superiores e sai onde há o aterramento (pés). ABCDE (cuidado com fibrilação e outras arritmias). Se houver lesão muscular intensa = cuidado com rabdomiólise e insuficiência renal aguda. Queimadura química Lesão progressiva e continua, ate que seja retirado ou inativada a substancia lesiva. Lavagem imediata com agua gelada ou SF. Atuam por oxidação, corrosão, saponificação ou dessecação dos tecidos. Gravidade determinada pelo agente químico, concentração do agente e tempo de contato. ABCDE não = tratamento da ferida é primordial. Bases apresentam queimaduras mais graves que os ácidos (maior penetração nos tecidos). Geralmente a ferida se encontra entre 2-3o grau. Retirar vestimentas e irrigação vigorosa. Substancias inativadoras não são benéficas pois nessa reação é liberado calor, podendo causar uma queimadura térmica. Queimadura radioativa Permanentes e progressivas. Severo comprometimento vascular em nível tecidual. Aparecimento tardio de lesões malignas do tipo espinocelular. Politrauma: Avaliação e Atendimento Inicial Avaliação inicial: Esse fluxograma é padrão, porém, em certos casos cirúrgicos, por exemplo, os pacientes podem do exame primário ir direto para o tratamento definitivo. O exame primário e a reanimação das funções vitais são feitos simultaneamente em um trabalho de equipe. Como facilitar a transição do ambiente pré-hospitalar? É necessário haver uma comunicação entre os hospitais mais próximos para avaliar a disponibilidade de vaga para o paciente (nem sempre o mais próximo vai ser o mais apropriado para o caso do paciente). Além disso, é importante a presença de diretrizes e protocolos de transporte, direção medica online, mobilização de recursos e revisão periódica do atendimento. Triagem: classificação dos pacientes com ABCDEs e recursos disponíveis. Acidentes de múltiplas vitimas x desastre = a diferença entre eles consiste na disponibilidade de recursos para o atendimento dos pacientes (não tem a ver com o numero de pacientes, apesar de um numero maior de indivíduos acometidos ter maior chance de indisponibilidade de recursos). Além disso, a classificação do evento em desastre ou acidente com múltiplas vitimas Exame primário --> reanimação --> reavaliação --> exame secundário detalhado --> reavaliação --> tratamento definitivo. Exame primário: A: airway = vias aéreas com proteção cervical. B: breathing = respiração. C: circulation = contenção de hemorragia. D: desability = incapacidade/estado neurológico. E: exposure = exposição/controle do ambiente. Camila Macedo – 8o período – Medicina 5 Forma rápida e simples de avaliar o paciente em 10 segundos? Identifique-se e pergunte o nome e o que aconteceu. Se a resposta for apropriada, confirma que o A, B, C e D estão normais, pois as vias aéreas estão prévias, a reserva ventilatória está suficiente e o sensório está normal. Se não houver resposta, partimos para o exame primário: A) Permeabilidade das vias aéreas - sempre proteger a coluna cervical com colar. Ciladas? Falha do equipamento (ex: sem luz bom laringoscópio). Impossibilidade de entubar (se não estiver disponível um kit de entubação difícil, optar por cricostomia por punção ou traqueostomia. A crico é preferível pois é mais rápida e não exige um cirurgião). Lesão oculta de via aérea. Obstrução progressiva de vias aéreas (queimadura de via aérea causa intenso edema da região. Atenção para rouquidão, escarro de cor escura, pelos da sobrancelha e nariz queimados). B) Avaliar e garantir ventilação e oxigenação adequadas. Ciladas? Diferenciar um problema de vias aéreas x problema de ventilação. Pneumotórax / pneumotórax hipertensivo iatrogênico (diferença entre eles: o hipertensivo causa desvio de traqueia, hipotensão, turgência de jugular. Além disso, no hipertensivo o MV vai estar totalmente abolido). Hemotorax geralmente acompanha os casos de pneumotórax, principalmente se for por lesão costal. Na clinica, pode haver macicez pela presença de sangue na cavidade torácica. C) Circulação: controle de hemorragia a partir de compressão da área + acesso periférico na fossa cubital em ambos MMII com gelco 14 (o mais calibroso possível) + cateter vesical. O gelco calibroso promove maior velocidade do volume corrente: 1000ml de ringer lactato aquecido a 37o em cada braço para evitar hipotermia. O melhor parâmetro para avaliar se o paciente respondeu a reposição volêmica é a diurese. Toda mulher em idade fértil que chega no centro de trauma precisa ter o B-HCG colhido junto do hemograma completo e tipo sanguíneo. Ciladas? Idosos: muitos medicamentos podem mascarar sintomas importantes. Crianças: certas faixas etárias têm FC e FR especificas. Atletas: demoram para manifestar alguns sinais e sintomas. Medicamentos (atenção para anticoagulantes!). D) Incapacidade e estado neurológico: Escala de Coma de Glasgow ou AVDI (alerta, resposta a estimulo verbal, resposta a estimulo doloroso, inconsciente) + avaliação da reação pupilar. Ficar atento a possível piora neurológica. Indicações de veia profunda: • Falha de acesso periférico. • Aminas vasoativas. • Nutrição parenteral prolongada. • Medicações. • Hemodiálise. Preferência do sitio na punção no trauma: femoral = é o local de mais fácil acesso no atendimento do traumatizado. Depois que for para o CTI, troca o sitio para evitar infecção. Camila Macedo – 8o período – Medicina 6 E) Exposição/controle do ambiente: tirar toda roupa do paciente e prevenir a hipotermia. Reanimação: Proteger e garantir a permeabilidade das vias aéreas. Ventilar e oxigenar. Parar o sangramento. Tratar agressivamente o choque. Proteger da hipotermia. Procedimentos diagnósticos: RX de tórax em AP. RX de cervical AP e perfil. RX de bacia AP (atenção para open book de bacia - espaço aberto entre a sínfise púbica, sangra muito). Obs: raramente realizamos TC no trauma, somente se o paciente estiver estável. Obs: fratura de colo de fêmur: rotação externa da perna + membro encurtado. Lavado peritoneal diagnostico (LPD): paciente teve trauma abdominal fechado e temos duvida se está sangrando (principalmente em pacientes inconscientes, pois os acordados sentiriam dor com sangue no peritônio), realizamos o exame. Sonda na região infra-umbilical e direcionada para pelve. Ultrassonografia (FAST): avaliao pericárdio, espaço de Morrison (entre o fígado e o rim), espaço esplenorrenal e pelve. São locais que tendem a acumular liquido. Casos de LPD e FAST negativos porem o paciente continua hipotenso: pensar em sangramento no retroperitôneo. Exame secundário: É indicado após o exame primário, reavaliação do ABCDE e normalização das funções vitais. Componentes: Historia. Exame físico da cabeça aos pés. Tubos e dedos em todos os orifícios. Exame neurológico completo. Procedimentos diagnósticos especiais. Reavaliação. O raio X de tórax no trauma é avaliado na seguinte forma: A: vias aéreas = alinhamento da traqueia. B: trama vascular. C: área cardíaca + seios cardiofrênicos. D: cúpulas diafragmaticas. E: esqueleto = contar as costelas (pelo menos 9 para estar bem expandido). Na historia, é importante usarmos o AMPLA: Alergia medicamentosa Medicamentos usados no cotidiano (atenção para anticoagulantes) Passado pregresso (doenças, gravidez). Líquidos e alimentos ingeridos pela ultima vez. Ambiente e eventos relacionados ao trauma. A historia é importante pois facilita na compreensão do mecanismo da lesão. Medidas auxiliares ao exame primário: Aferição de sinais vitais. ECG Avaliação do débito urinário Gasometria Oximetria de pulso e detector de CO2 (caso haja TOT). Sonda gástrica e vesical, se não houver contraindicação (trauma de face: se passar a sonda gástrica, ela vai ser direcionada cranialmente; sangramentos na região da uretra, equimose no períneo e não esvaziamento da bexiga por lesão de uretral: impossibilita a passagem de sonda vesical). Camila Macedo – 8o período – Medicina 7 Cabeça: Glasgow Exame neurológico dos pares cranianos Exame completo dos olhos e ouvidos (atenção para sangramentos e secreções). * Sinal do Guaxinim: equimose peri-orbitária que indica lesão de base de crânio. * Sinal de Battle: equimose na região mastoídea que indica lesão de base de crânio. Coluna cervical: Palpação e avaliar presença de dor. Exame completo motor e sensitivo. Exame de imagem (primeiro a fazer é o RX, se precisar, depois fazemos uma TC e posteriormente e se necessário, fazemos uma RNM). Pescoço (partes moles): Fechado x penetrante. Sintomas: obstrução de vias aéreas, rouquidão. Achados: crepitação, hematoma, estridor, frêmito, sopro. Atenção para sinais e sintomas tardios. *Primeiro órgão abdominal acometido no trauma abdominal fechado: baço > fígado. *Primeiro órgão abdominal acometido no trauma abdominal aberto: delgado > fígado. Períneo: avaliar se existe contusões, hematomas, lacerações, sangramento uretral. Reto: avaliar tônus do esfíncter, próstata alta e flutuante, fratura de bacia, integridade da parede do reto, sangue. Vagina: avaliação se há sangramentos ou lacerações. *Atenção para lesão de uretra na mulher e gravidez. Músculo esquelético (extremidades): Contusão, deformidades. Dor. Perfusão. Situação neurovascular distal. Radiografias indicadas de acordo com o grau de acometimento do membro. Problema de fratura músculo-esquelética: sangramentos intensos. Atenção para lesão de partes moles ou de ligamentos (difícil diagnostico se o paciente estiver inconsciente). Atenção para síndrome compartimental: consiste em sangramento ou edema dentro do compartimento articular, fazendo com que o aumento da pressão local causada pelo liquido acumulado reduza o fluxo sanguíneo, promovendo isquemia e lesão de nervos. Neurológico: Glasgow. Sinais de lateralização Reavaliação frequente. Prevenir lesão cerebral secundária. Sempre pedir opinião de um neurocirurgião. Como minimizar a ocorrência de lesões não percebidas? Alto índice de suspeita. Reavaliação frequente e monitorização. Tratamento: Alivio da dor: tramal, morfina. Via intravenosa. Monitorização adequada. Que pacientes devem ser transferidos? Os que tem lesões que não podem ser tratadas no hospital local, como lesões complexas ou em vários sintomas. Fazemos a transferência logo que possível após completar as medidas de estabilização. Tórax: Inspeção Palpação Percussão Ausculta Abdome: Inspeção Ausculta Palpação Percussão Reavaliação Procedimentos especiais. Músculo esquelético (bacia): Dor a palpação. Disfunção da sínfise púbica. Assimetria no tamanho das pernas. Avaliar a presença de instabilidade. Radiografias indicadas de acordo com o grau de acometimento. Para coluna e medula: Exame motor e sensitivo completos. Estudo radiológico conforme indicado Camila Macedo – 8o período – Medicina 8 Bases e Distúrbios da Cicatrização Ferida: Lesão do tecido em decorrência de trauma mecânico, físico ou térmico ou que se desenvolva a partir de uma condição patológica ou fisiológica Cicatrização: processo que visa limitar o dano tecidual e permitir o restabelecimento da integridade e função dos tecidos afetados. Importante salientar que não há retorno ao estado prévio, uma vez que há deposição de tecido conjuntivo especifico, não havendo regeneração tecidual (formação de tecido idêntico ao lesado). A cicatrização de feridas cirúrgicas é um fenômeno antinatural, porque o organismo está preparado para a cicatrização por segunda intenção. Classificação da cicatrização: Aguda: quando ocorre de forma ordenada em tempo hábil, preservando o estado anatômico e funcional. Crônica: quando não ocorre de forma ordenada, geralmente estacionando na fase inflamatória, o que impede sua resolução e a restauração da integridade funcional (ex: ulceras de pressão e venosas). Fases da cicatrização: a) Fase precoce: hemostasia + inflamação. b) Fase intermediaria: proliferação (neoangiogênese e formação de tecido de granulação, epitelização, síntese de matriz extracelular) + contração de ferida c) Fase final: maturação do colágeno. a.1) O primeiro mecanismo é a hemostasia: Inicia o processo de cicatrização. Resposta neural a injuria = sinal inicializador de cicatrização. Estabilização da ferida. Plaquetas: interrompem o sangramento e estimulam resposta imune (cascata de complemento e das cininas). Secreção de histamina: aumento da permeabilidade capilar e maior chegada de células inflamatórias. Retração das bordas dos vasos. Tampão nas extremidades dos vasos (coágulo) que, em seguida forma malha de fibrina e permite a adesão de plaquetas. Nessa etapa temos a migração de macrófago e outras células inflamatórias. a.2) Inflamação: Após 24 horas da lesão inicial, neutrófilo, monólitos e macrófago se apresentam no local da lesão para promoverem o controle do crescimento bacteriano e remoção do tecido necrótico. Hiperemia, calor, dor e edema são os sinais característi os dessa fase, que dura cerca de 4-5 dias. *O aumento da circulação sanguínea capilar estimula e do suporte ao crescimento epitelial. *Macrófago é a célula dominante na fase inflamatória, sendo responsável por estimular a angiogenese e a fibroblastos, assim como secretar substancias. b.1) Proliferação Granulação: formação de novos capilares que irão estimular o crescimento e fornecer nutrientes ao tecido neoformado. O tecido de granulação caracteriza-se por sua aparência esponjosa, vermelho-vivo, com sangramento fácil ao toque. Como ocorre? Celulas endoteliais que ficaram na borda da lesão começam a sofrer mitose, promovendo a formação de novos vasos (sólidos e sem luz). Quando chegam ao centro da ferida, começam a ter luz e promovem aporte sanguíneo, os quais promovem chegada de células inflamatórias responsáveis por produzir sunstâncias e estimular a malha de fibrina. Epitelização: formação de uma camada epitelial que veda e protege a ferida de baterias e perda de liquido. É essencial um macroambiente adequado paraestimular o crescimento dessa camada. Ela é muito frágil que pode ser facilmente destruída por irrigação vigorosa ou impeça impetuosa da area. Como ocorre? Esse processo tambem ocorre pelas celulas remanescentes na borda da ferida que estimulam celulas migratórias ativas + produção local de fatores de crescimento. Síntese de matriz: o colágeno é responsável por fornecer uma matriz de suporte para o crescimento do novo tecido, sendo também responsável por sua força. O colágeno depende de oxigênio, ferro, vitamina C, zinco, magnésio e outras proteínas para ser composto de forma ideal. O colágeno tipo I: 80% de todo o colágeno (melhor força tensil). Obs: os fibroblastos, depois de um certo tempo, vão desenvolver características contráteis (miofibroblastos), facilitando a contração da ferida e auxiliando no processo de cicatrização. c) Resolução e remodelamento: Estágio final da cicatrização da ferida. Ocorre a síntese e degradação do colágeno + remodelamento da cicatriz, onde existe reducao da concentração de colágeno, destruição do colágeno e redução do estimulo a sua síntese. Camila Macedo – 8o período – Medicina 9 Inicia-se cerca de 21 dias após o trauma e continua ate 2 anos. A síntese de colágeno continua independente do fechamento superficial da ferida e aumenta a força tensil da ferida. A força tensil da cicatriz é de cerca de 80% do tecido original. Mecanismo de cicatrização: 1) Mecanismo de primeira intensão consiste na aproximação das bordas da ferida por meio de sutura, curativos, grampos, cola cirúrgica, dentre outros, o que auxilia no processo de cicatrização. 2) Mecanismo de segunda intensão consiste na permissão do organismo fechar a ferida sozinho. 3) Mecanismo de terceira intensão consiste no fechamento tardio (primário retardado), ou seja, mantemos abertas inicialmente para o tratamento e depois são fechadas. Enxerto x retalho: a nutrição vascular do retalho vai depender do seu local de origem; o enxerto depende da vascularização da área receptora. Reparo e formação da cicatriz Normalmente ocorre da seguinte maneira: 6-12 semanas - cicatriz rósea (ferida imatura) 12-15 meses - remodelamento Cicatriz madura - macia, branca, plana Queloide x cicatriz hipertrofica: A cicatriz hipertrófica permanece no local de lesão e pode aparecer em qualquer lugar do corpo, enquanto que o queloide tende a sair da margem da lesão e costumam aparecer acima da linha das clavicular, nos MMSS e face. Ambos resultam de um processo anormal de cicatrização, caracterizado por um excessivo depósito de colágeno. Geralmente a cicatriz hipertrofica mantem a forma do corte original, enquanto que queloide deforma o formato original do corte. Negros e asiáticos (ou indíviduos com coloração de pele mais pigmentada). A cicatriz hipertrófica se mantém nos limites da ferida e podem regredir com o tempo, o quelóide se extende além da cicatriz e comumente não regride. A cicatriz quelóide geralmente ocorre acima da linha das clavículas, nos MMSS e face, já a CH ocorre em qualquer local do corpo. Trata-se com excisão cirúrgica quando a aparência for inestética ou houver alteração da função de um segmento afetado, porém há alta taxa de recorrência. Triancinolona intralesional tem sido usado com sucesso para lesões ainda pequenas. Obtem-se amolecimento da cicatriz, e melhora do prurido. Reparo e formação da cicatriz Cicatriz viciosa Cicatriz atrófica Cicatriz hipertrófica Quelóide Retração Denervação da ferida Infecções: causa mais comum de atraso na cicatrização. A fase inflamatória se prolonga, interfere na epitelização, contração e deposição de colágeno. Tecido necrótico Isquemia (DM, vasculopatias, DPOC, obesos): o processo cicatricial tem atividade sintética intensa, necessitando de aporte adequado de O2. São necessários 3 fatores essenciais: volemia adequada, quantidade adequada de hemoglobina e conteúdo de O2 no sangue em valores satisfatórios. Abordagem inadequada da ferida Dissecção da ferida Escolha inadequada do curativo Aplicação inadequada do curativo Mal-uso de agentes tópicos Desnutrição protéico-calórica: o catabolismo do desnutrido dificulta e retarda a cicatrização. O catabolismo é exarcebado com o processo cicatricial, piorando o estado de desnutrição. Albumina <2,0g/dL eleva a chance de descências. Carência de oligoelementos Vitamina C: afeta a síntese de colágeno. Vitamina A: menor ativação de monócitos, e alteração de receptores de várias citocinas (TGF-β). Vitamina B Fatores deletérios: Idade avançada Redução do turnover das células epidérmicas Aumento da fragilidade capilar e redução da vascularização Redução do fluxo de oxigênio para a área lesada Alteração do estado nutricional e grau de hidratação Redução da resposta imune Redução da massa da derme e subcutâneo Camila Macedo – 8o período – Medicina 10 Vitamina E Zinco Ferro Drogas e tratamentos: interferem em todas as fases da cicatrização. ↓ síntese de colágeno, ↓ proliferação celular. A quimioterapia deve ser evitada, no mínimo de 5 a 7 dias de pós-operatório. Quimioterápicos Glicocorticóides Irradiação Limpeza da ferida Água e sabão Remoção de escaras e tecido necrótico nas feridas abertas Desbridamento enzimático Desbridamento químico Desbridamento mecânico Hidroterapia Autólise Qual curativo? Curativo seco Curativo úmido Procedimentos 1) Intubação OroTraqueal 1) Elevar levemente a cabeça (10 cm aproximadamente) para alinhar a região oral, orofaríngeo e laríngea (só realizar essa manobra se não houver contraindicação - trauma). 2) Dedo médio da mão direita abre a via aérea, podendo o dedão da mão esquerda auxiliar. 3) Laringoscópio na mão esquerda. A laringoscopia direta, que é a realizada com a utilização do laringoscópio, busca elevar a base da língua e a epiglote, permitindo a visualização de toda a via aérea, desde a boca até a glote. 4) Entrar na lateral esquerda da língua, imputando-a para o lado direito do paciente (esquerdo do examinador). 5) O laringoscópio curvo é posicionado na valécula; O laringoscópio reto segura toda a epiglote. 6) Expor, então, a glote. Isso é obtido com a tração do laringoscópio para cima e para frente (ou no sentido do cabo do laringoscópio). Deve-se evitar SEMPRE o movimento de alavanca ou báscula, pelo risco de lesão dentária 7) Com a mão direita, é introduzido o tubo. Pegar a COT com a mão direita e inserí-la na via aérea lateralmente. Isso evita que o tubo obstrua a sua visão da glote, permitindo acompanhar a introdução do mesmo dentro da traqueia e evitando a lesão das pregas vocais 8) Avançar o COT até que a margem proximal do balotene ultrapasse as pregas vocais. Isso evita a lesão das mesmas durante a insuflação do balonete. Próximo a esta região, é comum as COTs apresentarem uma linha transversal na cor preta indicando o adequado posicionamento da mesma Curativos Técnica de limpeza Limpeza com solução fisiológica Limpeza mecânica Uso de anti-sépticos Anti-sepsia com PVPI tópico Anti-sepsia com clorexidina Curativos Desitina Óxido de zinco Curativos de copolímeros Alginatos Oxigenoterapia hiperbárica Hidrogel Hidrocolóide Curativo semi-permeável Camila Macedo – 8o período – Medicina 11 9) Sem retirar a mão da COT, insuflar o balonete com a menor quantidade de ar necessária para se evitar o vazamento do ar durante a ventilação pulmonar. Em geral, a tensão do balonete externo de controle reflete a tensão que está sendo aplicada na parede da traqueia, devendo-se evitar tensões elevadas. 10) Conectar a bolsa-válvula (Ambu), ainda sem soltar a COT, promover a ventilação e checar o posicionamento da cânula. Se você viu a passagem do tubo entre aspregas vocais, você deve auscultar a presença de murmúrio vesicular em ambos os ápices pulmonares que devem ser pesquisados na porção superior e lateral dos dois hemitórax, logo abaixo das axilas e nas porções superiores e anteriores de ambos os hemitórax. Se a intubação ocorreu “às cegas” (sem a visualização da passagem da COT) você deve começar a ausculta pelo epigástrio, para afastar a possibilidade de intubação esofágica 11) Promover adequada fixação da COT 12) Solicitar RX de controle quando disponível 2) Drenagem de tórax 1) Colocar soro ou água destilada no frasco da drenagem para confecção do selo d’água. 2) Antissepsia e colocação de campos estéreis. 3) Botão anestésico/ anestesia por planos no local da drenagem. 4) Medir e marcar o dreno. 5) Incisão na pele de aproximadamente 1,5 cm no 5o EIC linha axilar média. 6) Divulsão dos planos até penetrar a pleura. 7) Introdução do dedo indicador no orifício pleural. 8) Introdução do dreno (póstero-superiormente) até a marca, mantendo ele clampeado. 9) Fixação do dreno com ponto em U e finalização com bailarina. 10) Conectar dreno ao sistema fechado e soltar o clampeamento. 11) Fixação do dreno à parede torácica com curativo. 12) Solicitação do raio-X. 3) Cricotireoidostomia 1) Se possível: colocação de coxim sob os ombros para maximizar a exposição do pescoço e assepsia da região anterior do pescoço e anestesia da pele. 2) Identificar a membrana cricotireóidea. 3) Imobilizar a laringe usando o polegar e o dedo médio enquanto que o indicador palpa a membrana cricotireóidea. 4) Fazer incisão vertical na pele e palpar a cartilagem e incisão horizontal na membrana cricotireóidea próxima à sua borda inferior. 5) Dilatar verticalmente a incisão com uma pinça Kelly ou com o cabo do bisturi. 6) Inserir a cânula de cricotireoidostomia, de traqueostomia infantil ou mesmo um TT de calibre pequeno. 7) Insuflar o balonete e confirmar intubação (CO2 expirado). Camila Macedo – 8o período – Medicina 12 4) Traqueostomia Indicações: 1. Obstrução de vias aéreas superiores: Anomalias congênitas; Corpo estranho em VAS; Trauma cervical; Neoplasias; Paralisia bilateral de cordas vocais; 2. Intubação orotraqueal prolongada; 3. Edema devido a queimaduras, infecções ou anafilaxia; 4. Tempo prévio ou complementar a outras cirurgias bucofaringolaringológicas. 5. Facilitar a aspiração das secreções das vias respiratórias baixas; Passo a passo: 1) O paciente é posicionado em decúbito dorsal com um coxim abaixo dos ombros para hiperextender o pescoço e tracionar a traqueia do tórax. 2) Os pontos de referência anatômicos são palpados (cartilagens tireóide e cricóide e fúrcula esternal), realizando-se infiltração local com lidocaína 2% associada à adrenalina 1:200.000, com objetivo de vasoconstricção. 3) Então é realizada a incisão horizontal da pele na metade da distância entre a proeminência laríngea e a fúrcula esternal. 4) Faz-se a dissecção do tecido celular subcutâneo e das estruturas pré-tireoidianas no sentido vertical, afasta-se a musculatura infrahióidea lateralmente procurando permanecer sempre na linha média, o que evita maiores sangramentos e lesão de estruturas paratraqueais, ao mesmo tempo em que se faz a hemostasia, evitando a lesão ou fazendo a ligadura das veias jugulares anteriores. 5) Antes da incisão dos anéis traqueais, deve-se checar a integridade do cuff da cânula de traqueotomia. 6) Após a abertura da traqueia, deve-se inserir rapidamente a cânula lubrificada, após a visualização da ponta da cânula orotraqueal, evitando inseri-Ia com a ponta virada para baixo, pelo risco de desenvolvimento de falso trajeto. Durante este procedimento, deve-se realizar hemostasia rigorosa da região, para minimizar ao máximo a entrada de sangue na árvore traqueobrônquica. 7) Após a colocação da cânula, deve ser dado um ponto de reparo entre o flap traqueal e o tecido celular subcutâneo (ponto de Björk), o que facilita o pronto acesso à traqueia no caso de decanulação acidental, pois o ponto fecha o espaço pré-traqueal. Traqueotomia de emergência Partindo-se do princípio que a anóxia pode levar a morte em 4 a 5 minutos, a traqueotomia de emergência deve ser realizada em 2 a 3 minutos. O procedimento deve ser evitado e geralmente é necessário devido à manipulação inadvertida de uma via aérea tênue, mas pérvia. Com o paciente em decúbito dorsal, a mão esquerda do cirurgião palpa e estabiliza a laringe e estende o pescoço, caso não haja Contraindicações. A incisão é feita em sentido vertical, na linha média, com um comprimento grande o suficiente para assegurar o acesso à traqueia o mais rapidamente possível. A cricóide é identificada através da palpação, e se possível um gancho é alocado em sua borda inferior, para tracionar a laringe em sentido superior e facilitar o acesso à traqueia. As estruturas pré-tireoideanas são incisadas também em sentido longitudinal, podendo ou não o istmo da tireóide ser dividido neste procedimento. A incisão vertical é estendida para a traqueia, tornando possível a inserção da cânula na traqueia. Uma vez que uma via aérea pérvia tenha sido conseguida, pode-se fazer a revisão da hemostasia e outros procedimentos para o término da cirurgia. Tratamento das feridas traumáticas: ABCDE é importante. Historia do trauma. História progressão. Exame da ferida: avaliar presença de hemorragia, tecidos estranhos ou necróticos. Classificação das feridas: Limpa = não traumáticas e assépticas, sem abertura do TGU, TGI ou TR Limpa-contaminada = pequena violação técnica asséptica, abertura de algum trato sem extravasamento de liquido significativo. Camila Macedo – 8o período – Medicina 13 Contaminada = feridas traumáticas ou com extravasamento profuso do conteúdo entérico. Suja = drenagem de abscessos ou desbridamento de tecidos infectados. Ferimentos: Incisusos Cortocontusos Perfurocontusos Perfuroincisos Puctórios Contusos Os três primeiros geralmente são resolvidos com sutura. Do quarto em diante, a cicatrização por 2a intenção ou desbridamento/ampliacao e sutura. Pequeno trauma: 1. Anestesia: lidocaína = solução 2%, podendo ser usado ate 7mg/kg. Podemos diluir ate 3x (0,5%). 2. Irrigação abundante da ferida 3. Desbridamento dos tecidos desvitalizados 4. Fechamento primário (primeiras 6 horas, se ferida limpa, desbridada, livre de corpos estranhos e hemostasiada) = sutura, curativo, grampo. Sutura 1. Limpeza da ferida 2. Hemostasia • Vasos cutâneos são ligados pela própria sutura • Vasos arteriais: ligadura ou cauterização • Vasos venosos: ligadura se calibrosas ou com sangramento ativo 3) Sutura propriamente dita 4) Remoção dos pontos: • Depende do ferimento (mais tensas fica mais tempo). • Dependa da topografia anatômica • Depende das condições locais Obs: nao é indicação do uso profilático de antibiótico as feridas superficiais atendidas nas primeiras 6 horas. Abdome agudo (Bruna Bianca Duarte) Definição: Quadro clínico abdominal caracterizado por dor, de início súbito ou de evolução progressiva (que agudiza), que necessita de definição diagnóstica e de conduta terapêutica imediata (maioria das vezes requer intervenção cirúrgica) Anatomia e Fisiologia: Embriogênese: A partir da 3ª semana o intestino se divide em: Intestino anterior (esôfago - duodeno) = dor epigástrica. Intestino medio (jejuno - 1/2 colon transverso) = dor periumbilical. Intestino posterior (1/2 colon transverso - reto) = dor baixo ventre. Peritônio parietal: localização da dor. Etiologia: Inflamatório/infeccioso Obstrutivo perfuratibo Vascular Hemorrágico • Depende das condições gerais • 72h - 3 semanas • Maioriados casos em torno de 7 dias Camila Macedo – 8o período – Medicina 14 Diagnóstico: Anamnese + Exame físico (75%) Exames complementares Anamnese: Dor: Tipo (cólica, queimação, constante, aperto, peso, pontada, etc) Tempo de evolução Início (súbito, progressivo) Localização Intensidade Irradiação Atenuantes/agravantes Fatores associados Medicamentos: Anticoagulantes Betabloqueadores Glicocorticoides AINE’s OBS.: Mulher em idade fértil, até que se prove o contrário, considerar gravidez. Exame físico: Mucosas Sinais vitais Abdome: Inspeção Ausculta: peristalse Percussão Palpação: descompressão dolorosa Toque retal/Toque vaginal PPL (punho percussão lombar) Avaliar deformidades, distensão, cicatriz cirúrgica. Diagnóstico diferencial: Colecistite aguda Úlcera gástrica perfurada Úlcera duodenal perfurada Pancreatite aguda Divertículo de Meckel Obstrução intestinal Apendicite aguda Diverticulite Torção de ovário Ruptura do cisto ovariano Salpingite aguda Gravidez tubária Vômitos: Frequência Aspecto (biliares, resíduos alimentares, fecalóide, hemático, etc) Antes ou após dor Febre Função intestinal/urinária: Frequência Constipação (fora do hábito normal, mas elimina gases) Obstipação Cólon e reto Estômago e delgado Aspecto (diarreica, finas, melena, hematoquezia, colúria, piúria, hematúria, fecalúria, pneumatúria, etc) História ginecológica DUM Leucorréia Dispareunia Dismenorréia HPP Cirurgia prévias Internações anteriores Alergias Exames complementares: Laboratório Imagem Tratamento: Clínico X Cirúrgico Apendicite aguda: Dor abdominal => não melhora, é crescente Anorexia, náuseas e vômitos Dor periumbilical (inicialmente) => FID Febre baixa Leucocitose (não é obrigatório!) Sinais: Blumberg Rovsing: compressão da FIE dor na FID por deslocamento do ar Lenander: dissociação da temperatura retal > 1 da axilar Lapinsky: levanta perna esticada e pressiona a FID Psoas: decúbito lateral esquerdo e extende a perna Obturador: “4” Tratamento: Apendicectomia VLP (3 incisões) X Aberta + ATB Camila Macedo – 8o período – Medicina 15 Colecistite aguda litiásica: Dor em HCD. Pode irradiar para ponta da escápula Febre Leucocitose (obrigatório!) Náuseas + vômitos Murphy positivo: ponto cístico. Interrompe inspiração Melhor exame: cintilografia Na prática: USG Tratamento: Colecistectomia VLP X Kocher ATB Diverticulite aguda: Local mais comum: sigmoide Dor em FIE Massa palpável (plastrão) Febre Leucocitose (obrigatório!) TC abdome/pelve => não precisa de contraste Tratamento: Clínico X Cirúrgico Definido pela classificação de Hinchey: I. Inflamação pericolônica II. Abscesso III. Peritonite purulenta => cirurgia IV. Peritonite fecal => cirurgia D: sangra mais E: inflamada mais Obstrução intestinal: Constipação – Obstipação Distensão abdominal Dor abdominal em cólica Náuseas e vômitos RX RAA (rotina de abdome agudo): tórax, abdome em posição ortostática, abdome em decúbito dorsal. Imagem em empilhamento de moedas (obstrução alta). Brida (aderência), tumor, hérnia encarcerada, intussuscepção, corpo cirurgia, Íleo biliar, DII (doença de Crohn) Obstrução baixa: volvo de sigmoide imagem de bico de pássaro. Tumor, diverticulite crônica, volvo, DII, fecaloma Úlcera perfurada: Dor epigástrica súbita => consegue localizar temporalmente Abdome em “tábua” Leucocitose Sinal de Jobert (timpanismo a percussão da loja hepática devido pneumoperitonio) RAA. Pneumoperitônio Tratamento: Cirúrgico Pancreatite aguda: Dor em “barra” súbita em andar superior Irradiação para dorso Náuseas + vômitos Amilase elevada (3x o valor da normalidade) Colelitíase (retirar a vesícula na mesma internação) ou Álcool Sinais: Cullen Grey Turner Fox (base do pênis na sínfise púbica) Tratamento: HV vigorosa + suporte Jejum até amilase normalizar OBS.: Não pode fazer Opioide devido contração do esfíncter de Oddi OBS.: ATB (Imipenem => melhor penetração no tecido pancreático) apenas em sinais de necrose na TC de abdome com contraste Colangiorresonancia: CPRE antes (esperar 24-48h) ou depois DIP (doença inflamatória pélvica): Dor pélvica + Leucorréia Dispareunia TV doloroso Febre Leucocitose Tratamento: Clínico X Cirúrgico Camila Macedo – 8o período – Medicina 16 DII: Diarreia com muco e/ou sangue Dor tipo cólica Febre + ou – Leucocitose + ou – TC abdome/pelve Tratamento: Clínico X Cirúrgico (se complicações: obstrução e perfuração) . Gravidez tubária rota: Dor abdominal súbita => localiza temporalmente Taquicardia Hipotensão BetaHCG positivo USG TV/Abdome Tratamento: Cirúrgico Isquemia ou infarto enteromesentérico: Dor abdominal severa e difusa Sintomas =/= exame físico Sangramento intestinal Amilase, Ck-MB Acidose metabólica Angio TC Tratamento: Cirúrgico
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