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Tema 2 - A Língua e Seus Usos

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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 
 
 
 
 
Tema 2: 
 
A LÍNGUA E SEUS USOS 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS: 
 
• Diferenciar Norma culta e Norma popular. 
• Discutir as noções de certo / errado X adequado/inadequado. 
• Abordar o tema da variação linguística e seus fatores de influência. 
• Definir preconceito linguístico e refletir sobre suas implicações socioculturais. 
 
 
 
 
 
Atividade 1 
 
PARA RESPONDER EM GRUPOS 
 
A partir de um bate-papo inicial entre os integrantes de cada grupo, respondam ao que se pede abaixo, 
por escrito: 
 
01) Na visão do grupo, existe um falar “certo” e um falar “errado” na língua portuguesa? Justifique sua 
resposta. 
02) Que tipo de problemas socioculturais o uso de expressões como “A gente fomos” e “Nós vai” no dia 
a dia podem gerar? 
03) Qual a importância da norma culta da língua? 
04) A norma culta está adequada a todos as situações comunicativas de uso da língua? Justifique sua 
resposta. 
05) A partir de seu conhecimento prévio sobre o que é “preconceito”, imagine e descreva o que possa 
ser “preconceito linguístico”. 
 
Texto 1 
 
O ensino da norma culta x norma popular 
Por Heloisa Cerri Ramos 
 
 Um item que está presente no volume “Por uma vida melhor”, da Coleção Viver, Aprender, 2º 
segmento do Ensino Fundamental, na seção de Língua Portuguesa, publicada pela Editora Global, está 
provocando estranhamento entre professores e não professores. Corresponde ao capítulo 1, de Língua 
Portuguesa, “Escrever é diferente de falar”. 
 Esse capítulo discute a diferença entre aprender a falar uma língua e aprender a escrever essa mesma 
língua. Aprendemos a linguagem oral (informal) desde que nascemos, ouvindo os outros falarem. O ensino 
para esta modalidade da língua não se dá pela sistematização. Não é necessário ir para a escola para aprender 
a falar. Já para aprender a escrever é preciso que alguém ensine. Intencionalidade e sistematização são 
necessárias para o ensino da linguagem escrita. 
 O capítulo chama a atenção para algumas características da linguagem escrita e para uma variedade 
da Língua Portuguesa (existem inúmeras outras): a norma culta, também conhecida como norma de 
prestígio. Pretende defender que cabe à escola ensinar as convenções ortográficas e as características da 
variedade linguística de prestígio justamente porque isso é valorizado no mundo do trabalho, da produção 
científica e da produção cultural. E ainda que o domínio da norma de prestígio não se dá de um dia para o 
outro, mas de modo gradual, constante e pela intensa prática e reflexão sobre seus usos. 
 Na p. 14, “A concordância entre as palavras”, apresenta-se como as palavras concordam em gênero 
e número. A seção fala da importância desse princípio da língua para a atribuição de sentidos, uma vez que 
a concordância ajuda a indicar a relação que existe entre determinadas palavras. Exemplifica como isso se dá 
na norma culta e mostra que na norma popular pode acontecer de maneira diferente. Assim, a frase: “Os 
livros ilustrados mais interessantes estão emprestados.”, onde ocorre concordância de todos os elementos 
que se relacionam com a palavra central “livros”, pode ser dita na variedade popular: “Os livro ilustrado mais 
interessante estão emprestado”. Na variedade popular, basta que a palavra “os” esteja no plural para indicar 
mais de um referente. Um falante da Língua Portuguesa, ao escutar alguém falar “os livro”, vai entender que 
a frase se refere a mais de um livro. Isso porque a nossa língua admite esta construção. Não admitiria, no 
entanto, “livro os ilustrado”. Nenhum falante, escolarizado ou não, falaria assim. 
 Na p. 15, continua: “Você pode estar se perguntando: “Mas eu posso falar ‘os livro’?. Claro que pode. 
Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito 
linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras 
estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas.” Aqui o 
importante é chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser 
substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa. 
Como se aprende isso? Observando, analisando, refletindo e praticando a língua em diferentes situações de 
comunicação. Quando há conhecimento das muitas variedades da língua, é possível escolher a que melhor 
se encaixa a um contexto comunicativo. 
 Aprende-se a falar e a escrever a norma de prestígio praticando-a constante e intensamente. Decorar 
regras ou procurar palavras no dicionário têm importância para determinadas situações pontuais, mas não 
garantem que alguém aprenda a escrever com fluência e adequação, em diferentes situações comunicativas. 
 É dever da escola e direito do aluno aprender a escrever, a ler e a falar os diversos gêneros textuais 
que circulam na sociedade em que vivemos. 
 O mundo contemporâneo exige pessoas capazes de usar a língua eficientemente para ler, escrever e 
falar tanto nas relações interpessoais, como no trabalho, nos estudos, nas redes sociais, na defesa de direitos, 
nas práticas culturais e até no lazer. 
 É um direito de todos os cidadãos ter essa formação linguística competente. É dever da escola a 
responsabilidade de promover tal formação, especialmente dos profissionais do ensino da alfabetização e da 
Língua Portuguesa. 
 
* Os livros da Coleção Viver, Aprender, 2º segmento do Ensino Fundamental, seção de Língua Portuguesa, publicados pela Editora 
Global, têm como fundamento os documentos do Ministério da Educação (MEC) para o Ensino Fundamental regular e Educação de 
Jovens e Adultos (EJA) e levam em conta as Matrizes que estruturam as avaliações (ENCCEJA – Exame Nacional de Certificação de 
Jovens e Adultos). 
 
 
Atividade 2 
 
PARA RESPONDER EM GRUPOS 
 
Após a reflexão crítica coletiva sobre as respostas propostas por cada grupo, expostas à turma, seguida da 
(re)leitura do texto 1, cada grupo deve responder às questões a seguir: 
 
06) De acordo com o texto, quais as principais características da norma culta ou norma de prestígio? Em 
nosso dia a dia, onde podemos encontrar e usar a norma culta? 
 
07) O que seria a norma ou variedade popular? 
 
08) “Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas 
para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas.” As regras da norma 
culta são iguais às da norma popular? Comente. 
 
 
Texto 2 
 
 
A língua é como um grande guarda-roupa, onde é possível encontrar todo o tipo de vestimenta. Ninguém vai 
só de maiô fazer compras num shopping-center, nem vai entrar na praia, num dia de sol quente, usando 
terno de lã, chapéu de feltro e luvas. Usar a língua, tanto na modalidade oral como na escrita, é encontrar o 
ponto de equilíbrio entre dois eixos: o da adequabilidade e o da aceitabilidade. Quando falamos ou 
escrevemos, tendemos a nos adequar à situação de uso da língua em que nos encontramos: se é uma 
situação formal, tentaremos usar uma linguagem formal; se é uma situação descontraída, uma linguagem 
descontraída e assim por diante. 
(BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1999, 
p. 130) 
 
Texto 3 
 
 
 
 
Atividade 3 
 
PARA RESPONDER EM GRUPOS 
 
09) A partir dos textos 2 e 3, defina os conceitos de adequação e inadequação linguísticas: 
10) Comente a abordagem comunicativa do menino junto à professora em relação ao conceito de 
adequação linguística. 
 
 
 
Texto 4 
 
A variação linguística é um fenômeno inerente a todas as línguas vivas. Um falante de português, 
independentemente de sua escolaridade, sabe e usa a língua materna para interagir em várias situações 
comunicativas nos grupos sociais com que convive. Por isso o “correto” e o “errado”, nas diversas 
enunciações linguísticas, devem ser relativizados. 
Assumindo o ponto de vista da gramática normativa, teremos erro emtudo que fugir à variedade que foi 
eleita como exemplo de boa linguagem. Assumindo o ponto de vista de uma gramática descritiva, só teremos 
erro na ocorrência de formas ou construções que não fazem parte, de maneira sistemática, de nenhuma das 
variantes da língua. 
Bazzoni, —Cláudio. O ensino da norma culta x norma popular 2011. Disponível em: http:/iletrasletais.blogspot.com/201] 05 01l 
archive.html Acesso: 15/08/2011 
 
 
As Variações Linguísticas podem referir-se a: a) diferenças no espaço geográfico, ou VARIAÇÕES DIATÓPICAS 
(falares locais, variantes regionais e, até, intercontinentais); b) diferenças entre os tipos de modalidade 
expressiva, ou VARIAÇÕES DIAFÁSICAS (língua falada, língua escrita, língua literária, linguagem dos homens, 
linguagem das mulheres); c) diferenças entre as camadas socioculturais, ou VARIAÇÕES DIASTRÁTICAS (nível 
culto, língua padrão, nível popular, etc.). 
 
 
 
Texto 5 
Aí, Galera 
Luís Fernando Veríssimo 
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um 
jogador de futebol dizendo "estereotipação"? E, no entanto, por que não? 
- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. 
- Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou 
no recesso dos seus lares. 
- Como é? 
- Aí, galera. 
- Quais são as instruções do técnico? 
- Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia 
otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o 
esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, 
valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada 
do fluxo da ação. 
- Ahn? 
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. 
- Certo. Você quer dizer mais alguma coisa? 
- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível 
e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas? 
- Pode. 
- Uma saudação para a minha progenitora. 
- Como é? 
- Alô, mamãe! 
- Estou vendo que você é um, um... 
- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta 
seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação? 
- Estereoquê? 
- Um chato? 
- Isso. 
 
 
Atividade 4 
 
PARA RESPONDER EM GRUPOS 
 
11) O texto 5 retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. Quais são essas 
situações? 
12) Quanto à linguagem adotada pelo jogador de futebol no texto 5, foi adequada ou não à situação 
comunicativa? Justifique sua resposta. 
 
 
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47432
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=41838
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47433
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47434
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47435
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47436
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47439
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47440
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=42409
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47441
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47442
http://www.linguativa.com.br/laphp/conteudo/tipoDicionario.php?categoriaPrograma=2024&chamada=47432
Atividade 5 
 
PARA RESPONDER EM GRUPOS 
 
 
 
 
 
 
Com base no texto, podemos discutir o fenômeno do preconceito linguístico. Ainda hoje, determinados 
grupos de pessoas são estigmatizadas devido à sua fala, a qual pode variar segundo diferentes fatores 
extralinguísticos, como faixa etária, região, escolaridade, nível socioeconômico etc. Sobre esse tema, 
responda: 
 
13) Na tirinha acima, a forma como a professora agiu com Chico Bento revela uma postura 
preconceituoso da educadora em relação à fala do menino? Explique. 
14) Em qual tipo de variação linguística podemos classificar a fala de Chico Bento? 
 
Atividade 6 
 
Crie um texto que expresse inadequação linguística dentro de uma determinada situação comunicativa eleita 
a critério do grupo: 
 
 
 
 
 
 
Atividade 7 
 
Após os debates promovidos em sala de aula, compartilhamento de ideias entre os colegas, e respostas dadas 
às atividades em grupo, discuta, em um parágrafo argumentativo, possíveis consequências da discriminação 
sofrida através do preconceito linguístico. Escolha um título para sua produção textual. 
 
 
 
PARA CONCLUIR... 
 
Leia e reflita sobre o texto abaixo: 
Quem ri do quê? 
 
Depois do almoço, que foi mesmo uma grande festa, Ângelo voltou 
ao trabalho e Eulália foi dormir sua sesta habitual da tarde. 
Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene. 
— A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene! — comenta Sílvia, 
maravilhada diante dos canteiros de rosas e hortênsias. (...) 
— Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de fazê-
los para a Eulália, que é quem cuida das flores. Eu sou um fracasso na 
jardinagem. A Eulália, não, acho que tem um “dedo verde”. Basta alisar 
uma planta murchinha para ela ficar toda brejeira, verdinha e viçosa. Uma 
coisa impressionante. 
— Foi ela também que preparou o almoço, não foi? — pergunta Emília. 
— Foi — responde Irene. — Eu gosto de cozinhar, mas quando tem visita, a 
Eulália não me deixa chegar perto das panelas. (...) 
— Parece que a Eulália é mesmo muito prendada — comenta Sílvia. 
— Prendada? Essa é boa! — ri Irene. — Menina, em que 
século passado você nasceu? 
Sílvia fica corada. 
— Para dizer a verdade — prossegue Irene — a Eulália é um 
poço sem fundo de conhecimento e sabedoria. Todo dia aprendo uma 
coisa nova com ela. Só de remédios caseiros, feitos com ervas medicinais, 
dava para encher uma enciclopédia. E como conselheira para momentos 
de angústia e depressão não conheço melhor psicólogo do que ela. 
— Pode até ser — comenta Emília enquanto as quatro se sentam 
num grande banco de madeira sob um caramanchão. — Mas ela fala tudo 
errado. Isso para mim estraga qualquer sabedoria. 
(BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 15. ed. São Paulo: Contexto, 2006) 
 
 
 
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