Buscar

AÇAO DE DISSULUÇÃO DE UNIAO ESTAVEL

Prévia do material em texto

ADRIANA SILVA PAMPONET
____________________________________________________________OAB-SP 289.602
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Família e Sucessões da Comarca de Jacareí-SP
MARCELO N DE SI, brasileiro, solteiro, frentista, portador da cédula de identidade nº /SP, inscrito no CPF/MF sob o n º, domiciliado em – SP, onde reside a Rua Taubaté, nº, Jardim das Indústrias, CEP: 12., por intermédio de sua Advogada, que esta subscreve (mandato incluso), vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 694 e segs. do Novo CPC propor
Ação de reconhecimento e de dissolução de união estável, c/partilha de bens
em face de CLAUDETE DE OLIVEIRA, brasileira, divorciada, vendedora, portadora da cédula de identidade RG nº e inscrita no CPF/MF sob o n º, domiciliada em Jacarei-SP, onde reside a Rua DOM – O nº 51, Parque do Príncipes , CEP, pelos fatos e fundamentos de direito adiante deduzidos:
PRELIMINARMENTE:
DA JUSTIÇA GRATUITA
O requerente não goza de confortável situação financeira, não podendo arcar com gastos atípicos ao seu já comprometido orçamento financeiro mensal. Destarte, requer o peticionante os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 5º, LXXIV da CF/88, da Lei 1.060/50, por ser pobre na forma da lei e não possuir condições financeiras e econômicas de arcar com as custas e demais despesas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família.
DOS FATOS
Da Convivência em União Estável
O requerente manteve com a requerida um relacionamento por um período de aproximadamente de 28 (vinte e oito) anos, sob o ângulo jurídico de união estável, de forma exclusiva, pública, e continuada, com o objetivo de formar uma família.
Importa ressaltar que os conviventes sempre se comportavam como se casados fossem, pois freqüentaram durante anos, ambientes e locais públicos, demonstrando estabilidade no relacionamento de forma afetiva e mútua, que notadamente era visível ao público, seus vizinhos, amigos e seus parentes.
Desta forma, insta reafirmar que o casal mantinha um relacionamento estável, público, contínuo e duradouro, conforme preceitua o artigo 1º da Lei 9.278/96, o qual teve por duração pouco mais de 28 (vinte e oito) anos, com objetivo de constituição de família, e, portanto devendo este ser reconhecido como união estável pela convivência havida entre o requerente e o requerida, sendo que há por reconhecer nos termos dos Artigo 226 parágrafo 3ºda Constituição Federal e Artigo 1.723 do Código Civil.
Além do mais, cumpre, informar, Excelência, que o Requerente passou a conviver com a Requerida com 22 anos, mas somente em 11 de março de 1997, celebrou contrato de União Estável. 
 Bens Imóveis Adquiridos desde o Início da União Estável
A convivência do casal sempre havia sido a de constituir família e conseqüentemente com intenção de obter patrimônios em prol desta, diga-se, que neste período de 28 (vinte e oito) anos, os conviventes adquiriram na Constancia da União bens que a Requerida desfruta atualmente. 
In casu, o Requerente adquiriu um terreno no ano de 1998, quitando o terreno ocasião que já em convívio com a Requerente, construiu a casa no período de oito a dez anos, exclusivamente, o seguinte bem, registrado no nome do Requerente, e avaliado em R$ 240 mil reais:
a) “Um terreno urbano designado pelo lote 27 da quadra “31-b”, do loteamento denominado “Parque Dos Príncipes “, que assim se descreve:testada de sete metros para a Rua QUARENTA E OITO; do lado direito de quem da Rua QUARENTA E OITO olha para o imóvel, confronta com o lote 28, na extensão de vinte metros; do lado esquerdo confronta com o lote 26, na extensão de vinte metros; nos fundos confronta com o lote 17, na extensão de sete metros, encerrando a área de 140, 00 metros quadrados. “
Proprietária: PARQUE DOS PRINCIPES EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA., com sede em Jacareí-SP, à Avenida Oito de Maio, nº 00.772.883/0001-58.
REGISTRO ANTERIOR: Loteamento registrado sob o numero 02 na matricula numero 40.972, desta Serventia, em data de 09/04/1996. 
b)Um veiculo C4 ano 2011, marca CITROEN, avaliado em R$ 24.900,00 “ que está em poder da Requerida, e está deteriorando com o tempo e assim perdendo o seu valor. 
c) Dos bens que guarnecem o lar, uma vez que o Requerente não pode retirar seus pertences ao sair da casa. 
Logo, embora os bens adquiridos na constância da união estável, cuja aquisição tenha ocorrido por um ou de forma conjunta, cujo patrimônios passam a pertencer a ambos em condomínio, conforme estabelece o artigo 5º da Lei 9.278/96, cuja administração competira a ambos conviventes.
DO DIREITO
Do Reconhecimento da União Estável
Nos termos do artigo 1º da Lei 9.278/96, estabelece que é reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e continua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família.
Outrossim, reafirmando que na ausência de forma pactuada da sua convivência duradoura e continua nos últimos 28 (vinte e oito) anos, é tida como sendo a forma de casamento pelo regime de comunhão parcial de bens, nos termos do artigo 1725 do Código Civil.
Art. 1.725 - Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
O requerente conviveu com a requerida em regime de união estável, ininterruptamente, residido sob o mesmo teto, reconhecidamente pela sociedade já que se deu de forma pública e notória diante de seus vizinhos, parentes e a todos mais que os conheciam, tida reconhecidamente como uma entidade familiar, consubstanciado no que prevê a Constituição Federal em seu artigo 226 parágrafo 3º:
Art. 226 - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
(...)
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
Neste mesmo entendimento, observa-se a união estável entre homem e mulher também foi ratificado como entidade familiar pelo artigo 1.723 do Código Civil que, inclusive, declina como requisitos para seu reconhecimento a convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família
Art. 1.723 - É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
Portanto, visto que os conviventes sempre demonstraram claramente um relacionamento público, continuo e duradouro por longos 28 (vinte e oito) anos, sempre residindo sobre o mesmo teto, e ainda compartilhando os mesmos bens comuns do casal, restando por tanto configurado a união estável, devendo esta ser reconhecida por este juízo, aplicando-se a citada legislação, no que tange sob o aspecto de comunhão parcial de bens para fins de partilha dos bens adquiridos na constância da relação conjugal.
A jurisprudência há muito já reconhece a figura da união estável a casos similares ao tecido nesta ação: 
DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. PARTILHA DE BENS. PARCELAS DO FINANCIAMENTO DO IMÓVEL. PAGAS NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL. CABIMENTO. 1. Constitui união estável a convivência sob o mesmo teto, com publicidade, notoriedade, comunhão de vida e de interesses, tal como se casados fossem. 2. A união estável assemelha-se a um casamento de fato e indica uma comunhão de vida e de interesses, reclamando não apenas publicidade e estabilidade, mas, sobretudo, um nítido caráter familiar, evidenciando pelo affectio maritalis, que, no caso, se verificou a partir da data em que as partes passaram a coabitar. 3.Comprovada a união estável no período reconhecido na sentença, devem ser partilhados de forma igualitária todos os bens adquiridos a titulo oneroso na Constancia da vida em comum, pouco importando qual tenha sido a colaboração prestada individualmente pelos conviventes. Inteligência do arti. 1725 do CCB. 4.Correta a partilha das prestações do imóvel adquirido pela réantes do início da união estável, com a partilha do montante pago durante a relação marital. Recurso desprovido. (Apelação Cível Nº 70074811027, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sergio Fernando de Vasconcellos Chaves, julgado em 22/11/2017) (g/n) 
Por esses motivos, e por estarem presentes os requisitos legais, há que ser reconhecida a UNIÃO ESTÁVEL, entre o Requerente e a Requerida, para que, em decorrência desta, surtam os efeitos legais pertinentes diante da dissolução aqui pleiteada. 
Da Dissolução da União Estável
Em que pese, a convivência do casal durante estes 28 (vinte e oito) anos sempre havia sido de forma amável, respeitosa e pacífica, bem relacionada com amigos, vizinhos e parentes, já que demonstravam publicamente a sua relação conjugal, sem nunca ter havido nada que pudesse desclassificar seu relacionamento de união estável.
Ocorre que com o passar do tempo, os conviventes por questões de divergências pessoais, passaram a sofrer atritos entre si, por sua vez, por vontade da Requerida, o autor se retirou- da casa, deixando a Requerida no imóvel. 
Outrossim, importa ressaltar que as partes conviventes já se encontram separados de fato desde meados de janeiro de 2016, ou seja, 15/01/2016, ficando o autor seis meses na casa que era, até então, lar comum, ficando assim reconhecida como a do rompimento da relação havida entre eles.
Desta união marital não adveio filhos. 
Após comprovada a união estável, e não havendo mais, qualquer possibilidade de reconciliação ante os argumentos fáticos e de direito, os quais demonstram a descontinuidade da união requer de Vossa Excelência que sua DISSOLUÇÃO SEJA DECLARADA DESDE 20 DE AGOSTO DE 2015.
 Da Venda e Partilha dos Bem
Os bens adquiridos na constância da união estável poderão ser vendidos por valor justo de mercado para que se promova a partilha igualitária entre os conviventes na proporção de 50,00%. (cinqüenta por cento) para cada um, cuja escritura do imóvel deverá constar o nome de ambas as partes até a efetiva venda, seguido o disposto no art. 1.725 do Código Civil, segundo o qual:
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Importa ressaltar, que para se efetuar a venda por preço justo, se faz necessária a avaliação do imóvel por corretores idôneos.
Ademais, as partes poderão providenciar a fixação de placas indicativas de venda do imóvel realizada por imobiliárias por escolha individual de cada um.
Imperioso, mencionar, que o Requerente necessita com máxima urgência da venda deste imóvel, uma vez que necessita pois no momento encontra-se pagando aluguel pela moradia em que reside. 
AO PEDIDO:
Diante do exposto, requer: 
a) O recebimento da presente ação e seu trâmite no rito comum ordinário, ante a cumulação de pedidos;
b) pelos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, uma vez que se declara pobre no sentido Jurídico do termo, conforme declarações anexas; 
c) A citação da Requerida, por carta com aviso de recebimento para, querendo, apresentar resposta, sob pena de revelia e comparecer em audiência de conciliação;
 d) A intimação do Ministério Público (art. 178, II, do Novo Código de Processo Civil) para que apresente as manifestações que julgar pertinentes;
e) A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a documental e a testemunhal;
 f) A total procedência do pedido para:
 f1) Reconhecer a existência de união estável e de sua dissolução;
 f2) Realizar partilha do imóvel e do carro adquirido na constância da relação;
 g) A Requerida ao pagamento de custas e honorários advocatícios em 20% (vinte por cento) sobre o valor atualizado da causa; 
Dão ao pleito o valor de R$ 1.908,00, para efeitos fiscais. (Um mil e novecentos e oito reais) para fins fiscais. 
Termos em que pede deferimento.
Jacareí, 25 maio de 2018.
Adriana 
OAB/SP nº 
______________________________________________________________________________________
Rua Coronel Carlos Porto nº 99, sala 07, Centro – Jacareí-SP –CEP 12 327-280 – Fone: (12)8816-5846
e-mail: adriana.pamponet@adv.oabsp.org.br

Continue navegando