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DIREITO CIVIL IV

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DIREITO CIVIL IV – FAMÍLIA, REAIS, SUCESSÕES
PROF.: Dr. ANNE SHIRLEY DE OLIVEIRA REZENDE MARTINS
CONTEÚDO:
· Marco: CR – antes família era considerado “homem + mulher”, que vem da ideologia cristã, e após a constituição o conceito de família se ampliou, de modo que não tem como se definir com exatidão o que seja, pois a forma como o cidadão se comporta dirá ao Estado em um breve futuro, como reconhecer a família;
· Primeira constituição de família formal: casamento civil, que para ser reconhecido há requisitos e sua forma de celebração;
· Casamento anulável x Casamento nulo: NÃO É DESCONSTITUÍDO DE OFÍCIO, APENAS POR PROVOCAÇÃO;
· Dissolução do casamento: divórcio. 
· Família pela união estável;
· Família pela união de pares do mesmo gênero;
· Bens: como realizar partilha e etc.;
· Sujeitos: filiação (diversas formas que os filhos podem se originar);
· Identificar dentre os genitores, quem assumirá a guarda destes filhos;
· Alimentos: não só pensão alimentícia;
· Curatela, tutela, toma da de decisão apoiada;
· Procedimentos em direito de família, e as formas alternativas de resolução de conflitos.
GLOBAL: todo conteúdo.
PONTOS:
· Global: acesso ao código seco – 30 ptos.;
· Demais provas: sem consulta, questões abertas e fechadas
 OBS.: NÃO ESTUDE PELO LIVRO CÉSAR FIUZA, E PROCURE LIVROS APÓS 2016! 
MARIA HELENA DINIZ NÃO É RECOMENDADA PARA O DIREITO DE FAMÍLIA. 
06/08/19
Família:
Lato sensu, o vocábulo família abrange todas as pessoas ligadas por. Vínculo de sangue e que procedem, portanto, de um tronco ancestral comum, bem como as unidas pela afinidade e pela adoção. Compreende os cônjuges e companheiros, os parentes e os afins. Segundo Josserand, este primeiro sentido é, em princípio, “o único verdadeiramente jurídico, em que a família deve ser entendida: tem o valor de um grupo étnico, intermédio entre o indivíduo e o Estado”. Para determinados fins, especialmente sucessórios, o conceito de família limita-se aos parentes consanguíneos em linha reta e aos colaterais até o quarto grau. 
Identificam-se na sociedade conjugal estabelecida pelo casamento três ordens de vínculos: o conjugal, existente entre os cônjuges; o de parentesco, que reúne os seus integrantes em torno de um tronco comum, descendo uns dos outros ou não; e o de afinidade, estabelecido entre um cônjuge e os parentes do outro. 
1. Breves considerações sobre família:
a. No Império Romano a noção de família vinha de servidão (servir ao outro), os filhos adotivos não tinham os mesmos direitos que os legítimos. A família era organizada osb o princípio da autoridade, o pater famílias em que exercia sobre os filhos o direito da vida e de morte (ius vitae ac necis). Podia, desse modo, vende-los, impor-lhes castigos e penas corporais e até mesmo tirar-lhes as vidas; 
b. Com o Imperador Constantino, a partir do século IV, instala-se no direito romano a concepção cristã de família, na qual predominam as preocupações de ordem moral. Assim, a família fica com contornos diferentes da anterior, sendo o casamento entre homem e mulher (indissolúvel), sob a forma que a Igreja Católica Apostólica Romana definia. Entretanto, embora tivessem dois sujeitos, o patrimônio fica de forma secundária, ficando a prole estimulada, com o intuito de perpetuar a espécie. Daqui para frente, Igreja e Poder Executivo passam a ser uma única estrutura, e o patrimônio sai da família, e passa a ser relações sociais – A família era institucional. Importante salientar, que se deu maior autonomia à mulher e aos filhos, passando estes a administrar as pecúlios castrenses (vencimentos militares). Em matéria de casamento, entendiam os romanos. Necessária a affectio não só no momento de sua celebração, mas enquanto perdurasse, de modo que se acabasse, seria causa. Necessária para a dissolução do vínculo, pois consideravam o casamento um sacramento, não podendo os homens dissolver a união realizada por Deus; 
c. As ordenações filipinas foram a principal fonte e traziam a forte influência do aludido direito, que atingiu o direito pátrio. Diziam que família era apenas a do casamento entre homem e mulher, porém não era religioso, mas civil. Em 1990, quando o Estado rompe com a Igreja e =reassume suas funções executiva e legislativa, passa a reger naquela época as ordenações filipinas, entrando, portanto, no âmbito civil. Porém, como o casamento religioso já estava arraigado, passa-se a fazer o casamento religioso e o casamento civil;
d. Em 1916, o advento da nossa primeira ordenação foi quase uma réplica do Código Francês, a única forma de família seria a do casamento entre homem e mulher, traçando uma forma solene de como deveria ser celebrado. Mantinha na figura do homem as decisões, e na figura da mulher a educação da prole e do marido, sendo obrigada a adotar o sobrenome do marido. Com as grandes guerras e revoluções industriais, a mulher tem que ir ao mercado laboral, contudo, fazia parte de uma economia informal, pois não tinha capacidade civil, e ainda havia uma noção de propriedade. Essas mulheres que estavam na atividade laboral sofreram alguns acidentes de trabalho, e algumas outras questões, porém elas ainda eram relativamente incapazes, o que originou a falência do casamento;
e. Em 1938, surgem leis que protegiam a mulher, principalmente em questões trabalhistas, porém, os problemas familiares permaneceram, e por não poderem se separar, elas se separavam informalmente, criavam outra família, porém esta última não tinha nada assegurado, não tinham direitos pessoais, patrimônio assegurado e etc., pois não era considerada família;
f. Pais solteiros também era chamado de reprodução independente, mas não lhe asseguravam os direitos de família. De modo que o instituto da família continuava em declínio, e então o Estado também estava falindo, pois esse era um pilar importante de sua caracterização;
g. Lei 6515 (Lei do divórcio) surge, permitindo que as pessoas casadas que não quisessem mais viver juntas se desquitassem, o que posteriormente foi chamada de separação judicial. Porém, para que fosse realizado, deveria ser provado que a outra parte infringiu uma obrigação do casamento, e este que descumpriu perdia direitos pessoais e patrimoniais, ademais, o desquitado não poderia se casar novamente. Na primeira redação, só poderia se desquitar uma vez, mas agora considera-se ilimitado, de modo que muda o aspecto inicial da família anterior;
h. Em 1988 mudou-se toda a realidade da estrutura familiar, o constituinte resolveu que a família não poderia seguir institucional, ela precisava proteger a pessoa que compunha cada uma das formas familiares, e cria um gênero chamado “entidade família”, e esta é verificada quando se tem a presença dos elementos da igualdade entre as partes (não há mais preponderância do homem sobre a mulher, recuperando sua capacidade civil), reciprocidade (um sujeito para com o outro ser de direitos e deveres e vice-versa) e comunhão de vida (mesmos objetivos). 
i. A nossa constituição fala em:
1. Família matrimonial: decorrente do casamento;
2. Família informal: decorrente da união estável;
3. Família monoparental: constituída por um dos genitores com seus filhos;
4. Família anaparental: constituída. Somente pelos filhos;
5. Família homoafetiva: formada por pessoas do mesmo sexo;
6. Família eudemonista: caracterizada pelo vínculo afetivo. 
2. Proteção do Estado: entidade familiar (arts. 226 e 227, Constituição Federal)
a. Elementos: igualdade, reciprocidade e comunhão de vida.
3. Espécies exemplificativas de família:
a. Uma das formas de entidade familiar é o casamento, que no texto originário da CF era entre homem e mulher, outra forma é a família da união estável (união entre homem e mulher sem a solenidade civil), a família monoparental (pais ou mães solteiros);
b. Não é um rol exaustivo, mas exemplificativo, de modo que existem outras formas de família, aquelas recompostas ou reconstituídas (nova família após uma separação). Tem ainda, a família anaparental (família apenas entre irmãos);
c. Família uníssona (unipessoal – sujeito solteiro épara o Estado, família), conforme súmula 364 do STJ;
d. Não há ainda reconhecimento da família simultânea, ao mesmo tempo paralela, pois a constituição não admite o poliamorismo como entidade familiar. Dentro dessa instituição, o Estado garante uma proteção patrimonial, afim de evitar enriquecimento ilícito;
e. De 2011 para cá, admite-se a união entre pares (4277 – STF), chamados de companheiros ou conviventes (os do casamento. São chamados de cônjuges, porém não há diferença entre eles, possuem os mesmos direitos e deveres). 
4. Princípios constitucionais aplicados à família:
a. Princípio da autonomia: respeito à vontade: seja pelo casamento, seja pela união estável, sem qualquer imposição ou restrição de pessoa jurídica de direito público ou privado, como dispõe o supramencionado art. 1513 do CC; 
b. Princípio da mínima intervenção do Estado: o Estado intervém apenas para propiciar recursos educacionais e científicos ao exercício desse direito (CF, art. 226, §7º; 
c. Livre planejamento familiar: dispõe o art. 226, §7º da CR, que o planejamento familiar é livre decisão do casal, fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável. Essa responsabilidade é de ambos os genitores, cônjuges ou companheiros; 
d. Princípio da igualdade filial: consubstanciado no art. 227, 6º da CR, estabelecendo absoluta igualdade entre todos os filhos, não admitindo mais a retrógrada. Distinção entre filiação legítima ou ilegítima, segundo os pais fossem casados ou não, e adotiva, uns havidos fora do casamento, outros em sua constância, mas com iguais direitos e qualificações; 
e. Dignidade da pessoa humana: como decorrência no disposto no art. 1º, III, da CR. Verifica-se, com efeito, do exame do texto constitucional, que a proteção da família como instituição, unidade de produção e reprodução dos valores culturais, éticos, religiosos e econômicos, dá lugar à tutela essencialmente funcionalizada à dignidade de seus membros, em particular no que concerne ao desenvolvimento da personalidade dos filhos. 
5. Limitações do que seja família:
a. Todo mundo que vier da mesma troncalidade faz parte da família em sentido amplo, e doutrinariamente, essa família maior é composta por todas as pessoas que estão na mesma árvore genealógica;
b. Família em sentido estrito: nos termos da lei civil, fazem parte dessa família restrita as pessoas que se vinculam na linha reta (ascendentes e descendentes), e na linha colateral até o 4º grau;
c. Família mais que restrita: são as procriações cada vez menores, podendo chegar, inclusive, a uma só pessoa. 
08/08/19
1. Relações familiares:
a. Vínculo de companheirismo/ vínculo de conjugalidade: se estabelece pelo casamento, união estável ou união entre pares, e nessas relações não se estabelece parentesco. Há um elo entre eles, que estabelece uma das n possibilidades de entidade familiar, mas não define como parente – cônjuge – Essa forma de relação familiar se dá pela AUTONOMIA (as pessoas decidem se querem se unir ao outro) – A RECIPROCIDADE também se estabelece entre companheiros – Prepondera a autonomia ao vínculo de parentesco; 
b. Vínculo de parentesco: pertencer à uma forma familiar por parentesco.
2. Parentesco (art. 1591 a 1595, CC): vínculo que se estabelece entre pessoas que ascendem ou descendem umas das outras ilimitadamente (ideia da família grande), e aqueles que estejam nessa mesma árvore até a distância que a lei determina (ex.: o trineto do primo não pode te pedir pensão – algo muito distante) – Se estabelecesse reciprocidade entre todas as pessoas, uma dependeria da outra, por isso é necessária a família restrita, que ascende e descende umas das outras, e na linha colateral até o 4º grau (até aqui é capaz de gerar reciprocidade – ideia de parentesco). A família mais que restrita é aquele que forma família o sujeito solteiro, com cônjuge e etc. (ideia de família menor). 
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
a. Espécies: 
i. Natural/ consanguíneo: o vínculo que se dá entre pessoas na MESMA CONSAGUINIDADE, na forma natural
ii. Civil: vínculo que se estabelece entre pessoas, pois a lei civil assim determina
1. Por adoção: efeitos iguais à dos filhos “legítimos”, origem distinta; 
2. Por outra origem: inovação no CC 2002 para alcançar aquelas pessoas que passam a pertencer a uma estrutura familiar a partir da inseminação artificial (usando material dos dois ou de terceiro). 
iii. Sócio afetivo: no plano social, há uma demonstração de afetividade como se fossem parentes, ou seja, há uma publicitação para os terceiros que o tratamento é como se fossem parentes – Os chamados “filhos do coração”; 
iv. Afim: quando se vincula por autonomia por casamento, na união estável ou entre pares, há uma vinculação com os parentes do OUTRO. 
OBS.: Para o parentesco natural, civil e sócio afetivo, o parentesco tem distância infinita, e o colateral é 4º grau (ex.: primo, tio-avô). Já no parentesco afim há a formação de parentesco afim ilimitado, e na via indireta, aqueles parentes que se vinculam ao cônjuge/ companheiro, mas não vem um do outro, será até o 2º grau (cunhados). 
b. Ramificações e grau:
i. Linha
1. Reta/ direta: alcançar os parentes ascendentes e descendentes;
2. Colateral/ transversal/ oblíqua: são os parentes que se vinculam na mesma troncalidade, mas um não vem diretamente do outro (há alguém naquela família que os une). 
ii. Grau: distância entre parentes tem que contar o ponto de partida um do sujeito, até chegar ao limite do 4º grau, ou 2º se for parentesco afim. 
13/08/19
1. Continuação parentesco:
Imagem abaixo
 A linha colateral começa no 2º grau;
 Obrigações civis: na linha colateral até o 4º grau; na linha reta começa no 1º grau; na linha por afinidade só conta até 2º grau. 
Legendas:
 Filho do coração – socioafetivo 
Nenhuma legenda - consanguíneo
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. 
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
· Se o cônjuge morrer, o casamento se dissolve, porém a afinidade se mantém;
· O vínculo colateral se desfaz com o divórcio ou a morte, mas a linha reta não
2. Casamento (arts. 1511 a 1590, CC – título sobre direito de família)
2.1. Conceito, características, natureza jurídica
2.2. Capacidade para casar
a) Diferença idade núbil e capacidade civil
b) Suprimento judicial
2.3. Impedimentos
14/08/19
Direito Civil – Família
Youtube – aula
· Mudanças a partir da CF/ 88 – constitucionalização do código civil;
· Princípios constitucionais afetam diretamente o CC, mas ainda mais a questão da família, que atualmente se encontra de forma muito democrática;
· Hoje em dia existem várias formas de constituição familiar;
· Valor eudonista: princípio daliberdade (as pessoas se unem em busca de amor entre os indivíduos, pouco importando como foi feita tal formação entre eles);
· Fim do Patrio Poder, agora é Poder Familiar várias mudanças;
· Família: conceito mutável
· Decorre da vontade;
· Instrumento de desenvolvimento pessoal do indivíduo;
· Dignidade da pessoa humana.
· Modalidades de família:
· Matrimonial: laços monogâmicos; casamento civil;
· União estável: art. 226, §3º, CF e art. 1723, CC – a união estável tem uma fora muito grande no direito de família, e todas as regras que afetam a união matrimonial também afetam esta modalidade;
· A união homoafetiva aqui já é aceita;
· Dever de lealdade recíproca – estabilidade necessária;
· Não precisam estar morando efetivamente juntos;
· Causas impeditivas do casamento também aplicadas aqui;
· Normalmente não é feito um contrato de união estável, e se acontece a dissolução desta, ocorrerá pelo regime de comunhão parcial de bens em regra (art. 1725, CC). 
· União homoafetiva: 
· Direito da personalidade;
· Igualdade;
· Reconhecimento como união estável – 2011;
· 2013: conversão em casamento (entendimento do STF). 
· Concubinato: casamento entre impedidos (art. 1521, CC)
· Súmula 380, STF: equiparação a sociedade de fato: reconhecimento de cooperação.
· À princípio, não existe partilha de bens entre pessoas impedidas que se casaram, porém a súmula 380 do STF vai equiparar esse casamento com sociedade de fato, de modo que se existe essa união de esforços, existe a possibilidade de partilha de bens.
· Monoparental:
· Somente um dos pais e sua prole;
· Constituição por diversas formas.
· Outras modalidades: não existe rol taxativo.
· Casamento, união estável e parentesco: 
· Vínculo conjugal ou correlatos – aquele que liga um cônjuge aos outros;
· Parentesco – pessoas que descendem uma das outras e que descendem de um tronco comum, cônjuge e os parentes do cônjuge
· Parentesco civil: aquele que decorre da lei (ex.: adoção);
· Parentesco natural (consanguíneo): descendentes, ascendentes, colaterais;
· Parentesco por afinidade – cônjuge em relação aos parentes do outro cônjuge
· Obs.: parentesco por afinidade, em linha reta, não se desfaz com a dissolução do casamento ou união estável (sogra é para sempre);
· Colateral: extingue.
· Contagem de graus: cada vez que pular uma geração, conta-se um grau;
· Tronco em comum.
20/08/19
1. Casamento (arts. 1511 a 1590, CC);
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família.
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.
§ 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.
§ 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
a. Definição, características, finalidade: 
i. União legal entre duas pessoas com igualdade de direitos e reciprocidade, e alguns doutrinadores definem como. Contrato bilateral especial do direito de família em igualdade de direitos e deveres;
ii. Vinculação, contrato formal, solene Constitui negócio jurídico solene. As formalidades atribuem seriedade e certeza ao ato, garantem e facilitam sua prova e resguardam o interesse de terceiros no tocante à publicidade da sociedade conjugal;
iii. Esta modalidade de negócio jurídico se distingue dos demais contratos (parte geral e espécie) por diversos motivos, como por exemplo, a possibilidade de ter nos outros mais contratantes, há ainda a possibilidade de que nos contratos da parte geral e em espécie, os contratantes ajustem questões pessoais, colocando condição e termo. A forma do casamento está prevista no direito de família, e não em outro lugar, é um negócio puro e simples (não permite condição e termo), se traduzindo apenas pela vontade expressada das partes (autonomia);
iv. A isonomia dos cônjuges foi trazida pela CR 88, também atendendo ao princípio da publicidade;
v. A finalidade do casamento NÃO é acumular patrimônio, esta é própria de cada contratante, sendo, portanto, subjetiva;
vi. Natureza jurídica mista ou híbrida: contrato que segue o direito de família. 
b. Capacidade para o casamento: destina-se este a constatar a capacidade para o casamento, a inexistência de impedimentos matrimoniais e a dar publicidade à pretensão dos nubentes – O casamento é possível na idade núbio (a partir de 16 anos completos), antes dessa época, não pode nem com determinação judicial. Os atos jurídicos dos relativamente capazes deverá ser representado, então, necessita do consentimento dos responsáveis; se por algum caso, um ou todos os representantes forem contra, existe o suprimento judicial. A incapacidade significa a inaptidão do indivíduo para casar com quem quer que seja, como sucede no caso do menor de 16 anos, da pessoa privada do necessário discernimento e da já casada. 
i. Diferença entre a idade núbil e capacidade civil: idade núbil é aquela em que permite o casamento, sendo a partir dos 16 anos completos (16 anos e 1 dia), já a capacidade civil se adquire a partir de 18 anos. Com a celebração do casamento cessa a incapacidade dos nubentes (art. 5º, parágrafo único, II do CC). 
1. OBS.: proclamada a nulidade, ou mesmo a anulabilidade, o emancipado retorna à situação de incapaz, salvo se o contraiu de boa-fé. 
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
Art. 1.518.  Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização. 
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
ii. Suprimento judicial: com a negativa de um ou todos os representantes no casamento de relativamente capazes, existe a possibilidade do suprimento judicial, em que requer ao juiz a autorização para celebração do casamento (juízo competente, qualificação das partes, dos fatos – narra exatamente o que lhe foi justificado pelos pais -, dos fundamentos – porquê aquela razão é infundada -,dos pedidos – pede o suprimento judicial), ressaltando, que existem leis que expressam quais argumentos são plausíveis para a ocorrência do casamento. A deficiência só ocorre quando a vontade não for suficiente – Causas que justificariam o impedimento ao casamento:
1. Prodigalidade;2. Enfermidade por droga ou dependência (compromete a autonomia do sujeito);
3. Embriaguez em enfermidade;
4. Enfermidade que suprimi a vontade consciente (ex.: confusão mental medicamentosa).
Quando o juiz autoriza o casamento, restringe a possibilidade de escolha de regime de bens, e as pessoas se casam obrigatoriamente em regime de separação total de bens; se os pais autorizarem, será livre escolha de regime de bens. 
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.520.  Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.    
Art. 148 do ECA. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento. 
c. Legitimidade para o casamento: significa ausência de impedimentos, que são circunstâncias de ordem pública com um rol taxativo que o CC prevê no art. 1521. 
i. Impedimento e causas suspensivas: hipóteses;
Art. 1.521. Não podem casar: gera nulidade
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
· No Direito de Família, quando o ato é celebrado, só ocorre a nulidade pela oposição;
· A união estável tem os mesmos impedimentos do casamento;
· Qualquer um e o MP pode opor o impedimento, pedindo nulidade daquele casamento;
· O impedimento pode ser apresentado até a data de celebração do casamento (aqui ainda não tem negócio jurídico, sendo apresentado por escrito);
· As causas suspensivas são situações que estão atreladas à família da pessoa reduzida e que buscam evitar prejuízos (consanguíneos ou patrimoniais), cujo rol taxativo do art. 1523 do CC;
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.
· Nas causas suspensivas, casa-se obrigatoriamente na separação total de bens;
· Se não for uma situação. Que ofenda a ordem pública, mas relativa apenas ao núcleo familiar, terá legitimidade para opor uma causa suspensiva os parentes em linha reta e colaterais até o 2º grau;
· A mulher após divorciou viuvez deverá comprovar nos 10 meses subsequentes que não está grávida, pois caso contrário, deverá se casar no regime de separação total de bens;
· CUIDADO NA LEITURA DO CAPUT, POIS O CASAMENTO É POSSÍVEL E VÁLIDO,SÓ RESTRINGE REGIME;
· Só pode apresentar causa suspensiva até o final dos proclamas. 
ii. Oposição e consequência
29/08/19
Formalidades preliminares para o casamento:
1. Pedido de habilitação = é administrativo
a. Preenchimento do formulário com a entrega dos documentos e do pedido de habilitação;
b. Deve ser feito no Cartório de Registro de Pessoas Civis e Naturais, e ele realiza três atos: registro do nascimento, do casamento e óbito;
c. O responsável por gerir esse procedimento é o tabelião;
d. Art. 1525 – documentos obrigatórios;
e. Enquanto a pessoa puder expressar a vontade, ela pode se casar;
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
2. Publicação do proclamas ou editais = quando o tabelião extrai num edital o nome dos contratantes, e se forem menores, o nome dos pais, constando o regime o qual se casarão. Deverá ser publicado no domicílio dos contratantes.
a. Deve ser publicado no domicílio dos contratantes, e caso sejam diferentes, publica-se nas duas;
b. Edital publicado no jornal e afixado no cartório;
c. Será publicado o proclamas nos múltiplos domicílios. 
3. Vista ao MP = se houver impedimento ou causa suspensiva, primeiro devolve-se o prazo à defesa, e depois manda ao MP, mas nada constando, somente segue ao MP.
a. Prazo em regra de 15 dias, mas se houver a necessidade de dilação, é possível;
b. Age como fiscal da lei;
c. OBS.: do MP só envia ao juiz se tiver oposição de impedimento ou causa suspensiva. Havendo causa suspensiva, devolve-se ao cartório com a determinação que seja regime de separação total de bens, lado outro, havendo causa impeditiva, o cartório não poderá dar andamento ao casamento, e nada havendo, segue ao cartório para procedimento regular.
4. Certificado de habilitação com prazo de validade de 90 dias: o tabelião certifica que os contratantes estão prontos para casar, e após isso, tem até 90 dias (excluindo o dia do início e contando do final) para indicar o dia, hora e lugar. 
a. Emolumentos ou diligências feitos para a realização do casamento (variam anualmente).
Celebração do casamento
· O celebrante do casamento é o juiz de paz, sendo sujeito maior, idôneo, tendo conhecimentos mínimos civis, e poderá ser exercido pelo tabelião;
· Justificando, poderá haver substituição do juiz de paz;
· Há também a possibilidade de que o juiz de paz seja a doc (por delegação), e ao final, estando autorizado, esta pessoa exercerá como juiz de paz;
· A celebração pode ser em qualquer lugar, e qualquer hora;
· Tem que ser no mínimo 4 testemunhas;
· O casamento é realizado de portas abertas;
· Tem que indagar se a vontade das partes é livre e idônea;
· Ocorre a entrega da certidão de casamento. 
Causas de suspensão da cerimônia:
· Recusa;
· Declaração não livre;
· Arrependimento manifestado. 
03/09/19
1. Formas especiais de celebração do casamento:
a. Casamento por procuração: procuração deve ser feita por cartório, pois o tabelião é quem tem fé pública para identificar se o outorgante tinha condições para expressar a sua vontade, de modo que ele é quem assina e descreve todos os poderes especiais. Essa procuração tem validade de 90 dias, permitindo que se possarevogar os poderes a qualquer tempo, ademais a dinâmica da celebração é a mesma da tradicional, devendo as qualificações estarem expressas, de forma não genérica; 
b. Casamento em caso de moléstia grave: o legislador entendeu que poderia se estar diante de uma circunstância em que as partes contratantes já fizeram o pedido de habilitação do casamento, estão cientificados de que podem casar, e indicaram local e data da celebração, porém, antes deste, um ou ambos os contratantes fica acometido de uma enfermidade grave que o impeça de que se desloque para celebrar o casamento. Nessa hipótese, diz a lei que se pode requerer ao juiz de paz que ele vá ao encontro do casal para a celebração do casamento;
c. Casamento em iminente risco de vida (casamento nuncupativo): casamento realizado em circunstância extrema, ou seja, algum médico declara (tem que ser esse profissional) que a pessoa está correndo risco de morrer, de modo que a lei declara que não precisa haver autoridade ou pedido prévio, mas a celebração deve ser feita na presença dos próprios contratantes e seis testemunhas, que no caso, não podem ser parentes. Após, o juiz de direito recolhe os depoimentos, declara o procedimento válido e manda que o cartório expeça a certidão de casamento com efeito ex tunc. Entretanto, se após a celebração com o contratante em risco de vida, ele se recuperar em 10 dias, o estado de exceção some, de modo que deverão pedir habilitação, entregar documentos, dentre os outros passos necessários ao casamento tradicional, porém, não há nova celebração;
d. Casamento de divorciado fora do Brasil (casamento consular): as embaixadas ou consulados são uma forma de extensão territorial, assim, se o cidadão quer se casar segundo as regras brasileiras, ele deve se casar em um consulado brasileiro, onde deverá realizar as mesmas regras gerais, seguindo a mesma solenidade, e expedindo a certidão consular. A partir do primeiro dia do retorno ao Brasil, inicia-se o prazo de 180 dias para cientificar o cartório local sobre seu estado civil; 
e. Casamento religioso com eficácia civil: o Estado Laico permite diversidade de crenças, de modo que reconhece diversas celebrações religiosas para dar eficácia civil. A delimitação sobre o casamento religioso é dado pelo cumprimento das formas e requisitos do casamento civil, assim, no momento da celebração é necessário um procedimento formal, com celebrante competente, partes e testemunhas, e ter noticiado sobre o casamento dos contratantes à sociedade. Por isso, é necessário que se enquadre as tradições religiosas aos requisitos civis. Após a celebração do casamento religioso, terá 90 dias para pedir a eficácia do casamento civil, se tiver antes da cerimônia religiosa feito o pedido de habilitação e indicado o local religioso onde se praticou o ato; e a outra maneira é que a qualquer tempo pode pedir a eficácia civil do casamento religioso, demonstrando que todos os ritos foram cumpridos, assim, preencherá novos formulários, entregará documento, será publicado o proclamas, daí o tabelião expede a certidão com efeito ex tunc. 
2. Provas do casamento:
a. Prova específica: se dá por meio da certidão do casamento, podendo ser extraído outras quantas vezes quiser, pois é um documento público; 
b. Prova supletória: é um incidente processual em que se dá elementos probatórios ao juiz de que em algum tempo houve casamento, e acosta a declaração do cartório de que não consegue fornecer a certidão pelo motivo de força maior; 
c. Posse de estado de casados: a lei permite que os filhos (os únicos legitimados) quando não localizam a certidão de casamento dos seus genitores (mortos ou inconscientes), permitindo o reconhecimento do estado de casado através de instrumentos de prova, onde se retira uma certidão com efeito ex tunc. 
10/09/19
· Correção do trabalho;
· Cônjuge não possui parentesco, mas vínculo de conjugalidade;
· O que importa é o ponto de partida = “Como tal pessoa chegou a outra”.
19/09/19
ANULABILIDADE
O CC de 2002 considera anulável o casamento nas hipóteses elencadas nos arts. 1550, 1556 e 1558. 
· Regra geral: arguição dos cônjuges;
· Se não fizer no período previsto na lei, o direito não protegerá a quem dorme. O termo inicial não se dá a partir da ciência, mas a partir do casamento, excepcionalmente à partir do alcance da maioridade civil;
· A legitimidade nos atos nulos: qualquer um e o MP/ a legitimidade da anulabilidade: regra geral, os cônjuges e excepcionalmente seus genitores;
· Consequências: se a sentença for procedente, tira do mundo jurídico o casamento como se nunca tivesse existido;
· Efeitos: ex tunc em ambos os casos a proteção do Estado não extrapola o sujeito ao instituto do casamento;
· Hipóteses de anulabilidade: rol taxativo do art. 1550
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
§ 2o  A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.                         (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)         (Vigência)
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
Art. 1.552. A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida:
I - pelo próprio cônjuge menor;
II - por seus representantes legais;
III - por seus ascendentes.
Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, confirmar seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento judicial.
Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil.
Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.
§ 1o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
§ 2o Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;                    (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)       (Vigência)
IV - (Revogado).                       (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)       (Vigência)
Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para avida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu coação, pode demandar a anulação do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557.
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
§ 2o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de separação judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevidade.
Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado.
Art. 1.564. Quando o casamento for anulado por culpa de um dos cônjuges, este incorrerá:
I - na perda de todas as vantagens havidas do cônjuge inocente;
II - na obrigação de cumprir as promessas que lhe fez no contrato antenupcial.
· Na maioria das vezes há um consentimento defeituoso, uma manifestação volitiva imperfeita, seja por se tratar de pessoa que se casou inspirada no erro, seja por se tratar de quem, pela sua imaturidade ou defeito mental, não podia consentir desassistido do seu representante;
· O casamento anulável produz todos os efeitos enquanto não anulado por decisão judicial transitada em julgado. Até então tem validade resolúvel, que se tornará definitiva se decorrer o prazo decadencial sem que tenha sido ajuizada ação anulatória. Porém a sentença que anula o casamento tem efeitos retro-operantes, fazendo com que os cônjuges retornem à condição anterior, como se jamais o tivessem contraído. Produz efeitos iguais à decretação da nulidade, desfazendo a sociedade conjugal como se nunca houvesse existido, salvo caso de putatividade. Tal como no nulo, não houve o efeito de antecipação da maioridade. 
· Coabitar: comungar vida, onde os cônjuges dentro deste exercício comum exercem atos de gestão de domicílio em suas residências Ficou mais difícil comprovar a inexistência de coabitação;
· Casamento por coação: muitos lugares que as pessoas se casam por serem ameaçadas por outras pessoas, o que é um vício à livre manifestação (prazo de 04 anos);
· Autoridade incompetente: quem celebra o casamento é o juiz de paz, seu substituto, ou a doc;
· Erro sobre a pessoa do outro: não necessariamente tem que ter todas as hipóteses de erros para buscar a anulabilidade, além do prazo de três anos, este erro deve ser anterior ao casamento, desconhecido, que ao descobrir o erro o cônjuge fica com uma vida insuportável erro sobre a identidade (física não é correspondente à identidade registral porque ela é falsa), erro sobre a honra (honra são os valores e princípios que a pessoa tem e explana ao outro sobre eles), defeito físico irremediável (que não seja deficiência – regra perdeu a eficiência), doença contagiosa (anterior ao casamento, desconhecida, e quando descobrir tem que tornar a vida insuportável – contados dos 3 anos do casamento). 
26/09/19
DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO MATRIMONIAL
1) Disposições legais:
· Casamento – ato prévio: separação judicial (feito para refletir no prazo de 01 ano) – divórcio antes desse CC vigente;
· Antes da CF tinha que encontrar um culpado pelo fim do casamento, porém a promulgação da CF retirou esta ideia;
· Depois, pela emenda constitucional, o casamento se dissolve apenas pelo divórcio, tornando inapta a separação judicial;
· 2016: a 3ª turma do STJ publicou um acórdão em que a EC 66 não haveria acabado com a separação judicial, alegando que tinha acabado apenas os prazos, mas a separação seguiria sendo uma opção das partes, sob a justificativa de preservação dos direitos patrimoniais aos cônjuges;
· Crítica: ausência de técnica jurídica;
· Nesta mesma turma, existem outros acórdãos com decisões contrárias, afirmando que a separação judicial foi eliminada.
· 2018: a 4ª turma decide que a EC não pôs fim à separação judicial, pondo fim apenas aos prazos, dando às partes a liberdade, e afirmando que se um deseja a separação e outro o divórcio, quem pode menos, pode mais;
· Posição isolada na turma, existe um nº maior de julgados que acompanham a corrente majoritária;
· Dessa forma, esses dois julgados não fazem súmula vinculante.
· Hoje: um casamento válido entre pessoas vivas se dissolve pelo divórcio. Há duas espécies:
· Direto: significa aquele em que os cônjuges se casaram, independentemente do tempo ou culpa, e houve a manifestação de não permanecerem mais casados. Não houve nenhum pedido prévio de separação, então, diretamente disseram que queriam divorciar, e este poderá ser dado de duas espécies:
· Judicial: ação na vara competente (juízo da família). Duas modalidades:
· Consensual: há acordo entre os cônjuges com relação à dissolução do vínculo, sendo um feito mais célere;
· Litigioso: onde não há acordo entre os cônjuges (falta de consenso), sendo necessário instruir o processo, quer dizer, nesta demanda o procedimento é comum (rito ordinário). 
· Extrajudicial: via administrativa (direto no cartório), foi introduzido pela Lei 11441 de 2007, que prevê divórcio, inventário, partilha na esfera administrativa. Isso foi proposto, pois o Estado percebeu que a maior parte das demandas em família com relação ao divórcio poderiam ser mais céleres, provocando um custo menor. 
· Requisitos:
· Consensual;
· Forma: realizado por escritura pública, pois quem tem fé pública para afirmar que o comparecimento não estava viciado, é o Tabelião;
· Tem que ter advogado: pode ser um para os dois, ou individual a cada parte;
· Cônjuges tem que ser maiores;
· Se tiverem filhos, esse também tem que ser maiores (por causa da proteção de incapazes);
· Tem que ser feita a partilha (no CC/16, o casamento e a partilha não são simultâneos e cumulados, são ações autônomas – art. 1580 do CC. Porém, na modalidade extrajudicial, a lei 11441/07 diz que se houver o divórcio e existirem bens, tem que ocorrer a partilha. Isso ocorre porque o tabelião não avaliará se os bens arrolados conferem de fato aos que as partes têm, pois ele não pode julgar).
· Indireto: as partes já fizeram o pedido de separação judicial previamente, ou seja, já houve um pedido anterior sobre o casamento. É conhecido vulgarmente como a conversão da separação em divórcio. Se dá de duas formas:
· Judicial:
· Consensual: as duas partes separadas judicialmente concordam pelo divórcio;
· Litigioso: uma das partes não concorda com o divórcio, mas mesmo não concordando, o divórcio será julgado procedente. 
· Extrajudicial: converter a separação em divórcio no cartório, somente sendo possível por provimentos e resoluções dos tribunais, pois a lei 11441/07 não havia permitido essa modalidade. Sendo assim, o provimento 164/07 do TJMG autorizou essa conversão em cartório, necessariamentefeita por escritura pública. 
· Deve ser levada a escritura pública no cartório onde ocorreu o casamento para a devida averbação;
· OBS.: Quando os filhos são menores, precisa tratar deles no divórcio, pois este vínculo parental gera a autoridade filial (poder famílias), tendo como obrigatoriedade a guarda filial, por isso, esta será apenas judicial (tanto direto quanto indireto);
· Lei 12. 874/13: possibilidade de se realizar o divórcio direito e indireto de forma consular, com os mesmos requisitos brasileiros. 
· Arts. 1571 e 1582, CC;
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
§ 1o A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição.
§ 2o O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
§ 3o No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade conjugal.
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:
I - adultério;
II - tentativa de morte;
III - sevícia ou injúria grave;
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo;
V - condenação por crime infamante;
VI - conduta desonrosa.
Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.
Art. 1.574. Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção.
Parágrafo único. O juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação judicial se apurar que a convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuges.
Art. 1.575. A sentença de separação judicial importa a separação de corpos e a partilha de bens.
Parágrafo único. A partilha de bens poderá ser feita mediante proposta dos cônjuges e homologada pelo juiz ou por este decidida.
Art. 1.576. A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca e ao regime de bens.
Parágrafo único. O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, e, no caso de incapacidade, serão representados pelo curador, pelo ascendente ou pelo irmão.
Art. 1.577. Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se faça, é lícito aos cônjuges restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo.
Parágrafo único. A reconciliação em nada prejudicará o direito de terceiros, adquirido antes e durante o estado de separado, seja qual for o regime de bens.
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não acarretar:
I - evidente prejuízo para a sua identificação;
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união dissolvida;
III - dano grave reconhecido na decisão judicial.
§ 1o O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a qualquer momento, ao direito de usar o sobrenome do outro.
§ 2o Nos demais casos caberá a opção pela conservação do nome de casado.
Art. 1.579. O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos.
Parágrafo único. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos, não poderá importar restrições aos direitos e deveres previstos neste artigo.
Art. 1.580. Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação judicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer das partes poderá requerer sua conversão em divórcio.
§ 1o A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges será decretada por sentença, da qual não constará referência à causa que a determinou.
§ 2o O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de dois anos.
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.
Art. 1.582. O pedido de divórcio somente competirá aos cônjuges.
Parágrafo único. Se o cônjuge for incapaz para propor a ação ou defender-se, poderá fazê-lo o curador, o ascendente ou o irmão.
· Art. 226, §6º, CF/88 (após EC 66/10);
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.             (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)
· Leis 11441/07 e 12874/13;
· Provimento 164/07 – TJMG.
http://www8.tjmg.jus.br/institucional/at/pdf/cpr01642007.pdf
2) Formas de dissolução:
01/10/19
UNIÃO ESTÁVEL
· Arts. 1723 a 1727, CC
· Art. 226, §3º, CF/88
· Provimento nº 37/ 14, CNJ
1) Definição, evolução e características:
Embora a CF tenha previsto a união estável, não ficou claro após 88, de modo que gerou uma confusão, em que essas demandas eram encaminhadas à Vara Cível, onde não satisfazia os direitos. Após, foi promulgada a lei 8971 que tentou resolver a questão problemática, porém isso gerou um grande retrocesso, em que a constituição, na verdade, teve intervenção mínima, e o estabelecimento de prazo de 05 anos e a exigência da prole não cumprem os dispositivos constitucionais. 
A união estável era chamada à época de sociedade de fato, e a sua situação continuou colapsada, onde em 1996 surgiu outra lei visando solucionar a situação conflituosa, porém não por inteiro, pois determinou que os bens anteriores e posteriores à união estável são do casal. Assim, o Estado foi ficando fraco, havendo muito mais demandas do que uma sociedade equilibrada.
Em 2002, o CC também não foi um grande revolucionador, onde em seu art. 1723 definiu que a união estável é a união entre homem e mulher, em relação pública, contínua e duradoura, com objetivo de formar família, e este último ponto não é positivo, pois faz parte de um juízo de valor/ subjetivo. Então, houve a modificação nesse dispositivo por meio de uma emenda, que diz “tendo formado família”, mas essa definição traz uma curiosidade, pois as características público, contínuo e duradouro tornam difíceis as interpretações quanto ao que seja cada união (diferenciá-las). 
No casamento é possível se casar com idade núbil, porém na união estável não será possível, só será possível no caso de algum menor de 16 anos estar morando com um maior de 18 anos ou emancipado, aí sim será considerado união estável, segundo a jurisprudência. Caso seja, publicizado, será considerado união estável. 
2) Requisitos e efeitos: mesmos requisitos do casamento, porém, cabe ressaltar que é possível união estável válida, porém não formal, com alguém casado, mas que não mantenha a comunhão e vida com o cônjuge
Não se aplica causa suspensiva á união estável. 
- Relação pública: como a sociedade vê a convivência do casal (enxergar como se casados fossem);
- Contínua: tenha início, continuidade;
- Durável (os conviventes dizem quanto tempo dura).
OBS.: objetivo de formar família. 
Princípio daverdade real: prevalece a realidade sobre a forma. IMPORTANTE!
3) Dissolução: prova que ela existiu, pois não tem documento
· Extrajudicial: rito extraordinário
· Judicial: Vara de Família, rito ordinário – o ônus da prova incube a quem alega.
Provimento nº 37/ 14, CNJ: precisa mostrar que a união estável chegou ao fim. 
4) Conversão em casamento: para haver a conversão, tem que ter a dissolução do vínculo e a averbação em casamento, que terá efeito ex tunc. 
5) Registro da união estável: permitido, mas não há uma certidão, de modo que chegado ao fim, deve-se comunicar ao cartório. 
UNIÃO ENTRE PARES
ADI 4277/11
Se os elementos constitutivos estão presentes, uma interpretação de acordo com a norma, permite reconhecer que a união entre pares é semelhante a união estável, que é semelhante a casamento. Assim, se aplicam as mesmas normas da união estável. 
03/10/19
Regime de bens
Arts. 1639 a 1693, CC
1. Disposições legais e princípios:
a. Definição: Regime de bens, embora o casamento não seja com finalidade patrimonial, é bem provável de que os contratantes adquiram patrimônio, e haverá no momento da dissolução de ser conhecidas as regras patrimoniais escolhidas para o casamento. 
Por mais que essa modalidade seja não formal, poderão escolher suas regras patrimoniais, que é o regime de bens por um simples documento entre as partes, não há solenidade. 
b. Princípios:
i. Variedade de regime (pode até criar suas próprias regras);
ii. Liberdade de escolha – regra geral (exceção: art. 1641, CC: suprimento judicial, causa suspensiva, restrição do casamento com maiores de 70 anos);
iii. Irrevogabilidade: não se modifica – regra geral (exceção: os cônjuges podem mudar o seu regime por autorização do juiz através de uma petição conjunta, justificando as razões e apresentar provas de que não há prejuízo aos próprios cônjuges, nem a prole, nem a terceiros – art. 1539, §2º).
c. Regra de direito intertemporal: art. 2039, CC
i. Quando for realizar a dissolução do casamento, aplica-se as regras vigentes da época da sua celebração;
ii. STJ alterou o cenário da jurisprudência majoritária: à desprezo da norma de direito intertemporal, somente se aplicam as regras da celebração do casamento, e não se pode aplicar a exceção aos casamentos anteriores ao CC de 2002. 
2. Espécies:
	CC 2002
	CC 1916
	- Comunhão parcial
- Comunhão universal
- Separação de bens
- Participação final nos aquestos
	- Comunhão parcial
- Comunhão universal
- Separação de bens
- Dotal: consistia na entrega de um percentual da patrimonialidade da família da mulher ao homem quando ela casava, para ressarci-lo dos prejuízos constantes do casamento. 
3. Pacto antenupcial: não cabe na conversão, pois vai retroagir à data do início da união
Pacto nupcial é o contrato feito entre os noivos com o propósito de estabelecer o regime de bens que vigorará após o casamento entre ambos.
· NULIDADE =
· É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento;
· É nula a cláusula que contravenha disposição da lei.
· MENORES =
· No caso do pacto nupcial ser realizado por menor, sua eficácia fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens.
· OBS.: se os noivos não firmarem regime de bens, será a regra, comunhão parcial, salvo se por causa relacionada ao regime obrigatório de bens.
REGIME OBRIGATÓRIO É DIFERENTE DO REGIME LEGAL
Art. 1641, CC Art. 1640, CC
Os mais indicados:
Antes de 1977: comunhão universal
Depois de 1977: comunhão parcial
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1 o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II - da pessoa maior de sessenta anos;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;      (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010)
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no i nciso I do art. 1.647 ;
II - administrar os bens próprios;
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial;
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647 ;
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro:
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir.
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges.
Art. 1.645. As ações fundadas nos i ncisos III, IV e V do art. 1.642 competem ao cônjuge prejudicado e a seus herdeiros.
Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642 , o terceiro, prejudicado com a sentença favorável ao autor, terá direito regressivo contra o cônjuge, que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648 , nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária ( art. 1.647 ), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros.
Art. 1.651. Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caberá ao outro:
I - gerir os bens comuns e os do consorte;
II - alienar os bens móveis comuns;
III - alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial.
Art. 1.652. O cônjuge, que estiver na posse dos bens particulares do outro, será para com este e seus herdeirosresponsável:
I - como usufrutuário, se o rendimento for comum;
II - como procurador, se tiver mandato expresso ou tácito para os administrar;
III - como depositário, se não for usufrutuário, nem administrador.
08/10/19
COMUNHÃO PARCIAL
· Regime padrão quando não escolhe;
· Desde a vigência do casamento, inicia a comunhão entre o casal. A administração dos bens comuns é compartilhada, exercida entre os cônjuges e companheiros, e aquelas obrigações antes de casar não comungam, diferentemente daquelas assumidas após o casamento, salvo as de ato ilícito;
· Existe previsão expressa no código de quais hipóteses não haverá comunhão (art. 1659):
· Herança;
· Legado (disposição de última vontade, coisa certa para a pessoa certa);
· Doação (dar algo a outrem);
· Bens sub-rogados no lugar dos bens próprios quando o recurso for exclusivamente deste titular (sub-rogar é substituir - ex.: casa de campo de herança, e a parte aliena um bem comum entre eles, daí vende-se a casa de campo recebida via herança, onde a parte compra um bem de valor maior, somando o valor do bem comum + bem de herança, assim, torna-se um bem comum, a coisa comunga);
· Bens de uso pessoal;
· Livros (obs.: ao valor agregado, pois se torna bem comum – ex.: livro do Shakespeare);
· Instrumentos do trabalho (obs.: juízo pelo homem médio);
· Recebimento de pensão (ex.: aposentadoria – considerado no mínimo para a subsistência, então não comunga), meio soldo (militar inativo), monte pio (pensão que se recebe em razão do direito de outrem – ex.: lei do funcionário público previa que as filhas dos funcionários tinham direito a monte pio enquanto eram solteiras). 
· Salário também é comum, porém como se faz intuito persona, só poderá ser recebido por aquela pessoa que desempenhou o trabalho;
· Os frutos civis comungam;
· As coisas móveis presumem relativamente terem sido adquiridas no casamento, salvo se comprovar que são próprias;
· Entram na comunhão:
· Frutos;
· Benfeitorias;
· Títulos recebidos eventualmente (ou adquirido eventualmente, ou recebidos por herança, legado ou doação, ou algum fato eventual – como mega-sena).
· Para alienação, precisa da outorga do cônjuge, independentemente se tiver direito ou não;
· Cabe suprimento judicial.
· Modalidades: Alienar, gravar de ônus reais, prestar aval ou fiança.
COMUNHÃO UNIVERSAL
· Única patrimonialidade – todos os bens comungam;
· Até 77/ Antes de 2002: quando não escolhia, era este regime o padrão;
· Tudo o que a parte tinha antes de casar, e tudo que foi adquirido após o casamento torna-se uma universalidade de bens comuns;
· Os dois administram essa patrimonialidade;
· Obrigações anteriores ao casamento: só de quem assinou;
· Dívidas adquiridas durante o casamento: comuns;
· Única obrigação anterior ao casamento que pode ser comum: obrigação de aprestos – que são valores gastos pelo cônjuge para o casamento civil (na sua celebração não é pago, mas paga-se os emolumentos prévios. Contudo, o valor do contrato da festa será só seu, porque isso não faz parte de aprestos (obrigações voluptuárias);
· Bens que não entram na comunhão:
· Pensões;
· Meio soldo; subsistência do indivíduo
· Monte pio;
· Valores do trabalho – natureza alimentar (o que sobra comunga);
· Bens de uso pessoal;
· Livros;
· Instrumentos do trabalho;
· Herança;
· Legado; gravados com uma cláusula de incomunicabilidade
· Doação;
· Bens que receber em fidei comisso antes de implementar/ aperfeiçoar a condição (qualquer sujeito pode deixar ato de disposição de última vontade atribuindo bens seus a outras pessoas com determinadas condições, como aperfeiçoamento daquele bem, que se não for feito, volta ao patrimônio da herança e será redistribuído aos herdeiros).
10/10/19
Regime da participação final nos aquestos
AQUESTOS
PRÓPRIOS/ PARTICULARES
 Casamento Dissolução
POSSIBILIDADE DE PRÓPRIOS/ PARTICULARES
· Trouxemos normas mais rígidas na dissolução do patrimônio comum;
· Regime tem regras próprias;
· Formação e 3 massas patrimoniais:
· Bens próprios/ particulares: antes do casamento (pertencendo apenas a quem os tem em seu nome);
· Bens comuns: durante o casamento – correspondem a 50% a cada um dos cônjuges, que recebem o nome de aquestos, desde que se comprove que os dois contribuíram. Cabe prova em contrário dos bens móveis durante o casamento (presunção relativa), ou seja, se conseguir comprovar que somente uma parte adquiriu, estará excluído dos aquestos. Quem administra são os dois;
· Bens próprios/ particulares: durante o casamento – todos os outros bens adquiridos a qualquer título, que não oneroso com o dinheiro dos dois (ex.: se o cônjuge adquiriu onerosamente um bem com o seu dinheiro, herança, legado, doação, fato eventual). Quem administra é o próprio titular;
· As coisas móveis que são próprias não precisarão da autorização do outro, quando constar no pacto antenupcial;
· Nos artigos 1639 a 1652 traz expressamente a possibilidade de inserir essa exceção no pacto antenupcial. 
· As obrigações antes de casar-se será só de quem as firmou, assim como durante o casamento, exceto aquelas provenientes do domicílio familiar, que serão comuns;
· Para vender as coisas próprias anteriores ao casamento, e aquelas durante o casamento, acompanha-se a regra geral – PRECISA DA OUTORGA DO CÔNJUGE;
· Dissolução:
· Será apurado o montante dos aquestos;
· Identificados os aquestos, é necessário verificar se algum dos cônjuges solveu dívida do outro, então o valor será deduzido da meação do devedor;
· Devidamente atualizada e corrigida.
· Deverá ser entregue a cada um dos cônjuges o que lhe deve na mesma natureza, e se não for possível, total ou parcialmente será entregue em espécie;
· Se não tiver na mesma natureza e em espécie: alienação judicial.
· Neste regime há uma regra: o direito à meação é irrenunciável, incessível e impenhorável (art. 1652, CC). Também não permite formar condomínio/ copropriedade;
· Este regime vai muito bem até ter que dissolver. 
Separação de bens
a) Obrigatório – 1641, CC
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;      (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010)
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
b) Convencional:
a. Parcial: escolher a quais partes de bens vai se deixar como próprio ou comum (ex.: no pacto antenupcial fala que tais bens serão comuns, mesmo estando em regime de separação de bens);
b. Total: só há a formação de uma massa patrimonial, que representam os bens próprios ou particulares, sendo:
i. Tudo o que tinha antes de casar: coisa própria;
ii. Tudo o que constituírem durante o casamento: coisa própria;
iii. Os móveis do domicílio familiar comungariam – cabe presunção relativa, aí entra como próprios;
iv. As dívidas antes ou durante o casamento são próprias. 
Súmula 377 do STF: previa que os bens móveis que são presumidamente bens comuns, em caso da separação obrigatória, era interpretada aos da separação convencional total. Na época se justificou, que pela mulher se tornar incapaz, tinha que se preservar os bens móveis (todos eles) Foi deixando de ser aplicada quando a mulher alcança a isonomia, e caiu em desuso com a vigência do CC de 2002. 
É o único que permite alienar, gravar de ônus reais, prestar aval ou fiança SEM A AUTORIZAÇÃO DO OUTRO. 
Presunção relativa aos móveis de domicílio familiar
Próprios
· 
Dissolução
Casamento
Próprios
Pacto antenupcial: precisa ser feito pelas duas partes antes da celebração do casamento, em escritura pública com a presença dos dois cônjuges, e no seu conteúdo só podem ter regras puramente patrimoniais. 
17/10/19
FILIAÇÃO
ARTS. 1596 A 1606, CC
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523 , a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art. 1597.
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação.
Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.
Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente;
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
1. Conceito e características: Parentesco em primeiro grau na linha reta descendente, não importa de que forma é decorrida.
Tem como características serem todos tratados em direitos jurídicos e sociais iguais, irrevogabilidade e afetividade. 
2. Formação do vínculo filial:
· Filhos havidos no casamento (por presunção relativa): esses filhos que nascem durante o casamento gozam de presunção relativa, pois não cabe fiscalizar a família segundo o legislador – art. 1597, CC
· São filhos do casal, presumidamente:
· aqueles nascidos até 180 dias depois da celebração do casamento;
· aqueles nascidos em até 300 dias, depois da dissolução do casamento.
· Só será filho do segundo casamento:
· se nascer com mais de 300 dias depois da dissolução do 1º casamento + 180 dias da celebração do 2º, totalizando 480 dias (PRESUNÇÃO);
· Embriões excedentários: precisam de autorização prévia do cônjuge para serem implantados, já se ocorrer a inseminação durante a vigência do casamento, são presumidamente do casal. 
· Homóloga: material genético do casal;
· Heteróloga: uso de material doador. 
· Filhos havidos fora do casamento:
· Voluntário:
· Registro civil
· Testamento
· Registro em cartório
· Judicial por investigação oficiosa.
· Judicial:
· Investigação de paternidade.
· Cabe à prole: processo comum;
· Cabe às partes: rito ordinário. 
Súmula 301 do STF: 
EM AÇÃO INVESTIGATÓRIA, A RECUSA DO SUPOSTO PAI A SUBMETER-SE AO EXAME DE DNA INDUZ PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DE PATERNIDADE.
· Deve haver algum indício de que a pessoa poderá ser o genitor, não é somente por simples alegação, de modo que, terá que dar indícios para que o juízo tenha o livre convencimento de elementos que declaram a paternidade.
· Adoção – Lei 12.010/09
· Socioafetivo – Provimento 82/19, CNJ
3. Ações personalíssimas (imprescritíveis):
a) Negatória da paternidade (art. 1601, CC): o próprio pai alega, é rito ordinário.
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação.
É admitida nos casos de filiação decorrente da presunção legal de paternidade, ou seja, é a maneira de afastar a presunção imposta pela lei. Nesses casos, mesmo que a mulher tenha confessado que traiu seu marido, ou confessado que o filho não é de seu esposo, a presunção de paternidade não se afasta. A maneira jurídica de se afastar essa presunção (que é, portanto, relativa) será ajuizar a ação negatória de paternidade, sendo esta imprescritível.
b) Declaratória de erro ou falsidade: onde o próprio filho busca desfazer o vínculo.
Além do pai e do suposto filho, outros interessados também podem ter legitimidade para ajuizar ação declaratória de inexistência de filiação por falsidade ideológica no registro de nascimento. Esse entendimento foi aplicado pela Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em julgamento de um recurso especial interposto por familiares do suposto pai, já falecido.
c) Investigação de paternidade:
O procedimento de averiguação se dará da seguinte maneira: a pessoa interessada deverá informar ao Judiciário quem é o suposto pai. Sendo o autor da ação menor de idade, ele deverá estar representado por sua genitora, ou, por outro responsável legal, que indicará logo no início da ação todos os dados do possível pai, para que esse tome conhecimento da ação (por meio da citação por oficial de justiça) e apresente sua defesa.
A maneira mais eficaz de descobrir se há vínculo de paternidade entre o suposto pai e o filho é realizando o exame de DNA. Em data a ser designada pelo Juiz, geralmente depois da apresentação da defesa, será agendada a coleta do material genético tanto da criança, quanto do suposto pai (e, às vezes, da mãe também), para realização do exame.
· Se o suposto pai não comparecer ao exame de DNA sem a apresentação de justificativa, ocorrerá a presunção de paternidade;
· Se o suposto pai não for encontrado, o investigante terá de se valer de provas testemunhais, dentre outras para a comprovação;
· Sendo o suposto pai falecido, seus herdeiros serão chamados no processo, realizando-se exame de DNA com estes ou até mesmo com seus restos mortais.
4. Investigação oficiosa – Lei 12.004/09:
A averiguação oficiosa ocorre quando a mãe registra a criança sozinha para que esta não saia prejudicada e, possa exercer os seus direitos enquanto pessoa. Assim, ela deverá entregar ao Oficial do Registro Civil o nome e demais dados do suposto pai, para que seja instaurado procedimento competente para averiguação se aquela alegação da mãe procede, ou seja, se é realmente o pai da criança.
· Art. 2º da Lei 8.560/92:
Art. 2º Em registro de nascimento de menor apenas com a maternidade estabelecida, o oficial remeterá ao juiz certidão integral do registro e o nome e prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser averiguada oficiosamente a procedência da alegação.
· Art. 2º da Lei 12.004/09:
Art. 2o  A Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 2o-A:
“Art. 2o-A.  Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.
Parágrafo único.  A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.”
· O juiz mandará intimar o suposto pai, independentemente do seu estado civil, para que se manifeste sobre a paternidade de que lhe é atribuída;
· O magistrado poderá, ainda, quando entender

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