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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DISCIPLINA DE QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I PROFESSOR ANTONIO LUIZ BRAGA STEFANIE CRISTINE NIED MANDRIK SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS: EXPERIMENTO 1 FLORIANÓPOLIS, 28 DE AGOSTO DE 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................3 2 OBJETIVOS......................................................................................................4 3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................4 3.1 INSTRUMENTAÇÃO...........................................................................4 3.2 REAGENTES E SOLUÇÕES...............................................................5 3.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...................................................5 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................6 4.1 RESULTADOS....................................................................................6 4.2 DISCUSSÕES.....................................................................................7 4.2.1 AMOSTRA 9..........................................................................7 4.2.2 AMOSTRA 27........................................................................8 4.2.3 AMOSTRA 6..........................................................................8 4.2.4 AMOSTRA 16........................................................................9 5 CONCLUSÃO...................................................................................................9 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................9 1 INTRODUÇÃO A solubilidade está entre os temas mais relevantes da área da química, tanto pela sua importância intrínseca quanto pela variedade de fenômenos e propriedades químicas envolvidas no seu entendimento. Ela é comumente descrita em termos de uma substância ser solúvel (dissolvida) ou insolúvel (não dissolvida) em um solvente. A rigor, deve ser descrita em termos de até que ponto uma substância é solúvel em uma determinada quantidade de solvente, em condições de equilíbrio. Solubilidade é, portanto, um termo quantitativo. Uma substância orgânica ser solúvel está diretamente relacionada com sua estrutura molecular, especialmente com a polaridade das ligações e da espécie química como um todo (momento de dipolo). Geralmente, os compostos apolares ou fracamente polares são solúveis em solventes apolares ou de baixa polaridade, enquanto que compostos de alta polaridade são solúveis em solventes também polares, o que está de acordo com uma generalização amplamente utilizada que diz que “semelhante dissolve semelhante”. Em alguns casos, a solubilidade de compostos orgânicos pode estar relacionada com a ocorrência de uma reação química. Assim, essa propriedade pode ser dividida em duas categorias: a solubilidade em que uma reação química é a força determinante (por exemplo, na reação ácido-base) e a solubilidade na qual estão envolvidas somente as forças intermoleculares. O estudo da solubilidade de uma substância em determinados solventes (água, acetona, NaOH 5%, NaHCO3 5%, HCl 5%, H2SO4 95 % e H3PO4 85%.), fornece valiosa informação sobre a presença ou ausência de determinados grupamentos funcionais ou classes de compostos orgânicos, tornando possível organiza-los de acordo com a sua classe de solubilidade, como é apresentado na tabela a seguir: Tabela 1; Fonte: Apostila de Química Orgânica Experimental I. 2 OBJETIVOS Utilizando testes de solubilidade, este experimento teve como objetivo classificar cada um dos quatro compostos desconhecidos de acordo com sua classe de solubilidade, e a partir disso, conhecendo os valores obtidos para o índice de refração, para o ponto de fusão e as características físicas da amostra, identificar de que composto se trata. 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 INSTRUMENTAÇÃO Pipetas graduadas; Espátulas; Tubos de ensaio; Banho maria; Pistilo; Gral; Papel tornassol; Aparelho para medir ponto de fusão; Capela; Refratômetro. 3.2 REAGENTES E SOLUÇÕES Água destilada; Acetona; NaOH 5%; NaHCO3 5%; HCl 5%; H2SO4 96%; H3PO4 85%; As quatro amostras, como apresentadas na figura: Figura 1; Fonte: a autora, 2019. 3.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para o teste de solubilidade, foram colocadas cerca de 3 gotas da amostra desconhecida em um tubo de ensaio identificado (no caso dos sólidos, foi colocado o equivalente a ponta da espátula); A seguir, foram adicionados ao tubo cerca de 1,0 mL do solvente ao qual queríamos determinar a solubilidade. Depois, o tubo foi agitado e/ou aquecido em banho maria a fim de homogeneizá- lo. A partir das amostras a serem identificadas, os testes foram realizados até a descoberta de qual a classe de compostos elas pertenciam. Sendo assim, os ensaios foram feitos seguindo o roteiro apresentado no esquema a seguir (Obs.: o éter foi substituído por acetona): Esquema 1; Fonte: Apostila de Química Orgânica Experimental I. Alguns alunos se dispuseram a fazer as análises do índice de e do ponto de fusão, tratando-se de uma ferramenta complementar para identificação precisa das amostras. Os valores serão apresentados nos resultados. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 RESULTADOS Dadas as quatro amostras desconhecidas, foram realizados testes de solubilidade à cada uma delas. A partir destes, foi possível classificar à que classe de solubilidade as amostras pertenciam, como mostrado na Tabela 2: Solvente Amostra 9 Amostra 27 Amostra 6 Amostra 16 Água Insolúvel Insolúvel Insolúvel Insolúvel Acetona - - - - NaOH 5% Insolúvel Insolúvel Solúvel Insolúvel NaHCO3 5% - - Solúvel - HCl 5% Insolúvel Insolúvel - Insolúvel H2SO4 96 % Solúvel Solúvel - Solúvel H3PO4 85% Solúvel Insolúvel - Solúvel Classe de solubilidade N1 N2 A1 N1 Tabela 2; Fonte: a autora, 2019. Se fez necessário, ainda, os valores para o ponto de fusão (obtido no laboratório para as amostras 6 e 16), o índice de refração (obtido no laboratório para as amostras 9 e 27), a tabela encontrada na apostila apresentando uma lista dos possíveis compostos desconhecidos e nos atentarmos às características físicas da amostra analisada, para assim identifica-la. Com isso, os resultados obtidos foram: Amostra Classe de solubilidade Índice de refração P.F. (°C) Característica física Composto 9 N1 1,458 - Líquido incolor, odor adocicado semelhante a banana; Nº2: Acetato de isoamila; 27 N2 1,42 - Líquido incolor Nº22: éter dibutílico; 6 A1 - 157 Sólido branco Nº10: ácido salicílico; 16 N1 - 44 a 46 Sólido marrom Nº28: p- toluidina; Tabela 3; Fonte: a autora, 2019. 4.2 DISCUSSÕES 4.2.1 AMOSTRA 9 Inicialmente, foi realizado teste de solubilidade da amostra em água. Ficou visualmente fácil de verificar que são insolúveis devido a formação de duas fases: Figura 2; Fonte: a autora, 2019. Depois, foram realizados testes da amostra em NaOH 5%, e em HCl 5%. Ambas também insolúveis. Em seguida, foi realizado foi realizado teste em H2SO4 96%, onde houve mudança de coloração indicando sua solubilidade: Figura 3; Fonte: a autora, 2019. O último ensaio a ser realizado, era da amostra em solução de H3PO4 85%, onde notamos sua solubilidade, classificando, assim, a amostra sendo pertencente à classe N1: Álcoois, aldeídos, metil cetonas, cetonas cíclicas e ésteres contendo somente um grupo funcional e número de átomos de carbono entre cinco e nove; éteres com menos de oito átomos de carbono; epóxidos. A partir dessa classe de compostos, foi possível distinguir quais dos possíveis compostos da lista pertenciam a ela.Após, foi analisado o índice de refração das possíveis espécies que, aliás, ficaram muito próximos do valor obtido no laboratório. O fator decisivo para identificar o composto foi o odor adocicado característico, sendo assim, definido como acetato de isoamila. 4.2.2 AMOSTRA 27 Seguindo os testes de solubilidade, concluímos que esse composto pertence a classe N2: Alcenos, alcinos, éteres, alguns compostos aromáticos (com grupos ativantes) e cetonas (além das citadas em N1). Buscando pelos índices de refração, a espécie com valor mais próximo do obtido no laboratório foi o éter dibutílico: Figura 4; Fonte: Wikipédia. 4.2.3 AMOSTRA 6 A amostra 6 apresentou-se insolúvel em água, solúvel em NaOH 5% e em NaHCO3, fazendo com que ela pertença a classe de solubilidade A1: Ácidos orgânicos fortes: ácidos carboxílicos com mais de seis átomos de carbono, fenóis com grupos eletrofílicos em posições orto e para, β-dicetonas. Partindo disso, e tendo em vista os possíveis compostos e o ponto de fusão encontrado no laboratório, conclui-se que se trata do ácido salicílico. 4.2.4 AMOSTRA 16 Realizando os testes de solubilidade para a amostra 16, notamos que ela era insolúvel em água, NaOH 5% e em HCl 5%. Para essa amostra, foi necessário utilizar o banho maria e nos três testes houve formação de duas fases: Figura 5; Fonte: a autora, 2019. Após, foi realizado teste em H2SO4 96% e em H3PO4 85%, e em ambos os casos a amostra se solubilizou, nos indicando, com isso, que ela também pertence a classe N1. Analisando o ponto de fusão e as características físicas desse sólido, foi possível concluir que se trata da p-toluidina. Porém, levando em consideração a classificação feita anteriormente, a p-toluidina é uma amina aromática e não faz parte da classe N1, destacando assim algum equívoco feito durante os testes de solubilidade. 5 CONCLUSÃO Este experimento mostrou que por meio de testes muito simples e que exigem pequena quantidade das substancias desconhecidas, podemos ter uma visão muito ampla sobre a solubilidade dos compostos orgânicos. Por meio dos testes de solubilidade, foi possível classificar as amostras desconhecidas de acordo com a presença ou ausência de determinados grupos funcionais, e com isso identificar a que classe de solubilidade pertenciam. Partindo disso, foram necessários alguns dados complementarem para que a identificação precisa do composto fosse possível. Portanto, foi disponibilizada uma lista dos possíveis compostos, além de que foram realizados ensaios para encontrar ponto de fusão e índice de refração. Levando em consideração as características físicas (que pode ser um fator decisivo), ficou simples determinar de que composto se trata. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Apostila de Química Orgânica Experimental I; Engel, R. G.; Kriz, G. S.; Lampman, G. M.; Pavia, D. L.; Quimica Orgânica Experimental: Técnicas de pequena escala, 3ª ed., Cengagel Learning: São Paulo, 2012; MARTINS, Cláudia Rocha; LOPES, Wilson Araújo; ANDRADE, Jailson Bittencourt de. Solubilidade das licenças orgânicas. Quim. Nova, São Paulo, v. 36, n. 8, p. 1248-1255, 2013. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 40422013000800026&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 28 de agosto de 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422013000800026; VOGEL, A. I., Química orgânica: análise orgânica qualitativa - 3° Ed., vol. 3, 1971.
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