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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DISCIPLINA DE QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I PROFESSOR ANTONIO LUIZ BRAGA STEFANIE CRISTINE NIED MANDRIK EXPERIMENTO 8: PREPARAÇÃO DO CLORETO DE t-BUTILA FLORIANÓPOLIS, 11 DE NOVEMBRO DE 2019 SUMÁRIO 1 RESUMO..........................................................................................................3 2 OBJETIVOS......................................................................................................3 3 INTRODUÇÃO..................................................................................................3 4 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................5 4.1 INSTRUMENTAÇÃO...........................................................................5 4.2 REAGENTES E SOLUÇÕES...............................................................5 4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...................................................5 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................6 5.1 RESULTADOS....................................................................................6 5.2 DISCUSSÕES.....................................................................................6 6 CONCLUSÃO...................................................................................................7 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................7 1 RESUMO Neste experimento foi feita síntese do cloreto de t-butila através do tratamento do t-butanol com ácido clorídrico, segundo o mecanismo SN1. A purificação foi feita através da destilação fracionada obtendo-se 5,338 g de produto puro e rendimento de 27%. O produto final foi caracterizado por índice de refração onde obteve-se valor idêntico ao teórico, que vale 1,385. 2 OBJETIVOS Este experimento teve como objetivo estudar as reações de substituição nucleofílica unimolecular e bimolecular por meio da síntese, purificação e caracterização do cloreto de t-butila. 3 INTRODUÇÃO A reação de substituição nucleofílica é uma das mais importantes e mais estudadas em química. Ela consiste na troca de um ligante da cadeia carbônica e pode acontecer de forma unimolecular (SN1) ou bimolecular (SN2). Figura 1; fonte: (Apostila de Química Orgânica Experimental A 2019). a) REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA BIMOLECULAR (SN2): Ocorre através de um mecanismo direto, onde o ataque do nucleófilo (Nu) acontece simultaneamente à saída do grupo abandonador (G), ou seja, a ligação Nu-carbono vai se formando, enquanto a ligação carbono-G vai se rompendo (Apostila de Química Orgânica Experimental A 2019). É o mecanismo mais operante para carbonos primários, como na preparação do brometo de n-butila 1 a partir do 1-butanol 2. Figura 2; fonte: (Apostila de Química Orgânica Experimental A 2019). b) REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA UNIMOLECULAR (SN1): Este mecanismo se desenvolve em três etapas e envolve a participação de um carbocátion como intermediário reativo. Na primeira etapa (rápida), ocorre a protonação do oxigênio hidroxílico no álcool. Na segunda etapa (lenta), a ruptura da ligação carbono-OH2+ no intermediário fornece o carbocátion. Na terceira etapa (rápida), a ligação Nu-carbono é formada, gerando o produto de substituição (Apostila de Química Orgânica Experimental A 2019). Este é o mecanismo mais adequado para substratos que formam carbocátions estáveis, ou seja, ocorre majoritariamente em carbonos terciários. Um exemplo é a síntese do cloreto de t-butila, proposta neste experimento. O mecanismo é apresentado a seguir: Figura 3; fonte: (© The Royal Society of Chemistry 2017). A síntese do cloreto de t-butila pode levar a formação de um subproduto, o isobutileno. O isobutileno, por ser um gás à temperatura ambiente (P.E. - 6,9°C), logo que formado já é evaporado. O isobutileno é formado pela reação de eliminação que é competitiva a substituição, como apresentado a seguir: Figura 4; disponível em: https://files.passeidireto.com/dfab4445-4c5f-4a19-830e- 9d26d2f91a8d/bg4.png 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 INSTRUMENTAÇÃO Funil de separação; Pipeta volumétrica; Proveta; Erlenmeyer; Béquer; Funil; Papel filtro; Banho de gelo; Mangueiras; Manta de aquecimento; Pedras de porcelana; Refratômetro; Kit para destilação fracionada: balão de fundo redondo, coluna de fracionamento, cabeça de Claisen, termômetro, condensador; 4.2 REAGENTES E SOLUÇÕES 20,0 mL de álcool t-butílico; 30,0 mL de ácido clorídrico concentrado; 50,0 mL de água destilada; 50,0 mL de solução de bicarbonato de sódio 5%; Sulfato de sódio anidro; 4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Em um funil de separação foram misturados 20,0 mL de álcool t-butílico e 30,0 mL de ácido clorídrico concentrado. A mistura foi agitada ainda na vertical, sem a tampa, por aproximadamente 1 minuto. Em seguida foi tampado, invertido e agitado por mais 3 minutos, abrindo ocasionalmente a torneira para aliviar a pressão. O funil foi deixado em repouso até que houvesse completa separação das fases. A fase aquosa foi retirada. De forma rápida, a fase orgânica remanescente foi lavada com 25,0 mL de água destilada; as fases foram separadas, e a aquosa foi descartada; depois, foi feita a lavagem com duas porções de 25,0 mL de bicarbonato de sódio 5%, onde descartou-se a fase do bicarbonato; em seguida, repetiu-se a lavagem com 25,0 mL de água e a fase aquosa foi novamente descartada. A fase orgânica final foi seca com sulfato de sódio anidro e filtrada por gravidade para um erlenmeyer previamente pesado. Ele foi pesado novamente e obteve- se a massa do produto impuro. A porção obtida foi colocada no balão de destilação juntamente com a porção de outro grupo; adicionou-se pedras de porcelana e iniciou-se a destilação fracionada. O destilado foi coletado em um erlenmeyer sobre banho de gelo. Foi feita a leitura da temperatura de evaporação e do índice de refração do produto puro. 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 RESULTADOS A massa total de produto bruto obtida pelos dois grupos foi de 10,326 g; ao final da destilação, coletou-se 7,150 g. Considerando que a massa inicial de produto bruto da nossa equipe foi de 5,338 g, por regra de três, obtém-se que: 10,326 g de produto bruto – 7,150 g de produto puro 5,338 g referente ao nosso experimento – X g Assim, X= 3,696 g de produto puro referente a nossa equipe. A temperatura de evaporação foi de 51°C e o valor para o índice de refração foi de 1,385. 5.2 DISCUSSÕES Este experimento apresentou um rendimento de 27%, conforme cálculo apresentado a seguir: 1°) Volume de álcool t-butílico utilizado: 20,0 mL=20 cm3; Densidade álcool t-butílico: 0.7809 g/cm3; Usando que: 𝑑 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 Temos: 0,7809 g cm3 = massa álcool 𝑡 − butílico 20 cm3 Assim, a massa de álcool t-butílico é igual a 15,618 g; 2°) Estequiometria 1:1 1 mol de álcool t-butílico – 1 mol de cloreto de t-butila 74,122 g – 92,570 g 15,618 g – X g X= 19,505 g massa teórica de cloreto de t-butila; 3°) %𝑅 = massa de cloreto de 𝑡 − butila obtida experimentalmente massa teórica de cloreto de 𝑡 − butila 𝑥100% %𝑅 = 5,338 𝑔 19,505 𝑔 𝑥100% = 27% Um dos fatores que interfere significativamente no rendimento é a instabilidade do produto em água e em solução de bicarbonato de sódio, fazendo com que ele possa ter sido retirado da fase orgânica junto a outras impurezas o momento em que foram feitas as lavagens. Para minimizar estes efeitos, as lavagens devem ser feitas de forma rápida. Fazendo a análise do ponto de ebulição, notou-se que durante a destilação o produto evaporou muito próximo ao valor entradona literatura, que é de 51°C. Avaliando os valores para o índice de refração, na prática obteve-se 1,385, valor idêntico ao teórico. Sendo assim, comprovada a pureza do produto final. 6 CONCLUSÃO Através deste experimento foi possível sintetizar o cloreto de t-butila a partir da reação de substituição nucleofílica unimolecular entre o álcool t-butílico e ácido clorídrico, empregando a destilação fracionada para purificação. Obteve-se um produto com alta pureza e um rendimento de 27%. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS © The Royal Society of Chemistry . Supplementary information for Comprehensive Organic Chemistry Experiments for the Laboratory Classroom. 2017. http://www.rsc.org/suppdata/books/184973/9781849739634/bk97818497 39634-chapter%202.1.pdf (acesso em 11 de Novembro de 2019). Apostila de Química Orgânica Experimental A. Florianópolis, Santa Catarina: Departamento de Química/Universidade Federal de Santa Catarina, 2019.
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