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· Regiões com osso plano = projétil perde grande energia – orifício de entrada grande buraco que ultrapassa diâmetro do projétil – ferida lacerada ou até estrelada – lesão de entrada pode ser tão ampla a ponto de não se conseguir distingui-la da de saída 
· Quando projétil transmite energia para penetrar o corpo, faz orifício de entrada gigante, porém penetra menos porque perdeu muita energia. 
· Orifício de saída: rasgo 
· Trajeto: tecidos lacerados e necróticos, infiltração hemorrágica, cavidades temporárias pulsantes 
· ZONAS DE LACERAÇÃO OU ESFACELO: tecidos próximos que sofrem diretamente com as pulsações
· ZONAS DE HEMORRAGIA: tecidos distantes, menos afetados pelas pulsações
· Fenômeno das ondas de choque e pressão: tecidos que oferecem resistência – ossos 
Medicina Legal – 8o Semestre
 
 
 
 dia 10/08/17
Prof.ª Neusa Bittar
 
 P1: 28/09 – P2: 30/11
CAPÍTULO 08: ENERGIAS FÍSICO-QUÍMICAS – ASFIXIAS MECÂNICAS
· As energias físico-químicas referem-se à ações físicas que desencadeiam alterações químicas no organismo, como por exemplo, as asfixias mecânicas. 
· Hipóxia: redução do teor de oxigênio
· Hipercapnia: aumento do teor do gás carbônico 
· Asfixia é qualificadora do crime de homicídio – vítima não morre de imediato – firme propósito homicida
Fases da asfixia
1 – Dispneia Inspiratória: dificuldade para puxar o ar para dentro dos pulmões
2 – Dispneia Expiratória: dificuldade para expelir o ar – pode ter convulsões
3 – Parada Respiratória
4 – Últimos movimentos respiratórios que precedem à morte
( Na asfixia, a parada respiratória antecede a parada cardíaca. 
Sinais Cadavéricos
· Externos 
· Cianose da face (cor arroxeada ou azulada)
· Cogumelo de espuma
· Projeção da língua para fora da boca
· Equimoses externas, com forma de petéquias, na pele e mucosas da face, pálpebras e olhos
· As petéquias na região da cabeça são geralmente encontradas em estrangulamento, esganadura, enforcamento com suspensão incompleta do corpo e asfixia por compressão torácica. 
· Livores cadavéricos 
· Internos
· O sangue é fluido e escuro
· Equimoses viscerais, com forme de petéquias, na região subpleural e subepicárdica (Manchas de Tardieu) 
· As Manchas de Tardieu são formadas pela ruptura de pequenos vasos sanguíneos, por causa do aumento de pressão dentre deles. Podem ser encontradas em diferentes tipos de asfixia, assim como mortes causadas por epilepsia, asma e coagulopatias. 
· Congestão (maior volume de sangue nas vísceras)
· Hemorragia, edema e/ou enfisema pulmonar
· São necessários cerca de 2kg para obstruir veias jugulares, 5kg para obstruir artérias carótidas e 30kg para obstruir artérias vertebrais 
· Se a pressão aplicada no pescoço ou tórax for elevada o bastante para obstruir o retorno venoso do crânio, mas insuficiente para impedir o afluxo do sangue arterial, haverá elevação na pressão intravascular, ocasionando o rompimento de vênulas e capilares. 
CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS VIOLENTAS 
1) Asfixias por obstrução das vias respiratórias 
a. Sufocação direta: impedimento da entrada de ar por obstáculo nos orifícios externos como boca e nariz, ou nas vias aéreas superiores (antes de chegar no pulmão)
i. Oclusão direta das narinas e boca
· Acidental: recém-nascidos e adultos durante crise de epilepsia ou embriagues
· Criminosa: desproporção de forças, como no infanticídio 
ii. Oclusão dos orifícios da faringe e laringe
· Acidental: comum em crianças que engolem e aspiram objetos
· Criminosa: como infanticídios e como forma de tortura ou de apressar a morte – equimoses e escoriações na face, além de fratura nos dentes
b. Asfixias por constrição cervical: enforcamento, estrangulamento ou esganadura. A compressão do pescoço afeta as várias estruturas que aí se encontram. Diferentes mecanismos podem causar obstrução das vias respiratórias; dificuldade de circulação (veias), levando à retenção de sangue na cabeça; desencadeamento de reflexos nervosos devidos à compressão de terminações nervosas situadas juntos aos vasos do pescoço, que levam à parada cardíaca.
i. Enforcamento: constrição por laço, que tem uma das extremidades fixa a um ponto, o qual é acionado pelo peso do corpo da vítima. 
· SÓ HÁ ENFORCAMENTO QUANDO A FORÇA ATUANTE É O PESO DO CORPO. 
· Pode ser completo, quando o corpo fica totalmente suspenso, ou incompleto, quando o corpo toca o chão com alguma de suas partes. 
· Os laços podem ser duros (arame, corda) ou moles (lençol). 
· Nó pode ser fixo ou corredio, localizado na nuca (região posterior) ou mastoide (lateral) do pescoço. Corpo fica pendente para lado oposto ao nó. 
· Óbito no prazo de 5 a 10 minutos. 
· Morte instantânea: decorrente de parada cardíaca por reflexo nervoso, e não de asfixia – morte por inibição
· Enforcado azul: face fica cianosada e com aspecto vultoso. Mantém-se passagem de sangue arterial levando oxigênio para a cabeça, mas gás carbônico fica retido, uma vez que o sangue venoso não consegue sair devido obstrução total das veias. Oxigênio = vermelho / Gás Carbônico = roxo, azul. 
· Enforcado branco: face fica branca e lívida devido forte compressão do laço que obstrui totalmente veias e artérias. O sangue não sai, mas também não chega à cabeça. 
· Livores hipostáticos situam-se abaixo do umbigo se o cadáver ficar pendurado de 8 a 12 horas. 
· Ferimentos nas pernas e pés devido convulsões. 
· Sulco de enforcamento descontínuo, em posição alta no pescoço, profundo na região oposta ao nó e superficial ou ausente perto do nó, direção do sulco é oblíqua ascendente.
· Pergaminhamento: deslocamento de água – aspecto enrugado e endurecido. 
· Equimoses, ruptura de músculos, lesões do osso hioide (gogó), coluna cervical e vasos carotídeos. 
SINAIS
· Amussat: solução de continuidade (rasgo) transversal na túnica interna ou íntima (camada interna) da artéria carótida, junto a sua bifurcação. 
· Friedberg: Sufusão hemorrágica (equimose) na túnica externa ou adventícia da carótida
· Neyding: infiltrações hemorrágicas puntiformes no fundo do sulco
· Lesse: vesículas sanguinolentas no fundo do sulco, lesões indiscutivelmente vitais pois dependem da presença de sangue circulando sob pressão. 
· Sinal de Ambroise Paré: pele enrugada e escoriada no fundo do sulco resultante de laço firme e áspero comprimindo o pescoço por longo período. 
· Sinal de Ponsold: livores cadavéricos, em placas, por cima e por baixo das bordas do sulco. 
· Sinal de Lacassagne: petéquias na face 
 
**ATENÇÃO**: lesões decorrentes de qualidade de laço, permanência da compressão que ele exerce e de fenômenos cadavéricos que se associam podem estar presentes também na vítima morta pouco antes do enforcamento. Como também o pergaminhamento e os livores cadavéricos podem se reproduzidos em cadáver enforcado logo após a morte por outra causa, não se prestam isoladamente ao diagnóstico de enforcamento. Entretanto, pelo fato das infiltrações de sangue só ocorrerem no vivo, quando presentes, principalmente em conjunto com sangue coagulado, dão a certeza de que enforcamento foi a causa da morte. 
ii. Estrangulamento: laço acionado por outra força que não o peso do corpo. Face cianosada. São frequentes lesões de luta. Sulco de estrangulamento contínuo, situa-se em posição baixa no pescoço, horizontal, frequentemente se identifica mais de uma volta do laço, não costuma haver pergaminhamento pois a força constritiva cessa com a morte da vítima, momento em que o agressor afrouxa o laço. 
iii. Esganadura: constrição cervical diretamente por qualquer parte do corpo do agressor como mãos, pernas, braços, etc. 
· Face pálida ou cianótica
· Petéquias na face (Sinal de Lacassagne)
· Equimoses à direita e à esquerda do pescoço 
· Escoriações causadas pelas unhas (estigmas ungueais)
· Fraturas do osso hioide
· Fraturas da coluna cervical – somente infanticídio
· Escoriação e contusões no topo dos ombros da vítima, se a constrição é feita por gravata. 
· Causa jurídica é sempre crime – desproporção de forças ou elemento surpresa. 
Obs.: Asfixiaspor enforcamento, estrangulamento ou esganadura – lesões cutâneas no pescoço da vítima podem ser produzidas tanto pelo agente causador da asfixia (sulcos, equimoses) como pela própria vítima (marcas ungueais) ao tentar se libertar. 
2) Asfixias por restrição aos movimentos do tórax 
a. Sufocação indireta: compressão torácica por força extrínseca. Observa-se a máscara equimótica (cianose cérvico-facial de Le Dentut), cor violácea intensa da face, pescoço e parte superior do tórax. O exame necroscópico revelará presença de costelas fraturadas e/ou hemorragias. A sufocação indireta pode ocorrer em quedas em que o corpo fica em posição que impede movimentos respiratórios (asfixia posicional). Fundamental o estudo da posição do corpo no local, realização de exames toxicológicos e bioquímicos.
i. Respiração paradoxal: múltiplas fraturas de costela. Há assincronismo entre os movimentos respiratórios e os movimentos do tórax – o tórax fecha ao invés de expandir quando indivíduo puxa o ar.
ii. Paralisia dos músculos
· Paralisia espástica: músculos param em contração – câimbra (eletroplessão e drogas)
· Paralisa flácida: músculos relaxados, como no uso de drogas relaxantes musculares.
· Fadiga muscular: mecanismo da morte na crucificação – músculos entram em exaustão.
3) Asfixias por modificação do meio ambiente 
a. Confinamento: alteração da quantidade dos gases existentes no ar.
· 78% nitrogênio / 21% oxigênio / 1% outros gases
· mínimo oxigênio – 17% 
· 10%: tonturas, dispneia e taquicardia / 7% estupor e perda de memória / 5% concentração mínima de oxigênio compatível com a vida 
ii. Mecanismo da morte no confinamento: 
· Asfixia
· Intermação (aumento do vapor d`água)
iii. Causa jurídica
· Acidental: observada nos desabamentos
· Criminosa: decorrente da ocultação da vítima em locais fechados 
b. Soterramento:
i. Sentido estrito: substituição do ar por partículas sólidas pulverizadas que vão obstruir os brônquios mais finos
ii. Sentido amplo: fica completamente coberto pelos escombros de um desmoronamento. Vários mecanismos de morte: 
· Sufocação indireta por compressão torácica pelos escombros
· Sufocação direta por partículas solidas como lama e areia
· Confinamento
· Ação contundente
· Soterramento propriamente dito. 
dia 17/08/17
c. Afogamento: A ocupação dos alvéolos pulmonares por líquido leva à asfixia. 
· No afogamento real ou verdadeiro, o corpo fica totalmente submerso. 
· No falso afogamento, basta que os orifícios naturais (boca e nariz) permaneçam submersos. 
ii. Afogado branco: não há líquido pois a morte ocorreu por parada cardíaca reflexa devido ao susto. É a morte por inibição, estando ausente a respiração quando indivíduo submerge. Afogados brancos de Parrot: sem sinais de asfixia.
iii. Afogado azul: morte pela entrada de líquido nos pulmões, levando à asfixia. 
· Fases de afogamento: fase de luta / fase de apneia voluntária / fase de inspiração 
· Alvéolos: cavidades microscópicas menores que brônquios. Estão em contato íntimo com vasos sanguíneos de paredes tão finas que possibilitam a troca de gases e líquidos entre eles: o oxigênio passa dos alvéolos pro sangue, e o gás carbônico passa do sangue pros alvéolos e daí, para o exterior. A ENTRADA DE LIQUIDO NOS ALVÉOLOS IMPEDE ESSAS TROCAS, LEVANDO À ASFIXIA. 
· Mecanismos de morte por afogamento: 
· Afogamento em água doce: não tem eletrólitos como o sódio e potássio. Como é menos concentrada do que o sangue, a água passa dos alvéolos para os vasos e dilui o sangue (osmose). Isso acarreta aumento súbito do volume sanguíneo e falência cardíaca, pois o coração não consegue bombear esse volume todo. Água entra nos glóbulos vermelhos, que incham e estouram, liberando potássio, causando arritmia cardíaca. A MORTE DO AFOGADO DE ÁGUA DOCE SE DÁ POR PARADA CARDÍACA. 
· Afogamento em água do mar: ao contrário da água doce, a água do mar é mais concentrada que o sangue. Isso faz com que seja deslocada a água do sangue para dentro dos alvéolos, os quais ficam encharcados tanto pela água aspirada como pela água que vem do sangue, levando à asfixia. Esse é o genuíno afogamento. A pressão da água estoura os alvéolos e causa rompimento dos vasos, formando equimoses dentro dos pulmões, chamadas Manchas de Paltauf. 
· Manchas de Paltauf ≠ Manchas de Tardieu: as manchas de Tardieu podem aparecer em qualquer tipo de asfixia, mas especialmente naquelas ocasionadas por aumento de pressão, ocorrendo na superfície do pulmão. Já as manchas de Paltauf aparecem tipicamente em afogamentos, ocorrendo no meio dos pulmões. 
· Casos de afogamento, tem-se: 
· Pele arrepiada (anserina), enrugada nas mãos (mãos de lavadeira)
· Maceração (putrefação dos corpos submersos), destacamento da pele das mãos impedindo colheita de pressões digitais
· Cogumelo de espuma: líquido aspirado se mistura com ar
· Lesões em razão da luta; mutilações feitas por animais como siris e ratos, hélices de embarcações e arrastamento do corpo pelas correntes
· Partículas como areia são levadas para dentro da árvore respiratória. 
· Presença de conteúdo gástrico dentro de brônquios – vômito – indica que estava vivo quando caiu na água
· Água dentro dos pulmões nem sempre significa afogamento, pois a alta pressão faz com que ela entre passivamente
· Espasmos de Glote – afogado sem água nos pulmões. 
· Aumento de volume e pesos dos pulmões com Manchas de Paltauf. 
· Produção de gases – maceração – cadáver vem à tona. A não ser que as lesões da pele sejam tão extensas que os gases não ficam retidos no corpo. 
· Livores hipostáticos – cabeça e parte anterior do tórax – decúbito ventral 
· Mancha verde que marca o início da putrefação aparece no tórax, pois tem mais germes dentro dos pulmões (normalmente é no abdômen). 
· Corpos que permanecem submersos: após 1 mês da morte, a pele fica parda amarelada, apergaminhada e rugosa. No 3o mês, surgem crostas arredondadas por deposição de sais calcários. 
· Plâncton (geoplâncton / zooplâncton e fitoplâncton) atravessam alvéolos se menores a 150 micras. Encontrado no coração, fígado e medula óssea. Populações ribeirinhas podem ter pequenas quantidades. Análise deve ser qualitativa e quantitativa. 
4) Asfixias por parada respiratória central: o indivíduo para de respirar em consequência de lesão do centro que comanda a respiração
a. Traumatismos crânio-encefálicos: lesão que compromete centro respiratório situado no bulbo
b. Eletroplessão: elevação de temperatura ou hemorragias encefálicas
c. Doenças depressoras do sistema nervoso central: depressão do centro respiratório 
CAPÍTULO 08: ENERGIAS FÍSICO-QUÍMICAS – LESÕES CORPORAIS (quantificação do dano)
Lesão corporal: Previsto no art. 129, CP. É qualquer dano à integridade corporal ou à saúde, causado por outrem. Elementos considerados na avaliação da lesão: 
· Agente vulnerante
· Sede e extensão das lesões
· Nexo de causalidade entre ação e lesão
· Consequência das lesões
· Perenidade
· Gravidade das alterações funcionais geradas
· Repercussões na saúde e na vida, objetivas e subjetivas
Causa é o evento que leva diretamente ao resultado
Concausa é o fator que modifica o curso natural do resultado, desconhecido pelo agente ou que não poderia ser evitado, podendo ser: 
a) Pré-existente: 
· Anatômica: decorrente da localização anômala de órgãos. O que importa para análise do animus do agressor é o local do golpe (se sobrevier lesão preterdolosa).
· Fisiológica: órgãos ocos (exemplo: bexiga). Quando cheios, rompem-se facilmente. Deve-se provar que a intensidade do trauma não seria suficiente para rompê-los quando vazios. 
· Patológica: órgãos maciços (fígado, baço), quando doentes, ficam maiores e friáveis (desmancham com facilidade, tipo gelatina), rompendo-se com traumatismo pouco intenso. 
b) Superveniente: quando pequenos ferimentos adquirem gravidade devido contaminação, que leva à infecção generalizada, tétano e outras complicações. 
Lesões leves: são lesões superficiais, de fácil cicatrização, não enquadradas como graves (§1o) nem como gravíssimas (§2o). 
Lesõesgraves: para o CP, compreendem as dos §§ 1o e 2o do art. 129. Entretanto, consideramos, doutrinariamente, graves as previstas no §1o e gravíssimas as do §2o. 
I. Incapacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias
· Mesmo que o legista conheça a evolução da lesão que está examinando, só poderá diagnosticar tal incapacidade em exame complementar, realizado no 30o dia, contado do fato delituoso (art. 168, §2o do CPP), pois podem surgir complicações inesperadas. Exame realizado em prazo inferior a 30 dias é imprestável. 
· Se o legista solicitar exame complementar para data superior a 30 dias, estará afastando a incapacidade para ocupação habitual exclusiva, restando as outras possibilidades mais gravosas de enquadramento. Nesse segundo exame, o legista pode dar alta e afastar incapacidade, constatar a cicatrização da lesão e a incapacidade, solicitar outros exames. 
· A alta está condicionada ao restabelecimento suficiente para que indivíduo retome suas atividades (exemplo da diferença entre pedreiro e professor). 
II. Perigo de vida
· Evento atual ou que surgiu na evolução da lesão (até 30 dias). 
· O mero prognóstico significando que o perigo poderá ou não ocorrer não caracteriza a situação de perigo. 
· O diagnóstico de perigo de vida fundamenta-se num conjunto de sinais e sintomas que demonstra clinicamente a presença de uma condição concreta de morte iminente. 
· Situações: ferimentos penetrantes de tórax e abdome com lesões graves, qualquer tipo de asfixia, coma, hemorragias, lesões de grandes vasos que se acompanham de violento sangramento, fratura de coluna, diferentes tipos de choque, queimaduras de 50% da área corporal, traumatismo craniano com comprometimento do sistema nervoso. 
· Já o risco de vida é a mera possibilidade de dano à vida, não configurando lesão, ou seja, apenas possibilidade de morte. Logo, não é lesão grave, pois apenas o perigo caracteriza tal lesão.
· Perigo de vida é probabilidade de dano à vida, ou seja, probabilidade de morte 
· Perigo de vida = probabilidade da probabilidade = possibilidade de dano à vida = risco de vida 
 III. Debilidade permanente de membro, sentido ou função 
 dia 31/08/17
· Debilidade é a redução parcial da força. Tem como referencia homem médio. 
· Membros: pernas e braços. Pênis não é membro. 
· Lesão de um dos órgãos duplos sadios, levando à sua perda anatômica ou funcional, gera apenas debilidade. 
· Lesão de órgão único, cuja função pode ser suprida por outro órgão, também gera debilidade. 
· No caso de cegueira de um dos olhos, estando o outro perfeito, não se deve acatar tal solução, pois a visão em profundidade denominada estereotáxica depende da atuação conjunta. Assim, pode ser enquadrada a lesão como debilidade de sentido (grave) se examinador entender que o olho sadio supre totalmente o sentido da visão, ou como inutilização se sentido (gravíssima), se considerar a perda da visão em profundidade. 
· No caso de perda dos dentes, podem ser afetadas a função mastigatória, estética e fonética. 
· Graduação de comprometimento de função: desprezível -3 < debilidade 3-70 < inutilização 70-80
· Debilitação é o enfraquecimento em relação ao que indivíduo era anteriormente, mesmo que continue acima da média 
· Este parâmetro seria mais adequado, pois a debilidade do braço de um lutador de boxe, por exemplo, mesmo que a força restante continue maior que a dos indivíduos normais, torna-o incapaz para lutar. 
IV. Aceleração de parto
· Antecipação do parto em consequência da lesão corporal. 
· Feto deve nascer vivo, pra isso, tem de ser maduro ou pelo menos viável
· Feto maduro: pronto para viver fora do útero
· Feto viável: tem condições de sobreviver
Lesões gravíssimas: nomenclatura doutrinaria – art. 129, §2o 
I. Incapacidade permanente para o trabalho 
· Atividade econômica. Item de cunho social, visa impedir que funcionários incapacitados para a função que exercem, em decorrência do acidente, sejam descartados. 
II. Enfermidade Incurável 
· Alteração permanente da saúde resultante da lesão. Exemplo: convulsões ocasionadas por disritmia cerebral. 
III. Perda ou inutilização de membro, sentido ou função 
· Perda é anatômica, ou seja, não tem mais o membro, o sentido ou a função
· Inutilização: apesar de presentes os órgãos, a função foi perdida em mais de 70%-80%.
· Obs.: lesão de um dos órgãos duplos doentes leva à inutilização, pois a função do órgão ileso já é deficiente. 
IV. Deformidade permanente
· Dano estético, afeta autoestima e relacionamento interpessoal. Não precisa ser visível. 
· Critérios de avaliação:
· Objetivo: leva em consideração a lesão, sua permanência e repercussão na aparência 
· Subjetivo: avalia o dano em relação à pessoa lesada. A utilização deste critério permitiria que lesões semelhantes fossem avaliadas de forma diversa, ferindo a igualdade e a adequação típica. Obs.: tal procedimento não vinga na área penal, mas é utilizado no processo civil, pois o ressarcimento pode ser diferenciada em função do prejuízo à imagem. 
· A vítima não pode ser obrigada a submeter-se a tratamento cirúrgico corretivo, nem à utilização de próteses. 
· Exemplo: indivíduo que perde os dentes e rapidamente corrige com prótese – ao ser reavaliado em exame complementar para a quantificação do dano, já não existirá a permanência da deformidade. 
· Assim, em maio de 2015, STJ se manifestou contrariamente, no sentido de que “o fato criminoso é valorado no momento de sua consumação”. 
V. Aborto
· Interrupção da gestação, em qualquer período, com a morte fetal antes, durante ou logo após a expulsão, em consequência da lesão corporal. 
· Inclui fetos maduros e imaturos, mortos em decorrência da lesão ou da imaturidade. 
· Se a morte for causada por anomalia fetal incompatível com a vida, não se configura a agravante. 
Lesão corporal seguida de morte – art. 129, §3o 
 
Nestes casos, prevalece a análise dos meios utilizados, assim como da sede, número, profundidade e direção das lesões com a finalidade de auxiliar na identificação do animus do agressor (matar ou apenas lesar). 
	ENTALHES
	RUPTURAS
	Incompletos, não chegando até a base do hímen
	Completas, atingindo a base do hímen (raramente incompletas)
	Geralmente simétricos – existem na mesma posição dos dois lados do hímen
	Assimétricos
	Bordas não se coaptam (não se encaixam)
	Bordas se encaixam
	Têm cor avermelhada igual à do hímen, possuem mesmo tecido
	Têm coloração esbranquiçada, pois seu tecido é cicatricial, uma vez que no local da ruptura forma-se uma cicatriz
	Encontram-se em número que varia de um a cinco
	
Dessa forma, quem desfere inúmeras punhaladas no tórax ou atinge a cabeça da vítima com um projétil de arma de fogo, por exemplo, não tem como alegar que queria apenas lesar, uma vez que atingiu regiões em que existem órgãos vitais, além de ter usado instrumentos que atuam em profundidade, sem falar dos golpes repetitivos. 
CAPÍTULO 09: SEXOLOGIA FORENSE – PERÍCIA DA CONJUNÇÃO CARNAL
· Conjunção carnal: cópula vaginal 
· Importante, na mulher, o exame do hímen: orifício com diâmetro menor que da vagina, com diferentes formatos
· Borda pode ser regular, irregular ou picotada. 
· A forma picotada pode se assemelhar a rupturas incompletas chamadas entalhes.
· Entalhes ≠ Rupturas (bordas rasgadas) 
· Posição ginecológica ( divide-se hímen em quadrantes
· Quando a relação sexual se der na posição tradicional, a ruptura ocorrerá nos quadrantes inferiores ou na sua junção.
· Se parceiros estiverem em pé, ou se a causa for manipulação ou traumatismo, a ruptura acontecerá nos quadrantes superiores. 
· Himens complacentes: tão elásticos e estreitos que podem não se romper.
· Ou ainda, a presença de muitos entalhes aumenta o orifício e não há ruptura com a penetração.
· Himens não complacentes também podem não se romper se houver grande lubrificação. 
· Pênis muito pequeno também pode colaborar para que hímen permaneça íntegro. 
· Após o parto, rupturas se acentuam, restando apenas fragmentos de hímen chamados CARÚNCULAS MIRTIFORMES.DIAGNÓSTICO DE CONJUNÇÃO CARNAL 
1. Ruptura himenal recente, em caso de mulher virgem (fatores individuais interferem na duração dessas etapas, assim como a maior circulação de sangue no hímen):
a. Sangramento evidente nos três primeiros dias, podendo haver raias de sangue por até 15 dias
b. Secreção nas regiões das rupturas – 6 a 12 dias 
c. Equimose locais – até 6 dias 
d. Cicatrização – até 20 dias 
2. Presença de espermatozoides na vagina – confirma conjunção carnal independentemente de haver ruptura himenal
3. Presença de fosfatase ácida em alta concentração na secreção vaginal, quando não houver espermatozoides (vasectomia ou doença como caxumba). Essa substância existe em outros líquidos orgânicos, mas em maior concentração no esperma. 
4. Presença da proteína P30 – própria do esperma 
5. Gravidez – mesmo estando íntegro o hímen. 
Obs.: Evidências como equimoses, escoriações, pelos, doença venérea não são suficientes para a confirmação pois são sinais indiretos, de incerteza, que podem conduzir a erro. 
CAPÍTULO 09: SEXOLOGIA FORENSE – PERÍCIA DO COITO ANAL
· Orifício anal difere do vaginal pois permanece fechado pela ação do esfíncter anal 
· Quando relaxado, assume diâmetro original, mas se contraídos, pele fica pregueada
· Linhas de força da pele do ânus estão dispostas no sentido radiado, de forma que qualquer lesão neste local assume a forma de fenda ou de triângulo, com base voltada para a porção externa. 
· Lesões recentes: assemelham-se a fendas lineares radiadas, são superficiais e sangrantes. 
· Mais antigas: assumem forma triangular, também dispostas no sentido radiado, mais profundas, permitindo ver o músculo abaixo delas, bordas com coloração esbranquiçada. 
· Não existe lubrificação – aumenta intensidade do traumatismo local 
· Nota-se também edema das pregas da pele perianal, equimoses e hematomas anais e perianais
· Exame interno: busca de lesões retais – pode haver ruptura dos tecidos entre reto e vagina, formando comunicação entre ambas denominada FÍSTULA RETOVAGINAL. 
· Podem surgir dificuldades de colher material para pesquisa de espermatozoides se vítima tenha evacuado ou esteja com o reto cheio de fezes
· Caso exame seja feito após algum tempo, a presença de doença venérea acometendo região anal deve ser interpretada de forma diversa, dependendo do sexo
· Mulher: não indica necessariamente que houve relação anal, pois qualquer secreção vaginal tende a escorrer para a região anal
· Homem: como não ocorre o fato descrito acima, é o achado mais confiável 
· Análise da abertura anal (deve ser analisado em conjunto com outras lesões e relato da vítima): 
· Crianças: possuem grande elasticidade do esfíncter anal, permitindo que relaxe ao menor estímulo durante exame, principalmente se há presença de fezes no reto (obstipada). Essa elasticidade pode minimizar lesões resultantes do traumatismo. Importante notar comportamento ou expressões sexuais utilizadas pela criança. 
· Adultos: menor elasticidade, principalmente se houver problema anal prévio que torne esfíncter interno hipertônico (mais contraído). Pode potencializar lesões locais. 
 CAPÍTULO 09: SEXOLOGIA FORENSE – PERÍCIA DA GRAVIDEZ
 dia 14/09/17
· Adquire importância nos casos se suposição de gravidez, simulação de gravidez, dissimulação de gravidez e gravidez ignorada (mulher está grávida mas ignora)
· Sinais de probabilidade de gravidez: amenorreia, enjoos, vômitos, alteração das mamas (pigmentação das aréolas, eliminação de colostro) máscara gravídica (manchas no rosto), pigmentação da linha alba (umbigo ao púbis), aumento do volume do ventre, cor arroxeada da vagina, colo do útero amolecido
· Sinais de certeza de gravidez: movimentos fetais perceptíveis, batimentos do coração do feto, ultrassonografia que identifica saco gestacional, presença de gonadotrofina coriônica
· Anomalias da gravidez: superfecundação (dois óvulos – mesma relação ou relações diferentes), superfetação (óvulos de ovulações diferentes, gravidez de gêmeos com evolução desigual), gravidez extrauterina ou ectópica, prenhez molar (embrião desaparece e a placenta degenera, podendo evoluir para coriocarcinoma). 
CAPÍTULO 09: SEXOLOGIA FORENSE – PERÍCIA DO PARTO
· Parto recente: mamas túrgidas, aréola pigmentada e colostro, leite a partir do terceiro dia; flacidez e relaxamento do abdome, pigmentação da linha alba; estrias gravídicas, vulva inchada, aberta e com sangue; carúnculas mirtiformes (restos de hímen); lesões vaginais e perianais, colo do útero entreaberto, útero ainda aumentado de volume; lóquios (secreção sanguinolenta vaginal) 
· Parto antigo: não há como calcular a época em que ocorreu. Perícia se baseia em sinais gravídicos que persistiram ou de cicatrizes resultantes do parto, tais como pigmentação da aréola, linha alba, carúnculas mirtiformes, cicatrizes do períneo, orifício do colo do útero em fenda. 
· Na mulher que não pariu (nulípara) ou se o parto foi cesariana, o orifício do colo do útero é circular. As alterações de hímen e cicatrizes vulvares e perineais também não estão presentes se o parto for vaginal. 
CAPÍTULO 09: SEXOLOGIA FORENSE – PERÍCIA DO ABORTO
· Interrupção da gravidez, com morte do feto. Independe da expulsão do feto. Se ele morrer em decorrência de manobras abortivas, mesmo que fique retido dentro do útero, estará caracterizado o aborto. 
· Exame pericial consiste em diagnóstico de gravidez pregressa, seja na mulher viva ou morte em decorrência de complicações das manobras, como perfuração de útero e intestino, septicemia. 
· Em caso de óbito: autópsia permitirá exame dos genitais internos e pulmões, detectando-se frequentemente células da placenta no tecido pulmonar, pois elas penetram nos vasos sanguíneos lesados pelas manobras abortivas, sendo levadas pela corrente sanguínea até o pulmão, detidas nos vasos mais finos. 
· Aborto e a política de redução de danos: não há consenso em torno da extensão da proteção da vida intrauterina. Motivos que levam as mulheres a realizar aborto: manter sanidade da prole e a conveniência da gestação. Os problemas gerados pela proibição ou legalização indiscriminada levaram à busca de soluções menos rígidas:
· Solução de indicações: legalizar a interrupção da gravidez em determinadas circunstancias e se for o desejo da mulher. A terapêutica é mais aceita, a social raramente é aceita. Muitas mulheres recorrem à clinicas clandestinas e não médicos – alto risco. Brasil segue solução de indicações. 
· Indicação médica ou terapêutica (risco a vida da mãe)
· Indicação ética ou sentimental (violação sexual)
· Indicação eugênica (graves defeitos congênitos no feto)
· Indicação social (evitar aflição pessoal da gestante – sem condições econômicas, não existe amor, solteira, angústia). 
· Solução de prazos: autoriza aborto nas primeiras 12 semanas de gravidez, sem que se mencionem os motivos, desde que realizada por médico. Tem como vantagem autorizar o aborto para todas as mulheres independentemente de classe social, evitam abortos clandestinos. Baseada em dois argumentos:
· Atividade cerebral do feto inexiste até a 12a semana, ausentes sensações de prazer e dor
· Interrupção nessa fase traz menores riscos para a gestante do que o parto 
· Modelo de aconselhamento: meio termo entre as soluções de indicação e de prazo. 
· Consiste em não punir aborto sem motivo específico nas primeiras 12 semanas, desde que a pedido da gestante. 
· Ela deve se submeter à orientação de repartição de aconselhamento em casos conflitantes, pelo menos três dias antes da intervenção.
· Aproxima-se da solução de prazo, a não ser pelo fato de que a comissão de aconselhamento tentará dissuadir a gestante para que ela fique com a criança. 
· Só será justificado em qualquer fase da gestação se houver indicação médico-social – aproxima-se da solução de indicações. 
· Esse modelo identifica-se com a política de redução de danos, cujo objetivo é acabar com as mortes por abortos clandestinos, propiciando que todas as gestantes, inclusive as carentes, tenham acesso à interrupçãoda gravidez por meio do sistema público, sob total controle. 
· Entretanto, não há como obrigar o médico a realizar ou ensinar aos alunos de medicina o procedimento, contrariando seus preceitos morais. 
 CAPÍTULO 09: SEXOLOGIA FORENSE – PERÍCIA DO INFANTICÍDIO
 
 dia 21/09/17
· Infanticídio: matar o próprio filho, sob influência do estado puerperal – art. 123, CP
· Diferenciar puerpério de estado puerperal
· Puerpério é o período pós-parto que se inicia com a expulsão do feto e dequitação (eliminação) da placenta, estendendo-se por seis a oito semanas. 
· Puerpério imediato ( até 10 dias após o parto
· Puerpério tardio ( de 10 a 45 dias após o parto;
· Puerpério remoto ( de 45 a 60 dias após o parto.
· Estado puerperal seria alteração temporária em puérpera previamente sadia, que diminui sua capacidade de entendimento e libera seus instintos, anulando seu senso moral, o que leva a agredir o próprio filho. 
· “Logo após do parto” induz à conclusão de que só é possível o infanticídio até o décimo dia pós-parto;
· Desgaste normal da mulher que engravida ( página 297 – alterações orgânicas e hormonais
· Além disso, muitas vezes a mulher é solteira, pobre, tentou abortar e não conseguiu, dissimulou a gravidez
· Pode-se pensar que ela agiu sob Influência do estado puerperal desde que:
· As alterações psíquicas sejam tão intensas que levam à abolição da capacidade de autodeterminação
· As alterações sejam limitadas ao puerpério
· Haja desaparecimento dessas alterações com a eliminação do fato gerador que é o filho, daí dizer-se que o estado puerperal tem caráter fugidio 
· As alterações psíquicas não mais existem por ocasião da perícia psiquiátrica ( caráter fugidio ( torna-se difícil o diagnóstico diante de uma mulher que já se encontra dentro dos padrões de normalidade mental ( Será que matou por causa do estado puerperal? Será que é psicopata? 
· Perícia da placenta: exame pode identificar alterações que justifiquem a morte intrauterina do feto, por deficiência de oxigenação, por exemplo. 
Perícia da Puérpera
· Diagnóstico de parto pregresso para caracterização do estado puerperal 
· Psiquiatra forense levará em conta
· Critério psicológico (gravidez ilegítima)
· Critério físico-psíquico (instabilidade – desgaste do parto)
· História pregressa ou manifestações atuais de doença mental ou perturbação da saúde mental 
· Caráter fugidio das alterações
· Gravidez indesejada – não conseguiu abortar 
Disforia Puerperal
· Maternity blues 
· Início – nascimento do bebê 
· Pico no 4o e 5o dia após o parto
· Remissão espontânea em no máximo 2 semanas
Psicose pós-parto
· É o transtorno mental mais grave
· Início rápido
· Sintomas se instalam já nos primeiros dias até 2 semanas do pós parto
· Euforia, humor irritável, logorreia, agitação e insônia 
· A seguir: delírios, ideias persecutórias, alucinações, comportamento desorganizado, desorientação, confusão mental, perplexidade e despersonalização 
· Homicídio 
· Situação de risco para a ocorrência de morte do recém nascido
· Comportamento negligente nos cuidados com o bebê
· Ideias suicidas / Ideias delirantes:
· O bebê é defeituoso ou está morrendo
· O bebê tem poderes especiais 
· O bebê é um deus ou um demônio 
Perícia da Criança 
a) Para caracterizar a criança
· Infante Nascido: 
· Aquele que acabou de nascer, respirou, mas não recebeu nenhum cuidado especial 
· Não houve limpeza, tem corpo coberto de sangue e induto sebáceo
· Bossa ou tumor de parto: saliência violácea do couro cabeludo consequente à compressão da cabeça pelo colo do útero, desaparecendo em um a três dias 
· Cordão umbilical úmido, brilhante e de cor azulada, podendo ou não estar ligado à placenta
· Mecônio: substância esverdeada eliminada pelo intestino do feto ainda na cavidade uterina 
· Somente é infante nascido se respirou, caso contrário será NATIMORTO – feto que nasce morto no período perinatal ( CID-10: 22a semana de gestação, feto de 500 gramas ou mais 
· Feto Nascente 
· Características = do infante nascido
· Não respirou pois é morto pela mãe quando ainda está no canal de parto
· Feto tem lesões na parte que primeiro aponta na vagina, geralmente na cabeça
· Lesões vitais com reação vital como processo inflamatório, sangue coagulado, denotando que o feto estava vivo 
· Recém nascido
· Estágio que vai dos primeiros cuidados até o sétimo dia, estando ainda presentes os vestígios da vida intrauterina 
· Em pediatria, o conceito de recém-nascido mantém-se até o 30o dia de vida extrauterina. 
· Apresenta tumor de parto com regressão, induto sebáceo, mecônio, cordão umbilical achatado, seco, já destacado do corpo, em torno do sétimo dia, se organiza a cicatriz umbilical. 
Importância do Cordão Umbilical
· Diferencia infante nascido de recém-nascido;
· Orienta na perícia da idade do recém-nascido;
· Fornece elementos nos casos de infanticídio 
· O corte e tratamento do cordão umbilical denotam lucidez da mãe que fez o próprio parto, descaracterizando o infanticídio
· O cordão umbilical não cortado por ocasião do parto, conduz ao diagnóstico de infante nascido 
· A ruptura espontânea do cordão sem ligadura, na ausência de outras lesões, pode evidenciar um infanticídio por omissão 
b) Provas de vida extrauterina 
· Infanticídio: feto tem de estar vivo ao nascer 
· Utilizadas provas baseadas na existência de respiração ou de seus efeitos, denominadas DOCIMÁSIAS – TESTES PULMONARES (do grego Dokimos = eu provo) 
· Pulmão que não respirou: 
· menor que o pulmão que respirou
· tem cor vermelho-pardo (cor de café com leite)
· aspecto uniforme, parecendo fígado e bordas finas
· Pulmão que respirou:
· É maior, ocupa toda a cavidade torácica
· Tem cor vermelho-claro
· Consistência de esponja e crepita quanto espremido (sai ar e sangue – esponja) 
As mais importantes DOCIMÁSIAS são: 
1. Docimásia Óptica ou Visual de Bouchut
· O pulmão que respirou tem bordas arredondadas e superfície com aspecto de mosaico devido a pequenas bolhas de ar
2. Docimásia de Icard
· Consiste na visualização de bolhas de ar quando um pulmão é espremido entre duas lâminas
3. ***Docimásia Hidrostática Pulmonar de Galeno***
· É a mais usada e prática. 
· Baseia-se na diferença de densidade do pulmão que respirou e o que não respirou. 
· Havendo respiração, o pulmão aumenta de tamanho porque o ar entra nos alvéolos pulmonares e flutua se colocado na água, o que não acontece com o pulmão compacto que não respirou. 
· Pulmão que respirou: aumenta de tamanho / ar entra nos alvéolos pulmonares / flutua se colocado na água 
· Pulmão que não respirou: compacto / afunda 
4. Docimásia Histológica de Balthazard
· Consiste no exame microscópico do tecido pulmonar, encontrando-se gás apenas dentro dos alvéolos no pulmão que respirou.
· Iniciada a putrefação ao redor de 24 horas após a morte, surgem bolhas de gás dentro e fora dos alvéolos, consequentes à produção de gás pelos germes, tanto no pulmão que respirou, como no que não respirou
5. Docimásia Gastrointestinal de Bresleu
· Baseia-se na presença de ar no tubo digestivo quando houve respiração, consequente à sua deglutição 
6. Docimásia do Nervo Óptico de Mirto
· Analisa ao microscópio a formação da bainha de mielina do nervo óptico, que se inicia após 12 horas do nascimento e se completa em 4 dais. 
· Quando se tem apenas a cabeça do feto, a presença de ar nos tímpanos indica que houve respiração – exame do nervo dá ideia do tempo de sobrevivência 
· Algumas provas ocasionais podem confirmar a vida extrauterina:
· Presença de corpo estranho nas vias respiratórias
· Presença de substâncias alimentares no tubo digestivo
· Lesões com reação vital (no caso de infanticídio de feto nascente)
· Sinais de recém-nascido 
Exposição ou Abandono do Recém-Nascido – art. 134, CP
  Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
        § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos.
        §2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos.
· Se intenção for matar
· Infanticídio (omissão?)
· Homicídio qualificado 
( Matéria da P1: Até aqui. 
CAPÍTULO 10: PSICOPATOLOGIA FORENSE 
 dia 12/10/17
1. Imputabilidade
· Imputar = atribuir algo a alguém
· Para ser responsabilidade penalmente, tem que ser imputável À ÉPOCA DO FATO
· Psiquiatra se baseia na capacidade de imputação e também na imputação do fato. 
· Capacidade de imputação jurídica é a capacidade psicológica de entender o caráter ilícito do fato e se comportar de acordo com esse entendimento.
· Presença de razão e livre arbítrio: capacidade de escolher entre cometer ou não o ato – autodeterminar.
· Capacidade pode ser total, parcial ou nula. 
· Estado Democrático de Direito = Direito Penal do Cidadão = Direito Penal do fato e da culpabilidade do autor ( deve ser analisada a imputabilidade do ato.
· Direito Penal do Inimigo = se baseia no autor e sua periculosidade.
· Imputação jurídica: capacidade psicológica que faz parte do indivíduo; pode apresentá-la ou não.
· Imputabilidade do ato: não faz parte do indivíduo. 
· Inimputável: comprometimento total da razão e livro arbítrio (capacidade jurídica imputação nula) + ato relacionado com doença mental constatada. 
· Assim, indivíduo praticou o ato em função da doença, como manifestação ou sintoma desta.
· Se não houver tal relação ( sujeito pode ser dado como imputável caso não se exija conduta diversa.
2. Intervalo Lúcido
· É o retorno ao estado de sanidade mental por um período longo de tempo. São fundamentais:
· Ausência de sintomas da doença – qualquer manifestação de defeito psíquico que se exteriorize
· Período longo de tempo sem qualquer manifestação da patologia
· Não basta a acalmia da doença. Tem que haver sanidade mental. 
· Intervalos lúcidos podem ocorrer em certas patologias como neuroses, toxicomania, alcoolismo moderado
· JAMAIS OCORRERÃO QUANDO A DOENÇA MENTAL FOR DE NASCENÇA OU TIVER APARECIDO PRECOCEMENTE. 
3. Normalidade Mental
· Considerar que crime não é apenas fato humano, mas sim fenômeno social.
· Fatores criminógenos podem vencer fatores crimino-repelentes (educação / senso ético / sobrenatural)
· Normalidade: condição de quem é capaz de realizar um ato com pleno discernimento, mesmo que antissocial, e esse ato lhe pode ser imputado. 
· Não há padrão de normalidade psíquica, sendo insuficiente a alegação de ausência de doença mental ( ausência de limites nítidos entre normal e patológico ( relativo conceito de normalidade mental
· Avaliação médica + padrões sociais, culturais e estatísticos
· Normalidade sob QUATRO PERSPECTIVAS
I. Normalidade como equivalente á saúde mental
· Conduta dentro dos padrões normais 
· Nenhuma psicopatologia manifestada
II. Normalidade como combinação adequada dos diferentes elementos da mente
· Funcionamento ótimo, próprio de ser ideal
III. Normalidade como meio termo entre dois extremos de comportamentos desviados
· Não serve para análise individual, apenas coletiva. 
IV. Conduta normal como resultado final de sistemas de interações
· Valoriza processo que a motivou, e não conduta em um dado instante.
· Conduta dentro de um contexto. 
· Modernamente: normalidade ligada à adaptação normal ao ambiente social, às situações de estresse, enfermidades e dificuldades físicas. 
· Manifestações clínicas das enfermidades psiquiátricas = expressões de crise no processo adaptativo 
· Normalidade mental – determinada pela razão e livre-arbítrio – entendimento e autodeterminação
· Crimes praticados – motivação plausível, afetiva ou sórdida – mesmo em assassinos seriais, motivos são identificáveis ( econômico (matadores de aluguel) / fanatismo (terroristas) / político (ditadores chefes de Estado). 
4. Desenvolvimento Mental Incompleto 
· Desenvolvimento mental incompleto – pode se completar porque o cérebro é normal. 
a) Menoridade: cérebro não é totalmente desenvolvido, e psiquismo também não está. 
· Nascimento até 12 anos: 
· aquisição mental
· corresponde à menoridade e à inimputabilidade 
· 13 aos 18 anos: 
· condições / meio social / valores éticos, morais e interesses
· menoridade relativa e semi-imputabilidade
· + 18 anos:
· desenvolvimento biológico e mental / aptidão para vida
· imputabilidade plena
b) Surdo-mudo: afeta contato e aquisição de noções, mesmo com educação especializada, compromete o discernimento.
c) Silvícola não aculturado: conceitos próprios da comunidade / apatia, insensibilidade e frieza / carência de identidade social
d) Apedeutismo: profunda ignorância / não sabe ler e escrever / equiparado à silvícola / raro
Obs.: discute-se a possibilidade de cegueira afetar desenvolvimento mental, pois dificulta adaptação e afeta gerenciamento da vida, mesmo com bons resultados da educação especializada. 
5. Desenvolvimento Mental Retardado ou Oligofrenia
· Comprometimento do primeiro nível da imputabilidade ( capacidade de entender o caráter ilícito do fato. 
· Retardo mental: 
· funcionamento intelectual geral subnormal
· pode ser evidente no nascimento ou no surgir durante a infância. 
· Lentidão ou parada no desenvolvimento intelectual 
· Acompanha transtornos de aprendizagem, adaptação social, amadurecimento e, frequentemente, transtornos emocionais.
· Antigamente: idiota ( < 3 anos); imbecil ( 3 < x < 7); débil (+ 8)
· Atualmente: Grau medido pelo CI – Coeficiente de Inteligência: limítrofe (68-85), leve (52-67), moderado (36-51), grave (20-35), profundo (<20). 
6. Doença Mental 
· Não existe definição. Atentar-se à manifestações que refletem anomalias. 
· Pensamento racional, lógico e dirigido está deformado – compromete juízo valorativo 
· Há alteração qualitativa da mente que leva à perda da identidade pessoal. Indivíduo não tem consciência da doença. 
· Consciência plena é substituída pela confusão
· Delírio: convicções errôneas, baseada em conclusões falsas tiradas da realidade. Podem surgir alterações da sensopercepção, gerando alucinações e ilusões. (acha que tem algo acontecendo mas não tem) 
· Alucinações: sensações advindas dos órgãos dos sentidos, geralmente auditivas ou visuais, sem base na realidade. (vê coisas que não existem) 
· Ilusões: erro de percepção ou entendimento por engano dos sentidos ou da mente. Na doença mental, o erro está na interpretação da mente. (vê algo de uma forma, mas por engano da visão ou mente, acha que é outra coisa, percebe errado) 
· Memória também é comprometida / personalidade / emoções e condutas. 
· Personalidade: temperamento e caráter. Personalidade é organização dinâmica, interior ao indivíduo. 
· Temperamento: inato, transforma-se em caráter sob influências sociais. É potencia, enquanto caráter é atualidade. 
· Analisar conduta dentro de contexto – existência de relação entre fato e patologia. 
· Se não existir relação, apesar de doença mental, será imputável. 
· Inimputável: indivíduo que, pela ausência total de entendimento do caráter ilícito do fato, realiza uma conduta criminosa que tem relação com seu estado mental, isto é, a conduta é mero sintoma da doença. 
· Se parcial o entendimento, será semi-imputável. 
· São consideradas doenças mentais: DEMÊNCIAS, PSICOSES, ALCOOLISMO CRÔNICO E TOXICOMANIAS GRAVES. 
· Demência: rebaixamento de todos os setores do psiquismo / demência senil, Alzheimer, demência por arteriosclerose, trauma craniano. 
· Psicose: ruptura total ou parcial com a realidade circundante, alterando a conduta social do indivíduo. Inclui psicose maníaco-depressivo (bipolar), psicoses epilépticas, pré-senil, senil, puerperal, esquizofrenia. Patologia fruto da mente. 
· Bipolaridade: distúrbio primário do humor – extrema depressão e extrema euforia maníaca – podem ocorrer intervalos lúcidos de duração variável. 
· Esquizofrenia: doença com surtos de exacerbação e acalmia. Desordem profunda nos processos químicos. Comum a PARANOIDE – desagregação de pensamento, embotamento afetivo, alucinações – auditivas e delírio de perseguição. 
· Psicose epilética: alterações graves psiquismo, semelhante à esquizofrenia,mas alucinações são visuais principalmente, gustativas e olfativas. Delírios místico-religiosos como cefaleia e sonambulismo. 
· Epilepsia neurológica: sinais e sintomas neurológicos (convulsões)
· Epilepsia psicótica: sinais e sintomas psicóticos
· Epilepsia condutopática: sinais e sintomas comportamentais. 
· Alcoolismo crônico e toxicomania grave: anulam entendimento e livre arbítrio. 
· Doente mental também planeja. Quando delinquem, tudo brota de suas mentes, não necessitam de estimulo do meio. 
· Doentes mentais assassinos seriais: crimes sozinhos, descarga de agressividade – maior número de vítimas – geralmente se suicidam depois. Geralmente esquizofrênicos ou psicóticos epilépticos. 
· Franco atiradores (mass murderer) matam quatro ou mais vítimas em único episódio – mesmo local 
· Matadores ao acaso (spree killers) matam em locais diversos – lapso de tempo curto – andando e matando. Crise de agressividade pode ser substituída por crise convulsiva orgânica – deve observar seis dos nove itens:
· Ausência de motivos plausíveis
· Ausência de premeditação
· Instantaneidade da ação
· Ferocidade na execução
· Multiplicidade de golpes
· Ausência de dissimulação
· Ausência de remorso
· Ausência de cumplice
· Amnésia (pode ser total ou parcial) ou lembranças confusas. 
7. Perturbação da Saúde Mental 
· Entre normalidade e doença mental – limites imprecisos – indivíduos com perturbação mental 
· Inclui NEUROSES, CONDUTOPATIAS, TOXICOMANIA E ALCOOLISMO MODERADO E LEVE. 
· Neurose: relacionado à angústia e ansiedade. Alteração tem por base vivências dolorosas do passado. 
· Angústia: medo sem objeto atual ou definido
· Ansiedade: inquietação, impaciência, estado de alerta – define o que era indefinido na angústia. Definida a causa, a neurose assume diferentes tipos:
· Neurose obsessivo-compulsivo: ideias obsessivas se impõem ao indivíduo, levando-o a agir. Exemplos: cleptomania / loucura da dúvida (medo de se contaminar se tocar em objetos) / jogo patológico
· Neurose histérica: sintomas orgânicos e mentais – simulação semiconsciente de doença
· Neurose fóbica: manifestada por terror paralisante projetado sobre pessoas, coisas, situações ou atos. Varia de pessoa para pessoa. 
· Ex.: síndrome do pânico (ameaça iminente, sensações corporais relacionadas ao local). 
· Medo mórbido de espaços abertos (agorofobia) ou fechados (claustrofobia). 
· Sentimento d morte súbita, palpitação, falta de ar, tontura, nó na garganta, pressão no peito, tremores, desmaios.
· Sintomas duram até 10 minutos – voltando ao psiquismo normal depois. 
· Segundo episódio: após dias ou semanas, mais forte, individuo foge das situações desencadeadoras, evitação, pensa que está louco 
· Condutopatias, sociopatias ou psicopatias 
 dia 19/10/17
· Loucura dos atos, patologia de vontade e sentimento, inteligência normal
· Indivíduos insocializáveis – conduta conflitante gera prazer 
· Egoístas, insensíveis, impulsivos, incapazes de sentir culpa ou de aprender com castigo. 
· Incapazes de fidelidade – não tem acordo ou conversa. 
· PSICOPATA: individuo aparentemente normal, não tem delírios nem alucinações, inteligência e memória normais. 
· Caso delírios ou alucinações ocorram pelo uso de bebidas ou drogas, é apenas fator coadjuvante, não foi causado pelo distúrbio. 
· Tem problema na afetividade, conação (intenção mal dirigida), volição (movimento em direção ao ato), capacidade de crítica. 
· Afetividade: sujeito frio, não tem leitura de sentimentos, insensível. Por isso, considerado alto grau de introversão, alheio aos próximos. Falha cerebral. 
· Conação-volição: intenção mal dirigida e movimento voluntário ao ato- não tem freio de crítica. Há comprometimento da capacidade crítica e julgamento de valores ético-morais. Ou seja, o impulso mórbido não é inibido, pois a autocrítica está anormalmente estruturada. 
· Inconsequente – isso torna ele insocializável. 
· Alguma coisa afeta ele? Sim, se repercutir nele mesmo. Somente se fizer mal para ele. É sempre o perseguido, a vítima, “lobo em pele de cordeiro”. Nunca assume que teve culpa de nada, a culpa é dos outros. Culpa os outros por suas condutas 
· Característica básica: AUSÊNCIA DE ARREPENDIMENTO. Não fica marcado por coisas passadas – ato que comete é da própria psicopatia. 
· Esses transtornos podem ter base esquizofrênica, epiléptica ou encefalopática. Tais formas podem se entrelaçar. Sintomas dessas patologias tem base em frustros. Tem a estrutura dessas doenças mentais, entretanto só desenvolveu o desvio de conduta. 
· Distúrbio de personalidade – diferença de comportamento. 
· Mentiroso profissional / sedutor. Não sente, mas sabe o que você sente. Simulam sinceridade. Ludibriam, em decorrência da fluência verbal. 
· Base Esquizofrênica: Desconfiados, rancorosos, tendentes ao isolamento, distantes das normas e convenções sociais.
· Base Epiléptica: explosivos, impulsivos, instáveis nos empregos e desrespeitadores de normas e convenções. Considera-se a epilepsia comportamental. Crise epiléptica não é orgânica, mas o comportamento do indivíduo parece uma convulsão, por exemplo, desferindo golpes repetitivos com violência.
· Base Encefalopática: consequência de doenças ou traumatismos crânio-encefálicos. É o pior tipo, pois apresentam déficit de inteligência, virando verdadeiros animais. Há distúrbio + comprometimento. Sugestionáveis, impulsivos, dificuldade de tomar decisões, alternando-se entre extremos. Crime parece planejado mas não é. Até a família tem medo dele. 
· Seja qual for a base da condutopatia, são frequentes os TRANSTORNOS SEXUAIS. 
· Transtornos de desejo sexual – impotência, frigidez, ejaculação precoce
· Transtornos de identidade de gênero – travestismo 
· Parafilias ou desvios sexuais – exibicionismo, sadomasoquismo, pedofilia, sexo com cadáveres. 
· Não constituem DOENÇA MENTAL. Permitem vida de relações suficientemente normais, sem comprometimento social ou pessoal evidente. Entretanto, há distanciamento da realidade e de comportamento social. 
· Precisa parecer normal, cria situações. Apesar de não ter sentimentos, consegue fazer laços afetivos, normalmente com a mãe ou com um dos filhos.
· Esse laço afetivo é patológico, diferente do normal. Exemplo: cuidava exclusivamente com a mãe. Relações mais íntimas do que na verdade são. 
· Satisfeitos consigo próprios, não buscam ajuda. 
· Capaz de fazer mal pelo simples prazer de fazê-lo. Sentem prazer na maldade e desgraça alheia. Ficam absorvidos pela ideia do crime e pelas lembranças – contribui para mais delitos. 
· Crimes violentos, ferozes, com frieza, sem remorso, perversos, sem motivo claro que os justifique. 
· Podem matar vitimas conhecidas ou não. Elaboram fantasias com a vítima desconhecida e muitas vezes convivem com ela, apenas para criar intimidade e planejar melhor, até para fazer falsas pistas depois para atrapalhar a polícia. Vão até ao enterro, choram e consolam família. 
· Mutilam vítimas antes ou depois da morte – ritualizam a cena como se fosse assinatura
· Sádicos sexuais. 
· Descarga emocional – embotamento da consciência chamado “síndrome de Drácula”. 
· Uma vez presos, tem comportamento exemplar, para sair o mais rápido possível. Mas a punição não os modifica, pois tendem culpar os outros ou fornecem racionalizações plausíveis para explicar a conduta que tiveram. 
· Periculosidade dos condutopatas: São IRRECUPERÁVEIS – não mudam porque não é uma doença. PERICULOSIDADE JAMAIS CESSA. Indivíduos inintimidáveis e refratários a qualquer tratamento psiquiátrico. Delito de sangue: periculosidade máxima – segregação permanente. 
· Ultimamente, o Estado vem tentando tratamento cognitivo. Buscam introduzir sentimentos. Final: ele piorou pois conseguiu decifrar melhor o sentimento dos outros.
· Infrações variadas e repetitivas, ligam-se regularmente a três tipos (crimes especiais):
· Parricídio: Matam os pais. Ou é psicopata ou é esquizofrênico. Sujeito normal mata pai e mãe em legitima defesa ou na defesa de terceiro, por exemplo, quando o pai está batendo na mãe.Fora isso, não mata pai e mãe. Incidência maior em datas festivas (fator desencadeante e não determinante) sugere impulso mórbido. Imputabilidade está praticamente afastada. Quando impossível ser praticado por indivíduo mentalmente normal. Duas categorias:
· Esquizofrenia (paranoide): mutilam cadáver não dissimulam o crime e não fogem.
· Condutopatia de base epiléptica: premedições mórbidas e tentativa de dissimulação. 
· Piromania: Fogo relacionado com instinto sexual. Gosta de atear fogo e ver pessoas se jogando em chamas. Personificação do amor e ódio.
· Assassinatos em Série (serial killers): Ele é o verdadeiro assassino serial. Mata em contexto de horário, local, tipo de vitima, normalmente reincidente específico. 
· Teoricamente, mais de três homicídios. Crítica: ao invés de analisar a quantidade de homicídios, analisar a morfologia deles. 
· Requintes de perversidade, conotação sexual; presença de lesões que indicam vontade de mastigar ou engolir vítimas (canibalismo) pode indicar assassino em série.
· Se detidos após primeiro delito, as características anunciadoras podem falhar. Deve-se observar se atende aos critérios identificadores de assassino narciso-sexual: violência, relações sexuais, vítima despersonalizada, manipulação de cadáver, homicídio com conotação sexual. 
· Imitação de outro serial para tentar superá-lo. 
· Imputabilidade nas Condutopatias – como avaliar?
· Psicopata sempre entende o caráter ilícito do fato. Ele somente não consegue se comportar e brecar o ato. Imputabilidade se baseia nisso e na relação do nexo causal entre o fato e a doença/distúrbio de personalidade. 
· Aparentemente normal – inteligente – calculador. Ação parece planejada, mas não é. Pode haver premeditação – ideia fixa. 
· Imputável: Condutopata só será imputável se o distúrbio for leve e não houver nexo causal entre a patologia e o delito. 
· Semi-imputável: quando presentes os distúrbios de comportamento e o nexo causal + elementos de que, apesar de entender o caráter ilícito do fato, há incapacidade de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
· Não há comprometimento do entendimento. É parcialmente, pois é capaz de evitar a prática da ação caso algo contrário a seus impulsos possa prejudica-lo. Maior parte dos fronteiriços. 
· Exemplo: homem vai estuprar a menina e ela fala que tem AIDS. Ele não a estupra. 
· Inimputável: sintomas acentuados, nexo causal, entende o caráter ilícito mas é totalmente incapaz de se autodeterminar, mesmo contra seus próprios interesses. 
· Exemplo: sujeito vai estuprar menina e ela fala que tem AIDS. Ele a estupra mesmo assim. 
· ATENÇÃO: COMO SEMPRE ENTENDE O CARÁTER ILÍCITO DO FATO, A INCAPACIDADE DO FRONTEIRIÇO É PARCIAL, MASMO QUANDO CONSIDERADO INIMPUTÁVEL. 
CAPÍTULO 11: TOXICOLOGIA FORENSE
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SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
· Age no sistema nervoso central, estimulando, reprimindo ou perturbando. Influi no estado de ânimo. 
· Linha do tempo: 
· Tempos remotos não apresentavam perigo, regras sociais restringiam uso e situações. 
· Sociedades primitivas: uso mágico e religioso. 
· Antiguidade: Não era olhado como problema da sociedade e sim do indivíduo. 
· Séc. XVIII: Inglaterra – álcool – EUA – índios foram muito afetados, achava-se que era fraqueza biológica, inferioridade religiosa, cultural e racial – gerou genocídio. Isso não impediu comércio de substâncias psicoativas. 
· Séc. XIX – Europa – necessidade de controle estatal - contrabando de ópio da China. Foi encarada como barreira econômica. A partir do ópio, surgiu heroína 
· Séc. XX: metanfetamina, LSD – sintetização de substancias. Não era mais uso mágico religioso. Surgiu primeira lei seca nos EUA. Comunidade internacional evitando o tráfico, que foi se desenvolvendo. Caiu a ficha da população quando da crise psicodélica – Festival de Woodstock – problema de saúde público – pessoas viciadas e doentes. Combate à toxicomania. 
· década de 70 – combate à enfermidade – problema de saúde pública
· Droga: substancia psicoativa ilícita que gera dependência, física ou psíquica. A dependência química engloba a física e a psíquica. Todas as drogas dão as duas dependências. Alguns predominam um mais que outro, como a heroína que causa mais dependência física: 
· Física: decorrente da ausência ou diminuição da droga no organismo – abstinência – sintomas orgânicos. 
· Psíquica: fissura que faz procurar a droga e obtê-la a qualquer custo.
· Tolerância: necessidade de doses cada vez maiores para conseguir os mesmos efeitos.
· Toxicomania: desejo constante de usar drogas para obter sensações prazerosas, gerando danos físicos e mentais com o passar do tempo.
Proibição vs. Legalização - Tratar o mal ou reduzir o dano? 
· Objetivo: proteção do indivíduo e sociedade
· Princípios: evitar efeitos maléficos das drogas, certeza de obter consequências benéficas, inexistência de outras formas de combate. 
· Distinção entre os tipos de drogas 
· Assistência ao consumidor 
· Diferenciar dependente de traficante
TOXICOMANIAS
substâncias psicoativas ou químicas naturais ou sintéticas capazes de alterar a atividade mental, ora deprimindo, ora perturbando, ora excitando o psiquismo.
1. Drogas Psicolépticas 
· Deprimem a atividade mental, acalmam, reduzem atividade intelectual, induzem ao sono, relaxam músculos e diminuem ansiedade e pânico
· Morte: parada respiratória 
· Ao deprimirem células cerebrais de forma difusa, as substâncias psicolépticas atingem primeiro os centros inibitórios, causando excitação inicial, (excitação ilusória) pois inibem as inibições – depois agem sobre os centros excitatórios causando os sintomas já descritos. 
· Ópio:
· Extraído da papoula. Além dos sintomas acima, dá sono não reparador e fadiga. Transpiração excessiva, lacrimejamento, coriza, febre, vômitos, diarreia. 
· Ópio e seus derivados são potentes analgésicos ou contra a tosse e causam hipnose – aumentam o sono – daí são chamados de narcóticos. 
· Sintoma principal: perda da vontade. Dependente abandona tudo, família, trabalho. 
· Crise de abstinência muito grave até sexto dia – sintomas começam a cair. 
· Derivados:
· Morfina: alcaloide sintético – tratamento de dor
· Diacetilmorfina: substância semissintética – HEROÍNA – usada inicialmente em xaropes contra a tosse
· Codeína: alcaloide natural – tratamento de dor e tosse
· Meperidina ou petidina: droga sintética – tratamento de dor – dependência 
· Speedbaling: droga composta por heroína e cocaína
· China-white: alfa-metil-fentanil – semelhante à heroína – anestesia em hospitais
· Metadona: utilizada no tratamento do viciado em heroína, por ter efeitos menos devastadores e ser de uso oral. Heroína foi grande espalhador da aids. Desmame da droga – 7 dias com sintomas violentos. 
· Barbitúricos:
· Substâncias sintéticas industrializadas legalmente – agem como calmantes, indutores do sono e anticonvulsionantes.
· Doses altas: deprimem a respiração e levam à morte
· Fenobarbital (Gardenal) – usado como anticonvulsionante
· Pentobarbital e Tiopental – usado como efeito anestésico, uso hospitalar. 
· Calmantes e Tranquilizantes:
· São os benzodiazepínicos usados em medicamentos para combater ansiedade, pânico e insônia.
· PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: em face do abuso, adquirem dependência, achando que é normal. Às vezes, o indivíduo tem depressão e acham que é só ansiedade ou insônia. Aí dão droga depressiva (o calmante é depressivo do cérebro) e indivíduo só piora.
· Taquifilaxia: efeito decrescente pelo uso sucessivo e curto período.
· Associam-se a um terço dos casos de suicídio, mas como a dose tóxica é muito alta, os óbitos são raros. 
· Podem causar amnésia – boa noite cinderela. 
2. Drogas Psicoanalépticas
· Estimulam a atividade mental, aceleram o indivíduo, tira o apetite, causam insônia, vigília, algumas combatem a depressão
· Cocaína:
· inicio: sensação prazerosa. Depois não sente mais, perde prazer do uso. Vai precisando aumentar a dose. Mantém o vício para evitar a abstinência – sintomas insuportáveis. 
· Percorre maisou menos o caminho da comida. Usada por aspiração nasal, endovenosa ou raramente ingestão. 
· Extração em duas fases – pasta base (80% mais de cocaína) – adicionam ácido clorídrico, éter e acetona
· Atua aumentando a disponibilidade de neurotransmissores, especialmente de dopamina, produzindo sensação de bem estar, euforia, aumento de estado de alerta, concentração e prazer sexual – efeitos surgem em 5 a 10 minutos e duram de 30 a 60 minutos. 
· Efeito high é sucedido pelo crash, que consiste em Disforia, depressão, fadiga, irritabilidade
· Cocainômano: delírio de perseguição – quer cheirar e acha que alguém está vendo – surge porque efeito tem certa duração, obriga o dependente a procurar lugares para usar. 
· Abuso da droga: alucinações, cenas de violência ou suicídio. 
· Rebote ou rebordose: ansiedade, tristeza, pânico. 
· Morte por overdose: COMPLICAÇÕES CARDÍACAS – aumenta a pressão arterial, arritmia, enfarte, acidente vascular cerebral, problemas respiratórios e convulsões
· Transforma medroso em corajoso – usada para cometer crimes. Entretanto, em razão das complicações cardiocirculatórias (ou já tinham lesão cardíaca prévia pela própria cocaína), potencializadas pelo stress do momento do crime, vários criminosos vem ao óbito durante o delito. 
· Nariz de rato – perfuração do septo nasal
· Intoxicação aguda – overdose – INVERSÃO DA TOLERÂNCIA: aquele que está recuperado e tem recaída, quando cheira, tem overdose. A tolerância que ele tinha antes se inverte e ele fica super sensível – não se sabe o porquê. 
· Atinge o feto – atravessa barreira placentária – retardamento do desenvolvimento. 
· Podem ser encontrados vestígios na urina (2 a 3 dias); sangue, saliva, mecônio (conteúdo intestinal do feto), cabelo (2 a 3 meses). 
· Após a morte: cérebro e fígado, maiores concentrações. 
· Derivados da cocaína:
· Crack: 
· A partir da pasta base. Não é subproduto da cocaína – é cocaína sem refino. 
· Gera rápida dependência – viciado abandona tudo – decadência física e mental, criminalidade
· Entra pelos alvéolos pulmonares e cai na circulação sanguínea, atingindo rapidamente o cérebro em poucos segundos. Metabolismo mais rápido. Queda da concentração no sangue na mesma velocidade. 
· Efeitos: surgem de 8 a 10 segundos e duram apenas 5 a 10 minutos. 
· Usuário necessita de nova dose rápido: PADRÃO COMPULSIVO DE USO (binge). 
· Freebasing: cristais da cocaína fumados
 dia 26/11/17
· Merla: obtida da pasta crua + ácido sulfúrico. Pode ser fumada, misturada ao tabaco ou à maconha. 
· Oxi ou oxidato: vem da pasta crua e tem mais impurezas. Fumado em cigarros ou cachimbos, sendo mais potente e letal do que o crack
· Anfetaminas: drogas sintéticas utilizadas para diminuir o sono e emagrecimento. Indivíduo falante, boca fica seca, olhos bem abertos, resistência a bebidas alcoólicas, necessidade de uso de calmantes para combater a insônia. 
· Pequenas doses tiram a fadiga, sensação de bem estar, melhoram humor, usada por esportistas e motoristas de caminhão (rebite). 
· Rebite – caminhoneiros, eles não ficam sonolentos, eles apagam, por isso causam acidentes. Perda dos sentidos (apagões) quando dormem ao volante. 
· Altas doses: hipertermia (aumento da temperatura corporal), hiperreflexia (exacerbação dos reflexos) e arritmias cardíacas. 
· Popularmente chamada de bolinhas: rebite, ice, cristal, speed, ecstasy, mitsubish e cápsula de vento. 
· Ecstasy: falam de se achar quarta categoria pois é alucinógena e tem efeito estimulante. Por enquanto, fica nas drogas psicodislépticas
· Inúmeros derivados – laboratório – efeitos alucinógenos mais potentes que mescalina e LSD – perdem parte do efeito estimulante para se tornarem alucinógenos (ecstasy). 
3. Drogas Psicodislépticas 
· Substâncias que perturbam a atividade mental, gerando distorção da realidade
· Maconha: extraída da planta cannabis sativa
· Alucinação / pessoa contemplativa
· Efeitos dependem do temperamento, quantidade e susceptibilidade, além da técnica de fumar
· Altera a sensopercepção, a memória, capacidade de orientação.
· Canabidiol – tratar convulsões – não é maconha mesmo. 
· Vem tendo utilização medicamentosa em outros países, sendo alvo de pesquisas no Brasil. 
· Prof. fala que é porta de entrada para outras drogas, dá mais câncer de pulmão que cigarro, se pessoa tem tendência a psicose ou esquizofrenia, desencadeia. É a pior. E quanto mais cedo usar, ela afeta a memória. 
· Estudos mostram que danos à memória são irreversíveis. 
· Dá alteração cromossômica – exemplo do colega que filho nasceu sem orelha. 
· Câncer: seminoma – testículo de homem jovem – logo dissemina. 80% dos pacientes investigados usava maconha. 
· Vestígios: urina, sangue, saliva, cabelo, suor e mecônio:
· De 3 a 7 dias em usuários ocasionais
· Até 60 dias em usuários crônicos
· Haxixe e Skank: também são retirados da cannabis sativa, e geram os mesmos efeitos, mas em maior quantidade. 
· Uso medicinal para crianças e adolescentes portadores de epilepsias refratárias e tratamentos convencionais (Conselho Federal de Medicina – Resolução nº 2.113/2014). 
· Principal componente da maconha fumada: tetraidrocanabinol – efeitos psíquicos de euforia e distorção da realidade.
· Mescalina: cactos – peyote – índios em rituais místicos
· Psilocybina – cogumelo – geração hippie – anos 60 
· Santo Daime :
· Cipó-amaririi – usado pela seita – na forma de chá
· Causa visões, revelações e encontros com Deus, e pode desencadear doença mental latente. 
· falam de problemas cardiológicos. 
· Assassino do Glauco – doença mental latente. 
· LSD 
· Ácido lisérgico / produto do fundo que dá no centeio
· Moda da regressão – psiquiatras 
· Tudo em laboratório, comum estudantes com grana / causa mesmos problemas da cocaína
· Verdadeiro transe, alucinações visuais terrificantes, pânico, desespero, depressão (bad trips)
· Perda de habilidade de perceber e avaliar as situações de perigo - exemplo das pessoas que se jogaram
· Flashback: após semanas ou meses do consumo de LSD, indivíduo volta a ter sintomas como se tivesse usado a droga novamente. 
· Metanfetamina: 
· Alucinógenas – droga sintética – ansiosos, desconfiados, agressivos, distúrbios
· Alucinações táteis – escoriações na pele
· Quadro psicótico – hemorragias intracranianas, convulsões, edema agudo de pulmão
· Maioria é ingerida 
· Ice: inalada 
· Ecstasy (MDMA): usada na forma de comprimidos
· Aumento da libido, secura na boca, euforia, intimidade, aumento da temperatura corporal 
· Consumida e traficada principalmente por universitários, classe média e alta 
· Apesar do aumento da libido, há diminuição na da capacidade de ereção 
· Fadiga, depressão, ansiedade, distúrbios do sono – continuam dias após uso
· Feniciclidina 
· Pó de anjo ou combustível de foguete 
· Surgiu como anestésico, mas foi abandonado por causar alucinações, agitações, convulsões e arritmias 
· Restrita ao uso veterinário – utilizada para adulterar LSD, mescalina e maconha
· Não muito utilizada por causa da rebordose (efeitos após o uso) 
4. Outras Drogas
· Solventes e Inalantes
· Capazes de dissolver outras substâncias que lhe são semelhantes – voláteis – evaporam facilmente – aspiração pelo nariz e pela boca – muito inflamáveis 
· Exemplos: gasolina, querosene, cola de sapateiro, esmalte de unha, fluído de isqueiro, éter, esmalte, removedor, verniz, lança-perfume ou loló 
· Deprimem sistema nervoso – euforia, desinibição, agressividade inicial, dificuldade de falar, desorientação espacial
· Efeitos – 15 a 20 minutos – usuário repete dose frequentemente
· Aspiração involuntária – trabalhadores das indústrias de calçado e oficinas de pintura
· Crianças e adolescentes que cheiram cola de sapateiro e jovens que inalam lança e loló
· Crianças de rua – alto uso para esquecer sofrimento 
· Crônico gera degeneração mental – problema de saúde pública
· Solventes e inalantes são utilizados geralmente por menores de 16 anos e por maiores que atuam no crime, ligados a esses menores, ou que têm desenvolvimento mental retardado. 
·Maria-louca: aguardente de presídios – fermentação de milho ou arroz, casca de frutas e açúcar por sete dias. Alto teor alcoólico, gerando agressividade
· Anabolizantes
· Drogas sintéticas: 
· Substâncias feitas em laboratórios clandestinos – legal highs, designer drugs ou NPS
· Simulam efeitos de drogas ilegais – maconha, cocaína, LSD e ecstasy
· Estima-se que a cada 5 dias, uma nova droga surge – dificuldade de identificação
· Canabinoides sintéticas: Spice, K2, fogo de Iucatã, genie e Mumbai blue / Bombay brese (incenso) 
· Spice: apresentação atrativa e inofensiva
· Cheiro
de morango ou melancia, pacotes coloridos
· Aspecto similar à maconha – componente: THC
· Consuma começa em jovens de 14 a 16 anos / idosos / zonas rurais e centros urbanos
· Marcas: Scooby Snacks – tem foto do Scooby-Doo / Bizarro: foto dos inimigos do Super-homem. 
· Dimensões a longo prazo são desconhecidas. Paranoias, pensamentos suicidas
· Alto índice de overdose
· Compradas pela internet, fabricadas na China, camuflam droga como vitaminas ou tinta para impressora
· DOB (dimetoxibromo-anfetamina): 
· droga do medo – adição de bromo à anfetamina. 
· Usada por jovens viciados em games e RPGs – festas raves, desejam ficar ligados sem dormir. Intensas alucinações, taquicardia, duração de até 30 horas 
· Efeitos colaterais desconhecidos 
· Pastilhas de Festa – Simulam Ecstasy 
· Liberam serotonina / Perda de memória curto prazo – visão turva, felicidade
· Pastilhas Blessed – efeitos 3 horas e meia / Happi Cap – 2 horas
· Cloud Nine: também chamada de Ivory Wave, Vanilla Sky ou White Lightning
· Conhecidas como sais de banho – embalagens de sabão em pó 
· Causam agitação, irritação, náuseas, paranoia, delírios
· Pessoas ficam violentas a ponto de matar sem ter noção, como se cérebro desconectasse do corpo. Não controlam emoções nem o corpo. 
· Mistura de MDPV e mefredona – chamada de miau-miau ou droga dos zumbis
· Casos de mendigos mordendo policiais nos EUA – canibalismo 
· Efeitos semelhantes da cocaína, mas mais intensos
· Efeitos > cocaína + LSD + ecstasy 
· Nbome – imita LDS ( N-bomb – Pandora – Dime
· Krokodil: 
· Heroína sintética – princípio é a codeína – opiáceo derivado da heroína + thinner, ácido clorídrico, iodo, gasolina, fósforo
· Líquido viscoso injetado no organismo
· Usuários firam com a pele grossa, morta e esverdeada no local
· Uso contínuo leva à necrose que acaba em amputação de mãos, braços e pernas. TOXICOMANIA É DOENÇA
· Consumo: 14 a 21 anos – não sobrevivem mais de 3 anos de uso 
· Nyaope: pó esbranquiçado / baixa concentração de heroína / veneno para rato e farelo de remédios de HIV / polvilhado sobre maconha – coquetel viciante e destrutivo 
· Flakka: Catinona alpha-PVP – altera química cerebral. Droga barata, efeitos terríveis. 
Relação entre Dependência e Imputabilidade 
· Como analisar – laudos com conclusões que parecem divergentes mas não são. Pessoa não e imputável ou inimputável em si mesma, é o ato que define se será imputável ou não. 
· Dependência leve: ligada a condicionamento social – imputável (utilizada em grupos aos finais de semana)
· Dependência moderada: uso quase diário da droga, com certa crise de abstinência e incapacidade parcial de autodeterminação – semi-imputabilidade - perturbação da saúde mental
· Dependência grave: consome toda vez que passa o efeito da droga. Não tem razão e livre arbítrio. É doença mental, há síndrome de abstinência. É inimputável. 
· Pode ser que seja inimputável em relação a droga, mas imputável em relação ao tráfico. Depende da classificação. 
	VICIADO
	TRAFICANTE
	É doente e inimputável (em relação à consumo e tráfico – doente – tratamento)
	É imputável, mesmo que também dependente
	Decai financeiramente e materialmente
	Prospera, pois visa o lucro
	Espera da droga os efeitos
	Espera do tóxico o lucro
	Vende tudo e mata pela droga
	Adquire e vende a droga, aumento o capital
	Tem intenção toxicofílica, visando apenas adquirir a droga
	Tem intenção lucrativa e por ela descumpre a lei
	Descumpre a lei pela doença
	
· Mesmo indivíduo pode ser considerado inimputável em relação ao grau de dependência, mas imputável em relação ao tráfico se exibir as características do traficante. 
ALCOOLISMO
Abuso de bebidas alcoólicas. 
· Individuo tem que beber anos e anos para se tornar dependente doente. Dependência em minoria dos usuários. 
· Diferença: razões para beber são iguais para todos, todo mundo bebe, dificilmente ninguém tenha bebido. E todos bebem pelos mesmos motivos
· Analisar se individuo tem personalidade toxicofílica (abaixo terá mais sobre isso – teorias) 
· Também pode se viciar se for muito inseguro ou aprende a lidar com os problemas através do álcool.
· Causa inibição dos centros inibidores – euforia e desinibição – depois deprime centros excitatórios
· Efeito depressor sempre presente / Efeito excitatório – doses menores 
· Absorção: 20% no estômago (mais rápido se vazio) / restante intestino delgado / corrente sanguínea – inclui pulmão – ar exalado – perfeito equilibro entre álcool no pulmão e no sangue 
· Efeitos dependem do estado emocional. 
· Mulher: mais gordura no corpo – pior pra ela, logo desenvolve cirrose – mais sensível – menor quantidade de água no corpo que homens – menor quantidade de enzima que digere o álcool – mais probabilidade de dependência – maior gravidade de consequências (amenorreia, TPM, infertilidade, menopausa). 
· Propaganda de cerveja: será que leva ao alcoolismo crônico? Não, mas pode levar à embriaguez. Alcoolismo crônico é doença mental – o indivíduo precisa de alto teor no organismo, uso das mais variadas bebidas – procura bebidas mais fortes – já esta na pinga ou vodca
· Mas a propaganda pode estimular as pessoas a experimentar. Porta de Entrada. Ai tem que tomar cuidado com as personalidades toxicofílicas, pois quando o cara experimentar, ele fará conexão anormal, tendência a se viciar. 
· Efeitos: até 15 a 20 minutos. 
Tipos de Alcoolismo
1. Alcoolismo agudo: Ainda não e doença, não tem dependência, ausência de abstinência – sintomas cessam quando esgota o álcool
· Períodos: 
· Euforia: extroversão, ausência de autocrítica.
· Médico legal: diminuição das faculdades mentais e coordenação motora e autocontrole
· Comatoso: ausência de reflexos, atonia muscular, pulso lento, hipotermia, náuseas, vômito
· Tipos de alcoolismo agudo:
· Alcoolista social: abusa esporadicamente da bebida. Faz mal uso do álcool – não sabe a hora de parar. Efeitos não são os mesmos para cada um, depende do estado de ânimo.
· Alcoolista habitual: porres frequentes. Embriaguez é frequente. 
2. Alcoolismo crônico: bebe há muito tempo e distúrbios não cessam após eliminação do álcool. Há crise de abstinência. Se moderado, convívio social será mantido. Sendo grave, com alucinações, há transtornos psicóticos pelo alcoolismo. 
· Teorias: 
· Teorias Biológicas: baseadas na hereditariedade – fatores genéticos 
· Teorias Psicológicas:
· Teoria da personalidade: características individuais da dependência, insegurança
· Teoria da aprendizagem: indivíduo aprende a lidar com seus problemas existenciais por meio do álcool. 
· Teorias socioculturais: consumo diferenciado de álcool dependendo do sexo, idade, etnia, educação, religião – são fatores complexos. 
· Causa danos ao seguintes sistema: digestivo (anorexia, gastrite, infiltração do fígado); circulatório e sanguíneo (lesões dos músculos, anemia, diminuição dos glóbulos brancos); reprodutor (impotência e esterilidade); nervoso (tremores, enfraquecimento). 
· Alterações psiquiátricas como:
· Demência alcoólica: psiquismo comprometido havendo desorientação, alterações da memória, interesse afetivo, embotamento intelectual, decadência moral, familiar, social e profissional
· Delirium tremens: quadro de desorientação, alucinações visuais, inquietação, ausência de memória de fixação, sudorese, debilidade cardíaca, febre, sensação de pé em chamas, bichos em cima da pessoa, pode levar à morte
· Alucinose alcoólica: o dependente escuta vozes, com asquais dialoga, sendo o discurso violento, repetitivo, mantendo certo grau de lucidez. 
· Embriaguez patológica: embriaguez com pequena ingestão de álcool, ocorre em indivíduos com constituição epiléptica ou retardamento mental – atos violentos (estupros), seguidos de sono profundo.
· Dipsomania: consumo é esporádico, mas em grande quantidade, ou até por vários dias seguidos. Nos intervalos, não bebe e tem aversão à álcool. Alta tolerância, não apresentam sintomas. Quadro semelhante usando gasolina, refrigerante, água e clorofórmio. 
· Psicose de Korsakov: perturbação da memória, alucinações visuais e confabulação (inventa história e passa a acreditar nela). Desnutrido, fraqueza muscular e reflexos lentos. 
Implicações Forenses 
· Álcool predispõe acidentes e crimes – leva à perda dos freios da crítica
· Crimes contra a companheira – delírios de ciúme – apesar do apetite sexual, há impotência do álcool. 
· Delírio tremens e psicose de Korsakov: estado clínico tão grave que não permite qualquer atividade, criminosa ou não. 
· Dipsomania: motivada por alguma doença mental ou perturbação da saúde 
· Embriaguez patológica: impulsos mais primitivos, atos obscenos, estupros e atentados violentos ao pudor – inclusive contra crianças
· Alcoolismo crônico é doença mental – havendo nexo entre patologia e delito – inimputabilidade
· Criminosos comuns ou indivíduos com distúrbio de conduta muitas vezes utilizam o álcool para desinibir, facilitando manifestações. Não sendo alcoolistas crônicos, são imputáveis. 
Problema das Drogas 
· Conjunto de males sociais em estado de álcool a partir do século XX consequente ao uso de substancias psicoativas.
· O abuso atinge três esferas:
· Saúde pública: compromete não só o indivíduo mas toda a coletividade
· Segurança pública: aumenta a criminalidade e fortalece as organizações criminosas
· Político: controle dos diferentes setores pelo narcotráfico 
a) Problema de saúde pública
 
 dia 09/11/17
· Usuários:
· Doença
· Morte
· Coletividade
· Tardio (a partir de 1970)
· Situação legal e social já consolidada
· Proibição x legalização 
 
Os usuários ficam mais propensos a ter doenças. Sem contar os efeitos da própria droga. O usuário compartilha seringa, cachimbo de craque e fica mais sujeito a pegar HIV, hepatite C, e morre mais cedo, seja por doença ou porque se envolve em briga ou queima de arquivo do próprio narcotráfico. 
Ele acaba atingindo toda a coletividade – transmite o vírus de HIV para a mulher, etc. 
Os debates à respeito do consumo de drogas foi tardio, começou na década de 1970. 
A situação legal e social já estava consolidada, isto é, o narcotráfico estava dominando.
Acabou entrando no debate Proibição e legalização. 
Dilema: Proibição x Legalização
	
	Proibição
	Legalização
	Posição Intermediária
	Conceito de droga
	Unidade
	Pluralidade
	Pluralidade
	Ato de consumir
	Imoral
	Legitimo
	Possíveis efeitos danosos para a saúde
	Medidas antidroga
	Manter
	Endurecer / desaparecer
	Proteção da saúde física dos indivíduos
Proibição: 
· Os adeptos da Proibição falam que toda droga é maléfica, isto é, consideram a droga na sua unidade. 
· Cada droga é maléfica para o sujeito. O ato de consumir continua sendo visto como imoral. 
· E, as medidas antidrogas são antigas.
Legalização: 
· Os partidários da legalização falam que tem que considerar as drogas em sua pluralidade, cada uma com seus efeitos, que nem toda droga é maléfica. 
· Falam que o ato de consumir é legitimo – autonomia da vontade. É gozado falar em autonomia da vontade quando o sujeito está usando a droga para evitar os sintomas da abstinência, quer dizer, não é nem mais pelos efeitos das drogas.
· As medidas antidrogas devem desaparecer. Só que ai, eles começam a pegar a descriminalização da maconha mas, no final, eles querem descriminalizar geral e, ai, vai de encontro ao que eles falam, que tem drogas maléficas e drogas que não são.
Posição Intermediária
· No meio do caminho, tinha que ser feito alguma coisa, e ai surgiu a Política Intermediária.
· Procura aplicar as técnicas das duas correntes. 
· Para essa política a droga deve ser analisada em sua pluralidade, isto é, deve-se analisar o efeito de cada droga, a consequência de cada uma delas.
· O ato de consumir deve ser analisado pelos possíveis efeitos danosos a saúde. 
· As medidas antidrogas devem visar a proteção da saúde física dos indivíduos. 
Objetivos da Política de Redução de danos
· Proteger de si próprio
· Proteção da coletividade
Certeza
· Evitar efeitos maléficos
· Consequências benéficas
· Inexistência de outra forma de combate 
 
Qual o objetivo da política de redução de danos? Proteger o indivíduo contra si próprio e proteger toda a coletividade. 
Só que, para usar a estratégia da política de redução de danos, tem que ter certeza de que aquilo que está sendo feito, implementando, vai evitar os efeitos maléficos que se quer, vai ter consequência benéficas e, que não existe outra forma de combate. 
Quem teve o primeiro problema com a disseminação do vírus da HIV foi a Europa. La o consumo é de heroína e, é uma droga injetável. Holanda começou implementar essa política para tentar diminuir a disseminação. Montaram um posto, a pessoa ia se cadastrar e, lá, eles forneciam a seringa, agulha, e o liquido e algodão para desinfetar. Nesse posto tinha médico, assistente social, psiquiatra e psicólogo. O primeiro contato era a tentativa de fazer o sujeito largar as drogas, mas não dava certo. Não existe política de redução de danos em que o objetivo é fazer com que o indivíduo largue as drogas. Só que essa política não exige isso para poder dar a proteção.
O sujeito ia lá, desinfetava as seringas, injetava a sua droga e assim ia. Houve uma notável queda no número de casos novos de HIV por caso injetável, no entanto, houve aumento de número de mortes por overdose decorrente de intoxicação por droga de má qualidade. A Holanda começou, também, a oferecer a droga, mas também não deu certo. E aí, o indivíduo não queria mais largar a droga.
Começou-se a vendar droga, mas também não deu certo, porque os próprios vendedores de drogas começaram a montar suas “barraquinhas” todas muito perto.
Hoje, a Holanda está fornecendo metadona e ópio, que produzem o mesmo barato da heroína só que é oral e não injetável e, o sujeito não fica tão derrubado e, começa a melhorar, consequentemente acaba aceitando tratamento.
No Brasil não temos nada para combater a realidade do pais, que é a cocaína. A substituição tem que ser feita por uma droga de mesma categoria. Não existe a possibilidade de substituir por maconha, porque uma é psicodisléptica e a outra psicoanaléptica. 
A distribuição de camisinha no carnaval é política de redução de danos.
Prioridade: Contexto social
· Objetivo político moral: sociedade livre de drogas
· Objetivo: Proteção da saúde dos cidadãos
 
O que essa política faz? Ela troca a utopia de drogas pela saúde do cidadão. Todos fazem jus a proteção, sem que para isso se exija que pare as drogas.
 
Existem aqueles que querem largar, aqueles que já tentaram e não conseguiram e os que não querem.
Política de redução de danos
a) Medidas conta substâncias psicoativas legais e drogas, unificadas na circunstância: Também legais, porque as substancias psicoativas medicamentosas são as mais procuradas pelas pessoas que se drogam, então, qualquer substancia psicoativa legal ou ilegal (que são as drogas).
b) Subordinação da atuação penal à atuação sanitária: É o que aconteceu com a lei de drogas. Aquela diferenciação entre traficante e dependente na hora de analisar, por exemplo, o tráfico, se é tratamento, advertência, internação, entra tudo aqui.
· Descriminalização do consumo;
· Distinção entre as drogas
c) Assistência ao consumidor de drogas (seringas, preservativos) visando a proteção individual e coletiva, juntamente com informação, sem imposição de abstinência, e substituição de medidas penais por tratamento: distribuição de seringa, preservativo, colocar bebedouro em localde consumo de ecstasy, sempre com informação, etc.
d) Potencialização das políticas locais: Não adianta criar medidas contra heroína se o problema é cocaína.
Problemas:
A. Substâncias psicoativas legais
· Prescrição / automedicação
· Dependência induzida
· Riscos: saúde e vida
· Em 2005 o Brasil é o responsável por 90% do consumo mundial de medicamentos para emagrecer: medicamento com anfetamina. De 1998 até 2003, o consumo de anfetamina aumentou 500%. 
· Uso e tráfico de medicamentos de venda controlada começa a ultrapassar os números apontados das drogas ilícitas: Eles observaram que a venda de medicamentos começou a ultrapassar o uso de drogas ilícitas. 
Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE)
· Medicamentos que contem narcóticos ou substancias psicotrópicas são os preferidos entre os consumidores de drogas: Então, eles dão um jeito para conseguir receitas, eles falsificam receituário. Os narcóticos é o grupo do ópio, dos tranquilizantes. As psicotrópicas são todas, qualquer uma que tenha ação no sistema nervoso. 
B. Problema de segurança pública
· + delinquência
· - criminalidade
· Consolidação das organizações criminosas
 
É um problema de segurança pública, porque a droga aumenta a delinquência, aumenta a criminalidade e consolida as organizações criminosas.
Impacto das drogas ilícitas na dinâmica da violência urbana
· Homicídios relacionados ao consumo / comercio de drogas (Goldestain - 1985)
1. Efeitos psicofarmacológico da droga
Consumo: Irracionalidade ( agir de forma violenta
 
Uso constante da droga altera comportamento ( Violento + risco de vitimização
Goldestain ele relacionou o consumo e comercio de drogas com os homicídios. 
Ele observou que a maioria dos homicídios decorre do efeito da própria droga. Então, aquele indivíduo que consumiu droga fica com um quadro de irracionalidade, sob o efeito da droga, o que faz com que ele haja de forma mais violenta.
Agora, aquele que já tem um uso constante de droga, essa droga vai alterando o comportamento dele e, ai, ou ele se torna mais violento ou tem maior risco de ser vítima. Ou seja ou ele comete a violência ou ele é vítima da violência. 
Nesse grupo dos psicoléticos, que “chumbam” as pessoas, o indivíduo fica exposto. 
Ele está mostrando, com esse estudo, que a descriminalização não vai melhorar nada.
2. Formação de compulsão econômica
Consumo de droga potencializa crimes contra o patrimônio – furtos / roubos
Recurso para comprar drogas
Homicídios
Vítima reage ou viciado se descontrola emocionalmente
A segunda causa desses homicídios estarem relacionados as drogas é a formação de compulsão econômica. 
O indivíduo que consome delapida todo o patrimônio dele. Ele precisa de dinheiro para comprar droga. Se ele não tem emprego e nem amis patrimônio, ele vai furtar e roubar. Mas, se a vítima reage ou, se ele se descontrola na hora do crime, ele acaba matando. Qualquer movimento da vítima ele já acredita que ela está reagindo ou, é o próprio efeito da droga. 
3. Violência sistêmica 
Produto comercializado é ilegal
Mercado de droga também é ilegal
Instituições estatais não amparam as trocas
Resolução de acordos / conflitos
Ameaça – força física
O terceiro fato é a violência sistêmica.
Droga é ilegal e consequentemente o mercado de drogas é ilegal. Não há proteção estatal do comerciante. Ele é que tem que se proteger e resolver os problemas, seja por ameaça ou violência física.
Isso aqui explica o porquê dos traficantes usarem armas.
Uso de armas de fogo pelos traficantes 
Ele usa arma para afirmação da sua reputação, o status, sinal de poder, entre clientes e concorrentes. Além disso, usa arma para cometer homicídios, seja para resolver conflitos do negócio, seja para afirmar poder perante o grupo que quer pegar o ponto de droga.
Em que situações ele comete esses homicídios?
· Disputas territoriais entre traficantes rivais: quando começa a se esboçar o tráfico de drogas primeiro formam-se primeiras gangues. Nessa “vibe” de pequenas gangues, uma tentando eliminar a outra, tem muita “baderna”, muito homicídio. Essas gangues vão se tornando grupos mais organizados. Acabam formando-se dois grupos daquele ponto de tráfico. A polícia sofre com essas situações.
· Afirmação de códigos de conduta no interior dos grupos de traficante: Quando um deles é aniquilado, ocorre a “afirmação. O local vira um lugar de comercio. 
Hoje não existe muitas bocas de fumo, hoje, um dono de determinado grupo, que ninguém conhece, é o gerente do tráfico. Tem pessoas que são como comerciantes isolados. Eles pegam a droga do gerente e vendem.
Há grande uso de arma para afirmação das condutas entre os traficantes.
· Eliminação de informantes: Se acontecer alguma coisa contraria do combinado no comercio organizado eles eliminam informantes. É comercio, então ele não pode perder clientela. 
· Punição por adulteração de drogas: Usa para punir drogas adulteradas 
· Punição por dívidas não pagas: Usa para punir dívidas não pagas.
C. Problema de caráter político
É a corrupção de órgãos públicos e é o controle de sistemas políticos pelo narcotráfico.
DESCRIMINALIZAÇÃO
· Apenas o consumo? Apenas maconha ou todas as drogas? Quem vende?
· E o imposto? Aumenta o preço? Aumenta o preço, aumenta imposto.
· E os Direitos Humanos?
· Quem vai se cadastrar? No momento que há um cadastro, há possibilidade de identificação. Então, vamos supor que uma pessoa tem uma cirurgia marcada e vê o médico comprando drogas. Essa pessoa vai fazer cirurgia com esse médico?!
· Quem se responsabiliza pelos danos? E outra coisa, nada elimina o efeito da droga. Porque as pessoas, só algumas, experimentam drogas? Porque é uma coisa ilícita, não tem nada a ver com a personalidade da pessoa. Se vira comércio, tem que ter proteção. E o CDC vai proteger?! 
· Quem banca a internação? O SUS?
· Quem sustenta o vício?
· E o local para consumir? Você não vai poder fazer nada se tiver consumo de droga na porta da sua casa. 
· O que a descriminalização evita? O consumo? O tráfico? Não evita o efeito da droga.
· Quem lucra com a descriminalização? O governo. Quanto mais gente drogada mais gente manipulada!
REPRODUÇÃO ASSISTIDA
Quando fala em reprodução assistidas fala-se em técnicas que auxiliam a resolver os problemas de reprodução humana. Resolve o que o casal quer, que é engravidar, mas não trata o problema base, passa por cima dele.
OVARIO – TROMPA – UTERO - VAGINA
A mulher nasce com a quantidade total de óvulos para a vida inteira. Em cada ciclo ela amadurece mais de um óvulo, só que só um, em regra, chega até o final desse amadurecimento e, é esse que pode ser fecundado pelo espermatozoide. O espermatozoide sobe e vai pegar o ovulo na trompa. Esse espermatozoide fértil fecunda o óvulo.
Todas as células do nosso organismo têm 46 cromossomos, com exceção do ovulo que tem 23 e do espermatozoide que tem 23. Na união do espermatozoide, solta tudo e entra só um que vai ser envolvido no óvulo, formando uma célula com 46 cromossomos, metade do pai e metade da mãe.
Essa primeira célula, chamada célula-ovo, ou zigoto, é uma célula tronco, capaz de formar outras células, mas é uma célula tronco chamada de totipontente, porque é capaz de formar qualquer tecido do organismo, placenta e saco vitelino (saco de liquido onde fica a criança).
Essa célula vai descendo lentamente pela trompa esse dividindo. Ela vai se dividindo, vira 2, divide de novo e fica 4. Nessas primeiras etapas ainda são células tronco, mas agora é pluripotente, isto é, forma qualquer tecido no organismo, mas não forma placenta nem saco vitelino. Se, por acaso, nesse começo da divisão (4 células), a célula se separar em dois blocos, cada bloco se divide para um lado, tem-se dois embriões. No começo era um embrião, de repente se separa e vira dois, só que a placenta já estava formada, têm-se dois embriões dentro da mesma placenta, dentro do mesmo saco vitelínico e, portanto, são gêmeos idênticos, com mesma carga genética, porque no começo era só um.
Isso será dividido até chegar na fase deblastocisto, uma camada de células com camada oca e essas células ainda onipotentes, diferenciadas. O que não se sabe é o que faz uma célula dessas virar musculo, a outra vira cérebro, a outra vira osso, enfim. Ainda são células tronco indiferenciadas. 
Chegam no útero e começam a se alinhar no útero. Esse embrião se fixa. Começa no 7º dia e se fixa totalmente com 14 dias. Com 7 dias a mulher está fecundada, com 14 dias esta gravida. No 14º dia também é quando começa o primeiro sinal de diferenciação. Nessa forma começa a aparecer um sulco, um vãozinho. No 15º dia, no vãozinho, começa a se formar o tubo neural, que é a primeira diferenciação de células no sistema nervoso.
Embrião de laboratório não pode chegar por multiplicação nessa fase de diferenciação no laboratório, é proibido. Tem que brecar isso antes, congela.
A partir do momento que começa a diferenciar, as células começam a diferenciar para formar fígado. Vamos supor que nessa fase que diferenciou, ocorra a separação das 4 células. O grupo de células que diferenciou, diferenciou para formar o fígado (um), diferenciou para formar o sistema nervoso (um), então, se houver essa bipartição nessa fase, o que diferenciou é uma coisa só e o que diferenciou são dois, por isso tem os gêmeos siameses ou xifópagos. Eles são unidos por estruturas que já estavam diferenciadas – A cabeça, a parte do cérebro que diferenciou é a mesma para os dois. Onde não diferenciou vai formar dois, onde já diferenciou é um só, e por isso o irmão siamês fica preso em determinados órgãos, porque esses órgãos já tinham sido diferenciados.
· A bipartição antes da diferenciação dá gêmeos idênticos e depois da diferenciação dá gêmeos xifópagos.
Agora, pode ser que esse casal seja infértil (esterilidade relativa), que não consegue obter uma gestação. Mas, ainda tem chance de tratamento. O que eles têm ainda é tratável. Agora, aquele que não é fértil e não pode tratar é o casal estéril. 
Ai começamos a falar em reprodução assistida,
A rigor, o termo reprodução para espécie humana é errado. Reproduzir significa produzir outro ser exatamente igual, uma cópia, e não é o que acontece com a espécie humana porque tem 2 patrimônios genéticos. O ideal, para espécie humana, seria falar em procriação.
Imaginem um casal que tem espermatozoides e óvulos maravilhosos, mas a mulher não engravida porque o homem é impotente. Alguém terá que colocar o esperma na vagina. É ai que começam a surgir as técnicas de reprodução assistida.
1. Inseminação artificial: 
O médico vai estimular o ovário para que a mulher amadureça e solte mais óvulos e, tenha mais chance de ser fecundada. Ela colhe o esperma do marido, capacita esse esperma, de modo que o espermatozoide fique mais rápido, ativo e, o medido o deposita na vagina. O resto corre naturalmente. O que mudou é que a relação é mulher, marido e médico.
Pode ser que a mulher não consiga engravidar porque ela tem algo na secreção vaginal que mata os espermatozoides do marido. Quando ocorre isso, não adianta colocar o esperma na vagina, então, o médico já coloca o esperma direto no útero ou na trompa.
2. Fertilização in vitro
Imagine que a mulher fez uma laqueadura de trompa. Nesse caso pode fazer plástica, só que a mulher não engravida mais. Ou, a mulher pode ter tudo uma obstrução na trompa e a trompa fechou. A mulher tem ovário funcionando, então resolve-se isso no laboratório, através da fertilização in vitro.
Estimula o ovário, na época da ovulação colhe-se os óvulos maduros. Pega o esperma do marido, capacita e junta os dois no laboratório. Une os óvulos e espermatozoide e eles que se virem. Vai ter vários embriões no laboratório.
Essa reprodução é sexuada ou assexuada? Sexuada, quando tem dois patrimônios genéticos formando aquele ser (do pai e da mãe). É diferente da reprodução assexuada, que tem apenas um patrimônio genético, que é o caso da clonagem. Então a pessoa quer um filho exatamente igual. Pega-se o óvulo (célula tronco) e uma célula comum. A célula tronco é capaz de formar qualquer célula. Retira-se o núcleo e coloca o núcleo da célula com 46 cromossomos. Vai ter um clone, com a mesma carga genética, que é metade do pai e da mãe. Agora, esse clone é filho ou irmão? Se for filho ele é só metade da carga genética da mulher e do marido. Vai ser exatamente igual ou pode ter coisa diferente? Quem doou a célula tronco foi a mulher e, o DNA mitocondrial é dela, então, pode ter uma pequena diferença. Isso é uma reprodução assexuada nuclear.
 As vezes o cara fez vasectomia. É fácil recanalizar, só que, quando faz vasectomia, o testículo começa a não produzir mais espermatozoide. Então, mesmo recanalizando, não tem a quantidade necessária para fecundar o ovulo. Nesse caso utiliza-se uma técnica chamada ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide). O médico, com uma agulha enorme, espeta o testículo e aspira para pegar o que tiver de espermatozoide. Vai no ovulo da mulher e injeta com uma agulha o espermatozoide. Precisa de certa quantidade de espermatozoide para conseguir fecundar o ovulo.
Pode ocorrer recanalização tanto no caso de laqueadura de trompa quanto na vasectomia. 
O que vai regulamentar essa reprodução assistida? A resolução do Conselho Federal de Medicina.
Quando começou a reprodução assistida, a primeira resolução falava que as técnicas de RA podem ser usadas desde que haja expectativa de dar certo, não haja risco a pessoa e, o método de exceção, quando todos os outros falharem. 
Com a evolução isso teve que mudar, porque existem os casais homoafetivos, que tem direito de se beneficiar de uma reprodução assistida, que podem se utilizar das técnicas de resolução assistida. 
A resolução anterior falava “mulher capaz” e só abordava mulher casada ou convivente. Hoje, é qualquer pessoa capaz.
Não necessita mais, então, também, de ser uma técnica de exceção, porque hoje é tida como uma técnica que veio para auxiliar nos problemas de reprodução humana. 
Não se pode utilizar essa técnica para outros fins que não seja reprodução. Não pode-se produzir embriões em laboratório para pesquisa. Essas técnicas só podem ser usadas para reprodução.
É para “toda mulher capaz” só que mulher até 50 anos. Mas, a nova resolução abre uma exceção. A mulher acima de 50 anos pode usar desde que haja chance de sucesso e o médico constatar que dá e assumir os riscos junto com o casal.
Não pode ser usada RA para escolher cor de olho, sexo, a não ser que seja para evitar doenças ligadas ao sexo, como por exemplo, hemofilia. Se existe hemofilia na família, quem transmite é a mulher, mas ela não desenvolve a doença, quem desenvolve são os filhos homens. A transmissão continua, não dá para brecar.
Como fica a transmissão do vírus HIV? A instrução é engravidar com as técnicas de reprodução assistida de fertilização in vitro – juntar ovulo com espermatozoide em laboratório. Quando pega o esperma, eles lavam o esperma, para tentar eliminar, ao máximo, a quantidade de vírus que tem no esperma. É lógico que alguma coisa vai passar. Quando lava o esperma não tem só o espermatozoide, tem células. 
Agora, e se o casal for HIV+, os dois, adianta usar essa técnica? Os dois podem ter HIV+ de serpas diferentes. Então, mesmo que os dois sejam positivos está indicada a RA para um não contaminar o outro.
Será que está pensando neles próprios ou no filho? Não sabe se esse filho vai conseguir se livrar do vírus. O SUS não é suficiente para dar conta dos casos de rotina. Rotina tem que conviver com progresso. O tratamento é caro. Então, vai valer a pena RA em caso de HIV para diminuir a chance da criança ter HIV?! Para diminuir a chance de um passar para o outro?! 
Quando alguém vai procurar clínica de RA, essa clinica tem obrigação de explicar tudo. A técnica que será usada, qual a chance de pegar, quais as chances de não pegar, quais são as chances de complicação, qual o índice de insucesso que essa clinica tem, etc. Porque o consentimento tem que ser livre e esclarecido. 
O consentimento é informado – é chegar para a pessoa e dizer claramenteo que vai acontecer, se ele entende é outra história. Tem que contratar por escrito, tem que constar no consentimento o que fazer com os embriões que sobram. Vários embriões são produzidos, mas vários sobram. Tem que constar o que fazer em caso de separação, em caso de morte, etc. 
Se implantar apenas um a chance de sucesso e mínima. Então, antigamente, implantavam vários embriões e acabavam pegando todos e tinha gravidez de trigêmeos e quadrigêmeos.
A resolução atualmente diz que, até 35 anos só podem implantar 2 embriões, dos 35 anos aos 39 anos só pode implantar 3 embriões e, acima dos 40 anos podem implantar 4 embriões.
Esses embriões passam por testes genéticos, passam por exame e, são separados em embriões viáveis – prontos para serem implantados – e embriões inviáveis – que as células não multiplicam igual aos outros ou tem alteração genética, como por exemplo, tem Trissomia 21 (síndrome de down).
Embrião inviável, que nunca vai ser implantado, pode ser disponibilizado de imediato na pesquisa ou descartado. Quem manda são os genitores (lei da biossegurança). Esse embrião não é uma coisa, ele tem pai e mãe. 
O casal fala que só quer ter um filho. Eles dão uma injeção letal, o embrião morre? Deixam só um por exemplo? Isso não pode porque interrompeu a gestação, já está fixado. No anteprojeto do CP fala em “descriminalizar a interrupção de gestão decorrentes da técnica de RA”, mas no momento é aborto.
Os embriões viáveis que sobraram vão ficar congelados. O casal não pode permitir, de imediato, que seja usado para pesquisa. Embrião viável só pode ser disponibilizado para pesquisa após 3 anos de congelamento, para dar tempo do casal pensar se vai querer disponibilizar. Agora, será que esperar vai dar resultado para a pesquisa?! O embrião inviável pode ser disponibilizado de imediato. 
O grande problema é que os casais pagam o congelamento no início e depois desaparecem e, as clinicas ficam abarrotadas de embriões excedentes. A resolução estabeleceu que pode manter embrião preservado até 5 anos e, depois, eles são considerados inviáveis para implante no útero, então, podem ser descartados. Mas será que são inviáveis mesmo? Tem casos relatados de embriões utilizados após 8 anos de congelamento. Ocorre que, precisava de um tempo.
Agora, pode congelar gameta. Por exemplo, a mulher, quanto mais idade maior a chance de ter o filho com síndrome de down, principalmente após 35 anos. O que ela pode fazer? Ela não quer ter filho antes disso, ela quer se dedicar a carreira acadêmica, por exemplo, ela pode congelar óvulo, mas isso é mais complicado. Mesmo assim, na hora que descongela, pode não dar certo, pode estragar. O espermatozoide não. 
As vezes o casal nem teve filho e, por exemplo, o homem teve leucemia. Ele vai fazer quimioterapia e vai afetar os espermatozoides. Como a doença afeta, ele deixa os espermas congelados e quando se recuperar faz a inseminação artificial, pega o esperma e coloca na vagina. O casal tem que dispor sobre tudo isso
E em caso de morte, pode usar o esperma? E se tiver embrião excedente, será que pode implantar depois da morte? Pode, essa situação está no art. 1597, III CC.
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
É como se tivesse tido durante o casamento o filho. 
Também reconhece como filho aquele obtido no inciso IV, através de implante de embrião excedente. Isso desde que esse processo seja homólogo. 
O que é homólogo para o Direito? O embrião excedente foi construído com o semem do marido convivente. O que tem guardado é o semem do marido. Reconhece como filho se quem fecundou o ovulo foi o semem do marido. É a fecundação homologa. A fecundação Heterologa ocorre quando pegou esperma do banco de espermas.
Agora, eu posso usar espermatozoide do banco de esperma? Sim, porque, uma vez que é “toda vez que pessoa capaz” inclui mulher solteira. Se ela é solteira, não é homologa nem heterologa, não é nada.
Quando alguém procura o banco de espermas – porque o marido não tem esperma ou porque quer produção independente – o médico da clínica vai indicar os espermas cujo fenotipo (aparência) seja mais parecido com a família. Esse doador de esperma jamais pode ser conhecido. A grande preocupação é que, no futuro, se produzam casamentos consanguíneos. Então, há uma limitação. Um esperma só pode ser usado para duas fecundações de cada sexo, em uma circunscrição de um milhão de habitantes.
E se houver necessidade de se conhecer a parte genética? Como é a parte cromossômica do doador ou como é a imunidade do doador, por exemplo. Pode ser que a criança desenvolva a doença, precise de transplante de medula e não haja doador compatível disponível. O médico dessa criança pode contatar a clínica, falando diretamente com o médico e obter todas as informações necessárias. Não pode conhecer o doador.
Doador não é desconhecido da clínica. Ela sabe quem é. O dever de sigilo é com relação a família. 
Será que o casal pode procurar uma clínica para fazer RA para poder tirar célula tronco do cordão umbilical para transplante de outro filho com leucemia? Sim, pode. O casal vai fazer a RA, todos os embriões são testados (sistema RHLA), e vai ser implantado na mulher o embrião compatível com a criança que precisa de transplante.
Agora, pode ser que a mulher tenha ovário mas não tem útero. Ela vai precisar de uma doadora temporária para poder gestar a criança. Essa doadora temporária tem que prestar serviço gratuito e, para evitar comercio, só pode ser parente consanguíneo até 4º grau. 
Pode ser em linha reta (mãe, avo e bisavó) ou colateral. Sempre para calcular parentesco tem que ir no ascendente comum.
Entre a mulher e a mãe dela o parentesco é de 1º grau. Entre ela e a irmã dela, o parentesco é de 2º grau na linha colateral. Na linha reta 2º grau é a avó. Também pode ser a tia dela, irmã da mãe, cujo ascendente comum é a avó. Entre ela e a mãe 1º grau, entre a mãe e a vó 2º grau e, entre a vó e a tia 3º grau. E a filha da tia (prima)? É 4º grau. Pode ser de qualquer um dos lados – da mulher ou do marido ou, se for casal homoafetivo de qualquer um dos dois. Se não tiver parentesco tem que ter autorização judicial.
Se a mulher não tiver ovulo vai precisar ter uma doadora. Pode ter uma reprodução compartilhada. Então, a mulher chega, o marido tem espermatozoide, mas ela não tem ovário. Eles vão tentar fazer o compartilhamento desses óvulos com uma que já está usando a técnica de RA. Uma que tem bastante óvulos doaria óvulos para essa. Em troca essa ajudaria nos custos da outra.
É necessidade da mulher, não existe um banco de óvulos. Aqui não se fala na possiblidade de banco de óvulos por conta do problema de congelação. Mas, mesmo que houvesse, a forma do processo é o compartilhamento com outra que já colheu óvulos. Aqui não é uma doadora de óvulos, é uma que está usando o processo para si por outro motivo e, não por falta de óvulos.
Tem casal homoafetivo que não quer saber quem é a mãe, então, colhe ovulo das duas. Pode acontecer com o homem também. Compartilhamento pode ser feito de várias maneiras. Aqui aborda-se o fato da mulher que não tem óvulos, mas pode ser o casal homoafetivo masculino que vai compartilhar com a mulher. O óvulo é dela, mas quem quer os procedimentos é a outra, então a outra que tem que ajudar nos custos. Válido ressaltar que, quem é funcionário da clínica não pode ser doador de espermas (médicos, enfermeiros). 
Somente foi possível chegar ao fim deste semestre com a matéria completa de todas as aulas graças à estas criaturas muito especiais: Larissa Escuder, Juliana Reis, Ana Borgomoni, Vandressa Vieira, Tailly Loureiro, Gabrielle Ferreira...
 
E claro, todo o apoio da sala DB! 
MUITO OBRIGADA! <3
...E que venha o quinto ano. 
 
E se você está lendo esta mensagem, espero que este material lhe ajude a estudar assimcomo me ajudou. 
 Com amor, Ju Romero. 
DPP – Depressão Pós Parto 
Entre 2 semanas à 3 semanas após o parto
Necessita de tratamento 
Dificuldade para concentrar-se ou tomar decisões
Pensamentos de morte ou suicídio
Repercussões na qualidade de vida, na dinâmica familiar e na interação mãe-bebê 
Origem
Constitucional
Hereditária
{ 
Adquirida 
( 
{ 
Distúrbios mentais
de
origem
alcoólica ligados
a uma patologia mental de base
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