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1 Sumário 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA ............................................... 6 2. SISTEMA ESQUELÉTICO ............................................................................... 10 3. JUNTURAS ........................................................................................................ 39 4. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO SISTEMA MUSCULAR .......................... 50 5. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO SISTEMA NERVOSO ............................. 54 6. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO SISTEMA VASCULAR ........................... 57 7. ROTEIRO PARA DISSECAÇÃO E ESTUDO DO MEMBRO TORÁCICO .. 61 8. MUSCULOS DO MEMBRO TORÁCICO ....................................................... 71 9. NERVOS DO MEMBRO TORÁCICO ............................................................. 85 10. ARTÉRIAS DO MEMBRO TORÁCICO .......................................................... 89 11. VEIAS DO MEMBRO TORÁCICO ................................................................. 94 12. LINFÁTICOS DO MEMBRO TORÁCICO ...................................................... 96 13. ROTEIRO PARA DISSECAÇÃO E ESTUDO DA PAREDE DO TÓRAX .... 96 14. MÚSCULOS DA PAREDE DO TÓRAX ......................................................... 98 15. NERVOS DA PAREDE DO TÓRAX ............................................................. 102 16. ARTÉRIAS DA PAREDE DO TÓRAX .......................................................... 103 17. VEIAS DA PAREDE DO TÓRAX ................................................................. 103 18. LINFÁTICOS DA PAREDE DO TÓRAX ...................................................... 103 19. ROTEIRO PARA DISSECAÇÃO E ESTUDO DA PAREDE DO ABDOME 104 20. MUSCULOS DA PAREDE DO ABDOME .................................................... 106 21. NERVOS DA PAREDE DO ABDOME .......................................................... 109 22. ARTÉRIAS DA PAREDE DO ABDOME ...................................................... 110 2 23. VEIAS DA PAREDE DO ABDOME .............................................................. 110 24. LINFATICOS DA PAREDE DO ABDOME .................................................. 111 25. ROTEIRO PARA A DISSECÇÃO E ESTUD0O DO MEMBRO PELVICO 111 26. MUSCULOS DO MEMBRO PELVICO ......................................................... 119 27. NERVOS DA PELVE E DO MEMBRO PELVICO ....................................... 128 28. ARTÉRIAS DO MEMBRO PELVICO ........................................................... 132 29. VEIAS DO MEMBRO PELVICO ................................................................... 136 30. LINFATICOS DA PELVE E DO MEMBRO PELVICO ................................ 140 31. ROTEIRO PARA DISSECAÇÃO E ESTUDO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) .................................................................................................................. 144 32. ROTEIRO PARA DISSECAÇÃO E ESTUDO DA CABEÇA ....................... 163 33. MUSCULOS DA CABEÇA ............................................................................ 171 34. NERVOS E GANGLIOS DA CABEÇA ......................................................... 176 35. ARTERIAS DA CABEÇA ............................................................................... 188 36. VEIAS DA CABEÇA ...................................................................................... 195 37. LINFÁTICOS DA CABEÇA ........................................................................... 198 38. BULBO DO OLHO, PÁLPEBRAS, TÚNICA CONJUNTIVA E APARELHO LACRIMAL 199 39. OUVIDO (ORGÃO VESTIBULOCOCLEAR) ............................................... 203 40. CAVIDADE DA BOCA .................................................................................. 212 41. GLANDULAS SALIVARES ........................................................................... 222 42. CAVIDADE NASAL E SEIOS PARANASAIS ............................................. 224 43. FARINGE ......................................................................................................... 228 44. LARINGE ......................................................................................................... 229 45. ROTEIRO PARA A DISSECAÇÃO E ESTUDO DO PESCOÇO ................. 233 46. MUSCULOS DO PESCOÇO ........................................................................... 234 47. NERVOS DO PESCOÇO ................................................................................ 239 48. ARTÉRIAS DO PESCOÇO ............................................................................. 240 3 49. VEIAS DO PESCOÇO ..................................................................................... 242 50. LINFÁTICOS DO PESCOÇO ......................................................................... 243 51. ESOFAGO E TRAQUEIA ............................................................................... 244 52. GLÂNDULA TIREÓIDEA, GLÂNDULAS PARATIREÓIDEAS E TIMO . 245 53. ROTEIRO PARA DISSECAÇÃO E ESTUDO DA CAVIDADE TORÁCICA 247 54. PULMOES E BRONQUIOS ............................................................................ 248 55. PERICÁRDIO E CORAÇÃO .......................................................................... 250 56. PLEURA E MEDIASTINO ............................................................................. 254 57. NERVOS E GANGLIOS DA CAVIDADE TORÁCICA ............................... 256 58. ARTÉRIAS DA CAVIDADE TORÁCICA .................................................... 260 59. VEIAS DA CAVIDADE TORÁCICA ............................................................ 263 60. LINFÁTICOS DA CAVIDADE TORÁCICA ................................................. 265 61. ROTEIRO PARA A DISSSECAÇÃO E ESTUDO DA CAVIDADE ABDOMINAL ........................................................................................................................ 268 62. ESTÔMAGO .................................................................................................... 271 63. INTESTINOS ................................................................................................... 274 64. FÍGADOS, VIAS BILIARES, PÂNCREAS E BAÇO .................................... 277 65. RINS, URETERES E GLÂNDULA SUPRARRENAL .................................. 280 66. PERITÔNIO ..................................................................................................... 283 67. NERVOS E GÂNGLIOS DA CAVIDADE ABDOMINAL ........................... 286 68. ARTERIAS DA CAVIDADE ABDOMINAL ................................................ 288 69. VEIAS DA CAVIDADE ABDOMINAL ........................................................ 291 70. LINFÁTICOS DA CAVIDADE ABDOMINAL ............................................. 293 71. ROTEIRO PARA DISSECAÇÃO E ESTUDO DA CAVIDADE PÉLVICA, DOS ORGÃO GENITAIS EXTERNOS E DO ÚBERE ....................................................... 298 72. ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS ............................................................... 299 73. ÚBERE ............................................................................................................. 304 4 74. ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS ........................................................... 306 75. BEXIGA E PARTE PÉLVICA DOS URETERES .......................................... 315 76. PARTE PELVICA DO PERITONIO ............................................................... 316 77. NERVOS E GANGLIOS DA CAVIDADE PELVICA ................................... 317 78. ARTÉRIAS DA CAVIDADE PÉLVICA ........................................................ 319 79. VEIAS DA CAVIDADE PÉLVICA ................................................................ 321 80. LINFÁTICOS DA CAVIDADE PÉLVICA .................................................... 322 5 Apresentação A disciplinade Anatomia dos Animais Domésticos abrange um amplo corpo de conhecimentos, multiplicado em face das várias espécies com as quais está envolvida. Esta complexidade reflete-se no fato de ela ser a disciplina de maior carga horária de todo o curso de Medicina Veterinária. Mesmo assim, esta carga horária tem sido progressivamente reduzida, já que o desenvolvimento da ciência veterinária nos últimos anos tem motivado a expansão da parte profissional do currículo em detrimento de sua parte básica, na qual se insere o estudo da anatomia. Na tentativa de adequar o ensino anatômico à carga horaria que lhe vem sendo atribuída e sem prejuízo da formação básica dos estudantes de Veterinária, iniciamos em 1970 a elaboração do presente texto, destinado a atender à rotina diária do aluno, obviamente sem a pretensão de substituir tratados clássicos existentes. A semelhança que existe em vários sistemas da economia animal nas diferentes espécies domesticas permite que uma dessa possa ser utilizada como padrão para estudo, evitando assim repetições desnecessárias. Tem-se usado como padrão a espécie ovina, graças ao seu porte adequado para estudo em grupo, a seu custo relativamente baixo e a sua intima afinidade anatômica com outros ruminantes de importância econômica, especialmente bovinos. A exceção do estudo dos ossos e das articulações, a matéria está exposta sob o ponto de vista topográfico. Para cada região, é apresentado o roteiro de dissecação, seguido da descrição teórica das estruturas dissecadas. Cerca de duzentas horas de aulas práticas, em módulos de três horas, têm sido suficientes para desenvolver o programa de dissecação proposto. Aspectos comparativos de órgãos e regiões em outras espécies, não constantes deste texto, são abordados em aulas teóricas e práticas suplementares. A nomenclatura oficial indicada pela Nomina Anatômica Veterinária. 6 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA 1.1 Considerações Gerais A Anatomia Veterinária constitui o ramo da morfologia que estuda a conformação e a estrutura dos animais, especialmente daqueles que, pelo seu valor econômico, cientifico ou afetivo, são criados pelo homem. Ela tem caráter comparativo e, para facilitar o seu estudo, adota-se comumente uma espécie padrão, a partir da qual são feitas comparações com as demais espécies. Na UFMG, o animal adotado como padrão é o ruminante, devido, entre outros fatores, à sua importância econômica. O estudo da Anatomia pode ser feito utilizando-se duas abordagens clássicas: Anatomia Sistêmica e Anatomia Topográfica. Na Anatomia Sistêmica, o organismo animal é estudado através de seus sistemas ou aparelhos, isto é, conjuntos de órgãos de origens e estrutura semelhantes e associados para exercerem determinadas funções. Ela compreende, assim, vários ramos, como a Osteologia (estudo do esqueleto), a Miologia (estudo dos músculos), a Angiologia (estudo dos vasos), etc. Já na Anatomia Topográfica, focaliza-se uma determinada parte ou região do corpo, estudando-se em conjunto todos os órgãos ou estruturas dos diferentes sistemas que aí se encontram e se inter-relacionam. O conhecimento desta parte da Anatomia e de outro importante ramo dela derivado, a Anatomia Aplicada, constitui, assim, fator indispensável no exercício das técnicas de semiologia, clínica e cirurgia veterinária. 1.1. Nomenclatura Anatômica Veterinária A Anatomia Veterinária, como as demais áreas da Morfologia, tem sua linguagem própria. Esta linguagem, compreende o conjunto de termos empregados para designar as inúmeras partes do organismo animal, constitui a Nomenclatura Anatômica Veterinária (NAV). Esta nomenclatura foi elaborada por uma comissão internacional de anatomistas veterinários, tendo como objetivo primordial padronizar os termos anatômicos veterinários. Ela se propõe, assim, a solucionar o problema criado pelo uso conflitante de nomenclaturas diversas, restritas a determinados países e até mesmo determinados autores. Sua primeira edição, depois de progressivos esforções, foi publicada em 1968, em Viena, sob o patrocínio da Associação Mundial dos Anatomistas Veterinários. Edições posteriores, com acréscimos e correções, foram publicadas em 1973. Seus princípios básicos são os seguintes: - Cada estrutura anatômica, é designada por um único termo. - Os termos, na lista oficial, são escritos em Latim mas os anatomistas de cada país tem liberdade de traduzi-los para sua respectiva língua. 7 - Cada termo deve ser o mais curto e simples possível. - Os termos devem ser fáceis de se lembrar e devem também anates de tudo, possuir valores instrutivos e descritivo. Ex.: Musculo flexor superficial dos dedos. - As estruturas intimamente relacionadas do ponto de vista topográficos devem possuir nomes semelhantes. Ex.: Artéria femoral, veia femoral e nervo femoral. - Os termos derivados de nomes próprios (epônimos), devem ser abolidos. Ex.: tendão calcanear comum, em vez de tendão de Aquiles. 1.2. Divisão do corpo O corpo dos animais é dividido em cinco partes: cabeça, pescoço, tronco, membros e cauda. O tronco, por sua vez, é constituído de três segmentos contínuos – tórax, abdome e pelve – e os membros dividem-se em torácicos (anteriores) e pelvinos (posteriores) cada membro distinguem-se uma raiz, que se prende ao tronco uma parte livre. No membro torácico, a raiz é constituída em cintura escapular e a parte livre divide-se em braços, cotovelo, antebraço e mão. No membro pelvino a raiz é representada pelo cíngulo pélvico e a parte livre compreende coxa, joelho, perna e pé. 1.3. Posição Anatômica Para se evitar o uso de termos diferentes ao se descrever o corpo animal, considerando- se que a posição pode ser variável, achou-se conveniente adotar uma posição padrão, para que os pontos de referencia se mantenham constantes. Esta é a posição fundamental de descrição anatômica, que nos animais quadrupedes ficou estabelecida da seguinte maneira o animal esta de pé, com os quatro membros estendidos e firmemente apoiados no solo; o pescoço está encurvado para cima, formando um ângulo de cerca de 145º com o dorso; a cabeça mantem-se mais ou menos ereta num plano horizontal, de modo que as narinas estejam voltadas para a frente e os olhos para o horizonte. 1.4. Planos e Eixos do corpo Na posição de descrição anatômica, o corpo do animal, excluídos os membros, pode ser delimitado por seis tangentes à sua superfície, os quais formam, com suas intersecções, um paralelepípedo imaginário. Estes planos são os seguintes: Dois planos horizontais, um tangente ao dorso – plano dorsal – e outro ao ventre do animal – plano ventral. Todos os planos paralelos a estes dois e que cortam o corpo do animal são chamados planos frontais, estes planos são poucos utilizados na Anatomia Veterinária. Dois planos verticais, cada um tangente a um lado do animal. São os planos laterais direito e esquerdo. Todos os planos que cortam o corpo do animal paralelamente aos planos 8 laterais são chamados planos sagitais. Um deles, o plano sagital mediano, ou simplesmente plano mediano, passa pelo meio do animal, dividindo-o em metades ou antímeros direito e esquerdo. Dois planos verticais, um tangente à cabeça – plano cranial – e outro à – plano caudal. Todos os planos que seccionam o corpo do animal paralelamente aos planos cranial e caudal são chamados planos transversais. Pode-se considerar ainda o corpo do animal como sendo atravessando por linhas imaginárias ou eixos. Assim, temos um eixo sagital, disposto verticalmente e unindo o centro do plano dorsal ao centro do plano ventral; um eixo longitudinal, que se estende horizontalmente do centro do plano cranial ao centro do plano caudal e um eixo transversal ou latero-lateral, disposto também horizontalmente mas unindo entre si os centros dos planos laterais direito e esquerdo. 1.5. Termos indicativos de posiçãoe direção Para facilitar a descrição das diferentes estruturas anatômicas foram convencionados certos termos que indicam a posição e direção destas estruturas. Os principais termos são os seguintes: 1.6. Lateral, medial, intermédio e mediano Os termos lateral e medial são utilizados para designar as faces de um órgão que estejam voltadas, respectivamente, para os planos lateral e sagital mediano. Mas a situação e posição dos órgãos são também indicados em função destes planos. Assim, temos que um órgão próximo ao plano mediano é medial ou situa-se medialmente em relação a outro que lhe fica lateralmente, isto é mais próximo do plano lateral direito ou esquerdo. O termo intermédio serve para designar uma posição intermediaria entre um órgão que lhe é lateral e outro que lhe é medial. Já o termo mediano é empregado para órgãos que ficam ao nível do plano sagital mediano, como por exemplo às vertebras. 1.7. Cranial e caudal Uma face, ou estrutura, ou órgão, é cranial quando está voltado para ou mais próximo do plano cranial, em relação a outro que lhe é caudal, isto é, que está voltado para ou mais próximo do plano caudal. Na mão e no pé, o termo cranial é substituído por dorsal; já o termo caudal é substituído por palmar na mão, e plantar no pé. 9 1.8. Dorsal, ventral e médio Os termos dorsal e ventral são utilizados para designar faces ou órgãos que estejam voltados para ou mais próximos, respectivamente, dos planos dorsal e ventral. A posição intermediária entre dorsal e ventral é designada como média. 1.9. Externo e interno Os adjetivos externo e interno, utilizados geralmente para órgãos cavitários, indicam as suas faces que estejam voltados, respectivamente, para o exterior ou para o interior das cavidades. 1.10. Superficial e profundo Os termos superficial e profundo indicam posições, em órgãos ou regiões, que estejam mais próximos e mais afastados, respectivamente, da superfície considerada. 1.11. Proximal e distal Para os membros e outros órgãos apendiculares (orelhas, cauda, etc), utilizam-se os termos proximal e distal, conforme a parte considerada se encontre mais próximo ou mais distante de sua raiz. São também utilizados para os segmentos e ramificações de vasos e nervos em relação ao coração e ao sistema nervoso central, respectivamente. É claro que, como nos demais casos, estes termos indicam uma posição relativa. Assim, por exemplo, o rádio é distal em relação ao úmero, mas ao mesmo tempo é proximal em relação ao carpo. 1.12. Axial e abaxial Estes termos são utilizados para aquelas espécies em que o eixo funcional do membro passa entre os dedos III e IV, como acontece nos ruminantes. Nestes casos, a face do dedo que está voltado para o eixo é chamada axial e a face oposta, isto é, afastada do eixo, denomina-se abaxial. 1.13. Rostral, superior e inferior O termo rostral é utilizado para designar a posição e direção das estruturas localizadas na cabeça, em substituição ao termo cranial, que neste caso, torna-se inconveniente. Os termos superior e inferior, largamente empregados na Anatomia Humana, foram mantidos em alguns casos na Anatomia Veterinária. Como exemplo, temos a designação das pálpebras e dos lábios, que, mesmo nos animais devem ser designados como superior e inferior. 10 2. SISTEMA ESQUELÉTICO 2.1. Introdução aos estudos dos ossos 2.2. Conceito O sistema esquelético, ou simplesmente esqueleto, compreende o conjunto de ossos e cartilagens que se unem para formar o arcabouço de sustentação do corpo animal. Em zoologia, este termo é empregado em sentido mais amplo, incluído também estruturas rígidas que revestem externamente o corpo de animais invertebrados ou mesmo de alguns vertebrados. Os ossos são órgãos constituídos por vários tipos de tecido, com destaque para o tecido conjuntivo especial denominado ósseo. As cartilagens associadas aos ossos são predominantemente dos tipos fibrosos e hialino. Alguns órgãos do sistema esquelético são constituídos exclusivamente de cartilagens são estudados na área de histologia. O termo osteologia, comumente usados, deriva da palavra grega osteon, que significa osso e logo, que se refere a uma determinada parte do conhecimento. Os termos latinos para osso sãoOs, ossis, dos quais o adjetivo ósseo é derivado. 2.3. Divisão do esqueleto O esqueleto pode ser dividido em esqueleto axial, esqueleto apendicular e esqueleto visceral ou esplâncnicos. O esqueleto axial compreende os ossos que formam o eixo longitudinal do corpo, ou seja, ossos da cabeça, do pescoço, do tronco e da cauda. O esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros torácicos e pelvinos. O esqueleto visceral ou esplâncnicos é constituído por alguns ossos que se desenvolvem no interior de determinadas vísceras, como por exemplo, o osso do coração do boie o osso do pênis do cão. A união entre os esqueletos axial e apendicular é feita por meio de cinturas. O cíngulo escapular une o membro torácico ao tórax e a cíngulo pélvico une o membro pelvino a pelve. 2.4. Número de ossos O número de osso de um animal varia de acordo com a idade. O feto e os animais jovens têm número maior de ossos que os animais adultos, pois, nestes últimos, alguns ossos tendem a se fundir. Nos adultos, o numero de ossos também pode variar. Assim, em algumas espécies, tal como o carneiro, o numero de vertebras lombares pode ser 6 ou 7. O numero de vertebras 11 coccígeas é também bastante variável. Variações acentuadas no numero de ossos são verificadas entre diferentes espécies domésticas 2.5. Tipos de ossos Comumente, os ossos são classificados, quanto à sua forma, em longos, curtos, planos e irregulares. • Ossos longos - São aqueles em que o comprimento é maior que a largura e a espessura. Estes ossos têm em geral, forma cilíndrica e ocorrem nos membros. Os ossos longos dos membros torácicos são o úmero, o rádio, a ulna, o metacárpico III + IV e as falanges proximal e media. No membro pélvico, os ossos fêmur, tíbia, metatársico III + IV e as falanges proximal e media são classificadas como ossos longos. Cada osso longo possui uma parte media, o corpo ou diáfise, e duas extremidades que são chamadas de epífises. Nos animais adultos, a diáfise dos ossos longos é continua com as epífises. Porém nos jovens, ela está separada das epífises por uma camada de cartilagem hialina, em forma de disco, denominada cartilagem epifisal. As epífises de um osso jovem crescem longitudinalmente nesta cartilagem. A região da diáfise adjacente a cartilagem epifisal é mais larga, constituída pela zona de crescimento e por ossos recém- formados, e denomina-se metáfise. A parede da diáfise é constituída por substância óssea compacta, que delimita uma cavidade alongada, a cavidade contem medula óssea vermelha (de função hemocitopoiética), medula óssea amarela (rica em tecido adiposo) ou ambas. As metáfises e epífises são constituídas por uma rede de trabécula ósseas interligadas e orientadas segundo as linhas de força que passam pelo osso. Esta malha óssea é denominada substancia esponjosa. Seus espaços estão também ocupados por medula óssea. As superfícies externas das epífises e metáfises são revestidas por uma delgada camada de tecido ósseo compacto denominada substancia cortical. Nas superfícies articulares, os ossos longos são revestidos por cartilagem hialina. • Ossos curtos – são aqueles em que as principais dimensões têm valores aproximadamente iguais. Como exemplo de ossos curtos, citam-se os ossos do carpo e do tarso. Não tem cavidade medular e seu centro é formado por 12 substancia esponjosa. Suas superfícies articulares são também revestidas por cartilagem hialina. Os ossos sesamóides, encontrados próximos a inserção de determinados músculos, são ossos curtos que servem para modificar a direção dos tendões de alguns destesmúsculos. • Ossos planos – Os ossos planos tem duas dimensões principais, largura e comprimento. Eles são constituídos de duas camadas de substancia compactas separadas por uma camada de substancia esponjosa contendo medula óssea. A substancia esponjosa de ossos planos do crânio recebem a denominação especial de díploe. A escapula, o esterno e muitos ossos do crânio são do tipo plano. Alguns destes ossos são tão finos que apresentam apenas uma camada de substancia compacta. As superfícies articulares são revestidas por cartilagem hialina e, em certos ossos do crânio, por tecido conjuntivo fibroso • Ossos irregulares – como o nome indica, são ossos de forma tal que não se enquadram nos tipos anteriores. O osso do quadril, as vertebras e alguns ossos do crânio são deste tipo. Sua estrutura é variável. Podem ser constituídos por substancia esponjosa envolvida por substancia compacta ou ainda, dependendo da parte do osso considerado, por substancia compacta apenas. 2.6. Ossos pneumáticos Alguns ossos do crânio possuem cavidades contendo ar. Por esta razão, não são classificados como pneumáticos e suas cavidades são denominadas seios. 2.7. Contornos e acidentes ósseos A superfície dos ossos apresenta-se variável, com áreas planas e saliências e depressões. Estes acidentes são melhore vistos em ossos preparados, do0s quais foram removidas as estruturas moles que os envolvem. Os acidentes dos ossos servem, na maioria das vezes como superfícies de articulações com ossos vizinhos, como ponto de inserção de tendões e ligamentos ou ainda são impressões deixadas pelo contato com outros órgãos As saliências articulares proeminentes são denominadas côndilos, cabeça, capitulo, tróclea, dente, etc. Saliências que se prestam à inserção de tendões ou ligamentos recebem diferentes denominações, tais como túber, tubérculo, tuberosidade, alvéolo, trocânter, processo 13 e epicôndilo. As saliências lineares são denominadas linha, crista, espinha e promontório. Áreas lisas e planas na superfície óssea, articulares ou não, são conhecidas como asa, tábula, ramo ou lâmina. Depressões, articulares ou não são denominadas cavidades, fossas, fossetas ou fóveas. Fissura, incisura, sulco, colo e arco são termos que indicam os vários tipos de reentrâncias, geralmente não articulares, encontradas em ossos. 2.8. Periósteo e Endósteo O periósteo é uma membrana conjuntiva que reveste externamente ossos, exceto nas superfícies articulares. Ele é constituído por uma camada externa fibrosa e uma camada interna mais celularizada com capacidade osteogênica. Durante o crescimento do animal, a camada interna é bastante desenvolvida. O endosteo é uma membrana interna e bastante desenvolvida. O endosteo é uma membrana conjuntiva que reveste a superfície interna de substancia compacta, na cavidade medular dos ossos longos. O periósteo das extremidades das epífises continua-se com a capsula articular. Ele se presta também a inserção de tendões. O periósteo recebe abundante inervação sensitiva, sendo os impulsos ai originados principalmente dolorosos. 2.9. Vascularização e inervação Ossos são órgãos muito vascularizados. Eles recebem sua nutrição por meio de vasos periostais, vasos das articulações e vasos provenientes da medula óssea. Os vasos do periósteo originam-se de artérias que correm próximas a ele. Eles distribuem-se tanto no periósteo quanto na substância compacta. As epífises recebem nutrição principalmente de vasos que suprem as articulações. A cavidade medular, especialmente a dos ossos longos, recebe nutrição por meio da artéria nutrícia. Este vaso penetra no forame nutrício do osso, localizado na diáfise, atravessa a substancia compacta e distribui-se na medula óssea e na própria substancia compacta da diáfise. Os nervos alcançam os ossos acompanhando os vasos sanguíneos. Eles são sensitivos e vasomotores. Os impulsos sensitivos são principalmente dolorosos. 2.10. Ossos do Membro Torácico 2.11. Introdução Os ossos do membro torácico dos ruminantes domésticos estão localizados nos seguintes segmentos: Cíngulo escapular, braço, antebraço e mão. O cíngulo escapular está reduzido a um só osso, a escápula. Não há clavícula, presente em outros mamíferos como o homem. A união entre o tronco e membro torácico é feita por intermédio de vários músculos. 14 O braço tem por base óssea o úmero. No antebraço estão localizados o rádio e a ulna. A mão engloba os ossos do carpo, do metacarpo e dos dedos. Estes últimos são formados pelas falanges e pelos ossos sesamóides. 2.12. Escápula A escápula é um osso plano, triangular, que está preso obliquamente à porção cranial da parede torácica por meio de diversos músculos. Distalmente ela articula-se com o úmero. A face lateral da escápula está dividida por uma saliência vertical alongada, a espinha da escápula, em fossas supraespinhal e infraespinhal. A fossa supraespinhal situa-se cranialmente à espinha da escápula. É pequena, estreita e estende-se distalmente até a metade do osso. É ocupada pelo músculo supraespinhal. A fossa infraespinhal é a mais longa e larga das duas: situa-se caudalmente à espinha da escápula e aloja o músculo infraespinhal. A espinha da escápula é bastante saliente nos ruminantes. Sua metade proximal é encurvada para trás. A borda livre da espinha apresenta, em seu terço médio, uma eminência rugosa denominada túber da espinha; sua extremidade distal, o acrômio, é saliente e pontiagudo (o acrômio é ausente nos equinos). A face medial da escapula é ligeiramente côncava e está aplicada ao tórax. Nela se encontra uma depressão, a fossa subescapular, mais acentuada no terço distal do osso. No terço proximal, encontra-se uma área rugosa, na qual se prende o músculo serrátil ventral. A fossa subescapular é ocupada pelo músculo subescapular. A extremidade distal da escápula constitui o ângulo ventral, o qual uma superfície articular côncava, de contorno arredondado, a cavidade glenóide, para articulação com a cabeça do úmero. O tubérculo supraglenoidal, de onde se origina o músculo bíceps, é uma saliência rugosa situada cranialmente, um pouco acima da cavidade glenóide. Da porção medial do tubérculo destaca-se uma pequena saliência, o processo coracóide, na qual se origina o músculo coracobraquial. O forame nutrício da escápula situa-se mais comumente no terço distal da face lateral, próximo à borda caudal. A cartilagem da escápula apresenta forma de meia-lua e está unida a borda dorsal da escápula. Ela representa a porção cartilaginosa da escápula fetal que não se ossificou. 2.13. Úmero É o osso do braço. Articula-se proximalmente com a escápula e distalmente com o rádio e a ulna. Ele é constituído de corpo e duas extremidades, proximal e distal. 15 A extremidade proximal é constituída por cabeça, colo, tubérculo maior, tubérculo menor e sulco intertuberal. A cabeça tem a forma aproximada de uma calota achatada, voltada para cima e para trás e se articula com a cavidade glenóide da escápula. Nos bovinos, a cabeça está separada dos tubérculos e do sulco intertuberal por uma área rugosa, na qual se situam pequenos forames. No cabrito e no carneiro, a transição entre estas estruturas é feita suavemente, sem a presença de forames. O colo é bem definido somente na face caudal. O tubérculo maior é uma grande massa óssea, situada na borda lateral da extremidade proximal do úmero e constitui a parede lateral do sulco intertuberal. O úmero dos bovinos apresenta, logo abaixo do tubérculo maior, uma área rugosa circular, na qual se insere o tendão do músculo infraespinhal, denominada face do musculo infraespinhal. Esta área nos pequenos ruminantes não está bem delimitada. O tubérculo menor forma a parede medial do sulco intertuberal. O sulco intertuberal aloja o tendão do músculo bíceps. O corpo do úmero apresenta faces cranial, caudal laterale media. A face lateral é lisa e está ocupada quase totalmente por uma depressão larga e lisa e está ocupada quase totalmente por uma depressão larga e lisa, denominada sulco do músculo braquial, no qual se aloja o musculo braquial. A face medial apresenta próximo ao terço médio, uma área rugosa irregular, a tuberosidade redonda maior, onde se insere o musculo redondo maior. A face caudal do úmero é lisa e ocupada, em parte, pelo sulco do músculo braquial. A crista do úmero corre distalmente no corpo do osso sentido lateromedial e termina em uma depressão rasa, a fossa radial. Em sua porção inicial, a crista do úmero apresenta a tuberosidade deltoidea, onde se insere o músculo deltoide. A face cranial é curta, sem acidentes importantes. A extremidade distal é representada pelo côndilo, o qual é formado por capitulo, tróclea, fossa radial e fossa do olécrano. O capitulo e a tróclea constituem as superfícies articulares da extremidade distal do úmero. O capitulo é a superfície articular mais estreita e lateral; o restante constitui a tróclea, com seu aspecto típico de polia. Na face cranial da extremidade distal e acima da tróclea existe uma depressão rasa e rugosa, a fossa radial. Na face caudal encontra-se a fossa do olécrano, bem mais profunda que a radial, aloja parte do olécrano, que é a extremidade proximal da ulna. Os epicôndilos, lateral e medial, são duas proeminências irregulares, não articulares, situada a cada lado do côndilo. O epicôndilo lateral é saliente e dá origem aos músculos extensores do carpo e dos dedos. O epicôndilo medial é menor que o lateral e da origem aos músculos flexores do carpo e dos dedos. O forame nutrício do úmero está situado em seu terço médio . 16 2.14. Rádio e Ulna O rádio é o mais volumoso e o mais cranial dos dois ossos do antebraço. Articula-se proximalmente com o úmero, distalmente com o carpo e caudalmente com a ulna. O rádio é constituído de cabeça, colo, corpo e a tróclea. A cabeça apresenta duas cavidades articulares rasas, medial e lateral, que recebe, a tróclea e o capítulo do úmero, respectivamente. As duas cavidades estão separadas por uma área não articular, a fóvea da cabeça e do rádio. A tuberosidade do rádio é uma rugosidade pouco saliente, que se encontra na porção craniomedial do colo. Nos pequenos ruminantes, ela é relativamente mais evidente e localiza-se no corpo do rádio, um pouco abaixo do colo. A tuberosidade do radio dá a inserção ao tendão do músculo do bíceps. A face caudal da extremidade proximal do rádio apresenta facetas para articulação com a ulna. No animal adulto, esta face funde-se com a face adjacente da ulna. O corpo tem faces cranial e caudal, separadas pelas bordas lateral e medial. Estas bordas são lisas e não apresentam acidentes de importância. A face cranial é lisa e plana. A face caudal apresenta-se, no bovino, percorrida por sulcos. Parte desta face está aderida a ulna. Em duas áreas da face caudal não há contato entre rádio e a ulna. Aí se formam os espaços interósseos proximal e distal. O forame nutrício situa-se ao nível da borda lateral, no espaço interósseo proximal, e está voltado para a extremidade distal A extremidade distal do rádio é convexa. Sua porção está fundida à extremidade distal da ulna. A face articular cárpica ou tróclea do rádio apresenta três facetas dispostas obliquamente para articulação com os ossos cárpicos. A face cranial da extremidade distal apresenta dois sulcos rasos, delimitados por três discretas cristas verticais. O sulco lateral da passagem aos tendões. O medial aloja o tendão do músculo extensor radial do carpo. A ulna é um osso longo, com extremidade proximal mais desenvolvida que o restante. Ela apresenta duas extremidades e um corpo. A extremidade proximal inclui o olécrano, a incisura troclear e a incisura radial. O olécrano é a massa óssea que se projeta para cima e para trás; sua extremidade livre é tuberculada (túber do olécrano) e dá inserção ao músculo do tríceps. A face cranial da extremidade proximal apresenta uma projeção pontiaguda, o processo ancôneo e, abaixo deste, duas incisuras: incisura troclear (proximal) e incisura radial (distal). A incisura troclear tem perfil semilunar e articula-se com a troclear do úmero. A incisura radial, bem menor que a troclear, está em contato com a face caudal da extremidade proximal do rádio. 17 O corpo da ulna é alongado e está fundido ao rádio, exceto nos espaços interósseos. A extremidade distal é fundida ao rádio e termina com o processo estiloide, que se projeta distalmente, articulando-se com o osso ulnar do carpo. Nos pequenos ruminantes, o processo estiloide articula-se também com o osso acessório do carpo. 2.15. Carpo O carpo é constituído de seis ossos curtos, dispostos em duas fileiras, proximal e distal. A fileira proximal articula-se com as extremidades distais do radio e da ulna. A fileira distal articula-se com a fileira proximal e com o osso metacárpico III + IV. Quatro ossos compõem a fileira proximal e recebem em sentido mediolateral, respectivamente, a denominação de radial do carpo, intermédio do carpo, ulnar do carpo e acessório do carpo. Dois ossos apenas formam a fileira distal e são, no mesmo sentido, cárpico II + III e o cárpico IV. O cárpico I é inexistente nos ruminantes. Os ossos do carpo articulam-se entre si e apresentam, consequência, varias facetas articulares. No bovino, o acessório do carpo possui apenas uma faceta para articulação com o ulnar do carpo. No carneiro e no cabrito, ele apresenta, além desta, outra faceta para a articulação com o processo estiloide da ulna. A superfície dorsal do carpo é plana e a superfície palmar é ligeiramente côncava e irregular. A concavidade constitui o sulco do carpo, que dá passagem aos tendões dos músculos flexores. 2.16. Metacarpo Apenas um osso metacárpico completamente desenvolvido está presente nos ruminantes domésticos. Este é o metacárpico III + IV, constituído pelos ossos metacárpico III e metacárpico IV que se fundem durante a vida fetal. Vestígios desta fusão são os sulcos longitudinais dorsal e palmar, existente na superfície deste osso. Dois outros ossos metacárpicos, rudimentares, podem estar presentes. O metacárpico V é pequeno, rudimentar e estiloide. Nos bovinos é constante e apresenta-se articulado a face lateral da extremidade proximal do metacárpico III + IV. Nos pequenos ruminantes o metacárpico V pode apresentar-se como um pequeno e delgado osso, pode estar fundido ao metacárpico III + IV, formando uma crista ou pode estar ausente. O metacárpico II, presente nos bovinos, está fundido ao metacárpico III + IV, aparecendo em forma de crista. É inconstante nos pequenos ruminantes. O metacárpico III + IV é um osso longo e apresenta base, corpo e cabeça. A base é a extremidade proximal e articula-se com a fileira distal dos ossos do carpo, por meio de duas facetas articulares ligeiramente côncavas. Observa-se nos bovinos e, às vezes, nos pequenos 18 ruminantes, uma faceta para a articulação para o metacárpico V na face palmar do ângulo lateral da base. A porção dorsomedial da base apresenta a tuberosidade metacárpica, na qual se prende o tendão de inserção do musculo extensor radial do carpo. O corpo apresenta contorno elíptico. A face dorsal é convexa transversalmente e apresenta o sulco longitudinal dorsal, que é pouco manifesto nos ovinos e caprinos. Nas extremidades deste sulco encontram-se dois orifícios, os canais proximal e distal do metacarpo, que dão passagem as artérias perfurantes proximal e distal, respectivamente. O canal proximal é menos desenvolvido que o distal e, às vezes, falta. A face palmar é plana na sua maior extensão, sendo ligeiramente côncava no terço proximal. Tal como a face dorsal, apresenta um sulco longitudinal palmar, porem bem mais discreto. A extremidade distal, ou cabeça, articula-se com asprimeiras falanges e com os quatro ossos sesamóides proximais. Está dividida pela profunda incisura intertroclear em duas trócleas, medial e lateral. Cada tróclea apresenta uma crista, bastante proeminente no carneiro e no cabrito, que a divide em duas superfícies aproximadamente iguais. 2.17. Falanges Os ruminantes domésticos possuem quatro dedos. O terceiro e o quarto são completamente desenvolvidos e possuem, cada um, três falanges com três ossos sesamóides. O segundo e o quinto dedos, também denominados paradígitos, são rudimentares e possuem um ou dois pequenos ossos que não se articulam com os ossos da mão e, por isto, não são vistos nos esqueletos A falange proximal articula-se com o metacárpico III + IV, a falange distal possui extremidade distal livre e a falange media situa-se entre as duas. As falanges proximal e média possuem em base, que está voltada para cima, corpo e cabeça. A falange proximal é um osso longo, possuindo cavidade medular. A base é mais larga do que a cabeça e apresenta duas facetas côncavas, separadas por um sulco, para articulação com a tróclea correspondente do metacárpico III + IV. Apresenta ainda caudalmente, duas pequenas facetas planas para articulação com os dois sesamóides proximais e , logo abaixo daquelas, dois tubérculos separados por um largo sulco. O corpo apresenta quatro faces: axial, abaxial, dorsal e palmar. A cabeça é formada por uma tróclea, que se articula com a base da falange média. Ela apresenta duas pequenas facetas e um sulco. A falange média é um osso longo, cuja cavidade medular é bastante reduzida. Sua base apresenta duas facetas côncavas para a tróclea da falange proximal. Na face palmar apresenta dois tubérculos que, nos bovinos, são mais desenvolvidos que os da falange proximal, 19 especialmente os abaxiais. A cabeça é representada por uma tróclea para articulação com a falange distal, semelhantes aquela da falange proximal. A falange distal difere das outras duas, apresentando quatro faces e três ângulos: A face solear apoia-se no solo por meio do casco; é lisa, lanceolada, com a extremidade aguda voltada para a frente e ligeiramente para dentro. A face parietal, ou abaxial, é convexa. Esta face apresenta inúmeros forames. Os dois maiores estão localizados nos ângulos caudal e proximal, respectivamente, e conduzem a um canal no interior do osso. A face axial é aquela voltada para os espaços interdigitais. É ligeiramente côncava e possui vários forames; os dois maiores têm localização variável e também se comunicam com um canal dentro do osso. A face articular apresenta-se dividida em duas partes por meio de uma crista e articula-se com a falange média. Uma faceta, situada caudalmente a face articular, serve para articulação com o osso sesamóide distal. 2.18. Ossos sesamóides São pequenos ossos ovoides relacionados com as faces palmares das articulações metacarpofalângica e interfalângica distal. Nos ruminantes domésticos, existem quatro sesamóides proximais, dois para cada dedo, articulados com a cabeça do metacárpico III + IV e com a base da falange proximal. Em cada dedo existe um sesamóide distal, que é alongado no sentido transversal e se articula com a cabeça da falange media e com a falange distal. 2.19. Coluna Vertebral, costelas, cartilagens costais e esterno A coluna vertebral é constituída por uma cadeia de ossos impares irregulares, situados no plano mediano desde o crânio até a cauda e denominados vértebras. A coluna vertebral é dividida em cinco regiões, de acordo com a parte do corpo do animal: cervical, torácico, lombar, sacral e caudal (coccígea). As vertebras são unidades independentes, exceto na região sacral, onde se encontram fundidas para formar o osso sacro. Seus corpos estão unidos entre si por meio do disco intervertebral, constituído de fibrocartilagem, e possuem entre si um pequeno grau de movimento, o que confere à coluna vertebral certa flexibilidade. O número de vértebras é variável, com exceção da região cervical, onde é constante em todos os mamíferos domésticos. A tabela abaixo indica o numero de vertebras de cada região e suas variações nos animais domésticos. 20 Animal Cervical Torácica Lombar Sacral Caudal Boi 7 13 6 4-5 18-20 Caprino 7 13 6 4 11-13 Carneiro 7 13 6-7 4 16-24 Cavalo 7 18 6 5 17-20 Porco 7 14-15 6-7 4 20-23 Cão 7 13 7 3 20-22 Gato 7 13 7 3 20-24 Coelho 7 12 7 4 14-16 Tabela 1 - Número de vértebras dos animais domésticos, segundo a espécie animal e as regiões da coluna. 2.20. Características gerais das vértebras Uma vértebra típica consiste de corpo, arco vertebral e vários processos para inserções musculares e ligamentosas. O corpo é a parte mais ventral das vértebras; é mais ou menos cilíndrico e nele se predem as demais partes da vértebra. Os corpos de vértebras vizinhas são unidos pelo disco intervertebral, de natureza fibrocartilagínea. A cabeça constitui a extremidade cranial, convexa, do corpo, enquanto a extremidade caudal apresenta uma depressão, a fossa da vértebra. A face dorsal do corpo é plana e forma o assoalho de um amplo orifício, o forame vertebral. A face ventral é lisa, relaciona-se com músculos e outras estruturas e apresenta, medianamente, uma crista ventral. Dorsalmente ao corpo dispõe-se o arco, o qual delimita uma ampla abertura, o forame vertebral, que aloja e protege a medula espinhal. No arco vertebral distinguem-se, a cada lado, um pedículo e uma lâmina. O pedículo forma a parede lateral do arco e está unido ao corpo da vértebra. A lâmina se une com a do lado oposto, formando a parede dorsal do arco vertebral. O espaço limitado dorsalmente pelos arcos de duas vértebras adjacentes é denominado espaço interarcual. Nas transições occipto-atlântica, lombossacral e sacrococcígea, este espaço é amplo e utilizado para introdução de agulhas dentro do canal vertebral, com a finalidade de punção do líquor ou aplicação de anestésicos. O arco apresenta, nas bordas cranial e caudal dos pedículos, duas reentrâncias, as incisuras vertebrais cranial e caudal, respectivamente. As incisuras de duas vértebras adjacentes de nervos e vasos espinhais. Em alguns casos aparecem forames completos em lugar de incisuras, como por exemplo nas vértebras torácicas e lombares. De cada arco vertebral projeta-se mediana e dorsalmente o processo espinhoso, cuja forma varia conforme a região, atingido grande comprimento nas vértebras torácicas. Nos processos espinhosos inserem-se músculos e ligamentos. De cada lado do corpo da vértebra projetam-se os processos transversais, de forma também variável. Na região cervical, quase 21 todos os processos transversais estão perfurados em sua base pelo forame transversal, que aloja a artéria e nervo vertebrais. Na região torácica, eles são curtos e apresentam superfícies articulares, as fóveas costais transversais, para articulação com as costelas. Nas bordas cranial e caudal do arco vertebral encontram-se superfícies lisas, de forma variável, denominadas processos articulares. Eles articulam-se com seus correspondentes de vértebras adjacentes. 2.21. Vértebras cervicais 2.22. Atlas O atlas é a primeira vértebra cervical. É uma vértebra atípica, desprovida de corpo e processo espinhoso. No lugar do corpo aparecem duas massas laterais e dois arcos, um dorsal e outro ventral. O arco dorsal tem parede delgada e apresenta medianamente uma eminência rugosa, o tubérculo dorsal. Apresenta uma larga incisura em sua borda cranial e uma incisura menor em sua borda caudal. O arco ventral é mais espesso e apresenta, ventralmente, o tubérculo ventral. A face dorsal deste arco forma o assoalho do forame vertebral e, próximo à sua borda caudal, apresenta duas áreas lisas, as quais constituem a fóvea do dente, para articulação com o dente do áxis. As massas laterais apresentam, cranialmente, duas concavidades, as fóveasarticulares craniais, que se articulam com os côndilos do occipital. Caudalmente as massas laterais apresentam duas superfícies planas, as fóveas articulares caudais, para articulação com o áxis. No atlas, os processos transversais estão representados por duas asas, lâminas ósseas que se projetam lateralmente das massas laterais. Na face dorsal da asa, próximo à sua borda cranial, observa-se uma fosseta, na qual se abrem: medialmente, o forame vertebral lateral, que dá passagem ao primeiro nervo cervical; lateralmente abre-se o forame alar. Este último conduz vasos à medula e à vertebra. Na face ventral da asa, observa-se uma depressão, a fossa do atlas, na qual se abre o forame alar. Os ruminantes não possuem forame transversal na asa do atlas, ao contrário do que ocorre em outras espécies domesticas, como o cavalo. 2.23. Áxis O áxis é a mais longa das vértebras cervicais. Caracteriza-se por apresentar o dente, uma saliência articular que se projeta cranialmente do corpo. O dente tem a forma aproximada de um hemicilindro. Ele articula-se com arco ventral e com a face interna das massas laterais do atlas. Os processos articulares craniais estão bastante modificados e circundam lateralmente o 22 dente. Articulam-se com as fóveas articulares caudais das massas laterais do atlas. A extremidade caudal é idêntica à da vértebra típica. Possui a fossa vertebral para a articulação com a cabeça da 3ª vértebra cervical. Os processos articulares caudais são bastante desenvolvidos. A face ventral é semelhante à das demais vértebras da região e apresenta uma crista ventral com um tubérculo proeminente na sua extremidade caudal. O processo espinhoso é uma lâmina espessa e perpendicular ao corpo. Caudalmente é mais alto e apresenta um tubérculo rugoso. Os processos transversais são pontiagudos, dirigem-se para trás, para cima e para fora. O forame vertebral lateral é desenvolvido, situado próximo a borda cranial do pendículo e dá passagem ao 2º nervo cervical. O forame transversal é pequeno e abre-se ventralmente ao forame vertebral lateral, podendo faltar em alguns casos. 2.24. 3ª à 7ª vértebras cervicais As cinco últimas vértebras cervicais apresentam aproximadamente os mesmos caracteres morfológicos. A sexta e a sétima vértebra possuem particularidades próprias, sem, contudo, fugir do padrão da região. A terceira, quarta e quinta vértebras são cubóides e seus corpos diminuem de comprimento à medida que se distanciam na coluna. A crista ventral é menos cortante e termina sempre em um tubérculo que se projeta caudalmente. O arco é largo, forte e bastante regular. As incisuras vertebrais são bem marcadas. O processo espinhoso é proeminente e dirige-se cranialmente. Uma lâmina óssea une o pendículo do arco ao processo transversal, delimitando o forame transversal, que é de diâmetro muito amplo. O processo transversal é robusto, dirige-se para trás, para o lado e para cima. Projetando-se do corpo para frente e para baixo, observa-se o processo costal. A sexta cervical é mais curta que as precedentes. O arco é mais largo que o das anteriores devido à intumescência da medula espinhal neste ponto. O processo espinhoso é desenvolvido, pontiagudo e dirigido cranialmente. Os processos costais estão representados por largas lâminas ósseas, dispostas à semelhança de sela. A sétima vértebra cervical caracteriza-se por apresentar uma fóvea costal para articulação com a cabeça da primeira costela. O processo espinhoso é bem mais longo que o da vértebra precedente. A fóvea para articulação com a cabeça da 1ª costela situa-se a cada lado do extremo caudal do corpo. O forame transversal e o processo costal faltam em todos os ruminantes nessa vértebra. 2.25. Vértebras Torácicas Existem 13 vértebras torácicas nos ruminantes domésticos. Em casos raros, pode-se encontrar 12 ou 14. As vértebras torácicas caracterizam-se por possuir fóveas costais para 23 articulação com as costelas, e processos espinhosos bastante desenvolvidos. O corpo das vértebras torácicas é relativamente longo, principalmente nos bovinos. A cada lado das extremidades do corpo, encontram-se as fóveas costais craniais e costais caudais. As fóveas costais das vértebras adjacentes formam, juntamente com o disco intervertebral, uma cavidade articular para a cabeça das costelas. A última vértebra torácica não possui as fóveas costais caudais. Os processos articulares craniais e caudais estão reduzidos a simples facetas articulares em quase todas as vértebras torácicas. Os processos transversais são curtos e grossos. Lateralmente apresentam uma superfície articular para o tubérculo da costela, a fóvea costal transversal. Os processos espinhosos são bastante desenvolvidos. Os da 3ª e 4ª vértebras são, geralmente, os mais altos e os subsequentes decrescem sucessivamente. São dirigidos no sentido caudal; o processo espinhoso da última vértebra torácica dos bovinos e da penúltima dos pequenos ruminantes é dirigido verticalmente. Alguns autores dão a esta vértebra o nome de anticlinal. Nos bovinos jovens, as extremidades livres dos processos espinhosos das primeiras vértebras torácicas são cartilaginosas. Nos bovinos, as incisuras vertebrais caudais são fechadas, constituindo um forame completo, o forame vertebral lateral, que dá a passagem a uma veia. Os forames intervertebrais dão passagem aos nervos espinhais torácicos. Os espaços interarcuais torácicas nos bovinos não existem, devido à superposição dos arcos vertebrais. Nos pequenos ruminantes, os dois últimos espaços interarcuais estão presentes. 2.26. Vértebras lombares As vértebras lombares são em números de seis, contando-se sete em 50% dos ovinos. Caracterizam-se pelo seu processo transversal muito desenvolvido. Apresentam ainda os seguintes caracteres: o corpo é longo, arqueado ventralmente e mais largo nas extremidades. O arco das vértebras lombares aumenta progressivamente em altura e largura à medida que se distancia na região. Isto explica pelo fato de a medula espinhal apresentar, neste ponto outra intumescência. As incisuras vertebrais são profundas, onde muitas vezes, nas duas ou três primeiras vértebras, um septo ósseo chega a converte-las em forames vertebrais laterais. Os processos articulares craniais são tuberosos e suas facetas são muito côncavas, estando voltadas para o plano mediano. Os processos articulares caudais emergem da base do arco. Suas facetas articulares são convexas ventralmente e côncavas dorsalmente, de maneira apresentar o perfil em “S”. 24 Os processos transversais estendem-se lateralmente a partir do pedículo do arco. São lâminas horizontais dirigidas ligeiramente para frente. Seu comprimento aumenta até a 5ª. Os da 6ª vértebra são menores, mais espessos, pontiagudos e mais encurvados cranialmente. O processo espinhoso é laminar e quadrilátero. 2.27. Sacro O sacro é formado por vértebras fundidas, em número de 4 ou 5 nos bovinos e 4 nos ovinos e caprinos. O sacro articula-se cranialmente com a última vertebra lombar, caudalmente com a primeira coccígea e lateralmente com o osso do quadril. Sua face dorsal é bastante irregular. Os processos espinhosos estão fundidos e constituem a crista sacral mediana. A crista sacral intermédia resulta da união dos processos articulares; é saliente e corre dorsalmente aos forames sacrais dorsais. Estes são 4 pares e variam em tamanho. No entanto, o último é sempre o maior deles. Os forames sacrais dorsais dão passagem aos ramos dorsais dos nervos espinhais sacrais. A crista sacral lateral é formada pelas extremidades dos processos transversais. O canal vertebral percorre longitudinalmente o sacro com o nome do canal sacral. Seu contorno é triangular, sendo mais amplo cranialmente. Comunica-se com os forames sacrais dorsais e com os sacrais pelvinos através dos forames intervertebrais. A face ventral é lisa. É cruzadapor linhas transversais que indicam os limites dos corpos vertebrais. Lateralmente, apresenta 4 pares de forames sacrais pelvinos, que são maiores que seus correspondentes da face dorsal e dão passagem aos ramos ventrais dos nervos sacrais. A base ou extremidade cranial apresenta duas expansões triangulares, as asas do sacro, que se dispõem a cada lado da cabeça do primeiro segmento. O promontório sacral é a saliência abaulada constituída pelas faces ventrais da extremidade caudal da última vértebra lombar, dos disco intervertebral e da extremidade cranial do sacro. 2.28. Vértebras coccígeas As vértebras coccígeas diminuem progressivamente de tamanho devido à redução de seus processos espinhosos e transversais. As 5 ou 6 primeiras possuem arco completo e da face ventral de seus corpos projetam-se duas expansões discretas, os processos hemais. Estes delimitam um espaço, o arco hemal, pelo qual passam vasos sanguíneos. As últimas vértebras coccígeas têm a forma de cilindro. 25 2.29. Costelas e cartilagens costais Os ruminantes domésticos apresentam 13 pares de costelas; entretanto, pode-se, em alguns casos, encontrar 14 pares. As costelas são ossos longos, que formam o arcabouço da parede do tórax e dão proteção aos órgãos da cavidade torácica e parte dos órgãos abdominais. Articulam-se dorsalmente com as vértebras correspondentes e ventralmente com as cartilagens costais. As 6ª, 7ª e 8ª costelas destacam-se por sua maior largura. As três primeiras costelas dos bovinos são aproximadamente retas, enquanto que as restantes são ligeiramente curvas. As costelas dos pequenos ruminantes são, em geral, mais curvas que as dos bovinos. As 8 primeiras costelas unem-se ao esterno por meio das respectivas cartilagens costais. São denominadas, por isto, costelas verdadeiras ou esternais. As restantes são chamadas falas ou asternais, porque não se prendem ao esterno. Nos ovinos, a 13ª costela apresenta uma pequena cartilagem costal, que possui sua extremidade distal livre. As costelas são constituídas de cabeça, colo, tubérculo e corpo. A cabeça das costelas apresenta-se como uma saliência arredondada, que se prende ao corpo por um colo bastante nítido. Ela articula-se com as fóveas costal caudal e costal cranial de duas vértebras adjacentes. A cabeça e o colo formam com o corpo um ângulo reto, nas 7 primeiras costelas dos bovinos e nas 3 primeiras dos pequenos ruminantes. Nas costelas restantes, este ângulo aumenta gradativamente, até que, na última costela, a cabeça e o colo continuam-se com o corpo, sem limite nítido de separação. As costelas apresentam, na união entre o colo e o corpo, uma eminência denominada tubérculo da costela. Os tubérculos são bem desenvolvidos nas primeiras costelas, diminuindo de tamanho em sentido caudal. Os tubérculos apresentam uma faceta que se articula com as fóveas costais transversais das vértebras correspondentes, O corpo constitui a maior parte da costela. A face lateral do corpo é lisa e convexa. A face medial é lisa, côncava e apresenta um sulco que acompanha a borda caudal. Este sulco aloja a artéria, veia e o nervo intercostais e apresenta um ou dois forames nutrícios, próximos ao tubérculo costal. As cartilagens costais são segmentos de cartilagens hialina, que estão ligados à extremidade distal das costelas e, no caso das costelas esternais, ao esterno. Nas costelas asternais as cartilagens costais terminam em ponta e estão coladas umas as outras, de modo a formar o arco costal. As cartilagens costais ossificam-se nos animais adultos. As extremidades distais das cartilagens costais das costelas esternais apresentam facetas articulares para articulação com o esterno. 26 2.30. Esterno O esterno é um osso plano, que constitui a parede óssea ventral do tórax. Ele é formado por 7 segmentos ósseos denominados esternébras, as quais estão unidas por cartilagens interesternebrais de natureza hialina. O manúbrio constitui a esternébra mais cranial. Sua extremidade cranial é arredondada e recoberta por uma camada de cartilagem hialina, a cartilagem do manúbrio, que, às vezes, pode faltar. O corpo do esterno é a maior porção deste osso. Apresenta 5 esternebras bastante largas e achatadas no sentido dorsoventral. A primeira esternébra do corpo possui forma mais ou menos piramidal, cuja face cranaial articula-se com o manúbrio. As esternébras restantes do corpo alargam-se no sentido caudal, de modo que ele apresenta, no seu conjunto, uma forma mais ou menos triangular. As esternébras unem-se às vizinhas por meio de uma lâmina de cartilagem hialina. Estas sincondroses esternais tendem-se a ossificar no adulto, tornando o corpo uma peça óssea única. A última esternébra constitui o processo xifoide, ao qual se prende a cartilagem xifóidea. O processo xifoide é achatado e de forma mais ou menos triangular. Sua base une-se à última esternébra do corpo. O ápice é dirigido caudalmente e presta-se à inserção da cartilagem xifoide. Esta última é bastante desenvolvida nos ruminantes, apresentando-se laminar e de forma aproximadamente ovóide. 2.31. Ossos do membro pélvico 2.32. Introdução O membro pélvico dos ruminantes domesticos é constituído de quatro segmentos: cíngulo pélvico, coxa, perna e pé. O cíngulo pélvico compreende o osso do quadril. A coxa é constituída de apenas um osso, o fêmur. A perna tem como base óssea a tíbia, além da fíbula, que é rudimentar nos ruminantes, o pé compreende o tarso, o metatarso e os dedos. 2.33. Osso do quadril O osso do quadril está formado por três ossos: Ílio, Ísquio e Púbis. No animal adulto, apresentam-se fundidos e formam, de cada lado, uma peça única colocada entre o membro pélvico, ventralmente, e a porção sacral da coluna vertebral, dorsalmente. 27 2.34. Ílio É o maior e mais cranial dos três ossos do quadril. É irregularmente triangular e apresenta, para estudo, uma asa, com duas faces, e o corpo. A asa é a porção mais larga do ílio e suas faces são denominadas glútea e sacropelvica. A face glútea é côncava e voltada dorsolateralmente. No bovino, apresenta uma discreta rugosidade, disposta longitudinalmente, denominada linha glútea. Nos pequenos ruminantes, esta linha não é rugosa e atravessa toda a face como um relevo retilíneo. A face sacropelvica é convexa, voltada para baixo e para frente. Possui uma área rugosa para articular com a asa do sacro. O eixo maior da asa do ílio orienta-se transversalmente e terminam em duas extremidades angulares, o túber sacral, situado medialmente, e o túber coxal, disposto lateralmente. Unindo os dois túberes encontra-se a crista ilíaca. O túber sacral continua caudalmente com uma ampla reentrância a incisura isquiática maior, que se estende até a espinha isquiática. O corpo do ílio é estreito e termina caudalmente fundindo-se ao pube e ao ísquio. Neste ponto de união, os três ossos formam o acetábulo, que é a cavidade articular para a cabeça do fêmur. A face medial d corpo apresenta uma discreta e descontinua elevação linear, chamada linha arqueada. Esta linha dirige-se ventralmente para o pube e é interrompida no terço médio por uma discreta elevação rugosa, o tubérculo do musculo psoas menor. A linha arqueada termina em uma pequena projeção, a eminencia iliopúbica, do púbis. 2.35. Púbis O púbis é a menor dos três ossos e forma a porção cranial do assoalho do quadril. Ele é constituído de ramo cranial, ramo caudal e corpo. O ramo cranial dirige-se para frente para a fora, participando na formação do acetábulo. O ramo caudal é menor e mais delgado que o cranial e funde-se caudalmente com o ísquio. Os dois pubes unem-se no plano mediano, constituindo a parte cranial do púbis apresenta a discreta eminência iliopubica. O corpo é a área de união entre os ramos cranial e caudal. Em sua face ventral e encontra-se uma saliência, o tubérculo púbico ventral.2.36. Ísquio O ísquio constitui, juntamente com o do lado oposto, a porção caudal do assoalho da pelve. É um caso irregularmente achatado e apresenta para descrição: ramo, corpo, tabula, túber e incisura isquiática. 28 O ramo é a porção mais medial do osso e une-se com o do lado oposto e com o púbis, constituindo a parte caudal da sínfise pélvica. O corpo está unido, sem limites nítidos, com o ramo e estende-se até o acetábulo. A tabula é a porção mais larga do ísquio. Ela se continua caudodorsalmente com a tuberosidade isquiática, que é bastante desenvolvida, de contorno triangular, podendo ser facilmente palpável no animal vivo. A incisura isquiática menor é a reentrância do ísquio que se estende da espinha isquiática a tuberosidade isquiática. As bordas caudais dos dois ísquios delimitam uma reentrância, o arco isquiático. 2.37. Acetábulo O acetábulo é a cavidade que aloja a cabeça do fêmur. Além da superfície articular propriamente dita, a cavidade acetabular apresenta uma área rugosa, não-articular, a fossa do acetábulo, destinada à inserção do ligamento da cabeça do fêmur. Nos ruminantes, a cavidade acetabular está voltada para baixo e para fora. A borda do acetábulo é irregularmente espessada e descontinua, devido à presença de duas incisuras: uma caudal (incisura do acetábulo) e outra cranial. A incisura cranial só está presenta nos bovinos 2.38. Forame Obturador É o amplo orifício circunscrito pelo púbis e o ísquio. O forame apresenta algumas características ligadas ao sexo. Na fêmea, ele é mais largo e quase circular. No macho é mais estreito e ovoide. 2.39. Pelve Óssea A pelve é a parte do tronco situado caudalmente ao abdome. Seu esqueleto é constituído pelos ossos do quadril, do sacro, e pelas três primeiras vértebras coccígeas. A pelve é alongada e cilíndricas, comprimida lateralmente (principalmente nos machos). Os ossos, com as partes moles que os recobrem, formam uma cavidade, denominada cavidade pélvica. Esta cavidade tem duas aberturas, uma cranial, e outra caudal. A primeira é mais ampla e é delimitada por uma linha imaginaria que passa pelo promontório sacral, pelo ílio e púbis. A abertura cranial da pelve tem conformação variável com o sexo, indo de ovoide a quase circular na fêmea, permanecendo ovoide nos machos. A cavidade pélvica tem um teto ou abobada formada pelo sacro e pelas três primeiras vertebras caudais, e um assoalho, representado pelo púbis e pelo ísquio dos dois lados. O forame obturador interrompe a continuidade óssea do assoalho pélvico. As paredes laterais são completadas por ligamentos e músculos. A Abertura caudal da pelve é menor que a cranial. Ela tem como contorno ventral o arco isquiático, que é 29 mais aberto nas fêmeas. A porção laterodorsal desta abertura está formada predominantemente por estruturas moles, destacando-se uma larga lâmina fibrosa, o ligamento sacrotuberal, tendo as vértebras caudais como elemento esquelético. Devido à múltiplas e importantes funções da cavidade pélvica, é necessário conhecer seus diâmetros. Diâmetro conjugado: É representado por uma linha vertical que une o promontório sacral ao extremo cranial da sínfise pélvica. Diâmetro transversal: Existem cinco diâmetros transversais. Três deles são delineados na abertura cranial da pelve e têm como referência a margem ventral da articulação sacro-iliaca o tubérculo do músculo psoas menor e a eminencia ilio-pubica, respectivamente. Os outros dois são representados pelas linhas que unem entre si os pontos mais altos das espinhas isquiáticas e os ângulos dorsais das tuberosidades isquiáticas. 2.40. Fêmur O fêmur é o osso da coxa. É relativamente mais curto nos ruminantes que nas outras espécies domesticas. O fêmur é constituído de corpo e duas extremidades, proximal e distal A extremidade proximal consiste de cabeça, colo e trocânter maior e menor. A cabeça é uma proeminência articular esférica voltada medialmente. Articula-se com o acetábulo. Uma camada de cartilagem hialina cobre toda a face articular, exceto numa depressão central, a fóvea da cabeça do fêmur, onde se insere o ligamento da cabeça do fêmur. O colo é o segmento ósseo que prende a cabeça ao corpo. Seu limite com a cabeça é bem marcado medialmente. Lateralmente, a face articular da cabeça prolonga-se sobre ele. O trocânter maior é a protuberância que se destaca da face lateral da extremidade proximal do osso e se projeta para cima. Sua borda é romba, rugosa e arqueada. Sua face lateral é rugosa e convexa. Sua face medial é côncava e delimita uma depressão a fossa trocantérica. O trocânter menor é uma pequena saliência rugosa que se situa na face caudal da extremidade proximal. A crista intertrocantérica liga o trocânter maior ao trocânter menor, delimitando, juntamente com o primeiro, a fossa trocantérica. O corpo é cilíndrico e proporcionalmente maior nos pequenos ruminantes. É retilíneo nos bovino e ligeiramente encurvado nos pequenos ruminantes. AO nível da porção distal da face lateral apresenta uma depressão irregular, a fossa supracondilar, que é bastante rasa, principalmente nos pequenos ruminantes. Aí origina-se o musculo flexor superficial dos dedos. A face caudal apresenta rugosidades bem evidenciadas, que correm longitudinalmente. Geralmente, o forame nutrício localiza-se nesta face. 30 A extremidade distal é formada pela tróclea e pelos côndilos. A tróclea situa-se cranialmente, apresentando-se constituída por duas arestas, separadas por um sulco. Nos bovinos, a aresta medial é mais desenvolvida que a lateral e sua extremidade proximal alarga- se consideravelmente. Nos pequenos ruminantes, as arestas têm, aproximadamente, o mesmo tamanho. Os dois côndilos, lateral e medial, são duas saliências globosas que se situam-se caudalmente à tróclea. A fossa intercondilar separa os dois côndilos. A face medial do côndilo medial é rugosa e apresenta uma saliência, o epicôndilo medial. O epicôndilo lateral, situado na face lateral do côndilo lateral, é menos desenvolvido que o medial. Abaixo e um pouco atrás do epicôndilo lateral encontram-se duas pequenas depressões, das quais a mais distal é a fossa do musculo poplíteo. Entre o côndilo lateral e a tróclea, encontra-se outra depressão, a fossa dos extensores. 2.41. Patela A patela é uma grande sesamóide articulado à tróclea do fêmur. Tem forma aproximadamente triangular, com o vértice voltada para baixo. Sua face caudal apresenta duas faces articulares para a tróclea do fêmur. A cartilagem da patela prende-se no ângulo medial do osso. Nos pequenos ruminantes a patela é mais longa e mais estreita. 2.42. Tíbia e Fíbula A tíbia é osso longo da perna. E nos bovinos é um pouco mais curta que o fêmur, nos pequenos ruminantes é mais longa. A extremidade proximal da tíbia é larga e aproximadamente triangular. Apresenta duas superfícies articulares, os côndilos medial e lateral, para articulação com os correspondentes côndilos do fêmur. Entre os dois côndilos, e aproximadamente no centro da extremidade proximal, projeta-se a eminencia intercondilar, no qual se distinguem dois tubérculos, sendo o medial o mais alto. As faces articulares dos côndilos e caudalmente pela área intercondilar caudal. Nestas áreas intercondilares inserem-se os ligamentos da articulação femorotibial. A incisura poplítea é uma reentrância que separa, caudalmente, os côndilos. A tuberosidade da tíbia constitui o ângulo cranial da extremidade proximal, é bastante larga e rugosa nos bovinos e estreita lisa nos pequenos ruminantes, está separada do côndilo lateral por uma reentrância, o sulco extensor. O corpo é inicialmente largo, de contorno triangular, e nos bovinos, torna-se mais delgado e quadrangular no terço médio e distal. Apresenta três faces, medial, lateral e caudal, 31 separadas por três bordas, cranial, medial e lateral. A face medial é larga e rugosaaté a metade do osso e pode ser percebida através da pele. A face lateral é lisa e ligeiramente retorcida. A face caudal é plana e está atravessada obliquamente por linhas musculares mais ou menos paralelas. O forame nutrício abre-se nesta face, próximo à borda lateral. A extremidade distal é bem menor que a extremidade proximal, porém mais larga que o corpo. Apresenta superfícies articulares para articulação com ossos do tarso e com o osso maleolar. A superfície para articulação com o osso tálus do tarso é denominada cóclea da tíbia. Está formada por dois sulcos, um lateral, largo e profundo, e um medial, mais profundoe estreito. Estes sulcos estão separados por uma crista, que pode apresentar uma fossa sinovial. A parede medial da cóclea avança distalmente, formando um processo denominado maléolo medial. Já a parede lateral é completada por um osso separado, o osso maleolar, pertence a fíbula. A fíbula é outro osso da perna e situa-se lateralmente à tíbia. Nos ruminantes, seu esboço cartilaginoso é completo, mas, na ossificação fica reduzido a duas extremidades, a proximal ou cabeça e a distal ou osso maleolar, unidos por uma corda fibrosa, que desaparece nas preparações. A cabeça da fíbula está geralmente fundida ao côndilo lateral da tíbia, mas pode também ocorrer articulada. Consta de pequena massa óssea que se projeta alguns centímetros distalmente e termina em ponta livre. No carneiro está constantemente fundida à tíbia e aparece com uma proeminência do côndilo lateral. No caprino, podem faltar completamente. O osso maleolar é constante em todos os ruminantes domésticos. Visto lateralmente, apresenta contorno aproximadamente quadrangular. A extremidade proximal apresenta duas facetas articulares separadas por um processo pontiagudo. A face medial se articula com o tálus. A face lateral é irregular. A face distal se articula com o calcâneo. 2.43. Tarso O tarso dos ruminantes é constituído de cinco ossos, dispostos em duas fileiras. A fileira proximal compõe-se do tálus e do calcâneo. A fileira distal é formada pelos ossos quartocentral, társico II+III e társico I. O tálus caracteriza-se por apresentar duas trócleas, proximal e distal. A tróclea proximal articula-se com a cóclea da tíbia. A tróclea distal articula-se com o osso quartocentral, O calcâneo relaciona-se com a face lateroplantar do talus, com o qual se articula. O espaço limitado pela face lateral do tálus e a face medial do calcâneo é denominado seio do tarso. Do corpo do calcâneo projeta-se para cima o túber do calcâneo, que dá a inserção ao tendão calcanear comum. O corpo do calcâneo apresenta medialmente uma projeção óssea para 32 articulação com o tálus, que é denominada sustentáculo talar. A face plantar do sustentáculo talar forma com o corpo do calcâneo o sulco do calcâneo, por onde ocorre tendão do músculo flexor profundo dos dedos. A face dorsal do calcâneo articula-se com o osso maleolar. Distalmente o calcâneo articula-se com o osso quartocentral. O osso quartocentral é o mais desenvolvido da fileira distal. É formado pela fusão do osso central do tarso com o osso társico IV. É um osso largo que se estende de um lado ao outro e resulta da fusão dos ossos társicos II e társicos III. O osso társico I é pequeno e articula-se com o osso quartocentral e o metatársico III + IV. 2.44. Metatarso No metatarso dos ruminantes, como no metacarpo, apenas um osso está completamente desenvolvido – o metatársico III+IV. O metatársico III+IV resulta da fusão do metatársico III com o metatársico IV, ainda na fase fetal. Os sulcos longitudinais dorsal e plantar, e a subdivisão do canal medular por um septo ósseo, nos animais jovens, comprovam esta fusão. Os outros ossos, o metatársico II e o metatársico V, estão, segundo a maioria dos autores, fundidos em forma de crista às bordas plantomedial e plantolateral, respectivamente, do metatársico III+IV. O osso pequeno e discóide que se articula com a face plantar da base do metatársico III+IV é um sesamóide típico dos artiodáctilos e denomina-se osso sesamóide do metatarso. O metatársico III+IV é bastante semelhante ao metacárpico III+IV, porém um pouco mais longo que este. A base ou extremidade articular proximal é larga e articula-se com a fileira distal dos ossos do tarso. Nos bovinos, um canal comunica o centro da base do osso com a sua face plantar e dá passagem a vasos. A tuberosidade do osso metatársico III+IV ocupa uma posição dorsomedial na base do osso. O corpo é de contorno aproximadamente quadrangular e mais larga nas epífises. A face dorsal é percorrida longitudinalmente pelo sulco longitudinal dorsal, bastante profundo nos bovinos. Nos pequenos ruminantes, este sulco só é evidente próximo às duas extremidades do osso. A face plantar é percorrida pelo sulco longitudinal plantar. O canal distal do metatarso é constante e bem desenvolvido. O canal proximal do metatarso falta frequentemente. A extremidade distal é semelhante àquela do metacárpico III+IV. 2.45. Falanges e ossos sesamóides As falanges e ossos sesamóides do membro pélvico são semelhantes ao do membro torácico. A nomenclatura é adaptada à do membro pélvico, quando necessário. 33 2.46. Ossos do crânio e osso Hióide 2.47. Introdução O crânio é formado por ossos unidos, em sua maioria, por junturas fibrosas denominadas suturas. No adulto, quase tidas elas estão ossificadas (sinostoses). O crânio do feto tem maior mobilidade devido ao fato de que os arcabouços ósseos não estão ainda completamente ossificados. Isto facilita suas passagens pela cavidade pélvica durante o parto. O crânio constitui invólucro para o encéfalo, forma cavidades que alojam os órgãos dos diversos sistemas sensoriais da cabeça e dão passagem às vísceras dos sistemas digestivo e respiratório. Os ossos do crânio são constituídos por duas lâminas de substância compacta, lâmina externa e interna, separadas pela díploe, que é uma camada de substancia esponjosa. O periósteo que reveste os ossos do crânio recebe os nomes de pericrânio e endocrânio, quando recobrem as lâminas externa e interna, respectivamente. O crânio pode ainda ser dividido em neurocrânio e esplancnocrânio. O primeiro compreende os ossos que envolvem o encéfalo e o segundo os ossos que protegem as partes cefálicas dos sistemas digestivo e respiratório. Estudaremos os ossos do crânio em conjunto, mencionando apenas os acidentes considerados mais importantes. 2.48. Vista dorsal do crânio Quando se observa a face dorsal do crânio, verifica-se que ele possui forma aproximadamente triangular, com o vértice dirigindo em sentido rostral. Esta conformação é mais acentuada nos pequenos ruminantes. A face dorsal do crânio é formada por dois pares de ossos: nasais e frontais. Os ossos nasais são alongados, formam parte da parede dorsal da cavidade nasal e cada um apresenta a extremidade rostral dividida em dois ramos pontiagudos. Estão unidos na linha mediana por meio de uma sutura plana. Lateralmente, cada nasal está unido aos ossos maxilar e lacrimal e caudalmente articula-se com o osso frontal. O frontal é o maior dos ossos do crânio e formam, com seus homólogos do lado oposto, a parede dorsal da cavidade craniana. O perfil dos frontais varia com a raça, a idade e o sexo. Assim, nas raças europeias ele é mais ou menos reto, ao passo que em algumas raças zebuínas, como o Gir, ele é caracteristicamente convexo. Do ângulo caudolateral de cada frontal projeta- se o processo cornual, que constitui a base óssea do chifre. Os processos cornuais desenvolvem- se com a idade e modificam a forma do osso frontal. Algumas raças não possuem processo cornual, sendo esse fato um caráter hereditário dominantes. O frontal constitui as paredes dorsal 34 e medial da órbita óssea. De sua borda lateral destaca-se uma projeção laminar, o processo zigomático, que se dirige ventralmente para
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