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Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6317-8
9 788538 76317 8
Tecnologia assistiva
Tecnologia 
assistiva
Irene Carmem Picone Prestes
2017
© 2014-2017 IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, 
sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Produção
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________________
P939t
Prestes, Irene Carmem Picone
Tecnologia assistiva / Irene Carmem Picone Prestes. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE 
Brasil, 2017.
114 p. : il. ; 21 cm.
ISBN 978-85-387-6317-8 
1. Educação especial. 2. Inclusão escolar. 3. Educação - Inovações tecnológica. 
I. Título. 
17-40514 CDD: 371.9
 CDU: 376 ________________________________________________________________________
Capa: IESDE BRASIL S/A.
Imagem da capa: Max Krasnov/Shutterstock 
No século XXI – da sociedade do conhecimento – todas as crianças 
têm direito fundamental à educação. A Educação para todos tem o desafio 
da promoção integral do desenvolvimento e da formação do aluno. A 
escola é o espaço, por excelência, do processo e do progresso da apren-
dizagem, devendo também oferecer convivência humana e exercício de 
cidadania. 
A cidadania na sociedade informacional vai considerar como direito 
de todos o acesso aos recursos tecnológicos. Mostra-se promissora na 
implementação e consolidação de ações inclusivas e de acessibilidade, 
que atendam às diferenças individuais e à diversidade cultural. Numa 
visão psicológica, sócio-histórica, cultural e integrada do ser humano, 
que requer observar o potencial expressivo e criativo inerente a ele em 
qualquer idade. 
A Tecnologia Assistiva desponta como área do conhecimento atuali-
zada capaz de pesquisar e planejar recursos e serviços em prol de efe-
tivas ações transformadoras das práticas discriminatórias da sociedade 
em relação às pessoas com deficiência, mobilidade reduzida ou idosas. 
Norteia suas ações na promoção de um estilo de vida independente e no 
respeito aos estilos e ritmos de aprendizagem de cada aluno, essenciais 
para a verdadeira inclusão socioeducativa. 
Neste livro convidamos você a ser um promotor de tecnologias aces-
síveis a todas as pessoas em nossa sociedade. 
Boa leitura!
Apresentação
Irene Carmem Picone Prestes
Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
Especialista em Antropologia Cultural pela UFPR. Especialista em 
Psicopedagogia pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Psicanalista. 
Psicóloga. Docente na UTP. Presidente da Comissão de Educação 
Inclusiva da UTP.
Sobre a autora
Sumário
1 Dimensões de acessibilidade 9
1.1 Contextualização da acessibilidade 10
1.2 Legislação da acessibilidade 13
1.3 Compreendendo as dimensões da acessibilidade 18
2 Tecnologia Assistiva e a inclusão 27
2.1 Sobre o diagnóstico na inclusão 28
2.2 Impacto causado pela deficiência no ser humano 31
2.3 Tecnologia Assistiva – valorizando a diversidade humana 36
3 Tecnologia Assistiva aplicada I 41
3.1 Descrevendo as categorias da Tecnologia Assistiva 42
3.2 Tecnologia Assistiva aplicada à vida diária 47
3.3 Tecnologia Assistiva aplicada às habilidades físicas 50
4 Tecnologia Assistiva aplicada II 57
4.1 Sob o paradigma da inclusão psicossocial 58
4.2 Tecnologia Assistiva aplicada aos recursos ambientais 62
4.3 Tecnologia Assistiva aplicada ao esporte e lazer 66
Sumário
5 Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, 
Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal 73
5.1 Modelos conceituais – médico e social 74
5.2 Aprendendo com o Desenho Universal 78
5.3 Compreender a incapacidade e a funcionalidade 82
6 Software Educativo 87
6.1 Tecnologias nas práticas educativas 88
6.2 Softwares e as deficiências 91
6.3 Dimensões do uso das tecnologias educativas 94
7 Sala de recursos multifuncionais e acessibilidade 101
7.1 Escola acessível 102
7.2 Reconhecendo a sala de recursos multifuncionais 105
7.3 Espaço multifuncional de aprender a ser 109
1
Dimensões de 
acessibilidade
Conhecer a contextualização 
atual da acessibilidade, entender a 
legislação que envolve a acessibilidade 
e reconhecer a aplicabilidade das 
dimensões de acessibilidade no 
processo de inclusão.
Objetivos:
Dimensões de acessibilidade1
Tecnologia Assistiva10
1.1 Contextualização da acessibilidade
Uma proposta de contextualização busca revelar a articulação das diver-
sas realidades presentes na sociedade do mundo globalizado para que possam 
emergir um significado e um sentido da realidade observada. Assim apresenta-
mos alguns pontos relevantes para a contextualização e compreensão da aces-
sibilidade na atual sociedade inclusiva brasileira.
Para enfrentar os desafios do século XXI, novas concepções de educação de-
vem ser ampliadas para uma visão de plenitude, em que as pessoas possam, em 
síntese, aprender a ser, conforme aponta o relatório da Comissão Internacional de 
Educação para o século XXI feito para a Unesco (2010) sobre os pilares da educa-
ção. A Constituição Brasileira de 1988 garante o direito de igualdade a todos os 
cidadãos no espaço social da nação. Esse direito inclui o acesso a serviços essen-
ciais, como habitação própria, saúde, educação e trabalho, para todas as pessoas 
sem qualquer forma de discriminação. É direito do cidadão e cabe ao Estado a 
promoção e a proteção desse direito por meio da implementação e manutenção 
de ações que atendam, individual e coletivamente, às necessidades e às expecta-
tivas do cidadão.
Na celebração dos 25 anos de vigência da Carta Constitucional do Brasil, 
como parte das comemorações, o Governo Federal lançou uma versão da 
Constituição em texto, áudio e linguagem de sinais – Libras (Língua Brasileira 
de Sinais), fortalecendo o paradigma vigente de acessibilidade na sociedade in-
clusiva brasileira. A Constituição pode ser consultada por todas as pessoas no 
site PCD Legal, uma biblioteca virtual disponível em: <www.pcdlegal.com.br/ 
constituicaofederal/#.VDwiSPldWm2>.
É notório que grande parte da população é confrontada cotidianamente 
com diferentes barreiras, que tornam inacessíveis o transporte coletivo, prédios 
públicos, metodologias educacionais, tecnologias de baixo custo, comunicação 
nos setores públicos, entre outros obstáculos. Vale verificar os números no 
Dimensões de acessibilidade 1
Tecnologia Assistiva 11
Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2010, de características da popula-
ção, religião e pessoa com deficiência:
Os resultados do Censo Demográfico de 2010 apontaram 45 606 048 
milhões de pessoas que declaram ter pelo menos uma das deficiên-
cias investigadas, correspondendo a 23,9% da população brasileira. 
Dessas pessoas 38 473 702 se encontravam em áreas urbanas e 7 132 
347 em áreas rurais. A região Nordeste concentra os municípios com 
os maiores percentuais da população com pelo menos uma das defi-
ciências investigadas [...]. (IBGE, 2010, p. 73)
Os dados do Censo são significativos e justificam o incremento nas ações 
voltadas à acessibilidade, inclusão, tecnologias assistivas e comunicação alter-
nativa nos espaços de educação formal e não formal e organizações do estado 
nacional. Ainda, vale um alerta, devemos considerar que a possibilidade de en-
frentamento das barreiras, obstáculos do cotidiano ou até mesmo da condição 
de deficiência temporária assola qualquer pessoa em alguma situação de vida, 
senão a todos os sujeitos no processo do desenvolvimento do envelhecer que 
traz limitações naturais a todo o ser humano.
Outro aspectofundamental nessa contextualização e que interfere na aces-
sibilidade e no processo inclusivo trata da globalização que, como um processo 
complexo atual, traduz o modo das interações entre os continentes e os países. 
Esse mecanismo interfere nas decisões numa gama de aspectos econômicos, 
educacionais, culturais e políticos, que articulam os confrontos planetários.
Por meio da globalização, as pessoas estão mais próximas de todo mundo, 
os governos e as organizações trocam ideias, realizam transações e disseminam 
um modus operandi nas questões da educação e cultura pelos quatro cantos do 
planeta, como as proposições da ONU e da Unesco, expandindo, dessa forma, 
os limites das fronteiras e da territorialidade e consequentemente interferindo 
nas atitudes das pessoas.
Dimensões de acessibilidade1
Tecnologia Assistiva12
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos confirma essa comple-
xidade e nos ajuda a refletir sobre o conceito de globalização quando considera 
que “o global e o local são socialmente produzidos no interior dos processos de 
globalização” (SANTOS, 2002, p. 63). Isso nos conduz a compreender a com-
plexidade da globalização, a qual produz trocas entre as redes humanas sem 
fronteiras, indiscriminada e instantaneamente. Ampliam desta forma a terri-
torialidade dos continentes e estabelecem a complexidade das decisões, dos 
recursos, dos instrumentos, entre outros, hoje em dia. Sem dúvida, favorecem 
e fortalecem cada vez mais as ações coletivas civilizatórias.
Extra 
Recomendamos a leitura da Declaração Mundial sobre Educação para Todos 
(Conferência de Jomtien – 1990). Brasil, UNICEF. Disponível em: <www.unicef.
org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades 
Liste cinco palavras-chave relacionadas à acessibilidade.
Referências
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco 
da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília: julho, 2010. 
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATÍSTICA E GEOGRAFIA – IBGE. Censo 
Demográfico 2010. Características gerais da população, religião e pessoas com 
deficiência. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. IBGE. ISSN 0104-
3145. Censo demogr. Rio de Janeiro, p. 1-215, 2010. Disponível em: <http://
biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_deficiencia.
pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Dimensões de acessibilidade 1
Tecnologia Assistiva 13
SOUSA SANTOS, Boaventura (Org.). A globalização e as Ciências Sociais. São Paulo: 
Cortez, 2002. Disponível em: <http://www.do.ufgd.edu.br/mariojunior/arquivos/
boaventura/globalizacaoeciencias.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
UNICEF. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien 
–1990). Disponível em: <www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 
21 mar. 2017.
Resolução da atividade
Acessibilidade: lei, cidadania, autonomia, globalização, comunicação.
1.2 Legislação da acessibilidade
Inicialmente, define-se acessibilidade como a possibilidade para a remoção 
dos entraves que representam as barreiras para a efetiva usabilidade e partici-
pação de pessoas nos diversos cenários da vida pessoal, social e profissional. 
Ainda, entende-se que a acessibilidade está diretamente vinculada aos pressu-
postos da inclusão social e educacional, ou seja, trata-se de questões próprias 
dos Direitos Humanos Universais e do pleno exercício da cidadania.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um do-
cumento marco na história dos direitos humanos. Elaborada por 
representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas 
as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia 
Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de Dezembro de 1948 
[...]. Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos di-
reitos humanos. [...]
Uma série de tratados internacionais de direitos humanos e outros 
instrumentos adotados desde 1945 expandiram o corpo do direito 
internacional dos direitos humanos. (ONUBR, 2017)
Dimensões de acessibilidade1
Tecnologia Assistiva14
A acessibilidade enquanto direito humano deve nortear-se nos alicerces da 
inclusão que visam à autonomia, à independência e ao empoderamento da pessoa 
com deficiência. Segundo Sassaki (1997, p. 38), empoderamento significa “o pro-
cesso pelo qual uma pessoa usa o seu poder pessoal inerente à sua condição para 
fazer escolhas e tomar decisões, assumindo, assim, o controle de sua vida”.
Portanto, a acessibilidade nas dimensões arquitetônica, tecnológica, co-
municacional, linguística, pedagógica e atitudinal (preconceito, medo e igno-
rância), preconiza a construção de acesso e a eliminação dos diversos tipos de 
barreiras, favorecendo a dignidade e o bem-estar daqueles que têm limitações 
ou mobilidade reduzida.
A legislação, em geral, existe para promoção da igualdade de oportunida-
des entre as pessoas, especificamente da pessoa com deficiência, visando a um 
fim comum: tornar a estrutura em que vivemos apta a acolher as diferenças 
individuais e a diversidade cultural. Assim, é importante destacar e compreen-
der o sentido e o significado da lei, em uma citação de Dischinger.
Lei: no sentido jurídico, é a regra jurídica escrita, instituída pelo 
legislador, no cumprimento de um mandato, que lhe é outorgado 
pelo povo. Segundo Clóvis Beviláqua, “A ordem geral obrigatória 
que, emanada de uma autoridade competente reconhecida, é im-
posta coativamente à obediência de todos”. A lei institui a ordem 
jurídica, em que se funda a regulamentação, para manter o equi-
líbrio entre as relações do homem na sociedade, no tocante a seus 
direitos e deveres. (DISCHINGER, 2012, p. 103-104)
A lei organizadora da sociedade visa, então, ao aprimoramento da civili-
zação e à evolução do ser humano. A legislação da acessibilidade consiste na 
construção de um mundo includente, permitindo a existência integral e plena 
da pessoa. Fazer parte de uma sociedade significa ter condições de desempe-
nhar papéis dos quais somos capazes, como o de pais, cidadãos, estudantes, 
trabalhadores, entre outros, de modo que a nossa capacidade não seja obstada 
por barreiras externas.
Dimensões de acessibilidade 1
Tecnologia Assistiva 15
O Decreto 5.296/2004, que regulamenta, inclusive, a Lei Federal 10.098/2000, 
sustentando a acessibilidade e estabelecendo as normas e critérios básicos para 
a promoção de acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade redu-
zida, em seu artigo 8° (incisos I e II) esclarece:
Das condições gerais da acessibilidade
Art. 8° Para os fins de acessibilidade, considera-se:
I. acessibilidade: condição para utilização, com segurança e auto-
nomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos 
urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos disposi-
tivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa 
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
II. barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça 
o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança 
e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à 
informação, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos es-
paços de uso público;
b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das 
edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas inter-
nas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de trans-
portes; e
d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entra-
ve ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o 
recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, 
meios ou sistemas de comunicação, sejam ounão de massa, 
bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à 
informação. (BRASIL, 2004)
Dimensões de acessibilidade1
Tecnologia Assistiva16
Ainda baseando-se na legislação, é possível desdobrar a acessibilidade em 
seis dimensões:
1. Acessibilidade arquitetônica – sem barreiras ambientais físicas em 
todos os recintos internos e externos da escola e nos transportes 
coletivos.
2. Acessibilidade comunicacional – sem barreiras na comunicação in-
terpessoal, na comunicação escrita e na comunicação virtual e digital.
3. Acessibilidade metodológica – sem barreiras nos métodos e técni-
cas de estudo, de ação comunitária, cultural e de educação dos filhos, 
dos estudantes e nas relações familiares.
4. Acessibilidade instrumental – sem barreiras nos instrumentos e 
utensílios de estudo, de atividades habituais da vida diária e de la-
zer, esporte e recreação (dispositivos que atendam às limitações sen-
soriais, físicas e mentais etc.).
5. Acessibilidade programática – sem barreiras invisíveis embutidas 
em políticas públicas (leis, decretos, portarias, resoluções, medidas 
provisórias etc.), em regulamentos (institucionais, escolares, empre-
sariais, comunitários etc.) e em normas de um modo geral.
6. Acessibilidade atitudinal – através de programas e práticas de sen-
sibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convivên-
cia na diversidade humana resultando em quebra de preconceitos, 
estigmas, estereótipos e discriminações.
A legislação de acessibilidade assim descrita pretende contribuir para que 
todo ser humano, independentemente de suas diferenças físicas ou capacida-
des sensório-perceptivas, possa ter garantido a equidade de oportunidades 
para além das deficiências, na valorização da dignidade, independência e au-
tonomia do cidadão.
Dimensões de acessibilidade 1
Tecnologia Assistiva 17
Extra 
Recomendamos assistir ao vídeo Jovens brasileiros participam na sede da ONU 
de debate sobre a inclusão. Disponível no link <http://www.inesc.org.br/noticias/ 
noticias-do-inesc/2014/setembro/quatro-adolescentes-e-jovens-brasileiros-participam 
-na-sede-da-onu-de-debate-sobre-inclusao-escolar>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades 
Construa um pequeno texto de três a quatro linhas relacionando Direitos 
Humanos Universais – Cidadania – Diversidade.
Referências
BRASIL. Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios 
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou 
com mobilidade reduzida e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da 
União, em 20 dezembro de 2000. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l10098.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
______. Decreto 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis 10.048, de 8 
de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para 
a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade 
reduzida e dá outras providências. Publicado no Diário Oficial da União, em 3 
dezembro de 2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/
Decreto/D5296.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco 
da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília: julho, 2010. 
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
Dimensões de acessibilidade1
Tecnologia Assistiva18
DISCHINGER, Marta. Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos: 
programa de acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nas 
edificações de uso público. Florianópolis: MPSC, 2012. 161p. Disponível em: <http://
www.mpam.mp.br/attachments/article/5533/manual_acessibilidade_compactado.pdf>. 
Acesso em: 22 mar. 2017.
ONUBR. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <https://
nacoesunidas.org/direitoshumanos/declaracao/>. Acesso em: 22 mar. 2017.
SASSAKI, Romeu. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: 
WVA, 1997.
UNICEF. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien – 
1990). Disponível em: <www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 21 
mar. 2017.
Resolução da atividade
Entende-se que, em essência, o que as leis voltadas aos direitos humanos preservam 
é o valor da diversidade humana e a garantia de igualdade social como instrumento 
de bem-estar e de desenvolvimento inclusivo, social e educacional. Para ser cidadã ou 
cidadão, cada pessoa, única e singular, precisa conviver com toda a sociedade e ofe-
recer a todos o seu saber, habilidades e competências, em uma troca de permanente 
aperfeiçoamento. 
1.3 Compreendendo as dimensões 
da acessibilidade 
Reconhecer a aplicabilidade das seis dimensões de acessibilidade propos-
tas na legislação nos fortalece no reconhecimento do caminho trilhado nas prá-
ticas para a verdadeira sociedade inclusiva, que abre suas portas à pessoa com 
deficiência na vida escolar para a vida profissional, a fim de conquistar o pleno 
exercício da cidadania, entendido como o lugar máximo de todo ser humano 
na civilização.
Dimensões de acessibilidade 1
Tecnologia Assistiva 19
É importante considerar, na aplicação das propostas de acessibilidade, a 
existência de situações ambientais, atitudinais, tecnológicas em que possam 
ocorrer barreiras, obstáculos de diversos âmbitos. Essas situações devem ser 
tomadas como parâmetros investigativos para se encontrar a solução viável aos 
problemas vividos. A alternativa acessível deve considerar o processo históri-
co, cultural e educacional, demonstrando a necessidade de constante alinha-
mento para soluções criativas e enriquecedoras do ser humano na permanente 
construção e atualização da sociedade inclusiva.
Para a aplicação das seis dimensões de acessibilidade apresentamos algu-
mas alternativas:
1. Acessibilidade arquitetônica – sem barreiras ambientais físicas 
dentro dos critérios preconizados pela norma NBR 9050 (2004), que 
estabelece os parâmetros técnicos a serem observados quando do 
projeto, construção, instalação e adaptações de edificações, mobi-
liários, equipamentos urbanos ás condições de acessibilidade como 
rampas, piso tátil, banheiros adaptados, nos transportes coletivos, 
entre outros.
cowardlion/Shutterstock RioPatuca/Shutterstock
2. Acessibilidade comunicacional – sem barreiras na comunicação in-
terpessoal (face a face, língua de sinais, linguagem corporal, lingua-
gem gestual etc.), na comunicação escrita (jornal, revista, livro, carta, 
apostila etc., incluindo textos em braile, textos com letras ampliadas 
Dimensões de acessibilidade1
Tecnologia Assistiva20
para quem tem baixa visão, notebook e outras tecnologias assistivas 
para comunicar) e na comunicação virtual (acessibilidade digital).
tomgigabite/Shutterstock NataLT/Shutterstock
3. Acessibilidade metodológica – sem barreiras nos métodos e técni-
cas de estudo (adaptações curriculares, aulas baseadas nas inteligên-
cias múltiplas, uso de todos os estilos de aprendizagem, participação 
do todo de cada aluno, novo conceito de avaliação de aprendizagem, 
novo conceito de educação, novo conceito de logística didática etc.), 
de ação comunitária (metodologia social, cultural, artística etc. ba-
seada em participação ativa) e de educação dos filhos (novos méto-
dos e técnicas nas relações familiares etc.).
4. Acessibilidade instrumental – sem barreiras nos instrumentos e uten-
sílios de estudo (lápis, caneta, transferidor, régua, teclado de computa-
dor, materiais pedagógicos), de atividades da vida diária (Tecnologia 
Assistiva para comunicar, fazer a higiene pessoal, vestir, comer, an-
dar, tomar banho etc.) e de lazer, esportee recreação (dispositivos que 
atendam às limitações sensoriais, físicas e mentais etc.).
Dimensões de acessibilidade 1
Tecnologia Assistiva 21
Jaren Jai Wicklund/Shutterstock Huntstock.com/Shutterstock
5. Acessibilidade programática – sem barreiras invisíveis embutidas 
em políticas públicas (leis, decretos, portarias, resoluções, medidas 
provisórias etc.), em regulamentos (institucionais, escolares, empre-
sariais, comunitários etc.) e em normas no geral.
6. Acessibilidade atitudinal – por meio de programas e práticas de 
sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convi-
vência na diversidade humana, resultando em quebra de preconcei-
tos, estigmas, estereótipos e discriminações.
Finalizamos esta aula com uma reflexão significativa. A legislação brasi-
leira voltada à pessoa com deficiência nas suas diferentes expressões, acessi-
bilidade, tecnologias assistivas e comunicação alternativa é de boa qualidade 
e possui quantidade bastante abrangente, a ponto de destacar o Brasil ao nível 
de países mais desenvolvidos do ponto de vista político, econômico e social. 
A questão “deficiente” está no cumprimento prático da legislação e no frágil 
exercício prático da cidadania.
Dimensões de acessibilidade1
Tecnologia Assistiva22
Extra 
Sugerimos a leitura do artigo de Romeu Sassaki intitulado “Inclusão: aces-
sibilidade no lazer, trabalho e educação”. Disponível em: <www.apabb.org.br/
admin/files/Artigos/Inclusao%20-%20Acessibilidade%20no%20lazer,%20tra-
balho%20e%20educacao.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades 
No artigo indicado anteriormente, de Romeu Sassaki, é apresentado um 
histórico da acessibilidade no Brasil. Monte um esquema com o principal as-
pecto de cada década.
Referências
BRASIL. Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios 
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com 
mobilidade reduzida, e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, em 
20 dezembro de 2000. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
______. Decreto 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis 10.048, de 8 
de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para 
a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade 
reduzida e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, em 3 dezembro 
de 2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/
D5296.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
SASSAKI, Romeu. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Disponível 
em: <www.apabb.org.br/admin/files/Artigos/Inclusao%20-%20Acessibilidade%20no%20
lazer,%20trabalho%20e%20educacao.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
VILLAVERDE, Adão (Org.). Manual de redação – mídia inclusiva. Porto Alegre: 
Assembleia Legislativa, 2011. Disponível em: <www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br/
uploads/1313497232Manual_de_Redacao_AL_Inclusiva.pdf.> Acesso em: 21 mar. 2017.
Dimensões de acessibilidade 1
Tecnologia Assistiva 23
YOSHIDA, Maria Aparecida Gomes Bronhara. Pessoas com deficiência: legislação, 
acessibilidade e trabalho. BEPA, Boletim Epidemiológico Paulista (online), vol. 5, 
n. 57, São Paulo, set. 2008. Disponível em: < http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1806-42722008000900002&lng=pt>. Acesso em: 09 mar. 2017
Resolução da atividade
Breve histórico de acessibilidade no Brasil:
• Anos 50 – profissionais denunciam a existência de barreiras.
• Anos 60 – Universidades do EUA iniciam eliminação das barreiras 
arquitetônicas.
• Anos 70 – 1975, ONU – Declaração dos Direitos das Pessoas Diferentes.
• Anos 80 – Participação plena e igualdade. Ano Internacional das pessoas 
deficientes.
• Anos 90 – Desenho Universal. Diversidade Humana.
• Século XXI – 2006, ONU – Acessiblidade.
Ampliando seus conhecimentos
Pessoas com deficiência: legislação, 
acessibilidade e trabalho
(YOSHIDA, 2008)
[...] Acessibilidade é a condição para utilização, com segurança e auto-
nomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, 
das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e 
meios de comunicação e informação por pessoa com deficiência ou com 
mobilidade reduzida.
Dimensões de acessibilidade1
Tecnologia Assistiva24
São consideradas pessoas com mobilidade reduzida as que, tempo-
rária ou permanentemente, têm limitada sua capacidade de relacionar-se 
com o meio e de utilizá-lo, estando aí incluídos idosos, gestantes, lactantes 
e pessoas acompanhadas por crianças de colo.
A questão da acessibilidade é uma das reivindicações mais antigas e 
de maior visibilidade dos movimentos das pessoas com deficiência, tendo 
paradigmas que variaram ao longo da história. No início dos anos 1980 
buscava-se a eliminação de barreiras arquitetônicas, e em meados daquela 
década identificavam-se as barreiras ambientais.
No início dos anos 1990 eram identificadas, além das barreiras am-
bientais e atitudinais, as de comunicação e de transporte. Em meados 
daquele período surgiu o conceito de desenho universal, ou seja, um 
planejamento arquitetônico ambiental, de comunicação e transporte em 
que todas as características das pessoas são atendidas, independente-
mente de possuírem ou não uma deficiência. O desenho universal pro-
cura romper com a visão de uma arquitetura voltada para um ideal de 
homem ou a um pretenso homem médio, buscando respeitar a diversi-
dade humana. No final daquela década, passou-se a usar simultanea-
mente acessibilidade ao termo desenho universal.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou em 
2004 a segunda edição da Norma Brasileira NBR 9050, que versa sobre: 
“Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.”
Em decorrência do interesse social dessa norma, e tendo em vista a 
relevância e o caráter público de que se reveste, foi firmado um Termo 
de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público Federal e a 
ABNT, para que essa norma fosse disponibilizada, na íntegra e gratuita-
mente, para acesso amplo e irrestrito a qualquer cidadão.
Dimensões de acessibilidade 1
Tecnologia Assistiva 25
Assim, por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos - 
Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência (CORDE) -, a NBR 9050 encontra-se no site: http://www.mj.
gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/normas_abnt.asp.
São exemplos das disposições da NBR 9050/ 2004: a vaga reservada 
com o símbolo internacional de acessibilidade na entrada das empresas; as 
rampas de acesso com até 8% de inclinação; largura das portas e áreas de 
circulação adequadas às cadeiras de rodas; sinalização tátil, visual e audi-
tiva; tipos de piso; adequação de mobiliários, sanitários, vestiários e bebe-
douros, dentre outros. Assim, encontram-se normatizados, desde a entrada 
nas empresas, edifícios até o detalhamento de como deve ser o ambiente de 
trabalho para acolher todos os trabalhadores com deficiência ou não.
2
Tecnologia Assistiva 
e a inclusão
Refletir sobre a importância do 
diagnóstico nos processos de inclusão 
e apresentar a Tecnologia Assistiva.
Objetivos:
Tecnologia Assistiva e a inclusão2
Tecnologia Assistiva28
2.1 Sobre o diagnóstico na inclusão
Saber lidar com a diversidade humana implica compreender os processos 
diagnósticos e não o diagnóstico, “porque não entendemos que deva ser feito 
em momentos específicos do tratamento, e sim, que deve ser uma preocupação 
constante do profissional” (FABRICIO; CANTOS, 2011, p. 2). Desta maneira, o 
diagnóstico deve ser um processo sistemático e permanente de investigaçãoe 
análise de hipóteses diagnósticas, com a finalidade primordial de evitar a dis-
criminação, a estigmatização ou a rotulação da pessoa com deficiência. Todo o 
processo diagnóstico deve se sustentar na ética dos Direitos Universais do Ser 
Humano. “Uma postura diagnóstica e a observação cuidadosa do momento do 
indivíduo são pressupostos indispensáveis para construção de uma interven-
ção positiva” (FABRICIO; CANTOS, 2011, p. 2).
O tema do diagnóstico no processo inclusivo é delicado e fundamental 
quando pensamos numa sociedade plenamente acessível e respeitosa da diver-
sidade e das diferenças individuais.
[...] as diferenças entre os indivíduos, indicadas pelos limites, são 
também determinadas socialmente, mas tais limites, quando não 
são produtos de um delírio, tem uma base real. Quem tem deficiên-
cia visual, deficiência auditiva, deficiência intelectual, deficiência 
física, pode ter diversos destinos, dependendo dos significados que 
a cultura atribui a essas deficiências; significados que dependem de 
condições sociais objetivas. (CROCHIK, 2012, p. 43)
Quer dizer, ser deficiente, ser incapaz, está relacionado ao contexto sócio-his-
tórico-cultural. Por vezes, não reconhecemos que as diferenças individuais cons-
tituem aquilo que é o comum entre os seres humanos, somos todos digitalmente 
diferentes, uns dos outros. Por vezes, desconsideramos este detalhe fundamental 
e estruturante de cada pessoa. Saber sobre as diferenças individuais é considerar 
Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
Tecnologia Assistiva 29
que cada pessoa é única e detentora de potencialidades singulares. Boaventura 
Souza Santos assim se expressa: “temos o direito a ser iguais quando a diferença 
nos inferioriza, e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos 
descaracteriza” (SANTOS, 2003 apud SOUSA, 2011, p. 1).
O diagnóstico é o início de um atendimento, que pode desdobrar-se num 
plano de tratamento, num encaminhamento. É no ato de debruçar-se na pro-
cura de sinais, sintomas, causas que o levantamento de hipóteses diagnósticas 
estabelece prováveis prognósticos e prescreve direções de tratamento para os 
respectivos quadros particulares que singularizam o diagnóstico de cada pessoa.
Um processo diagnóstico satisfatório exige uma postura de distanciamen-
to do seu próprio ponto de vista para considerar os outros pontos de vista, 
muitas vezes, contrários aos seus. Assim, o diagnóstico inclusivo sugere uma 
prática em equipe multidisciplinar e interdisciplinar, entre profissionais de di-
versos segmentos da saúde como: psicólogo, médico, fisioterapeuta, fonoau-
diólogo, entre outros.
Finalmente, as práticas diagnósticas precisam ser repensadas dia a dia 
para que os discursos não sejam abstrações de palavras vazias, sem sentido e 
significado, ditos de todos, que se revestem de padronizações limitadoras, que 
rotulam, e que excluem de maneira velada as diferenças existentes no espaço 
escolar, até mesmo na sociedade.
Extra 
A sugestão é assistir ao fime Somos todos diferentes (Taare Zameen Par, 
Índia, 2007), dirigido por Aamir Khan, que trata de um assunto muito delicado 
e importante: a dislexia e a falta de conhecimento e informação do educador 
para observar e diagnosticar esses casos. Disponível em: <www.youtube.com/ 
watch?v=fK09tpyvEr4>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva e a inclusão2
Tecnologia Assistiva30
Atividades 
Sugerimos a leitura do artigo de Fernanda Rodrigues Cacciari, Flávia Teresa 
de Lima e Marli da Rocha Mernard: “Ressignificando a prática: um caminho para 
a inclusão”. Publicado em 2005. A atividade consiste em escrever uma síntese bre-
ve com as principais ideias apresentadas no artigo. Disponível em: <http://pepsic. 
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542005000100011>. 
Acesso em: 22 mar. 2017.
Referências
CACCIARI, Fernanda Rodrigues; LIMA, Flávia Teresa De; BERNARDI, Marli 
da Rocha. Ressignificando a prática: um caminho para a inclusão. Construção 
Psicopedagógica, [online]. v. 13, n. 10. São Paulo: 2005. Disponível em: <http://pepsic.
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542005000100011>. Acesso em: 
22 mar. 2017.
CROCHIK, José Leon. Educação inclusiva e preconceito: Desafios para a prática 
pedagógica. In: GALVÃO FILHO, Teófilo Alves; MIRANDA, Theresinha Guimarães 
orgs. O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugar. Salvador: 
EDUFBA, 2012. Disponível em: <www.galvaofilho.net/noticias/baixar_livro.htm>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
FABRICIO, Nivea Maria de Carvalho; CANTOS, Paula Virgínia Viana. Diagnóstico-
intervenção-perspectivas: atuação da escola inclusiva. Construção Psicopedagógica, 
v 19, n. 19. São Paulo: 2011. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542011000200009>. Acesso em: 22 mar. 2017.
SOUSA, Nair Heloisa Bicalho de. Memorial de candidatura de Boaventura de Sousa 
Santos ao título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Brasília. Brasília: 
UnB, 2011. Disponível em: <www.boaventuradesousasantos.pt/media/Memorial_
Nair%20Heloisa%20Bicalho%20de%20Sousa_29%20Outubro%202012.pdf>. Acesso em: 
21 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
Tecnologia Assistiva 31
Resolução da atividade
As autoras concluem que a instituição demanda tanta atenção e tantos cuidados 
quanto a própria criança a ser incluída. O professor também merece um olhar diferen-
ciado, pois estabelece com essa criança uma relação que precisa ser cuidada. A atenção 
dispensada a todos os envolvidos institucionalmente resultam na melhoria do ambiente 
para todos que nela estão inseridos. A metodologia do diálogo percorreu o trabalho e se 
pode entender a complexidade das atuações subjetivas, bem como das relações institu-
cionais estabelecidas. A atuação junto ao professor é fundamental para que a inclusão 
escolar aconteça de forma satisfatória.
2.2 Impacto causado pela 
deficiência no ser humano
Saber do impacto do diagnóstico sobre a pessoa com deficiência é importan-
te quando pensamos na longevidade do ser humano e os avanços das tecnologias 
de informação e comunicação, quer dizer, após o diagnóstico é necessário atentar 
às Ajudas Técnicas para o planejamento de ações que considerem o dia a dia das 
pessoas, a limitação na execução das tarefas e a restrição na convivência em socie-
dade e, finalmente, o contexto ambiental que interfere facilitando ou dificultando 
a responsividade da pessoa no desempenho das suas tarefas, comprometendo a 
inclusão social.
As limitações de atividade são as dificuldades que o indivíduo pode 
ter para executar uma determinada atividade. As restrições à partici-
pação social são os problemas que um indivíduo pode enfrentar ao se 
envolver em situações de vida. (FARIAS, 2005, p. 190)
Tecnologia Assistiva e a inclusão2
Tecnologia Assistiva32
A inclusão social e educacional pautada na proposição de trabalhar com 
a diversidade cultural deve focar sua atenção e ação na superação das práticas 
educativas de exclusão, desta forma, vai buscar estratégias que promovam a 
qualidade de vida e a equiparação de oportunidades para todas as pessoas. 
Assim, a comunidade escolar constrói práticas educativas éticas, democráticas 
e de respeito à cidadania.
Jacques Delors no relatório para a Unesco (2010) destaca que o século XXI 
da Civilização do Conhecimento se alicerça:
[...] na esperança de um mundo melhor à medida que sabe respei-
tar os direitos humanos, colocar em prática a compreensão mú-
tua e transformar o avanço do conhecimento em um instrumento, 
não de distinção, mas de promoção do gênero humano. (DELORS, 
2010, p. 6)
Assim, é importante saber que a “deficiência” interfere no desenvolvimento 
e na estruturação do ser humano, especificamente nele, o si mesmo e, também na 
constelação e relação familiar, valer dizer que: “a informação sobre o diagnósticoacrescido da funcionalidade fornece um quadro mais amplo sobre a saúde do 
indivíduo” (FARIAS; BUCHALLA, 2005, p. 194).
Tomando como referência os sites Vez da voz e Espaço Psiquê1, apresentamos a 
seguir uma breve descrição das deficiências com suas características, indicadores 
mais comuns, que auxiliam no reconhecimento das mesmas:
Na deficiência visual, que significa a diminuição da resposta e acuidade 
visual em virtude de causas hereditárias e adquiridas. A diminuição da res-
posta visual pode ser leve, moderada, severa ou profunda (que compõem o 
grupo de visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta visual 
(cegueira). Verifica-se que essas especificidades da deficiência visual interfe-
rem no desempenho diário, seja no âmbito social ou escolar, de modo diverso 
1 Disponível em: <http://www.acessibilidadeinclusiva.com.br/category/visao/>. Acesso em: 21 mar. 2017. 
Disponível em: <http://espacopsyque.blogspot.com.br/2009/12/deficiencia-visual.html>. Acesso 
em: 21 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
Tecnologia Assistiva 33
a cada pessoa com baixa visão ou cega. O tempo de perda da acuidade visual 
se ao nascer ou ainda na infância, exigirá necessidades sociais e educacionais 
diferentes daquelas que perderam a visão mais tarde.
Na deficiência física, podemos dizer que existe uma variedade de fatores 
que interferem na mobilidade corporal e na coordenação motora global e fina, 
comprometendo o sistema dos movimentos físicos que compreende o sistema 
ósteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As causas podem ser 
adquiridas e ou genéticas, com índices de alta incidência de malformações ge-
néticas que ocasionam alterações funcionais e estruturais no cérebro e como 
consequência, levam a um parto com complicações, às paralisias cerebrais de 
grau leve, moderado ou grave.
Na deficiência intelectual, são inúmeros os fatores de risco que podem 
ocasioná-la. O atual conceito de deficiência intelectual compreende limitações 
significativas tanto no funcionamento intelectual (raciocínio, aprendizagem, 
resolução de problemas) quanto no comportamento adaptativo das pessoas, 
que se expressam nas habilidades conceituais, práticas e sociais e ocorrem an-
tes dos 18 anos de idade (AAIDD, 2010 – American Association on Intellectual and 
Developmental Disabilities). As Ajudas Técnicas ao deficiente intelectual devem 
ser planejadas como os recursos e estratégias individuais necessários para a 
promoção do desenvolvimento integral e da qualidade de vida.
Na deficiência auditiva conhecer os fatores que a ocasionam é importante, 
para o planejamento de ações de prevenção e proteção das dificuldades do sur-
do. Uma vez que, na deficiência auditiva, a comunicação está comprometida 
em diferentes graus, seja no reconhecimento das intenções do ouvinte e das 
regras conversacionais para estabelecer um diálogo ou transmitir uma ideia. As 
causas mais comuns da surdez são: genéticas, pré-natais (como, por exemplo, 
rubéola, toxoplasmose, sífilis, medicamentos, incompatibilidade Rh), perina-
tais (como traumatismos de parto, falta de oxigênio) e pós-natais (como trau-
matismos, infecções, medicamentos).
Tecnologia Assistiva e a inclusão2
Tecnologia Assistiva34
Para minimizar os impactos da deficiência sobre o ser humano, atualmente 
encontramos as tecnologias assistivas, no planejamento e desenvolvimento de 
recursos ou procedimentos que aumentam ou restauram a função humana.
Extra 
Para refletir sobre o impacto causado pela deficiência no ser humano, su-
gerimos alguns vídeos:
Comercial Inclusão Social – Pessoa com deficiência. Disponível em: <www.youtu-
be.com/watch?v=ANFu9gcIQho>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Eficiente ou deficiente? Disponível em: <www.youtube.com/watch?v= 
G9xjw7Wec8I>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Além destes vídeos, sugerimos também alguns filmes consagrados sobre 
diferentes casos de deficiência:
• Deficiência física – Meu pé esquerdo (1989).
• Deficiência visual – Ensaio sobre a cegueira (2008).
• Deficiência auditiva – Filhos do silêncio (1986).
• Deficência intelectual – Uma mente brilhante (2002).
Atividades 
Retire do texto da ficha de estudo uma frase que apresenta a função com-
prometida em cada uma das deficiências descritas: deficiência auditiva, defi-
ciência visual, deficiência física e deficiência intelectual.
Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
Tecnologia Assistiva 35
Referências
DEFICIENTES EM AÇÃO. Disponível em: <http://deficientesemacao.cpanel0076.
hospedagemdesites.ws>. Acesso em: 22 mar. 2017.
DELORS, Jacques. Educação um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco 
da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília: julho, 2010. 
Disponível em: <http://dhnet.org.br/dados/relatorios/a_pdf/r_unesco_educ_tesouro_
descobrir.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
ESPAÇO PSIQUÊ. Disponível em: <http://espacopsyque.blogspot.com.br/2009/12/
deficiencia-visual.html>. Acesso em: 21 mar. 2017.
FARIAS, Norma; BUCHALLA, Cassia Maria. A classificação internacional de 
funcionalidade, incapacidade e saúde da organização mundial da saúde: conceitos, 
usos e perspectivas. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v8n2/11.
pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
VEZ DA VOZ. Disponível em: <http://www.acessibilidadeinclusiva.com.br/category/
visao/>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Resolução da atividade
• Deficiência auditiva – reconhecer as intenções do ouvinte e as regras para 
conversação e transmissão de ideias;
• Deficiência visual – diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, 
severa ou profunda;
• Deficiência física – interfere na mobilidade corporal e na coordenação motora 
global e fina, comprometendo o sistema dos movimentos físicos.
• Deficiência intelectual – limitações no funcionamento intelectual (raciocí-
nio, aprendizagem, resolução de problemas) e no comportamento adaptativo 
da pessoa.
Tecnologia Assistiva e a inclusão2
Tecnologia Assistiva36
2.3 Tecnologia Assistiva – valorizando 
a diversidade humana
Num giro histórico pela valorização da diversidade humana nos processos 
educativos, apresentamos a precursora Maria Montessori, 1870-1952, médica e 
educadora italiana, que se dedicou ao tratamento e a educação de crianças com 
necessidades especiais, especificamente, com deficiência mental. Seu método 
pedagógico voltado à estimulação sensório-perceptiva e intelectual, com ativi-
dades motoras e sensoriais dirigidas para cada aluno. Montessori teve a preo-
cupação em atender às diferenças individuais de modo a preservar a liberdade 
e a espontaneidade do aluno para que se adapte à vida social e desenvolva suas 
potencialidades integralmente.
Na atualidade destacamos a contribuição do relator Jacques Delors que 
no relatório para a Unesco, 2010, descreve que o século XXI da Civilização do 
Conhecimento deverá superar tensões, entre elas:
A tensão entre o extraordinário desenvolvimento dos conheci-
mentos e as capacidades de assimilação do homem. [...] acres-
centar novas disciplinas, tais como o autoconhecimento e a busca 
dos meios adequados para garantir a saúde física e psicológica ou, 
ainda, a aprendizagem de matérias que levem a conhecer melhor 
e preservar o meio ambiente. (DELORS, 2010, p. 9, grifo nosso)
Nestas considerações, Delors ressalta o trabalho atual na construção da 
sociedade acessível a todas as pessoas calcada na valorização da diversidade 
cultural. Especificamente na educação, o trabalho com as diferenças indivi-
duais, no ambiente escolar, na sala de aula, deverá desenvolver ações para a 
emergência das potencialidades e os variados ritmos de aprendizagem com os 
alunos, sejam deficientes ou não.
Acrescentamos, neste momento, a contribuição da Tecnologia Assistiva – 
TA, que por definição dirige-se aos recursos de acessibilidade que atendam à 
Tecnologia Assistiva e a inclusão2
Tecnologia Assistiva 37
pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida e limitada nas suas funções 
motoras, auditivas, visuais ou de comunicação. Teófilo Galvão Filho (2013), ao 
refletir sobre a definição de Tecnologia Assistiva, declara que em relação às 
características, deve-se considerar na TA: o que, para quem e para quê. O primeiro 
caracteriza o tipo de recurso tecnológico, por exemplo, um recurso de acessi-
bilidade física. O segundo, caracteriza a quem se destina o recurso, exemplo, o 
usuário com limitação motora no caminhar. O terceiro, o para que, caracteriza a 
finalidade do recurso em auxiliar na mobilidade de determinada limitação do 
usuário em questão, para um idoso com dificuldade de locomoção será útil um 
andador que lhe proporcione segurança e autonomia no caminhar. Favorece 
deste modo, a vida independente e a inclusão social.
Percebe-se que os recursos das tecnologias assistivas configuram-se coe-
rentes com a civilização do conhecimento, valorizando as diferenças indivi-
duais e reconhecendo a diversidade cultural.
Extra 
Sugere-se a consulta ao site Assistiva – tecnologia e educação que apresenta 
comentários, informações e definições sobre Tecnologia Assistiva. Disponível 
em: <www.assistiva.com.br/tassistiva.html>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades 
Assista ao vídeo Método Montessori (Material sensorial), sobre a aplicação dos 
materiais pedagógicos montessorianos ao desenvolvimento das experiências 
sensoriais dirigidas, a qual destaca a diversidade na aprendizagem em sala de 
aula. Em seguida, produza um pequeno texto que reflita sobre o trabalho com 
os materiais apresentados no vídeo. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=izomt9M5gw4&spfreload=1>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva e a inclusão2
Tecnologia Assistiva38
Referências
DELORS, Jacques. Educação um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco 
da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília. Julho, 2010. 
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
GALVÃO FILHO, Teófilo. A construção do conceito de tecnologia assistiva: alguns novos 
interogantes e desafios. Revista Entreideias, Salvador, v. 2, n.1, p. 25-42, jan/jun.2013. 
Disponível em: <www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo= 2430>. Acesso 
em: 21 mar. 2017.
RODRIGUES, Patrícia Rocha; ALVES, Lynn Rosalina Gama. Tecnologia Assistiva: uma 
revisão do tema. Holos. Ano 29, vol. 6, 2013. Disponível em: <http://www2.ifrn.edu.br/
ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1595/765>. Acesso em: 09 mar. 2017.
SOUSA, Nair Heloisa Bicalho de. Memorial de candidatura de Boaventura de Sousa 
Santos ao título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Brasília. Brasília: 
UnB, 2011. Disponível em: <www.boaventuradesousasantos.pt/media/Memorial_
Nair%20Heloisa%20Bicalho%20de%20Sousa_29%20Outubro%202012.pdf>. Acesso em: 
21 mar. 2017.
Resolução da atividade
Montessori partiu de um princípio básico: A criança é capaz de aprender natural-
mente: Ofereça a ela um ambiente adequado com riqueza nos materiais e com experiências 
educativas. Um ambiente onde ela possa, sem a intervenção inadequada do adulto, mer-
gulhar em atividades e descobertas pessoais. O ambiente deve ser preparado para que a 
criança consiga desenvolver a espontaneidade, iniciativa, independência. Revoluciona as 
práticas pedagógicas com seu método inovador. Sua pedagogia se sustenta em valores para 
que a criança se revelar era necessário que o educador interferisse no seu trabalho de modo 
adequado e oportunamente. As origens do desenvolvimento são internas: o desenvolvimento 
psico-mental, se faz pela interação; o ambiente preparado visa nutrir o desenvolvimento 
mental da criança; os conceitos de percepção da criança são geralmente determinados pelo 
meio social e físico; a criação determina a linguagem, os conceitos, as percepções e os valores 
individuais; a capacidade é determinada pela aprendizagem.
Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
Tecnologia Assistiva 39
Ampliando seus conhecimentos
Tecnologia Assistiva: uma revisão do tema
(RODRIGUES; ALVES, 2013)
[...] A área de TA vem crescendo nos últimos anos como consequên-
cia de alguns fatores que têm impulsionado demandas de recursos e ser-
viços destinados às pessoas com deficiência. O principal desses fatores 
refere-se ao destaque que se tem dado aos arranjos sociais como promo-
tores ou não de acessibilidade para essas pessoas. Nessa concepção, são 
questionados todos os mecanismos que de alguma forma impedem a par-
ticipação plena nos diferentes espaços e papéis sociais e, busca-se formas 
de garantir efetivamente tal participação como direito de todos.
Diniz (2007) ao defender um conceito de deficiência, segundo um mode-
lo social e antropológico, destaca a experiência histórica de opressão e apar-
tação social vivida pelas pessoas com algum tipo de deficiência. Para essa 
autora, esse fato é decorrente da incapacidade social em prever e incorporar a 
diversidade humana. Além disso, a concepção de deficiência fora marcada (e 
ainda é, em muitos contextos) pelo modelo médico que costuma considerar 
as limitações como consequências intrínsecas ao corpo deficiente.
Assim, nessa nova perspectiva de sociedade que se mobiliza para ga-
rantir a participação de todos, independentemente de quaisquer caracte-
rísticas, surge a necessidade de ampliação dos recursos de TA nos mais 
diferentes espaços. 
No Brasil, as pessoas com deficiência (público alvo da TA) represen-
tam o percentual de 23,9% da população nacional, segundo os dados do 
Censo 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
Tecnologia Assistiva e a inclusão2
Tecnologia Assistiva40
(IBGE, 2012, p. 114). Esse número apresenta um significativo aumento, se 
comparado aos 14,5% registrados no Censo de 2001. Além disso, é impor-
tante destacar que o público ao qual a TA se destina também engloba os 
idosos. Nesse sentido, Diniz (2007, p. 78) destaca que “ser velho é expe-
rimentar o corpo deficiente”. E essa população também vem crescendo: 
em 2000 era representada pelo percentual de 5,9%, passando para 7,4 em 
2010 (IBGE, 2010). Esses números, por si só expressivos, tomam dimen-
sões maiores, uma vez que aqueles que convivem de forma direta ou in-
direta com idosos e/ou pessoas com deficiência também são impactados 
com situações limitantes. 
Atualmente, algumas políticas públicas brasileiras também têm 
contribuído para gerar demandas de TA em larga escala. Uma delas é 
a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva (BRASIL, 2008), com suas normas e orientações para a inclu-
são de crianças, jovens e adultos com deficiência nas escolas regulares. A 
plena participação desses alunos, em muitos casos, só pode ser garantida 
com a presença dos recursos de TA, não só no ambiente escolar, mas para 
permear todos os processos de aprendizagem desses sujeitos. 
Outra contribuição importante é a Política de Inclusão Digital 
(BRASIL, 2009b), com ações que possibilitam a implantação e a manuten-
ção de telecentros públicos e comunitários em todo o território nacional. 
Mesmo que tal política não faça referência direta à necessidade de recur-
sos de TA nos telecentros, podemos presumir que isso é essencial diante 
da diversidade do público ao qual se destina, e também em decorrência 
das leis brasileiras que garantem a acessibilidade em diversos espaços.
3
Tecnologia Assistiva 
aplicada I
Conhecer a aplicação e 
compreender o contexto atual e a 
legislação da Tecnologia Assistiva.
Objetivos:
Tecnologia Assistiva aplicada I3
Tecnologia Assistiva42
3.1 Descrevendo as categorias 
da Tecnologia Assistiva
Vamos identificar a trajetória histórica da Tecnologia Assistiva – TA na 
busca por uma melhor conceituação. Dizemos que oséculo XXI é o auge da TA, 
uma vez que vai ao encontro do paradigma da inclusão social de potencializar 
a autonomia, independência e o empoderamento das pessoas com deficiência, 
mobilidade reduzida ou idosos. Em acordo à Conferência da Guatemala (1999), 
promulgada no Brasil pelo Decreto 3.956/2001, que define como ato discrimi-
natório com base na deficiência toda diferenciação que impeça o exercício dos 
direitos humanos e de suas liberdades fundamentais.
Outro ponto é destacar o contexto social atual, complexo, globalizado, tec-
nológico, comunicacional e as contingências das políticas públicas brasileiras, 
conferências que na luta pelos direitos do cidadão com deficiência têm exigido 
dos diversos arranjos sociais a acessibilidade, em todas as suas dimensões e 
para todos, nos diversos aspectos da vida do cidadão.
As pesquisadoras Patricia Rodrigues e Lynn Rosalina Alves, no artigo 
Tecnologia Assistiva – uma revisão do tema, discorrem sobre o conceito de 
TA, que:
remete a concepções e paradigmas diferentes ao longo da história, 
com características específicas a partir do referencial de cada país. 
Contudo, em todas essas variáveis podemos identificar como obje-
tivo essencial a qualidade de vida, com referência a processos que 
favorecem, compensam, potencializam ou auxiliam habilidades 
ou funções pessoais comprometidas por algum tipo de deficiência 
ou pelo envelhecimento. (ALVES e RODRIGUES, 2013, p. 174)
Em complemento à busca por uma configuração conceitual da TA, cita-
mos o Programa de Inovação em TA, que atrelado ao plano Viver sem limites 
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Tecnologia Assistiva 43
(2012), instigam o desenvolvimento de produtos, estratégias e serviços inova-
dores que aumentem a autonomia, o bem-estar e a qualidade de vida das pes-
soas com deficiência. Também orientam uma rede de pesquisa em universi-
dades públicas do país. Ainda, disponibilizam uma linha de crédito facilitado 
para aquisição de produtos. 
Podemos mencionar também a conclusão do Comitê de Ajudas Técnicas1 
que define como sendo adequada a nomenclatura TA e sugere uma definição 
mais ampla para TA entendendo-a como área do conhecimento de prática mul-
tidisciplinar, voltada à promoção da funcionalidade de pessoas com o objetivo 
de potencializar a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão so-
cial. Deve ser coerente aos princípios do Desenho Universal na composição de 
produtos, estratégias e serviços.
Vale citar que a Legislação Brasileira, no Decreto 3.298/99, reconhece que 
os primeiros conceitos para TA foram iniciados a partir dos conceitos de Ajudas 
Técnicas. O decreto apresenta no seu artigo 19 a referência ao direito do cida-
dão às Ajudas Técnicas:
Consideram-se Ajudas Técnicas, para os efeitos deste Decreto, 
os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações 
funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de 
deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da 
comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão 
social. (BRASIL, 1999)
Acrescentam-se aqui as tecnologias para a inclusão social em conso-
nância com as políticas públicas brasileiras. Refere-se à tecnologia social 
entendida como:
1 Comitê de Ajudas Técnicas-CAT, instituído em 2006, pela Portaria n. 142, estabelecido pelo Decreto 
n. 5.296/2004 no âmbito da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, na 
perspectiva de ao mesmo tempo aperfeiçoar, dar transparência e legitimidade ao desenvolvimento 
da Tecnologia Assistiva no Brasil. Ajudas Técnicas é o termo anteriormente utilizado para o que hoje 
se convencionou designar Tecnologia Assistiva.
Tecnologia Assistiva aplicada I3
Tecnologia Assistiva44
O termo “Tecnologia Social” é pensado de forma ampla para as 
diferentes camadas da sociedade. O adjetivo “social” não tem a 
pretensão de afirmar somente a necessidade de tecnologia para 
os pobres ou países subdesenvolvidos. Também faz a crítica ao 
modelo convencional de desenvolvimento tecnológico e propõe 
uma lógica mais sustentável e solidária de tecnologia para to-
das as camadas da sociedade. Tecnologia social implica partici-
pação, empoderamento e autogestão de seus usuários. (JESUS, 
2013, p. 17)
De posse dessas informações é que se poderá ajudar a estabelecer mode-
los para serviços e projetos de desenvolvimento tecnológico em nosso país. 
Caminhamos, então, para a aplicação de Tecnologia Assistiva, a qual abrange 
todas as ordens do desempenho humano, desde as tarefas básicas de autocui-
dado até o desempenho de atividades profissionais.
A TA pode ser descrita em onze categorias como:
1. auxílio para a vida diária;
2. comunicação suplementar e alternativa;
3. recursos de acessibilidade ao computador;
4. sistemas de controle de ambiente;
5. projetos arquitetônicos para acessibilidade;
6. órteses e próteses;
7. adequação postural;
8. auxílio de mobilidade;
9. auxílios para cegos ou com visão subnormal;
10. auxílios para surdos ou com déficit auditivo;
11. adaptações em veículos.
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Tecnologia Assistiva 45
A CIF descreve as Ajudas Técnicas coerentes à ISO 9.999:
A classificação ISO 9.999 das Ajudas Técnicas define-se como 
‘qualquer produto, instrumento, equipamento ou sistema técnico 
utilizado por uma pessoa incapacitada, especialmente produzido 
ou geralmente disponível, que se destina a prevenir, compensar, 
monitorizar, avaliar ou neutralizar a incapacidade’. É aceite que 
qualquer produto ou tecnologia pode ser de apoio. (vide ISO 9.999: 
Ajudas Técnicas para pessoas com incapacidade). (CIF, 2004, p. 157)
Finalmente, a TA está engajada em trabalhar para ampliar a compreensão 
sobre ela e as necessidades de diferentes áreas do conhecimento e pessoas, se 
envolvendo na pesquisa do tema, visando à inter-relação de saberes em prol de 
efetivas ações transformadoras das práticas discriminatórias da sociedade em 
relação às pessoas com deficiência.
Extra 
A sugestão é a leitura do artigo de Luciana Baptista, intitulado “Novas 
tecnologias da informação e comunicação no contexto educacional”.
O artigo, com base em pesquisas bibliográficas, apresenta como as novas 
tecnologias de informação e comunicação (NTIC) se comportam no contexto 
educacional, analisando seus pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades 
para o processo de ensino e aprendizagem apresentados. Demonstra a im-
portância do recurso para a construção de conhecimentos enfatiza que to-
dos (educadores e alunos) devem se preparar para a utilização das NTIC no 
ambiente educacional. Disponível em: <http://201.55.32.167/retc/index.php/
RETC/article/view/180/pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva aplicada I3
Tecnologia Assistiva46
Atividades 
Baseando-se no texto desta aula retire o nome de quatro documentos le-
gais (leis, decretos etc.) que fundamentam a TA.
Referências
BRASIL. Decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei n. 7.853, de 
24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência. Publicada no Diário Oficial da União, de 20 de dezembro de 
1999. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em: 
21 mar. 2017.
______. Decreto 3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulga a Convenção 
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as 
Pessoas Portadoras de Deficiência. Publicada no Diário Oficial da União, de 9 de 
outubro de 2001. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.
htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
______. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Secretaria 
Nacional da Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Viver sem limite – 
Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Brasília, 2013. Disponívelem: <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_
generico_imagens-filefield-description%5D_0.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
JESUS, Vanessa. Tecnologia social: breve referencial teórico e experiências ilustrativas. 
In: COSTA, Adriano(Org.). Tecnologia social e políticas públicas. São Paulo: Instituto 
Polis, Brasilia, Fundação Banco do Brasil, 2013. Disponível em: <http://www.polis.org.
br/uploads/2061/2061.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CIF – Classificação Internacional de 
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Direção-Geral da Saúde. Lisboa-Portugal, 
2004. Amélia Leitão – tradução e revisão. Disponível em: <www.inr.pt/uploads/docs/
cif/CIF_port_%202004.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
RODRIGUES, Patricia; ALVES, Lynn Rosalina. Tecnologia Assistiva – uma revisão do 
tema. Holos, Ano 29, v. 6, 2013. Disponível em: <www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/
HOLOS/article/viewFile/1595/765>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Tecnologia Assistiva 47
Resolução da atividade
• Conferência da Guatemala;
• Decreto 3.956/2001;
• Decreto 3.298/99 – Política nacional para a integração da pessoa portadora 
de deficiência;
• Plano Viver sem limite;
• Comitê Ajudas Técnicas.
3.2 Tecnologia Assistiva aplicada à vida diária
Iniciamos este conteúdo justificando que não há consenso entre os pesqui-
sadores e órgãos legislativos quanto à uma única forma de classificar e catego-
rizar as tecnologias assistivas.
O critério que optamos para descrever as tecnologias assistivas foi pelo cri-
tério da aplicação visto na troca usuário-tecnologia, considerando as três quali-
dades: acessibilidade, usabilidade e comunicabilidade. Nesse critério elegemos 
onze categorias, sendo que nessa aula apresentaremos seis delas.
Outro aspecto relevante como proposição de aplicação surge do mode-
lo de classificação Horizontal European Activities in Rehabilitation Technology 
(HEART), o qual propõe um foco em Tecnologia Assistiva, com base nos co-
nhecimentos envolvidos na sua utilização. Consideram-se três componentes de 
planejamento em Tecnologia Assistiva: técnicos, humanos e socioeconômicos. 
Especificamente, neste momento, destacamos o componente humano:
Este grupo de componentes de formação inclui tópicos relacio-
nados com o impacto causado pela deficiência no ser huma-
no. As noções adotadas pelas ciências biológicas, pela psicolo-
gia e pelas ciências sociais, podem ajudar na compreensão das 
Tecnologia Assistiva aplicada I3
Tecnologia Assistiva48
transformações da pessoa, e como esta se relaciona com o espaço 
em que vive, como resultado de uma deficiência, e como é que a 
TA pode facilitar a autonomia dessa pessoa. (BRASIL, 2009, p. 21, 
grifo nosso)
No componente humano analisa-se a limitação da deficiência que favoreça 
a reabilitação e a autonomia, aceitação e imagem social da TA, análise de neces-
sidades e adequação da pessoa à tecnologia. Esses aspectos podem interferir no 
sucesso ou fracasso da TA.
Na aplicação de um recurso ou serviço da tecnologia de informação e co-
municação deve-se observar que traduzam as melhores condições de vida, pre-
servem a igualdade de oportunidades, assegurem valores éticos socialmente 
desejáveis por parte da comunidade e que seja uma maneira de enfrentar as 
práticas excludentes e um bom caminho para uma ação que visa o exercício da 
cidadania. Na comunidade escolar, especificamente, saber lidar com a diver-
sidade e saber visualizar cada aluno como possuidor de competências é um 
desafio para a garantia de acesso e permanência na escola para todos.
Apresentamos aqui seis possíveis aplicações das tecnologias à vida diária:
1. Como auxílio às atividades do cotidiano – materiais e produtos para 
ajudar em tarefas rotineiras, como: comer, cozinhar, vestir-se, tomar 
banho e executar cuidados pessoais de higiene etc.
2. Na comunicação suplementar e alternativa – consiste de recursos ele-
trônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva 
das pessoas. São muito utilizadas as pranchas de comunicação com 
os símbolos PCS ou Bliss, além de vocalizadores e softwares dedicados 
para este fim.
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Tecnologia Assistiva 49
3. Como auxílio de mobilidade – cadeiras de rodas manuais e motoriza-
das, bases móveis, andadores, scooters de três rodas e qualquer outro 
veículo utilizado na melhoria da mobilidade pessoal.
4. Como auxílio para cegos ou com visão subnormal – inclui lupas e len-
tes, braille para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de 
impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos 
e publicações.
5. Como auxílio para surdos ou com déficit auditivo – inclui vários equi-
pamentos (infravermelho, FM) aparelhos para surdez, telefones com 
teclado-teletipo (TTY), sistemas com alerta tátil-visual, entre outros.
6. Nas adaptações em veículos – acessórios e adaptações que possibilitam 
a condução do veículo, elevadores para cadeiras de rodas, camionetas 
modificadas e outros veículos automotores usados no transporte pessoal.
Extra 
Sugerimos a leitura do material Tecnologia Assistiva nas escolas: Recursos 
básicos de acessibilidade sócio-digital para pessoas com deficiência, da ITS Brasil 
(Instituto de Tecnologia Social). Disponível em: <www.itsbrasil.org.br/sites/
itsbrasil.w20.com.br/files/Digite_o_texto/Cartilha_Tecnologia_Assistiva_
nas_escolas_-_Recursos_basicos_de_acessibilidade_socio-digital_para_ 
pessoal_com_deficiencia.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva aplicada I3
Tecnologia Assistiva50
Atividades 
Assista ao vídeo Tecnologia Assistiva. A partir do que é exposto, retire in-
formações importantes que se relacionam à TA. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=WEF-PvLC_QE>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Referências
BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. 
Comitê de Ajudas Técnicas Tecnologia Assistiva. Tecnologia Assistiva. – Brasília: 
CORDE, 2009. Disponível em: <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/
files/publicacoes/livro-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Resolução da atividade
O vídeo justifica de forma lúdica que a TA veio para mediar as relações do homem 
com o ambiente, e isso decorre do advento do desenvolvimento da tecnologia, o efeito da 
globalização e a mudança no perfil dos alunos.
3.3 Tecnologia Assistiva aplicada 
às habilidades físicas
Nesta aula descrevemos as tecnologias aplicadas às habilidades físicas, 
que como visto anteriormente, devem relacionar os recursos e serviços da TA 
ao critério de aplicação, quer dizer, as possibilidades de propiciar uma maior 
independência, autonomia, qualidade de vida, de outra maneira, que para sua 
utilização deve atender as habilidades, as potencialidades do usuário incre-
mentando assim a inclusão social.
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Tecnologia Assistiva 51
Justifica-se o foco no aspecto social, na medida em que o indivíduo faz 
trocas e tem experiências no ambiente social como: a família, a escola e o traba-
lho. É neste ambiente de convivência sócio-histórico-cultural que o indivíduo 
se relaciona com pessoas e diversos grupos sociais. É no espaço interativo in-
divíduo-ambiente que é confrontado cotidianamente a resolver desafios e daí 
extrair significados e sentidos para sua vida.
Esse aspecto está bem descrito no documento que o modelo de classifica-
ção Horizontal European Activities in Rehabilitation Technology – HEART (BRASIL, 
2009) apresenta sobre a aplicação da Tecnologia Assistiva. Destaca que se deve 
conhecer o seu uso e a sua utilização no ambiente de convivência social do 
usuário. O HEART considera três componentes fundamentais de planejamento 
e de produção em Tecnologia Assistiva: técnicos, humanos e socioeconômicos. 
Especificamente,neste momento, destacamos o componente socioeconômico:
Este grupo de componentes indica que a tecnologia afeta as inte-
rações dentro do contexto social (pessoas, relacionamentos e im-
pacto no usuário final). Os socioeconômicos também enfatizam as 
vantagens e desvantagens dos diferentes modelos de prestação de 
serviços. (BRASIL, 2009, p. 22)
O HEART (BRASIL, 2009) destaca que o componente socioeconômico vai 
contemplar no planejamento as qualidades de acessibilidade e usabilidade do 
recurso ou serviço de TA, adaptações do local de trabalho, perspectivas na so-
ciedade, procedimentos para financiamento de TA. Lembrando que os contex-
tos de vida do usuário podem ser o profissional, o escolar ou familiar.
No espaço escolar, a questão da aplicação da TA focaliza a prática educa-
tiva facilitadora e promotora do aprender. “Potencializar pode ser a chave do 
processo, no sentido de ampliar as facilidades do ensino e da aprendizagem” 
(BARROS, 2012, p. 211). Quer dizer, para compreender como as pessoas apren-
dem e como focar no desenvolvimento das habilidades pessoais do aprendiz, a 
descoberta de estilos de aprendizagem facilita esse processo. Assim, o sucesso 
Tecnologia Assistiva aplicada I3
Tecnologia Assistiva52
escolar está associado à oferta de recursos e soluções da TA que auxiliem o alu-
no na superação de limitações funcionais no ambiente escolar.
Apresentamos nessa aula a descrição de outras cinco categorias de TA e 
sua aplicação:
1. Recursos de acessibilidade ao computador – equipamentos de entra-
da e saída (síntese de voz, braille), teclados adaptados, auxílios alter-
nativos de acesso (ponteiras de cabeça, de luz), acionadores, softwares 
especiais (de reconhecimento de voz).
2. Sistemas de controle de ambiente – sistemas eletrônicos que permitem 
às pessoas com limitações locomotoras controlar remotamente apare-
lhos eletroeletrônicos, sistemas de segurança, entre outros, localiza-
dos em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores.
3. Projetos arquitetônicos para acessibilidade – adaptações estruturais 
na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, 
adaptações em banheiros entre outras, que eliminam ou reduzem as 
barreiras físicas.
4. Órteses e próteses – troca ou ajuste de partes do corpo, faltantes ou 
de funcionamento comprometido, por membros artificiais ou outros 
recursos ortopédicos (talas, apoios etc.). Incluem-se os protéticos para 
auxiliar nos déficits ou limitações cognitivas, como os gravadores de 
fita magnética ou digital que funcionam como lembretes instantâneos.
5. Adequação postural – adaptações para cadeira de rodas ou outro sis-
tema de sentar, visando o conforto e distribuição adequada da pressão 
na superfície da pele (almofadas especiais, assentos e encostos anatô-
micos), bem como posicionadores e contentores que propiciam maior 
e melhor estabilidade e postura adequada do corpo através do supor-
te e posicionamento de tronco/cabeça/membros.
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Tecnologia Assistiva 53
Extra 
A sugestão é a consulta às seguintes fontes:
Site: Assistiva – tecnologia e educação, de Mara Lucia Sortoretto, e Rita Bersch 
(2014). Disponível em: <www.assistiva.com.br/tassistiva.html>. Acesso em: 21 
mar. 2017.
Texto: “Design e avaliaçao de tecnologia web-acessível”, de Amanda Melo, 
e Maria Cecilia C. Baranauskas, apresentado no XXV Congresso da Sociedade 
Brasileira de Computação. Unisinos, São Leopoldo, RS. Disponível em: <www.
lbd.dcc.ufmg.br/colecoes/jai/2005/006.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades 
É necessário conhecer o ambiente escolar para que a TA auxilie as práticas 
educativas como facilitadora e promotora do aprender. A TA participa como 
potencializadora do processo do aprender. Quais as perguntas iniciais que de-
vemos fazer ao ambiente escolar, a fim de identificar a TA adequada?
Referências
BARROS, Daniela. Estilos de aprendizagem e uso de tecnologias na formação 
de professores para a prática pedagógica inclusiva valorizando as competências 
individuais. In: GIROTO, Claudia; POKER, Rosimar e OMOTE, Sadao (Orgs.). As 
tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Marília: Oficina Universitária. 
São Paulo: Cultura acadêmica, 2012. Disponível em: <www.marilia.unesp.br/Home/
Publicacoes/as-tecnologias-nas-praticas_e-book.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. 
Comitê de Ajudas Técnicas Tecnologia Assistiva. Tecnologia Assistiva. Brasília: 
CORDE, 2009. 138 p. Disponível em: <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/
default/files/publicacoes/livro-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva aplicada I3
Tecnologia Assistiva54
LUZ, Claudia Ferreira da Silva; SOUZA, Ana Lúcia Santos; DUARTE, Ana 
Cristina Santos. Educação inclusiva e tecnologias assistivas: uma análise acerca 
da aprendizagem de deficientes visuais. IV Colóquio Internacional Educação e 
Contemporaneidade, São Cristóvão – SE, 2012. Disponível em: < http://educonse.com.
br/2012/eixo_11/PDF/25.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2017.
Resolução da atividade
Perguntas básicas:
1. Quem é o aluno ? (por exemplo, ele tem deficiência física)
2. Quais são as barreiras que limitam sua aprendizagem? (por exemplo, limita-
ções motoras)
3. Que recursos a escola tem para minimizar as barreiras ? (TA disponíveis na 
escola)
4. Que novos recursos podem ser construídos que vão facilitar a aprendizagem? 
(planejamento e produção de TA)
Ampliando seus conhecimentos
Educação inclusiva e tecnologias 
assistivas: uma análise acerca da 
aprendizagem de deficientes visuais
(LUZ; SOUZA; DUARTE, 2012)
[...] Tecnologia Assistiva (TA) é o ramo da ciência que pesquisa, desen-
volve e aplica aparelhos, instrumentos ou procedimentos que aumentam 
ou restauram a função humana. 
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Tecnologia Assistiva 55
Tecnologias assistivas referem-se a todo o arsenal técnico 
utilizado para compensar ou substituir funções quando as 
técnicas reabilitadoras não são suficientes para resgatar a 
função em sua totalidade, além do desenvolvimento e da 
aplicação de aparelhos/instrumentos ou procedimentos 
que aumentam ou restauram a função humana. O objetivo 
maior da TA é proporcionar à pessoa com deficiência maior 
independência, qualidade de vida e inclusão social, através 
da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de 
seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho 
(MELLO, 2006, p. 7).
As modalidades de TAs estão em pleno desenvolvimento e agrupam-
-se em categorias como: acessibilidade física, acessibilidade a computador, 
acessibilidade à internet, apoios educativos e comunicação. Cada uma 
dessas categorias oferece recursos distintos que podem ser usados pela es-
cola pra facilitar a aprendizagem de alunos independente da deficiência. 
A TA viabiliza que pessoas com deficiência (física, auditiva, visual e 
mental), tenham melhor qualidade de vida, com mais possibilidades de 
serem incluídas na escola e na sociedade. Por meio dessas tecnologias, 
pessoas com deficiências ganham autonomia e possibilidade da realiza-
ção das tarefas do cotidiano desde as tarefas mais básicas de autocuidado 
até o desempenho de atividades educacionais e profissionais. 
O professor dispõe de um arsenal de material de apoio, mas indiscu-
tivelmente o computador é muito mais do que uma ferramenta, é a opor-
tunidade de comunicação, de autonomia e pode ser para ele um grande 
aliado para melhorar a aprendizagem de todos os alunos, principalmente 
dos alunos com necessidades educacionais especiais. 
Tecnologia Assistiva aplicada I3
Tecnologia Assistiva56
Para pessoas com deficiências motoras, sensoriais ou cognitivas, o 
computador pode contribuir para sua autonomia e acesso a informação. 
Há uma quantidade significativa de softwares

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