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Asma: Definição, Epidemiologia e Fisiopatologia

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Feito por: Hamilton Andrade 
ASMA 
Definição 
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual várias células e 
elementos celulares estão envolvidos. A inflamação crônica está associada a hiperresposividade 
das vias aéreas inferiores e à limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou 
com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, 
aperto no peito e tosse, particularmente a noite ou pela manhã. 
Epidemiologia 
Estudos epidemiológicos estimam que cerca de 300 milhões de indivíduos são asmáticos 
(no mundo). Além disso a asma esta associada a uma significante taxa de mortalidade, 
prevendo-se o aumento em mais de 100 milhões de pacientes com a doença em 2025. No Brasil, 
ocorrem cerca de 350.000 internações por asma anualmente, constituindo-se na quarta causa de 
hospitalizações pelo SUS (2,3% do total). 
 
 
 
Fisiopatologia e Patogênese 
A asma é tida como uma doença que causa estreitamento das vias aéreas do paciente, 
porem são muitos os fatores que podem desencadear esse estreitamento: 
Broncoespasmo: A exposição a alérgenos e irritantes pode causar uma contração indevida da 
musculatura lisa, desencadeando um estreitamento das vias aéreas. 
Edema de vias aéreas: A inflamação persistente das vias aéreas faz com que haja edema da 
mucosa brônquica, hipersecreção de muco e com formação de “plugs” mucosos e alterações 
estruturais das vias aéreas. 
 
Feito por: Hamilton Andrade 
Hiperresposividade das vias aéreas (HRVA): Caracteriza-se por resposta brococonstritora 
exagerada das vias aéreas a vários estímulos que para indivíduos normais são inócuos. Os 
mecanismos que influenciam a HRVA são múltiplos e incluem inflamação, disfunções 
neuroregulatórias e alterações estruturais. 
Remodelamento das vias aéreas: O estreitamento das vias aéreas pode ser persistente em 
alguns casos, devido a persistência de algumas alterações estruturais tais como: espessamento 
de membrana “sub-basal”, fibrose subepitelial, hiperplasia e hipertrofia da musculatura lisa, 
proliferação de vasos sanguíneos e hiperplasia de glândulas mucosas. 
Inflamação das vias aéreas: Tem papel central na fisiopatologia da asma. Várias são as células 
e os mediadores envolvidos nessa cascata inflamatória: linfócitos Th2, IgE, mastócitos, 
eosinófilos, neutrófilos, células dendríticas, macrófagos, células da musculatura lisa e epiteliais. 
Ainda estão envolvidos mediadores como citocinas, leucotrienos, histamina, prostaglandina D2 
e óxido nítrico. A relação entre esses mediadores inflamatórios é fundamental para que haja um 
processo de broncoespasmo. 
A fisiopatologia da asma é complexa e depende de vários fatores tanto individuais 
quanto externos para ocorrer. Sendo assim fatores individuais como 
• Imunidade inata (processo inflamatório adaptativo às agressões externas) 
• Genética (predisposição a atopia e hiperresposividade) 
• Obesidade (por causa da produção de leptina) 
• Sexo (os homens são mais afetados) 
Esses fatores pessoais interagem com fatores do ambiente, tais como alérgenos 
domiciliares e externos, infecções respiratórias virais, exposição ocupacional, tabagismo e 
poluição. 
 
*Visão simplificada das etapas de desenvolvimento dos sintomas 
 
Feito por: Hamilton Andrade 
Quadro clínico 
Pacientes com asma apresentam episódios recorrentes de: 
 
 *Pieira = Sibilância 
 
Esses sintomas podem ser precipitados por exposição a alérgenos e irritantes não 
específicos, como fumaça de cigarro, poluição, cheiros fortes e exercícios. Outros aspectos 
importantes do quadro clínico da asma são variabilidades dos sintomas, a presença de sintomas 
noturnos e uma boa resposta ao tratamento adequado para a doença. Um achado muito comum 
no exame físico de uma paciente com asma é a sibilância, a qual confirma a presença de 
obstrução brônquica. 
A crise aguda de asma pode apresentar alguns sintomas de exacerbação da doença, 
devido a obstrução persistente das vias aéreas, nesse caso é possível encontra: 
• Murmúrio vesicular diminuído 
• Sibilância ausente 
• Cianose 
• Tiragem intercostal 
• Taquipneia 
• Taquicardia 
• Confusão mental 
• Dificuldade de falar 
• Dificuldade de ficar em decúbito dorsal 
 
Feito por: Hamilton Andrade 
Diagnóstico 
Várias doenças podem confundir o diagnostico da asma e algumas situações são 
específicas para determinadas faixas etárias: anel vascular, apneia do sono, infecções virais e 
bacterianas, bronquectasias, insuficiência cardíaca, bronquiolites, DPOC, fibrose cística e ETC. 
O diagnostico da asma baseia-se na identificação de sintomas decorrentes da obstrução 
ao fluxo aéreo, na demonstração da reversibilidade, pelo menos parcial, da obstrução, bem 
como da exclusão de diagnósticos alternativos. 
 
Espirometria: A medida objetiva da função pulmonar é importante na conformação do 
diagnóstico e imprescindível para determinar a gravidade da doença. Deve o teste deve ser feito 
em dois momentos, um pré-broncodilatador e ou pós-broncodilatador, e o resultado pós deve 
apresentar melhora. 
 
 
Pico de fluxo expiratório (PEE): Medido por um aparelho portátil, barato e de fácil 
utilização. Embora menos preciso que a espirometria, um incremento de maior que 20% no 
PEE após broncodilatador, indica reversibilidade. 
 
Diagnostico de alergia: É importante devido à grande associação entre asma e doenças 
alérgicas, especialmente rinite alérgica, e pela possibilidade da identificação de fatores de risco 
para asma. 
 
Tratamento 
O tratamento da asma fundamenta-se no controle da inflamação, broncoconstrição e 
hiperresposividade da via aérea, principalmente por meio de medicamentos anti-inflamatórios 
e broncodilatadores, e tem como objetivo manter o paciente assintomático e realizando as 
atividades de vida normalmente, utilizando a menor dose possível de medicação. Bem como 
prevenir o remodelamento das vias aéreas e perda de função pulmonar. 
 
Feito por: Hamilton Andrade 
Tratamento farmacológico 
 
• Corticoides inalatórios 
• Antagonistas de receptores de leucotrienos cisteínicos 
• Broncodilatadores β2-agonistas 
• Teofilina 
• Broncodilatadores anticolinérgicos 
• Omalizumabe 
• Corticoide sistêmico 
• Imunoterapia 
 
*Pesquisar sobre cada cada um!! 
 
Tratamento não-farmacológico 
 
O tratamento não-farmacológico consiste em intervenções que têm o potencial de 
melhorar o controle da asma, por meio da redução da exposição a fatores de risco que 
desencadeantes. Interromper tabagismo ativo ou passivo, evitar exposição a medicamentos, 
alimentos, aditivos ou determinados sensibilizantes ocupacionais que sejam reconhecidos como 
fatores desencadeantes dos sintomas, são intervenções que resultam melhora no controle da 
asma. 
 
Situações especiais 
Asma ocupacional: Pode corresponder a 10% dos casos de asma iniciada na vida 
adulta. O objetivo do tratamento é investigar a causa e remove-la o mais rápido possível, oque 
significa alterar a modificação da atividade profissional. 
Asma na gravidez: Varias modificações fisiologias da gravidez podem melhorar ou 
piorar a asma. Em cerca de um terço das vezes há pira do controle da asma, o que em sido 
associado a complicações materno-fetais, tais como hiperemese, hipertensão, pré-eclâmpsia, 
hemorragia vaginal, menor crescimento fetal, prematuridade e maior chance de mortalidade. 
Asma induzida pelo exercício: Cerca de metade dos asmáticos tem broncoconstrição 
induzida pelo exercício e esse fator desencadeante pode induzira taquifilaxia, ou seja, a 
manutenção do exercício não causa broncoespasmo. 
Asma e cirurgia: A presença de asma significa maior risco de complicações 
pulmonares pós-operatórias e broncoespasmo. Pacientes com presença de VEF1 menores que 
80% do seu melhor resultado podem receber curso breve de corticoide oral.

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