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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 1 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 book_ambev.indd 1 15/09/2017 08:33:12 book_ambev.indd 2 15/09/2017 08:33:20 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 book_ambev.indd 3 15/09/2017 08:33:39 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 20174 CONTEÚDO Mensagem dos Organizadores .................................................05 Sumário Executivo ........................................................................06 Tendências ......................................................................................18 Panorama Mundo ........................................................................24 Panorama Brasil ..........................................................................30 Perfis ...............................................................................................50 Metodologia ....................................................................................88 Bibliografia .....................................................................................96 book_ambev.indd 4 15/09/2017 08:33:39 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 5 A publicação da quarta edição do “Retrato da Segurança Viária no Brasil” chega em suas mãos em um momento em que a segurança no trânsito chama a atenção por se tornar um caso de saúde pública, com um alto número de óbitos e de lesões de longa duração, que colocam pressão sobre o bem-estar das pessoas, sobre os serviços públicos e sobre a economia de qualquer país. No Brasil não é diferente. As informações consolidadas nas próximas páginas mostram alguns avanços significativos, como a adoção de programas e outras iniciativas que colaboraram para a redução anual de 3,6% no índice de óbitos no trânsito. Não há, no entanto, motivos para celebração: segundo o nosso levantamento, apenas em 2015, os gastos com óbitos e feridos por acidentes de trânsito drenaram, pelo menos, R$ 19 bilhões. Esse montante é irrisório diante do impacto que a perda anual de quase 40 mil vidas causa em suas comunidades. Ciente desse cenário, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) António Guterres, que assumiu o cargo em 1º janeiro de 2017, mandou um recado aos líderes políticos brasileiros: “O futuro do planeta é responsabilidade de cada um de nós. Não podemos deixar que as futuras gerações sofram pelo que deixamos de fazer hoje”. A declaração dada para o Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, realizado em abril deste ano, encontra eco nessas páginas. Nós reforçamos, por meio dessa publicação, a ambição de colaborar para a elaboração de estratégias para um sistema viário mais seguro. Esse é um dos pilares das cidades sustentáveis, que resguardam o bem-estar dos seus cidadãos. Esse é o futuro que acreditamos que agentes públicos, privados e da sociedade podem cocriar. É, acima de tudo, colocar em prática o sonho de unir as pessoas por um mundo melhor. MENSAGEM DOS ORGANIZADORES book_ambev.indd 5 15/09/2017 08:33:40 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 20176 Respeitar os limites de velocidade, não associar o consumo de bebidas alcoólicas à direção de veículos, não se distrair com o celular ao volante, usar capacete, cinto de segurança e cadeirinha para crianças. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), esses são os principais fatores para a segurança viária, todos amplamente conhecidos e também desobedecidos no mundo todo. O resultado de burlar as regras do jogo é sombrio: 3,4 mil pessoas morrem diariamente em acidentes de trânsito no mundo. A OMS compila dados e boas práticas em 180 países, desempenhando um papel fundamental na orientação dos esforços globais para elevar a segurança viária. A realidade apontada no seu levantamento coloca em dúvida o cumprimento da meta, acordada pelos países com a Organização das Nações Unidas (ONU), de reduzir pela metade o número global de óbitos e lesões até 2020. SUMÁRIO EXECUTIVO Segurança Viária: O Futuro em Jogo book_ambev.indd 6 15/09/2017 08:33:50 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 7 A violência no trânsito virou uma epidemia. Não figurava entre as principais causas de óbito em 2010, mas assumiu a 10ª colocação em 2015. A previsão, caso mudanças não sejam rapidamente implementadas, é um salto para o 7º lugar até 2030. Figura 1 – As principais causas de óbito no mundo Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS); The 10 causes of death (OMS) M il pessoas morrem diariamente em acidentes de trânsito no mundo 3,4 Doenças cardíacas Derrame 13,2% 12,2% 6,5% 3,5% 3,4% 2,6% 2,6% 2,3% 2,1% 5,0%Infecções respiratórias Doenças pulmonares Diabetes Câncer de pulmão e garganta ACIDENTE DE TRÂNSITO HIV / AIDS Doenças diarreicas Hipertensão 2030 8,76% 6,24% 3,19% 3,17% 1,69% 1,59% 1,54% 1,39% 1,37% 1,34% 2015 Doenças cardíacas Derrame Doenças pulmonares Infecções respiratórias Câncer de pulmão e garganta Diabetes Alzheimer e outras demências Doenças diarreicas Tuberculose ACIDENTE DE TRÂNSITO 6,88% 5,41% 3,41% 2,95% 2,18% 1,67% 1,46% 1,34% 1,26% 1,12% 2000 Doenças cardíacas Derrame Doenças pulmonares Infecções respiratórias Doenças diarreicas Tuberculose HIV/AIDS Complicações de parto prematuro Câncer de pulmão e garganta Asfixia e trauma no nascimento Figura 2 – As principais 5 causas de mortes de jovens entre os jovens de 15-29 anos, ano 2012. Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) 250 000 300 000 200 000 150 000 50 000 100 000 0 Le sõ es p or ac id en te s de tr ân si to S ui cí di o H IV /A ID S H om ic íd io 350 000 Co nd iç õe s m at er na s In fe cç õe s da s vi as r es pi ra tó ri as in fe ri or es D oe nç as d ia rr ei ca s A fo ga m en to D oe nç a ca rd ía ca is qu êm ic a M en in gi te book_ambev.indd 7 15/09/2017 08:33:52 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 20178 Figura 3 – Estatísticas de acordo com o gênero Fonte: Road Traffic Injuries - The Facts (OMS) Ainda que seja um problema mundial, a vulnerabilidade é maior dependendo de onde você está e de quem você é. Os dados da OMS mostram que quase 50% das vítimas são motoqueiros, pedestres e ciclistas. A taxa de mortalidade nos países de baixa e média renda, que detém pouco mais da metade da frota de todo o mundo, é de 90%. 3 4 mortes na estrada estão entre os homensa cada Os dados globais referentes à segurança viária assustam: foram quase 50 milhões de feridos e mais de 1,25 milhão de vítimas em acidentes em vias do mundo todo em 2013. A violência no trânsito atinge, principalmente, uma geração jovem e economicamente ativa (entre 15 e 29 anos). Cerca de dois terços das vítimas são homens. Além do impacto nas famílias e comunidades, a OMS calcula que as perdas econômicas abocanhem até 5% da renda dos países em desenvolvimento. Para a entidade, é impossível excluir do cálculo custos indiretos, como perda de produtividade, danos a veículos e propriedades, qualidade reduzida de vida e outros fatores que pesam para a sociedade. Óbitos + Feridos + Perda de produtividade + Danos a veículos e Propriedades + Baixa qualidade de vida = INSEGURANÇA VIÁRIA book_ambev.indd 8 15/09/2017 08:34:02 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 9 Figura 4 – A taxa de óbitos por região do mundo Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) 17.9 Sudeste da Ásia 17.3 Pacífico Central 19.9 Mediterrâneo Oriental 26.6 África 9.3 Europa 15.9 Américas De acordo com a OMS e a Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS), a questão da segurança viária também é alarmante nas Américas, cuja taxa de óbitos por 100 mil habitantes é de 15,9.Em relatório específico, as organizações recomendam à região, caracterizada pela forte desigualdade de renda e educação, o investimento em infraestrutura, a reforma da legislação sobre segurança e uma fiscalização eficaz paramelhorar o comportamento dos usuários das vias públicas e reduzir as baixas no trânsito. No Brasil, este Retrato da Segurança Viária no Brasil 2017 traz informações atualizadas, obtidas através do cruzamento de dados da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), da Confederação do Transporte (CNT), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Depatamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Houve uma redução de 16% no número de mortes entre 2010 e 2015. O índice de óbitos por 100 habitantes, um indicador que reflete a magnitude do problema, atingiu 19,2, o melhor resultado desde 2004. Ainda em 2015, os acidentes fatais concentraram-se em 13 estados book_ambev.indd 9 15/09/2017 08:34:03 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201710 brasileiros, que representam 80% do total. São Paulo lidera o ranking do estados em número absolutos de óbitos, mas obtém o 4º menor indicador por 100 mil habitantes do país, atrás apenas de Amazonas, Amapá e Rio de Janeiro. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), os acidentes de trânsito já são a segunda causa de morte não natural evitável na população. No Brasil, acidentes de trânsito são a segunda causa de morte não natural evitável Figura 5 – A taxa de óbitos e de motorização nos países de baixa e média renda Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) Países de alta renda Países de baixa renda Mortalidade do tráfego rodoviário por 100 mil habitantes 9.2 18.4 24.1 MORTES 53% Países de renda média Mundo 17.4 46% 1% 74% 10%16% VEÍCULOS book_ambev.indd 10 15/09/2017 08:34:03 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 11 Figura 6 – Índice de óbitos no Brasil em 2015 Fonte: Retrato da Segurança Viária 2017 (Ambev, Falconi Consultores de Resultado) RR 166 (3%) 32,8 SE 548 (2%) 24,4 AL 756 (9%) 22,6 PE 1.941 (0%) 20,8 PB 1.022 (5%) 25,7 RN 601 (2%) 17,5 CE 2.325 (12%) 26,1 BA 2.390 (15%) 15,7 TO 563 (5%) 37,2 PI 1.178 (9%) 36,8 MA 1.623 (10%) 23,6 PA 1.755 (0%) 21,5 AP 93 (28%) 12,1 AM 424 (8%) 10,8 AC 115 (7%) 17,5 RO 511 (5%) 28,9 MT 1.085 (10%) 33,2 DF 469 (15%) 16,1 MS 680 (21%) 25,6 SP 6.031 (15%) 13,6 MG 4.053 (11%) 19,4 PR 2.680 (13%) 24,0 SC 1.605 (13%) 23,5 RJ 2.202 (24%) 13,3 ES 855 (9%) 21,8 RS 1.786 (12%) 15,9 LEGENDA ESTADO Núm. de óbitos (Var.14x15) Indicador óbitos/100mil hab. GO 1.873 (11%) 28,3 Brasil 39.333 (12%) 19,2 A base da mudança A OMS reconheceu o esforço do Brasil no fortalecimento das leis para a segurança no trânsito. Só que as medidas ainda estão muito pulverizadas, o que retarda a melhora no ranking e a construção de cidades mais seguras e harmoniosas. A violência no trânsito ainda faz quase 40 mil vítimas por ano no Brasil. Este montante é maior que a população dos municípios de Serra Negra (SP), Uruaçu (GO), Canavieiras (BA), Caçapava do Sul (RS) e outras mais. É clara também a mudança no perfil das vítimas brasileiras: os condutores de motocicletas lideram, com (36%), as estatísticas, mais do que a média mundial (23%). No Brasil, o impacto econômico é evidente e preocupante: o valor de 19 bilhões de reais gastos com óbitos e feridos em book_ambev.indd 11 15/09/2017 08:34:04 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201712 2015 é superior à arrecadação de receita do Mato Grosso (R$ 16 bilhões), em 2016, e do programa nacional de repatriação de recursos no exterior (R$13,19 bilhões), em 2017. A proposta deste relatório, ao tornar disponível um retrato confiável, é servir de base para a melhoria da gestão de segurança viária. A Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável e a Declaração de Brasília já mostraram a relevância e a profundidade do problema. Os dados, práticas e medidas compilados podem mobilizar os governos federais, estaduais e municipais, além de outros atores da sociedade civil, interessados em reverter essa grave realidade. Garantir a segurança viária é a melhor forma de transformar nossas cidades e aumentar a qualidade de vida dos seus cidadãos. Para calcular esse custo, foi utilizado como base o valor mais conservador (IPEA/ANTP-2003). Esse valor, corrigido ano a ano a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi multiplicado pelo número de vítimas. Marcos • 2009: Anunciada a “Declaração de Moscou”, durante a Primeira Conferência Minis- terial Global sobre Segurança no Trânsito, na Rússia • 2011: Lançada a Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020 • 2012: Lançamento na Rio+20 do Documento “O Futuro Que Queremos”, • 2015: Aprovada pela comunidade internacional a Agenda 2030 para o Desenvolvi- mento Sustentável, com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e um total de 169 metas. • 2015: Anunciada a “Declaração de Brasília”, durante a Segunda Conferência Glo- bal de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito Impacto econômico dos acidentes viários no Brasil é superior à arrecadação do Mato Grosso book_ambev.indd 12 15/09/2017 08:34:07 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 13 O que é a Declaração de Brasília O Brasil sediou, entre 18 e 19 de novembro de 2015, a Segunda Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito. O encon- tro deu seguimento à Declaração de Moscou, documento emitido quatro anos antes, em um encontro pioneiro que abriu caminho para a ONU declarar a “Década de Ação pela Segu- rança no Trânsito 2011–2020”. Brasília recebeu representantes de 120 paí- ses, sociedade civil e especialistas que apoi- aram a elaboração de outro documento, re- conhecendo a responsabilidade primária dos governos em prover condições básicas e ser- viços para garantir a segurança viária, bem como a responsabilidade compartilhada com múltiplos atores para “buscar um mundo livre de mortes e lesões graves no trânsito”. A Declaração de Brasília destaca cerca de 30 medidas, como: • desenvolver e implementar planos nacionais sobre segurança no trân- sito e aplicar legislação abrangente sobre os principais fatores de risco; • reforçar estratégias de fiscalização de trânsito; • incentivar a introdução de novas tec- nologias de gestão do trânsito e de sistemas de transporte inteligentes; • adotar, implementar e fazer cum- prir políticas e medidas para pro- teger e promover, de forma ativa, a segurança de pedestres e a mobili- dade de ciclistas; • desenvolver e implementar pro- gramas educacionais e de forma- ção abrangentes, inclusivos e ba- seados em evidências; • fortalecer os cuidados pré-hos- pitalares, incluindo serviços de saúde de emergência e resposta imediata pós-acidente, diretrizes ambulatoriais e hospitalares para cuidado do trauma e serviços de reabilitação; • fomentar o financiamento para se- gurança no trânsito e para apoiar pesquisas e implementação de políticas em nível global, regional, nacional e local; • Aprimorar a qualidade da coleta sistemática e consolidada de da- dos sobre a ocorrência de eventos no trânsito. book_ambev.indd 13 15/09/2017 08:34:09 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201714 5 Curiosidades sobre Fatores de Risco no Trânsito Listamos cinco curiosidades sobre os seis principais fatores de risco no trânsito. Mais do que pontos na carteira de habilitação ou uma multa salgada, eles colocam em risco o bem mais valioso: a vida. Nos países de alta renda, a velocidade responde por 30% dos óbitos, enquanto nos demais é responsável por 50% dos acidentes. Quanto maior a velocidade do veículo, maior o risco de lesões e mortes para os pedestres. Quanto maior a velocidade do veículo, maior a distância de parada 47 países definiram limites de velocidade de até 50 km/hora. 1. Velocidade 40 a 50% daspessoas no mundo dirige acima desse limite. O risco de morte a 50 km/h é de 20% O risco de morte a 80 km/h é de 60% Veículo consegue parar a tempo 27 metros para frear 50 km/h Veículo atinge o pedestre 36 metros para frear 60 km/h Veículo atropela a 62 km/h 58 metros para frear 80 km/h book_ambev.indd 14 15/09/2017 08:34:10 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 15 2. Consumo Responsável de bebidas alcoólicas 3. Uso de Capacete A aplicação de leis, segundo a OMS, pode reduzir os acidentes relacionados com bebidas alcoólicas em 20%. Leis que estabelecem uma concentração de álcool por volta de 0.02 g/dl podem reduzir em 24% os acidentes envolvendos jovens. Em uma colisão, a presença de 0,3 miligrama ou mais de álcool por litro de ar é considerado, pelo Código Brasileiro de Trânsito, infração gravíssima, cabendo punições administrativas, como a multa de quase R$ 3 mil e suspensão da habilitação por um ano, e até criminais, caso haja feridos ou mortos no acidente. A Lei Seca prevê que, além do bafômetro, vídeos, testes clínicos e testemunhas do policial ou de terceiros podem ser usadas como provas de embriaguez ao volante. 44 países possuem leis que exigem o uso de capacete por todos os motoristas e passageiros. No Brasil, os capacetes devem ter, desde 2007, certificado do INMETRO e possuir adesivos retrorrefletivos de segurança nas partes laterais e traseira. Apenas crianças com 7 anos de idade ou mais podem ser levadas na garupa, usando capacete adequado para o seu tamanho. Embora importante para a proteção do usuário, a legislação para ciclistas no Brasil não coloca o capacete como um item de segurança obrigatório. Redução para o risco de lesão grave Redução para o risco de morte Ingerir bebida alcoólica e dirigir aumentam o risco de um acidente rodoviário Acima de uma concentração de álcool no sangue (BAC) de 0,05 g / dl, o risco de acidente rodoviário aumenta dramaticamente. Usar capacete de motocicleta corretamente pode resultar em: 70%40% 0.05 0.1 Concentração de alcoól no sangue (BAC) g/dl Risco de colisão na estrada book_ambev.indd 15 15/09/2017 08:34:10 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201716 4. Uso da Cadeirinha para Crianças 5. Cinto de segurança 52 países possuem leis de transporte seguro de crianças. 105 países, representando 67% da população mundial, exigem o uso de cinto de segurança em todos os ocupantes. No Brasil, cerca de 5 crianças são vítimas da violência viária por dia. Desde novembro de 2016, o Código de Trânsito Brasileiro passou a considerar o transporte crianças em veículo automotor sem a devida segurança estabelecida como infração gravíssima. Crianças com até 10 anos de idade devem ser transportadas no banco traseiro, usando o cinto de segurança. Quem tem até 7,5 anos de idade deve estar, obrigatoriamente, acomodadas nas cadeirinhas. No Brasil, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres, apenas 2% dos passageiros de ônibus usam o equipamento. As restrições para crianças reduzem a probabilidade de um acidente fatal por: entre crianças entre crianças 70% 54% - 80% Aprox. Entre book_ambev.indd 16 15/09/2017 08:34:10 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 17 6. Uso de Celular Desde 1999, o Brasil exige o acessório com três pontas para os passageiros do banco traseiro. Nos veículos mais antigos, é permitido o uso do cinto abdominal. Família segura: recomenda-se o uso de cintos de segurança específicos para cachorros, que não podem ficar soltos ou circular pelo banco da frente. A OMS indica que uso do cinto de segurança reduz o risco de ferimentos fatais em... A combinação de celular e direção aumenta em quatro vezes o risco de acidente no trânsito, segundo a OMS. O uso do celular distrai o motorista em 4 dimensões: visual, cognitiva, física e auditiva. O Ministério das Cidades desenvolveu o aplicativo Mãos no Volante que bloqueia notificações e ligações e envia automaticamente a mensagem “Estou dirigindo no momento. Ligo mais tarde” O uso de celular ao volante tornou-se infração gravíssima, rendendo ao brasileiro sete pontos na carteira e multa de quase R$ 300. De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (CTB), o motorista pode ser autuado mesmo se estiver parado no semáforo, somente segurando o celular. O USO DE CELULAR AO VOLANTE TORNOU-SE INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA, para ocupantes dos bancos traseiros 50% até 75% até para ocupantes do banco dianteiro book_ambev.indd 17 15/09/2017 08:34:14 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201718 Nos últimos 20 anos, os centros urbanos se transformaram em verdadeiras plataformas de produção, inovação e comércio, induzindo a concentração populacional nessas regiões. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), esse movimento também aconteceu na América Latina e deve aumentar ainda mais. Até 2020, 90% da população brasileira estará vivendo nas cidades, assim como seus vizinhos do Cone Sul (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai). A taxa de urbanização já alcança 85%. As Cidades do Futuro: mais seguras e sustentáveis TENDÊNCIAS book_ambev.indd 18 15/09/2017 08:34:24 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 19 Há, pelo menos, duas leituras para esse cenário. Por um lado, as 600 maiores cidades globais já respondem por um quinto da população e 60% do PIB mundial, por outro elas precisam ser urgentemente redesenhadas para acomodar o aumento populacional, gerado não só pela migração do campo, mas também pelo envelhecimento da população e as taxas de natalidade (mais altas) e mortalidade (mais baixas). A urbanização no mundo – Figura 1 Fonte: World Cities Report 2016 (ONU) 54% DA POPULAÇÃO MUNDIAL RESIDE EM ÁREAS URBANAS Crianças e jovens até 24 anos respondem por 24% da população global. Na outra ponta, 12 % da população mundial possui 60 anos ou mais. Essa faixa é a que mais cresce: 3,26 % ao ano. O DESAFIADOR RETRATO DEMOGRÁFICO book_ambev.indd 19 15/09/2017 08:34:24 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201720 Sem planejamento e modernização, os serviços públicos e de infraestrutura entram em colapso. A mobilidade, segundo a ONU, é um dos pontos fundamentais dentro dessa nova Agenda Urbana. Não basta tornar disponível transporte acessível e sustentável. É preciso lançar mão de mais estratégias viárias que levem em consideração outras variáveis, como a taxa de motorização, que cresce junto com a população. De acordo com a McKinsey, as vendas de automóveis devem atingir 125 milhões de unidades por ano até 2025 e a maior parte desse montante deve circular pelas cidades. O congestionamento é um mal que atinge todas as grandes cidades e pode custar, de acordo com a McKinsey, de 2 a 4% do PIB nacional, quando contabilizado a perda de tempo, o combustível consumido e o aumento do custo de se fazer negócios nesses centros. Soma-se a isso a poluição atmosférica e a violência viária. Para a ONU, uma estratégia de mobilidade sustentável se faz necessária para proteger a saúde dos usuários e do meio ambiente, além de promover a prosperidade econômica. Para chamar a atenção da comunidade internacional, não só dos governos, a ONU também endereça os desafios das cidades, com ênfase na melhoria dos serviços básicos, em sua Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Segurança viária, por exemplo, está relacionada a dois objetivos: ODS 3 (Saúde e Bem-Estar) e ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis). Uma solução ampla e integrada A Segurança Viária na Agenda 2030 – Figura 2 Fonte: Agenda 2030 (ONU) OBJETIVO 3: Saúde e Bem-Estar OBJETIVO 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades 3.6 Até 2020, reduzir pela metade as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis 11.2 Até 2030, proporcionaro acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária por meio da expansão dos transportes públicos, com especial atenção para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosos book_ambev.indd 20 15/09/2017 08:34:24 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 21 Como 90% dos acidentes são causados pelo fator humano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou recentemente um pacote técnico de intervenções prioritárias capazes de ajudar os países a atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. A ação sugere uma abordagem sistêmica, baseada nos principais fatores de risco e em possíveis intervenções a partir de uma perspectiva holística. O próprio nome, Save Lives, ou Salvar Vidas em tradução literal, remete à ambição da entidade de evitar acidentes, de assegurar que as ocorrências não causem ferimentos graves ou óbitos e, se nada disso der certo, garantir o atendimento correto de traumas. De acordo com a OMS, a segurança viária é formada por seis componentes e 22 intervenções totalmente interconectados. O segredo para tornar ruas, avenidas e estradas do mundo todo mais seguras está na implementação integrada dessas medidas. Para a OMS, os acidentes de trânsito são previsíveis e evitáveis book_ambev.indd 21 15/09/2017 08:34:30 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201722 O pacote Save Lives – Figura 6 Fonte: Save LIVES - A road safety technical package (OMS) COMPONENTE INTERVENÇÕES BENEFÍCIOS Controle de Velocidade • Estabelecer e impor leis de limite de velocidade em todo o país • Construir ou modificar vias para acalmar o tráfego, como rotundas, estreitamentos ou blitz • Exigir que os fabricantes de automóveis instalem novas tecnologias que ajudem a lembrar os motoristas dos limites de velocidade • Redução das lesões e mortes no trânsito, além dos custos socioeconômicos relacionados • Melhoria na poluição do ar, no consumo de combustível e na poluição sonora • Ambiente mais amigável para práticas de caminhada e ciclismo Liderança na segurança viária • Criar uma agência para liderar a segurança rodoviária • Desenvolver e financiar uma estratégia de segurança rodoviária • Avaliar o impacto das estratégias de segurança rodoviária • Monitorar a segurança rodoviária através do fortalecimento de sistemas de dados • Aumentar a conscientização e o apoio público por meio de campanhas educacionais • Desenvolvimento de uma governança para realizar intervenções específicas • Sensibilização e Mobilização de Stakeholders • Alocação de recursos financeiros e humanos para desenvolvimento e implementação da política de segurança viária • Melhoria contínua da coordenação da política de segurança rodoviária • Aumento da conscientização sobre os fatores de risco e medidas cabíveis de prevenção Design e melhoria da Infraestrutura • Fornecer segurança a todos os usuários de vias por meio de calçadas, áreas de descanso, faixas de pedestres • Criar faixas para bicicletas e motos • Tornar os dois lados das vias mais seguras com o uso de zonas mais claras e barreiras • Desenvolver interseções mais seguras • Criar vias de acesso separadas das estradas • Priorizar as pessoas, criando zonas livres de veículos • Restringir o tráfego e a velocidade nas zonas residenciais, comerciais e escolares • Fornecer rotas melhores e mais seguras para o transporte público • Redução de acidentes, dos custos socioeconômicos relacionados e também de emissões • Promoção da saúde por meio do ambiente mais amigável para caminhada e ciclismo • Fomento a novas formas de deslocamento e redução de viagens desnecessárias Padrões de Segurança dos Veículos • Estabelecer e aplicar leis relacionadas ao uso de cintos; a ancoragens do cinto de segurança impacto frontal; impacto lateral; controle eletrônico de estabilidade; proteção para pedestres; e pontos de restrição infantil • Desenvolver regulamentos para os sistemas de travagem antibloqueio de motos e também para o uso de luzes de corrida durante o dia. • Diminuição das lesões e mortes no trânsito, além de custos relacionados • Expansão do uso de tecnologias para a segurança veicular, além das opções tradicionais voltadas para infraestrutura, legislação e fiscalização Execução da Lei • Estabelecer e fiscalizar o atendimento a leis a nível nacional, regional e municipal em relação ao consumo responsável de bebidas alcoólicas e ao uso de capacetes, cintos e restrições específicas para crianças • Redução no número de fatalidades e ferimentos em acidentes, além dos custos socioeconômicos associados • Melhoria no cumprimento das leis de trânsito Sobrevivência após a colisão • Desenvolver cuidados de emergência pré- hospitalares e sistemas organizados de emergência • Treinamento do atendimento em cuidados básicos de emergência • Promover treinamento de primeiros socorros na comunidade • Redução de mortes e incapacidades resultantes de ferimentos em acidentes no trânsito; • Diminuição dos custos socioeconômicos relacionados • Utilização mais eficiente e eficaz dos recursos de saúde existentes em todos os níveis do sistema; • Aumento da capacidade do sistema de atendimento de emergência book_ambev.indd 22 15/09/2017 08:34:30 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 23 Para o Diretor da OMS, Dr Etienne Krug, responsável pelo pacote Save Lives, “se colocado em prática de forma estratégica, este pacote de medidas contribuirá para provar que as mortes e as lesões nas estradas não precisam ser um subproduto inevitável de nossas sociedades altamente móveis e que, juntos, podemos construir um futuro em que prevalece uma cultura de segurança rodoviária”. book_ambev.indd 23 15/09/2017 08:34:37 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201724 Benchmarks Nacionais O combate à violência no trânsito no Brasil ganhou, nos últimos anos, importantes aliados. Entre as iniciativas que surgiram, duas podem servir como referência para outros estados e municípios. Inspirado na Década de Ação Pela Segurança Viária, este programa do Governo do Estado de São Paulo tem uma meta clara: reduzir pela metade as vítimas fatais nos acidentes de trânsito até 2020. Para isso, está fundamentado em cinco pilares: gestão da segurança viária, vias mais seguras, veículos mais seguros, usuários mais conscientes e resposta pós-acidente. Medidas e políticas públicas relacionadas à segurança no trânsito são sugeridas a partir de um hub de inteligência, que integra informação e organizações públicas e privadas. Destacam-se: • INFOSIGA SP: banco de dados de acidentes de trânsito de diversas fontes. Atualizado mensalmente, permite identificar o perfil do caso, da vítima e da frota. A confiabilidade desses indicadores dá mais agilidade e precisão na tomada de decisão; • INFOMAPA SP: Mapeamento de óbitos em acidentes de trânsito no Estado de São Paulo; • Relatórios: Compilam dados de 645 municípios, incluindo perfil do acidente, da vítima e localização geográfica; • Governança: Reuniões mensais com cerca de sete parceiros, reuniões quinzenais de acompanhamento, reuniões trimestrais de prestação de contas com o governo e eventos para compartilhamento de melhores práticas. Criado em agosto de 2015, o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito já ajudou na implementação de mais de 112 ações, como faixas elevadas, recuperação de placas, otimização de blitzes, treinamento de equipes de trânsito, recapeamento de estradas e radares de velocidade, por exemplo. Em um ano, o número de acidentes registrou uma queda de 11% nos municípios do programa. book_ambev.indd 24 15/09/2017 08:34:38 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 25 A parceria entre o governo de Brasília e a iniciativa privada, junto com o Centro de Estudos de Liderança Pública (CLP), também tem um foco claro: reduzir óbitos e feridos em acidentesde trânsito e melhorar a saúde da população. A atuação em duas frentes segue uma única filosofia: foco único, atuação integrada, mensuração de resultados, disciplina na execução, mudança de atitude e mudança no estilo de vida. O esforço não é em vão: as estatísticas apontam que a cada 45 minutos há um acidente com vítima no DF. No que diz respeito à segurança viária, o Brasília Vida Segura contou com uma fase inicial de análise do banco de dados. Esse trabalho possibilitou a identificação das causas dos acidentes e a definição das principais frentes de atuação do programa: (1) conscientização dos usuários; (2) segurança dos veículos e das vidas; (3) resposta aos acidentes. Na 2ª fase, o Comitê de Segurança Viária foi criado para agregar esforços e dados. Várias medidas de melhoria surgiram: para a QNM 17 e 18, redução da velocidade da via, instalação de semáforo de veículos, ativação de semáforo de pedestres, programação do tempo de “vermelho geral”, distanciamento das faixas da esquina e implantação de radar de velocidade no trecho; para a CNM 1 e 2, redução da velocidade da via, instalação de gradil de bloqueio de travessia fora da faixa e definição de ponto de fiscalização. O Governo apresentará os resultados consolidados em breve, mas dados preliminares indicam que a violência viária está em desaceleração. book_ambev.indd 25 15/09/2017 08:34:47 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201726 PANORAMA MUNDO Este é o trabalho que entidades como a Organização Mundial de Sáude (OMS) e Organização das Nações Unidas (ONU) vem fazendo para tornar avenidas e estradas mundo afora mais seguras. Como resultado, observa-se que o número de mortes por lesões no trânsito no mundo estabilizou desde 2007, mesmo com o aumento populacional e de motorização. Ainda assim, os 1,25 milhão de óbitos em 2013 em ruas, avenidas e estradas do mundo todo foi superior à população de São Francisco (EUA), Bruxelas (Bélgica), Colônia (Alemanha) e Hiroshima (Japão). Acelerar esforços para frear a violência viária book_ambev.indd 26 15/09/2017 08:34:55 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 27 Os 50 milhões de feridos em vias de todo mundo também formam um contingente superior à população da Espanha. Ambos são dados da OMS. A entidade trabalha dados de 180 países de um total de 195 Estados-membro. Cobrem mais de 6,97 bilhões de pessoas ou 97% da população mundial. Para a OMS, esse monitoramento torna possível traçar tendências, planejar ações de prevenção, identificar progressos e comparar em escala mundial os óbitos por acidentes de trânsito com as mortes por outras causas. Histórico de violência no trânsito no mundo e por nível de renda – Figura 1 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) Entre 2010 e 2013, 17 países, representando 409 milhões de pessoas, reforçaram suas leis relacionadas a, pelo menos, um dos principais fatores de risco: velocidade, consumo de bebidas alcoólicas associado à direção de veículos e uso de cinto de segurança, cadeirinha para crianças e capacete. Ainda assim, as 10 nações mais populosas do mundo representaram 56% das mortes no trânsito em 2013, segundo a OMS. O Brasil, quinto país mais populoso do mundo, foi apontado como o país que mais endureceu às leis de segurança, que visam melhorar o comportamento dos usuários e evitar colisões, lesões e óbitos. Para a entidade, a aplicação rigorosa e contínua da lei é apontada, ao lado das campanhas de sensibilização, como a principal estratégia de educação da população. Número de óbitos no trânsito em 2013 é maior que a população de São Francisco (EUA), Bruxelas (Bélgica) e Hiroshima (Japão) 2001 (23) Baixo Médio Alto (34) (11) 35 40 4 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 2004 2007 20132010 Mais mortes Menos mortes 2001 (23) Baixo Médio Alto (34) (11) 35 40 4 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 2004 2007 20132010 Mais mortes Menos mortes Mortes por acidentes rodoviários no mundo (em milhões) Países que revelaram alterações no número de mortes por lesões de trânsito, entre 2010 e 2013, por nível de renda book_ambev.indd 27 15/09/2017 08:34:56 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201728 O ataque aos fatores de risco nos países entre 2011 e 2014 – Figura 2 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) A aplicação de leis nos países mais populosos – Figura 3 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) País Velociadade Bebida e direção Uso de Capacete Uso de cinto de segurança Uso de cadeirinhas infantis China Índia Estados Unidos Indonésia Brasil Paquistão Nigéria Bangladesh Rússia Japão Ve lo ci da de Número de países Ca pa ce te s Co nd uç ão s ob ef ei to d o ál co ol Ci nt os d e se gu ra nç a S is te m as d e re te nç ão pa ra c ri an ça s 0 20 40 60 80 100 120 Ve lo ci da de População (milhões) Ca pa ce te s Co nd uç ão s ob ef ei to d o ál co ol Ci nt os d e se gu ra nç a S is te m as d e re te nç ão pa ra c ri an ça s 0 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 Países com leis de acordo com as melhores práticasPaíses com novas leis de acordo com as melhores práticas Aplicação rigorosa e contínua da lei e campanhas de sensibilização, são as principais estratégias de educação da população book_ambev.indd 28 15/09/2017 08:34:56 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 29 Entre 2010 e 2013, 79 países registraram uma redução no número de óbitos no trânsito, enquanto 68 países tiveram aumento. Destes países, 84% eram de baixa ou média renda. É possível afirmar, segundo a OMS, que o risco de morte é maior na África, cuja taxa de mortalidade é de 26,6, que na Europa, que apresentou um índice de 9,3, inferior à média mundial de 17,4. O que é mais preocupante é que a violência no trânsito coloca em risco o futuro dos países. O trânsito é a maior causa de morte na faixa etária que vai dos 15 aos 29 anos. A OMS lançou recentemente um alerta para mais uma estatística: 115 mil adolescentes morreram em ruas, avenidas e estradas em 2015. Acidentes de trânsito tornaram-se a principal causa de morte de uma faixa etária que se estende dos 10 aos 19 anos. Os garotos estão entre as principais vítimas. Índice de Mortalidade no trânsito (por 100 mil habitantes), em 2013 – Figura 4 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) 0 5 10 15 20 25 19,9 26,6 17,4 17,3 17,0 15,9 9,3 30 A fr ic an a M ed ite rr ân eo O ri en ta l Pa cí fic o O ci de nt al S ud es te A si át ic o M un do A m ér ic as Eu ro pé ia Violência no Trânsito coloca em risco o futuro dos países Taxas de Mortalidade por Acidentes Rodoviários, por 100 mil habitantes book_ambev.indd 29 15/09/2017 08:34:57 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201730 Os jovens e adolescentes encaixam-se justamente na categoria considerada pela OMS como mais vulnerável. Também fazem parte desse grupo motociclistas, ciclistas e pedestres, que respondem por 50% das mortes em vias públicas, de acordo com o Relatório Global sobre o Estado de Segurança Viária 2015. Embora a maior proporção de acidentes esteja concentrada na África (43%), a OMS também disparou um alerta para a região das Américas, cuja proporção de óbitos em acidentes de moto aumentou de 15% para 20% em três anos. Ainda assim, a entidade vê sinais de melhoras, visto que mais da metade dos países (92) mostrou-se atenta a essas estatísticas, em comparação ao levantamento de 2010 (68), uma vez que medidas de segurança para uma convivência harmoniosa entre as formas de locomoção foram incrementadas. book_ambev.indd 30 15/09/2017 08:35:04 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 31 Mortes por lesões no trânsito, por tipo de usuário e por região da OMS – Figura 6 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)A OMS revela outra estatística impressionante: para cada óbito no trânsito há, pelo menos, outros 20 feridos. Esse número, segundo a entidade, pode ser ainda maior visto que, muitas vezes, nem todas as colisões são registradas pela polícia. Esse contingente de feridos tem impacto considerável na qualidade de vida dos cidadãos e também nos custos econômicos dos países, que precisam adotar estratégias de segurança viária, com objetivos e metas tangíveis. Dos 180 países pesquisados, 150 possuíam uma política de segurança parcial ou totalmente implementada em 2013, um aumento de quase 15% em relação a 2010. Esse e outros recortes reforçam a percepção da OMS de que progressos foram feitos. No entanto, os esforços para reduzir acidentes viários foram claramente insuficientes se os padrões globais traçados para atingir as metas do Desenvolvimento Sustentável. Qualidade de Cinema Em 2015, o cineasta francês Luc Besson, responsável pelos longas O Profissional e O Quinto Elemento, aceitou convite da ONU para expor como a violência no trânsito afeta as futuras gerações. Com pouco mais de três minutos, o filme traz cenas da França e da África do Sul para sensibilizar autoridades a implementar medidas mais seguras para as crianças. Para cada óbito, há outros 20 feridos 15% ÁFRICA MUNDO EUROPA PACÍFICO OCIDENTAL 45% ORIENTE MÉDIO SUDESTE DA ÁSIA 4% 22% 23% 31% 21% 7%14% 23% 22% 34% 3% 13% 34% 16% 34% 3% 27% 11% 45% 14% 4% 39% 7% 40% 11% 4%10% 26% 9% 51% AMÉRICA 35% 21% 3% 22% 20% Automóvel Veículo não-motorizado Motocicleta Pedestre Outros book_ambev.indd 31 15/09/2017 08:35:05 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201732 PANORAMA BRASIL Com reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) por ter reforçado o combate à violência no trânsito, o Brasil obteve alguns avanços em suas estatísticasem comparação ao ano anterior. A taxa de óbitos atingiu 19,2 por 100 mil habitantes. Este foi o melhor resultado no índice de mortalidade por esta causa desde 2004. A diminuição do número de mortes é, sem dúvidas, um indicador de progresso conquistado, principalmente diante da ampliação da frota de veículos. Brasil: as particularidades de um desafio global O índice de óbitos por 100 mil habitantes em chegou a 19,2 em 2015, o melhor resultado desde 2004 book_ambev.indd 32 15/09/2017 08:35:13 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 33 O problema está, porém, longe de ter sido resolvido. Os acidentes de trânsito representam a segunda maior causa de morte evitável no Brasil, a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). O avanço em uma ponta não se vê em outra: foram mais de 203 mil feridos em 2015, 29,2% maior que o registrado em 2010, ano em que o Brasil aderiu à Década de Segurança no Trânsito da Organização das Nações Unidas (ONU). A ação em componentes e intervenções sugeridos pela OMS apresenta-se como caminho promissor para mais conquistas. Além da boa legislação relacionada aos principais fatores de risco (respeito aos limites de velocidade, não associar direção à consumo de bebida alcoólica, distração provocada pelo celular, uso de capacete, cinto de segurança e de cadeirinha para crianças), a entidade ressalta a importância de otimizar os esforços para a aplicação das leis de forma a educar a população e garantir os resultados de segurança. Outro ponto destacado é a ampliação da atenção às necessidades dos usuários mais vulneráveis (pedestres, ciclistas e motociclistas). A violência em relação a esse grupo é maior no Brasil: superou 50% do total de óbitos em 2015, enquanto no mundo esse grupo representa 49%. Retrato de óbitos por região Histórico de vítimas fatais e feridos – Figura 1 Fonte: Retrato da Segurança Viária 2017 (Ambev, Falconi Consultores de Resultado) Histórico de Óbitos (2004-2015) Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes Histórico de Feridos (2004-2015) Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes 11 3. 81 4 12 1. 40 2 12 3. 85 1 12 1. 61 2 10 1. 90 4 13 2. 48 7 15 7. 76 4 17 0. 50 0 17 7. 48 7 19 1. 86 1 20 3. 12 8 20 3. 85 3 63,5 65,9 66,3 64,2 53,7 69,2 82,7 88,6 91,5 95,4 100,2 99,7 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015. 35 .3 58 36 .2 95 36 .8 08 37 .9 07 38 .8 27 38 .1 16 43 .6 06 44 .1 98 45 .6 89 43 .0 75 44 .4 71 39 .3 33 19,7 19,7 19,7 20,0 20,5 19,9 22,9 23,0 23,6 21,4 21,9 19,2 5,0 7,0 9,0 11,0 13,0 15,0 17,0 19,0 21,0 23,0 25,0 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015. Em 2015, as cinco regiões brasileiras apresentaram redução no número de óbitos por acidente de trânsito. Em termos absolutos, as áreas mais populosas representaram parte mais significativa dessa queda. Com 42% da população, o Sudeste, registrou 13.141 óbitos em 2015, uma diminuição de 2.462 mortes (15,8%) em relação a 2014. Apesar de liderar o ranking brasileiro em números absolutos, a região obteve o menor índice (15,3) de óbitos por 100 mil habitantes do Brasil, cuja média foi de 19,2 em 2015. Na outra ponta está o Centro-Oeste, onde foi observada uma redução foi 13,1%, somando 4.107 vítimas de trânsito em 2015, em relação ao ano anterior. Foi o menor volume de fatalidades do país. Ao analisar o número de óbitos por 100 mil habitantes, o Centro-Oeste destacou-se como a região mais violenta do Brasil, com taxa de 26,6. book_ambev.indd 33 15/09/2017 08:35:13 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201734 Com o segundo maior número de óbitos por acidente de trânsito no Brasil, o Nordeste registrou 12.387 fatalidades em 2015, queda de 7,8%. Com o avanço, 1.043 vidas foram poupadas em comparação com o ano anterior. Embora o índice de óbitos (21,9) por 100 mil habitantes tenha sido o segundo maior do Brasil, foi o menor dos últimos cinco anos. Na região Norte, verificou-se uma ligeira queda no número de vítimas em relação aos anos anteriores, totalizando 3.627 em 2015, uma queda de 3,7%, também em relação ao ano anterior. O indicador de óbitos por 100 mil habitantes acompanha esse desempenho, registrando 20,8, pouco acima da média brasileira (19,2). Finalmente, a região Sul alcançou o seu melhor desempenho desde 2004, com 6.071 fatalidades em 2015, 874 a menos que o ano de 2014, o que representou uma redução de 12,6%. A taxa de mortalidade, que contrapõe o número óbitos por 100 mil habitantes, foi de 20,8, a menor registrada desde 2004. Em suma, em relação a 2010, ano em que o Brasil aderiu à Década de Segurança no Trânsito da ONU, verificou-se que todas as regiões reduziram seu indicador de óbitos por 100 mil habitantes. Ao comparar a fotografia de 2010 e de 2015 no que diz respeito a número absoluto, fica claro que ainda há muito a se fazer para segurança viária no país. Um país de contrastes: as regiões mais populosas representaram parte significativa nos esforços para frear a violência viária. Óbitos por valor absoluto e por 100 mil habitantes por região em 2010 e 2015 – Figura 2 Fonte: Retrato da Segurança Viária 2017 (Ambev, Falconi Consultores de Resultado) Região 2010 2015 Número de óbitos Índice de óbitos/100 mil habitantes Número de óbitos Índice de óbitos/100 mil habitantes Norte 3495 22,0 3627 20,8 Nordeste 12090 22,8 12397 21,9 Centro-Oeste 4489 31,9 4107 26,6 Sudeste 15993 19,9 13141 15,3 Sul 7359 27,5 6071 20,8 book_ambev.indd 34 15/09/2017 08:35:13 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 35 Retrato de óbitos por Estado Cerca de 80% dos óbitos por acidentesde trânsito em 2015 concentraram-se em 13 dos 27 estados da federação. São eles: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, Santa Catarina e Piauí. Ranking dos Estados com o maior e o menor número de óbitos em 2015 – Figura 3 Fonte: Retrato da Segurança Viária 2017 (Ambev, Falconi Consultores de Resultado) Posição Estado 5 Estados com maior número de óbitos em 2015 Estado 5 Estados com menor número de óbitos em 2015 Número absoluto Variação 2014-2015 (%) Número absoluto Variação 2014-2015 (%) #1 SP 6035 -15% AP 93 -28% #2 MG 4053 -11% AC 115 -17% #3 PR 2680 -13% RR 166 10% #4 BA 2390 -12% AM 424 -8% #5 CE 2325 -24% DF 469 -15% Ranking dos Estados com maior e menor índice de óbitos por 100 mil habitantes – Figura 4 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) Posição 5 Estados com maior índice de óbitos por 100 mil habitantes 5 Estados com menor índice de óbitos por 100 mil habitantes Estado Taxa Estado Taxa #1 TO 37,2 AM 10,8 #2 PI 36,8 AP 12,1 #3 MT 33,2 RJ 13,3 #4 RR 32,8 SP 13,6 #5 RO 28,9 AC 14,3 book_ambev.indd 35 15/09/2017 08:35:14 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201736 São Paulo foi o estado com maior número de óbitos, embora possua o 4º menor indicador de óbitos por 100 mil habitantes do país, atrás de Amazonas, Amapá e Rio de Janeiro. A violência no trânsito do líder do ranking pode ser comparada à de países desenvolvidos, como Estados Unidos e Portugal. O índice de 10,8 obtido pelo Amazonas em 2015 reforçou uma curva decrescente, após o pico 14,2 registrado em 2011. Em números absolutos, o desempenho, embora mais modesto, mantém o estado entre os cinco com menor volume de fatalidades. Foram 424 vítimas em 2015, 8% a menor que o ano anterior. O valor total é o menor dos últimos cinco anos. O Amapá lidera o ranking de estados com menor número de fatalidades por acidentes de trânsito em 2015. Foi o melhor desempenho da taxa de mortalidade (12,1) e do valor absoluto (93) desde 2004. Na terceira posição, o Rio de Janeiro apresentou 2.202 óbitos em 2015, redução de 24% em relação ao ano anterior. Trata-se da 2ª maior redução em número absoluto e em percentual. O estado repete o feito do Amapá ao registrar o melhor desempenho da taxa de mortalidade (13,3) e do valor absoluto (2202) desde 2004. O Acre acumulou 115 óbitos por acidentes de trânsito em 2015. Em Alagoas, o número de vítimas caiu para o menor patamar desde 2009, com 759 óbitos e índice de 22,6 óbitos por 100 mil habitantes. O Distrito Federal apresentou uma redução de 83 fatalidades no trânsito de 2014 para 2015. Com o aumento populacional, o índice de óbitos por 100 mil habitantes despencou no período 2005-2016. O Espírito Santo manteve a redução no número de óbitos observada desde 2011, atingindo em 2015 o melhor patamar dos últimos dez anos. Tocantins encabeçou o ranking dos estados com pior índice de óbitos por 100 mil habitantes do país (37,2) em 2015. O estado acumulou 563 fatalidades por acidentes de trânsito, o que significa que 30 vidas foram poupadas em relação a 2014, quando ocupou a vice-liderança no indicador de óbitos por habitantes. Embora tenha caído uma posição, o Piauí também patina nas estatísticas. O índice de óbitos por 100 habitantes, o segundo pior do país, caiu de 40,7 em 2014 para 36,8 em 2015. Isso representa 1.178 pessoas mortas por acidentes de trânsito. Em números absolutos, o total foi o menor registrado desde 2011, mas ainda muito superior ao de 2004, quando 504 pessoas foram vítimas da violência viária. De uma ponta a outra: índices dos estados brasileiros podem ser comparados ao de países de alta renda, como EUA e Portugal, e também aos de menor renda, como Venezuela e Serra Leoa MAIS AVANÇOS E RECUOS book_ambev.indd 36 15/09/2017 08:35:14 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 37 Apesar de sensível melhora no período 2014- 2015, o Mato Grosso mantém entre os estados com pior desempenho do país, com um índice de 33,2. Desde 2008, o indicador do estado mantém-se superior a 30,0, comparável à países como Venezuela e República Dominicana. Roraima, por sua vez, possui o o terceiro menor número de vítimas por acidentes de trânsito, mas o índice de óbitos por 100 mil habitantes coloca o estrado entre os quatro piores do país. A taxa é comparável às apresentadas por países como Quênia, Uganda e Serra Leoa. Rondônia obteve uma queda de 5% na quantidade de óbitos no trânsito em 2015, após a visível e positiva mudança de patamar entre 2012 e 2013. Ainda assim, o índice de óbitos por 100 mil habitantes (28,9) em 2015 foi bem mais alto que a média nacional (19,2). Outros estados com taxa de mortalidade preocupante são Goiás (28,3) e Mato Grosso do Sul (25,6). Paraíba (5%), Rio Grande do Norte (2%) e Sergipe (2%) acumularam a maior alta no número de vítimas em 2015, em relação ao ano anterior. Número de óbitos, variação e indicador de óbitos dos estados brasileiros – Figura 5 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) RR 166 (3%) 32,8 SE 548 (2%) 24,4 AL 756 (9%) 22,6 PE 1.941 (0%) 20,8 PB 1.022 (5%) 25,7 RN 601 (2%) 17,5 CE 2.325 (12%) 26,1 BA 2.390 (15%) 15,7 TO 563 (5%) 37,2 PI 1.178 (9%) 36,8 MA 1.623 (10%) 23,6 PA 1.755 (0%) 21,5 AP 93 (28%) 12,1 AM 424 (8%) 10,8 AC 115 (7%) 17,5 RO 511 (5%) 28,9 MT 1.085 (10%) 33,2 DF 469 (15%) 16,1 MS 680 (21%) 25,6 SP 6.031 (15%) 13,6 MG 4.053 (11%) 19,4 PR 2.680 (13%) 24,0 SC 1.605 (13%) 23,5 RJ 2.202 (24%) 13,3 ES 855 (9%) 21,8 RS 1.786 (12%) 15,9 LEGENDA ESTADO Núm. de óbitos (Var.14x15) Indicador óbitos/100mil hab. GO 1.873 (11%) 28,3 Brasil 39.333 (12%) 19,2 book_ambev.indd 37 15/09/2017 08:35:14 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201738 Retrato de óbitos por município Na avaliação geral, 20% dos municípios representaram, em 2015, cerca de 80% dos óbitos por acidentes de trânsito no Brasil. Seis capitais representaram 10% das fatalidades. São elas: São Paulo, Fortaleza, Rio de Janeiro, Recife, Brasília e Teresina. Mesmo tendo a melhor taxa de mortalidade, São Paulo foi a única cidade a apresentar mais de 1000 óbitos por ano. 83% dos municípios registraram 10 fatalidades ou menos por ano. A boa notícia é que 24% de total de municípios (1100) não registraram óbito por acidente de trânsito em 2015. A Cidade de Bayeux, na Paraíba, estado com um dos piores indicadores sociais do país, registrou apenas 1 morte por 100 mil habitantes. Em seguida, estão a fluminense São João de Meriti e a catarinense Camboriú. No outro extremo, estão Presidente Dutra (MA), com 154,24 óbitos a cada 100 mil habitantes, Sobral (CE), com 125,40, e Miracatu (SP), com taxa de 112,01. Das dez cidades com maiores índices de óbitos por 100 mil habitantes no Brasil, cinco estão na região Nordeste. Dez capitais com maior número de óbitos no Brasil – Figura 6 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) Estado Município Número de óbitos 2015 Variação óbitos (%) 14x15 Óbitos /100 mil hab. 2015 São Paulo São Paulo 1082 -18% 9,0 Ceará Fortaleza 620 -17% 23,9 Rio de Janeiro Rio de Janeiro 610 -41% 9,4 Pernambuco Recife 527 -6% 32,6 Distrito Federal Brasília 469 -15% 16,1 Piauí Teresina 436 -16% 51,6 Goiás Goiânia 432 -19% 30,2 Minas Gerais Belo Horizonte 428 -16% 17,1 Bahia Salvador 316 -19% 10,8 Amazonas Manaus 311 -14% 15,1 book_ambev.indd 38 15/09/2017 08:35:14 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 39 Dez municípios com maior índice de óbitos por 100 mil habitante – Figura 7 (considerados apenas municípios com mais de 20 mil hab.) Na avaliação geral, 78% dos municípios reduziram a quantidade de fatalidades. 15% registraram alta no número de óbitos e 7% mantiveramo desempenho. Apesar do claro esforço de algumas cidades, é clara a necessidade de engajamento e reforço às estratégias de combate à violência no trânsito em todos os cantos do país. Estado Município Número de óbitos Variação óbitos (%) 14x15 Óbitos /100 mil hab. 2015 Maranhão Presidente Dutra 72 -19% 154,2 Ceará Sobral 253 -5% 125,4 São Paulo Miracatu 23 64% 112,0 Goiás Santa Helena de Goiás 38 -22% 99,0 Piauí Corrente 24 118% 92,0 Piauí Valença do Piauí 18 80% 87,5 Mato Grosso Diamantino 18 -10% 85,5 Ceará Barbalha 50 -28% 85,0 Pará Redenção 67 -16% 82,9 Pará Eldorado dos Carajás 27 145% 82,7 Variação dos óbitos 2014x2015 acumulado nos Estados – Figura 8 Reduziram os óbitos Aumentaram os óbitos Manutenção dos número de óbitos 78% 15% 7% book_ambev.indd 39 15/09/2017 08:35:14 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201740 Retrato de óbitos por tipo de usuário Em 2015, observou-se no Brasil uma similaridade ao retrato global traçado pela OMS, uma vez que os usuários mais vulneráveis das vias, ruas e estradas foram tragados para o centro da violência no trânsito. Juntos, motocicletas, bicicletas e pedestres representaram 66% do total de acidentes. Das 39.333 fatalidades, 12.126 eram motociclistas ou passageiros de motos. Eles representaram o maior grupo de vítimas (39%), um aumento considerável em relação a 2004 (23%). A representatividade dos carros caiu de 39%, em 2014, para 31%, em 2015, a segunda maior fatia do país. Pedestres (23%), bicicletas (4%) e caminhões e ônibus (3%) completaram as estatísticas. BRASIL NORTE NORDESTE CENTRO OESTE SUDESTE SUL 31% 4% 3% 39% 23% 29% 6% 3%23% 39% 2004 2015 21% 4% 2% 47% 26% 20% 6% 3% 27% 44% 2004 2015 24% 3% 2% 53% 18% 28% 28% 4% 3% 37% 36% 6% 4% 38% 16% 33% 9% 6%25% 27% 2004 2015 33% 33% 8% 4%22% 39% 5% 5%29% 22% 29% 33% 31% 3% 4% Automóvel Veículo não-motorizado Caminhão e Ônibus Motocicleta Pedestre 2004 2015 2004 2015 2004 2015 5% 27% 48% 2% 18% Óbitos por tipo de usuário – Figura 9 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) book_ambev.indd 40 15/09/2017 08:35:15 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 41 Retrato dos Feridos A violência no trânsito não se limita ao número de óbitos. A quantidade de feridos atingiu um pico histórico em 2015, somando 203.853 pessoas lesionadas. O dado representa um aumento de 0,36% em relação a 2014 e de 29,21% em relação a 2010, quando o compromisso com a ONU pela redução nas estatísticas de violência no trânsito foi assinado. As estratégias e medidas implementadas no país mostraram-se insuficientes para frear o crescimento contínuo observado desde 2008. No acumulado do período 2004-2015, saíram feridas de acidentes de trânsito nas vias brasileiras mais de 1,8 milhão de pessoas, valor superior ao número de habitantes de diversas capitais brasileiras, como Recife (PE), Curitiba (PR), Manaus (AM), Campo Grande (MS) e Belo Horizonte (MG). A taxa de feridos por 100 mil habitantes chegou a 99,7 em 2015, uma queda de 0,47% em relação ao ano anterior, mas ainda muito superior a 2004 e a 2010. Os acidentes fatais com motocicletas predominaram no Norte e Nordeste do país em 2015. Nesta última, das 53% das vítimas eram motociclistas. O número de óbitos deste usuário no Nordeste foi acompanhado de outras estatísticas: 44% da frota da região é formada por motocicletas, a modalidade que mais cresceu desde 2004 (+380,1%). Uma possível correlação com esse elevado número de motocicletas é o PIB per capita da região, o menor do país. A realidade no norte do país não é tão diferente: a frota de motos cresceu 358% no mesmo período e o número de óbitos de motociclistas disparou (47%), superando a média nacional (39%). Ainda que a representatividade da motocicleta tenha aumentado de 25%, em 2004, para 38%, em 2014, os automóveis ainda são responsáveis boa parte (36%) das vítimas do Centro-Oeste. O percentual de óbitos de pedestres é o menor dentre as regiões, somando 16% em 2015. É o oposto do Sudeste, onde 29% dos 13.141 óbitos eram pedestres. O estado do Rio de Janeiro é o que apresenta, proporcionalmente, o maior número de atropelamentos (40%). Já a região Sul, onde a frota é majoritariamente formada por automóveis (71%), há uma proporção maior de óbitos por esse tipo de veículo (39%). O número de pessoas que sofreram lesões nas vias brasileiras entre 2004 e 2015 é superior à população de Recife, Curitiba, Manaus, Campo Grande e Belo Horizonte book_ambev.indd 41 15/09/2017 08:35:15 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201742 Histórico de Feridos (2004-2015) – Figura 10 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes Em 2015, 67% das vítimas não-fatais de acidentes de trânsito ocorreram no Sudeste e no Nordeste. No primeiro caso, o número de feridos caiu de 80.639, em 2014, para 76.877, em 2015, enquanto a taxa por 100 mil habitantes diminuiu de 94,5 para 89,7, no mesmo período. Já o Nordeste registrou um aumento de 1% no número de feridos, totalizando 60.095 pessoas em 2015, 415 a mais em relação ao ano anterior. A região menos violenta em valores absolutos foi a Centro-Oeste, com 18.759 pessoas feridas, uma queda de 3% em relação ao anterior. Embora o indicador por 100 mil habitantes também tenha registrado um recuo de 125,8, em 2014, para 121,5 em 2015, ele só não é maior que o do Norte, que se mantém em curva crescente desde 2005. A região atingiu o pico de 22.426 feridos em 2015. O índice por 100 mil habitantes foi o pior do Brasil: 128,6. Com o melhor IDH e a melhor relação de leitos por 100 mil habitantes do Brasil, o Sul possui o menor índice de feridos por 100 mil habitantes entre as cinco regiões brasileiras. Não houve, porém, melhora no desempenho gaúcho em relação aos anos anteriores – o número de feridos em ruas, avenidas e estradas saltou de 23.074, em 2014, para 25.696, em 2015. A taxa por 100 mil habitantes acompanha esse movimento: de 79,5 passou para 87,9. Três regiões apresentaram aumento no número de feridos em acidentes de trânsito 11 3. 81 4 12 1. 40 2 12 3. 85 1 12 1. 61 2 10 1. 90 4 13 2. 48 7 15 7. 76 4 17 0. 50 0 17 7. 48 7 19 1. 86 1 20 3. 12 8 20 3. 85 3 63,5 65,9 66,3 64,2 53,7 69,2 82,7 88,6 91,5 95,4 100,2 99,7 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015. Retrato de Feridos por Região book_ambev.indd 42 15/09/2017 08:35:16 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 43 Em valores absolutos, São Paulo (36.996) manteve-se como o estado com o maior número de feridos em acidentes, seguido por Minas Gerais (23.272) e Bahia (11.878). É notório, porém, o avanço alcançado pelo líder do ranking: o valor registrado em 2015 foi o melhor desde 2005. São Paulo conseguiu manter a desaceleração iniciada em 2011, um movimento também observado na taxa por 100 mil habitantes. Em 2015, o indicador atingiu 33,3, o melhor dos últimos seis anos. Histórico de Feridos – Figura 11 (Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes) Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) Alertada pela OMS, a governança sobre os dados de violência no trânsito ajuda na velocidade da resposta aos desafios de cada estado Sudeste Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015. 1 4 .2 7 6 1 4 .5 1 6 1 5 .1 3 8 1 5 .2 7 5 1 5 .4 7 8 1 4 .4 7 2 1 5 .9 9 3 1 6 .3 7 4 1 6 .1 3 3 1 4 .9 3 5 1 5 .6 0 3 1 3 .1 4 1 18,7 18,5 19,0 18,9 19,3 17,9 19,9 20,2 19,8 17,7 18,3 15,3 5,0 7,09,0 11,0 13,0 15,0 17,0 19,0 21,0 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 18.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 5 4 .1 5 6 5 9 .0 1 0 5 8 .3 3 6 6 2 .7 8 4 5 1 .4 7 5 5 9 .4 4 5 6 7 .7 3 4 7 5 .4 7 1 7 3 .8 4 6 7 7 .0 8 2 8 0 .6 3 9 7 6 .8 7 7 70,9 75,2 73,3 77,9 64,2 73,5 84,3 93,2 90,5 91,3 94,7 89,7 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 90.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Centro-Oeste Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015. 3 .8 1 9 3 .7 5 5 3 .5 4 7 3 .7 1 7 4 .0 1 1 4 .1 1 9 4 .4 8 9 4 .4 4 2 4 .5 8 7 4 .6 0 3 4 .7 2 5 4 .1 0 7 30,5 28,8 26,7 27,5 29,3 29,6 31,9 31,2 31,8 30,7 31,0 26,6 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 1 0 .0 5 8 1 0 .8 1 0 1 0 .9 0 1 1 0 .5 5 3 9 .6 4 9 1 3 .7 1 9 1 5 .3 7 3 1 5 .8 6 2 1 6 .8 6 6 1 7 .5 8 8 1 9 .2 9 5 1 8 .7 5 9 80,3 83,0 82,2 78,1 70,5 98,7 109,4111,4 116,9117,3 126,8121,5 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Norte Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015. 4. 94 1 5. 15 7 5. 87 6 5. 89 8 6. 31 6 9. 08 8 12 .7 36 13 .6 78 15 .5 01 16 .5 04 20 .4 40 22 .4 26 35,1 35,1 39,1 38,4 41,7 59,2 80,3 85,0 95,0 97,2 118,6 128,3 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2 .3 6 7 2 .5 1 2 2 .6 2 0 2 .6 5 0 2 .8 5 0 2 .7 7 4 3 .4 9 5 3 .5 2 4 3 .7 9 4 3 .6 2 6 3 .7 6 8 3 .6 2 7 16,8 17,1 17,4 17,3 18,8 18,1 22,0 21,9 23,3 21,4 21,9 20,8 5,0 7,0 9,0 11,0 13,0 15,0 17,0 19,0 21,0 23,0 25,0 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Nordeste Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015. 29 .2 77 31 .4 09 34 .7 96 29 .9 34 22 .5 73 33 .9 21 42 .3 72 44 .8 31 48 .2 84 57 .6 39 59 .6 80 60 .0 95 58,7 61,6 67,4 57,4 42,5 63,3 79,8 83,8 89,6 103,3106,2106,2 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 7. 85 8 8. 58 6 8. 61 8 9. 20 4 9. 39 4 9. 76 8 12 .0 90 12 .4 09 13 .5 22 13 .0 21 13 .4 30 12 .3 87 15,8 16,8 16,7 17,6 17,7 18,2 22,8 23,2 25,1 23,3 23,9 21,9 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Sul Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015. 7 .0 3 8 6 .9 2 6 6 .8 8 5 7 .0 6 1 7 .0 9 4 6 .9 8 3 7 .5 3 9 7 .4 4 9 7 .6 5 3 6 .8 9 0 6 .9 4 5 6 .0 7 1 26,7 25,7 25,2 25,5 25,8 25,2 27,5 27,0 27,6 23,9 23,9 20,8 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 1 5 .3 8 2 1 5 .0 1 6 1 3 .9 4 2 1 2 .4 4 3 1 1 .8 9 1 1 6 .3 1 4 1 9 .5 4 9 2 0 .6 5 8 2 2 .9 9 0 2 3 .0 4 8 2 3 .0 7 4 2 5 .6 9 6 58,5 55,7 51,1 45,0 43,2 58,9 71,4 74,9 82,9 80,0 79,5 87,9 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Retrato de Feridos por Estado book_ambev.indd 43 15/09/2017 08:35:18 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201744 Roraima alcançou o melhor desempenho em número de feridos (598) em 2015, mas o pior quando se avalia a taxa por 100 mil habitantes (316,02). Os estados que apresentaram os menores indicadores foram Rio Grande do Sul (53,98), Amazonas (59,54) e Rio de Janeiro (60,80). Embora o desempenho dos gaúchos seja o melhor do Brasil e ligeiramente maior que a média nacional (99,7), o estado registrou aumento de um ano para outro nas duas estatísticas (números absolutos e índice por 100 mil habitantes), o que reforça a necessidade de se manter uma governança constante sobre os dados para reforço e melhorias das ações e programas. Número de Feridos por Estado – Figura 12 (Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes em 2015) Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) 36.996 83,3 São Paulo 23.272 115,5 Minas Gerais1.635 61,7 Mato Grosso do Sul 8.823 133,5 Goiás 5.332 1663,3 Mato Grosso 2.629 148,7 Rondônia 939 116,9 Acre 2.345 59,5 Amazonas 1.598 316 Roraima 11.707 143,2 Pará 784 102,3 Amapá 8.274 119,8 Maranhão 7.957 248,3 Piauí 11.425 128,3 Ceará 2.373 68,9 Rio Grande do Norte 4.829 121,6 Paraíba 8.295 88,8 Pernambuco 2579 77,2 Alagoas 2.485 110,8 Sergipe 2.424 160,0 Tocantins 11.878 78,1 Bahia 11.000 98,5 Paraná 8.624 126,5 Santa Catarina 10.062 60,8 Rio de Janeiro 6.547 166,6 Espírito Santo 6.072 54,0 Rio Grande do Sul 2.969 101,9 Dsitrito Federal 203.853 99,7 BRASIL book_ambev.indd 44 15/09/2017 08:35:19 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 45 Retrato de feridos por tipo de usuário Os motociclistas também encabeçaram a lista dos feridos em acidentes de trânsito no Brasil em 2015. Representaram mais da metade (63%) do total de pessoas lesionadas, seguidos por pedestres (20%), automóveis (9%), bicicletas (7%) e caminhões e ônibus (1%). Eles lideraram também os rankings regionais: Norte (79%), Centro-Oeste (71 %), Nordeste (70%), Sudeste (56%) e no Sul (54%). No Norte, a representatividade dos motociclistas saltou de 46%, em 2004, para 79%, em 2015. Foram 9.948 vítimas não- fatais. Ainda nesta região, o número de acidentes com bicicletas quase dobrou no mesmo período, saltando de 7% para 13%. No Nordeste, mesmo com os pedestres sendo o segundo grupo mais vulnerável (20%), os automóveis (11%) dobraram sua participação em relação a 2004 (5%). Movimento contrário foi observado no Centro-Oeste, onde os feridos em acidentes de carros representaram 9% do total em 2015, ante 20% em 2004. A comparação com os números de moto- ciclistas feridos em 2004 estatística revela (30%) o quanto este meio de transporte tor- nou-se o mais perigoso do trânsito nacional. BRASIL NORTE NORDESTE CENTRO OESTE SUDESTE SUL 9% 7% 1% 63% 20% 16% 11% 1% 30% 42% 2004 2015 9% 5% 1% 71% 14% 20% 20% 1%37% 22% 2004 2015 3% 7% 0% 11% 5% 13% 1% 46% 35% 2004 2015 79% 5% 4% 1% 70% 20% 11% 6% 0% 28%55% 2004 2015 16% 8% 1% 54% 21% 29% 9% 1%24% 37% 2004 2015 12% 9% 1% 56% 22% 17% 12% 1% 29% 41% 2004 2015 Automóvel Veículo não-motorizado Caminhão e Ônibus Motocicleta Pedestre Histórico de Feridos por tipo de usuário e por região – Figura 13 book_ambev.indd 45 15/09/2017 08:35:20 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201746 Retrato da frota brasileira A crescente motorização no Brasil contribui para a violência no trânsito, principalmente quando não há fiscalização e programas de sensibilização que ajudem a educar a população. Com um aumento de 131% em relação a 2004, mais de 90 milhões de veículos circularam por ruas, avenidas e estradas deste país em 2015. A representatividade dos automóveis (66%) na frota brasileira ainda é maior que os demais modais. No entanto, as motocicletas, que lideramo ranking de óbitos e feridos em acidentes de trânsito, acumularam o maior crescimento (241%) desde 2004, o que explica sua ascensão nas estatísticas. Histórico da Frota Brasileira (2004-2015) – Figura 14 Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) O Sudeste, com 44,4 milhões de veículos, concentrou, em 2015, quase metade de toda a frota brasileira, seguido das regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte, com 20%, 17%, 9% e 5% da frota, respectivamente. Em todas as regiões, a motocicleta configura- se não só como o segundo principal modal, atrás dos automóveis, como também acumula a maior expansão entre 2004 e 2015. Nas regiões Norte e Nordeste, o aumento chegou a 358% e 380%, respectivamente. Ainda que menor, a alta no número de motocicletas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste também foi significativo: 156%, 202% e 231%, respectivamente, no mesmo período (2004-2015). Outros Frota (2015) 42.678 Frota (2004) 15.491 Variação (%) 176%152% 131% Caminhão e Onibus 4.207.757 2.384.414 76% 7.123.476 Total 24.301.681 2.177.809 90.686.891 241% Motocicleta Veículo não motorizado 39.240.648863.521 Automóvel 59.956.966 28.853.746 108% 10.000.000 20.000.000 30.000.000 40.000.000 50.000.000 60.000.000 70.000.000 80.000.000 90.000.000 100.000.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte:DENATRAN, 2004 - 2015. Automóvel Motocicleta Veículos não motorizados Outros TotalCaminhão e Ônibus Com o aumento da motorização, a OMS também alerta para a necessidade de controle e fiscalização voltados para a segurança veicular book_ambev.indd 46 15/09/2017 08:35:20 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 47 Retrato dos custos Assim como nos demais países, a violência no trânsito coloca pressão sobre os serviços públicos. Boa parte dos investimentos financeiros destinados à saúde da população, por exemplo, é absorvida pelo atendimento de urgência e pela reabilitação de acidentados no trânsito. Vale ressaltar que os feridos com sequelas definitivas absorvem recursos também do previdenciário. O custo econômico que a perda de uma vida acarreta pode ser ainda maior. O estudo “Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras”, realizado pelo IPEA e pela ANTP, revelou quem em 2003, o custo médio de uma vítima fatal e não- fatal em vias municipais era de R$ 109,1 mil e R$ 14,2 mil, respectivamente. Já o estudo “Impactos Sociais e Econômicos dos acidentes de trânsito em rodovias brasileiras”, produzido pelas mesmas entidades três anos depois, constatou que o custo médio de cada acidente em vias federais e estaduais com óbitos e feridos girava, em 2006, em torno de R$ 421 mil e R$ 90 mil, respectivamente. Para calcular o custo que o Brasil teve com acidentes de trânsito em 2015 foi utilizado como base o valor mais conservador (IPEA/ ANTP-2003). Esse valor, corrigido ano a ano a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e multiplicado pelo número de vítimas, atingiu, em 2015, o total de R$ 19,3 bilhões em gastos com acidentes. Somente os óbitos custaram 11,6 bilhões, enquanto o tratamento de feridos drenou R$ 7,7 bilhões dos recursos. Para efeito de comparação, apenas 35 municípios brasileiros têm PIB superior a R$ 16,9 bilhões. Custos da insegurança mantém-se em alta: R$19,3 bilhões. O valor é superior ao PIB de 35 municípios brasileiros book_ambev.indd 47 15/09/2017 08:35:25 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201748 Retrato da Legislação Retrato da Associação de bebida e direção O Código Nacional de Trânsito foi instituído pela lei no 5.108, de 21 de setembro de 1966. Mais de 30 anos depois, foi substituído pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), criado pela Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Como a violência no trânsito ainda é uma das principais causas de morte no Brasil, a legislação já sofreu mais de 30 alterações desde a sua criação para agregar exigências de segurança, acompanhando as recomendações feitas pela OMS. A última foi, em novembro de 2016, quando entrou em vigor a Lei 13.281/2016. Tornaram- se, por exemplo, infração gravíssima: Para aumentar a segurança no trânsito e educar a população, o Brasil tem endurecido as leis e a fiscalização. Um bom exemplo é que a multa para quem for pego pela Operação Lei Seca saltou, em novembro de 2016, para R$ 2.934,70. O motorista também tem a carteira de habilitação suspensa pelo prazo de 12 meses. De acordo com a Lei 12.760/12, a constatação de embriaguez pode ser feita pelo uso de imagens, depoimento do policial, testes clínicos, vídeos e outras testemunhas. Além das punições administrativas como multa, apreensão do veículo e cassação da CNH previstas, quando a associação de bebida e direção acontece e também provoca acidente com mortos ou feridos, um processo criminal é aberto para julgar o motorista. Dependendo das consequências do acidente, o motorista responderá na Justiça, por exemplo, pelos crimes Homicídio com dolo eventual (6 a 20 anos de prisão), Homicídio culposo (de 2 a 4 anos) e Lesão corporal (de 3 meses a 1 ano). É a promotoria quem decide por qual tipificação do crime vai acusar o motorista (com dolo eventual, assumindo o risco, ou culposo, sem intenção) e essa classificação arrasta os julgamentos por anos. Para acabar com a discussão jurídica sobre homicídios dolosos ou culposos e encurtar o tempo dos processos nos tribunais, tramita no Congresso desde 2013 um projeto de lei para tipificar o crime de matar ao dirigir embriagado, fixando pena de 5 a 8 anos de prisão. Além de atualizar o valor das multas, que ficaram bem salgadas para o motorista, o novo texto ampliou o prazo mínimo de suspensão do direito de dirigir. O motorista que acumular 20 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) pode ficar de seis a um ano sem dirigir. Se houver reincidência, esse prazo pode se estender até dois anos. Falar ou simplesmente segurar o celular enquanto se dirige1. Desrespeitar vagas de estacionamento exclusivas para pessoas com deficiência ou idosos 2. Recusar o bafômetro ou qualquer outro teste que permite identificar a combinação de ingestão de bebida alcoólica3. book_ambev.indd 48 15/09/2017 08:35:25 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 49 Retrato do Brasil Rodoviário Embora o governo tenha investido R$ 26,6 bilhões em infraestrutura em 2015, a frota brasileira enfrenta condições desafiadoras nas rodovias estaduais e federais. A Pesquisa CNT avaliou, em 2015, mais de 100 mil quilômetros de rodovias pavimentadas por todo o país, 2,3% a mais que no ano anterior, e identificou que menos da metade (43%) poderia ser considerada ótima ou boa no que diz respeito a pavimento, sinalização e geometria das vias. A maior parte (35%) estava em condições regulares, enquanto 22% foram consideradas péssimas ou ruins. O estudo revelou também que as rodovias concedidas ofereceram melhores condições ao motorista. 78,3% da extensão gerida pela iniciativa privada foi classificada como ótima ou boa, enquanto a avaliação positiva das vias públicas geridas pelos governos federal e estadual limitou-se a 30,5%. A pesquisa reforça, ainda, que as condições das rodovias têm impacto direto, por exemplo, na segurança viária, no consumo de combustível, no custo de manutenção dos veículos e no preço do produto final comercializado em território natural. A região Sudeste obteve o maior percentual de rodovias em condições ótima ou boa: 56%. Na outra ponta, está a região Norte com o pior IDH do Brasil e 76% da malha avaliada como Regular, Ruim ou Péssima. O Acre registrou a pior avaliação (92%). De acordo com o Governo, a fatia de investimentos destinada a rodovias em 2015 foi aplicada na duplicação, adequação e construção de rodovias administradas pelo Departamento Nacional
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