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Retrato-da-Segurança-Viária_Ambev2017

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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 1
RETRATO DA 
SEGURANÇA 
VIÁRIA 2017
book_ambev.indd 1 15/09/2017 08:33:12
book_ambev.indd 2 15/09/2017 08:33:20
RETRATO DA 
SEGURANÇA 
VIÁRIA 2017
book_ambev.indd 3 15/09/2017 08:33:39
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 20174
CONTEÚDO
Mensagem dos Organizadores .................................................05
Sumário Executivo ........................................................................06
Tendências ......................................................................................18
Panorama Mundo ........................................................................24
Panorama Brasil ..........................................................................30
Perfis ...............................................................................................50
Metodologia ....................................................................................88
Bibliografia .....................................................................................96
book_ambev.indd 4 15/09/2017 08:33:39
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 5
A publicação da quarta edição do “Retrato da Segurança Viária no Brasil” chega em suas mãos em um momento em que a segurança no trânsito chama a atenção por se tornar um caso de saúde pública, com um alto número de óbitos e de 
lesões de longa duração, que colocam pressão sobre o bem-estar das pessoas, sobre 
os serviços públicos e sobre a economia de qualquer país.
No Brasil não é diferente. As informações consolidadas nas próximas páginas mostram 
alguns avanços significativos, como a adoção de programas e outras iniciativas que 
colaboraram para a redução anual de 3,6% no índice de óbitos no trânsito. 
Não há, no entanto, motivos para celebração: segundo o nosso levantamento, apenas 
em 2015, os gastos com óbitos e feridos por acidentes de trânsito drenaram, pelo 
menos, R$ 19 bilhões. Esse montante é irrisório diante do impacto que a perda anual de 
quase 40 mil vidas causa em suas comunidades. 
Ciente desse cenário, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) 
António Guterres, que assumiu o cargo em 1º janeiro de 2017, mandou um recado aos 
líderes políticos brasileiros: “O futuro do planeta é responsabilidade de cada um de nós. 
Não podemos deixar que as futuras gerações sofram pelo que deixamos de fazer hoje”. 
A declaração dada para o Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, 
realizado em abril deste ano, encontra eco nessas páginas. 
Nós reforçamos, por meio dessa publicação, a ambição de colaborar para a elaboração 
de estratégias para um sistema viário mais seguro. Esse é um dos pilares das cidades 
sustentáveis, que resguardam o bem-estar dos seus cidadãos. Esse é o futuro que 
acreditamos que agentes públicos, privados e da sociedade podem cocriar. É, acima de 
tudo, colocar em prática o sonho de unir as pessoas por um mundo melhor. 
MENSAGEM DOS 
ORGANIZADORES
book_ambev.indd 5 15/09/2017 08:33:40
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 20176
Respeitar os limites de velocidade, não associar o consumo de bebidas alcoólicas à direção de veículos, não 
se distrair com o celular ao volante, usar 
capacete, cinto de segurança e cadeirinha 
para crianças. De acordo com a Organização 
Mundial de Saúde (OMS), esses são os 
principais fatores para a segurança viária, 
todos amplamente conhecidos e também 
desobedecidos no mundo todo. 
O resultado de burlar as regras do jogo é 
sombrio: 3,4 mil pessoas morrem diariamente 
em acidentes de trânsito no mundo. A OMS 
compila dados e boas práticas em 180 países, 
desempenhando um papel fundamental na 
orientação dos esforços globais para elevar 
a segurança viária. A realidade apontada 
no seu levantamento coloca em dúvida o 
cumprimento da meta, acordada pelos países 
com a Organização das Nações Unidas (ONU), 
de reduzir pela metade o número global de 
óbitos e lesões até 2020. 
SUMÁRIO 
EXECUTIVO
Segurança Viária: O Futuro em Jogo
book_ambev.indd 6 15/09/2017 08:33:50
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 7
A violência no trânsito virou uma 
epidemia. Não figurava entre as principais 
causas de óbito em 2010, mas assumiu 
a 10ª colocação em 2015. A previsão, 
caso mudanças não sejam rapidamente 
implementadas, é um salto para o 7º 
lugar até 2030. 
Figura 1 – As principais causas de óbito no mundo
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS); The 10 causes of death (OMS) 
M
il
pessoas morrem 
diariamente em acidentes 
de trânsito no mundo
3,4
Doenças cardíacas
Derrame
13,2%
12,2%
6,5%
3,5%
3,4%
2,6%
2,6%
2,3%
2,1%
5,0%Infecções respiratórias
Doenças pulmonares
Diabetes
Câncer de pulmão e garganta
ACIDENTE DE TRÂNSITO
HIV / AIDS
Doenças diarreicas
Hipertensão
2030
8,76%
6,24%
3,19%
3,17%
1,69%
1,59%
1,54%
1,39%
1,37%
1,34%
2015
Doenças cardíacas
Derrame
Doenças pulmonares
Infecções respiratórias
Câncer de pulmão e garganta
Diabetes
Alzheimer e outras demências
Doenças diarreicas
Tuberculose
ACIDENTE DE TRÂNSITO
6,88%
5,41%
3,41%
2,95%
2,18%
1,67%
1,46%
1,34%
1,26%
1,12%
2000
Doenças cardíacas
Derrame
Doenças pulmonares
Infecções respiratórias
Doenças diarreicas
Tuberculose
HIV/AIDS
Complicações de parto prematuro
Câncer de pulmão e garganta
Asfixia e trauma no nascimento
Figura 2 – As principais 5 causas de mortes de 
jovens entre os jovens de 15-29 anos, ano 2012.
 
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
250 000
300 000
200 000
150 000
50 000
100 000
0
Le
sõ
es
 p
or
 
ac
id
en
te
s 
de
 
tr
ân
si
to
S
ui
cí
di
o
H
IV
/A
ID
S
H
om
ic
íd
io
350 000
Co
nd
iç
õe
s 
m
at
er
na
s
In
fe
cç
õe
s 
da
s 
vi
as
 r
es
pi
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tó
ri
as
 
in
fe
ri
or
es
D
oe
nç
as
 d
ia
rr
ei
ca
s
A
fo
ga
m
en
to
D
oe
nç
a 
ca
rd
ía
ca
 
is
qu
êm
ic
a
M
en
in
gi
te
book_ambev.indd 7 15/09/2017 08:33:52
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 20178
Figura 3 – Estatísticas de acordo com o gênero
Fonte: Road Traffic Injuries - The Facts (OMS)
Ainda que seja um problema mundial, a vulnerabilidade é maior dependendo de onde 
você está e de quem você é. Os dados da OMS mostram que quase 50% das vítimas são 
motoqueiros, pedestres e ciclistas. A taxa de mortalidade nos países de baixa e média 
renda, que detém pouco mais da metade da frota de todo o mundo, é de 90%. 
3 4 mortes na estrada estão entre os homensa cada
Os dados globais referentes à segurança viária assustam: 
foram quase 50 milhões de feridos e mais de 1,25 
milhão de vítimas em acidentes em vias do mundo todo 
em 2013. A violência no trânsito atinge, principalmente, 
uma geração jovem e economicamente ativa (entre 15 e 
29 anos). Cerca de dois terços das vítimas são homens. 
Além do impacto nas famílias e comunidades, a OMS 
calcula que as perdas econômicas abocanhem até 5% da 
renda dos países em desenvolvimento. Para a entidade, 
é impossível excluir do cálculo custos indiretos, como 
perda de produtividade, danos a veículos e propriedades, 
qualidade reduzida de vida e outros fatores que pesam 
para a sociedade.
 Óbitos 
+ Feridos 
+ Perda de 
produtividade 
+ Danos a 
veículos 
e Propriedades 
+ Baixa qualidade 
de vida
= INSEGURANÇA 
VIÁRIA
book_ambev.indd 8 15/09/2017 08:34:02
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 9
Figura 4 – A taxa de óbitos por região do mundo
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
17.9 
Sudeste 
da Ásia
17.3
Pacífico 
Central
19.9
Mediterrâneo 
Oriental
26.6
África
9.3
Europa
15.9
Américas
De acordo com a OMS e a Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS), a questão da 
segurança viária também é alarmante nas 
Américas, cuja taxa de óbitos por 100 mil 
habitantes é de 15,9.Em relatório específico, 
as organizações recomendam à região, 
caracterizada pela forte desigualdade 
de renda e educação, o investimento em 
infraestrutura, a reforma da legislação 
sobre segurança e uma fiscalização eficaz 
paramelhorar o comportamento dos 
usuários das vias públicas e reduzir as 
baixas no trânsito. 
No Brasil, este Retrato da Segurança Viária 
no Brasil 2017 traz informações atualizadas, 
obtidas através do cruzamento de dados 
da Associação Nacional dos Transportes 
Públicos (ANTP), da Confederação do 
Transporte (CNT), do Departamento de 
Informática do Sistema Único de Saúde 
(Datasus), do Depatamento Nacional de 
Trânsito (Denatran), do Departamento 
Nacional de Infraestrutura de Transportes 
(DNIT), do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada (IPEA) e da Organização 
Mundial de Saúde (OMS).
Houve uma redução de 16% no número 
de mortes entre 2010 e 2015. O índice de 
óbitos por 100 habitantes, um indicador 
que reflete a magnitude do problema, 
atingiu 19,2, o melhor resultado desde 
2004. Ainda em 2015, os acidentes 
fatais concentraram-se em 13 estados 
book_ambev.indd 9 15/09/2017 08:34:03
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201710
brasileiros, que representam 80% do total. 
São Paulo lidera o ranking do estados em 
número absolutos de óbitos, mas obtém o 
4º menor indicador por 100 mil habitantes 
do país, atrás apenas de Amazonas, 
Amapá e Rio de Janeiro. Segundo a 
Associação Brasileira de Medicina de 
Tráfego (Abramet), os acidentes de 
trânsito já são a segunda causa de 
morte não natural evitável na população. 
No Brasil, acidentes de 
trânsito são a segunda 
causa de morte 
não natural 
evitável
Figura 5 – A taxa de óbitos e de motorização 
nos países de baixa e média renda
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
Países de
alta renda
Países de
baixa renda
Mortalidade do tráfego rodoviário por 100 mil habitantes
9.2
18.4
24.1
MORTES
53%
Países de
renda média
Mundo
17.4
46%
1%
74%
10%16%
VEÍCULOS
book_ambev.indd 10 15/09/2017 08:34:03
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 11
Figura 6 – Índice de óbitos no Brasil em 2015
Fonte: Retrato da Segurança Viária 2017 (Ambev, Falconi Consultores de Resultado)
RR
166 (3%)
32,8
SE
548 (2%)
24,4
AL
756 (9%)
22,6
PE
1.941 (0%)
20,8
PB
1.022 (5%)
25,7
RN
601 (2%)
17,5
CE
2.325 (12%)
26,1
BA
2.390 (15%)
15,7
TO
563 (5%)
37,2
PI
1.178 (9%)
36,8
MA
1.623 (10%)
23,6
PA
1.755 (0%)
21,5
AP
93 (28%)
12,1
AM
424 (8%)
10,8
AC
115 (7%)
17,5
RO
511 (5%)
28,9
MT
1.085 (10%)
33,2
DF
469 (15%)
16,1
MS
680 (21%)
25,6 SP
6.031 (15%)
13,6
MG
4.053 (11%)
19,4
PR
2.680 (13%)
24,0
SC
1.605 (13%)
23,5
RJ
2.202 (24%)
13,3 
ES
855 (9%)
21,8 
RS
1.786 (12%)
15,9
LEGENDA
ESTADO
Núm. de óbitos (Var.14x15)
Indicador óbitos/100mil hab.
GO
1.873 (11%)
28,3
Brasil
39.333 (12%)
19,2
A base da mudança
A OMS reconheceu o esforço do Brasil no 
fortalecimento das leis para a segurança 
no trânsito. Só que as medidas ainda estão 
muito pulverizadas, o que retarda a melhora 
no ranking e a construção de cidades mais 
seguras e harmoniosas. 
A violência no trânsito ainda faz quase 40 
mil vítimas por ano no Brasil. Este montante 
é maior que a população dos municípios de 
Serra Negra (SP), Uruaçu (GO), Canavieiras 
(BA), Caçapava do Sul (RS) e outras mais. É 
clara também a mudança no perfil das vítimas 
brasileiras: os condutores de motocicletas 
lideram, com (36%), as estatísticas, mais do 
que a média mundial (23%). 
No Brasil, o impacto econômico é evidente 
e preocupante: o valor de 19 bilhões de 
reais gastos com óbitos e feridos em 
book_ambev.indd 11 15/09/2017 08:34:04
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201712
2015 é superior à arrecadação de receita do 
Mato Grosso (R$ 16 bilhões), em 2016, e do 
programa nacional de repatriação de recursos 
no exterior (R$13,19 bilhões), em 2017. 
A proposta deste relatório, ao tornar 
disponível um retrato confiável, é servir de 
base para a melhoria da gestão de segurança 
viária. A Agenda 2030 do Desenvolvimento 
Sustentável e a Declaração de Brasília já 
mostraram a relevância e a profundidade 
do problema. Os dados, práticas e medidas 
compilados podem mobilizar os governos 
federais, estaduais e municipais, além de 
outros atores da sociedade civil, interessados 
em reverter essa grave realidade. Garantir 
a segurança viária é a melhor forma de 
transformar nossas cidades e aumentar a 
qualidade de vida dos seus cidadãos. Para 
calcular esse custo, foi utilizado como base o 
valor mais conservador (IPEA/ANTP-2003). 
Esse valor, corrigido ano a ano a partir do 
Índice Nacional de Preços ao Consumidor 
Amplo (IPCA), foi multiplicado pelo número 
de vítimas.
Marcos
•	 2009: Anunciada a “Declaração de Moscou”, durante a Primeira Conferência Minis-
terial Global sobre Segurança no Trânsito, na Rússia 
•	 2011: Lançada a Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020
•	 2012: Lançamento na Rio+20 do Documento “O Futuro Que Queremos”, 
•	 2015: Aprovada pela comunidade internacional a Agenda 2030 para o Desenvolvi-
mento Sustentável, com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e um total 
de 169 metas.
•	 2015: Anunciada a “Declaração de Brasília”, durante a Segunda Conferência Glo-
bal de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito
Impacto econômico 
dos acidentes 
viários no Brasil 
é superior 
à arrecadação 
do Mato Grosso
book_ambev.indd 12 15/09/2017 08:34:07
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 13
O que é a Declaração de Brasília 
O Brasil sediou, entre 18 e 19 de novembro de 
2015, a Segunda Conferência Global de Alto 
Nível sobre Segurança no Trânsito. O encon-
tro deu seguimento à Declaração de Moscou, 
documento emitido quatro anos antes, em um 
encontro pioneiro que abriu caminho para a 
ONU declarar a “Década de Ação pela Segu-
rança no Trânsito 2011–2020”. 
Brasília recebeu representantes de 120 paí-
ses, sociedade civil e especialistas que apoi-
aram a elaboração de outro documento, re-
conhecendo a responsabilidade primária dos 
governos em prover condições básicas e ser-
viços para garantir a segurança viária, bem 
como a responsabilidade compartilhada com 
múltiplos atores para “buscar um mundo livre 
de mortes e lesões graves no trânsito”. 
A Declaração de Brasília destaca cerca de 
30 medidas, como: 
•	 desenvolver e implementar planos 
nacionais sobre segurança no trân-
sito e aplicar legislação abrangente 
sobre os principais fatores de risco;
•	 reforçar estratégias de fiscalização 
de trânsito; 
•	 incentivar a introdução de novas tec-
nologias de gestão do trânsito e de 
sistemas de transporte inteligentes;
•	 adotar, implementar e fazer cum-
prir políticas e medidas para pro-
teger e promover, de forma ativa, a 
segurança de pedestres e a mobili-
dade de ciclistas;
•	 desenvolver e implementar pro-
gramas educacionais e de forma-
ção abrangentes, inclusivos e ba-
seados em evidências;
•	 fortalecer os cuidados pré-hos-
pitalares, incluindo serviços de 
saúde de emergência e resposta 
imediata pós-acidente, diretrizes 
ambulatoriais e hospitalares para 
cuidado do trauma e serviços de 
reabilitação;
•	 fomentar o financiamento para se-
gurança no trânsito e para apoiar 
pesquisas e implementação de 
políticas em nível global, regional, 
nacional e local;
•	 Aprimorar a qualidade da coleta 
sistemática e consolidada de da-
dos sobre a ocorrência de eventos 
no trânsito.
 
 
 
book_ambev.indd 13 15/09/2017 08:34:09
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201714
5 Curiosidades sobre Fatores de Risco no Trânsito
Listamos cinco curiosidades sobre os seis principais fatores de risco no trânsito. Mais do que 
pontos na carteira de habilitação ou uma multa salgada, eles colocam em risco o bem mais 
valioso: a vida. 
Nos países de alta renda, a velocidade responde por 
30% dos óbitos, enquanto nos demais é responsável 
por 50% dos acidentes.
Quanto maior a velocidade do veículo, maior o 
risco de lesões e mortes para os pedestres.
Quanto maior a velocidade do veículo, maior a distância de parada
47 países definiram 
limites de velocidade 
de até 50 km/hora.
1. Velocidade
40 a 50% 
daspessoas no 
mundo dirige acima 
desse limite.
O risco de morte 
a 50 km/h é de
20%
O risco de morte 
a 80 km/h é de
60%
Veículo 
consegue 
parar a 
tempo
27 
metros 
para 
frear 
50 km/h
Veículo 
atinge o 
pedestre
36 
metros 
para 
frear 
60 km/h
Veículo 
atropela 
a 62 
km/h 
58 
metros 
para 
frear 
80 km/h
book_ambev.indd 14 15/09/2017 08:34:10
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 15
2. Consumo Responsável de bebidas alcoólicas
3. Uso de Capacete
A aplicação de leis, segundo a OMS, 
pode reduzir os acidentes relacionados 
com bebidas alcoólicas em 20%.
Leis que estabelecem uma concentração de 
álcool por volta de 0.02 g/dl podem reduzir 
em 24% os acidentes envolvendos jovens.
Em uma colisão, a presença de 0,3 
miligrama ou mais de álcool por litro de 
ar é considerado, pelo Código Brasileiro 
de Trânsito, infração gravíssima, cabendo 
punições administrativas, como a multa de 
quase R$ 3 mil e suspensão da habilitação 
por um ano, e até criminais, caso haja 
feridos ou mortos no acidente. 
A Lei Seca prevê que, além do bafômetro, 
vídeos, testes clínicos e testemunhas do 
policial ou de terceiros podem ser usadas 
como provas de embriaguez ao volante.
44 países possuem leis que exigem o uso 
de capacete por todos os motoristas e 
passageiros.
No Brasil, os capacetes devem  ter, desde 
2007, certificado do INMETRO e possuir 
adesivos retrorrefletivos de segurança nas 
partes laterais e traseira. 
Apenas crianças com 7 anos de idade ou 
mais podem ser levadas na garupa, usando 
capacete adequado para o seu tamanho.
Embora importante para a proteção do 
usuário, a legislação para ciclistas no 
Brasil não coloca o capacete como um item 
de segurança obrigatório.
Redução para o 
risco de lesão grave
Redução para 
o risco de morte
Ingerir bebida alcoólica e dirigir aumentam 
o risco de um acidente rodoviário
Acima de uma concentração de álcool no 
sangue (BAC) de 0,05 g / dl, o risco de acidente 
rodoviário aumenta dramaticamente.
Usar capacete de motocicleta corretamente pode resultar em:
70%40%
0.05 0.1
Concentração de alcoól no sangue (BAC) g/dl
Risco de 
colisão 
na estrada
book_ambev.indd 15 15/09/2017 08:34:10
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201716
4. Uso da Cadeirinha para Crianças
5. Cinto de segurança
52 países possuem leis de 
transporte seguro de crianças. 
105 países, representando 67% da 
população mundial, exigem o uso de 
cinto de segurança em todos os ocupantes.
No Brasil, cerca de 5 crianças são vítimas da 
violência viária por dia. 
Desde novembro de 2016, o Código de 
Trânsito Brasileiro passou a considerar o 
transporte crianças em veículo automotor 
sem a devida segurança estabelecida como 
infração gravíssima.
Crianças com até 10 anos de idade devem 
ser transportadas no banco traseiro, usando 
o cinto de segurança. Quem tem até 7,5 
anos de idade deve estar, obrigatoriamente, 
acomodadas nas cadeirinhas. 
No Brasil, segundo a  Agência Nacional de Transportes Terrestres, apenas 2% dos passageiros 
de ônibus usam o equipamento.
As restrições para crianças reduzem a probabilidade de um acidente fatal por:
entre crianças entre crianças
70% 54% - 80%
Aprox. Entre
book_ambev.indd 16 15/09/2017 08:34:10
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 17
6. Uso de Celular
Desde 1999, o Brasil exige o acessório 
com três pontas para os passageiros do 
banco traseiro. Nos veículos mais antigos, é 
permitido o uso do cinto abdominal.
Família segura: recomenda-se o uso de 
cintos de segurança específicos para 
cachorros, que não podem ficar soltos ou 
circular pelo banco da frente. 
A OMS indica que uso do cinto de segurança reduz o risco de ferimentos fatais em...
A combinação de celular e direção aumenta 
em quatro vezes o risco de acidente no trânsito, 
segundo a OMS. 
O uso do celular distrai o motorista em 4 
dimensões: visual, cognitiva, física e auditiva. 
O Ministério das Cidades desenvolveu o 
aplicativo Mãos no Volante que bloqueia 
notificações e ligações e envia automaticamente 
a mensagem “Estou dirigindo no momento. 
Ligo mais tarde”
O uso de celular ao volante tornou-se infração 
gravíssima, rendendo ao brasileiro sete pontos 
na carteira e multa de quase R$ 300. 
De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito 
(CTB), o motorista pode ser autuado mesmo 
se estiver parado no semáforo, somente 
segurando o celular. 
O USO DE CELULAR AO 
VOLANTE TORNOU-SE 
INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA,
para ocupantes dos 
bancos traseiros
50%
até
75%
até
para ocupantes 
do banco dianteiro
book_ambev.indd 17 15/09/2017 08:34:14
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201718
Nos últimos 20 anos, os centros urbanos se transformaram em verdadeiras plataformas de 
produção, inovação e comércio, induzindo 
a concentração populacional nessas 
regiões. De acordo com a Organização das 
Nações Unidas (ONU), esse movimento 
também aconteceu na América Latina 
e deve aumentar ainda mais. Até 2020, 
90% da população brasileira estará 
vivendo nas cidades, assim como 
seus vizinhos do Cone Sul (Argentina, 
Chile, Paraguai e Uruguai). A taxa de 
urbanização já alcança 85%. 
As Cidades do Futuro: 
mais seguras e sustentáveis
TENDÊNCIAS
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 19
Há, pelo menos, duas leituras para 
esse cenário. Por um lado, as 600 
maiores cidades globais já respondem 
por um quinto da população e 60% do 
PIB mundial, por outro elas precisam 
ser urgentemente redesenhadas para 
acomodar o aumento populacional, 
gerado não só pela migração do campo, 
mas também pelo envelhecimento da 
população e as taxas de natalidade (mais 
altas) e mortalidade (mais baixas). 
A urbanização no mundo – Figura 1
Fonte: World Cities Report 2016 (ONU)
54% DA POPULAÇÃO MUNDIAL RESIDE EM ÁREAS URBANAS
Crianças e jovens até 24 anos respondem por 
24% da população global. 
Na outra ponta, 12 % 
da população mundial possui 60 anos 
ou mais. Essa faixa é a que mais cresce: 
3,26 % ao ano.
O DESAFIADOR RETRATO DEMOGRÁFICO
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201720
Sem planejamento e modernização, os 
serviços públicos e de infraestrutura entram 
em colapso. A mobilidade, segundo a ONU, é 
um dos pontos fundamentais dentro dessa 
nova Agenda Urbana. 
Não basta tornar disponível transporte 
acessível e sustentável. É preciso lançar 
mão de mais estratégias viárias que levem 
em consideração outras variáveis, como a 
taxa de motorização, que cresce junto com 
a população. De acordo com a McKinsey, as 
vendas de automóveis devem atingir 125 
milhões de unidades por ano até 2025 e a 
maior parte desse montante deve circular 
pelas cidades. 
O congestionamento é um mal que atinge 
todas as grandes cidades e pode custar, 
de acordo com a McKinsey, de 2 a 4% do 
PIB nacional, quando contabilizado a perda 
de tempo, o combustível consumido e o 
aumento do custo de se fazer negócios 
nesses centros. Soma-se a isso a poluição 
atmosférica e a violência viária. Para a ONU, 
uma estratégia de mobilidade sustentável 
se faz necessária para proteger a saúde dos 
usuários e do meio ambiente, além 
de promover a prosperidade econômica. 
Para chamar a atenção da comunidade 
internacional, não só dos governos, a 
ONU também endereça os desafios das 
cidades, com ênfase na melhoria dos 
serviços básicos, em sua Agenda 2030 
para o Desenvolvimento Sustentável. 
Segurança viária, por exemplo, está 
relacionada a dois objetivos: ODS 3 
(Saúde e Bem-Estar) e ODS 11 (Cidades 
e Comunidades Sustentáveis). 
Uma solução ampla e integrada
A Segurança Viária na Agenda 2030 – Figura 2 
Fonte: Agenda 2030 (ONU)
OBJETIVO 3: 
Saúde e Bem-Estar
OBJETIVO 11: 
Cidades e Comunidades Sustentáveis
Assegurar uma vida saudável 
e promover o bem-estar para 
todos, em todas as idades
3.6 Até 2020, reduzir pela 
metade as mortes e os 
ferimentos globais por 
acidentes em estradas
Tornar as cidades e os assentamentos humanos 
inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis
11.2 Até 2030, proporcionaro acesso a sistemas 
de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a 
preço acessível para todos, melhorando a segurança 
rodoviária por meio da expansão dos transportes 
públicos, com especial atenção para as necessidades 
das pessoas em situação de vulnerabilidade, 
mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosos
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 21
Como 90% dos acidentes são causados 
pelo fator humano, a Organização 
Mundial de Saúde (OMS) lançou 
recentemente um pacote técnico de 
intervenções prioritárias capazes de 
ajudar os países a atingir os Objetivos 
do Desenvolvimento Sustentável. A 
ação sugere uma abordagem sistêmica, 
baseada nos principais fatores de risco 
e em possíveis intervenções a partir 
de uma perspectiva holística. O próprio 
nome, Save Lives, ou Salvar Vidas em 
tradução literal, remete à ambição 
da entidade de evitar acidentes, de 
assegurar que as ocorrências não 
causem ferimentos graves ou óbitos 
e, se nada disso der certo, garantir o 
atendimento correto de traumas. 
De acordo com a OMS, a segurança viária 
é formada por seis componentes e 22 
intervenções totalmente interconectados. 
O segredo para tornar ruas, avenidas e 
estradas do mundo todo mais seguras 
está na implementação integrada dessas 
medidas. 
Para a OMS, os acidentes 
de trânsito são previsíveis 
e evitáveis
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201722
O pacote Save Lives – Figura 6
Fonte: Save LIVES - A road safety technical package (OMS)
COMPONENTE INTERVENÇÕES BENEFÍCIOS
Controle de 
Velocidade
• Estabelecer e impor leis de limite de velocidade 
em todo o país
• Construir ou modificar vias para acalmar o 
tráfego, como rotundas, estreitamentos ou blitz 
• Exigir que os fabricantes de automóveis instalem 
novas tecnologias que ajudem a lembrar os 
motoristas dos limites de velocidade
• Redução das lesões e mortes no trânsito, além dos 
custos socioeconômicos relacionados
• Melhoria na poluição do ar, no consumo de 
combustível e na poluição sonora
• Ambiente mais amigável para práticas de 
caminhada e ciclismo
Liderança na 
segurança viária
• Criar uma agência para liderar a segurança 
rodoviária
• Desenvolver e financiar uma estratégia de 
segurança rodoviária
• Avaliar o impacto das estratégias de segurança 
rodoviária
• Monitorar a segurança rodoviária através do 
fortalecimento de sistemas de dados
• Aumentar a conscientização e o apoio público por 
meio de campanhas educacionais
• Desenvolvimento de uma governança para realizar 
intervenções específicas
• Sensibilização e Mobilização de Stakeholders
• Alocação de recursos financeiros e humanos para 
desenvolvimento e implementação da política de 
segurança viária
• Melhoria contínua da coordenação da política de 
segurança rodoviária
• Aumento da conscientização sobre os fatores de 
risco e medidas cabíveis de prevenção
Design e 
melhoria da 
Infraestrutura
• Fornecer segurança a todos os usuários de vias 
por meio de calçadas, áreas de descanso, faixas 
de pedestres
• Criar faixas para bicicletas e motos
• Tornar os dois lados das vias mais seguras com o 
uso de zonas mais claras e barreiras 
• Desenvolver interseções mais seguras
• Criar vias de acesso separadas das estradas
• Priorizar as pessoas, criando zonas livres de 
veículos
• Restringir o tráfego e a velocidade nas zonas 
residenciais, comerciais e escolares
• Fornecer rotas melhores e mais seguras para o 
transporte público
• Redução de acidentes, dos custos socioeconômicos 
relacionados e também de emissões
• Promoção da saúde por meio do ambiente mais 
amigável para caminhada e ciclismo 
• Fomento a novas formas de deslocamento e 
redução de viagens desnecessárias 
Padrões de 
Segurança dos 
Veículos
• Estabelecer e aplicar leis relacionadas ao uso 
de cintos; a ancoragens do cinto de segurança 
impacto frontal; impacto lateral; controle 
eletrônico de estabilidade; proteção para 
pedestres; e pontos de restrição infantil 
• Desenvolver regulamentos para os sistemas de 
travagem antibloqueio de motos e também para 
o uso de luzes de corrida durante o dia. 
• Diminuição das lesões e mortes no trânsito, além 
de custos relacionados
• Expansão do uso de tecnologias para a segurança 
veicular, além das opções tradicionais voltadas 
para infraestrutura, legislação e fiscalização
Execução da Lei
• Estabelecer e fiscalizar o atendimento a leis a 
nível nacional, regional e municipal em relação 
ao consumo responsável de bebidas alcoólicas 
e ao uso de capacetes, cintos e restrições 
específicas para crianças
• Redução no número de fatalidades e ferimentos 
em acidentes, além dos custos socioeconômicos 
associados
• Melhoria no cumprimento das leis de trânsito
Sobrevivência 
após a colisão
• Desenvolver cuidados de emergência pré-
hospitalares e sistemas organizados de 
emergência
• Treinamento do atendimento em cuidados 
básicos de emergência
• Promover treinamento de primeiros socorros na 
comunidade
• Redução de mortes e incapacidades resultantes de 
ferimentos em acidentes no trânsito;
• Diminuição dos custos socioeconômicos 
relacionados
• Utilização mais eficiente e eficaz dos recursos de 
saúde existentes em todos os níveis do sistema; 
• Aumento da capacidade do sistema de 
atendimento de emergência
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 23
Para o Diretor da OMS, Dr Etienne Krug, responsável pelo pacote Save Lives, “se colocado 
em prática de forma estratégica, este pacote de medidas contribuirá para provar que as 
mortes e as lesões nas estradas não precisam ser um subproduto inevitável de nossas 
sociedades altamente móveis e que, juntos, podemos construir um futuro em que prevalece 
uma cultura de segurança rodoviária”.
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201724
Benchmarks Nacionais
O combate à violência no trânsito no Brasil ganhou, nos últimos anos, importantes 
aliados. Entre as iniciativas que surgiram, duas podem servir como referência para 
outros estados e municípios. 
Inspirado na Década de Ação Pela 
Segurança Viária, este programa do 
Governo do Estado de São Paulo tem 
uma meta clara: reduzir pela metade as 
vítimas fatais nos acidentes de trânsito 
até 2020. Para isso, está fundamentado em 
cinco pilares: gestão da segurança viária, 
vias mais seguras, veículos mais seguros, 
usuários mais conscientes e resposta 
pós-acidente. Medidas e políticas públicas 
relacionadas à segurança no trânsito são 
sugeridas a partir de um hub de inteligência, 
que integra informação e organizações 
públicas e privadas. Destacam-se: 
•	 INFOSIGA SP: banco de dados de 
acidentes de trânsito de diversas 
fontes. Atualizado mensalmente, 
permite identificar o perfil do caso, 
da vítima e da frota. A confiabilidade 
desses indicadores dá mais agilidade 
e precisão na tomada de decisão; 
•	 INFOMAPA SP: Mapeamento de 
óbitos em acidentes de trânsito no 
Estado de São Paulo;
•	 Relatórios: Compilam dados de 
645 municípios, incluindo perfil do 
acidente, da vítima e localização 
geográfica; 
•	 Governança: Reuniões mensais com 
cerca de sete parceiros, reuniões 
quinzenais de acompanhamento, 
reuniões trimestrais de prestação 
de contas com o governo e 
eventos para compartilhamento de 
melhores práticas. 
Criado em agosto de 2015, o Movimento 
Paulista de Segurança no Trânsito já ajudou 
na implementação de mais de 112 ações, 
como faixas elevadas, recuperação de placas, 
otimização de blitzes, treinamento de equipes 
de trânsito, recapeamento de estradas e 
radares de velocidade, por exemplo. Em um 
ano, o número de acidentes registrou uma 
queda de 11% nos municípios do programa. 
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 25
A parceria entre o governo de Brasília e 
a iniciativa privada, junto com o Centro 
de Estudos de Liderança Pública (CLP), 
também tem um foco claro: reduzir óbitos 
e feridos em acidentesde trânsito e 
melhorar a saúde da população. A atuação 
em duas frentes segue uma única filosofia: 
foco único, atuação integrada, mensuração 
de resultados, disciplina na execução, 
mudança de atitude e mudança no estilo de 
vida. O esforço não é em vão: as estatísticas 
apontam que a cada 45 minutos há um 
acidente com vítima no DF. 
No que diz respeito à segurança viária, o 
Brasília Vida Segura contou com uma fase 
inicial de análise do banco de dados. Esse 
trabalho possibilitou a identificação das 
causas dos acidentes e a definição das 
principais frentes de atuação do programa: 
 
 
(1) conscientização dos usuários; 
(2) segurança dos veículos e das vidas; 
(3) resposta aos acidentes.
Na 2ª fase, o Comitê de Segurança Viária 
foi criado para agregar esforços e dados. 
Várias medidas de melhoria surgiram: para 
a QNM 17 e 18, redução da velocidade da via, 
instalação de semáforo de veículos, ativação 
de semáforo de pedestres, programação do 
tempo de “vermelho geral”, distanciamento 
das faixas da esquina e implantação 
de radar de velocidade no trecho; para 
a CNM 1 e 2, redução da velocidade da 
via, instalação de gradil de bloqueio de 
travessia fora da faixa e definição de ponto 
de fiscalização. O Governo apresentará os 
resultados consolidados em breve, mas 
dados preliminares indicam que a violência 
viária está em desaceleração.
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201726
PANORAMA 
MUNDO
Este é o trabalho que entidades como a Organização Mundial de Sáude (OMS) e Organização das Nações Unidas 
(ONU) vem fazendo para tornar avenidas e 
estradas mundo afora mais seguras. Como 
resultado, observa-se que o número de 
mortes por lesões no trânsito no mundo 
estabilizou desde 2007, mesmo com o 
aumento populacional e de motorização. 
Ainda assim, os 1,25 milhão de óbitos em 
2013 em ruas, avenidas e estradas do 
mundo todo foi superior à população de 
São Francisco (EUA), Bruxelas (Bélgica), 
Colônia (Alemanha) e Hiroshima (Japão). 
Acelerar esforços para 
frear a violência viária
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 27
Os 50 milhões de feridos em vias de todo 
mundo também formam um contingente 
superior à população da Espanha. Ambos 
são dados da OMS. A entidade trabalha 
dados de 180 países de um total de 195 
Estados-membro. Cobrem mais de 6,97 
bilhões de pessoas ou 97% da população 
mundial. Para a OMS, esse monitoramento 
torna possível traçar tendências, planejar 
ações de prevenção, identificar progressos 
e comparar em escala mundial os óbitos 
por acidentes de trânsito com as mortes 
por outras causas. 
Histórico de violência no trânsito no mundo e por nível 
de renda – Figura 1
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS) 
Entre 2010 e 2013, 17 países, representando 
409 milhões de pessoas, reforçaram suas leis 
relacionadas a, pelo menos, um dos principais 
fatores de risco: velocidade, consumo de 
bebidas alcoólicas associado à direção 
de veículos e uso de cinto de segurança, 
cadeirinha para crianças e capacete. Ainda 
assim, as 10 nações mais populosas do mundo 
representaram 56% das mortes no trânsito 
em 2013, segundo a OMS. O Brasil, quinto país 
mais populoso do mundo, foi apontado como o 
país que mais endureceu às leis de segurança, 
que visam melhorar o comportamento dos 
usuários e evitar colisões, lesões e óbitos. Para 
a entidade, a aplicação rigorosa e contínua da 
lei é apontada, ao lado das campanhas de 
sensibilização, como a principal estratégia de 
educação da população. 
Número de óbitos 
no trânsito em 
2013 é maior que 
a população de São 
Francisco (EUA), 
Bruxelas (Bélgica) 
e Hiroshima (Japão)
2001
(23)
Baixo Médio Alto
(34)
(11)
35
40
4
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
2004 2007 20132010
Mais mortes Menos mortes
2001
(23)
Baixo Médio Alto
(34)
(11)
35
40
4
0
0,2
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0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
2004 2007 20132010
Mais mortes Menos mortes
Mortes por acidentes rodoviários 
no mundo (em milhões)
Países que revelaram alterações no 
número de mortes por lesões de trânsito, 
entre 2010 e 2013, por nível de renda
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201728
O ataque aos fatores de risco nos países entre 2011 
e 2014 – Figura 2
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
A aplicação de leis nos países mais populosos – 
Figura 3
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
País Velociadade Bebida e direção Uso de Capacete Uso de cinto de segurança
Uso de cadeirinhas 
infantis 
China  
Índia 
Estados Unidos
Indonésia
Brasil    
Paquistão
Nigéria
Bangladesh
Rússia   
Japão  
Ve
lo
ci
da
de
Número de países
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População (milhões)
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1,000
2,000
3,000
4,000
5,000
6,000
Países com leis de acordo com as melhores práticasPaíses com novas leis de acordo com as melhores práticas
Aplicação rigorosa e contínua da lei e 
campanhas de sensibilização, são as principais 
estratégias de educação da população
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 29
Entre 2010 e 2013, 79 países registraram 
uma redução no número de óbitos no 
trânsito, enquanto 68 países tiveram 
aumento. Destes países, 84% eram de 
baixa ou média renda. É possível afirmar, 
segundo a OMS, que o risco de morte é 
maior na África, cuja taxa de mortalidade 
é de 26,6, que na Europa, que apresentou 
um índice de 9,3, inferior à média mundial 
de 17,4. 
O que é mais preocupante é que a violência 
no trânsito coloca em risco o futuro dos 
países. O trânsito é a maior causa de 
morte na faixa etária que vai dos 15 aos 
29 anos. A OMS lançou recentemente um 
alerta para mais uma estatística: 115 mil 
adolescentes morreram em ruas, avenidas 
e estradas em 2015. Acidentes de trânsito 
tornaram-se a principal causa de morte 
de uma faixa etária que se estende dos 
10 aos 19 anos. Os garotos estão entre as 
principais vítimas. 
Índice de Mortalidade no trânsito 
(por 100 mil habitantes), em 2013 – Figura 4
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
0
5
10
15
20
25
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17,4 17,3 17,0
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Violência no Trânsito coloca 
em risco 
o futuro 
dos países
Taxas de Mortalidade por Acidentes Rodoviários, por 100 mil habitantes
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201730
Os jovens e adolescentes encaixam-se 
justamente na categoria considerada pela 
OMS como mais vulnerável. Também fazem 
parte desse grupo motociclistas, ciclistas 
e pedestres, que respondem por 50% das 
mortes em vias públicas, de acordo com o 
Relatório Global sobre o Estado de Segurança 
Viária 2015. Embora a maior proporção 
de acidentes esteja concentrada na África 
(43%), a OMS também disparou um alerta 
para a região das Américas, cuja proporção 
de óbitos em acidentes de moto aumentou 
de 15% para 20% em três anos. Ainda assim, 
a entidade vê sinais de melhoras, visto que 
mais da metade dos países (92) mostrou-se 
atenta a essas estatísticas, em comparação 
ao levantamento de 2010 (68), uma vez que 
medidas de segurança para uma convivência 
harmoniosa entre as formas de locomoção 
foram incrementadas.
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 31
Mortes por lesões no trânsito, por tipo de usuário 
e por região da OMS – Figura 6
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)A OMS revela outra estatística impressionante: 
para cada óbito no trânsito há, pelo menos, 
outros 20 feridos. Esse número, segundo a 
entidade, pode ser ainda maior visto que, 
muitas vezes, nem todas as colisões são 
registradas pela polícia. 
Esse contingente de feridos tem impacto 
considerável na qualidade de vida dos 
cidadãos e também nos custos econômicos 
dos países, que precisam adotar estratégias 
de segurança viária, com objetivos e metas 
tangíveis. Dos 180 países pesquisados, 150 
possuíam uma política de segurança parcial 
ou totalmente implementada em 2013, um 
aumento de quase 15% em relação a 2010. 
Esse e outros recortes reforçam a percepção 
da OMS de que progressos foram feitos. No 
entanto, os esforços para reduzir acidentes 
viários foram claramente insuficientes se 
os padrões globais traçados para atingir as 
metas do Desenvolvimento Sustentável. 
Qualidade de Cinema 
Em 2015, o cineasta francês Luc Besson, responsável pelos longas O 
Profissional e O Quinto Elemento, aceitou convite da ONU para expor como 
a violência no trânsito afeta as futuras gerações. Com pouco mais de três 
minutos, o filme traz cenas da França e da África do Sul para sensibilizar 
autoridades a implementar medidas mais seguras para as crianças.
Para cada óbito, 
há outros 20 feridos
15%
ÁFRICA
MUNDO
EUROPA
PACÍFICO 
OCIDENTAL
45%
ORIENTE
 
MÉDIO
SUDESTE 
DA ÁSIA
4%
22%
23%
31%
21%
7%14%
23%
22%
34%
3%
13%
34%
16%
34%
3%
27%
11%
45%
14%
4%
39%
7%
40%
11%
4%10%
26%
9%
51%
AMÉRICA
35%
21%
3%
22%
20%
Automóvel
Veículo não-motorizado
Motocicleta
Pedestre
Outros
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201732
PANORAMA 
BRASIL
Com reconhecimento da Organização Mundial 
da Saúde (OMS) por ter reforçado o combate 
à violência no trânsito, o Brasil obteve alguns 
avanços em suas estatísticasem comparação 
ao ano anterior. A taxa de óbitos atingiu 19,2 
por 100 mil habitantes. Este foi o melhor 
resultado no índice de mortalidade por esta 
causa desde 2004. A diminuição do número 
de mortes é, sem dúvidas, um indicador de 
progresso conquistado, principalmente diante 
da ampliação da frota de veículos. 
Brasil: as particularidades 
de um desafio global
O índice de óbitos 
por 100 mil 
habitantes em 
chegou a 19,2 
em 2015, o melhor 
resultado desde 
2004
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 33
O problema está, porém, longe de ter sido 
resolvido. Os acidentes de trânsito representam 
a segunda maior causa de morte evitável no 
Brasil, a Associação Brasileira de Medicina de 
Tráfego (Abramet). O avanço em uma ponta 
não se vê em outra: foram mais de 203 mil 
feridos em 2015, 29,2% maior que o registrado 
em 2010, ano em que o Brasil aderiu à Década 
de Segurança no Trânsito da Organização das 
Nações Unidas (ONU). 
A ação em componentes e intervenções 
sugeridos pela OMS apresenta-se como caminho 
promissor para mais conquistas. Além da boa 
legislação relacionada aos principais fatores 
de risco (respeito aos limites de velocidade, não 
associar direção à consumo de bebida alcoólica, 
distração provocada pelo celular, uso de capacete, 
cinto de segurança e de cadeirinha para crianças), 
a entidade ressalta a importância de otimizar 
os esforços para a aplicação das leis de forma 
a educar a população e garantir os resultados 
de segurança. 
Outro ponto destacado é a ampliação da atenção 
às necessidades dos usuários mais vulneráveis 
(pedestres, ciclistas e motociclistas). A violência 
em relação a esse grupo é maior no Brasil: 
superou 50% do total de óbitos em 2015, enquanto 
no mundo esse grupo representa 49%. 
Retrato de óbitos por região
Histórico de vítimas fatais e feridos – Figura 1
Fonte: Retrato da Segurança Viária 2017 (Ambev, Falconi Consultores de Resultado) 
Histórico de Óbitos (2004-2015)
Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes
Histórico de Feridos (2004-2015)
Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes
11
3.
81
4
12
1.
40
2
12
3.
85
1
12
1.
61
2
10
1.
90
4
13
2.
48
7
15
7.
76
4
17
0.
50
0
17
7.
48
7
19
1.
86
1
20
3.
12
8
20
3.
85
3
63,5 65,9 66,3 64,2
53,7
69,2
82,7
88,6 91,5
95,4 100,2 99,7
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.
35
.3
58
36
.2
95
36
.8
08
37
.9
07
38
.8
27
38
.1
16
43
.6
06
44
.1
98
45
.6
89
43
.0
75
44
.4
71
39
.3
33
19,7 19,7 19,7 20,0 20,5 19,9
22,9 23,0 23,6
21,4 21,9
19,2
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015.
Em 2015, as cinco regiões brasileiras 
apresentaram redução no número de óbitos 
por acidente de trânsito. Em termos absolutos, 
as áreas mais populosas representaram parte 
mais significativa dessa queda. 
Com 42% da população, o Sudeste, registrou 
13.141 óbitos em 2015, uma diminuição de 
2.462 mortes (15,8%) em relação a 2014. 
Apesar de liderar o ranking brasileiro em 
números absolutos, a região obteve o menor 
índice (15,3) de óbitos por 100 mil habitantes 
do Brasil, cuja média foi de 19,2 em 2015. 
Na outra ponta está o Centro-Oeste, onde foi 
observada uma redução foi 13,1%, somando 
4.107 vítimas de trânsito em 2015, em relação 
ao ano anterior. Foi o menor volume de 
fatalidades do país. Ao analisar o número de 
óbitos por 100 mil habitantes, o Centro-Oeste 
destacou-se como a região mais violenta do 
Brasil, com taxa de 26,6.
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201734
 
Com o segundo maior número de óbitos por 
acidente de trânsito no Brasil, o Nordeste 
registrou 12.387 fatalidades em 2015, queda 
de 7,8%. Com o avanço, 1.043 vidas foram 
poupadas em comparação com o ano anterior. 
Embora o índice de óbitos (21,9) por 100 mil 
habitantes tenha sido o segundo maior do 
Brasil, foi o menor dos últimos cinco anos. 
Na região Norte, verificou-se uma ligeira 
queda no número de vítimas em relação aos 
anos anteriores, totalizando 3.627 em 2015, 
uma queda de 3,7%, também em relação ao 
ano anterior. O indicador de óbitos por 100 
mil habitantes acompanha esse desempenho, 
registrando 20,8, pouco acima da média 
brasileira (19,2). 
Finalmente, a região Sul alcançou o seu 
melhor desempenho desde 2004, com 6.071 
fatalidades em 2015, 874 a menos que o ano 
de 2014, o que representou uma redução de 
12,6%. A taxa de mortalidade, que contrapõe 
o número óbitos por 100 mil habitantes, foi de 
20,8, a menor registrada desde 2004. 
Em suma, em relação a 2010, ano em que 
o Brasil aderiu à Década de Segurança no 
Trânsito da ONU, verificou-se que todas as 
regiões reduziram seu indicador de óbitos por 
100 mil habitantes. Ao comparar a fotografia de 
2010 e de 2015 no que diz respeito a número 
absoluto, fica claro que ainda há muito a se 
fazer para segurança viária no país.
Um país de 
contrastes: 
as regiões mais 
populosas representaram 
parte significativa 
nos esforços para 
frear a violência viária.
Óbitos por valor absoluto e por 100 mil habitantes por região em 2010 
e 2015 – Figura 2 
Fonte: Retrato da Segurança Viária 2017 (Ambev, Falconi Consultores de Resultado)
 
Região
2010 2015
Número de 
óbitos
Índice de 
óbitos/100 mil 
habitantes
Número de 
óbitos
Índice de 
óbitos/100 mil 
habitantes
Norte 3495 22,0 3627 20,8
Nordeste 12090 22,8 12397 21,9
Centro-Oeste 4489 31,9 4107 26,6
Sudeste 15993 19,9 13141 15,3
Sul 7359 27,5 6071 20,8
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 35
Retrato de óbitos por Estado
Cerca de 80% dos óbitos por acidentesde 
trânsito em 2015 concentraram-se em 13 dos 
27 estados da federação. São eles: São Paulo, 
Minas Gerais, Paraná, Bahia, Ceará, Rio de 
Janeiro, Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul, 
Pará, Maranhão, Santa Catarina e Piauí. 
Ranking dos Estados com o maior e o menor número de óbitos em 2015 
– Figura 3 
Fonte: Retrato da Segurança Viária 2017 (Ambev, Falconi Consultores de Resultado) 
Posição Estado
5 Estados com maior 
número de óbitos em 2015
Estado
5 Estados com menor 
número de óbitos em 2015
Número 
absoluto
Variação 
2014-2015 
(%)
Número 
absoluto
Variação 
2014-2015 
(%)
#1 SP 6035 -15% AP 93 -28%
#2 MG 4053 -11% AC 115 -17%
#3 PR 2680 -13% RR 166 10%
#4 BA 2390 -12% AM 424 -8%
#5 CE 2325 -24% DF 469 -15%
 
Ranking dos Estados com maior e menor índice de óbitos por 100 mil 
habitantes – Figura 4 
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
Posição
5 Estados com maior índice 
de óbitos por 100 mil habitantes
5 Estados com menor índice 
de óbitos por 100 mil habitantes
Estado Taxa Estado Taxa
#1 TO 37,2 AM 10,8
#2 PI 36,8 AP 12,1
#3 MT 33,2 RJ 13,3
#4 RR 32,8 SP 13,6
#5 RO 28,9 AC 14,3
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201736
São Paulo foi o estado com maior número de 
óbitos, embora possua o 4º menor indicador 
de óbitos por 100 mil habitantes do país, atrás 
de Amazonas, Amapá e Rio de Janeiro. A 
violência no trânsito do líder do ranking pode 
ser comparada à de países desenvolvidos, 
como Estados Unidos e Portugal. O índice de 
10,8 obtido pelo Amazonas em 2015 reforçou 
uma curva decrescente, após o pico 14,2 
registrado em 2011. Em números absolutos, o 
desempenho, embora mais modesto, mantém 
o estado entre os cinco com menor volume de 
fatalidades. Foram 424 vítimas em 2015, 8% 
a menor que o ano anterior. O valor total é o 
menor dos últimos cinco anos. 
O Amapá lidera o ranking de estados com 
menor número de fatalidades por acidentes de 
trânsito em 2015. Foi o melhor desempenho da 
taxa de mortalidade (12,1) e do valor absoluto 
(93) desde 2004. 
Na terceira posição, o Rio de Janeiro apresentou 
2.202 óbitos em 2015, redução de 24% em 
relação ao ano anterior. Trata-se da 2ª maior 
redução em número absoluto e em percentual. 
O estado repete o feito do Amapá ao registrar 
o melhor desempenho da taxa de mortalidade 
(13,3) e do valor absoluto (2202) desde 2004.
O Acre acumulou 115 óbitos por acidentes 
de trânsito em 2015. Em Alagoas, o número 
de vítimas caiu para o menor patamar desde 
2009, com 759 óbitos e índice de 22,6 óbitos 
por 100 mil habitantes. O Distrito Federal 
apresentou uma redução de 83 fatalidades no 
trânsito de 2014 para 2015. Com o aumento 
populacional, o índice de óbitos por 100 mil 
habitantes despencou no período 2005-2016. 
O Espírito Santo manteve a redução no número 
de óbitos observada desde 2011, atingindo em 
2015 o melhor patamar dos últimos dez anos. 
Tocantins encabeçou o ranking dos estados 
com pior índice de óbitos por 100 mil 
habitantes do país (37,2) em 2015. O estado 
acumulou 563 fatalidades por acidentes de 
trânsito, o que significa que 30 vidas foram 
poupadas em relação a 2014, quando ocupou 
a vice-liderança no indicador de óbitos por 
habitantes. Embora tenha caído uma posição, o 
Piauí também patina nas estatísticas. O índice 
de óbitos por 100 habitantes, o segundo pior do 
país, caiu de 40,7 em 2014 para 36,8 em 2015. 
Isso representa 1.178 pessoas mortas por 
acidentes de trânsito. Em números absolutos, 
o total foi o menor registrado desde 2011, mas 
ainda muito superior ao de 2004, quando 504 
pessoas foram vítimas da violência viária.
De uma ponta a outra: 
índices dos estados 
brasileiros podem ser 
comparados ao de 
países de alta renda, 
como EUA e Portugal, e 
também aos de menor 
renda, como Venezuela 
e Serra Leoa
MAIS AVANÇOS
E RECUOS
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 37
Apesar de sensível melhora no período 2014-
2015, o Mato Grosso mantém entre os estados 
com pior desempenho do país, com um índice 
de 33,2. Desde 2008, o indicador do estado 
mantém-se superior a 30,0, comparável à 
países como Venezuela e República Dominicana. 
Roraima, por sua vez, possui o o terceiro menor 
número de vítimas por acidentes de trânsito, 
mas o índice de óbitos por 100 mil habitantes 
coloca o estrado entre os quatro piores do 
país. A taxa é comparável às apresentadas 
por países como Quênia, Uganda e Serra 
Leoa. Rondônia obteve uma queda de 5% na 
quantidade de óbitos no trânsito em 2015, 
após a visível e positiva mudança de patamar 
entre 2012 e 2013. Ainda assim, o índice de 
óbitos por 100 mil habitantes (28,9) em 2015 
foi bem mais alto que a média nacional (19,2). 
Outros estados com taxa de mortalidade 
preocupante são Goiás (28,3) e Mato Grosso do 
Sul (25,6). Paraíba (5%), Rio Grande do Norte 
(2%) e Sergipe (2%) acumularam a maior alta 
no número de vítimas em 2015, em relação ao 
ano anterior. 
Número de óbitos, variação e indicador de óbitos dos estados 
brasileiros – Figura 5 
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
RR
166 (3%)
32,8
SE
548 (2%)
24,4
AL
756 (9%)
22,6
PE
1.941 (0%)
20,8
PB
1.022 (5%)
25,7
RN
601 (2%)
17,5
CE
2.325 (12%)
26,1
BA
2.390 (15%)
15,7
TO
563 (5%)
37,2
PI
1.178 (9%)
36,8
MA
1.623 (10%)
23,6
PA
1.755 (0%)
21,5
AP
93 (28%)
12,1
AM
424 (8%)
10,8
AC
115 (7%)
17,5
RO
511 (5%)
28,9
MT
1.085 (10%)
33,2
DF
469 (15%)
16,1
MS
680 (21%)
25,6 SP
6.031 (15%)
13,6
MG
4.053 (11%)
19,4
PR
2.680 (13%)
24,0
SC
1.605 (13%)
23,5
RJ
2.202 (24%)
13,3 
ES
855 (9%)
21,8 
RS
1.786 (12%)
15,9
LEGENDA
ESTADO
Núm. de óbitos (Var.14x15)
Indicador óbitos/100mil hab.
GO
1.873 (11%)
28,3
Brasil
39.333 (12%)
19,2
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201738
Retrato de óbitos por município
Na avaliação geral, 20% dos municípios 
representaram, em 2015, cerca de 80% dos 
óbitos por acidentes de trânsito no Brasil. Seis 
capitais representaram 10% das fatalidades. 
São elas: São Paulo, Fortaleza, Rio de Janeiro, 
Recife, Brasília e Teresina. 
Mesmo tendo a melhor taxa de mortalidade, 
São Paulo foi a única cidade a apresentar mais 
de 1000 óbitos por ano. 83% dos municípios 
registraram 10 fatalidades ou menos por ano. 
A boa notícia é que 24% de total de municípios 
(1100) não registraram óbito por acidente de 
trânsito em 2015.
A Cidade de Bayeux, na Paraíba, estado com um 
dos piores indicadores sociais do país, registrou 
apenas 1 morte por 100 mil habitantes. Em 
seguida, estão a fluminense São João de Meriti 
e a catarinense Camboriú. No outro extremo, 
estão Presidente Dutra (MA), com 154,24 óbitos 
a cada 100 mil habitantes, Sobral (CE), com 
125,40, e Miracatu (SP), com taxa de 112,01. 
Das dez cidades com maiores índices de óbitos 
por 100 mil habitantes no Brasil, cinco estão na 
região Nordeste.
Dez capitais com maior número de óbitos no Brasil – Figura 6 
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
Estado Município
Número de óbitos
2015 
Variação óbitos (%) 
14x15
Óbitos
/100 mil hab. 2015
São Paulo São Paulo 1082 -18% 9,0
Ceará Fortaleza 620 -17% 23,9
Rio de Janeiro Rio de Janeiro 610 -41% 9,4
Pernambuco Recife 527 -6% 32,6
Distrito Federal Brasília 469 -15% 16,1
Piauí Teresina 436 -16% 51,6
Goiás Goiânia 432 -19% 30,2
Minas Gerais Belo Horizonte 428 -16% 17,1
Bahia Salvador 316 -19% 10,8
Amazonas Manaus 311 -14% 15,1
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 39
Dez municípios com maior índice de óbitos por 100 mil habitante – Figura 7 
(considerados apenas municípios com mais de 20 mil hab.)
Na avaliação geral, 78% dos municípios 
reduziram a quantidade de fatalidades. 15% 
registraram alta no número de óbitos e 
7% mantiveramo desempenho. Apesar do 
claro esforço de algumas cidades, é clara a 
necessidade de engajamento e reforço às 
estratégias de combate à violência no trânsito 
em todos os cantos do país. 
Estado Município
Número de 
óbitos
Variação óbitos 
(%) 14x15
Óbitos
/100 mil hab. 
2015 
Maranhão Presidente Dutra 72 -19% 154,2
Ceará Sobral 253 -5% 125,4
São Paulo Miracatu 23 64% 112,0
Goiás
Santa Helena de 
Goiás
38 -22% 99,0
Piauí Corrente 24 118% 92,0
Piauí Valença do Piauí 18 80% 87,5
Mato Grosso Diamantino 18 -10% 85,5
Ceará Barbalha 50 -28% 85,0
Pará Redenção 67 -16% 82,9
Pará Eldorado dos Carajás 27 145% 82,7
Variação dos óbitos 2014x2015 acumulado nos Estados – Figura 8
Reduziram os óbitos
Aumentaram os óbitos
Manutenção dos número de óbitos
78%
15%
7%
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201740
Retrato de óbitos por tipo de usuário
Em 2015, observou-se no Brasil uma 
similaridade ao retrato global traçado 
pela OMS, uma vez que os usuários mais 
vulneráveis das vias, ruas e estradas foram 
tragados para o centro da violência no trânsito. 
Juntos, motocicletas, bicicletas e pedestres 
representaram 66% do total de acidentes. Das 
39.333 fatalidades, 12.126 eram motociclistas 
ou passageiros de motos. Eles representaram 
o maior grupo de vítimas (39%), um aumento 
considerável em relação a 2004 (23%). A 
representatividade dos carros caiu de 39%, em 
2014, para 31%, em 2015, a segunda maior 
fatia do país. Pedestres (23%), bicicletas (4%) 
e caminhões e ônibus (3%) completaram as 
estatísticas. 
BRASIL
NORTE
NORDESTE
CENTRO 
OESTE
SUDESTE
SUL
31%
4%
3%
39%
23%
29%
6%
3%23%
39%
2004
2015
21%
4%
2%
47%
26%
20%
6%
3%
27%
44%
2004
2015
24%
3%
2%
53%
18%
28%
28%
4%
3%
37%
36%
6%
4%
38%
16%
33%
9%
6%25%
27%
2004
2015
33% 33%
8%
4%22%
39%
5%
5%29%
22%
29%
33%
31% 3%
4%
Automóvel
Veículo não-motorizado
Caminhão e Ônibus
Motocicleta
Pedestre
2004
2015 2004
2015
2004
2015
5%
27%
48%
2%
18%
Óbitos por tipo de usuário – Figura 9 
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 41
Retrato dos Feridos 
A violência no trânsito não se limita ao número 
de óbitos. A quantidade de feridos atingiu um 
pico histórico em 2015, somando 203.853 
pessoas lesionadas. O dado representa 
um aumento de 0,36% em relação a 2014 
e de 29,21% em relação a 2010, quando o 
compromisso com a ONU pela redução nas 
estatísticas de violência no trânsito foi assinado. 
As estratégias e medidas implementadas no 
país mostraram-se insuficientes para frear o 
crescimento contínuo observado desde 2008. 
No acumulado do período 2004-2015, saíram 
feridas de acidentes de trânsito nas vias 
brasileiras mais de 1,8 milhão de pessoas, 
valor superior ao número de habitantes de 
diversas capitais brasileiras, como Recife (PE), 
Curitiba (PR), Manaus (AM), Campo Grande (MS) 
e Belo Horizonte (MG). A taxa de feridos por 100 
mil habitantes chegou a 99,7 em 2015, uma 
queda de 0,47% em relação ao ano anterior, 
mas ainda muito superior a 2004 e a 2010. 
Os acidentes fatais com motocicletas 
predominaram no Norte e Nordeste do país 
em 2015. Nesta última, das 53% das vítimas 
eram motociclistas. O número de óbitos deste 
usuário no Nordeste foi acompanhado de 
outras estatísticas: 44% da frota da região é 
formada por motocicletas, a modalidade que 
mais cresceu desde 2004 (+380,1%). Uma 
possível correlação com esse elevado número 
de motocicletas é o PIB per capita da região, 
o menor do país. A realidade no norte do país 
não é tão diferente: a frota de motos cresceu 
358% no mesmo período e o número de óbitos 
de motociclistas disparou (47%), superando a 
média nacional (39%). 
Ainda que a representatividade da motocicleta 
tenha aumentado de 25%, em 2004, para 38%, 
em 2014, os automóveis ainda são responsáveis 
boa parte (36%) das vítimas do Centro-Oeste. O 
percentual de óbitos de pedestres é o menor 
dentre as regiões, somando 16% em 2015. É o 
oposto do Sudeste, onde 29% dos 13.141 óbitos 
eram pedestres. O estado do Rio de Janeiro é 
o que apresenta, proporcionalmente, o maior 
número de atropelamentos (40%). Já a região 
Sul, onde a frota é majoritariamente formada 
por automóveis (71%), há uma proporção maior 
de óbitos por esse tipo de veículo (39%). 
O número de pessoas que sofreram 
lesões nas vias brasileiras entre 
2004 e 2015 é superior à população 
de Recife, Curitiba, Manaus, Campo 
Grande e Belo Horizonte
book_ambev.indd 41 15/09/2017 08:35:15
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201742
Histórico de Feridos (2004-2015) – Figura 10 
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes
Em 2015, 67% das vítimas não-fatais de 
acidentes de trânsito ocorreram no Sudeste 
e no Nordeste. No primeiro caso, o número 
de feridos caiu de 80.639, em 2014, para 
76.877, em 2015, enquanto a taxa por 100 
mil habitantes diminuiu de 94,5 para 89,7, 
no mesmo período. Já o Nordeste registrou 
um aumento de 1% no número de feridos, 
totalizando 60.095 pessoas em 2015, 415 a 
mais em relação ao ano anterior. 
A região menos violenta em valores absolutos 
foi a Centro-Oeste, com 18.759 pessoas feridas, 
uma queda de 3% em relação ao anterior. 
Embora o indicador por 100 mil habitantes 
também tenha registrado um recuo de 125,8, 
em 2014, para 121,5 em 2015, ele só não é 
maior que o do Norte, que se mantém em curva 
crescente desde 2005. A região atingiu o pico 
de 22.426 feridos em 2015. O índice por 100 
mil habitantes foi o pior do Brasil: 128,6. 
Com o melhor IDH e a melhor relação de leitos 
por 100 mil habitantes do Brasil, o Sul possui o 
menor índice de feridos por 100 mil habitantes 
entre as cinco regiões brasileiras. Não houve, 
porém, melhora no desempenho gaúcho em 
relação aos anos anteriores – o número de 
feridos em ruas, avenidas e estradas saltou 
de 23.074, em 2014, para 25.696, em 2015. A 
taxa por 100 mil habitantes acompanha esse 
movimento: de 79,5 passou para 87,9. 
Três regiões 
apresentaram 
aumento no 
número de feridos 
em acidentes 
de trânsito
11
3.
81
4
12
1.
40
2
12
3.
85
1
12
1.
61
2
10
1.
90
4
13
2.
48
7
15
7.
76
4
17
0.
50
0
17
7.
48
7
19
1.
86
1
20
3.
12
8
20
3.
85
3
63,5 65,9 66,3 64,2
53,7
69,2
82,7
88,6 91,5
95,4 100,2 99,7
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.
Retrato de Feridos por Região
book_ambev.indd 42 15/09/2017 08:35:16
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 43
Em valores absolutos, São Paulo (36.996) 
manteve-se como o estado com o maior 
número de feridos em acidentes, seguido 
por Minas Gerais (23.272) e Bahia (11.878). É 
notório, porém, o avanço alcançado pelo líder 
do ranking: o valor registrado em 2015 foi o 
melhor desde 2005. São Paulo conseguiu 
manter a desaceleração iniciada em 2011, 
um movimento também observado na taxa 
por 100 mil habitantes. Em 2015, o indicador 
atingiu 33,3, o melhor dos últimos seis anos. 
Histórico de Feridos – Figura 11 (Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes) 
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
Alertada pela OMS, a 
governança sobre os dados 
de violência no trânsito 
ajuda na velocidade da 
resposta aos desafios 
de cada estado
Sudeste
Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015.
1
4
.2
7
6
1
4
.5
1
6
1
5
.1
3
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1
5
.2
7
5
1
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.4
7
8
1
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2
1
5
.9
9
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6
.3
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6
.1
3
3
1
4
.9
3
5
1
5
.6
0
3
1
3
.1
4
1
18,7 18,5 19,0 18,9
19,3
17,9
19,9 20,2 19,8
17,7 18,3
15,3
5,0
7,09,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
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.1
5
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.0
1
0
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3
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8
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5
1
.4
7
5
5
9
.4
4
5
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3
4
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5
.4
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3
.8
4
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.0
8
2
8
0
.6
3
9
7
6
.8
7
7
70,9 75,2 73,3
77,9
64,2
73,5
84,3
93,2 90,5 91,3 94,7 89,7
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Centro-Oeste
Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015.
3
.8
1
9
3
.7
5
5
3
.5
4
7
3
.7
1
7
4
.0
1
1
4
.1
1
9
4
.4
8
9
4
.4
4
2
4
.5
8
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4
.6
0
3
4
.7
2
5
4
.1
0
7
30,5
28,8
26,7 27,5
29,3 29,6
31,9 31,2 31,8 30,7 31,0
26,6
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
5.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1
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.0
5
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0
.8
1
0
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0
.9
0
1
1
0
.5
5
3
9
.6
4
9
1
3
.7
1
9
1
5
.3
7
3
1
5
.8
6
2
1
6
.8
6
6
1
7
.5
8
8
1
9
.2
9
5
1
8
.7
5
9
80,3 83,0 82,2 78,1
70,5
98,7
109,4111,4
116,9117,3
126,8121,5
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Norte
Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015.
4.
94
1
5.
15
7
5.
87
6
5.
89
8
6.
31
6
9.
08
8
12
.7
36
13
.6
78
15
.5
01
16
.5
04
20
.4
40
22
.4
26
35,1 35,1 39,1 38,4
41,7
59,2
80,3 85,0
95,0 97,2
118,6
128,3
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
2
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2
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.8
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.7
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2
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9
4
3
.6
2
6
3
.7
6
8
3
.6
2
7
16,8 17,1 17,4 17,3
18,8 18,1
22,0 21,9
23,3
21,4 21,9 20,8
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Nordeste
Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015.
29
.2
77
31
.4
09
34
.7
96
29
.9
34
22
.5
73
33
.9
21
42
.3
72
44
.8
31
48
.2
84
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.6
39
59
.6
80
60
.0
95
58,7 61,6
67,4
57,4
42,5
63,3
79,8 83,8
89,6
103,3106,2106,2
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
7.
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8
8.
58
6
8.
61
8
9.
20
4
9.
39
4
9.
76
8
12
.0
90
12
.4
09
13
.5
22
13
.0
21
13
.4
30
12
.3
87
15,8 16,8 16,7
17,6 17,7 18,2
22,8 23,2
25,1
23,3 23,9
21,9
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Sul
Valor Absoluto Taxa por 100 mil hab. Fonte: Datasus, 2004 - 2015.Valor Absoluto Total e Taxa 100 mil Fonte: Datasus, 2004 - 2015.
7
.0
3
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6
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.0
9
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.9
4
5
6
.0
7
1
26,7 25,7 25,2 25,5 25,8 25,2
27,5 27,0 27,6
23,9 23,9
20,8
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1
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5
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6
.3
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4
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.6
5
8
2
2
.9
9
0
2
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.0
4
8
2
3
.0
7
4
2
5
.6
9
6
58,5 55,7
51,1
45,0 43,2
58,9
71,4 74,9
82,9 80,0 79,5
87,9
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Retrato de Feridos por Estado
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201744
Roraima alcançou o melhor desempenho 
em número de feridos (598) em 2015, mas 
o pior quando se avalia a taxa por 100 mil 
habitantes (316,02). 
Os estados que apresentaram os menores 
indicadores foram Rio Grande do Sul (53,98), 
Amazonas (59,54) e Rio de Janeiro (60,80). 
Embora o desempenho dos gaúchos seja o 
melhor do Brasil e ligeiramente maior que 
a média nacional (99,7), o estado registrou 
aumento de um ano para outro nas duas 
estatísticas (números absolutos e índice 
por 100 mil habitantes), o que reforça a 
necessidade de se manter uma governança 
constante sobre os dados para reforço e 
melhorias das ações e programas. 
Número de Feridos por Estado – Figura 12 
(Em valores absolutos e pela taxa por 100 mil habitantes em 2015)
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
36.996
83,3
São Paulo
23.272
115,5
Minas Gerais1.635
61,7
Mato Grosso 
do Sul
8.823
133,5
Goiás
5.332
1663,3
Mato Grosso
2.629
148,7
Rondônia
939
116,9
Acre
2.345
59,5
Amazonas
1.598
316
Roraima
11.707
143,2
Pará
784
102,3
Amapá
8.274
119,8
Maranhão
7.957
248,3
Piauí
11.425
128,3
Ceará
2.373
68,9
Rio Grande 
do Norte
4.829
121,6
Paraíba
8.295
88,8
Pernambuco
2579
77,2
Alagoas
2.485
110,8
Sergipe
2.424
160,0
Tocantins 11.878
78,1
Bahia
11.000
98,5
Paraná
8.624
126,5
Santa Catarina
10.062
60,8
Rio de Janeiro
6.547
166,6
Espírito Santo
6.072
54,0
Rio Grande 
do Sul
2.969
101,9
Dsitrito 
Federal
203.853
99,7
BRASIL
book_ambev.indd 44 15/09/2017 08:35:19
RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 45
Retrato de feridos por tipo de usuário
Os motociclistas também encabeçaram a 
lista dos feridos em acidentes de trânsito 
no Brasil em 2015. Representaram mais da 
metade (63%) do total de pessoas lesionadas, 
seguidos por pedestres (20%), automóveis 
(9%), bicicletas (7%) e caminhões e ônibus 
(1%). Eles lideraram também os rankings 
regionais: Norte (79%), Centro-Oeste (71 %), 
Nordeste (70%), Sudeste (56%) e no Sul (54%). 
No Norte, a representatividade dos 
motociclistas saltou de 46%, em 2004, para 
79%, em 2015. Foram 9.948 vítimas não-
fatais. Ainda nesta região, o número de 
acidentes com bicicletas quase dobrou no 
mesmo período, saltando de 7% para 13%. No 
Nordeste, mesmo com os pedestres sendo 
o segundo grupo mais vulnerável (20%), os 
automóveis (11%) dobraram sua participação 
em relação a 2004 (5%). Movimento contrário 
foi observado no Centro-Oeste, onde os feridos 
em acidentes de carros representaram 9% do 
total em 2015, ante 20% em 2004.
A comparação com os números de moto-
ciclistas feridos em 2004 estatística revela 
(30%) o quanto este meio de transporte tor-
nou-se o mais perigoso do trânsito nacional. 
BRASIL
NORTE
NORDESTE
CENTRO 
OESTE
SUDESTE
SUL
9%
7%
1%
63%
20%
16%
11%
1%
30%
42%
2004
2015
9%
5%
1%
71%
14%
20%
20%
1%37%
22%
2004
2015
3% 7%
0%
11%
5%
13%
1%
46%
35%
2004
2015
79%
5% 4%
1%
70%
20%
11%
6%
0%
28%55%
2004
2015
16%
8%
1%
54%
21%
29%
9%
1%24%
37%
2004
2015
12%
9%
1%
56%
22%
17%
12%
1%
29%
41%
2004
2015
Automóvel
Veículo não-motorizado
Caminhão e Ônibus
Motocicleta
Pedestre
Histórico de Feridos por tipo de usuário e por região – Figura 13
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201746
Retrato da frota brasileira 
A crescente motorização no Brasil contribui 
para a violência no trânsito, principalmente 
quando não há fiscalização e programas 
de sensibilização que ajudem a educar a 
população. Com um aumento de 131% em 
relação a 2004, mais de 90 milhões de veículos 
circularam por ruas, avenidas e estradas 
deste país em 2015. A representatividade 
dos automóveis (66%) na frota brasileira 
ainda é maior que os demais modais. No 
entanto, as motocicletas, que lideramo 
ranking de óbitos e feridos em acidentes de 
trânsito, acumularam o maior crescimento 
(241%) desde 2004, o que explica sua 
ascensão nas estatísticas. 
Histórico da Frota Brasileira (2004-2015) – Figura 14 
Fonte: Relatório Global Sobre o Estado de Segurança Viária 2015 (OMS)
 O Sudeste, com 44,4 milhões de veículos, 
concentrou, em 2015, quase metade de toda 
a frota brasileira, seguido das regiões Sul, 
Nordeste, Centro-Oeste e Norte, com 20%, 
17%, 9% e 5% da frota, respectivamente. Em 
todas as regiões, a motocicleta configura-
se não só como o segundo principal modal, 
atrás dos automóveis, como também 
acumula a maior expansão entre 2004 
e 2015. Nas regiões Norte e Nordeste, 
o aumento chegou a 358% e 380%, 
respectivamente. Ainda que menor, a alta 
no número de motocicletas no Sul, Sudeste 
e Centro-Oeste também foi significativo: 
156%, 202% e 231%, respectivamente, no 
mesmo período (2004-2015).
Outros
Frota (2015) 42.678
Frota (2004) 15.491
Variação (%) 176%152% 131%
Caminhão e Onibus
4.207.757
2.384.414
76%
7.123.476
Total
24.301.681 2.177.809 90.686.891
241%
Motocicleta
Veículo não 
motorizado
39.240.648863.521
Automóvel
59.956.966
28.853.746
108%
 10.000.000
 20.000.000
 30.000.000
 40.000.000
 50.000.000
 60.000.000
 70.000.000
 80.000.000
 90.000.000
 100.000.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte:DENATRAN, 2004 - 2015.
Automóvel Motocicleta Veículos não motorizados Outros TotalCaminhão e Ônibus
Com o aumento da 
motorização, a OMS 
também alerta para a 
necessidade de controle 
e fiscalização voltados 
para a segurança veicular
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 47
Retrato dos custos 
Assim como nos demais países, a 
violência no trânsito coloca pressão 
sobre os serviços públicos. Boa parte dos 
investimentos financeiros destinados 
à saúde da população, por exemplo, é 
absorvida pelo atendimento de urgência 
e pela reabilitação de acidentados no 
trânsito. Vale ressaltar que os feridos com 
sequelas definitivas absorvem recursos 
também do previdenciário.
O custo econômico que a perda de uma 
vida acarreta pode ser ainda maior. O 
estudo “Impactos sociais e econômicos dos 
acidentes de trânsito nas aglomerações 
urbanas brasileiras”, realizado pelo IPEA 
e pela ANTP, revelou quem em 2003, o 
custo médio de uma vítima fatal e não-
fatal em vias municipais era de R$ 109,1 
mil e R$ 14,2 mil, respectivamente. Já o 
estudo “Impactos Sociais e Econômicos 
dos acidentes de trânsito em rodovias 
brasileiras”, produzido pelas mesmas 
entidades três anos depois, constatou que 
o custo médio de cada acidente em vias 
federais e estaduais com óbitos e feridos 
girava, em 2006, em torno de R$ 421 mil e 
R$ 90 mil, respectivamente. 
Para calcular o custo que o Brasil teve com 
acidentes de trânsito em 2015 foi utilizado 
como base o valor mais conservador (IPEA/
ANTP-2003). Esse valor, corrigido ano a ano 
a partir do Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor Amplo (IPCA), e multiplicado 
pelo número de vítimas, atingiu, em 2015, 
o total de R$ 19,3 bilhões em gastos com 
acidentes. Somente os óbitos custaram 
11,6 bilhões, enquanto o tratamento de 
feridos drenou R$ 7,7 bilhões dos recursos. 
Para efeito de comparação, apenas 35 
municípios brasileiros têm PIB superior a 
R$ 16,9 bilhões. 
 
 
Custos da insegurança 
mantém-se em alta: 
R$19,3 bilhões. 
O valor é 
superior 
ao PIB 
de 35 
municípios 
brasileiros
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 201748
Retrato da Legislação
Retrato da Associação de bebida e direção
O Código Nacional de Trânsito foi instituído pela 
lei no 5.108, de 21 de setembro de 1966. Mais 
de 30 anos depois, foi substituído pelo Código 
de Trânsito Brasileiro (CTB), criado pela Lei 
nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Como a 
violência no trânsito ainda é uma das principais 
causas de morte no Brasil, a legislação já 
sofreu mais de 30 alterações desde a sua 
criação para agregar exigências de segurança, 
acompanhando as recomendações feitas pela 
OMS. A última foi, em novembro de 2016, quando 
entrou em vigor a Lei 13.281/2016. Tornaram-
se, por exemplo, infração gravíssima: 
Para aumentar a segurança no trânsito e educar 
a população, o Brasil tem endurecido as leis e a 
fiscalização. Um bom exemplo é que a multa para 
quem for pego pela Operação Lei Seca saltou, em 
novembro de 2016, para R$ 2.934,70. O motorista 
também tem a carteira de habilitação suspensa 
pelo prazo de 12 meses.
De acordo com a Lei 12.760/12, a constatação 
de embriaguez pode ser feita pelo uso de 
imagens, depoimento do policial, testes 
clínicos, vídeos e outras testemunhas. Além 
das punições administrativas como multa, 
apreensão do veículo e cassação da CNH 
previstas, quando a associação de bebida e 
direção acontece e também provoca acidente 
com mortos ou feridos, um processo criminal 
é aberto para julgar o motorista. Dependendo 
das consequências do acidente, o motorista 
responderá na Justiça, por exemplo, pelos 
crimes Homicídio com dolo eventual (6 a 20 
anos de prisão), Homicídio culposo (de 2 a 4 
anos) e Lesão corporal (de 3 meses a 1 ano). É 
a promotoria quem decide por qual tipificação 
do crime vai acusar o motorista (com dolo 
eventual, assumindo o risco, ou culposo, 
sem intenção) e essa classificação arrasta 
os julgamentos por anos. Para acabar com a 
discussão jurídica sobre homicídios dolosos 
ou culposos e encurtar o tempo dos processos 
nos tribunais, tramita no Congresso desde 
2013 um projeto de lei para tipificar o crime de 
matar ao dirigir embriagado, fixando pena de 5 
a 8 anos de prisão. 
Além de atualizar o valor das multas, que 
ficaram bem salgadas para o motorista, o novo 
texto ampliou o prazo mínimo de suspensão 
do direito de dirigir. O motorista que acumular 
20 pontos na CNH (Carteira Nacional de 
Habilitação) pode ficar de seis a um ano sem 
dirigir. Se houver reincidência, esse prazo pode 
se estender até dois anos. 
Falar ou simplesmente segurar o celular enquanto se dirige1.
Desrespeitar vagas de estacionamento exclusivas para pessoas com deficiência 
ou idosos 2.
Recusar o bafômetro ou qualquer outro teste que permite identificar a combinação 
de ingestão de bebida alcoólica3.
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RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA 2017 49
Retrato do Brasil Rodoviário
Embora o governo tenha investido R$ 26,6 
bilhões em infraestrutura em 2015, a frota 
brasileira enfrenta condições desafiadoras nas 
rodovias estaduais e federais. A Pesquisa CNT 
avaliou, em 2015, mais de 100 mil quilômetros 
de rodovias pavimentadas por todo o país, 
2,3% a mais que no ano anterior, e identificou 
que menos da metade (43%) poderia ser 
considerada ótima ou boa no que diz respeito 
a pavimento, sinalização e geometria das vias. 
A maior parte (35%) estava em condições 
regulares, enquanto 22% foram consideradas 
péssimas ou ruins. 
O estudo revelou também que as rodovias 
concedidas ofereceram melhores condições 
ao motorista. 78,3% da extensão gerida pela 
iniciativa privada foi classificada como ótima 
ou boa, enquanto a avaliação positiva das 
vias públicas geridas pelos governos federal 
e estadual limitou-se a 30,5%. A pesquisa 
reforça, ainda, que as condições das rodovias 
têm impacto direto, por exemplo, na segurança 
viária, no consumo de combustível, no custo de 
manutenção dos veículos e no preço do produto 
final comercializado em território natural. 
A região Sudeste obteve o maior percentual 
de rodovias em condições ótima ou boa: 56%. 
Na outra ponta, está a região Norte com o pior 
IDH do Brasil e 76% da malha avaliada como 
Regular, Ruim ou Péssima. O Acre registrou a 
pior avaliação (92%). 
De acordo com o Governo, a fatia de 
investimentos destinada a rodovias em 2015 
foi aplicada na duplicação, adequação e 
construção de rodovias administradas pelo 
Departamento Nacional

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