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Apostila - Introdução ao estudo de direito

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APOSTILA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DE DIREITO
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SUMÁRIO:
1. Introdução ao Estudo de Direito.......................................................................................03
2. Introdução ao Direito..........................................................................................................05
3. Várias disciplinas Jurídicas....................................................................................................07
4. Noções Básicas do direito...................................................................................................12
5. Definições da palavra Direito.............................................................................................15
6. Norma Jurídica.......................................................................................................................16
7. Técnicas: Legislativa e Jurídica.............................................................................................18
8. Teoria Geral...........................................................................................................................20
9. Dever Jurídico........................................................................................................................22
10. Hierarquia das Leis..............................................................................................................23
11. Direito ambiental.................................................................................................................25
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1. Introdução ao Estudo de Direito.
Antes de mais nada cumpre-nos salientar a importância do
Estudo do Direito em qualquer curso que pretenda cursar, uma vez que toda nossa sociedade
é regida por leis que regulam as mais diversas atividades, por isso, é importante no estudo de 
determinada atividade o estudo das normas a que ela se subordina.
O Direito moderno é dinâmico e intimamente ligado à
aspectos sociológicos, reagindo à atividades e reações sociais, sempre que há uma
modificação na sociologia do país em que se estuda as normas, é preciso que o profissional
do direito se capacite para adequar às normas às modificações sociais que exigem as normas.
O direito ainda deve ser pensado em sua função social, ou
seja, a redução das desigualdades sociais, erradicação da pobreza, o combate à fome e a
miséria, determinar punições ao abuso do poder econômico, estabelecer direito à cultura, ao
desporto á vida, à integridade física, à dignidade, todos esses direitos que estão estabelecidos
na nossa Constituição Federal.
Há uma divisão doutrinária, em que o direito se divide em
Direito Positivo e Direito Natural, ou seja, o Direito Positivo é aquele realizado por
juristas, sejam eles legisladores, advogados e são aprovados por autoridades competentes e
geralmente são escritos e estabelecem limites deveres e direitos. Direito Natural são normas
formadas pelos costumes e valores e tradições de uma sociedade, nesse ponto se perfaz o
estudo de normas éticas e valores que constituem os basilares da sociedade.
Houve um tempo, no velho continente (EUROPA
MEDIEVAL) em que se tentava normatizar valores éticos e morais, contudo, em vão,
porque a reforma protestante que separou ESTADO de IGREJA, criando os estados que
se denomina hoje ESTADO LAICO, ou seja, um Estado onde não se tem uma religião oficial
ESTADO LAICO: Estado que não tem uma religião Oficial – É o caso do Brasil.
ESTADO TEOCRÁTICO: Estado em que se havia a religião nas decisões do Estado (Ex:
Alguns casos da Europa Medieval).
O direito Natural difere do Direito Positivo, porque nem tudo
que são valores de nossa sociedade são consideradas normas. A doutrina entende que existe
um ponto em que as normas do Direito Positivo e o Direito natural se encontram, onde é
considerada a norma de acordo com valores e tradições. Contudo, nem toda norma
positivada é considerada valorativa e tradicional, na acepção jurídica do termo.
Um exemplo é o quanto disposto no artigo 5º da Constituição
Federal, Inciso LV, onde um criminoso, por mais crimes que tenha cometido, lhe é
assegurado o direito de defesa, onde uma pessoa que é processada, por mais que não tenha
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razão justa ou valorativa perante a nossa sociedade no litígio, lhe é assegurado o direito de
defesa.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
Importante frisar ainda que os doutrinários jurídicos, com
vistas a limitar e conter abusos de autoridade praticados por excesso de poder, estabeleceriam
que haveria uma limitação entre LEGISLATIVO – EXECUTIVO E JUDICIÁRIO.
O LEGISLATIVO, com a finalidade de criar e votar leis do
interesse da sociedade, estabelecendo limites às condutas sociais, O EXECUTIVO, com a
incumbência de administrar e gerir o Estado, definindo como serão realizados os gastos com
impostos arrecadados da sociedade, o JUDICIÁRIO que tem a função de julgar os litígios
de acordo com a lei e as diretrizes estabelecidas pelo poder executivo.
Os três poderes são autônomos entre si e exercem poder de
fiscalização
Assim, verificamos que o estudo das normas, em qualquer
atividade que pretenda exercer o estudante, precisa conhecer os princípios básicos que regem
o direito, estudar os aspectos sociológicos que geraram a criação daquela norma, dentro de
um contexto global de normas, ciente de que existe a divisão do Direito Natural e Positivo,
considerando que nem toda norma é de acordo com valores e costumes que são passados de
geração de geração em nossa sociedade. Por fim compreendemos que, por mais que
consideramos injusto determinado litígio, é sempre assegurado o direito e acesso à meios de
defesa.
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2. Introdução ao Direito:
Miguel Reale, renomado jurista brasileiro conceituou o
direito brasileiro contemporâneo como sendo “Direito é a ordenação heterônoma, coercível e bilateral
atributiva das relações de convivência, segundo uma integração normativa de fatos segundo valores.” Lições
preliminares de direito / Miguel Reale. — 27. ed. — São Paulo : Saraiva, 2002. Pág. 61.
Quando se fala em relação heterônoma significa que a lei é
feita por pessoas à submeterem à outras às normas aos preceitos contidos nas normas, ou
seja, a lei é feita exatamente por pessoas com vistas a obrigar ou impor limites à conduta de 
outras pessoas.
Quando se fala em relação coercível significa que o direito
limita condutas através de punições, ou seja, se uma conduta é proibida, o estado com o fim
colimado de proibir determinada conduta, ele estabelecerá uma punição para tanto. O
mesmo serve para os direitos, quando o Estado estabelece direitos, ele estipula regras para a
consecução daquele direito e a sua inobservância implica, necessariamente em perda do
direito, ou até que a situação seja regularizada.
Bilateralidade atributiva é, pois, uma proporção intersubjetiva, em
função da qual os sujeitos de uma relação ficam autorizados a pretender, exigir, ou a fazer, garantidamente,
algo. Lições preliminares de direito / Miguel Reale. — 27. ed. — São Paulo : Saraiva, 2002. 
Pág. 50.
Bilateralidade atributiva significa que uma parte obriga a
outra a realizar determinado ato, mediante uma contraprestação, onde se exigem de ambas
as partes, cumpra-se o direito sob a condição de..., obtém-se o direito sobre a seguinte
obrigação.....exonera-sede deveres o cidadão que....
O Mesmo professor Miguel Reale considerava o
sustentáculo do Direito Brasileiro moderno, com uma teoria tridimensional do Direito, como
sendo os seus basilares o fato o valor e a norma, como abaixo se exemplifica, para melhor 
elucidação.
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Os fatos, como já estudamos depreende das relações
sociológicas a serem estudadas, ou seja, os fatos sociais, como contratos, casamentos, direito
à ir e vir, ou seja, coisas cotidianas que fazemos todos os dias e que estão garantidas por
normas com limites, deveres e direitos. Conforme inclusive já estudamos, os fatos sociais são
dinâmicos e estão em constante modificação, é preciso que o legislador tenha atenção porque
as mudanças sociológicas sempre devem ser normatizadas e delimitadas mediante uso de leis
para tanto.
Os valores que são formados por costumes, tradições e
boas práticas de convivência, que de um modo geral mantém a ordem em nossa sociedade.
Muito embora tenhamos estudado que os valores, os costumes e as tradições não são
necessariamente leis, muitas das nossas leis e dos nossos valores são baseados em costumes,
valore s e tradições, por isso a importância e o estudo da base valorativa legal, antes do estudo
da norma aplicável.
Normas que são as regras, geralmente que delimitam
nossas condutas, dizendo quem e como pode ser feito o casamento, as sociedades, o que se
pode comprar e vender, bem como os crimes, que são as condutas sociais que a lei visa inibir
estabelecendo punições.
Cumpre-nos ainda diferenciar LEI e NORMA,
LEIS especificamente são normas de conduta que são
aprovadas por processo legislativo, mediante voto de parlamentares.
NORMA, podem ser regras que não passam por processos
legislativos, mas também servem para delimitar condutas, mas precisam de aprovação do 
processo legislativo para o uso do aparato estatal para a sua efetividade.
Dessa forma, compreendemos na introdução ao direito que
existe uma ordenação social que define e delimita comportamentos, de forma a estabelecer
punições em relações bilaterais, sustentado por uma basilar de fatos sociais, valores de
tradição e costumes que originam normas de conduta e delimitação sociológica, que se
exteriorizam mediante leis, que são normas que passam por processos legislativos e normas,
que são regramentos de conduta que não obtém a necessidade de passar por uma assembleia
legislativa.
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3. Várias Disciplinas Jurídicas:
Disciplina é a obediência à preceitos e regras, que quando
obedecidas limitam o trabalho de determinado profissional, servindo também para dividir
um estudo, no exemplo do direito, temos diversas disciplinas que existem para que o estudo 
do direito fique dividido em partes, as principais que veremos a seguir são: DIREITO
CIVIL, DIREITO PENAL, DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO
FAMÍLIA,
DIREITO
CONSTITUCIONAL, DIREITO EMPRESARIAL, DIREITO DE
DIREITO DO TRABALHO, DIREITO DO CONSUMIDOR e
AMBIENTAL (que veremos ao final deste trabalho).
O DIREITO CIVIL: É o conjunto de regramentos na qual
denominamos particular, ou seja, as relações de propriedade, Como por exemplo: De nome,
de capacidade civil, contratos em geral, direito das obrigações, dos negócios jurídicos, dos
pagamentos e também juros.
É através do Código Civil que se regulam as relações de
propriedade, como por exemplo a compra e venda de imóveis como uma casa, um terreno,
um prédio, é no código civil que se estabelece por exemplo que a compra de imóveis,
somente se torna plenamente válida com todos os direitos inerentes á propriedade, com o
registro no Cartório de Registro de Imóveis (CRI) da circunscrição imobiliária.(Art. 1.227 do
Código Civil).
É também no código Civil que se estabelece que a compra e
venda, a transferência, a compensação, ou a dação em pagamento de bens móveis somente
se perfaz com a tradição. Esse é o teor do artigo 1.226 do Código Civil brasileiro, que nada
mais é que a Lei 10.406/2002.
O Código Civil estabelece regras de obrigações, como por
exemplo as obrigações de pessoas que querem fazer determinada ou coisa ou dar
determinado bem. Há ainda obrigações negativas no mesmo código, ou seja, pessoas que são
obrigadas a não fazer ou não dar coisa (se abster) alguma à determinada pessoa por
disposições diversas, como por exemplo, intervenção de terceiros.
O Código civil regula a personalidade das pessoas, como o
nome, que deve ser composto pelo PRENOME E SOBRENOME, ou seja o prenome pode
ser JOÃO, PAULO, LUCIO, FABIO, já o sobrenome inclui especificamente o patronímico 
que é de origem familiar, ou seja, DA SILVA, DE SOUZA, SILVA, FERREIRA.
O Código que regula os contratos, é o Código Civil,
estabelecendo as partes, as obrigações, os valores, as multas e também dos juros que se
dividem em legais e compensatórios. Juros legais são os determinados pela lei, que não
podem passar de 1% (Um por cento). Já os juros compensatórios, são geralmente cobrados
por instituição financeira no contrato de crédito e podem ultrapassar o limite de 1%, desde
que previsto em contrato.
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Existem algumas outras regras para a cobrança de juros por
instituições financeiras que serão objeto de outro estudo.
O DIREITO PENAL é o Direito que regula os crimes e as
punições à determinadas condutas sociais. Muito embora se discuta e haja muita polêmica
no que tange à Direito Criminal, o foco da atribuição de determinadas condutas como crime,
é mais preventivo do que punitivo.
No Direito penal é importante o estudo do tipo penal, ou
princípio da legalidade, ou seja, “Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
´prévia cominação legal.” Ou seja, não se pode estabelecer nenhum crime sem que antes disso 
haja uma lei anterior que tenha definido tal ato como crime.
Esse princípio é baseado na Constituição Federal e princípio
da Irretroatividade.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...)
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;
DIREITO ADMINISTRATIVO é o conjunto de regras
que disciplinam e organizam a administração pública em geral, como por exemplo podemos
citar a Lei de Concessões Públicas e Lei de Licitações. Ambas para regular, administrar e
nortear a administração pública.
A lei de Licitações, serve para por exemplo, regular a compra
de determinados bens pela administração pública, ou ainda contratar determinados serviços
que prestarão à administração pública, como por exemplo, serviços de segurança ou limpeza 
que se denomina contrato de terceirização com a administração pública.
A Lei de Concessões Públicas também é basilar da
administração pública brasileira, ela serve para determinado local ou serviço a ser comandado
pela iniciativa privada, por exemplo, determinar que uma rodovia seja ela Federal, ou
Estadual, passe à controle da iniciativa privada. O mesmo serve por exemplo para setores
como energia.
DIREITO CONSTITUCIONAL, Direito Constitucional é o Direito basilar de todo o
Estado de Direito, a Constituição assegura todos os direitos e garantias fundamentais, a
brasileiros e à estrangeiros residentes no país, como preceitua o artigo 5º Cáput.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
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É o artigo 5º que assegura os direitos iguais à homens e
mulheres, , ainviolabilidade de consciência e crença, a irretroatividade da norma penal, o 
relaxamento de prisão ilegal e etc...
DIREITO EMPRESARIAL O Direito empresarial é o
direito que regula as atividades empresariais, desde a constituição da empresa, até o seu
encerramento, como a dissolução, a falência e a Recuperação Judicial , o Direito de empresa
é bem amplo e abrange as seguintes disciplinas TÍTULOS DE CRÉDITO, DIREITO
SOCIETÁRIO, DIREITO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA.
TÍTULOS DE CRÉDITO são direitos à emissão de
cheques, notas promissórias, duplicatas, coisas que são naturais e cotidianas no meio
empresarial, como emissão e faturamento de notas fiscais, compensação de cheques,
Emissão de Notas Promissórias. Geralmente o inadimplemento de um título desses gera
processo judicial e pode até resultar em penhora e perda de bens pela parte devedora, mas
com direito à defesa.
DIREITO SOCIETÁRIO Direito Societário é a regulação
das normas entre sócios, desde a constituição da sociedade, com registro nas Juntas
Comerciais, até a sua relação cotidiana, como ações de prestação de contas do administrador
da sociedade, ação de exclusão de sócio que põe em risco a atividade societária, inclusão de
novos sócios, bem como dissolução de sociedade, seja a sociedade
criada por prazo determinado, ou por tempo indeterminada, pelas cessação das razões que
levaram à sua criação.
DIREITO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E
FALÊNCIA: Direito de Recuperação judicial e falência é o ramo do Direito que estuda o
processo de pagamento de dívidas quando a empresa, pelas suas atividades cotidianas, não
consegue mais arcar com as suas obrigações.
Existem requisitos para a decretação da falência, como
por exemplo dívida que ultrapasse o equivalente a 40 (Quarenta) salários mínimos, na data
do pedido de falência.
Em determinados momentos da atividade empresarial, as
dívidas da empresa chegam a um ponto que não se consegue pagar todas a dívidas com as
atividade correntes do dia a dia da empresa, seja porque as vendas ou os lucros diminuíram, 
ou seja por algum prejuízo decorrente por exemplo de sinistro.
Nesse caso, o credor, ou até mesmo o próprio devedor
(chamada autofalência), pode requerer a falência da empresa. Falência é um processo de
pagamento das dívidas da empresa, onde o administrador é destituído de sua função e outra
pessoa assume com a finalidade de pagar todas as dívidas. Cabe ao administrador decidir se
a empresa deve continuar produzindo nesse período, ou se liquida, vendendo matérias
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primas ou maquinários para o pagamento das dívidas e ao final, determinar o encerramento
de suas atividades.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL Recuperação judicial é um
processo semelhante à falência, só que requerida somente pelo devedor e sócio administrador
da empresa, onde estabelece-se um processo de pagamento de dívidas, com a continuidade
da atividade empresarial, que não pode ultrapassar o período de 01 (Um ano) para
pagamentos de débitos trabalhistas e decorrentes de acidente de trabalho, vencidos desde a
data da recuperação judicial.
DIREITO DE FAMÍLIA Direito de Família é o ramo do
direito que estuda as relações de parentesco, como direito dos pais sobre os filhos,
estabelecimento de datas de visitação e guarda da dos filhos, valores de pensão alimentícia e 
quem se deve pagar e quanto se deve pagar.
Divórcios e casamentos, quem pode celebrar casamento,
quem e como podem se divorciar, como fica a divisão dos bens após o divórcio e a separação 
judicial.
Direito á Herança também é estudada pelo Direito de
Família, ou seja, como ficam os bens da pessoa que morre, com quem ficam os bens, quem 
é o responsável pela administração dos bens até que tudo seja dividido (O Conjunto
de bens deixado pelo falecido chama-se espólio. Essa divisão é dever do Direito de Família.
DIREITO DO TRABALHO: Direito do trabalho regula
as relações de trabalho e emprego, define por exemplo, quais são os direitos do trabalhador 
na despensa sem justa causa e quais os direitos do empregador na despensa com justa causa.
É dever também do direito do trabalho o estudo da carga
horária das funções (Cada função tem uma carga horária diferente), os direitos à férias
quando e quais são os períodos em que pode se requerer férias, quando o jovem pode
começar a trabalhar (Como aprendiz a partir dos 14 anos) – Antes dos 18 anos é proibido
que o jovem trabalhe em horário noturno ou em condições insalubres.
Trabalho Insalubre é a atividade que oferece risco à saúde
do trabalhador, como por exemplo, contatos com agentes químicos, locais em que lida
diariamente com ruídos intermitentes, calor excessivo, com proximidade à fornos, agentes
biológicos, como trabalhos em laboratórios, etc...
DIREITO DO CONSUMIDOR: Direito do Consumidor
é o ramo do Direito que regula as relações de consumo, ou seja, o produto que sai da
indústria
e chega até sua casa.
Nesse ponto é que reside os direitos do consumidor,
quando o produto chega até sua casa, estragado, que faça mal a sua saúde, que ofereça riscos,
como um carro por exemplo que tenha problemas mecânicos.
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Serviços, como os de natureza bancária defeituosos, como
empréstimos lançados na conta corrente sem o consentimento, cartões de crédito enviados
sem o consumidor solicitar.
Veremos Direito Ambiental no último capítulo.
Vemos então a variedade de matérias e disciplinas que tem o
direito, cada qual ingressa por um caminho e lá conhece-se as suas especificações e
particularidades de cada caso, que não nos convém, em tais particularidades ingressar em
um curso de introdução ao direito e sim em um estudo mais aprofundado de graduação
jurídica, que se obtém ao longo do tempo.
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4. Noções Básicas do Direito:
Direito é o estudo das normas e leis que regulam e delimitam
as atividades sociais do nosso dia-dia.
ALCANCE DA NORMA:
Territorialidade – É a Norma que tem vigência em todo o Território Nacional, como a
grande maioria das leis, ou seja, tem vigência em todo o território Nacional, como o Código
Penal, o Código Civil, as Leis do Trabalho, como já estudamos.
Salvo disposições em contrário, uma lei começa a vigorar em
todo o país, cinco dias depois de oficialmente publicada.
A lei prevê que Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando
que não a conhece.
Extraterritorialidade: São normas que tem vigência para além do território nacional, como
as normas que tange à Direitos Humanos, tratados de extradição, e demais tratados 
internacionais, sejam econômicos ou políticos.
Fonte das Leis: São fontes das leis, os meios pelo qual as leis se originam, como veremos:
➢ As próprias Leis;
➢ Os Costumes, como já vimos.
➢ Os princípios Gerais do Direito.
Que veremos na aula de Teoria Geral do Direito.
Importante ainda salientar:
PRAETER LEGEM : São Atos sociológicos que preenchem as lacunas na legislação quando
esta for omissa – Art. 4º LINDB (4.657/1942) - Art. Quando a lei for omissa, o juiz4o
decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
SECUNDUM LEGEM: São Atos sociológicos que estão de acordo com a lei.
CONTRA LEGEM: São Atos sociológicos que estão em desacordo com a lei.
Interpretação das Normas: As Normas podem ser interpretada pelas seguintes formas
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➢ Jurisprudencial: Ou seja, julgamentos prolatados pelo judiciário que nos dêem o
entendimento daquela lei
➢ Histórica: Ou seja, os motivos e fundamentos históricos que originaram a criação
daquela lei;
➢ Línguística: Ou seja, pela interpretação que a língua portuguesa nos dá daquela
Lei.
➢ Axiológica: Pelos valores que originaram a criação daquela norma (Axioma significa
valor).
➢ Lógica: Que é a interpretação que se depreende em um estudoracional da lei.
Diferença entre Direito Material x Direito Processual: É por exemplo o Código Civil
que nos dirá se é possível comprar ou vender determinado bem móvel ou imóvel. É dever
do Código Penal nos mostrar se determinado ato é considerado crime ou não, é dever do
Direito do Trabalho, dizer quais são os nossos direitos durante a relação de trabalho e no
fim dela. Isso é o Direito material.
Ocorre que vez em quando ocorrem problemas e dúvidas
quanto ao Direito material, desta feita precisamos do direito processual para nos socorrer. É
dever do direito processual, estabelecer regras e prazos para postularmos perante o juiz a
prevalência de algum direito.
Mesma coisa ocorre no Direito Penal, todo crime depende de
um processo para haver punição. O Direito material, estabelece o direito em si, mas o Direito
processual é que estabelece os prazos e meios legais para que haja uma decisão mais justa e 
equânime.
A Constituição Federal assegura:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
Por isso existe a divisão entre Direito Material e Direito
Processual.
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Lei Especial x Lei Geral :
Pelo princípio, da especialidade, uma lei especial prevalesce
sobre os ditames de uma lei geral, como vemos por exemplo: Uma lei, como o Código Civil
trata sobre os títulos de crédito, como é o caso do artigo 887 do Código Civil (10.406/2002).
Contudo em alguns casos, como por exemplo, uma lei especial deverá prevalecer, por
exemplo, a lei de Duplicatas (Lei 5.474/1968). Assim, ainda que o Código Civil estabeleça
normas genéricas sobre os títulos de crédito, há uma lei específica para duplicatas que regula
o tema e em alguns casos, ela deverá ser aplicável.
A Legislação trabalhista prevê o adicional sobre o trabalho
insalubre, mas são as legislações técnicas que definirão o conceito de atividade insalubre, e 
os requisitos técnicos para a sua consecução.
Assim, em alguns casos a Lei estabelecerá normas genéricas
para observância e outras leis específicas, determinarão normas próprias e mais técnicas do
que as normas gerais, como é o caso do exemplo acima. Na doutrina jurídica, considera-se
que as especificações técnicas de uma lei especial, derroga as especificações genéricas de uma
lei geral.
Para todos os efeitos, é necessário saber:
1.
2.
3.
Derrogar uma lei significa: Tirar os efeitos de uma lei já vigente.
Sancionar uma lei significa tornar uma lei vigente. 
Vetar uma lei significa impedir a sua vigência.
Por isso é que em sede de noções básicas de direito sabemos
que:
➢ Uma lei pode valer dentro do território Nacional e se disciplinada por tratado, pode
valer fora dele.
➢ As próprias Leis, os Costumes e os Princípios Gerais do Direito é que originam as
leis.
➢ As normas podem ser interpretadas Jurisprudencialmente, Historicamente,
Linguísticamente, Axiológicamente e pelo raciocínio Lógico.
➢ Existe o Direito material que estabelece os Direitos e o Direito Processual que
estabelece os meios para um processo mais justo e equânime.
➢ Leis mais técnicas e específicas sobre determinado tema, prevalecem sobre normas
genéricas sobre o mesmo tema.
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5. Definições da Palavra Direito:
Segundo Miguel Reale, O Direito é, por conseguinte, um fato
ou fenômeno social; não existe senão na sociedade e não pode ser concebido fora dela. Uma das
características da realidade jurídica é, como se vê, a sua socialidade, a sua qualidade de ser
social. Lições preliminares de direito / Miguel Reale. — 27. ed. — São Paulo : Saraiva, 2002.
Pág. 18.
Celso, renomado jurista Romano entendia que “O Direito é a
arte do bom e do justo”, “ Ius est ars boni et aequi.”
Orlando Gomes, renomado jurista brasileiro, definiu o
Direito, como "Sob o aspecto formal, o Direito é regra de conduta imposta coativamente aos homens. Sob
o aspecto material, é a norma nascida da necessidade de disciplinar a convivência social”. GOMES, 
ORLANDO; Introdução ao Direito Civil. Sao Paulo: Forense, 2007.
Contudo, o mesmo professor Miguel Reale adverte que não é
tão simples, Direção, ligação e obrigatoriedade de um comportamento, para que possa ser considerado lícito,
parece ser a raiz intuitiva do conceito de Direito. A palavra Lei, segundo a sua etimologia mais provável,
refere-se a ligação, liame, laço, relação, o que se completa com o sentido nuclear de jus, que invoca a ideia de
jungir, unir, ordenar, coordenar. (REALE, 2002 pág. 18).
É fato que o Direito evoluiu com o decorrer do tempo,
estabelecemos um liame de Doutrina Romana com a brasileira, uma vez que o sistema
jurídico brasileiro, como se verá em quem pretende aprofundar os estudos, adota o regime
Romano – Germânico, de produção de normas e sistemática de operações processuais.
Como no primeiro exemplo, não existe direito se não houver
sociedade, e o direito não pode ser concebido sem que haja uma sociedade em seu julgo.
Quando Reale, fala em realidade jurídica, do direito é que em suma o direito tem
necessariamente que se voltar e ser destinado á sociedade vista de um modo geral, oponível
à todos os entes sociais.
Quando citamos o sistema Romano de Celso, consideramos
tal conceito como incompleto, uma vez que se considerarmos o Direito como a arte do bom
e do justo, obteríamos o seguinte questionamento sobre o que é bom, ou o que é uma
conduta boa, ou o que é justo, ou o que é uma conduta justa ? Consideramos bom, um
conjunto de boas práticas que de uma certa forma trazem conforto à consciência ou à saúde
de outrem.
Contudo existe um conceito muito amplo e variedades de
doutrina sobre o que é justiça. Platão entendia que justiça é dar a cada um aquilo que lhe é
próprio, a visão cristã, considera justiça como dar a cada um segundo suas obras, contudo,
algumas doutrinas entendem que justiça não se trata de um valor absoluto, estabelecendo
que a justiça varia de acordo com cada ordenamento jurídico base, pelo qual se analisa.
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6. Norma Jurídica:
Normas jurídicas, são o conjunto de regras elaboradas por
advogado e que estipulam, obrigações, deveres e direitos jurídicos. Por isso quando falamos
de NORMAS JURÍDICAS, falamos em NORMAS cujo tema são assuntos
propriamente ditas, muito embora o termo NORMAS, designem outros 
ordenamento que diferem de certa forma costumeiro jurídico.
jurídicos,
tipos de
O termo NORMA é bastante amplo, porque além das
NORMAS JURÍDICAS aos quais estudamos com o presente capítulo, existem outros tipos
de NORMAS, aos quais se incluem a ÉTICA, os VALORES, e as TÉCNICAS
PROFISSIONAIS.
Tipos de Normas:
✓ NORMA JURÍDICA
✓ NORMA ÉTICA
✓ NORMAS VALORATIVAS
✓ NORMAS TÉCNICAS PROFISSIONAIS.
ETC...
A Norma jurídica difere dos demais tipos de normas, porque
a norma jurídica ela é dotada de coercitividade, ou seja, a NORMA JURÍDICA pode
estabelecer e executar punições pelo seu descumprimento, impor penas, como multas,
restrições à liberdade de ir e vir, perdimento de bens. Com uma ressalva, a NORMA
JURÍDICA, quando aprovada e passada por processo legislativo, pode usar todo o aparato
estatal para que sua efetividade seja plena.
É possível haver uma NORMA JURÍDICA sem que que esta
passe por processo legislativo, contudo, para o uso do aparato estatal para a sua efetividade, 
é necessário primeiramente que esta passe por processo legislativo
Por isso consideramos que NORMA JURÍDICA não é a
mesma coisa que lei, existem NORMAS JURÍDICAS que são leis e NORMAS JURÍDICAS
que não são leis. As NORMAS JURÍDICAS que se tornam leis, necessariamente passam por
processoslegislativo, mas há NORMAS JURÍDICAS que são vigentes e que não passaram
por processo legislativo.
Contudo em um ordenamento jurídico de pesos e
contrapesos, onde se busca a verdadeira justiça, para que a NORMA JURÍDICA possa ser
efetiva e ser aplicada a COERÇÃO, é necessário primeiro que haja o processo, assegurando
o devido processo legal e ampla defesa, e todos os meios necessários à sua consecução.
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Já as NORMAS ÉTICAS, NORMAS VALORATIVAS E
NORMAS TÉCNICAS PROFISSIONAIS, não são dotadas de coercitividade, e não
podem usar o aparato estatal para a consecução de sua efetividade, mas podem, em
determinados casos, a proibição de frequentar locais particulares onde tais normas são
vigentes, bem como proibir de exercer determinada profissão ou ofício, em razão de
descumprimento ético, ou técnica profissional.
Desta feita, concluímos que as NORMAS JURÍDICAS
estabelecem limites legais à determinadas condutas e são dotadas de conteúdo jurídico.
Contudo Entendemos que NORMA é um termo amplo que pode abranger VALORES,
ÉTICA, E TÉCNICA PROFISSIONAL. Sabemos que a NORMA JURÍDICA é dotada de
coercitividade e quando passada por processo legislativo, pode usar o aparato estatal para a
sua efetividade.
Entendemos que nem toda NORMA JURÍDICA é lei, os
regimentos internos de tribunais, são NORMAS JURÍDICAS dotadas de coercitividade, mas
não são leis, porque não precisam passar por processo legislativo. Para que a efetividade de
uma NORMA JURÍDICA seja plena é necessário que antes de mais nada seja precedida de
um processo com ampla defesa e contraditório.
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7. Técnica Legislativa e Jurídica:
Técnica Jurídica: Técnica Jurídica é o termo para usar as
técnicas de escrita e formatação das minutas jurídicas que são apreciadas pelo poder
judiciário, em geral. Geralmente as técnicas são as mesmas para uso nos mais diversos ramos
jurídicos, seja ele, Civil, Criminal, Trabalhista, Administrativo e demais disciplinas, como já
vimos.
Inicialmente a título de prática jurídica cumpre-nos saber que
uma peça processual é constituída dos seguintes pontos primordiais, aos quais passamos a 
demonstrar:
➢ ENDEREÇAMENTO
Endereçamento é o Tribunal ao qual será endereçada à petição, seja ela inicial, defesa, 
ou recursos.
➢ QUALIFICAÇÃO (AUTOR E RÉU)
Qualificação são os dados da parte, como nome completo, número dos documentos,
estado civil, profissão e endereço. A menos que haja alguma mudança nos dados é
defeso à parte qualificar a parte apenas uma vez, seja na petição inicial, na defesa ou
nos recursos.
➢ PRELIMINARES
Nesse caso, tanto na inicial, quanto nas defesas ou recursos, podem haver
preliminares, tais como (O Processo já foi distribuído anteriormente e já teve decisão)
ou (A petição inicial não tem os requisitos para a sua recepção pelo juízo).
➢ FATOS
Fatos, tanto na petição inicial quanto na defesa é a narração das ocorrências que 
levaram á propositura do processo
➢ DIREITO
É o fundamento jurídico do direito (previsão legal) que permite a consecução
daquele
direito almejado, ou o artigo ou o conjunto de artigos jurídicos que não dão o direito 
ao quanto pedido
➢ PEDIDO
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É o que você quer, seja na INICIAL o pedido de PROCEDÊNCIA da demanda e
na DEFESA o pedido de IMPROCEDÊNCIA da demanda.
PRÁTICA LEGISLATIVA
Em uma regra geral a lei também tem suas especificações
técnicas tanto para a sua elaboração, quanto para a sua análise e estudo.
Os pontos principais de uma lei são:
➢ PARTE GERAL
Parte geral é o conjunto de artigos de uma mesma lei que serve para aplicação de
todos os demais artigos da lei, ou seja, é na parte geral que se estabelece condições
genéricas para a aplicabilidade dos direitos previstos nos artigos.
➢ ESPECIFICIDADES
Especificidades são o conjunto de especificidades da lei. Ou seja se o tema da lei são
crimes, é na parte de especificidades que estarão os crimes e as penas.
➢ DISPOSIÇÕES FINAIS]
As disposições finais são artigos de conclusão da lei, como por exemplo, algumas 
regras de aplicabilidade e prazo de vigência.
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8. Teoria Geral:
Sobre teoria Geral do Direito, cumpre-nos estabelecer duas
citações extraídas do jurista Miguel Reale.
No caso das ciências humanas, talvez o caminho mais aconselhável seja
aceitar, a título provisório, ou para princípio de conversa, uma noção corrente consagrada pelo uso. Ora, aos
olhos do homem comum o Direito é lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garante a
convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. Assim sendo,
quem age de conformidade com essas regras comporta-se direito; quem não o faz, age torto. Reale, Miguel,
1910 Lições preliminares de direito / Miguel Reale. — 27. ed. — São Paulo : Saraiva, 2002.
P. 18.
O que se extrai é que o objetivo da ciência jurídica e da
TEORIA GERAL DO DIREITO é o estudo dos conjuntos de regras obrigatórias, que
pacificam e facilitam a convivência social, estabelecendo garantias, deveres e também limites
à atividade social de todos os membros da sociedade. Considera-se que o cidadão que é
cumpridor de suas obrigações legais seria o cidadão que se denomina pessoa Direita.
É claro, portanto, que a Ciência Jurídica se eleve ao plano de uma Teoria
Geral do Direito, que, como veremos com mais profundidade, ao volvermos a este assunto, representa a
partegeral comum a todas as formas de conhecimento positivo do Direito, aquela na qual se fixam os princípios
ou diretrizes capazes de elucidar-nos sobre a estrutura das regras jurídicas e sua concatenação lógica, bem
como sobre os motivos que governam os distintos campos da experiência jurídica. Reale, Miguel, 1910
Lições preliminares de direito / Miguel Reale. — 27. ed. — São Paulo : Saraiva, 2002. P 28
Observa-se que o estudo da ciência jurídica sob o prisma de
uma teoria geral do direito, se eleva ao plano mais alto de observância, onde se estabelece
princípios jurídicos inerentes à toda a atividade legislativa e jurídica. Ao tempo em que se
observam os princípios de cima, coordenando as atividades legislativas, observa-se também
que os princípios fixam a base de todo o sistema normativo.
Passemos a estudar os princípios gerais do Direito:
➢ PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Pelo princípio do devido processo legal, todo questionamento sobre Direito Material
que existir, em havendo dúvidas sobre a aplicação ou não do Direito material entre
duas ou mais pessoas, este se resolverá mediante a aplicação do devido processo legal.
Ou seja, pelo princípio do devido processo legal, nenhuma pessoa poderá perder
bens, seja em apreensão, ou penhora (Ato do Oficial de Justiça que transfere a
titularidade de bens, com fim de satisfazer dívida), ou como pena criminal, sem que
antes haja um processo para tanto.
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O Devido processo penal tem como objetivo conter poderes, inclusive do Estado.
A Constituição estabelece que todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, sendo assim, se uma pessoa, seja ela jurídica ou o próprio Estado
acredita ter o direito de transferir a titularidade determinado bem, ou plicar pena, seja
ela qual seja, deve sempre passar por um processo que assegure a defesa, o
contraditório e o duplo grau de jurisdição.
➢ PRINCÍPIO DO DIREITO DE AÇÃO
Previsto no artigo 5º, Inciso XXXV, o princípio do direito de ação ou inafastabilidade
do judiciário garante à todos o direito de peticionar ao poder judiciário, contra lesão
(Quando o direito já foi negado), ou ameaça à direito, ou seja, quando há uma
previsão de negação de tal direito em curso por uma autoridade, ou até mesmo
pessoas físicasou jurídicas.
➢ PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
Princípio do Direito à Defesa está no artigo 5º, Inciso LV e assegura ao litigante em
processos judicial a defesa e a todos os meios para a sua necessária defesa, nos termos 
da lei.
O Princípio do Contraditório está no mesmo dispositivo legal, assegura que na
defesa, o acusado possa contradizer todos os argumentos de acusação.
O Duplo Grau de Jurisdição assegura o direito de recurso para qualquer decisão
judicial à um Tribunal Superior.
➢ PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Princípio da dignidade da pessoa humana consagra os ditames globais de direitos do
Homem (Homem como ser humano dotado de direitos), ou seja, a pessoa humana
tem direito á vida, à não ser exposto à humilhações, o direito à não ser torturado em
interrogatórios policiais, a ter um sistema de saúde digno, para viver melhor.
A verdade é que no Direito existe o seguinte questionamento do SER e do DEVER
SER, a Constituição Federal faz a obrigação dela estabelecendo, como devem ser as
coisas, se as coisas não são como devem ser por administração ruim, ou até mesmo
por falta de recursos, este é um problema que deve ser corrigido através de políticas
públicas de educação e desenvolvimento.
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9. Dever Jurídico:
Miguel Reale entende sobre DEVER JURÍDICO Segundo esse
mestre da Teoria pura do Direito, o direito subjetivo não é senão uma expressão do dever
jurídico, ou, por utras palavras, um reflexo daquilo que é devido por alguém em virtude de
uma regra de direito. Reale, Miguel, 1910 Lições preliminares de direito / Miguel Reale. —
27. ed. — São Paulo : Saraiva, 2002.
DEVER JURÍDICO CONTRATUAL – O Dever jurídico
contratual decorre de contrato ou termo estabelecido entre as partes, ou seja, cidadão que
assina um documento se comprometendo a entregar uma casa, mediante o pagamento de
determinada quantia, tem o DEVER JURÍDICO de entregar, sob pena de incorrer em
multas, que também são estabelecidas em contrato.
Dever jurídico contratual também se aplica à relações
trabalhistas, ou seja, o empregador tem o dever de pagar todos os direitos, caso contrate o
trabalhador, caso não pague, existem normas legais que permitem a aplicação de multas e
penalidades.
Contudo existe o DEVER JURÍDICO PÚBLICO, que
abrange todos os cidadãos, independentemente da assinatura de contratos ou termos, ou
seja,
são obrigações que todo o cidadão deve obedecer sob pena de incorrer em penas impostas 
também pela lei.
Por exemplo, o artigo 52 da Lei 6.015/1973 dispõe sobre a
obrigação do pai ou da mãe de registrar o recém nascido.
A lei 9.503/1997 prevê que todo o condutor de veículo
automotor tem a obrigação de registrar-se como motorista com a expedição da CARTEIRA
NACIONAL DE HABILITAÇÃO.
Os casos acima, são denominados DEVERES CIVIS, ou seja,
são deveres, destinados à população civil em geral.
Contudo, existem ainda deveres como no caso de DEVERES
POLÍTICOS, no Brasil, diferente de alguns países do mundo, o voto ainda é obrigatório, ou 
seja, votar é um direito político ao cidadão.
Há ainda o DEVER TRIBUTÁRIO, ou seja o dever dos
cidadãos pagarem seus impostos. Em qualquer atividade que exerça o cidadão ele lidará 
diretamente com impostos, seja com serviços, indústria, comércio, etc.
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10 . Hierarquia das Leis:
Tanto no ordenamento jurídico brasileiro, mas também em
diversos ordenamentos jurídicos pelo mundo há uma hierarquia de leis, ou seja, algumas leis
que são mais poderosas que as outras, ou seja, leis que detém mais autoridade que as outras,
como veremos:
A Constituição Federal, por exemplo é a mais poderosa das
leis, sobre ela que todo o sistema normativo se desenvolve. O Ordenamento jurídico
brasileiro se desenvolve mediante o seguinte organograma, sendo a Constituição, como o
maior e de maior peso normativo e as circulares e portarias com menor peso normativo, para
efeitos legais.
A Constituição Federal é o maior peso normativo, é nela que estão os
direitos consagrados aos brasileiros, como vida, liberdade, propriedade, sistema democrático,
aposentadoria e Etc...
As Emendas Constitucionais alteram a Constituição, muito embora
após aprovada, elas se tornam normas constitucionais, são de peso menor porque a
autoridade delas é menor, porque não é permitido Emendas Constitucionais com vistas a
abolir : I – Forma Federativa de Estado; II – O Voto Secreto, Universal e Periódico; III – A
Separação de Poderes; IV – Os Direitos e Garantias Individuais.
As Leis complementares visam estabelecer algumas especificidades
do Direito Constitucional, como por exemplo, uma lei complementar define os direitos e as
possibilidades de aposentadoria.
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As leis ordinárias estabelecem leis comuns que devem ser
obedecidas pelos cidadãos, bem como estabelecem diretrizes, como é o caso da Lei
13.703/2018 – Institui a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte rodoviário de 
cargas.
Decretos, por exemplo são estabelecidos pelo presidente da
república – e tem como exemplo Os limites e Instâncias de governança para contração de
bens e serviços para realização de gastos com diárias de passagem no âmbito do poder
executivo federal.
Circulares, por exemplo, são normas que estabelecem como
serão formulários para consecução de direitos, bem como para pagamento de impostos, 
tributos, etc..
Conclui-se portanto que, existe um tipo normativo para cada
momento, dependendo do tema, da hierarquia e do objetivo que deve atender a legislação 
aplicável. É possível que uma ou duas leis, prevejam um mesmo tema, sendo uma mais
genérica, estabelecendo normas gerais para
específicos e mais práticos acerca do tema.
cada tema e outras, estabelecendo temas
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11. Direito Ambiental:
O DIREITO AMBIENTAL deve ser visto por duas
vertentes A uma) O DIREITO AMBIENTAL NATURAL que trata do meio ambiente,
dos recursos naturais, dos mares e da sua profundidade até o fim do mar territorial, das
florestas e árvores, e dos animais, que estão em regiões ambientais, inclusive os que estão
ameaçados de extinção
A Duas) O DIREITO AMBIENTAL EXPANSIVO,
Onde se há uma expansão do conceito de meio ambiente para a sociedade humana, em
nossas cidades, nossos trabalhos e nossas casas. Nesse contexto, inclui-se o estudo da 
administração pública e principalmente, por exemplo a prevenção de acidentes de trabalho.
2. DO DIREITO AMBIENTAL NATURAL:
DOS BENS AMBIENTAIS: Consideram-se bens
ambientais, os terrenos protegidos pela União, onde se contém regiões cobertas por
florestas
e árvores naturais, regiões protegidas pela união, cobertas por rios, riachos, cachoeiras, as
regiões litorâneas, incluindo as ilhas, cobertas por areia e oceano inclusive em sua
profundidade até o fim do mar territorial. Consideram-se ainda os bens ambientais os
territórios protegidos pela União, onde se localizam parques arqueológicos e regiões de
estudo científico.
O Direito ambiental deve ser concebido de modo a proteger
a) A Diversidade cultural e étnica da história do povo brasileiro; b) A Conservação de
recursos indispensáveis à sobrevivência humana, como água, oxigênio e espécies raras de
plantas e animais, inclusive as ameaçadas de extinção. c) A Preservação com vistas à
exploração turística; d) Regiões especificamente usadas para pesquisas científicas que são
preservadas para efeitos de estudo.
No Direito ambiental, cumpre-nos estudar alguns conceitos
que são importantes e que os profissionais da área sempre atuam todos os dias, quais sejam:
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: É através da doutrina do desenvolvimento
sustentável que algumas lideranças mundiais buscam o desenvolvimento econômico e social
de uma nação: Trata-se de meios de desenvolvimento econômico esocial, que visam o
progresso da nação, com o mínimo uso de recursos, ou com o uso de recursos renováveis.
O objetivo é a busca do progresso e do desenvolvimento, sem que haja agressões ao meio
ambiente local, ou que tais agressões sejam mínimas, ou passíveis de renovação.
RECURSOS RENOVÁVEIS: Recursos renováveis são recursos ambientais usados para o
desenvolvimento e o progresso de uma nação que são possíveis de reposição, sem que haja
prejudicialidade ao meio ambiente ou de prejudicialidade mínima. Um grande exemplo de
recursos renováveis, por exemplo é a geração de energia elétrica pela via solar, cuja
prejudicialidade ao meio ambiente é mínima e em detrimento da geração de energia por
queima de combustível, como por exemplo a queima de óleo, que é extraído demasiadamente
do subsolo, se queima, e libera-se monóxido de carbono ao meio ambiente, poluindo o ar.
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ATUALIDADE: Existem tratados que versam sobre limites aos países à liberação de
monóxido de carbono pela indústria. Tal tratado visa diminuir ou limitar a emissão do
poluente, com vistas a reduzir o que alguns cientistas consideram como “Aquecimento
Global”. Contudo a teoria do aquecimento global, vem sendo questionadas por algumas
lideranças mundiais. Por isso atualmente existe um debate mundial entre dois lados, os que
acreditam que o aquecimento global não existe, e outros que ele é real e que é preciso
controlar a emissão de monóxido de carbono no planeta terra.
Vejamos agora o resumo de algumas leis ambientais:
LEIS AMBIENTAIS: A Lei 9.605/1998 prevê a lei dos
crimes ambientais, ou seja, monitora as atividades regionais de proteção ao meio ambiente
natural, como caça, equipamentos de corta e poda de árvores e tratores, estabelecem meios
de punir atividades poluidoras ou ordenamento urbano e patrimônio cultural.
LEI 12.305/2010 : Institui a Política Nacional de resíduos
sólidos – Ou seja, determina o que se fazer e o que deve ser feito para o descarte de lixo,
com o objetivo que determinados resíduos não sejam jogados em locais que possam a tornar
o local poluído, gerando doenças e contaminação à humanos e animais. Determina ainda a
política de reciclagem de tais resíduos.
Lei 6.938/1981 – Institui a Política Nacional do Meio
Ambiente - em por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, 
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Lei 7.347/1985 – Regem as ações populares e as ações de
responsabilidades por danos patrimoniais e morais causados ao meio ambiente, ao
consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico turístico ou
paisagístico, A interesses difusos ou coletivos, Infração à ordem econômica, à Ordem
urbanística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, ao patrimônio
público e social.
Lei 12.615/2012 estabelece normas gerais sobre a proteção da
vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração
florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos
florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos
e financeiros para o alcance de seus objetivos
CONCEITO EXPANSIVO DE DIREITO AMBIENTAL:
Considera-se ainda, além do que já vimos, o Direito
Ambiental existente em nós, como raça humana, em nossas cidades, em nossos trabalhos, e
até mesmo em nossas casas.
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Nas cidades, do Direito ambiental busca a vivência pacífica
raça humana, mediante o fornecimento de meios, como transporte, alimentação, prevenção
de crimes e acidentes. Uma simples faixa de pedestre, por exemplo, é vista como no Direito 
ambiental, como um sinal sociológico e ambiental de proteção contra acidentes e sinistros.
Nos nossos trabalhos, é dever do profissional responsável por
acidentes de trabalho, zelar pelo ambiente pacífico, estudando os carpetes usados no
escritório que podem evitar um incêndio, os extintores que em um segundo momento podem
dar o primeiro combate a focos, bem como zelar por normas de comportamento e conduta
que de um modo geral pacificam e evitam dissenssões.
É dever do profissional de acidente de trabalho, estudar e
orientar sobre equipamentos de segurança e notificar engenheiros e profissionais de
supervisão, sobre determinadas condutas e ocorrências que posam se tornar futuramente em
sinistros e em prejuízos à empresas.
Consideram-se normas preventivas de acidente de trabalho,
dentre alguns exemplos:
NR 06 – Prevê o uso de equipamentos de Proteção Individual.
NR 07 – Programas de Controle Médico Ocupacional.
NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.
NR 15 – Atividades e Operações Insalobres.
NR 16 – Atividades e Operações Perigosas.
NR 17 – Ergonomia
NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
Diante do exposto, conclui-se que no começo, o direito
Ambiental era visto somente como os bens naturais e de proteção ambiental, como natureza
e animais em risco de extinção, contudo, vimos que a doutrina moderna se atualizou,
expandindo o conceito de meio ambiente para as cidades, considerando nós, como raça
humana e o meio ambiente em que vivemos.
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