Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
COLOCAR CAPA ATUALIZADA Governo da Bahia Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SEMA Instituto de Gestão de Águas e Clima – INGÁ Governador Jacques Wagner Secretário de Meio Ambiente Eugênio Spengler Diretor-Geral do INGÁ Wanderley Rosa Matos Diretor de Monitoramento e Informação do INGÁ Eduardo Gabriel Alves Palma Coordenador de Monitoramento do INGÁ Josane Calina Vale da Silva Federação das Indústrias do Estado da Bahia - FIEB Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI Centro de Tecnologias Pedro Ribeiro - CETIND Presidente da FIEB José de F. Mascarenhas Diretor Regional do SENAI Gustavo Leal Sales Filho Gerente da Unidade CETIND do SENAI Carlos Roberto de O. Souza Gerente da Área de Meio Ambiente do SENAI/CETIND Arlinda Conceição Dias Coelho Gerente da Área de Metrologia Química e Volumétrica do SENAI/CETIND Antonio Cesar de Macedo Silva Coordenação do Programa Monitora no INGÁ Wanderley Rosa Matos Diretor-Geral do INGÁ Engenheiro Agrônomo Eduardo Gabriel Alves Palma Diretor de Monitoramento e Informação do INGÁ Geógrafo, MSc em Geografia Josane Calina Vale da Silva Coordenadora de Monitoramento da Qualidade da Água e Hidrogeologia do INGÁ Bióloga Equipe Técnica do Programa Monitora no INGÁ Ailton dos Santos Junior, Biólogo, Esp. em Meio Ambiente e Recursos Hídricos Christiane Freitas Pinheiro de Jesus, Geógrafa, Analista de Geoprocessamento Cláudia do Espíto Santo Lima, Engenheira Sanitarista, Esp. em Meio Ambiente e Recursos Hídricos Eduardo Farias Toázio, Engenheiro Sanitarista, MSc Engenharia Oceânica Hérica D’Asunção Coelho, Química, MSc Solo e Nutrição de Planta Lidiane Castro Alves dos Reis, Analista de Desenvolvimento Luíz Carlos Batista de Cerqueira, Analista de Sistemas Maura Maria Pezzato, Ecóloga, DSc Ciências Moisés Bruno Carvalho dos Santos, Analista de Geoprocessameto Regina Célia de Toledo Francisco, Química, MSc Química Analítica Coordenação do Programa Monitora no SENAI Arlinda Conceição Dias Coelho Gerente da Área de Meio Ambiente Química, MSc Gerenciamento de Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo Edisiene de Souza Correia Coordenadora de Serviços Técnico-Tecnológicos da Área de Meio Ambiente Engenheira Química, MSc Engenharia Química Charlene Neves Luz Coordenadora do Programa Monitora Técnica em Meio Ambiente, Urbanista, Esp. Auditoria e Gestão Ambiental, MSc. Engenharia Ambiental Urbana Equipe Técnica do Programa Monitora no SENAI ÁREA DE MEIO AMBIENTE Edna dos Santos Almeida, Química/ MSc Química Analítica/ DSc em Ciências Elivaldo Araújo Batista, Técnico em Meio Ambiente Flávia Bezerra Amorim, Engenheira Sanitarista e Ambiental/ Esp. Gerenciamento de Recursos Hídricos/ MSc. Engenharia Ambiental Urbana Iury Marcos Silva Costa, Técnico em Meio Ambiente Leonardo Henrique de Mello Chacon, Técnico em Meio Ambiente Luciane Lino Fiúza, Técnica em Meio Ambiente Márcia de Andrade Macedo, Química Industrial/ Esp. Metodologia de Ensino Superior Samara Fernanda Silva, Engenheira Sanitarista e Ambiental Welinson Santos Costa, Tecnólogo em Gestão Ambiental ÁREA DE METROLOGIA QUÍMICA E VOLUMÉTRICA Barbara Castilho Bahia, Técnica em Química Bárbara Tatiana Nunes de Souza, Técnica em Química Cristiane Ferreira de Brito, Química/ MSc Química Analítica Daiana Rose dos Santo Sandes, Técnica em Química Daniel Nascimento Campos, Técnico de Meio Ambiente Daniela Bonina Cardoso, Técnica em Química Denise Araújo de Souza, Técnica em Química Denise Silva Luz, Técnica em Patologia Clínica Elivaldo Lima de Oliveira, Técnico de Processo Operacional Francineide Lima de Amorim, Técnica em Química Gildo de Deus Santos, Técnico de Processo Operacional Gláucia Caetano Haack, Técnica em Química Hilda Costa dos Santos, Química/ DSc Química Analítica Ione Pinheiro dos Santos, Bióloga Jorge Edmundo Prazeres da Silva, Técnico em Química José Augusto Santos Oliveira, Técnico em Química Julice Souza Sardeiro, Técnica em Química Karla Regina Caribé de Araújo, Técnica em Química Letícia de Alencar Pereira Rodrigues, Engenheira de Alimentos/ Esp. Segurança e Inspeção de Alimentos Luciana Reis Lima, Técnica em Patologia Clínica Manuela Silva dos Santos, Técnica em Química Marcelo Costa Brandão, Técnico de Processo Operacional Marcelo Reis Costa, Técnico de Processo Operacional Maria de Lourdes Rodrigues e Silva, Técnica em Química Marinice Santiago dos Santos Acácio, Técnica em Química Neviton da Silva Neves, Biólogo Nívia Paula Sobrinho, Bióloga Rafael Roberto Oliveira, Técnico em Processos Químico Sandra Santos de Araújo, Técnica em Química Sângela Maria Gonçalves Severo, Técnica em Química Silvana do Espírito Santo, Química Tais Oliveira Franco, Técnica em Química Valdirene Silva Batista, Técnico em Química Vânia Santos Ruas, Técnica em Química Vânia Tereza Neves da Purificação, Técnica em Química ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES Elson Cardoso Siquara, Analista de Sistemas Josafá de Souza Júnior, Analista de Sistemas SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................VI 1 METODOLOGIA........................................................................................................................ 7 1.1 DEFINIÇÃO DA REDE DE MONITORAMENTO...................................................................... 7 1.2 MÉTODOS DE COLETA................................................................................................................ 8 1.2.1 Coleta de água superficial ................................................................................................ 8 1.2.2 Acondicionamento e transporte das amostras .................................................................... 9 1.2.3 Levantamento de dados de campo..................................................................................... 9 1.3 MÉTODOS ANALÍTICOS ............................................................................................................ 10 1.4 MÉTODOS DE GERENCIAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS............................................ 13 1.4.1 Índice de Qualidade da Água – IQA ............................................................................... 14 1.4.2 Índice de Estado Trófico – IET........................................................................................ 16 1.5 SIGNIFICADO AMBIENTAL DOS PARÂMETROS................................................................ 18 1.5.1 Parâmetros Físico-Químicos .......................................................................................... 22 1.5.1.1 Temperatura ........................................................................................................................ 22 1.5.1.2 Potencial Hidrogeniônico - pH ........................................................................................... 22 1.5.1.3 Salinidade ........................................................................................................................... 23 1.5.1.4 Turbidez.............................................................................................................................. 23 1.5.1.5 Sólidos ................................................................................................................................ 24 1.5.1.6 Oxigênio Dissolvido - OD .................................................................................................. 24 1.5.1.7 Condutividade..................................................................................................................... 24 1.5.1.8 Alcalinidade ........................................................................................................................ 25 1.5.1.9 Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO ......................................................................... 25 1.5.2Nutrientes........................................................................................................................ 26 1.5.2.1 Nitrogênio ........................................................................................................................... 26 1.5.2.2 Fósforo Total ...................................................................................................................... 26 1.5.3 Biológico.......................................................................................................................... 27 1.5.3.1 Coliformes Termotolerantes ............................................................................................... 27 1.5.3.2 Clorofila a ........................................................................................................................... 27 1.5.3.3 Cianobactérias..................................................................................................................... 27 1.5.4 Orgânicos........................................................................................................................ 27 1.5.4.1 Óleos e Graxas .................................................................................................................... 27 1.5.4.2 Fenóis Totais....................................................................................................................... 28 1.5.4.3 Surfactantes......................................................................................................................... 28 1.5.4.4 Potencial de formação de Trihalometanos - PTHMs .......................................................... 29 1.5.5 Metais.............................................................................................................................. 30 1.5.5.1 Alumínio Dissolvido........................................................................................................... 30 1.5.5.2 Ferro.................................................................................................................................... 30 1.5.5.3 Manganês............................................................................................................................ 30 1.5.5.4 Arsênio................................................................................................................................ 31 1.5.5.5 Chumbo............................................................................................................................... 31 1.5.5.6 Mercúrio ............................................................................................................................. 31 1.5.5.7 Bário ................................................................................................................................... 31 1.5.5.8 Cianeto Livre ...................................................................................................................... 32 1.5.5.9 Cádmio................................................................................................................................ 32 1.5.5.10 Cobre .................................................................................................................................. 32 1.5.5.11 Níquel ................................................................................................................................. 33 1.5.5.12 Zinco ................................................................................................................................... 33 1.5.5.13 Cromo ................................................................................................................................. 33 1.5.6 Pesticidas........................................................................................................................ 34 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.2.1.1: Confirmação do ponto de amostragem com o receptor GPS......... 7 Figura 1.2.1.1: Coleta de água superficial .......................................................... 8 Figura 1.2.1.2: Transferência da amostra de água do amostrador para o recipiente de coleta .............................................................................................. 8 Figura 1.2.1.3: Recipientes contendo amostra de água para análises de turbidez e de fósforo total ................................................................................... 9 Figura 1.2.1.4: Recipientes contendo amostras de água para análise de coliformes termotolerantes ................................................................................. 9 Figura 1.2.2.1: Kit de amostras coletadas no mesmo ponto ............................ 9 Figura 1.2.2.2: Preservação das amostras durante o transporte ..................... 9 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1.4.1: Parâmetros e pesos finais para determinação do IQA ............. 15 Tabela 1.4.2: Classificação da qualidade da água em função do IQA ........... 16 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1.2.3.1: Parâmetros de qualidade da água analisados na 2ª campanha de 2010 do Programa Monitora ...................................................... 10 APRESENTAÇÃO A gestão responsável das águas da Bahia é vital e estratégica para o futuro sustentável do Estado. O gerenciamento dos recursos hídricos estaduais é, no entanto, complexo e desafiador, sobretudo devido à extensão do território baiano, às diferenças regionais em disponibilidade hídrica e a demanda por informações sobre a condição dos corpos d’água. De acordo com a Política Estadual de Recursos Hídricos, compete à Superintendência de Recursos Hídricos – SRH, autarquia da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMARH, assegurar de forma sustentável a disponibilidade de água e comunicar a situação dos recursos hídricos para a população do Estado da Bahia. E para atender a essa diretriz, faz- se necessário dispor, entre outros elementos, do conhecimento sobre a qualidade das águas. A Superintendência de Recursos Hídricos, criada pela Lei n° 6.812/95 e alterada pela Lei n° 8.538/02, através da Lei n° 11.050/08 - que alterou a denominação, a finalidade e a estrutura organizacional da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e das entidades da Administração Indireta a ela vinculadas - passou a denominar-se Instituto de Gestão das Águas e Clima – INGÁ. O INGÁ é uma autarquia vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, que tem por finalidade gerir e executar a Política Estadual de Recursos Hídricos e de Prevenção, Mitigação e Adaptação dos Efeitos das Mudanças Climáticas. Em atendimento a Lei Estadual n° 10.432/06 e ao Plano Estadual de Recursos Hídricos, o Governo do Estado lançou em 29 de novembro de 2007, o Programa MONITORA – Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas do Estado da Bahia. O Programa MONITORA está inserido no Programa ÁGUA PARA TODOS (2007-2010), focado na ampliação da cobertura do abastecimento de água de qualidade e em quantidade e do serviço de esgotamento sanitário. O Programa MONITORA está sendo coordenado pelo INGÁ e executado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB, através das Áreas de Meio Ambiente e de Metrologia Química e Volumétrica do SENAI Unidade CETIND – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial/ Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro. O SENAI conta com corpo técnico especializado e laboratórios certificados e acreditados para prestar serviços de monitoramento ambiental, incluindo coleta, análises e elaboração de relatórios. Durante a execução do Programa (2007-2010) serão elaborados relatórios cujos resultados subsidiarão a execução de instrumentos de atuação pública que incluem, entre outros, a elaboração de planos de bacia, o enquadramento de corpos d’água e a outorga de direito de uso dos recursos hídricos. Esse relatório abrange os resultados de qualidade da água obtidos na 1ª campanha de 2010. Esses resultadosforam apresentados na forma de relatórios parciais trimestrais e estão disponíveis no sítio do INGÁ na internet. O Estado está cumprindo com o seu dever, mas, tão importante quanto à ação estatal, é o papel dos usuários na determinação do futuro das águas. 1 METODOLOGIA 1.1 DEFINIÇÃO DA REDE DE MONITORAMENTO Os procedimentos metodológicos adotados basearam-se nos objetivos e no Plano de Trabalho do Programa Monitora, o qual definiu a rede de monitoramento como trimestral1. De acordo com o Plano de Trabalho e com os resultados da 1a campanha de 2008 a 1ª campanha de 2010, o Instituto de Gestão das Águas e Clima – INGÁ revisou a malha amostral do Programa, permanecendo em 217 pontos de monitoramento para a 2ª campanha de 2010. Dos pontos de amostragem, 36 estações coincidem com locais de captação de água para abastecimento público e 16 estações coincidem com postos fluviométricos. A determinação da localização dos pontos de coleta que compõem a atual rede de monitoramento foi realizada considerando-se os usos múltiplos da água, os padrões de uso e ocupação do solo em cada RPGA e as demandas da sociedade e da representação dos Comitês de Bacias. A partir das informações dos códigos dos pontos de monitoramento de cada Região de Planejamento e Gestão das Águas (RPGA), das coordenadas geográficas2 dos pontos de coleta e da descrição de sua localização, a equipe do SENAI planejou a logística e o roteiro de campo. As coletas foram realizadas pela equipe do SENAI, sob a supervisão de representantes do INGÁ. Os pontos de amostragem predefinidos pelo INGÁ foram confirmados e ajustados em campo (Figura 1.1.1) com auxílio do receptor GPS Etrex da Garmin. Figura 1.2.1.1: Confirmação do ponto de amostragem com o receptor GPS Os códigos dos pontos de coleta, as coordenadas geográficas conferidas em campo e a descrição da localização de cada ponto de amostragem estão apresentados nos relatórios parciais de cada RPGA. 1 Alterações na rede de monitoramento original foram efetuadas ao longo da execução do Programa, a critério do Instituto de Gestão de Águas e Clima – INGÁ. 2 As coordenadas geográficas foram obtidas utilizando-se como referência o Datum WGS-84 e registradas em décimo de grau. As coordenadas geográficas determinadas em campo foram utilizadas na elaboração dos mapas de localização dos pontos de amostragem. Para tanto, foi utilizada a base de dados da Superintendência de Recursos Hídricos (2004). Essa base foi elaborada na escala de referência 1:1.000.000. Os mapas foram confeccionados com o software ArcGIS versão 9.2. 1.2 MÉTODOS DE COLETA 1.2.1 Coleta de água superficial Amostras simples de água bruta superficiais foram coletadas nos pontos de monitoramento, posicionando o amostrador contra a corrente, em situação de água corrente, ou criando-se uma corrente artificial, através da movimentação do frasco no sentido horizontal, em corpo de água lêntico (Figura 1.2.1.1). A amostragem foi realizada de acordo com o itinerário definido pela equipe de coleta, que levou em consideração o prazo de validade das amostras para execução das análises. As amostras foram coletadas diretamente do corpo receptor, através do uso de garrafa de Van Dohr, balde ou béquer, e em seguida foram transferidas para os recipientes de coleta identificados (Figura 1.2.1.2). Essa transferência foi realizada de maneira especialmente cuidadosa em relação às amostras cujos respectivos frascos continham os seguintes preservantes: tiossulfato de sódio; EDTA; hidróxido de sódio; ácido sulfúrico; ácido nítrico; carbonato de magnésio 1% e Lugol 2%. Figura 1.2.1.1: Coleta de água superficial Figura 1.2.1.2: Transferência da amostra de água do amostrador para o recipiente de coleta Durante a coleta foram utilizados utensílios inertes ou descartáveis, para evitar alterações nas características das amostras. Foram utilizados recipientes adequados a cada tipo de análise (Figura 1.2.1.3 e Figura 1.2.1.4). Como o recipiente coletor foi reutilizado em diferentes pontos de coleta, foi realizada lavagem, entre uma coleta e outra, de acordo com o “Procedimento de lavagem e descontaminação de vidraria, material plástico e metálico” da Área de Metrologia Química e Volumétrica do SENAI Unidade CETIND (SENAI-CETIND, 2010). Figura 1.2.1.3: Recipientes contendo amostra de água para análises de turbidez e de fósforo total Figura 1.2.1.4: Recipientes contendo amostras de água para análise de coliformes termotolerantes 1.2.2 Acondicionamento e transporte das amostras Os recipientes contendo as amostras de água coletadas em cada ponto foram agrupados em um kit do ponto (Figura 1.2.3.1). Em seguida as amostras foram preservadas em caixas térmicas com gelo, a aproximadamente 4°C (Figura 1.2.3.2). Figura 1.2.2.1: Kit de amostras coletadas no mesmo ponto Figura 1.2.2.2: Preservação das amostras durante o transporte Após a última coleta do dia, as amostras foram encaminhadas ao terminal rodoviário do município mais próximo, e despachadas para Salvador, onde foram recepcionadas pela equipe do SENAI, e em seguida encaminhadas para Área de Metrologia Química e Volumétrica – MQV do SENAI Unidade CETIND, em Lauro de Freitas, para serem analisadas. Esse processo foi concluído sempre em período inferior a 24 horas, visto que este é o prazo de vencimento das amostras para a análise de determinados parâmetros (a exemplo de DBO, sólidos totais e turbidez). 1.2.3 Levantamento de dados de campo As informações dos pontos de coleta foram anotadas em fichas de coleta (código do ponto, data, hora, resultados medidos in situ etc.) e em formulários de campo (características do entorno e corpo d’água). Para caracterizar a vegetação regional foram utilizadas as classificações adotadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) e disponíveis no Sistema de Dados Estatísticos (SEI, 2010). 1.3 MÉTODOS ANALÍTICOS Para cada RPGA, foram previstas análises de variáveis agrupadas em físico- químicas, nutrientes, biológicas e pesticidas nas amostras coletadas em água, conforme o Quadro 1.2.3.1. Quadro 1.2.3.1: Parâmetros de qualidade da água analisados na 2ª campanha de 2010 do Programa Monitora Padrões da Resolução CONAMA nº 357/05 LDM1 UNIDADE METODOLOGIA ANALÍTICA PARÂMETROS Água Doce, Classe 2 Água Salobra, Classe 1 Físico-Químicos Temperatura - - - °C Standard Methods (SM 2550 B) pH 6,0 a 9,0 6,5 a 8,5 - - Standard Methods (SM 4500 H+ B) Salinidade <0,5 0,5 a 30 0,01 ‰ Standard Methods (SM 2520 C) Turbidez <100 - 0,64 NTU2 Standard Methods (SM 2130 B0 Sólidos Totais - - 10 mg/L Standard Methods (SM 2540 B) Sólidos Totais Dissolvidos < 500,0 - 10 mg/L Standard Methods (SM 2540 C) Oxigênio Dissolvido > 5,0 > 5,0 - mg/L O2 Standard Methods (SM 4500-O G) Sulfato <250,0 - 0,002 mg/L Environment Protection Agency (EPA 300,1) Condutividade - - 0,1 µS/cm Standard Methods (SM 2510 B) Alcalinidade - - 2,5 mg/L Standard Methods (SM 2320 A/B) Carbono Orgânico Total - < 3 1 mg/L EN 164 QGI (SMEWW 3500 Cr B) Demanda Bioquímica de Oxigênio <5,0 - 1 mg/L O2 Standard Methods (SM 5210 B) Demanda Química de Oxigênio - - 6 mg/L Standard Methods (SM 5220 D) Cianeto Livre < 0,0050 < 0,001 0,0001 mg/L Environment Protection Agency (EPA 335) NUTRIENTES Nitrogênio Total - - 1 mg/L N Standard Methods (SM 4500-N C) Nitrogênio Nitrato <10,0 < 0,4 0,002 mg/L N-NO3 Environment Protection Agency (EPA 300,1) Nitrogênio Amoniacal <3,7 para pH ≤ 7,5 <2,0 para 7,5 < pH ≤ <8,0 <1,0 para 8,0 < pH ≤ 8,5 < 0,5 para pH <8,5 < 0,4 0,01 mg/L N-NH3 Standard Methods (SM 4500NH3 F) Nitrogênio Orgânico - - 0,01 mg/L N Standard Methods (SM 4500-N C) Ortofosfato Solúvel - - 0,007 mg/L Environment Protection Agency (EPA 300,1) <0,10 (lótico) Fósforo Total <0,03 (lêntico)< 0,124 0,006 mg/L Standard Methods (SM 4500 P) BIOLÓGICAS Coliformes Termotolerantes <1000 < 1000 1 UFC3/ 100mL Standard Methods (SM 9222 A,B,D) Clorofila a <30,0 - 0,14 µg/L Standard Methods (SM10200 H - Modif,) Cianobactérias <50000 - 1 Cel/mL CETESB L5,303 METAIS Alumínio Solúvel <0,1 < 0,1 0,02 mg/L (Al) Environment Protection Agency (EPA 6010B/3010A) Ferro Dissolvido <0,3 < 0,3 0,02 mg/L (Fe) Environment Protection Agency (EPA 6010B/3010A) Manganês Total <0,1 < 0,1 0,001 mg/L (Mn) Environment Protection Agency (EPA 6010B/3010A) Arsênio Total <0,01 < 0,01 0,002 mg/L (As) Standard Methods (SM 3114 B/C-As) Chumbo Total <0,01 < 0,01 0,005 mg/L (Pb) American Society for Testing and Materials (ASTM) D3559-03 D Mercúrio Total <0,0002 < 0,0002 0,0002 mg/L (Hg) American Society for Testing and Materials (ASTM) D 3223-02 Bário Total <0,7 - 0,005 mg/L (Ba) Environment Protection Agency (EPA 335) Cádmio Total <0,0010 < 0,005 0,0005 mg/L (Cd) Environment Protection Agency (EPA 6010B/3010A) Cobre Dissolvido <0,009 < 0,005 0,002 mg/L (Cu) Environment Protection Agency (EPA 6010B/3010A) Níquel Total <0,025 < 0,025 0,007 mg/L (Ni) Environment Protection Agency (EPA 6010B/3010A) Zinco Total <0,18 <0,09 0,02 mg/L (Zn) Environment Protection Agency (EPA 6010B/3010A) Cromo VI - - 0,02 mg/L (Cr) EN 164 QGI (SMEWW 3500 Cr B) Cromo Total <0,05 < 0,05 0,001 mg/L (Cr) Environment Protection Agency (EPA 6010B/3010A) ORGÂNICOS Fenóis Totais <0,003 < 0,003 0,002 mg/L Standard Methods (SM 5530D) Óleos e graxas - - 1,0 mg/L SMEWW 5520C Surfactantes < 0,5 < 0,2 0,02 mg/L LAS4 Standard Methods (SM 5540 C) PFTHM - - - µgCHCL3/L EN 401 CRO (SMEWW 5710 B) PESTICIDAS Diazinon - - µg/L Environment Protection Agency (EPA-8270 Mod,) Etion - - µg/L Environment Protection Agency (EPA Malation < 0,1 <0,1 µg/L Environment Protection Agency (EPA Paration < 0,04 < 0,04 µg/L Environment Protection Agency (EPA Disulfoton - µg/L Environment Protection Agency (EPA Demeton < 0,1 < 0,1 µg/L Environment Protection Agency (EPA Aldrin < 0,0050 <0,0019 µg/L Environment Protection Agency (EPA Dieldrin < 0,0050 - µg/L Environment Protection Agency (EPA Clordano (alfa + gama) < 0,004 µg/L Environment Protection Agency (EPA DDD - µg/L Environment Protection Agency (EPA DDE - µg/L Environment Protection Agency (EPA DDT < 0,0020 < 0,001 µg/L Environment Protection Agency (EPA Endrin < 0,0040 < 0,004 µg/L Environment Protection Agency (EPA Endrin Aldeído - µg/L Environment Protection Agency (EPA Heptacloro 0,001 µg/L Environment Protection Agency (EPA Endosulfan Sulfato - µg/L Environment Protection Agency (EPA Endosulfan-I < 0,001 µg/L Environment Protection Agency (EPA Metoxicloro < 0,03 < 0,03 µg/L Environment Protection Agency (EPA Toxafeno < 0,01 < 0,0002 µg/L Environment Protection Agency (EPA Lindano (Gama- BHC) < 0,004 µg/L Environment Protection Agency (EPA Alfa-BHC - µg/L Environment Protection Agency (EPA Beta-BHC - µg/L Environment Protection Agency (EPA Delta-BHC - µg/L Environment Protection Agency (EPA Hexaclorobenzeno < 0,0065 - µg/L Environment Protection Agency (EPA Lindano - µg/L Environment Protection Agency (EPA Heptacloro Epóxido < 0,001 µg/L Environment Protection Agency (EPA Heptacloro. - µg/L Environment Protection Agency (EPA Endosulfan -II - µg/L Environment Protection Agency (EPA Metil-Paration - µg/L Environment Protection Agency (EPA Nota: 1 Limite de Detecção do Método 2 Unidade Nefelométrica de Turbidez 1.4 MÉTODOS DE GERENCIAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS O gerenciamento dos dados estáticos (pontos de amostragem) e dinâmicos (resultados das análises de água) da rede de amostragem foi realizado por meio do banco de dados ACQUA - Análise de Componentes de Qualidade da Água, desenvolvido pelas: Área de Tecnologia da Informação & Telecomunicações e Área de Meio Ambiente do SENAI Unidade CETIND. Através desse sistema, os resultados analíticos foram importados do Sistema Labwin da Área de Metrologia Química e Volumétrica, para gerar tabelas e gráficos dos resultados das análises e dos Índices de Qualidade das Águas. As informações levantadas em campo (coordenadas, data, hora de coleta, altitude, tipo de ambiente) e os dados relativos às análises no laboratório (resultados analíticos, unidade de expressão dos resultados, limites de detecção do método de análise do parâmetro e métodos de análise) foram gerenciados por meio do sistema ACQUA para a geração de arquivos customizados para alimentar o banco de dados do Sistema Estadual de Recursos Hídricos. Para os analitos que não foram detectados nas amostras, os resultados foram lançados na tabela com a legenda ND (analito não detectado) e, nos casos em que para a grande maioria dos pontos de monitoramento o resultado é ND, não foram apresentados gráficos. Da mesma forma, não foram apresentados gráficos de parâmetros cujos resultados encontrados foram muito baixos, quando comparados aos limites de referência da Resolução CONAMA n° 357/05. Para a matriz água, foi avaliada a conformidade dos resultados encontrados em relação aos padrões para águas doces, classe 2, ou salobras, classe 1, segundo a Resolução CONAMA nº. 357/05, uma vez que para corpos d’água não enquadrados são adotados os limites estabelecidos em relação aos padrões para a classe 2 (água doce) ou classe 1 (água salobra). A definição do ambiente do ponto de coleta em lótico ou lêntico se fez necessária para verificar o atendimento aos padrões de fósforo total. Apenas para o parâmetro oxigênio dissolvido (OD) é esperado valor superior ao limite legal estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/05 e para o parâmetro pH há uma faixa limite que varia de 6 a 9 para águas doces e de 6,5 a 8,5 para águas salobras. Para os outros parâmetros analisados, sempre que os resultados forem inferiores ao valor máximo permitido, estarão atendendo aos padrões da Resolução CONAMA n° 357/05. Para parâmetros não referenciados pela Resolução CONAMA nº 357/05, classe 2, a título de comparação, foram utilizados padrões de parâmetros correlatos de classificação de corpos d’água da referida Resolução. Desta forma, os valores encontrados para os parâmetros abaixo foram comparados aos seus respectivos padrões correlatos (estabelecidos pela Resolução CONAMA nº. 357/05), a exemplo de: • Nitrogênio total com nitrogênio-nitrato e nitrogênio amoniacal; • Sólidos totais com sólidos totais dissolvidos; Para o parâmetro coliformes termotolerantes foi adotado como referência o limite máximo de 1.000 UFC/100 ml, conforme definido pela Resolução CONAMA n° 357/05, para rios de Classe 2 (água doce) e Classe 1 (água salobra), usos múltiplos. Para os demais parâmetros não referenciados pela Resolução CONAMA nº. 357/05, serão feitas considerações específicas. Na discussão dos resultados levou-se em consideração o registro dos relatórios de campo, tais como o tipo de ambiente (lótico ou lêntico) e a descrição do entorno do ponto de coleta. Também foi considerada a distribuição espacial dos resultados obtidos para cada ponto de monitoramento ao longo da bacia e temporal, para melhor avaliar as alterações na qualidade do corpo hídrico. 1.4.1 Índice de Qualidade da Água – IQA O Índice de Qualidade das Águas - IQA foi desenvolvido pela National Sanitation Foundation (NSF) dos Estados Unidos em 1970, através de pesquisa de opinião junto a vários especialistas da área ambiental, quando cada técnico selecionou, a seu critério, 9 parâmetros relevantes para avaliar a qualidade das águas (IGAM, 2004). O IQA-NSF inclui os seguintes parâmetros, segundo Cybis e Carvalho (2005): Oxigênio Dissolvido; Coliforme Termotolerantes;pH; DBO; Nitrato; Fosfato; Temperatura; Turbidez e Sólidos Totais. Posteriormente, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, realizou algumas adaptações no método do IQA-NSF para torná-lo mais próximo da realidade dos corpos d’água do Estado de São Paulo. Segundo CETESB (2001) apud Carvalho e Cybis (2005) a principal mudança realizada foi a substituição do fosfato e nitrato, por fósforo total e nitrogênio total, respectivamente. O Programa Monitora adotou o IQA desenvolvido pela CETESB, índice que reúne em um único resultado os valores de nove diferentes parâmetros e com isto oferece ao mesmo tempo vantagens e limitações. A principal vantagem está no fato de sintetizar a interpretação de nove parâmetros em um único número, simplificando a compreensão da situação da qualidade da água para o público leigo. Por outro lado, limita o diagnóstico do corpo hídrico não considerando as condições típicas de usos e ocupação do solo, características individuais de cada corpo hídrico, outras fontes de poluição que variam de região para região, além de considerar apenas a sua utilização para o abastecimento público. Para suprir esta limitação, o Programa Monitora contempla outros parâmetros além dos nove já avaliados no IQA para complementar o diagnóstico de cada RPGA respeitando os usos e as fontes de poluição característica de cada região. O IQA indica a qualidade da água por intervalos de classe (CETESB, 2006). Na Tabela 1.4.1.1 estão apresentados os parâmetros físico-químicos, químicos e biológicos utilizados no cálculo do IQA da CETESB, associados aos seus respectivos pesos. Tabela 1.4.1: Parâmetros e pesos finais para determinação do IQA Parâmetro Peso Oxigênio Dissolvido 0,17 Coliforme Termotolerantes 0,15 pH 0,12 DBO 0,10 Nitrogênio Total 0,10 Fósforo Total 0,10 Temperatura 0,10 Turbidez 0,08 Sólidos Totais 0,08 Fonte: CETESB (2008a). A seguinte fórmula foi utilizada para o cálculo do IQA: Onde: IQA: Índice de Qualidade de Água – é um número variando de 0 a 100. qi: qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 a 100, obtido da “curva média de variação de qualidade”, em função da sua concentração ou medida. wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 a 1, atribuído em função da sua importância para a conformação global de qualidade. n: número de parâmetros que entram no cálculo do IQA. Após cálculo efetuado, pode-se determinar a qualidade da água bruta, encontrando um número de 0 a 100, conforme Tabela 1.4.1.2. Tabela 1.4.2: Classificação da qualidade da água em função do IQA Nível de Qualidade Intervalo de IQA Cor de referência Ótima 79 < IQA ≤ 100 Azul Boa 51 < IQA ≤ 79 Verde Regular 36 < IQA ≤ 51 Amarelo Ruim 19 < IQA ≤ 36 Vermelho Péssima 0< IQA ≤ 19 Roxo Fonte: CETESB (2008a). 1.4.2 Índice de Estado Trófico – IET O Índice de Estado Trófico tem por finalidade classificar corpos d’água em diferentes graus de trofia para avaliar a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes, e o seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas ou potencial para crescimento de macrófitas aquáticas. Para o cálculo do Índice de Estado Trófico, são aplicadas duas variáveis: clorofila a e fósforo total. Nesse índice, os resultados correspondentes ao fósforo, IET(P), devem ser entendidos como uma medida do potencial de eutrofização, já que este nutriente atua como o agente causador do processo. A avaliação correspondente à clorofila a, IET(CL), por sua vez, deve ser considerada como uma medida da resposta do corpo hídrico ao agente causador, indicando de forma adequada o nível de crescimento de algas. Assim, a média aritmética do índice calculado pelo fósforo e do índice calculado pela clorofila a engloba a causa e o efeito do processo. Deve-se ter em conta que num corpo hídrico, em que o processo de eutrofização encontra- se plenamente estabelecido, o estado trófico determinado pelo índice da clorofila a certamente coincidirá com o estado trófico determinado pelo índice do fósforo. Já nos corpos hídricos em que o processo esteja limitado por fatores ambientais, como a temperatura da água ou a baixa transparência, o índice relativo à clorofila a irá refletir esse fato, classificando o estado trófico em um nível inferior àquele determinado pelo índice do fósforo. Além disso, caso sejam aplicados algicidas, a conseqüente diminuição das concentrações de clorofila a resultará em uma redução na classificação obtida a partir do seu índice. O Índice do Estado Trófico é composto pelo Índice do Estado Trófico para o fósforo – IET(PT) e Índice do Estado Trófico para a clorofila a – IET(CL), sendo estabelecidos para ambientes lóticos e lênticos, segundo as equações: • Rios (ambientes lóticos) IET(CL) = 10 x (6- ((- 0,7- 0,6 x (ln CL))/ln2))-20 IET(PT) = 10 x (6-((0,42-0,36 x (ln PT))/ln2))-20 • Reservatórios (ambientes lênticos) IET(CL) = 10 x (6- ((0,92-0,34 x (ln CL))/ln 2)) IET(PT) = 10 x (6- (1,77-0,42 x (ln PT)/ln 2)) onde: PT: concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µg.L-1; CL: concentração de clorofila a medida à superfície da água, em µg.L-1; ln: logaritmo natural. O valor total do IET representa a média aritmética simples dos índices relativos ao fósforo total e a clorofila a, segundo a equação: IET = [IET (PT) + IET (CL)] / 2 Na 1ª campanha/2010, nos índices apresentados nos gráficos do IET, foi aplicado apenas o parâmetro fósforo total que corresponde à causa do processo de eutrofização. Os limites estabelecidos para as diferentes classes de trofia para rios e reservatórios estão descritos na Tabela 1.4.2.1 e Tabela 1.4.2.2. A especificação por estado trófico dos corpos hídricos encontra-se na Tabela 1.4.2.3. Tabela 1.4.2.1: Classificação do estado trófico para rios segundo índice de Calrson Modificado P-total - P Clorofila a Categoria Estado Trófico Ponderação (mg.m-3) (mg.m-3) Ultraoligotrófico IET ≤ 47 P ≤ 13 CL ≤ 0,74 Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 13 < P ≤ 35 0,74 < CL ≤ 1,31 Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 35 < P ≤ 137 1,31 < CL ≤ 2,96 Eutrófico 59 < IET ≤ 63 137 < P ≤ 296 2,96 < CL ≤ 4,70 Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 296 < P ≤ 640 4,70 < CL ≤ 7,46 Hipereutrófico IET > 67 640 < P 7,46 < CL Tabela 1.4.2.2: Classificação do estado trófico para reservatórios segundo índice de Calrson Modificado P-total - P Clorofila a Categoria estado trófico Ponderação (mg.m-3) (mg.m-3) Ultraoligotrófico IET ≤ 47 P ≤ 8 CL ≤ 1,17 Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 8 < P ≤ 19 1,17 < CL ≤ 3,24 Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 19 < P ≤ 52 3,24 < CL ≤ 11,03 Eutrófico 59 < IET ≤ 63 52 < P ≤ 120 11,03 < CL ≤ 30,55 Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 120 < P ≤ 233 30,55 < CL ≤ 69,05 Hipereutrófico IET > 67 233 < P 69,05 < CL Tabela 1.4.2.3: Especificação por estado trófico dos corpos hídricos Estado Trófico Especificação Ultraoligotrófico Corpos de águas claras; valores muito baixo de nutrientes; baixa produtividade; nenhuma ou pouca planta aquática; areia ou rochas ao longo da maior parte da costa; elevado teor de oxigênio dissolvido e baixo prejuízo aos usos múltiplos da água. Oligotrófico Corpos de águas claras; baixo enriquecimento com nutrientes; pouco desenvolvimento planctônico; baixa produtividade; poucas plantas aquáticas; areia ou rochas ao longo da maior parte da costa; peixes de água fria; elevado teor de oxigênio dissolvido e baixo prejuízo aos usos múltiplos da água. Mesotrófico Corpos de águas com moderado enriquecimento com nutrientes; moderado crescimento planctônico; alguma acumulação de sedimentos na maior parte do fundo; e, em geral, suporta espécies de peixes de águas mais quentes, o prejuízo aos usos múltiplos da água é variável. Eutrófico Corpos de água com elevado enriquecimento de nutrientes; redução da transparência; com crescimento planctônico (alta produtividade); extensa área cobertacom plantas aquáticas; acumulação de sedimentos no fundo; baixos níveis de oxigênio dissolvido no fundo; contém apenas espécies de peixes de águas quentes e alto prejuízo aos usos múltiplos da água. Supereutrófico Corpos de água com elevado enriquecimento de nutrientes; baixa transparência; elevado crescimento planctônico (alta produtividade); extensa área coberta com plantas aquáticas; muita acumulação de sedimentos no fundo; níveis de oxigênio dissolvido no fundo muito baixos; contém apenas espécies de peixes de águas quentes e alto prejuízo aos usos múltiplos da água. Hipereutrófico Corpos de água com enriquecimento máximo de nutrientes; número excessivo de algas e plantas aquáticas (ao ponto de impedir ou dificultar a navegação) e bastante prejuízo aos usos múltiplos da água. Exige intervenção do homem. 1.4.3 Índice de Substâncias Tóxicas e Organolépticas - ISTO As variáveis que indicam a presença de substâncias tóxicas e que afetam a qualidade organoléptica são agrupadas de maneira a fornecer o Índice de Substâncias Tóxicas e Organoléptica (ISTO), utilizado para determinar o IAP, a partir do IQA original. Para cada parâmetro incluído no ISTO são estabelecidas curvas de qualidade que atribuem ponderações variando de 0 a 1. As curvas de qualidade dos parâmetros potencial de formação de trihalometanos, metais e fenóis totais (Figura 1.4.3.1) foram construídas utilizando-se dois níveis de qualidade, que associam os valores numéricos 1,00 e 0,50, respectivamente, ao limite inferior (LI) e ao limite superior (LS) do valor medido. Figura 1.4.3.1: Curva de qualidade padrão para os parâmetros incluídos no ISTO Onde, q =1; se Valor Medido ≤ LI senão, q = 0,5 (Valor Medido – LI) / (LS – LI) As faixas de variação de qualidade (qi), que são atribuídas aos valores medidos para o potencial de formação de THM e para os metais que compõem o ISTO, refletem as seguintes condições de qualidade da água bruta destinada ao abastecimento público: • Valor medido ≤ LI: Águas adequadas para o consumo humano; • LI < valor medido ≤ LS: Águas adequadas para tratamento convencional; • Valor medido > LS: Águas que não devem ser tratadas apenas por tratamento convencional. Quadro 1.4.3.1: Limites Superiores e Inferiores – potencial de formação de THM e metais Grupo Variáveis Unidade Limite Inferior Limite Superior Cádmio mg/L 0,005 0,01 Chumbo mg/L 0,033 0,05 Cromo Total mg/L 0,05 0,059 Níquel mg/L 0,02 0,025 Mercúrio mg/L 0,001 0,002 Tóxicos PFTHM µg/L 373 461 Grupo Variáveis Unidade Limite Inferior Limite Superior Alumínio Dissolvido mg/L 0,2 2 Cobre Dissolvido mg/L 1 4 Ferro Dissolvido mg/L 0,3 5 Manganês mg/L 0,1 0,5 Organolépticos Zinco mg/L 5 5,9 CETESB, 2009 Através das curvas de qualidade, determinam-se os valores de qualidade padronizados, qi (número variando entre 0 e 1), para cada um dos parâmetros do ISTO, que estão incluídos ou no grupo de substâncias tóxicas ou no grupo de organolépticas. A ponderação do grupo de substâncias tóxicas é obtida através da multiplicação dos dois valores mínimos mais críticos do grupo de parâmetros que avaliam a presença de substâncias tóxicas. ST = Mín-1 (qTA, qTHMFP, qCd, qCr, qPb, qNi, qHg) x Mín-2 (qTA, qTHMFP, qCd, qCr, qPb,qNi, qHg) O teste de AMEs (TA) não foi realizado neste trabalho e por isso não foi utilizado no cálculo da ponderação do grupo de substâncias tóxicas. Esse ensaio é específico para avaliar o potencial de mutagenicidade de determinada amostra através da medição da capacidade que um composto ou mistura tem de causar dano ao material genético (danos genéticos não reparados geram mutações nos organismos expostos que podem causar doenças como câncer, anemia, distúrbios cardiovasculares e neurocomportamentais, além de doenças hereditárias). Diversas substâncias orgânicas, tais como pesticidas (GRISOLIA, 1996) e cianotoxinas (SILVA, 2009) e seus metabólitos, podem causar estes efeitos genotóxicos. Considera-se que não foi utilizado o Teste de Ames pelos motivos abaixo: • 27 substâncias do grupo pesticidas foram analisadas e não foram detectadas em todas as amostras avaliadas nas campanhas de 2008 e nas campanhas de 2009 nos pontos de monitoramento onde estes parâmetros foram avaliados, • O teste de AMEs é uma ensaio complexo, de alto valor agregado e que não foi implantado no âmbito do programa monitora. A ponderação do grupo de substâncias organolépticas é obtida através da média aritmética das qualidades padronizadas dos parâmetros pertencentes a este grupo. SO = Média Aritmética (qfenóis, qAl, qCu, qZn, qFe, qMn) O ISTO é resultado da multiplicação dos grupos de substâncias tóxicas e organolépticas: ISTO = ST x SO 1.4.4 Índice de Qualidade da Água para Fins de Abastecimento Público - IAP O Índice de Qualidade da Água para Fins de Abastecimento Público – IAP é o produto da ponderação dos resultados de dois índices, o IQA (Índice de Qualidade de Águas) e o ISTO (Índice de Substâncias Tóxicas e Organolépticas), de acordo com equação abaixo. IAP = IQA X ISTO O IAP indica se a qualidade do corpo hídrico é adequada para o consumo humano, mesmo após o tratamento convencional, sendo composto por três grupos principais de variáveis: I) Variáveis básicas (IQA) ⇒ temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio - DBO, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, sólido total e turbidez da água; II) Variáveis que indicam a presença de substâncias tóxicas (ISTO) ⇒ Potencial de Formação de Trihalometanos - PFTHM, Cádmio, Chumbo, Cromo Total, Mercúrio e Níquel; III) Variáveis que afetam a qualidade organoléptica (ISTO) ⇒ Ferro, Manganês, Alumínio, Cobre e Zinco. As cinco categorias que classificam a qualidade da água segundo o IAP estão ilustradas na Tabela 1.4.4.1: Tabela 1.4: Classificação da qualidade da água em função do IAP Categoria Ponderação Cor de referência Ótima 79 < IAP ≤ 100 Azul Boa 51 < IAP ≤ 79 Verde Regular 36 < IAP ≤ 51 Amarelo Ruim 19 < IAP ≤ 36 Vermelho Péssima IAP ≤ 19 Roxo Fonte: CETESB (2008a). 1.4.5 Índice de contaminação por tóxicos - CT A contaminação por tóxicos, índice desenvolvido pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM) e modificado pelo INGÁ/SENAI, classifica a condição do corpo hídrico em contaminação Baixa, Média ou Alta, de acordo com as concentrações dos seguintes parâmetros: Arsênio total, Bário total, Cádmio total, Chumbo total, Cobre dissolvido, Cromo total, Mercúrio total, Nitratos e Zinco total. A classificação Baixa refere-se à ocorrência de substâncias tóxicas em concentrações que excedam em até 20% o limite de classe de enquadramento do trecho do corpo de água onde se localiza o ponto monitorado; Média refere- se à faixa de concentração 20% a 100% do limite; Alta refere-se às concentrações superiores a 100% do limite (Quadro 1.4.5.1). Quadro 1.4.5.1: Classificação do Índice de Contaminação por Tóxicos Classificação Concentração em relação à classe de enquadramento Baixa Concentração ≤ 1,2 * limite padrão Média 1,2 * limite padrão ≤ Concentração ≤ 2 * limite padrão Alta Concentração ≥ 2 * limite padrão Fonte: IGAM, 2006. A análise para a classificação da toxicidade como média e alta, pressupõe que ao menos 1 dos parâmetros que compõe o índice tenha violado o padrão da Resolução CONAMA, em no mínimo 1,2 e 2 vezes, respectivamente. Desta forma, para cada substância tóxica mencionada anteriormente, a pior situação identificada representará a contaminação por tóxicos no ponto monitorado. 1.5 SIGNIFICADO AMBIENTAL DOS PARÂMETROS 1.5.1 Parâmetros Físico-Químicos 1.5.1.1 Temperatura A variação da temperatura da água é reflexo do clima da região. Corpos d’águas naturais apresentam variações sazonais e diárias, bem como estratificação vertical. A temperatura superficial é influenciada por fatores tais como latitude, altitude,estação do ano, período do dia, taxa de fluxo e profundidade. A elevação da temperatura em um corpo d'água pode ser provocada por despejos industriais (indústrias canavieiras, por exemplo) e usinas termoelétricas. Esse parâmetro é responsável pelo retardamento (em baixa temperatura) ou aceleração (em alta temperatura) da atividade biológica, pela absorção de oxigênio e precipitação de compostos. Quando se encontra ligeiramente elevada, causa redução da solubilidade dos gases como, por exemplo, do oxigênio dissolvido, além de aumentar a taxa de transferência de gases, o que pode gerar liberação de gases com odores desagradáveis (VON SPERLING, 2005). As mudanças na temperatura das águas acionam processos físicos, químicos e biológicos que podem levar a alteração na qualidade da água podendo desencadear condições ambientais em não conformidades com as necessidades humanas para o uso da água e com a vida aquática. Temperaturas mais elevadas têm influência direta nos organismos aquáticos, influenciando no seu crescimento, na migração, desova, incubação do ovo e na sobrevivência, além de reduzir a tolerância a outros fatores de estresse (VON SPERLING, 2005; PHILIPPI, A. et al., 2004). 1.5.1.2 Potencial Hidrogeniônico - pH O pH representa a concentração dos íons hidrogênio (em escala antilogarítima) e expressa a acidez, (pH < 7,0), basicidade (pH > 7,0) ou neutralidade (pH=7) da água. As características do solo, a presença de ácidos húmicos ou a atividade fotossintética intensa pode contribuir para a elevação ou redução do pH. A alteração no pH pode ter origem também nos despejos de efluentes domésticos e industriais (CPRH, 2008). O pH influencia na solubilidade de diversas substâncias, na forma em que estas se apresentam na água e em sua toxicidade. A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais dá-se diretamente devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies. Também o efeito indireto é muito importante podendo, determinadas condições de pH contribuir para a precipitação de elementos químicos tóxicos como metais pesados; outras condições podem exercer efeitos sobre as solubilidades de nutrientes. (CETESB, 2008b) A medida do pH é uma das mais importantes e freqüentes no controle do tratamento da água para abastecimento público e de efluentes industriais (CETESB, 2008b). Valores extremos de pH podem causar irritação na pele e afetar a vida aquática. Valores baixos causam agressão e corrosão nas tubulações de sistemas de abastecimento de água e valores elevados causam incrustações. Em corpos d’água, o pH básico pode estar associado à proliferação de algas. 1.5.1.3 Salinidade A salinidade das águas é uma medida da quantidade de íons inorgânicos dissolvidos em uma determinada massa de solução aquosa. Está relacionada às concentrações de cloreto e sólidos totais dissolvidos em água. A Resolução CONAMA n° 357/05 define como doces as águas com salinidade inferior ou igual a 0,5‰, como salobras as águas com salinidade superior a 0,5‰ e inferior a 30‰ e como salinas as águas com salinidade superior a 30‰. De acordo com essa Resolução, a classificação das águas em doces, salobras e salinas é essencial à avaliação da qualidade, determinada por condições e padrões específicos. 1.5.1.4 Turbidez A turbidez, como característica física, reflete a concentração de partículas em suspensão na água (silte, argila, colóide, matéria orgânica, fitoplâncton, etc.). A turbidez limita a penetração de raios solares, restringindo a realização da fotossíntese que, por sua vez, reduz a reposição do oxigênio dissolvido. A erosão das margens dos rios em estações chuvosas pode resultar em aumento da turbidez das águas. Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais também provocam elevações na turbidez das águas (CETESB, 2008b). Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais também provocam elevações na turbidez das águas. Os aumentos excessivos de turbidez têm provocado formação de grandes bancos de lodo em rios e alterações no ecossistema aquático. Alta turbidez reduz a fotossíntese de vegetação enraizada submersa e algas. Esse desenvolvimento reduzido de plantas pode, por sua vez, suprimir a produtividade de peixes. Logo, a turbidez pode influenciar nas comunidades biológicas aquáticas. Além disso, afeta adversamente os usos doméstico, industrial e recreacional de uma água (CETESB, 2008b). Segundo Branco (1993), a suspensão de partículas perturba o ecossistema aquático. A turbidez da água bruta tem grande importância na seleção de tecnologias de tratamento e controle operacional dos processos de tratamento de água (BRASIL, 2006). 1.5.1.5 Sólidos Os sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado. Em linhas gerais, as operações de secagem, calcinação e filtração são as que definem as diversas frações de sólidos presentes na água (sólidos totais, em suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis). Deve ser destacado que embora a concentração de sólidos voláteis seja associada à presença de compostos orgânicos na água, não propicia qualquer informação sobre a natureza específica das diferentes moléculas orgânicas eventualmente presentes (CETESB, 2008b). O estudo deste parâmetro está associado a danos causados aos peixes e a vida aquática. Os sólidos podem reter bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos rios, promovendo decomposição anaeróbia. Branco (1983) ressalta que todos os contaminantes da água, com exceção dos gases dissolvidos, contribuem para a carga de sólidos, os quais podem ser classificados não apenas pelas suas características físicas (suspensos e dissolvidos), mas também químicas (orgânicos e inorgânicos). Segundo o mesmo autor, os sólidos voláteis representam uma estimativa da matéria orgânica nos sólidos, ao passo que os sólidos fixos caracterizam a presença de matéria inorgânica ou mineral. 1.5.1.6 Oxigênio Dissolvido - OD É reconhecido como o parâmetro mais importante para expressar a qualidade de um corpo d’água por ser essencial para a sobrevivência da vida aquática. De acordo com Von Sperling (1996), o oxigênio dissolvido é de essencial importância para os organismos aeróbios. Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar uma redução da sua concentração no meio. O oxigênio dissolvido é essencial para a manutenção de processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais. Caso o oxigênio seja totalmente consumido, têm-se as condições anaeróbias. O oxigênio é um dos principais parâmetros de caracterização dos efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos (CARVALHO, 2001). 1.5.1.7 Condutividade A condutividade é uma expressão numérica da capacidade de uma água conduzir a corrente elétrica (CETESB, 2008b). Essa condutividade está diretamente associada à presença de sais dissolvidos na água. Portanto, o teor de sais dissolvidos, expressos como salinidade e sólidos totais dissolvidos, pode ser estimado através da medida da condutividade. Além da concentração de sais, existe uma dependência desta medida em relação à temperatura. O aumento da temperatura eleva a concentração de sais dissolvidos na água, o que reflete em um aumento da condutividade. Altos valores de condutividade podem conferir características corrosivas à água. O parâmetro condutividade não determina quais os íons que estão especificamente presentes na água, mas pode ser um indicativo de possíveis impactos ambientais que por ventura possam ocorrer devido ao lançamento de efluentes industriais, esgotos domésticos, resíduos de mineração etc (CETESB, 2008b). 1.5.1.8 Alcalinidade A alcalinidade da água é a medida da sua capacidade de neutralização de ácidos ou absorção de íons hidrogênio sem uma mudança significativa de pH. Os principaisresponsáveis pela alcalinidade em água são os bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos de metais alcalinos e alcalinos-terrosos. A distribuição entre as três formas na água é devida, principalmente, ao pH: • Para pH > 9,4, alcalinidade devido a hidróxidos e carbonatos; • Para 8,3 < pH < 9,4 alcalinidade devido a carbonatos e bicarbonatos; • Para 4,4 < pH < 8,4 alcalinidade devido a bicarbonatos. O valor de alcalinidade medido pode também incluir a contribuição dos íons hidróxidos, silicatos, boratos, fosfatos e amônia. A alcalinidade total é a soma da alcalinidade produzida por todos esses íons presentes na água. A alcalinidade pode ser indicativa da concentração dos íons acima referidos em água. A importância do conhecimento das concentrações destes íons permite a definição de dosagens de agentes floculantes, fornece informações sobre as características corrosivas ou incrustantes da água analisada. A alcalinidade não possui significado sanitário para água potável, entretanto, em elevadas concentrações confere um gosto amargo à mesma. É um parâmetro importante na interpretação e controle dos processos de tratamento de águas e de esgotos. Na maior parte dos ambientes aquáticos, a alcalinidade deve-se exclusivamente à presença de bicarbonatos. Os elevados valores de alcalinidade podem estar associados a processos de decomposição da matéria orgânica e à alta taxa respiratória de microrganismos, com liberação e dissolução do gás carbônico (CO2) na água. A maioria das águas naturais apresenta valores de alcalinidade na faixa de 30 a 500 mg/L de CaCO3 (Brasil, 2006). 1.5.1.9 Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO A DBO, assim como a DQO, retrata, de maneira indireta, o teor de matéria orgânica presente no corpo hídrico. É definida como a quantidade de oxigênio (mg/L) necessária para oxidar a matéria orgânica biodegradável sob condições aeróbicas. Um período de tempo de 5 dias em temperatura de incubação de 20°C é freqüentemente usado e referido como DBO5,20 (CETESB, 2008b). Concentrações elevadas de DBO em um corpo d’água são indicadoras de despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir à depleção do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática (CETESB, 2008b). Um elevado valor da DBO pode indicar um incremento da micro-flora presente e interferir no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis (IGAM, 2006). 1.5.2 Nutrientes 1.5.2.1 Nitrogênio O nitrogênio no corpo hídrico ocorre como nitrogênio orgânico na forma dissolvida, nitrogênio molecular (N2), nitrogênio amoniacal (NH4+), nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-). São diversas as fontes de nitrogênio nas águas naturais. Os esgotos sanitários constituem, em geral, a principal fonte, lançando nas águas nitrogênio orgânico devido à presença de proteínas e nitrogênio amoniacal, causado pela hidrólise provocada pela uréia na água. Outros efluentes também concorrem para as descargas de nitrogênio orgânico e amoniacal nas águas, como os provenientes de: algumas indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, farmacêuticas, de conservas alimentícias, matadouros, frigoríficos e curtumes. O escoamento das águas pluviais pelos solos fertilizados e as drenagens de águas pluviais associadas às deficiências do sistema de limpeza pública também contribuem para a presença de diversas formas de nitrogênio nos rios (CETESB, 2008b). Quando descarregados nas águas naturais conjuntamente com o fósforo e outros nutrientes presentes nos despejos, provocam o enriquecimento do meio e possibilitam o crescimento em maior extensão dos seres vivos que os utilizam, especialmente as algas, o que é chamado de eutrofização. Em um corpo d’água, a determinação da forma predominante do nitrogênio pode informar sobre o estágio de poluição. Assim, uma poluição recente, caracteriza-se, em geral, pela predominância de nitrogênio nas formas orgânica e amoniacal. Se prevalecer nitrito e nitrato significa que as descargas de esgotos se encontram distante ou que a poluição no local não é recente. O nitrogênio nitrito é encontrado em pequenas quantidades nas águas superficiais, pois o nitrito é instável na presença do oxigênio. A existência de nitritos na água pode indicar processos biológicos ativos influenciados pela poluição orgânica (CETESB, 2008b). 1.5.2.2 Fósforo Total O fósforo ocorre em águas naturais devido principalmente às descargas de esgotos sanitários. Os detergentes superfosfatados empregados domesticamente em larga escala constituem a principal fonte, além da própria matéria fecal, que é rica em proteínas. Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de fertilizantes, pesticidas, químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios, apresentam fósforo em quantidades excessivas. As águas drenadas em áreas agrícolas e urbanas também podem provocar a presença excessiva de fósforo em águas naturais (LIBÂNIO, 2005). O fósforo pode se apresentar nas águas sob três formas diferentes: fosfato orgânico (detergente), ortofosfato, polifosfato ou fosfato condensado (polímeros de ortofosfatos). No entanto, esta terceira forma não é muito importante nos estudos de controle de qualidade das águas, porque os polifosfatos sofrem hidrólise se convertendo rapidamente em ortofosfatos nas águas naturais (CETESB, 2008b). O fósforo não apresenta problemas de ordem sanitária nas águas de abastecimento, contudo é um elemento indispensável para o crescimento de algas e de microrganismos responsáveis pela estabilização da matéria orgânica (VON SPERLING, 2005). Quando em altas concentrações, favorecem o processo de eutrofização. 1.5.3 Biológico 1.5.3.1 Coliformes Termotolerantes As bactérias do grupo coliformes estão presentes no solo e no intestino humano e de animais de sangue quente, sendo eliminadas nas fezes em números elevados. Por esse motivo a presença de coliformes na água é um indicativo de contaminação por fezes. A determinação da concentração de coliformes assume importância como parâmetro indicador da existência de microorganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera. 1.5.3.2 Clorofila a A clorofila é um dos pigmentos, além dos carotenóides e ficobilinas, responsáveis pelo processo fotossintético. A clorofila a é a mais comum das clorofilas e é considerada a principal variável indicadora de estado trófico dos ambientes aquáticos (CETESB, 2008b). 1.5.3.3 Cianobactérias As cianobactérias, também conhecidas como algas azuis ou cianofíceas, são organismos unicelulares, desprovidos de núcleo celular, livre-natantes ou coloniais. São geralmente organismos microscópicos que absorvem nutriente inorgânico e produzem matéria orgânica, retirando o dióxido de carbono da atmosfera, por meio da fotossíntese (MANAHAN, 2004). A floração provocada por algas azuis forma, quando envelhecem, pseudovacúolos gasosos no interior de suas células, diminuindo a sua densidade, podendo dar origem à formação de massas de algas, cobrindo grandes extensões de água, onde se decompõem causando mau cheiro e também aumentando a demanda por oxigênio dissolvido na água, podendo causar morte de peixes e outros animais que necessitam do oxigênio livre para o seu metabolismo (BRANCO, 1986). 1.5.4 Orgânicos 1.5.4.1 Óleos e Graxas Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem mineral, vegetal ou animal. Estas substâncias geralmente são hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros. São raramente encontrados em águas naturais. Normalmente são oriundos de despejos e resíduos industriais, esgotos domésticos, efluentes de oficinas mecânicas, postos de gasolina, estradas e vias públicas (CETESB, 2008a). A baixa solubilidade dos óleos e graxas constitui um fator negativo no que se refereà sua degradação em unidades de tratamento de despejos por processos biológicos. Quando presentes em mananciais utilizados para abastecimento público, causam dificuldades no tratamento da água. A presença de material graxo nos corpos d'água, além de acarretar problemas de origem estética, diminui a área de contato entre a superfície da água e o ar atmosférico, impedindo, dessa maneira, a transferência do oxigênio da atmosfera para a água (CETESB, 2008a). Em processos de decomposição, a presença dessas substâncias reduz o oxigênio dissolvido elevando a DBO e a DQO (IGAM, 2006). 1.5.4.2 Fenóis Totais Os fenóis e seus derivados aparecem nas águas naturais por meio das descargas de efluentes de processamento de borracha, de colas e adesivos, de resinas, de componentes elétricos (plásticos) e das siderúrgicas, entre outras (CETESB, 2008b). A presença de fenóis em corpos d’água pode ter causas naturais, uma vez que as águas superficiais contêm matéria orgânica de origem natural, ou seja, substâncias húmicas (ácidos húmicos e fúlvicos, que são biopolímeros compostos de uma estrutura aromática - fenóis, polifenóis e compostos poliaromáticos - ligada a grupos alifáticos). Apesar das substâncias húmicas (SH) apresentarem uma estrutura complexa, não se trata de compostos tóxicos, sendo muito importante para a fertilidade dos solos. No entanto, a sua presença na água, pode tornar-se um fator complicador na remoção de íons metálicos pesados, devido à formação do complexo SH-íon metálico. Porém, uma das maiores preocupações quanto ao risco ambiental causado pelas SH consiste na presença destas nas águas para consumo humano. Estas substâncias alteram a qualidade da água devido à sua coloração escura, tornando-a indesejável para o consumo, além da formação de produtos cancerígenos decorrentes do tratamento com cloro, os chamados trihalometanos (THMs). Os fenóis, em elevadas concentrações, são tóxicos ao homem e aos organismos aquáticos. Nas águas naturais, os padrões para os compostos fenólicos são bastante restritivos. Nas águas tratadas, os fenóis reagem com o cloro livre formando os clorofenóis que produzem sabor e odor na água. 1.5.4.3 Surfactantes De acordo com a metodologia analítica (APHA, 2005), surfactantes ou detergentes são definidos como compostos que reagem com o azul de metileno sob certas condições especificadas. Estes compostos são designados "substâncias ativas ao azul de metileno" (MBAS - Metilene Blue Active Substances) e suas concentrações são relativas ao sulfonato de alquil benzeno linear (LAS) que é utilizado como padrão na análise. Os esgotos sanitários possuem de 3 a 6 mg/L de detergentes. As indústrias de detergentes descarregam efluentes líquidos com cerca de 2000 mg/L do princípio ativo. Outras indústrias, incluindo as que processam peças metálicas, empregam detergentes especiais com a função de desengraxante, como é o caso do percloretileno. As descargas indiscriminadas de detergentes nas águas naturais levam a prejuízos de ordem estética provocados pela formação de espumas. Além disso, os detergentes podem exercer efeitos tóxicos sobre os ecossistemas aquáticos. Os sulfonatos de alquil benzeno de cadeia linear (LAS) têm substituído progressivamente os sulfonatos de aquil benzeno de cadeia ramificada (ABS), por serem considerados biodegradáveis. Os detergentes têm sido responsabilizados também pela aceleração da eutrofização. Além da maioria dos detergentes comerciais empregados ser rica em fósforo, sabe-se que exercem efeito tóxico sobre o zooplâncton, predador natural das algas (CETESB, 2008b). 1.5.4.4 Potencial de formação de Trihalometanos - PTHMs A utilização de parâmetros não específicos para avaliar a eficiência de um sistema de tratamento, bem como a qualidade da água de um determinado manancial é uma prática comum nas Estações de Tratamento de Água (ETAs). Estes parâmetros não específicos podem ser uma valiosa ferramenta para uma primeira avaliação das características da qualidade de águas em mananciais destinados ao abastecimento público. Também podem ser de grande utilidade para verificar rapidamente mudanças na qualidade da água dentro do processo de tratamento. Além disso, com a preocupação sobre a formação de compostos organoclorados leves (como por exemplo, clorofórmio) durante o processo de cloração, chamados trihalometanos, torna-se necessária uma avaliação do manancial em relação à quantidade de precursores destes compostos (CETESB, 2008b). Assim, a utilização do potencial de formação de trihalometanos, como um parâmetro não específico da medida de precursores de THMs, pode ser usado para comparar a qualidade de vários mananciais de água bruta com potencial para abastecimento, com a possibilidade de produção de concentrações elevadas de THMs em água tratada durante os processos de tratamento e na distribuição. Vale ressaltar que a Portaria 518/2005 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2005), limita em 100 µg/L a concentração de THMs na água tratada para fins de abastecimento público. Os THMs constituem um grupo de compostos orgânicos derivados do metano (CH4): clorofórmio, bromofórmio, dibromoclorometano e bromodiclorometano. Um inconveniente importante do uso da cloração para a desinfecção da água é a produção concomitante de substâncias orgânicas cloradas - algumas das quais são tóxicas. O composto de maior preocupação é o clorofórmio, CHCl3, que é produzido quando o ácido hipocloroso reage com a matéria orgânica dissolvida na água. O clorofórmio é suspeito de ser cancerígeno para o fígado humano, podendo também causar efeitos nocivos na reprodução e no desenvolvimento (BAIRD, 2002). Embora a desinfecção da água possa ser realizada por diversos meios (calor, luz ultravioleta, ozônio, dióxido de cloro), a utilização do cloro e seus derivados tem sido a mais difundida, em função de sua facilidade de aplicação, baixo custo e alta eficiência (ZARPELON e RODRIGUES, 2006). 1.5.5 Metais 1.5.5.1 Alumínio Dissolvido O alumínio ocorre na crosta terrestre em combinação com sílica e oxigênio para formar feldspatos, micas e minerais argilosos. O mais famoso mineral que contém o alumínio é a bauxita (APHA, 2005). O sulfato de alumínio é usado no processo de tratamento da água para flocular partículas suspensas, mas pode deixar um resíduo de alumínio no final do processo. Pesquisas feitas no Canadá e na Austrália indicam que o consumo de água potável com mais de 0,1mg/L de alumínio pode causar danos neurológicos, como perda de memória e, talvez, um pequeno aumento na incidência da doença de Alzheimer (BAIRD, 2002). 1.5.5.2 Ferro Naturalmente, o ferro ocorre nos minerais como hematita, magnetita, toconita e pirita. Nas águas superficiais observa-se um aumento da concentração de ferro nos períodos chuvosos, devido a lixiviação de solos. O ferro é encontrado em despejos das indústrias automobilísticas, de fertilizantes, de produtos químicos, siderurgia, de refinarias de petróleo e usinas termoelétricas. Níveis elevados de ferro na água podem provocar o desenvolvimento de bactérias que produzem cores avermelhadas, verde escura ou negra, além de odor muito forte e incrustações nas tubulações (APHA, 2005). Tanto o excesso como a deficiência de ferro pode causar problemas no organismo. O envenenamento por ferro é chamado de hemocromatose enquanto que a sua deficiência é conhecida popularmente como anemia (WELZ e SPERLING, 1999). 1.5.5.3 Manganês É muito usado na indústria do aço, na fabricação de ligas metálicas e baterias e na indústria química de tintas, vernizes, fogos de artifício e fertilizantes. Raramente atinge concentrações de 1,0 mg/L em águas naturais, normalmente está presente em quantidade de 0,2 mg/L ou menos (APHA, 2005). Sua presença em mananciais de abastecimento público é indesejável devido ao seu sabor, ao tingimento das instalações sanitárias, aparecimento de manchas nas roupas lavadas e acúmulo de depósitos em sistemasde distribuição (MACÊDO, 2000). É um elemento traço essencial que está presente em todas as células vivas. É reabsorvido por plantas na forma de sais de Mn (II), além de ser de grande importância na fotossíntese (WELZ e SPERLING, 1999). 1.5.5.4 Arsênio As fontes de arsênio no ambiente provêm do uso continuado de pesticidas, de sua emissão durante a mineração e fundição de ouro, chumbo, cobre e níquel, da produção de ferro e aço e da combustão de carvão, do qual é um contaminante (WELZ e SPERLING, 1999). Segundo Baird (2002), a lixiviação de minas antigas e abandonadas de ouro pode ser uma fonte significativa de poluição por arsênio nos sistemas aquáticos. Os compostos de arsênio coexistem com os de fósforo na natureza devido à similaridade de suas propriedades. O arsênio é cancerígeno para os seres humanos e sua ingestão pode causar câncer de pele e de fígado (BAIRD, 2002). 1.5.5.5 Chumbo O chumbo não se constitui em um problema ambiental até que venha a se dissolver e produzir a forma iônica. Nessa forma, o chumbo pode ser importante elemento causador de síndromes nervosas e ósseas (BAIRD, 2002). O chumbo inibe a capacidade do organismo de produzir a hemoglobina. Essa característica, associada à capacidade acumulativa do chumbo, pode levar a uma intoxicação crônica denominada saturnismo. Os compostos inorgânicos de chumbo entram no organismo por inalação ou por ingestão, já os compostos orgânicos podem entrar por via cutânea (WELZ e SPERLING, 1999). 1.5.5.6 Mercúrio O mercúrio é encontrado como elemento traço de muitos minerais, entrando no corpo hídrico de variadas formas: descarte de produtos químicos de laboratórios, baterias, termômetros quebrados, fungicidas, produtos farmacêuticos, bulbos de lâmpadas fluorescentes e em lâmpadas a mercúrio utilizadas para iluminação pública. O mercúrio dissolve facilmente o ouro, a prata, o chumbo e metais alcalinos formando ligas conhecidas como amálgamas. Por isso, é utilizado em garimpos, levando muitos trabalhadores à morte e poluindo os solos, aqüíferos e rios (MANAHAN, 2004). A maioria dos problemas ambientais envolvendo o mercúrio é devido à forma metilada ter um efeito cumulativo. Quando presente no organismo humano, os sintomas iniciais se abateram sobre o sistema nervoso central, trazendo dormência nos braços e pernas, perda da visão, da audição e da coordenação muscular, letargia e irritabilidade (BAIRD, 2002). 1.5.5.7 Bário Como resultado das suas características não-nobres e sua alta reatividade, o bário só ocorre na forma de compostos. O mineral mais importante que contém bário é a barita BaSO4 (WELZ e SPERLING, 1999). Geralmente são utilizados para pigmentação de tintas – BaSO4, fogos de artifício, pela cor de suas chamas – Ba(NO3)2 e BaCO3, - como agente estabilizador na indústria de PVC (cloreto de polivinila), na remoção de traços de nitrogênio e oxigênio nos tubos à vácuo com circuitos elétricos, velas para motores e diagnóstico do raio-x na forma de BaSO4. Todos os compostos de bário são venenosos, e quando ingeridos, podem causar vômitos, diarréia, dor abdominal, desalojar o potássio das células e provocar fibrilação ventricular. 1.5.5.8 Cianeto Livre O íon cianeto, CN-, liga-se fortemente a muitos metais, especialmente àqueles da série de transição, sendo frequentemente usado para extração desses metais em misturas. É amplamente utilizado na mineração, no refino e na eletrodisposição (galvanoplastia) de metais, como ouro, cádmio e níquel. O íon cianeto é muito tóxico para a vida animal, pois atua sobre as enzimas que contêm ferro, bloqueando o transporte de oxigênio no metabolismo (BAIRD, 2002). As maiores fontes são os descartes de processos de mineração, usinas siderúrgicas, indústrias químicas de compostos orgânicos e estações de tratamento de água. Outras fontes de cianeto incluem a exaustão de veículos, queima de lixo em aterros sanitários e uso de pesticidas contendo cianeto. 1.5.5.9 Cádmio A maior parte do cádmio é produzida como subproduto da fusão do zinco, já que os dois metais ocorrem usualmente juntos. Uma poluição ambiental por cádmio ocorre frequentemente em áreas adjacentes a fundições de chumbo, zinco e cobre, assim como na combustão do carvão. A incineração de materiais residuais que contêm o elemento é também uma importante fonte desse material no ambiente (BAIRD, 2002). Existem evidências de que a exposição crônica ao cádmio leva a um aumento na probabilidade de doenças renais. Segundo Baird (2002), o cádmio pode substituir o cálcio dos ossos, pelo fato de terem a mesma carga e tamanho, o que pode causar doença conhecida no Japão (local onde ocorreu evento dessa natureza) como itai-itai, que deixa os ossos porosos podendo ser fraturados ou colapsados. 1.5.5.10 Cobre O cobre não é encontrado em quantidades significativas em águas naturais. Este metal é amplamente distribuído na natureza no estado elementar como sulfetos, cloretos, arsenitos e carbonatos. O CuSO4 tem sido utilizado no tratamento de água para controle de algas. Devido a sua excelente condutividade térmica, o cobre é usado para confecção de panelas, soldas em aço, bobinas de aquecimento e refrigeração (WELZ e SPERLING, 1999). Existem atualmente dois problemas ambientais associados ao cobre: o primeiro é a quantidade de material descartado para se extrair o cobre. O segundo, é que durante o processo de beneficiamento, há uma co-produção de enxofre que se lançado na atmosfera, transforma-se em SO2, tornando-se fonte de problemas para países desenvolvidos (MANAHAM, 2004). 1.5.5.11 Níquel Estudos recentes demonstram que o níquel é carcinogênico. Concentrações de 1,0 mg/L desse elemento são tóxicas aos organismos de água doce. Concentrações de níquel em águas superficiais naturais podem chegar a aproximadamente 0,1 mg/L, embora concentrações de mais de 11 mg/L possam ser encontradas, principalmente em áreas de mineração. A maior contribuição para o ambiente, pela atividade humana, é a queima de combustíveis fósseis. Doses elevadas de níquel podem causar dermatites nos indivíduos mais sensíveis e afetar nervos cardíacos e respiratórios (CETESB, 2008b). 1.5.5.12 Zinco É elemento traço importante para humanos, animais, plantas e microrganismos, porém em altas concentrações podem causar queimaduras externas e inflamações dolorosas em órgãos do sistema digestivo (WELZ e SPERLING, 1999). Em águas superficiais, normalmente as concentrações estão na faixa de 0,001 a 0,10 mg/L. O zinco é utilizado na indústria e pode entrar no ambiente através de processos naturais e antropogênicos, entre os quais se destacam a produção de zinco primário, combustão de madeira, incineração de resíduos, produção de ferro e aço, e efluentes domésticos. A água com alta concentração de zinco tem uma aparência leitosa e produz um sabor metálico ou adstringente quando aquecida. O zinco, por ser um elemento essencial para o ser humano, só se torna prejudicial à saúde quando ingerido em concentrações muito elevadas, acumulando-se no organismo humano (CETESB, 2008b). 1.5.5.13 Cromo É utilizado em ligas, galvanoplastia e em pigmentos. São geralmente utilizados em refrigeradores de água para controle de corrosão. Em águas naturais, o cromo está associado à dureza ou alcalinidade da água Geralmente não se considera que o cromo metálico e os compostos de cromo (III) (Cromo trivalente) forneçam risco para a saúde. Trata-se de um elemento essencial ao ser humano, porém em altas concentrações é tóxico (WELZ e VON SPERLING, 1999). Os compostos de cromo (VI) (Cromo Hexavalente) são tóxicos quando ingeridos, e altamente carcinógeno. A maioria dos seus compostos irrita os olhos, a pele e as mucosas e a exposição crônica pode provocar danos permanentes nos olhos (WELZ e SPERLING, 1999). 1.5.6 Pesticidas Os pesticidas, geralmente organoclorados e carbamatos, são substâncias que podem matar diretamente um organismo indesejável
Compartilhar