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201002_campanha_Metodologia_2Camp

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COLOCAR CAPA ATUALIZADA 
 
 
 
Governo da Bahia 
Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SEMA 
Instituto de Gestão de Águas e Clima – INGÁ 
 
Governador 
Jacques Wagner 
 
Secretário de Meio Ambiente 
Eugênio Spengler 
 
Diretor-Geral do INGÁ 
Wanderley Rosa Matos 
 
Diretor de Monitoramento e Informação do INGÁ 
Eduardo Gabriel Alves Palma 
 
Coordenador de Monitoramento do INGÁ 
Josane Calina Vale da Silva 
 
Federação das Indústrias do Estado da Bahia - FIEB 
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI 
Centro de Tecnologias Pedro Ribeiro - CETIND 
 
Presidente da FIEB 
José de F. Mascarenhas 
 
Diretor Regional do SENAI 
Gustavo Leal Sales Filho 
 
Gerente da Unidade CETIND do SENAI 
Carlos Roberto de O. Souza 
 
Gerente da Área de Meio Ambiente do SENAI/CETIND 
Arlinda Conceição Dias Coelho 
 
Gerente da Área de Metrologia Química e Volumétrica do SENAI/CETIND 
Antonio Cesar de Macedo Silva 
 
Coordenação do Programa Monitora no INGÁ 
 
Wanderley Rosa Matos 
Diretor-Geral do INGÁ 
Engenheiro Agrônomo 
 
Eduardo Gabriel Alves Palma 
Diretor de Monitoramento e Informação do INGÁ 
Geógrafo, MSc em Geografia 
 
Josane Calina Vale da Silva 
Coordenadora de Monitoramento da Qualidade da Água e Hidrogeologia do INGÁ 
Bióloga 
 
Equipe Técnica do Programa Monitora no INGÁ 
 
Ailton dos Santos Junior, Biólogo, Esp. em Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
Christiane Freitas Pinheiro de Jesus, Geógrafa, Analista de Geoprocessamento 
Cláudia do Espíto Santo Lima, Engenheira Sanitarista, Esp. em Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
Eduardo Farias Toázio, Engenheiro Sanitarista, MSc Engenharia Oceânica 
Hérica D’Asunção Coelho, Química, MSc Solo e Nutrição de Planta 
Lidiane Castro Alves dos Reis, Analista de Desenvolvimento 
Luíz Carlos Batista de Cerqueira, Analista de Sistemas 
Maura Maria Pezzato, Ecóloga, DSc Ciências 
Moisés Bruno Carvalho dos Santos, Analista de Geoprocessameto 
Regina Célia de Toledo Francisco, Química, MSc Química Analítica 
 
Coordenação do Programa Monitora no SENAI 
 
Arlinda Conceição Dias Coelho 
Gerente da Área de Meio Ambiente 
Química, MSc Gerenciamento de Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo 
 
Edisiene de Souza Correia 
Coordenadora de Serviços Técnico-Tecnológicos da Área de Meio Ambiente 
Engenheira Química, MSc Engenharia Química 
 
Charlene Neves Luz 
Coordenadora do Programa Monitora 
Técnica em Meio Ambiente, Urbanista, Esp. Auditoria e Gestão Ambiental, MSc. Engenharia Ambiental Urbana 
 
 
 
Equipe Técnica do Programa Monitora no SENAI 
 
ÁREA DE MEIO AMBIENTE 
Edna dos Santos Almeida, Química/ MSc Química Analítica/ DSc em Ciências 
Elivaldo Araújo Batista, Técnico em Meio Ambiente 
Flávia Bezerra Amorim, Engenheira Sanitarista e Ambiental/ Esp. Gerenciamento de Recursos Hídricos/ MSc. Engenharia 
Ambiental Urbana 
Iury Marcos Silva Costa, Técnico em Meio Ambiente 
Leonardo Henrique de Mello Chacon, Técnico em Meio Ambiente 
Luciane Lino Fiúza, Técnica em Meio Ambiente 
Márcia de Andrade Macedo, Química Industrial/ Esp. Metodologia de Ensino Superior 
Samara Fernanda Silva, Engenheira Sanitarista e Ambiental 
Welinson Santos Costa, Tecnólogo em Gestão Ambiental 
 
ÁREA DE METROLOGIA QUÍMICA E VOLUMÉTRICA 
Barbara Castilho Bahia, Técnica em Química 
Bárbara Tatiana Nunes de Souza, Técnica em Química 
Cristiane Ferreira de Brito, Química/ MSc Química Analítica 
Daiana Rose dos Santo Sandes, Técnica em Química 
Daniel Nascimento Campos, Técnico de Meio Ambiente 
Daniela Bonina Cardoso, Técnica em Química 
Denise Araújo de Souza, Técnica em Química 
Denise Silva Luz, Técnica em Patologia Clínica 
Elivaldo Lima de Oliveira, Técnico de Processo Operacional 
Francineide Lima de Amorim, Técnica em Química 
Gildo de Deus Santos, Técnico de Processo Operacional 
Gláucia Caetano Haack, Técnica em Química 
Hilda Costa dos Santos, Química/ DSc Química Analítica 
Ione Pinheiro dos Santos, Bióloga 
Jorge Edmundo Prazeres da Silva, Técnico em Química 
José Augusto Santos Oliveira, Técnico em Química 
Julice Souza Sardeiro, Técnica em Química 
Karla Regina Caribé de Araújo, Técnica em Química 
Letícia de Alencar Pereira Rodrigues, Engenheira de Alimentos/ Esp. Segurança e Inspeção de Alimentos 
Luciana Reis Lima, Técnica em Patologia Clínica 
Manuela Silva dos Santos, Técnica em Química 
Marcelo Costa Brandão, Técnico de Processo Operacional 
Marcelo Reis Costa, Técnico de Processo Operacional 
Maria de Lourdes Rodrigues e Silva, Técnica em Química 
Marinice Santiago dos Santos Acácio, Técnica em Química 
Neviton da Silva Neves, Biólogo 
Nívia Paula Sobrinho, Bióloga 
Rafael Roberto Oliveira, Técnico em Processos Químico 
Sandra Santos de Araújo, Técnica em Química 
Sângela Maria Gonçalves Severo, Técnica em Química 
Silvana do Espírito Santo, Química 
Tais Oliveira Franco, Técnica em Química 
Valdirene Silva Batista, Técnico em Química 
Vânia Santos Ruas, Técnica em Química 
Vânia Tereza Neves da Purificação, Técnica em Química 
 
ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES 
Elson Cardoso Siquara, Analista de Sistemas 
Josafá de Souza Júnior, Analista de Sistemas 
 
 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................VI 
1 METODOLOGIA........................................................................................................................ 7 
1.1 DEFINIÇÃO DA REDE DE MONITORAMENTO...................................................................... 7 
1.2 MÉTODOS DE COLETA................................................................................................................ 8 
1.2.1 Coleta de água superficial ................................................................................................ 8 
1.2.2 Acondicionamento e transporte das amostras .................................................................... 9 
1.2.3 Levantamento de dados de campo..................................................................................... 9 
1.3 MÉTODOS ANALÍTICOS ............................................................................................................ 10 
1.4 MÉTODOS DE GERENCIAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS............................................ 13 
1.4.1 Índice de Qualidade da Água – IQA ............................................................................... 14 
1.4.2 Índice de Estado Trófico – IET........................................................................................ 16 
1.5 SIGNIFICADO AMBIENTAL DOS PARÂMETROS................................................................ 18 
1.5.1 Parâmetros Físico-Químicos .......................................................................................... 22 
1.5.1.1 Temperatura ........................................................................................................................ 22 
1.5.1.2 Potencial Hidrogeniônico - pH ........................................................................................... 22 
1.5.1.3 Salinidade ........................................................................................................................... 23 
1.5.1.4 Turbidez.............................................................................................................................. 23 
1.5.1.5 Sólidos ................................................................................................................................ 24 
1.5.1.6 Oxigênio Dissolvido - OD .................................................................................................. 24 
1.5.1.7 Condutividade..................................................................................................................... 24 
1.5.1.8 Alcalinidade ........................................................................................................................ 25 
1.5.1.9 Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO ......................................................................... 25 
1.5.2Nutrientes........................................................................................................................ 26 
1.5.2.1 Nitrogênio ........................................................................................................................... 26 
1.5.2.2 Fósforo Total ...................................................................................................................... 26 
1.5.3 Biológico.......................................................................................................................... 27 
1.5.3.1 Coliformes Termotolerantes ............................................................................................... 27 
1.5.3.2 Clorofila a ........................................................................................................................... 27 
1.5.3.3 Cianobactérias..................................................................................................................... 27 
1.5.4 Orgânicos........................................................................................................................ 27 
1.5.4.1 Óleos e Graxas .................................................................................................................... 27 
1.5.4.2 Fenóis Totais....................................................................................................................... 28 
1.5.4.3 Surfactantes......................................................................................................................... 28 
1.5.4.4 Potencial de formação de Trihalometanos - PTHMs .......................................................... 29 
1.5.5 Metais.............................................................................................................................. 30 
1.5.5.1 Alumínio Dissolvido........................................................................................................... 30 
1.5.5.2 Ferro.................................................................................................................................... 30 
1.5.5.3 Manganês............................................................................................................................ 30 
1.5.5.4 Arsênio................................................................................................................................ 31 
1.5.5.5 Chumbo............................................................................................................................... 31 
1.5.5.6 Mercúrio ............................................................................................................................. 31 
1.5.5.7 Bário ................................................................................................................................... 31 
1.5.5.8 Cianeto Livre ...................................................................................................................... 32 
1.5.5.9 Cádmio................................................................................................................................ 32 
1.5.5.10 Cobre .................................................................................................................................. 32 
1.5.5.11 Níquel ................................................................................................................................. 33 
1.5.5.12 Zinco ................................................................................................................................... 33 
1.5.5.13 Cromo ................................................................................................................................. 33 
1.5.6 Pesticidas........................................................................................................................ 34 
 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
Figura 1.2.1.1: Confirmação do ponto de amostragem com o receptor GPS......... 7 
Figura 1.2.1.1: Coleta de água superficial .......................................................... 8 
 
 
Figura 1.2.1.2: Transferência da amostra de água do amostrador para o 
recipiente de coleta .............................................................................................. 8 
Figura 1.2.1.3: Recipientes contendo amostra de água para análises de 
turbidez e de fósforo total ................................................................................... 9 
Figura 1.2.1.4: Recipientes contendo amostras de água para análise de 
coliformes termotolerantes ................................................................................. 9 
Figura 1.2.2.1: Kit de amostras coletadas no mesmo ponto ............................ 9 
Figura 1.2.2.2: Preservação das amostras durante o transporte ..................... 9 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
Tabela 1.4.1: Parâmetros e pesos finais para determinação do IQA ............. 15 
Tabela 1.4.2: Classificação da qualidade da água em função do IQA ........... 16 
 
ÍNDICE DE QUADROS 
Quadro 1.2.3.1: Parâmetros de qualidade da água analisados na 2ª 
campanha de 2010 do Programa Monitora ...................................................... 10 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
A gestão responsável das águas da Bahia é vital e estratégica para o futuro 
sustentável do Estado. O gerenciamento dos recursos hídricos estaduais é, no 
entanto, complexo e desafiador, sobretudo devido à extensão do território baiano, 
às diferenças regionais em disponibilidade hídrica e a demanda por informações 
sobre a condição dos corpos d’água. 
De acordo com a Política Estadual de Recursos Hídricos, compete à 
Superintendência de Recursos Hídricos – SRH, autarquia da Secretaria Estadual 
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMARH, assegurar de forma 
sustentável a disponibilidade de água e comunicar a situação dos recursos 
hídricos para a população do Estado da Bahia. E para atender a essa diretriz, faz-
se necessário dispor, entre outros elementos, do conhecimento sobre a qualidade 
das águas. 
A Superintendência de Recursos Hídricos, criada pela Lei n° 6.812/95 e alterada 
pela Lei n° 8.538/02, através da Lei n° 11.050/08 - que alterou a denominação, a 
finalidade e a estrutura organizacional da Secretaria de Meio Ambiente e 
Recursos Hídricos e das entidades da Administração Indireta a ela vinculadas - 
passou a denominar-se Instituto de Gestão das Águas e Clima – INGÁ. O INGÁ é 
uma autarquia vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, que tem por finalidade 
gerir e executar a Política Estadual de Recursos Hídricos e de Prevenção, 
Mitigação e Adaptação dos Efeitos das Mudanças Climáticas. 
Em atendimento a Lei Estadual n° 10.432/06 e ao Plano Estadual de Recursos 
Hídricos, o Governo do Estado lançou em 29 de novembro de 2007, o Programa 
MONITORA – Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas do Estado 
da Bahia. O Programa MONITORA está inserido no Programa ÁGUA PARA 
TODOS (2007-2010), focado na ampliação da cobertura do abastecimento de 
água de qualidade e em quantidade e do serviço de esgotamento sanitário. 
O Programa MONITORA está sendo coordenado pelo INGÁ e executado em 
parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB, através das 
Áreas de Meio Ambiente e de Metrologia Química e Volumétrica do SENAI 
Unidade CETIND – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial/ Centro de 
Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro. O SENAI conta com corpo técnico 
especializado e laboratórios certificados e acreditados para prestar serviços de 
monitoramento ambiental, incluindo coleta, análises e elaboração de relatórios. 
Durante a execução do Programa (2007-2010) serão elaborados relatórios cujos 
resultados subsidiarão a execução de instrumentos de atuação pública que 
incluem, entre outros, a elaboração de planos de bacia, o enquadramento de 
corpos d’água e a outorga de direito de uso dos recursos hídricos. 
Esse relatório abrange os resultados de qualidade da água obtidos na 1ª 
campanha de 2010. Esses resultadosforam apresentados na forma de relatórios 
parciais trimestrais e estão disponíveis no sítio do INGÁ na internet. 
O Estado está cumprindo com o seu dever, mas, tão importante quanto à ação 
estatal, é o papel dos usuários na determinação do futuro das águas. 
 
 
1 METODOLOGIA 
1.1 DEFINIÇÃO DA REDE DE MONITORAMENTO 
Os procedimentos metodológicos adotados basearam-se nos objetivos e no Plano de 
Trabalho do Programa Monitora, o qual definiu a rede de monitoramento como 
trimestral1. 
De acordo com o Plano de Trabalho e com os resultados da 1a campanha de 2008 a 
1ª campanha de 2010, o Instituto de Gestão das Águas e Clima – INGÁ revisou a 
malha amostral do Programa, permanecendo em 217 pontos de monitoramento para 
a 2ª campanha de 2010. 
Dos pontos de amostragem, 36 estações coincidem com locais de captação de 
água para abastecimento público e 16 estações coincidem com postos 
fluviométricos. 
A determinação da localização dos pontos de coleta que compõem a atual rede 
de monitoramento foi realizada considerando-se os usos múltiplos da água, os 
padrões de uso e ocupação do solo em cada RPGA e as demandas da sociedade 
e da representação dos Comitês de Bacias. 
A partir das informações dos códigos dos pontos de monitoramento de cada Região 
de Planejamento e Gestão das Águas (RPGA), das coordenadas geográficas2 dos 
pontos de coleta e da descrição de sua localização, a equipe do SENAI planejou a 
logística e o roteiro de campo. As coletas foram realizadas pela equipe do SENAI, 
sob a supervisão de representantes do INGÁ. 
Os pontos de amostragem predefinidos pelo INGÁ foram confirmados e ajustados 
em campo (Figura 1.1.1) com auxílio do receptor GPS Etrex da Garmin. 
 
Figura 1.2.1.1: Confirmação do ponto de amostragem com o receptor GPS 
Os códigos dos pontos de coleta, as coordenadas geográficas conferidas em campo 
e a descrição da localização de cada ponto de amostragem estão apresentados nos 
relatórios parciais de cada RPGA. 
 
1 Alterações na rede de monitoramento original foram efetuadas ao longo da execução do Programa, a critério do Instituto 
de Gestão de Águas e Clima – INGÁ. 
2 As coordenadas geográficas foram obtidas utilizando-se como referência o Datum WGS-84 e registradas em décimo de 
grau. 
 
 
As coordenadas geográficas determinadas em campo foram utilizadas na 
elaboração dos mapas de localização dos pontos de amostragem. Para tanto, foi 
utilizada a base de dados da Superintendência de Recursos Hídricos (2004). Essa 
base foi elaborada na escala de referência 1:1.000.000. Os mapas foram 
confeccionados com o software ArcGIS versão 9.2. 
1.2 MÉTODOS DE COLETA 
1.2.1 Coleta de água superficial 
Amostras simples de água bruta superficiais foram coletadas nos pontos de 
monitoramento, posicionando o amostrador contra a corrente, em situação de 
água corrente, ou criando-se uma corrente artificial, através da movimentação do 
frasco no sentido horizontal, em corpo de água lêntico (Figura 1.2.1.1). A 
amostragem foi realizada de acordo com o itinerário definido pela equipe de 
coleta, que levou em consideração o prazo de validade das amostras para 
execução das análises. 
As amostras foram coletadas diretamente do corpo receptor, através do uso de 
garrafa de Van Dohr, balde ou béquer, e em seguida foram transferidas para os 
recipientes de coleta identificados (Figura 1.2.1.2). Essa transferência foi 
realizada de maneira especialmente cuidadosa em relação às amostras cujos 
respectivos frascos continham os seguintes preservantes: tiossulfato de sódio; 
EDTA; hidróxido de sódio; ácido sulfúrico; ácido nítrico; carbonato de magnésio 
1% e Lugol 2%. 
 
 
Figura 1.2.1.1: Coleta de água 
superficial 
 
 
Figura 1.2.1.2: Transferência da 
amostra de água do amostrador para 
o recipiente de coleta 
Durante a coleta foram utilizados utensílios inertes ou descartáveis, para evitar 
alterações nas características das amostras. Foram utilizados recipientes 
adequados a cada tipo de análise (Figura 1.2.1.3 e Figura 1.2.1.4). Como o 
recipiente coletor foi reutilizado em diferentes pontos de coleta, foi realizada 
lavagem, entre uma coleta e outra, de acordo com o “Procedimento de lavagem e 
descontaminação de vidraria, material plástico e metálico” da Área de Metrologia 
Química e Volumétrica do SENAI Unidade CETIND (SENAI-CETIND, 2010). 
 
 
 
Figura 1.2.1.3: Recipientes contendo 
amostra de água para análises de 
turbidez e de fósforo total 
 
 Figura 1.2.1.4: Recipientes contendo 
amostras de água para análise de 
coliformes termotolerantes 
 
1.2.2 Acondicionamento e transporte das amostras 
Os recipientes contendo as amostras de água coletadas em cada ponto foram 
agrupados em um kit do ponto (Figura 1.2.3.1). Em seguida as amostras foram 
preservadas em caixas térmicas com gelo, a aproximadamente 4°C (Figura 1.2.3.2). 
 
Figura 1.2.2.1: Kit de amostras 
coletadas no mesmo ponto 
 
Figura 1.2.2.2: Preservação das 
amostras durante o transporte 
Após a última coleta do dia, as amostras foram encaminhadas ao terminal 
rodoviário do município mais próximo, e despachadas para Salvador, onde 
foram recepcionadas pela equipe do SENAI, e em seguida encaminhadas para 
Área de Metrologia Química e Volumétrica – MQV do SENAI Unidade CETIND, 
em Lauro de Freitas, para serem analisadas. Esse processo foi concluído 
sempre em período inferior a 24 horas, visto que este é o prazo de vencimento 
das amostras para a análise de determinados parâmetros (a exemplo de DBO, 
sólidos totais e turbidez). 
1.2.3 Levantamento de dados de campo 
As informações dos pontos de coleta foram anotadas em fichas de coleta 
(código do ponto, data, hora, resultados medidos in situ etc.) e em formulários 
de campo (características do entorno e corpo d’água). 
 
 
Para caracterizar a vegetação regional foram utilizadas as classificações 
adotadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia 
(SEI) e disponíveis no Sistema de Dados Estatísticos (SEI, 2010). 
1.3 MÉTODOS ANALÍTICOS 
Para cada RPGA, foram previstas análises de variáveis agrupadas em físico-
químicas, nutrientes, biológicas e pesticidas nas amostras coletadas em água, 
conforme o Quadro 1.2.3.1. 
Quadro 1.2.3.1: Parâmetros de qualidade da água analisados na 2ª campanha de 
2010 do Programa Monitora 
Padrões da Resolução CONAMA nº 357/05 LDM1 UNIDADE METODOLOGIA ANALÍTICA 
PARÂMETROS 
Água Doce, 
Classe 2 Água Salobra, Classe 1 
Físico-Químicos 
Temperatura - - - °C Standard Methods (SM 2550 B) 
pH 6,0 a 9,0 6,5 a 8,5 - - Standard Methods (SM 4500 H+ B) 
Salinidade <0,5 0,5 a 30 0,01 ‰ Standard Methods (SM 2520 C) 
Turbidez <100 - 0,64 NTU2 Standard Methods (SM 2130 B0 
Sólidos Totais - - 10 mg/L Standard Methods (SM 2540 B) 
Sólidos Totais 
Dissolvidos < 500,0 - 10 mg/L 
Standard Methods (SM 
2540 C) 
Oxigênio 
Dissolvido > 5,0 > 5,0 - mg/L O2 
Standard Methods (SM 
4500-O G) 
Sulfato <250,0 - 0,002 mg/L Environment Protection Agency (EPA 300,1) 
Condutividade - - 0,1 µS/cm Standard Methods (SM 2510 B) 
Alcalinidade - - 2,5 mg/L Standard Methods (SM 2320 A/B) 
Carbono Orgânico 
Total - < 3 1 mg/L 
EN 164 QGI (SMEWW 
3500 Cr B) 
Demanda 
Bioquímica de 
Oxigênio 
<5,0 - 1 mg/L O2 Standard Methods (SM 5210 B) 
Demanda Química 
de Oxigênio - - 6 mg/L 
Standard Methods (SM 
5220 D) 
Cianeto Livre < 0,0050 < 0,001 0,0001 mg/L Environment Protection Agency (EPA 335) 
NUTRIENTES 
Nitrogênio Total - - 1 mg/L N Standard Methods (SM 4500-N C) 
Nitrogênio Nitrato <10,0 < 0,4 0,002 mg/L N-NO3 
Environment Protection 
Agency (EPA 300,1) 
Nitrogênio 
Amoniacal 
<3,7 para pH 
≤ 7,5 
<2,0 para 7,5 
< pH ≤ <8,0 
<1,0 para 8,0 
< pH ≤ 8,5 
< 0,5 para pH 
<8,5 
< 0,4 0,01 mg/L N-NH3 
Standard Methods 
(SM 4500NH3 F) 
Nitrogênio 
Orgânico - - 0,01 mg/L N 
Standard Methods (SM 
4500-N C) 
Ortofosfato 
Solúvel - - 0,007 mg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 300,1) 
 
 
<0,10 (lótico) 
Fósforo Total 
<0,03 (lêntico)< 0,124 0,006 mg/L Standard Methods (SM 4500 P) 
BIOLÓGICAS 
Coliformes 
Termotolerantes <1000 < 1000 1 
UFC3/ 
100mL 
Standard Methods (SM 
9222 A,B,D) 
Clorofila a <30,0 - 0,14 µg/L Standard Methods (SM10200 H - Modif,) 
Cianobactérias <50000 - 1 Cel/mL CETESB L5,303 
METAIS 
Alumínio Solúvel <0,1 < 0,1 0,02 mg/L (Al) 
Environment Protection 
Agency (EPA 
6010B/3010A) 
Ferro Dissolvido <0,3 < 0,3 0,02 mg/L (Fe) 
Environment Protection 
Agency (EPA 
6010B/3010A) 
Manganês Total <0,1 < 0,1 0,001 mg/L (Mn) 
Environment Protection 
Agency (EPA 
6010B/3010A) 
Arsênio Total <0,01 < 0,01 0,002 mg/L (As) Standard Methods (SM 3114 B/C-As) 
Chumbo Total <0,01 < 0,01 0,005 mg/L (Pb) 
American Society for 
Testing and Materials 
(ASTM) D3559-03 D 
Mercúrio Total <0,0002 < 0,0002 0,0002 mg/L (Hg) 
American Society for 
Testing and Materials 
(ASTM) D 3223-02 
Bário Total <0,7 - 0,005 mg/L (Ba) Environment Protection Agency (EPA 335) 
Cádmio Total <0,0010 < 0,005 0,0005 mg/L (Cd) 
Environment Protection 
Agency (EPA 
6010B/3010A) 
Cobre Dissolvido <0,009 < 0,005 0,002 mg/L (Cu) 
Environment Protection 
Agency (EPA 
6010B/3010A) 
Níquel Total <0,025 < 0,025 0,007 mg/L (Ni) 
Environment Protection 
Agency (EPA 
6010B/3010A) 
Zinco Total <0,18 <0,09 0,02 mg/L (Zn) 
Environment Protection 
Agency (EPA 
6010B/3010A) 
Cromo VI - - 0,02 mg/L (Cr) EN 164 QGI (SMEWW 3500 Cr B) 
Cromo Total <0,05 < 0,05 0,001 mg/L (Cr) 
Environment Protection 
Agency (EPA 
6010B/3010A) 
ORGÂNICOS 
Fenóis Totais <0,003 < 0,003 0,002 mg/L Standard Methods (SM 5530D) 
Óleos e graxas - - 1,0 mg/L SMEWW 5520C 
Surfactantes < 0,5 < 0,2 0,02 mg/L LAS4 Standard Methods (SM 5540 C) 
PFTHM - - - µgCHCL3/L 
EN 401 CRO (SMEWW 
5710 B) 
PESTICIDAS 
Diazinon - - µg/L Environment Protection Agency (EPA-8270 Mod,) 
Etion - - µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Malation < 0,1 <0,1 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
 
 
Paration 
< 0,04 
< 0,04 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Disulfoton 
 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Demeton 
< 0,1 
< 0,1 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Aldrin 
< 0,0050 
<0,0019 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Dieldrin 
< 0,0050 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Clordano (alfa + 
gama) 
< 0,004 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
DDD 
 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
DDE 
 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
DDT 
< 0,0020 
< 0,001 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Endrin 
< 0,0040 
< 0,004 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Endrin Aldeído 
 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Heptacloro 
 
0,001 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Endosulfan 
Sulfato 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Endosulfan-I 
 
< 0,001 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Metoxicloro 
< 0,03 
< 0,03 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Toxafeno 
< 0,01 
< 0,0002 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Lindano (Gama-
BHC) 
< 0,004 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Alfa-BHC 
 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Beta-BHC 
 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Delta-BHC 
 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Hexaclorobenzeno 
< 0,0065 
- µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Lindano - µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Heptacloro 
Epóxido < 0,001 µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Heptacloro. - µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Endosulfan -II - µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
Metil-Paration - µg/L 
Environment Protection 
Agency (EPA 
 
Nota: 
1 Limite de Detecção do Método 
2 Unidade Nefelométrica de Turbidez 
 
 
1.4 MÉTODOS DE GERENCIAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 
O gerenciamento dos dados estáticos (pontos de amostragem) e dinâmicos 
(resultados das análises de água) da rede de amostragem foi realizado por meio 
do banco de dados ACQUA - Análise de Componentes de Qualidade da Água, 
desenvolvido pelas: Área de Tecnologia da Informação & Telecomunicações e 
Área de Meio Ambiente do SENAI Unidade CETIND. Através desse sistema, os 
resultados analíticos foram importados do Sistema Labwin da Área de 
Metrologia Química e Volumétrica, para gerar tabelas e gráficos dos resultados 
das análises e dos Índices de Qualidade das Águas. 
As informações levantadas em campo (coordenadas, data, hora de coleta, 
altitude, tipo de ambiente) e os dados relativos às análises no laboratório 
(resultados analíticos, unidade de expressão dos resultados, limites de detecção 
do método de análise do parâmetro e métodos de análise) foram gerenciados por 
meio do sistema ACQUA para a geração de arquivos customizados para alimentar 
o banco de dados do Sistema Estadual de Recursos Hídricos. 
Para os analitos que não foram detectados nas amostras, os resultados foram 
lançados na tabela com a legenda ND (analito não detectado) e, nos casos em 
que para a grande maioria dos pontos de monitoramento o resultado é ND, não 
foram apresentados gráficos. Da mesma forma, não foram apresentados 
gráficos de parâmetros cujos resultados encontrados foram muito baixos, 
quando comparados aos limites de referência da Resolução CONAMA n° 
357/05. 
Para a matriz água, foi avaliada a conformidade dos resultados encontrados 
em relação aos padrões para águas doces, classe 2, ou salobras, classe 1, 
segundo a Resolução CONAMA nº. 357/05, uma vez que para corpos d’água 
não enquadrados são adotados os limites estabelecidos em relação aos 
padrões para a classe 2 (água doce) ou classe 1 (água salobra). 
A definição do ambiente do ponto de coleta em lótico ou lêntico se fez 
necessária para verificar o atendimento aos padrões de fósforo total. 
Apenas para o parâmetro oxigênio dissolvido (OD) é esperado valor superior 
ao limite legal estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/05 e para o 
parâmetro pH há uma faixa limite que varia de 6 a 9 para águas doces e de 6,5 
a 8,5 para águas salobras. Para os outros parâmetros analisados, sempre que 
os resultados forem inferiores ao valor máximo permitido, estarão atendendo 
aos padrões da Resolução CONAMA n° 357/05. 
Para parâmetros não referenciados pela Resolução CONAMA nº 357/05, 
classe 2, a título de comparação, foram utilizados padrões de parâmetros 
correlatos de classificação de corpos d’água da referida Resolução. Desta 
forma, os valores encontrados para os parâmetros abaixo foram comparados 
aos seus respectivos padrões correlatos (estabelecidos pela Resolução 
CONAMA nº. 357/05), a exemplo de: 
• Nitrogênio total com nitrogênio-nitrato e nitrogênio amoniacal; 
• Sólidos totais com sólidos totais dissolvidos; 
 
 
Para o parâmetro coliformes termotolerantes foi adotado como referência o 
limite máximo de 1.000 UFC/100 ml, conforme definido pela Resolução 
CONAMA n° 357/05, para rios de Classe 2 (água doce) e Classe 1 (água 
salobra), usos múltiplos. 
Para os demais parâmetros não referenciados pela Resolução CONAMA nº. 
357/05, serão feitas considerações específicas. 
Na discussão dos resultados levou-se em consideração o registro dos 
relatórios de campo, tais como o tipo de ambiente (lótico ou lêntico) e a 
descrição do entorno do ponto de coleta. Também foi considerada a 
distribuição espacial dos resultados obtidos para cada ponto de monitoramento 
ao longo da bacia e temporal, para melhor avaliar as alterações na qualidade 
do corpo hídrico. 
1.4.1 Índice de Qualidade da Água – IQA 
O Índice de Qualidade das Águas - IQA foi desenvolvido pela National Sanitation 
Foundation (NSF) dos Estados Unidos em 1970, através de pesquisa de opinião 
junto a vários especialistas da área ambiental, quando cada técnico selecionou, a 
seu critério, 9 parâmetros relevantes para avaliar a qualidade das águas (IGAM, 
2004). 
O IQA-NSF inclui os seguintes parâmetros, segundo Cybis e Carvalho (2005): 
Oxigênio Dissolvido; Coliforme Termotolerantes;pH; DBO; Nitrato; Fosfato; 
Temperatura; Turbidez e Sólidos Totais. 
Posteriormente, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do 
Estado de São Paulo – CETESB, realizou algumas adaptações no método do 
IQA-NSF para torná-lo mais próximo da realidade dos corpos d’água do Estado de 
São Paulo. Segundo CETESB (2001) apud Carvalho e Cybis (2005) a principal 
mudança realizada foi a substituição do fosfato e nitrato, por fósforo total e 
nitrogênio total, respectivamente. 
O Programa Monitora adotou o IQA desenvolvido pela CETESB, índice que reúne 
em um único resultado os valores de nove diferentes parâmetros e com isto 
oferece ao mesmo tempo vantagens e limitações. 
A principal vantagem está no fato de sintetizar a interpretação de nove parâmetros 
em um único número, simplificando a compreensão da situação da qualidade da 
água para o público leigo. Por outro lado, limita o diagnóstico do corpo hídrico não 
considerando as condições típicas de usos e ocupação do solo, características 
individuais de cada corpo hídrico, outras fontes de poluição que variam de região 
para região, além de considerar apenas a sua utilização para o abastecimento 
público. 
Para suprir esta limitação, o Programa Monitora contempla outros parâmetros 
além dos nove já avaliados no IQA para complementar o diagnóstico de cada 
RPGA respeitando os usos e as fontes de poluição característica de cada região. 
O IQA indica a qualidade da água por intervalos de classe (CETESB, 2006). Na 
Tabela 1.4.1.1 estão apresentados os parâmetros físico-químicos, químicos e 
biológicos utilizados no cálculo do IQA da CETESB, associados aos seus 
respectivos pesos. 
 
 
 
 
Tabela 1.4.1: Parâmetros e pesos finais para determinação do IQA 
Parâmetro Peso 
Oxigênio Dissolvido 0,17 
Coliforme Termotolerantes 0,15 
pH 0,12 
DBO 0,10 
Nitrogênio Total 0,10 
Fósforo Total 0,10 
Temperatura 0,10 
Turbidez 0,08 
Sólidos Totais 0,08 
Fonte: CETESB (2008a). 
A seguinte fórmula foi utilizada para o cálculo do IQA: 
 
Onde: 
IQA: Índice de Qualidade de Água – é um número variando de 0 a 100. 
qi: qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 a 100, obtido da “curva 
média de variação de qualidade”, em função da sua concentração ou medida. 
wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 a 1, 
atribuído em função da sua importância para a conformação global de 
qualidade. 
 
n: número de parâmetros que entram no cálculo do IQA. 
Após cálculo efetuado, pode-se determinar a qualidade da água bruta, 
encontrando um número de 0 a 100, conforme Tabela 1.4.1.2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1.4.2: Classificação da qualidade da água em função do IQA 
Nível de Qualidade Intervalo de IQA Cor de referência 
Ótima 79 < IQA ≤ 100 Azul 
Boa 51 < IQA ≤ 79 Verde 
Regular 36 < IQA ≤ 51 Amarelo 
Ruim 19 < IQA ≤ 36 Vermelho 
Péssima 0< IQA ≤ 19 Roxo 
Fonte: CETESB (2008a). 
1.4.2 Índice de Estado Trófico – IET 
O Índice de Estado Trófico tem por finalidade classificar corpos d’água em 
diferentes graus de trofia para avaliar a qualidade da água quanto ao 
enriquecimento por nutrientes, e o seu efeito relacionado ao crescimento 
excessivo das algas ou potencial para crescimento de macrófitas aquáticas. 
Para o cálculo do Índice de Estado Trófico, são aplicadas duas variáveis: 
clorofila a e fósforo total. Nesse índice, os resultados correspondentes ao 
fósforo, IET(P), devem ser entendidos como uma medida do potencial de 
eutrofização, já que este nutriente atua como o agente causador do processo. 
A avaliação correspondente à clorofila a, IET(CL), por sua vez, deve ser 
considerada como uma medida da resposta do corpo hídrico ao agente 
causador, indicando de forma adequada o nível de crescimento de algas. 
Assim, a média aritmética do índice calculado pelo fósforo e do índice 
calculado pela clorofila a engloba a causa e o efeito do processo. Deve-se ter 
em conta que num corpo hídrico, em que o processo de eutrofização encontra-
se plenamente estabelecido, o estado trófico determinado pelo índice da 
clorofila a certamente coincidirá com o estado trófico determinado pelo índice 
do fósforo. Já nos corpos hídricos em que o processo esteja limitado por 
fatores ambientais, como a temperatura da água ou a baixa transparência, o 
índice relativo à clorofila a irá refletir esse fato, classificando o estado trófico em 
um nível inferior àquele determinado pelo índice do fósforo. 
Além disso, caso sejam aplicados algicidas, a conseqüente diminuição das 
concentrações de clorofila a resultará em uma redução na classificação obtida 
a partir do seu índice. 
O Índice do Estado Trófico é composto pelo Índice do Estado Trófico para o 
fósforo – IET(PT) e Índice do Estado Trófico para a clorofila a – IET(CL), sendo 
estabelecidos para ambientes lóticos e lênticos, segundo as equações: 
• Rios (ambientes lóticos) 
IET(CL) = 10 x (6- ((- 0,7- 0,6 x (ln CL))/ln2))-20 
IET(PT) = 10 x (6-((0,42-0,36 x (ln PT))/ln2))-20 
 
• Reservatórios (ambientes lênticos) 
IET(CL) = 10 x (6- ((0,92-0,34 x (ln CL))/ln 2)) 
IET(PT) = 10 x (6- (1,77-0,42 x (ln PT)/ln 2)) 
 
 
onde: 
PT: concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µg.L-1; 
CL: concentração de clorofila a medida à superfície da água, em µg.L-1; 
ln: logaritmo natural. 
O valor total do IET representa a média aritmética simples dos índices relativos 
ao fósforo total e a clorofila a, segundo a equação: 
IET = [IET (PT) + IET (CL)] / 2 
 
Na 1ª campanha/2010, nos índices apresentados nos gráficos do IET, foi 
aplicado apenas o parâmetro fósforo total que corresponde à causa do 
processo de eutrofização. 
Os limites estabelecidos para as diferentes classes de trofia para rios e 
reservatórios estão descritos na Tabela 1.4.2.1 e Tabela 1.4.2.2. A 
especificação por estado trófico dos corpos hídricos encontra-se na Tabela 
1.4.2.3. 
Tabela 1.4.2.1: Classificação do estado trófico para rios segundo índice de 
Calrson Modificado 
P-total - P Clorofila a Categoria Estado 
Trófico Ponderação (mg.m-3) (mg.m-3) 
Ultraoligotrófico IET ≤ 47 P ≤ 13 CL ≤ 0,74 
Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 13 < P ≤ 35 0,74 < CL ≤ 1,31 
Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 35 < P ≤ 137 1,31 < CL ≤ 2,96 
Eutrófico 59 < IET ≤ 63 137 < P ≤ 296 2,96 < CL ≤ 4,70 
Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 296 < P ≤ 640 4,70 < CL ≤ 7,46 
Hipereutrófico IET > 67 640 < P 7,46 < CL 
 
Tabela 1.4.2.2: Classificação do estado trófico para reservatórios segundo índice 
de Calrson Modificado 
P-total - P Clorofila a Categoria estado 
trófico Ponderação (mg.m-3) (mg.m-3) 
Ultraoligotrófico IET ≤ 47 P ≤ 8 CL ≤ 1,17 
Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 8 < P ≤ 19 1,17 < CL ≤ 3,24 
Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 19 < P ≤ 52 3,24 < CL ≤ 11,03 
Eutrófico 59 < IET ≤ 63 52 < P ≤ 120 11,03 < CL ≤ 30,55 
Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 120 < P ≤ 233 30,55 < CL ≤ 69,05 
Hipereutrófico IET > 67 233 < P 69,05 < CL 
 
 
Tabela 1.4.2.3: Especificação por estado trófico dos corpos hídricos 
Estado Trófico Especificação 
Ultraoligotrófico 
Corpos de águas claras; valores muito baixo de nutrientes; 
baixa produtividade; nenhuma ou pouca planta aquática; 
areia ou rochas ao longo da maior parte da costa; elevado 
teor de oxigênio dissolvido e baixo prejuízo aos usos 
múltiplos da água. 
Oligotrófico 
Corpos de águas claras; baixo enriquecimento com 
nutrientes; pouco desenvolvimento planctônico; baixa 
produtividade; poucas plantas aquáticas; areia ou rochas ao 
longo da maior parte da costa; peixes de água fria; elevado 
teor de oxigênio dissolvido e baixo prejuízo aos usos 
múltiplos da água. 
Mesotrófico 
Corpos de águas com moderado enriquecimento com 
nutrientes; moderado crescimento planctônico; alguma 
acumulação de sedimentos na maior parte do fundo; e, em 
geral, suporta espécies de peixes de águas mais quentes, o 
prejuízo aos usos múltiplos da água é variável. 
Eutrófico 
Corpos de água com elevado enriquecimento de nutrientes; 
redução da transparência; com crescimento planctônico 
(alta produtividade); extensa área cobertacom plantas 
aquáticas; acumulação de sedimentos no fundo; baixos 
níveis de oxigênio dissolvido no fundo; contém apenas 
espécies de peixes de águas quentes e alto prejuízo aos 
usos múltiplos da água. 
Supereutrófico 
Corpos de água com elevado enriquecimento de nutrientes; 
baixa transparência; elevado crescimento planctônico (alta 
produtividade); extensa área coberta com plantas aquáticas; 
muita acumulação de sedimentos no fundo; níveis de 
oxigênio dissolvido no fundo muito baixos; contém apenas 
espécies de peixes de águas quentes e alto prejuízo aos 
usos múltiplos da água. 
Hipereutrófico 
Corpos de água com enriquecimento máximo de nutrientes; 
número excessivo de algas e plantas aquáticas (ao ponto de 
impedir ou dificultar a navegação) e bastante prejuízo aos 
usos múltiplos da água. Exige intervenção do homem. 
1.4.3 Índice de Substâncias Tóxicas e Organolépticas - ISTO 
As variáveis que indicam a presença de substâncias tóxicas e que afetam a 
qualidade organoléptica são agrupadas de maneira a fornecer o Índice de 
Substâncias Tóxicas e Organoléptica (ISTO), utilizado para determinar o IAP, a 
partir do IQA original. 
Para cada parâmetro incluído no ISTO são estabelecidas curvas de qualidade 
que atribuem ponderações variando de 0 a 1. As curvas de qualidade dos 
parâmetros potencial de formação de trihalometanos, metais e fenóis totais 
(Figura 1.4.3.1) foram construídas utilizando-se dois níveis de qualidade, que 
associam os valores numéricos 1,00 e 0,50, respectivamente, ao limite inferior 
(LI) e ao limite superior (LS) do valor medido. 
 
 
 
Figura 1.4.3.1: Curva de qualidade padrão para os parâmetros incluídos no ISTO 
Onde, 
q =1; se Valor Medido ≤ LI 
senão, 
q = 0,5 (Valor Medido – LI) / (LS – LI) 
 
As faixas de variação de qualidade (qi), que são atribuídas aos valores 
medidos para o potencial de formação de THM e para os metais que compõem 
o ISTO, refletem as seguintes condições de qualidade da água bruta destinada 
ao abastecimento público: 
• Valor medido ≤ LI: Águas adequadas para o consumo humano; 
• LI < valor medido ≤ LS: Águas adequadas para tratamento convencional; 
• Valor medido > LS: Águas que não devem ser tratadas apenas por 
tratamento convencional. 
Quadro 1.4.3.1: Limites Superiores e Inferiores – potencial de formação de THM e 
metais 
Grupo Variáveis Unidade Limite Inferior Limite Superior 
Cádmio mg/L 0,005 0,01 
Chumbo mg/L 0,033 0,05 
Cromo Total mg/L 0,05 0,059 
Níquel mg/L 0,02 0,025 
Mercúrio mg/L 0,001 0,002 
Tóxicos 
PFTHM µg/L 373 461 
Grupo Variáveis Unidade Limite Inferior Limite Superior 
Alumínio 
Dissolvido mg/L 0,2 2 
Cobre Dissolvido mg/L 1 4 
Ferro Dissolvido mg/L 0,3 5 
Manganês mg/L 0,1 0,5 
Organolépticos 
Zinco mg/L 5 5,9 
CETESB, 2009 
 
 
Através das curvas de qualidade, determinam-se os valores de qualidade 
padronizados, qi (número variando entre 0 e 1), para cada um dos parâmetros 
do ISTO, que estão incluídos ou no grupo de substâncias tóxicas ou no grupo 
de organolépticas. 
A ponderação do grupo de substâncias tóxicas é obtida através da 
multiplicação dos dois valores mínimos mais críticos do grupo de parâmetros 
que avaliam a presença de substâncias tóxicas. 
 
ST = Mín-1 (qTA, qTHMFP, qCd, qCr, qPb, qNi, qHg) x Mín-2 (qTA, qTHMFP, 
qCd, qCr, qPb,qNi, qHg) 
 
O teste de AMEs (TA) não foi realizado neste trabalho e por isso não foi 
utilizado no cálculo da ponderação do grupo de substâncias tóxicas. Esse 
ensaio é específico para avaliar o potencial de mutagenicidade de determinada 
amostra através da medição da capacidade que um composto ou mistura tem 
de causar dano ao material genético (danos genéticos não reparados geram 
mutações nos organismos expostos que podem causar doenças como câncer, 
anemia, distúrbios cardiovasculares e neurocomportamentais, além de doenças 
hereditárias). Diversas substâncias orgânicas, tais como pesticidas (GRISOLIA, 
1996) e cianotoxinas (SILVA, 2009) e seus metabólitos, podem causar estes 
efeitos genotóxicos. 
Considera-se que não foi utilizado o Teste de Ames pelos motivos abaixo: 
• 27 substâncias do grupo pesticidas foram analisadas e não foram 
detectadas em todas as amostras avaliadas nas campanhas de 2008 e 
nas campanhas de 2009 nos pontos de monitoramento onde estes 
parâmetros foram avaliados, 
• O teste de AMEs é uma ensaio complexo, de alto valor agregado e que 
não foi implantado no âmbito do programa monitora. 
A ponderação do grupo de substâncias organolépticas é obtida através da 
média aritmética das qualidades padronizadas dos parâmetros pertencentes a 
este grupo. 
SO = Média Aritmética (qfenóis, qAl, qCu, qZn, qFe, qMn) 
 
O ISTO é resultado da multiplicação dos grupos de substâncias tóxicas e 
organolépticas: 
ISTO = ST x SO 
 
1.4.4 Índice de Qualidade da Água para Fins de Abastecimento Público - 
IAP 
O Índice de Qualidade da Água para Fins de Abastecimento Público – IAP é o 
produto da ponderação dos resultados de dois índices, o IQA (Índice de 
 
 
Qualidade de Águas) e o ISTO (Índice de Substâncias Tóxicas e 
Organolépticas), de acordo com equação abaixo. 
IAP = IQA X ISTO 
O IAP indica se a qualidade do corpo hídrico é adequada para o consumo 
humano, mesmo após o tratamento convencional, sendo composto por três 
grupos principais de variáveis: 
I) Variáveis básicas (IQA) ⇒ temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda 
bioquímica de oxigênio - DBO, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, 
fósforo total, sólido total e turbidez da água; 
II) Variáveis que indicam a presença de substâncias tóxicas (ISTO) ⇒ 
Potencial de Formação de Trihalometanos - PFTHM, Cádmio, Chumbo, Cromo 
Total, Mercúrio e Níquel; 
III) Variáveis que afetam a qualidade organoléptica (ISTO) ⇒ Ferro, Manganês, 
Alumínio, Cobre e Zinco. 
As cinco categorias que classificam a qualidade da água segundo o IAP estão 
ilustradas na Tabela 1.4.4.1: 
Tabela 1.4: Classificação da qualidade da água em função do IAP 
Categoria Ponderação Cor de referência 
Ótima 79 < IAP ≤ 100 
 
Azul 
Boa 51 < IAP ≤ 79 
 
Verde 
Regular 36 < IAP ≤ 51 
 
Amarelo 
Ruim 19 < IAP ≤ 36 
 
Vermelho 
Péssima IAP ≤ 19 
 
Roxo 
Fonte: CETESB (2008a). 
 
1.4.5 Índice de contaminação por tóxicos - CT 
A contaminação por tóxicos, índice desenvolvido pela Fundação Estadual de 
Meio Ambiente (FEAM) e modificado pelo INGÁ/SENAI, classifica a condição 
do corpo hídrico em contaminação Baixa, Média ou Alta, de acordo com as 
concentrações dos seguintes parâmetros: Arsênio total, Bário total, Cádmio 
total, Chumbo total, Cobre dissolvido, Cromo total, Mercúrio total, Nitratos e 
Zinco total. 
A classificação Baixa refere-se à ocorrência de substâncias tóxicas em 
concentrações que excedam em até 20% o limite de classe de enquadramento 
do trecho do corpo de água onde se localiza o ponto monitorado; Média refere-
se à faixa de concentração 20% a 100% do limite; Alta refere-se às 
concentrações superiores a 100% do limite (Quadro 1.4.5.1). 
 
 
 
Quadro 1.4.5.1: Classificação do Índice de Contaminação por Tóxicos 
Classificação Concentração em relação à classe de enquadramento 
Baixa Concentração ≤ 1,2 * limite padrão 
Média 1,2 * limite padrão ≤ Concentração ≤ 2 * limite padrão 
Alta Concentração ≥ 2 * limite padrão 
Fonte: IGAM, 2006. 
A análise para a classificação da toxicidade como média e alta, pressupõe que 
ao menos 1 dos parâmetros que compõe o índice tenha violado o padrão da 
Resolução CONAMA, em no mínimo 1,2 e 2 vezes, respectivamente. Desta 
forma, para cada substância tóxica mencionada anteriormente, a pior situação 
identificada representará a contaminação por tóxicos no ponto monitorado. 
1.5 SIGNIFICADO AMBIENTAL DOS PARÂMETROS 
1.5.1 Parâmetros Físico-Químicos 
1.5.1.1 Temperatura 
A variação da temperatura da água é reflexo do clima da região. Corpos d’águas 
naturais apresentam variações sazonais e diárias, bem como estratificação 
vertical. A temperatura superficial é influenciada por fatores tais como latitude, 
altitude,estação do ano, período do dia, taxa de fluxo e profundidade. A elevação 
da temperatura em um corpo d'água pode ser provocada por despejos industriais 
(indústrias canavieiras, por exemplo) e usinas termoelétricas. 
Esse parâmetro é responsável pelo retardamento (em baixa temperatura) ou 
aceleração (em alta temperatura) da atividade biológica, pela absorção de 
oxigênio e precipitação de compostos. Quando se encontra ligeiramente elevada, 
causa redução da solubilidade dos gases como, por exemplo, do oxigênio 
dissolvido, além de aumentar a taxa de transferência de gases, o que pode gerar 
liberação de gases com odores desagradáveis (VON SPERLING, 2005). 
As mudanças na temperatura das águas acionam processos físicos, químicos e 
biológicos que podem levar a alteração na qualidade da água podendo 
desencadear condições ambientais em não conformidades com as necessidades 
humanas para o uso da água e com a vida aquática. 
Temperaturas mais elevadas têm influência direta nos organismos aquáticos, 
influenciando no seu crescimento, na migração, desova, incubação do ovo e na 
sobrevivência, além de reduzir a tolerância a outros fatores de estresse (VON 
SPERLING, 2005; PHILIPPI, A. et al., 2004). 
1.5.1.2 Potencial Hidrogeniônico - pH 
O pH representa a concentração dos íons hidrogênio (em escala antilogarítima) 
e expressa a acidez, (pH < 7,0), basicidade (pH > 7,0) ou neutralidade (pH=7) 
da água. 
As características do solo, a presença de ácidos húmicos ou a atividade 
fotossintética intensa pode contribuir para a elevação ou redução do pH. A 
alteração no pH pode ter origem também nos despejos de efluentes 
domésticos e industriais (CPRH, 2008). 
 
 
O pH influencia na solubilidade de diversas substâncias, na forma em que 
estas se apresentam na água e em sua toxicidade. 
A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais dá-se diretamente 
devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies. Também o efeito 
indireto é muito importante podendo, determinadas condições de pH contribuir 
para a precipitação de elementos químicos tóxicos como metais pesados; 
outras condições podem exercer efeitos sobre as solubilidades de nutrientes. 
(CETESB, 2008b) 
A medida do pH é uma das mais importantes e freqüentes no controle do 
tratamento da água para abastecimento público e de efluentes industriais 
(CETESB, 2008b). 
Valores extremos de pH podem causar irritação na pele e afetar a vida 
aquática. Valores baixos causam agressão e corrosão nas tubulações de 
sistemas de abastecimento de água e valores elevados causam incrustações. 
Em corpos d’água, o pH básico pode estar associado à proliferação de algas. 
1.5.1.3 Salinidade 
A salinidade das águas é uma medida da quantidade de íons inorgânicos 
dissolvidos em uma determinada massa de solução aquosa. Está relacionada 
às concentrações de cloreto e sólidos totais dissolvidos em água. 
A Resolução CONAMA n° 357/05 define como doces as águas com salinidade 
inferior ou igual a 0,5‰, como salobras as águas com salinidade superior a 
0,5‰ e inferior a 30‰ e como salinas as águas com salinidade superior a 30‰. 
De acordo com essa Resolução, a classificação das águas em doces, salobras 
e salinas é essencial à avaliação da qualidade, determinada por condições e 
padrões específicos. 
 
1.5.1.4 Turbidez 
A turbidez, como característica física, reflete a concentração de partículas em 
suspensão na água (silte, argila, colóide, matéria orgânica, fitoplâncton, etc.). 
A turbidez limita a penetração de raios solares, restringindo a realização da 
fotossíntese que, por sua vez, reduz a reposição do oxigênio dissolvido. 
A erosão das margens dos rios em estações chuvosas pode resultar em aumento 
da turbidez das águas. Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais 
também provocam elevações na turbidez das águas (CETESB, 2008b). 
Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais também provocam 
elevações na turbidez das águas. Os aumentos excessivos de turbidez têm 
provocado formação de grandes bancos de lodo em rios e alterações no 
ecossistema aquático. 
Alta turbidez reduz a fotossíntese de vegetação enraizada submersa e algas. 
Esse desenvolvimento reduzido de plantas pode, por sua vez, suprimir a 
produtividade de peixes. Logo, a turbidez pode influenciar nas comunidades 
biológicas aquáticas. Além disso, afeta adversamente os usos doméstico, 
industrial e recreacional de uma água (CETESB, 2008b). 
 
 
Segundo Branco (1993), a suspensão de partículas perturba o ecossistema 
aquático. A turbidez da água bruta tem grande importância na seleção de 
tecnologias de tratamento e controle operacional dos processos de tratamento de 
água (BRASIL, 2006). 
1.5.1.5 Sólidos 
Os sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como 
resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura 
pré-estabelecida durante um tempo fixado. Em linhas gerais, as operações de 
secagem, calcinação e filtração são as que definem as diversas frações de sólidos 
presentes na água (sólidos totais, em suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis). 
Deve ser destacado que embora a concentração de sólidos voláteis seja 
associada à presença de compostos orgânicos na água, não propicia qualquer 
informação sobre a natureza específica das diferentes moléculas orgânicas 
eventualmente presentes (CETESB, 2008b). 
O estudo deste parâmetro está associado a danos causados aos peixes e a vida 
aquática. Os sólidos podem reter bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos rios, 
promovendo decomposição anaeróbia. 
Branco (1983) ressalta que todos os contaminantes da água, com exceção dos 
gases dissolvidos, contribuem para a carga de sólidos, os quais podem ser 
classificados não apenas pelas suas características físicas (suspensos e 
dissolvidos), mas também químicas (orgânicos e inorgânicos). Segundo o mesmo 
autor, os sólidos voláteis representam uma estimativa da matéria orgânica nos 
sólidos, ao passo que os sólidos fixos caracterizam a presença de matéria 
inorgânica ou mineral. 
 
1.5.1.6 Oxigênio Dissolvido - OD 
É reconhecido como o parâmetro mais importante para expressar a qualidade 
de um corpo d’água por ser essencial para a sobrevivência da vida aquática. 
De acordo com Von Sperling (1996), o oxigênio dissolvido é de essencial 
importância para os organismos aeróbios. Durante a estabilização da matéria 
orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, 
podendo vir a causar uma redução da sua concentração no meio. 
O oxigênio dissolvido é essencial para a manutenção de processos de 
autodepuração em sistemas aquáticos naturais. 
Caso o oxigênio seja totalmente consumido, têm-se as condições anaeróbias. 
O oxigênio é um dos principais parâmetros de caracterização dos efeitos da 
poluição das águas por despejos orgânicos (CARVALHO, 2001). 
1.5.1.7 Condutividade 
A condutividade é uma expressão numérica da capacidade de uma água 
conduzir a corrente elétrica (CETESB, 2008b). Essa condutividade está 
diretamente associada à presença de sais dissolvidos na água. Portanto, o teor 
de sais dissolvidos, expressos como salinidade e sólidos totais dissolvidos, 
pode ser estimado através da medida da condutividade. 
Além da concentração de sais, existe uma dependência desta medida em 
relação à temperatura. O aumento da temperatura eleva a concentração de 
 
 
sais dissolvidos na água, o que reflete em um aumento da condutividade. Altos 
valores de condutividade podem conferir características corrosivas à água. 
O parâmetro condutividade não determina quais os íons que estão 
especificamente presentes na água, mas pode ser um indicativo de possíveis 
impactos ambientais que por ventura possam ocorrer devido ao lançamento de 
efluentes industriais, esgotos domésticos, resíduos de mineração etc 
(CETESB, 2008b). 
1.5.1.8 Alcalinidade 
A alcalinidade da água é a medida da sua capacidade de neutralização de 
ácidos ou absorção de íons hidrogênio sem uma mudança significativa de pH. 
Os principaisresponsáveis pela alcalinidade em água são os bicarbonatos, 
carbonatos e hidróxidos de metais alcalinos e alcalinos-terrosos. A distribuição 
entre as três formas na água é devida, principalmente, ao pH: 
• Para pH > 9,4, alcalinidade devido a hidróxidos e carbonatos; 
• Para 8,3 < pH < 9,4 alcalinidade devido a carbonatos e bicarbonatos; 
• Para 4,4 < pH < 8,4 alcalinidade devido a bicarbonatos. 
O valor de alcalinidade medido pode também incluir a contribuição dos íons 
hidróxidos, silicatos, boratos, fosfatos e amônia. 
A alcalinidade total é a soma da alcalinidade produzida por todos esses íons 
presentes na água. 
A alcalinidade pode ser indicativa da concentração dos íons acima referidos em 
água. A importância do conhecimento das concentrações destes íons permite a 
definição de dosagens de agentes floculantes, fornece informações sobre as 
características corrosivas ou incrustantes da água analisada. 
A alcalinidade não possui significado sanitário para água potável, entretanto, 
em elevadas concentrações confere um gosto amargo à mesma. É um 
parâmetro importante na interpretação e controle dos processos de tratamento 
de águas e de esgotos. 
Na maior parte dos ambientes aquáticos, a alcalinidade deve-se 
exclusivamente à presença de bicarbonatos. Os elevados valores de 
alcalinidade podem estar associados a processos de decomposição da matéria 
orgânica e à alta taxa respiratória de microrganismos, com liberação e 
dissolução do gás carbônico (CO2) na água. A maioria das águas naturais 
apresenta valores de alcalinidade na faixa de 30 a 500 mg/L de CaCO3 (Brasil, 
2006). 
1.5.1.9 Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO 
A DBO, assim como a DQO, retrata, de maneira indireta, o teor de matéria 
orgânica presente no corpo hídrico. É definida como a quantidade de oxigênio 
(mg/L) necessária para oxidar a matéria orgânica biodegradável sob condições 
aeróbicas. Um período de tempo de 5 dias em temperatura de incubação de 
20°C é freqüentemente usado e referido como DBO5,20 (CETESB, 2008b). 
Concentrações elevadas de DBO em um corpo d’água são indicadoras de 
despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor 
de matéria orgânica pode induzir à depleção do oxigênio na água, provocando 
o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática (CETESB, 
2008b). 
 
 
Um elevado valor da DBO pode indicar um incremento da micro-flora presente 
e interferir no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores 
desagradáveis (IGAM, 2006). 
1.5.2 Nutrientes 
1.5.2.1 Nitrogênio 
O nitrogênio no corpo hídrico ocorre como nitrogênio orgânico na forma 
dissolvida, nitrogênio molecular (N2), nitrogênio amoniacal (NH4+), nitrito (NO2-) 
e nitrato (NO3-). 
São diversas as fontes de nitrogênio nas águas naturais. Os esgotos sanitários 
constituem, em geral, a principal fonte, lançando nas águas nitrogênio orgânico 
devido à presença de proteínas e nitrogênio amoniacal, causado pela hidrólise 
provocada pela uréia na água. Outros efluentes também concorrem para as 
descargas de nitrogênio orgânico e amoniacal nas águas, como os 
provenientes de: algumas indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, 
farmacêuticas, de conservas alimentícias, matadouros, frigoríficos e curtumes. 
O escoamento das águas pluviais pelos solos fertilizados e as drenagens de 
águas pluviais associadas às deficiências do sistema de limpeza pública 
também contribuem para a presença de diversas formas de nitrogênio nos rios 
(CETESB, 2008b). 
Quando descarregados nas águas naturais conjuntamente com o fósforo e 
outros nutrientes presentes nos despejos, provocam o enriquecimento do meio 
e possibilitam o crescimento em maior extensão dos seres vivos que os 
utilizam, especialmente as algas, o que é chamado de eutrofização. 
Em um corpo d’água, a determinação da forma predominante do nitrogênio 
pode informar sobre o estágio de poluição. Assim, uma poluição recente, 
caracteriza-se, em geral, pela predominância de nitrogênio nas formas orgânica 
e amoniacal. Se prevalecer nitrito e nitrato significa que as descargas de 
esgotos se encontram distante ou que a poluição no local não é recente. 
O nitrogênio nitrito é encontrado em pequenas quantidades nas águas 
superficiais, pois o nitrito é instável na presença do oxigênio. A existência de 
nitritos na água pode indicar processos biológicos ativos influenciados pela 
poluição orgânica (CETESB, 2008b). 
1.5.2.2 Fósforo Total 
O fósforo ocorre em águas naturais devido principalmente às descargas de 
esgotos sanitários. Os detergentes superfosfatados empregados 
domesticamente em larga escala constituem a principal fonte, além da própria 
matéria fecal, que é rica em proteínas. 
Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de fertilizantes, pesticidas, 
químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios, 
apresentam fósforo em quantidades excessivas. As águas drenadas em áreas 
agrícolas e urbanas também podem provocar a presença excessiva de fósforo 
em águas naturais (LIBÂNIO, 2005). 
O fósforo pode se apresentar nas águas sob três formas diferentes: fosfato 
orgânico (detergente), ortofosfato, polifosfato ou fosfato condensado (polímeros 
de ortofosfatos). No entanto, esta terceira forma não é muito importante nos 
 
 
estudos de controle de qualidade das águas, porque os polifosfatos sofrem 
hidrólise se convertendo rapidamente em ortofosfatos nas águas naturais 
(CETESB, 2008b). 
O fósforo não apresenta problemas de ordem sanitária nas águas de 
abastecimento, contudo é um elemento indispensável para o crescimento de 
algas e de microrganismos responsáveis pela estabilização da matéria 
orgânica (VON SPERLING, 2005). Quando em altas concentrações, favorecem 
o processo de eutrofização. 
 
1.5.3 Biológico 
1.5.3.1 Coliformes Termotolerantes 
As bactérias do grupo coliformes estão presentes no solo e no intestino 
humano e de animais de sangue quente, sendo eliminadas nas fezes em 
números elevados. Por esse motivo a presença de coliformes na água é um 
indicativo de contaminação por fezes. 
A determinação da concentração de coliformes assume importância como 
parâmetro indicador da existência de microorganismos patogênicos, 
responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como 
febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera. 
1.5.3.2 Clorofila a 
A clorofila é um dos pigmentos, além dos carotenóides e ficobilinas, 
responsáveis pelo processo fotossintético. A clorofila a é a mais comum das 
clorofilas e é considerada a principal variável indicadora de estado trófico dos 
ambientes aquáticos (CETESB, 2008b). 
 
1.5.3.3 Cianobactérias 
As cianobactérias, também conhecidas como algas azuis ou cianofíceas, são 
organismos unicelulares, desprovidos de núcleo celular, livre-natantes ou 
coloniais. 
São geralmente organismos microscópicos que absorvem nutriente inorgânico 
e produzem matéria orgânica, retirando o dióxido de carbono da atmosfera, por 
meio da fotossíntese (MANAHAN, 2004). 
A floração provocada por algas azuis forma, quando envelhecem, 
pseudovacúolos gasosos no interior de suas células, diminuindo a sua 
densidade, podendo dar origem à formação de massas de algas, cobrindo 
grandes extensões de água, onde se decompõem causando mau cheiro e 
também aumentando a demanda por oxigênio dissolvido na água, podendo 
causar morte de peixes e outros animais que necessitam do oxigênio livre para 
o seu metabolismo (BRANCO, 1986). 
 
1.5.4 Orgânicos 
1.5.4.1 Óleos e Graxas 
Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem mineral, vegetal ou 
animal. Estas substâncias geralmente são hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, 
 
 
entre outros. São raramente encontrados em águas naturais. Normalmente são 
oriundos de despejos e resíduos industriais, esgotos domésticos, efluentes de 
oficinas mecânicas, postos de gasolina, estradas e vias públicas (CETESB, 
2008a). 
A baixa solubilidade dos óleos e graxas constitui um fator negativo no que se 
refereà sua degradação em unidades de tratamento de despejos por 
processos biológicos. Quando presentes em mananciais utilizados para 
abastecimento público, causam dificuldades no tratamento da água. 
A presença de material graxo nos corpos d'água, além de acarretar problemas 
de origem estética, diminui a área de contato entre a superfície da água e o ar 
atmosférico, impedindo, dessa maneira, a transferência do oxigênio da 
atmosfera para a água (CETESB, 2008a). Em processos de decomposição, a 
presença dessas substâncias reduz o oxigênio dissolvido elevando a DBO e a 
DQO (IGAM, 2006). 
 
1.5.4.2 Fenóis Totais 
Os fenóis e seus derivados aparecem nas águas naturais por meio das 
descargas de efluentes de processamento de borracha, de colas e adesivos, 
de resinas, de componentes elétricos (plásticos) e das siderúrgicas, entre 
outras (CETESB, 2008b). 
A presença de fenóis em corpos d’água pode ter causas naturais, uma vez que 
as águas superficiais contêm matéria orgânica de origem natural, ou seja, 
substâncias húmicas (ácidos húmicos e fúlvicos, que são biopolímeros 
compostos de uma estrutura aromática - fenóis, polifenóis e compostos 
poliaromáticos - ligada a grupos alifáticos). Apesar das substâncias húmicas 
(SH) apresentarem uma estrutura complexa, não se trata de compostos 
tóxicos, sendo muito importante para a fertilidade dos solos. No entanto, a sua 
presença na água, pode tornar-se um fator complicador na remoção de íons 
metálicos pesados, devido à formação do complexo SH-íon metálico. Porém, 
uma das maiores preocupações quanto ao risco ambiental causado pelas SH 
consiste na presença destas nas águas para consumo humano. Estas 
substâncias alteram a qualidade da água devido à sua coloração escura, 
tornando-a indesejável para o consumo, além da formação de produtos 
cancerígenos decorrentes do tratamento com cloro, os chamados 
trihalometanos (THMs). 
Os fenóis, em elevadas concentrações, são tóxicos ao homem e aos 
organismos aquáticos. Nas águas naturais, os padrões para os compostos 
fenólicos são bastante restritivos. Nas águas tratadas, os fenóis reagem com o 
cloro livre formando os clorofenóis que produzem sabor e odor na água. 
 
1.5.4.3 Surfactantes 
De acordo com a metodologia analítica (APHA, 2005), surfactantes ou 
detergentes são definidos como compostos que reagem com o azul de 
metileno sob certas condições especificadas. Estes compostos são designados 
"substâncias ativas ao azul de metileno" (MBAS - Metilene Blue Active 
 
 
Substances) e suas concentrações são relativas ao sulfonato de alquil benzeno 
linear (LAS) que é utilizado como padrão na análise. 
Os esgotos sanitários possuem de 3 a 6 mg/L de detergentes. As indústrias de 
detergentes descarregam efluentes líquidos com cerca de 2000 mg/L do 
princípio ativo. Outras indústrias, incluindo as que processam peças metálicas, 
empregam detergentes especiais com a função de desengraxante, como é o 
caso do percloretileno. 
As descargas indiscriminadas de detergentes nas águas naturais levam a 
prejuízos de ordem estética provocados pela formação de espumas. Além 
disso, os detergentes podem exercer efeitos tóxicos sobre os ecossistemas 
aquáticos. Os sulfonatos de alquil benzeno de cadeia linear (LAS) têm 
substituído progressivamente os sulfonatos de aquil benzeno de cadeia 
ramificada (ABS), por serem considerados biodegradáveis. 
Os detergentes têm sido responsabilizados também pela aceleração da 
eutrofização. Além da maioria dos detergentes comerciais empregados ser rica 
em fósforo, sabe-se que exercem efeito tóxico sobre o zooplâncton, predador 
natural das algas (CETESB, 2008b). 
 
1.5.4.4 Potencial de formação de Trihalometanos - PTHMs 
A utilização de parâmetros não específicos para avaliar a eficiência de um 
sistema de tratamento, bem como a qualidade da água de um determinado 
manancial é uma prática comum nas Estações de Tratamento de Água (ETAs). 
Estes parâmetros não específicos podem ser uma valiosa ferramenta para uma 
primeira avaliação das características da qualidade de águas em mananciais 
destinados ao abastecimento público. Também podem ser de grande utilidade 
para verificar rapidamente mudanças na qualidade da água dentro do processo 
de tratamento. Além disso, com a preocupação sobre a formação de 
compostos organoclorados leves (como por exemplo, clorofórmio) durante o 
processo de cloração, chamados trihalometanos, torna-se necessária uma 
avaliação do manancial em relação à quantidade de precursores destes 
compostos (CETESB, 2008b). 
Assim, a utilização do potencial de formação de trihalometanos, como um 
parâmetro não específico da medida de precursores de THMs, pode ser usado 
para comparar a qualidade de vários mananciais de água bruta com potencial 
para abastecimento, com a possibilidade de produção de concentrações 
elevadas de THMs em água tratada durante os processos de tratamento e na 
distribuição. Vale ressaltar que a Portaria 518/2005 do Ministério da Saúde 
(BRASIL, 2005), limita em 100 µg/L a concentração de THMs na água tratada 
para fins de abastecimento público. 
Os THMs constituem um grupo de compostos orgânicos derivados do metano 
(CH4): clorofórmio, bromofórmio, dibromoclorometano e bromodiclorometano. 
Um inconveniente importante do uso da cloração para a desinfecção da água é 
a produção concomitante de substâncias orgânicas cloradas - algumas das 
quais são tóxicas. O composto de maior preocupação é o clorofórmio, CHCl3, 
que é produzido quando o ácido hipocloroso reage com a matéria orgânica 
dissolvida na água. O clorofórmio é suspeito de ser cancerígeno para o fígado 
 
 
humano, podendo também causar efeitos nocivos na reprodução e no 
desenvolvimento (BAIRD, 2002). 
Embora a desinfecção da água possa ser realizada por diversos meios (calor, 
luz ultravioleta, ozônio, dióxido de cloro), a utilização do cloro e seus derivados 
tem sido a mais difundida, em função de sua facilidade de aplicação, baixo 
custo e alta eficiência (ZARPELON e RODRIGUES, 2006). 
 
1.5.5 Metais 
1.5.5.1 Alumínio Dissolvido 
O alumínio ocorre na crosta terrestre em combinação com sílica e oxigênio 
para formar feldspatos, micas e minerais argilosos. O mais famoso mineral que 
contém o alumínio é a bauxita (APHA, 2005). 
O sulfato de alumínio é usado no processo de tratamento da água para flocular 
partículas suspensas, mas pode deixar um resíduo de alumínio no final do 
processo. 
Pesquisas feitas no Canadá e na Austrália indicam que o consumo de água 
potável com mais de 0,1mg/L de alumínio pode causar danos neurológicos, 
como perda de memória e, talvez, um pequeno aumento na incidência da 
doença de Alzheimer (BAIRD, 2002). 
1.5.5.2 Ferro 
Naturalmente, o ferro ocorre nos minerais como hematita, magnetita, toconita e 
pirita. Nas águas superficiais observa-se um aumento da concentração de ferro 
nos períodos chuvosos, devido a lixiviação de solos. 
O ferro é encontrado em despejos das indústrias automobilísticas, de 
fertilizantes, de produtos químicos, siderurgia, de refinarias de petróleo e 
usinas termoelétricas. 
Níveis elevados de ferro na água podem provocar o desenvolvimento de 
bactérias que produzem cores avermelhadas, verde escura ou negra, além de 
odor muito forte e incrustações nas tubulações (APHA, 2005). 
Tanto o excesso como a deficiência de ferro pode causar problemas no 
organismo. O envenenamento por ferro é chamado de hemocromatose 
enquanto que a sua deficiência é conhecida popularmente como anemia 
(WELZ e SPERLING, 1999). 
1.5.5.3 Manganês 
É muito usado na indústria do aço, na fabricação de ligas metálicas e baterias e 
na indústria química de tintas, vernizes, fogos de artifício e fertilizantes. 
Raramente atinge concentrações de 1,0 mg/L em águas naturais, normalmente 
está presente em quantidade de 0,2 mg/L ou menos (APHA, 2005). 
Sua presença em mananciais de abastecimento público é indesejável devido 
ao seu sabor, ao tingimento das instalações sanitárias, aparecimento de 
manchas nas roupas lavadas e acúmulo de depósitos em sistemasde 
distribuição (MACÊDO, 2000). 
 
 
É um elemento traço essencial que está presente em todas as células vivas. É 
reabsorvido por plantas na forma de sais de Mn (II), além de ser de grande 
importância na fotossíntese (WELZ e SPERLING, 1999). 
1.5.5.4 Arsênio 
As fontes de arsênio no ambiente provêm do uso continuado de pesticidas, de 
sua emissão durante a mineração e fundição de ouro, chumbo, cobre e níquel, 
da produção de ferro e aço e da combustão de carvão, do qual é um 
contaminante (WELZ e SPERLING, 1999). 
Segundo Baird (2002), a lixiviação de minas antigas e abandonadas de ouro 
pode ser uma fonte significativa de poluição por arsênio nos sistemas 
aquáticos. Os compostos de arsênio coexistem com os de fósforo na natureza 
devido à similaridade de suas propriedades. 
O arsênio é cancerígeno para os seres humanos e sua ingestão pode causar 
câncer de pele e de fígado (BAIRD, 2002). 
1.5.5.5 Chumbo 
O chumbo não se constitui em um problema ambiental até que venha a se 
dissolver e produzir a forma iônica. Nessa forma, o chumbo pode ser 
importante elemento causador de síndromes nervosas e ósseas (BAIRD, 
2002). 
O chumbo inibe a capacidade do organismo de produzir a hemoglobina. Essa 
característica, associada à capacidade acumulativa do chumbo, pode levar a 
uma intoxicação crônica denominada saturnismo. Os compostos inorgânicos de 
chumbo entram no organismo por inalação ou por ingestão, já os compostos 
orgânicos podem entrar por via cutânea (WELZ e SPERLING, 1999). 
1.5.5.6 Mercúrio 
O mercúrio é encontrado como elemento traço de muitos minerais, entrando no 
corpo hídrico de variadas formas: descarte de produtos químicos de 
laboratórios, baterias, termômetros quebrados, fungicidas, produtos 
farmacêuticos, bulbos de lâmpadas fluorescentes e em lâmpadas a mercúrio 
utilizadas para iluminação pública. 
O mercúrio dissolve facilmente o ouro, a prata, o chumbo e metais alcalinos 
formando ligas conhecidas como amálgamas. Por isso, é utilizado em 
garimpos, levando muitos trabalhadores à morte e poluindo os solos, aqüíferos 
e rios (MANAHAN, 2004). 
A maioria dos problemas ambientais envolvendo o mercúrio é devido à forma 
metilada ter um efeito cumulativo. Quando presente no organismo humano, os 
sintomas iniciais se abateram sobre o sistema nervoso central, trazendo 
dormência nos braços e pernas, perda da visão, da audição e da coordenação 
muscular, letargia e irritabilidade (BAIRD, 2002). 
1.5.5.7 Bário 
Como resultado das suas características não-nobres e sua alta reatividade, o 
bário só ocorre na forma de compostos. O mineral mais importante que contém 
bário é a barita BaSO4 (WELZ e SPERLING, 1999). 
 
 
Geralmente são utilizados para pigmentação de tintas – BaSO4, fogos de 
artifício, pela cor de suas chamas – Ba(NO3)2 e BaCO3, - como agente 
estabilizador na indústria de PVC (cloreto de polivinila), na remoção de traços 
de nitrogênio e oxigênio nos tubos à vácuo com circuitos elétricos, velas para 
motores e diagnóstico do raio-x na forma de BaSO4. 
Todos os compostos de bário são venenosos, e quando ingeridos, podem 
causar vômitos, diarréia, dor abdominal, desalojar o potássio das células e 
provocar fibrilação ventricular. 
1.5.5.8 Cianeto Livre 
O íon cianeto, CN-, liga-se fortemente a muitos metais, especialmente àqueles 
da série de transição, sendo frequentemente usado para extração desses 
metais em misturas. É amplamente utilizado na mineração, no refino e na 
eletrodisposição (galvanoplastia) de metais, como ouro, cádmio e níquel. 
O íon cianeto é muito tóxico para a vida animal, pois atua sobre as enzimas 
que contêm ferro, bloqueando o transporte de oxigênio no metabolismo 
(BAIRD, 2002). As maiores fontes são os descartes de processos de 
mineração, usinas siderúrgicas, indústrias químicas de compostos orgânicos e 
estações de tratamento de água. Outras fontes de cianeto incluem a exaustão 
de veículos, queima de lixo em aterros sanitários e uso de pesticidas contendo 
cianeto. 
1.5.5.9 Cádmio 
A maior parte do cádmio é produzida como subproduto da fusão do zinco, já 
que os dois metais ocorrem usualmente juntos. 
Uma poluição ambiental por cádmio ocorre frequentemente em áreas 
adjacentes a fundições de chumbo, zinco e cobre, assim como na combustão 
do carvão. A incineração de materiais residuais que contêm o elemento é 
também uma importante fonte desse material no ambiente (BAIRD, 2002). 
Existem evidências de que a exposição crônica ao cádmio leva a um aumento 
na probabilidade de doenças renais. 
Segundo Baird (2002), o cádmio pode substituir o cálcio dos ossos, pelo fato de 
terem a mesma carga e tamanho, o que pode causar doença conhecida no 
Japão (local onde ocorreu evento dessa natureza) como itai-itai, que deixa os 
ossos porosos podendo ser fraturados ou colapsados. 
1.5.5.10 Cobre 
O cobre não é encontrado em quantidades significativas em águas naturais. 
Este metal é amplamente distribuído na natureza no estado elementar como 
sulfetos, cloretos, arsenitos e carbonatos. 
O CuSO4 tem sido utilizado no tratamento de água para controle de algas. 
Devido a sua excelente condutividade térmica, o cobre é usado para confecção 
de panelas, soldas em aço, bobinas de aquecimento e refrigeração (WELZ e 
SPERLING, 1999). 
Existem atualmente dois problemas ambientais associados ao cobre: o primeiro 
é a quantidade de material descartado para se extrair o cobre. O segundo, é 
que durante o processo de beneficiamento, há uma co-produção de enxofre 
 
 
que se lançado na atmosfera, transforma-se em SO2, tornando-se fonte de 
problemas para países desenvolvidos (MANAHAM, 2004). 
1.5.5.11 Níquel 
Estudos recentes demonstram que o níquel é carcinogênico. Concentrações de 
1,0 mg/L desse elemento são tóxicas aos organismos de água doce. 
Concentrações de níquel em águas superficiais naturais podem chegar a 
aproximadamente 0,1 mg/L, embora concentrações de mais de 11 mg/L 
possam ser encontradas, principalmente em áreas de mineração. 
A maior contribuição para o ambiente, pela atividade humana, é a queima de 
combustíveis fósseis. Doses elevadas de níquel podem causar dermatites nos 
indivíduos mais sensíveis e afetar nervos cardíacos e respiratórios (CETESB, 
2008b). 
1.5.5.12 Zinco 
É elemento traço importante para humanos, animais, plantas e 
microrganismos, porém em altas concentrações podem causar queimaduras 
externas e inflamações dolorosas em órgãos do sistema digestivo (WELZ e 
SPERLING, 1999). Em águas superficiais, normalmente as concentrações 
estão na faixa de 0,001 a 0,10 mg/L. 
O zinco é utilizado na indústria e pode entrar no ambiente através de processos 
naturais e antropogênicos, entre os quais se destacam a produção de zinco 
primário, combustão de madeira, incineração de resíduos, produção de ferro e 
aço, e efluentes domésticos. 
A água com alta concentração de zinco tem uma aparência leitosa e produz um 
sabor metálico ou adstringente quando aquecida. O zinco, por ser um elemento 
essencial para o ser humano, só se torna prejudicial à saúde quando ingerido 
em concentrações muito elevadas, acumulando-se no organismo humano 
(CETESB, 2008b). 
 
1.5.5.13 Cromo 
É utilizado em ligas, galvanoplastia e em pigmentos. São geralmente utilizados 
em refrigeradores de água para controle de corrosão. 
Em águas naturais, o cromo está associado à dureza ou alcalinidade da água 
Geralmente não se considera que o cromo metálico e os compostos de cromo 
(III) (Cromo trivalente) forneçam risco para a saúde. Trata-se de um elemento 
essencial ao ser humano, porém em altas concentrações é tóxico (WELZ e 
VON SPERLING, 1999). 
Os compostos de cromo (VI) (Cromo Hexavalente) são tóxicos quando 
ingeridos, e altamente carcinógeno. A maioria dos seus compostos irrita os 
olhos, a pele e as mucosas e a exposição crônica pode provocar danos 
permanentes nos olhos (WELZ e SPERLING, 1999). 
 
 
1.5.6 Pesticidas 
Os pesticidas, geralmente organoclorados e carbamatos, são substâncias que 
podem matar diretamente um organismo indesejável

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