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Direito Previdenciário Regime Geral Vol. 3

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Regime Geral de Previdência Social – RGPS – Módulo 3
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SUMÁRIO
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS ...........................................4
I. INTRODUÇÃO .........................................................................................4
II. A PREVIDÊNCIA SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO DE 88 .....................................7
III. A RELAÇÃO JURÍDICA PREVIDENCIÁRIA ...................................................9
III.I Filiação e Inscrição ...............................................................................9
IV. SEGURADOS DO RGPS .........................................................................11
IV.I Segurados obrigatórios ........................................................................12
IV.II Segurados facultativos .......................................................................19
V. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO .....................................................20
VI. CARÊNCIA ..........................................................................................22
VII. BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ......................26
VIII. ACIDENTE DO TRABALHO ...................................................................27
VIII.I Doenças ocupacionais .......................................................................29
VIII.II Situações equiparadas a acidente do trabalho .....................................30
VIII.III Vantagens do acidente do trabalho ...................................................31
VIII.IV Competência Jurisdicional (art. 109 da CF/1988). ..............................31
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Regime Geral de Previdência Social – RGPS – Módulo 3
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IX. CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS – SALÁRIO DE BENEFÍCIO (SB) ......................32
IX.I Fator previdenciário ............................................................................34
X. BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE .......................................................................38
SERVIÇOS DO RGPS .................................................................................65
XI. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA – LEI N. 8.213/1991 ...................................67
XI.I Decadência ........................................................................................68
XII. JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA – LEI N. 8.213/1991 ............................69
XIII. ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS ............................................................71
XIV. REAJUSTAMENTO DOS BENEFÍCIOS ......................................................72
QUADRO-RESUMO ....................................................................................73
QUESTÕES DE CONCURSOS .......................................................................76
GABARITO ...............................................................................................84
QUESTÕES COMENTADAS ..........................................................................85
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Regime Geral de Previdência Social – RGPS – Módulo 3
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REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS
I. INTRODUÇÃO
O principal órgão de atuação do RGPS é o INSS, uma autarquia federal vinculada ao 
Ministério do Desenvolvimento Social (tendo em vista a extinção do Ministério da Previ-
dência Social1) e cuja principal função é conceder e manter benefícios previdenciários.
As principais leis que regem o RGPS são:
• Lei n. 8.213/1991 – Lei de Benefícios Previdenciários;
• Lei n. 8.212/1991 – Lei de Custeio da Seguridade Social;
• Decreto n. 3.048/1998 – Regulamento da Previdência Social;
• Instrução Normativa n. 77/2015 – Estabelece rotinas para agilizar e uniformi-
zar o reconhecimento de direitos dos segurados e beneficiários da Previdência 
Social.
Os destinatários das prestações previdenciárias são os beneficiários, que se 
subdividem em segurados e dependentes.
1 Ver Lei n. 13.341/2016.
CARLOS MENDONÇA
Ex-Presidente do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS). 
Detentor de notório conhecimento em legislação previdenciária, 
conhecido nacionalmente por suas contribuições como Procurador 
Federal do INSS há mais de 15 anos. Carlos Mendonça exerceu, ainda, a 
função de Procurador-Chefe Nacional da Procuradoria Federal do Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), de Coordenador-
Geral de Contencioso Judicial da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) 
e de Chefe da Divisão de Contencioso do Instituto Brasileiro de Turismo 
(Embratur). Professor do Gran Cursos. Professor Universitário. Autor.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Regime Geral de Previdência Social – RGPS – Módulo 3
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Segurados são aqueles que mantêm uma relação jurídica direta com a Pre-
vidência Social, tanto por meio do exercício de atividade laborativa quanto pelo 
pagamento de contribuições. Já o dependente mantém uma relação indireta com 
a Previdência, pois, geralmente, só terá direito a algum benefício na ausência do 
segurado (pensão por morte e auxílio-reclusão).
A relação jurídica entre a Previdência e o segurado tem início quando este pas-
sa a exercer atividade remunerada, ou seja, momento em que ocorre a filiação, 
ato pelo qual o trabalhador passa a ser chamado de segurado. Além da filiação, o 
trabalhador precisa fornecer os seus dados à Previdência através de um ato formal 
denominado inscrição. Dessa forma, a relação jurídica com a previdência torna-se 
perfeita com a filiação e a inscrição. Por outro lado, existem pessoas que não traba-
lham, a exemplo das donas de casa e dos estudantes, mas podem estar inseridos 
na Previdência Social. Para tanto, basta que o interessado faça a sua inscrição como 
segurado facultativo e pague a sua contribuição. Nesse caso, ao fornecer os dados, 
ocorrerá a inscrição e, com o recolhimento da primeira contribuição, a filiação.
Importa ressaltar que podem existir segurados inscritos, porém ainda não filia-
dos — a exemplo de uma dona de casa que se inscreve como facultativa, mas não 
recolheu contribuições —, e também segurados filiados, mas ainda não inscritos 
— a exemplo do trabalhador que exerce atividade remunerada, mas não fez a sua 
inscrição no INSS. 
Portanto, a qualidade de segurado só se perfaz com a conjugação desses dois 
requisitos: filiação e inscrição.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Regime Geral de Previdência Social – RGPS – Módulo 3
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Atenção!
Na Constituição, art. 201, § 5º, está previsto que é vedada a filiação ao Regime 
Geral de Previdência Social, na qualidade de segurado facultativo, da pessoa parti-
cipante de regime próprio de previdência (servidor público).
Pelo que foi visto, o segurado pode ser obrigatório ou facultativo. Como a Pre-
vidência Social é um seguro coletivo, contributivo e compulsório, a filiação do tra-
balhador ao sistema independe de sua vontade ou mesmo de qualquer ação (se-
gurado obrigatório): basta o exercício de atividade remunerada lícita para que o 
trabalhador forme um vínculo jurídico com a Previdência (filiação). Claro que é fun-
damental o fornecimento dos seus dados à Previdência, momento em que ocorre a 
inscrição, o que completa o ciclo para se tornar um segurado.
Se, por exemplo, a atividade do trabalhador é a venda de pipoca na pracinha do 
bairro, o simples exercício dessa atividade remunerada já o torna filiado ao sistema 
de Previdência. Todavia, somente com o fornecimento de seus dados ao INSS é que 
se tornará oficialmente um segurado. Daí por diante, o segurado deverá manter em 
dia suas contribuições, de modo a preencher um número adequado de recolhimen-
tos que permitam a concessão do benefício postulado (carência).
Feitos essesesclarecimentos iniciais, vamos aprofundar o estudo de cada um 
dos elementos que compõem o Regime Geral de Previdência Social.
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II. A PREVIDÊNCIA SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO DE 88
Segundo o artigo 201 do texto constitucional, a previdência social será organi-
zada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obriga-
tória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e 
atenderá, conforme legalmente previsto. 
a) à cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
b) à proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
c) à proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
d) ao salário-família e ao auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados 
de baixa renda;
e) à pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou compa-
nheiro(a) e dependentes.
Da definição acima apresentada, depreendem-se alguns elementos fundamen-
tais que precisamos destacar para a compreensão da relação jurídica previdenciária.
Inicialmente, a previdência no Brasil tem formato de seguro de filiação obriga-
tória, ou seja, o vínculo com a previdência é formado automaticamente pelo simples 
exercício de atividade laborativa lícita, portanto o simples exercício de atividade labo-
rativa tem o condão de estabelecer um vínculo de direitos e obrigações com o sistema 
previdenciário. Em relação ao trabalhador, sua obrigação é pagar as contribuições e 
fornecer seus dados à previdência social para que possa ter direito aos benefícios.
Consequentemente, destaca-se que a relação jurídica com a Previdência Social 
é contributiva, de modo que é pressuposto para a obtenção de benefícios o pa-
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gamento das contribuições previdenciárias, assunto que será abordado no tópico 
“Financiamento da Seguridade Social”.
Finalmente, o grande objetivo da Previdência Social é o pagamento de benefí-
cios relacionados aos riscos sociais, ou seja, situações previamente definidas como 
aptas à concessão de benefícios. Nesse aspecto, a própria Constituição já definiu as 
situações que devem ser cobertas pela previdência²:
Doença Auxílio-doença
Invalidez Aposentadoria por Invalidez
Morte Pensão por Morte
Idade Avançada Aposentadoria por Idade
Proteção à Maternidade Salário Maternidade
Desemprego Involuntário Seguro-Desemprego e Período de Graça2
Encargos Familiares Salário-Família
Prisão Auxílio-reclusão
Atenção!
O quadro acima apresenta duas constatações:
a) O seguro-desemprego tem natureza previdenciária, mesmo que não seja um 
benefício pago pelo INSS;1
b) A aposentadoria por tempo de contribuição não aparece associado a nenhum risco 
coberto pela Previdência Social, o que nos leva a concluir que esse benefício não tem 
natureza previdenciária, razão pela qual sua previsão tem desaparecido no mundo.
2 O período de graça é aquele em que o segurado mantém a proteção previdenciária mesmo sem trabalhar 
ou contribuir. Os prazos dessa proteção estendida estão no art. 15 da Lei n. 8.213/1991.
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III. A RELAÇÃO JURÍDICA PREVIDENCIÁRIA
A proteção previdenciária decorre de uma relação jurídica entre a previdência 
e os beneficiários do RGPS (segurados e dependentes). Essa relação jurídica ini-
cia-se quando a pessoa começa a trabalhar (segurado obrigatório) ou contribui 
(segurado facultativo).
III.I Filiação e Inscrição
A qualidade de segurado perfaz-se através de dois elementos: filiação e inscrição.
A filiação ocorre no momento em que a pessoa começa a trabalhar, já a ins-
crição envolve a formalidade de fornecer os dados à Previdência Social. Portanto, 
o trabalhador informal está filiado à previdência, mas não está inscrito, pois ainda 
não forneceu seus dados à previdência, mesmo exercendo atividade laborativa. 
No caso do segurado obrigatório, a sequência dos fatos ocorre da seguinte forma:
1º Filiação
2º Inscrição
É importante destacar que o segurado pode fazer uma inscrição retroativa, des-
de que regularize os débitos. Imagine um trabalhador autônomo que não recolhia 
as contribuições, apenas trabalhava. Nesse caso, sua filiação ocorreu no momento 
em que começou a trabalhar, mas a inscrição foi feita apenas depois. Para não per-
der o tempo já trabalhado, este segurado pode pleitear uma inscrição retroativa 
para regularizar as contribuições atrasadas e recuperar, para efeitos previdenciá-
rios, o tempo de contribuição. Todavia, apenas um segurado pode fazer inscrição 
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retroativa post mortem: o segurado especial. Nesse caso, evidentemente, a ins-
crição após a sua morte será feita pelos dependentes, no intuito de obter pensão, 
conforme previsto no art. 18, § 5º do Decreto n. 3.048/1999.
Art. 18, § 5º Presentes os pressupostos da filiação, admite-se a inscrição post mortem 
do segurado especial.
Em relação ao segurado facultativo, há uma inversão na sequência dos fatos, 
pois primeiramente ocorre a inscrição e somente com o pagamento da primeira 
contribuição é que vai ocorrer a filiação do segurado facultativo. Por essa lógica, a 
situação de segurado inscrito, mas ainda não filiado, só pode ocorrer com o segu-
rado facultativo, caso se inscreva e não recolha nenhuma contribuição. Por óbvio, 
não existe inscrição retroativa do segurado facultativo, pois é um ato de vontade 
com efeitos prospectivos, ou seja, “dali para frente”.
Pode ocorrer, ainda, a hipótese de o segurado ter duas atividades laborativas. 
Nesse caso, para cada atividade ocorrerá uma inscrição e uma filiação diferentes.
Os dependentes do segurado só precisam fazer a sua inscrição no momento em 
que forem pedir um benefício à previdência.
Atenção!
Decreto n. 3.048/1999
Art. 22. A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do reque-
rimento do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes 
documentos: (Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002)
I – para os dependentes preferenciais:
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a) cônjuge e filhos – certidões de casamento e de nascimento;
b) companheira ou companheiro – documento de identidade e certidão de casa-
mento com averbação da separação judicial ou divórcio, quando um dos compa-
nheiros ou ambos já tiverem sido casados, ou de óbito, se for o caso; e
c) equiparado a filho – certidão judicial de tutela e, em se tratando de enteado, 
certidão de casamento do segurado e de nascimento do dependente, observado o 
disposto no § 3º do art. 16;
II – pais – certidão de nascimento do segurado e documentos de identidade dos 
mesmos; e
III – irmão – certidão de nascimento.
No entanto, o que o INSS faz com os dados dos segurados? Bem, essas infor-
mações serão armazenadas em um banco de dados denominado CNIS – Cadastro 
Nacional de Informações Sociais, previsto no art. 29-A da Lei n. 8.213/1991.
Art. 29-A. O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de Infor-
mações Sociais – CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de 
cálculo do salário de benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência 
Social, tempo de contribuição e relação de emprego.
Como visto, os dados armazenados no CNIS servem para conferência de vín-
culos empregatícios, remunerações e período de atividade laborativa,dados indis-
pensáveis para a concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
IV. SEGURADOS DO RGPS
Os segurados do RGPS são divididos em duas categorias: segurados obrigató-
rios e segurados facultativos, previstos, respectivamente, nos arts. 11 e 13 da Lei 
n. 8.213/1991. 
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A idade mínima exigida para filiação ao RGPS é de 16 anos, salvo no caso do 
menor aprendiz, em que o vínculo é permitido aos 14 anos de idade. Assim, a idade 
prevista no art. 13 da Lei n. 8.213/1991 foi revogada pelo inciso XXXIII do art. 7 
da Constituição, com a redação dada pela Emenda 20/1998. Nesse contexto, não 
obstante as Leis ns. 8.212/1991 e 8.213/1991 preverem a idade mínima de 14 
anos para o facultativo, o cenário jurídico atual só admite o trabalho ou a filiação 
ao RGPS a partir dos 16 anos. Confira o art. 7º., XXXIII da Constituição de 88.
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e 
de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a 
partir de quatorze anos.
IV.I Segurados obrigatórios
Os segurados obrigatórios são divididos em cinco categorias: 
a) empregados;
b) empregados domésticos;
c) contribuintes individuais;
d) avulsos;
e) segurados especiais.
Atenção!
Os segurados aposentados que voltem à atividade abrangida pelo RGPS são segu-
rados obrigatórios, devendo efetuar contribuições incidentes sobre a remuneração 
percebida.
O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato, o mesmo enquadra-
mento no RGPS anterior à investidura.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Regime Geral de Previdência Social – RGPS – Módulo 3
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A Lei n. 8.213/1991 disciplina os segurados obrigatórios da seguinte forma:
a) Empregado (artigo 11, I, da Lei n. 8.213/1991)
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não even-
tual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação 
específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pes-
soal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;
c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como 
empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; 
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de 
carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e re-
partições, excluídos o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro 
amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou 
repartição consular;
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasi-
leiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado 
e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; 
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como em-
pregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença à 
empresa brasileira de capital nacional; 
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, 
Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais; (Incluída pela 
Lei n. 8.647, de 13.4.1993) 
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vincu-
lado a regime próprio de previdência social; (Incluída pela Lei n. 9.506, de 1997) (Vide 
Resolução do Senado Federal n. 26, de 2005)
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no 
Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei 
n. 9.876, de 1999)
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vincu-
lado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n. 10.887, de 2004)
b) Empregado doméstico 
Aquele que presta serviço à família ou pessoa no âmbito residencial desta, de 
forma contínua e sem finalidade lucrativa. A Lei Complementar n. 150/2015 inseriu 
um novo elemento na definição do Empregado Doméstico:
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de for-
ma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou 
à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se 
o disposto nesta Lei.
c) Contribuinte individual
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer 
título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos 
fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade 
pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; 
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – ga-
rimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de pre-
postos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de 
forma não contínua; 
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de con-
gregação ou de ordem religiosa; 
d) (Revogado.)
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual 
o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto 
por regime próprio de previdência social; 
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de 
conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o 
sócio-gerente e o sócio-cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em 
empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, asso-
ciação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administra-
dor eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou 
mais empresas, sem relação de emprego; 
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urba-
na, com fins lucrativos ou não;
d) Avulso 
É quem presta serviço a diversas empresas sem vínculo efetivo e com interme-
diação do sindicato ou do órgão gestor de mão de obra (ex.: estivador, chapa, 
guindasteiro, safrista etc).
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Atenção!
A diferença do avulso para o autônomo é a intermediação do sindicato ou do órgão 
gestor.
e) Segurado especial
É a pessoa física residente em imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural 
próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que 
com o auxílio eventual de terceiros, enquadre-se em uma das seguintes hipóteses: 
produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro 
outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade agropecu-
ária, em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou de seringueiro ou extrativista 
vegetal que exerça suas atividades conforme inciso XII do caput do art. 2º da Lei 
n. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; 
pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou 
principal meio de vida (embarcação de até 20 toneladas);e cônjuge ou companhei-
ro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, 
do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, 
trabalhem com o grupo familiar respectivo.
Atenção!
Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos 
membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento 
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependên-
cia e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. 
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O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determi-
nado, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em perío-
dos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho. 
Segundo o artigo 11, VII, da Lei n. 8.213/1991, o segurado especial deve seguir 
as seguintes regras:
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglome-
rado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia 
familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro 
outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso 
XII do caput do art. 2º da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades 
o principal meio de vida; 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou 
principal meio de vida; e
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou 
a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, com-
provadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.
§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos 
membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de 
mútua dependência e colaboração, sem a utilização desempregados.
§ 1o Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos 
membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento so-
cioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e 
colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada 
sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a 
cada uma delas.
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§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que estiver exercen-
do ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório 
em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei n. 8.212, 
de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social.
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo 
enquadramento no Regime Geral de Previdência Social-RGPS de antes da investidura.
§ 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao ocupante de cargo de Mi-
nistro de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com 
a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que em regime 
especial, e fundações.
§ 6o Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos 
maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados deverão ter participação ativa 
nas atividades rurais do grupo familiar.
§ 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determi-
nado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V do caput deste artigo, em 
épocas de safra, à razão de, no máximo, 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, 
em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de 
trabalho.
§ 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determi-
nado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V do caput, à razão de no máxi-
mo cento e vinte pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, 
ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo 
o período de afastamento em decorrência da percepção de auxílio-doença.
 
§ 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo deter-
minado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V do caput, à razão de no 
máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou inter-
calados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado 
nesse prazo o período de afastamento em decorrência da percepção de auxílio-doença.
 
§ 8º Não descaracteriza a condição de segurado especial:
 
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 
50% (cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) 
módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva 
atividade, individualmente ou em regime de economia familiar;
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, 
por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano;
III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade clas-
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sista a que seja associado em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor 
rural em regime de economia familiar; e
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que 
seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo;
 
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo 
de beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei n. 
8.212, de 24 de julho de 1991; e
VI – a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural; e
VII – a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI sobre o produto das 
atividades desenvolvidas nos termos do § 12.
§ 9o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de 
rendimento, exceto se decorrente de:
I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não 
supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social;
II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar 
instituído nos termos do inciso IV do § 8o deste artigo; 
III – exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) 
dias, corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da 
Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991;
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de 
trabalhadores rurais;
V – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural 
ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados espe-
ciais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;
VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do § 
8o deste artigo; 
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo 
grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a rendamensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da 
Previdência Social; e
VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de 
prestação continuada da Previdência Social.
 
§ 10. O segurado especial fica excluído dessa categoria:
 
I – a contar do primeiro dia do mês em que:
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII do caput deste artigo, 
sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos limites estabe-
lecidos no inciso I do § 8o deste artigo; 
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b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do Regime Geral 
de Previdência Social, ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 9º e no § 
12, sem prejuízo do disposto no art. 15;
c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciário; e
d) participar de sociedade empresária, de sociedade simples, como empresário indivi-
dual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada em desacordo 
com as limitações impostas pelo § 12;
II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao da ocorrência, quando o grupo 
familiar a que pertence exceder o limite de:
 
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se refere o § 7o deste artigo; 
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 9o deste artigo; e
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8o deste artigo. 
§ 11. Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do caput deste artigo ao cônjuge ou 
companheiro do produtor que participe da atividade rural por este explorada.
 
§ 12. A participação do segurado especial em sociedade empresária, em sociedade sim-
ples, como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabili-
dade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada 
microempresa nos termos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, 
não o exclui de tal categoria previdenciária, desde que, mantido o exercício da sua ati-
vidade rural na forma do inciso VII do caput do § 1o, a pessoa jurídica componha-se 
apenas de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou em Município 
limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades.
IV.II Segurados facultativos
São aqueles que, em regra, não trabalham, mas desejam a proteção previden-
ciária. A idade mínima para a filiação é de 16 anos. 
Exemplos: dona de casa, estudante, aquele que deixou de ser segurado obriga-
tório da Previdência Social, o síndico não remunerado de condomínio.
Impende destacar que o síndico isento do pagamento da taxa condominial é 
considerado remunerado, portanto, enquadra-se como contribuinte individual.
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Atenção!
É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social, na qualidade de segu-
rado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência (CF/88, 
art. 201, § 5º).
O preso só pode ser enquadrado como segurado facultativo, ainda que exerça ati-
vidade remunerada. 
V. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
A proteção previdenciária deixa de existir quando o segurado cessa as suas 
contribuições ou deixa de exercer atividade remunerada que o vincule ao RGPS. 
Todavia, a perda da qualidade de segurado não é automática: ocorre somente após 
o decurso do período de graça. Assim, entende-se por Período de Graça (art. 15 da 
Lei n. 8.213/1991) o período em que o segurado, mesmo sem trabalhar ou contri-
buir, continua como segurado do INSS. Evidentemente que, durante esse período, 
não há contagem de tempo de serviço ou de contribuição. Caso o segurado deseje 
que o período em que não tiver trabalhado conte como tempo de contribuição de-
verá recolher contribuições na qualidade de segurado facultativo. 
Assim, ocorrendo algum risco social durante o período de graça, o segurado fará 
jus ao benefício, desde que preencha os demais requisitos para a sua concessão. É 
uma extensão da proteção previdenciária.
O art. 15 da Lei n. 8.213/1991 elenca vários períodos de graça:
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
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I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de 
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou 
licenciado sem remuneração3;
III – até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença 
de segregação compulsória;
IV – até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V – até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas 
para prestar serviço militar; 
VI – até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segu-
rado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção 
que acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o 
segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão 
próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social4.
Repare que, durante o decurso do período de graça, o segurado conservará to-
dos os seus direitos perante a Previdência Social.
Decorrido o período de graça, a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia 
seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social 
para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao 
do final dos prazos fixados neste artigo e em seus parágrafos. Em outras palavras, 
decorrido o período de graça, a perda da qualidade de segurado somente ocorrerá, 
no mínimo, após 45 dias, ou seja, 30 dias da competência seguinte mais 15 dias, 
já que a contribuição deveria ser recolhida no dia 15 do mês seguinte, ou seja, a 
perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia 16.
Segundo a Lei n. 10.666/2003, a perda da qualidade de segurado não tem ne-
nhum reflexo na concessão das aposentadorias por idade, por tempo de contribui-
ção e especial.
3 A Medida Provisória n. 1.709-4, de 27/11/1998, reeditada até a de n. 2.164-41, de 24.08.2001, em vigor 
em função do disposto no art. 2º da Emenda Constitucional n. 32, de 11.09.2001, assegura a qualidade de 
segurado aos empregados ali mencionados, nos seguintes termos:
4 Art. 11. Ao empregado com contrato de trabalho suspenso nos termos do disposto no Art. 476-A da Conso-
lidação das Leis do Trabalho – CLT aplica-se o disposto no Art. 15, inciso II, da Lei n. 8.213, de 24 de julho 
de 1991.
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Exemplo de aplicação do período de graça
Segurado trabalhou durante 15 anos:
Prazo legal: 12 meses (período de graça – se sofrer um infortúnio terá o bene-
fício previdenciário). Este período de graça não conta como tempo de serviço. 
Se tiver mais de 120 contribuições, o prazo legal é prorrogado por mais de 12 meses.
Se o desemprego for involuntário (registro no Ministério do Trabalho), o segura-
do será contemplado com um período adicional de 12 meses. 
Ressalto que o registro do desemprego involuntário no Ministério do Trabalho 
pode ser substituído por outros meios de prova, conforme reconheceu a Turma Na-
cional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais:
Súmula 27: A ausência de registroem órgão do Ministério do Trabalho não impede a 
comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito.
VI. CARÊNCIA
A carência é o número mínimo de contribuições mensais que o segurado precisa 
recolher para ter direito a determinados benefícios (art. 24 da Lei n. 8.213/1991).
Impende ressaltar que a Previdência Social é um sistema contributivo, ou seja, 
os benefícios são devidos em função de contribuições vertidas para o sistema.
O art. 24 da Lei n. 8.213/1991 elenca os benefícios que requerem carência:
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a) Auxílio-doença – regra: 12 contribuições.
Exceção: 
a) acidente de qualquer natureza (carência zero); 
b) doença elencada no art. 151 da Lei n. 8.213/1991 (carência zero), pelo me-
nos até que seja editada a portaria com a relação de doenças.
b) Aposentadoria por invalidez – 12 contribuições. 
Exceção: 
a) acidente de qualquer natureza (carência zero); 
b) doença elencada no art. 151 da Lei n. 8.213/1991 (carência zero), até que 
seja apresentada a lista de doenças em portaria editada pelo Ministério da Saúde e 
pelo Ministério da Previdência Social (atual Ministério do Desenvolvimento Social).
c) Aposentadoria por idade – 180 contribuições.
d) Aposentadoria por tempo de contribuição – 180 contribuições.
e) Aposentadoria Especial – 180 contribuições (15 anos). 
e) Salário-maternidade – 10 contribuições para as seguradas: contribuinte indi-
vidual, facultativas e especiais. As demais seguradas não têm carência (emprega-
das, domésticas e avulsas).
Em caso de parto antecipado, a carência do salário-maternidade é antecipada 
no mesmo número de meses.
Atenção!
O artigo 39, parágrafo único, da Lei n. 8.213/91 estabelece que, para a segurada 
especial, fica garantida a concessão do salário-maternidade no valor de 1 (um) 
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salário-mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de 
forma descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do início do 
benefício (apesar da referência a 12 meses, o prazo correto é de 10 meses).
Cômputo do período de carência
I – Empregado / Empregado Doméstico/Avulso: para esses segurados, a carên-
cia é contada a partir da filiação, ou seja, só precisam comprovar tempo de 
serviço, e não tempo de contribuição.
II – Contribuinte Individual / Contribuinte Facultativo e Segurado Especial (art. 
27 da Lei n. 8.213/1991): para esses segurados, a carência é contada a par-
tir do recolhimento da primeira contribuição sem atraso, não sendo compu-
tadas para esse fim as contribuições recolhidas em atraso (ex.: recolher de 
uma só vez as 15 contribuições, sem qualquer contribuição em dia).
Essa sistemática existe para viabilizar (obrigar) o pagamento e para que ocorra 
a inscrição.
Atenção!
A perda da qualidade de segurado não tem reflexo nas aposentadorias por idade, 
por tempo de contribuição e especiais (A Lei n.10.666/2003 regulou esta situação).
Perda e Posterior Reaquisição da Qualidade de Segurado
Havendo a perda da qualidade de segurado, o segurado deverá cumprir, pelo me-
nos, metade da carência para a obtenção dos seguintes benefícios: auxílio-doença, 
aposentadoria por invalidez e salário-maternidade (contribuinte individual, faculta-
tiva e segurada especial). 
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A sistemática acima foi introduzida pela Lei n. 13.457/2017 que introduziu o 
artigo 27-A na Lei n. 8.213/1991.
Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para a 
concessão dos benefícios de que trata esta Lei, o segurado deverá contar, a partir da 
nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I e III 
do caput do art. 25 desta Lei.
Benefícios sem carência
a) Pensão por morte;
b) Auxílio-reclusão;
c) Auxílio-acidente;
d) Salário-família;
e) Reabilitação profissional e serviço social;
f) Salário-maternidade (para as seguradas empregadas, domésticas e avulsas).
No caso dos segurados especiais que requeiram benefícios nessa condição, dis-
põe o artigo 39 da Lei n. 8.213/1991 que:
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, fica 
garantida a concessão:
I – de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão 
ou de pensão, no valor de 1 (um) salário-mínimo, e de auxílio-acidente, conforme dis-
posto no art. 86, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma 
descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao 
número de meses correspondentes à carência do benefício requerido; ou 
II – dos benefícios especificados nesta Lei, observados os critérios e a forma de cálculo 
estabelecidos, desde que contribuam facultativamente para a Previdência Social, na 
forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade Social.
Parágrafo único. Para a segurada especial fica garantida a concessão do salário-mater-
nidade no valor de 1 (um) salário-mínimo, desde que comprove o exercício de atividade 
rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores 
ao do início do benefício.
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VII. BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Segundo o artigo 18 da Lei n. 8.213/1991, estão previstos os seguintes benefí-
cios para o Regime Geral de Previdência Social:
I) Para os segurados:
a) Aposentadoria por idade;
b) Aposentadoria por invalidez; 
c) Aposentadoria especial (ex.: mineiros; operadores de raio-X; agentes quími-
cos, agentes físicos);
d) Aposentadoria por tempo de contribuição;
e) Auxílio-doença;
f) Salário-maternidade;
g) Salário-família.
II) Para os dependentes:
a) Pensão por morte;
b) Auxílio-reclusão.
III) Para os segurados / dependentes:
a) Reabilitação profissional;
b) Serviço social.
Atenção!
O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que permanecer em 
atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma 
da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao sa-
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lário-família e à reabilitação profissional, quando empregado. Por força da Consti-
tuição, o salário-maternidade também deverá ser pago ao aposentado\aposentada 
que retornar à atividade.
VIII. ACIDENTE DO TRABALHO
Segundo o art. 19 da Lei n. 8.213/1991:
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de 
empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados 
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da 
capacidade para o trabalho. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de 
proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as 
normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da opera-
ção a executar e do produto a manipular.
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e en-
tidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nosparágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguin-
tes entidades mórbidas:
I – doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada 
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de 
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, 
constante da relação mencionada no inciso I.
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa; 
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desen-
volva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determi-
nado pela natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação previs-
ta nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é 
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executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la 
acidente do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contri-
buído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade 
para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de 
trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao 
trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de 
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força 
maior;
III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de 
sua atividade; 
IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por estar 
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do 
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que 
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
§1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de 
outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é 
considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, 
resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências 
do anterior.
Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará 
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de 
nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a 
atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da 
incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformi-
dade com o que dispuser o regulamento. 
§ 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando de-
monstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. 
§ 2o A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja 
decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho 
de Recursos da Previdência Social. 
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§ 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo téc-
nico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, 
do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social.
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do tra-
balho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso 
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o 
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada 
nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. 
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou 
seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. 
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio aci-
dentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou 
qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade 
pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobran-
ça, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.
§ 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A. 
Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do traba-
lho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou 
o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo 
para este efeito o que ocorrer primeiro.
Assim, acidente do trabalho é a lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade do 
trabalho, sofridas pelo segurado empregado, doméstico, trabalhador avulso e se-
gurado especial, no exercício de suas atividades. Os demais segurados não sofrem 
acidente do trabalho, mas possuem proteção previdenciária.
VIII.I Doenças ocupacionais
Consideram-se as seguintes entidades mórbidas também como acidente do tra-
balho:
I – doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva 
relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social; 
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II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em fun-
ção de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione 
diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação 
prevista nos mencionados itens I e II resultou das condições especiais em que o 
trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve 
considerá-la acidente do trabalho.
Vale registrar que não são consideradas doenças do trabalho: a doença dege-
nerativa; a inerente a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a 
doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela se desen-
volva, salvo se comprovado que resultou de exposição ou contato direto determi-
nado pela natureza do trabalho.
VIII.II Situações equiparadas a acidente do trabalho
Existem situações equiparadaspela legislação a acidente do trabalho para efeito 
de concessão de benefícios previdenciários.
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contri-
buído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade 
para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de 
trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao 
trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de 
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de 
sua atividade; 
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IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por estar 
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do 
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que 
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 
Atenção!
Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de 
outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado 
é considerado no exercício do trabalho.
Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, 
resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequ-
ências do anterior.
VIII.III Vantagens do acidente do trabalho
• Estabilidade – 12 meses (art. 118 da Lei n. 8.213/1991).
• Depósito do FGTS: o empregador continua fazendo os depósitos enquanto o 
empregado recebe o auxílio-doença acidentário (art. 15 da Lei 8.036/1990).
VIII.IV Competência Jurisdicional (art. 109 da CF/1988). 
Em matéria acidentária, caso o segurado promova uma ação contra o INSS, a 
competência é da Justiça Estadual, com recurso para o Tribunal de Justiça. Por outro 
lado, quando o segurado ou dependente processa o empregador para obtenção de in-
denização por acidente de trabalho, a competência passa a ser da Justiça do Trabalho.
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IX. CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS – SALÁRIO DE BENEFÍCIO (SB)
A maioria dos benefícios previdenciários é calculada a partir do salário de bene-
fício, que pode ser definido como a base de cálculo dos benefícios e corresponde à 
média aritmética dos maiores salários de contribuição relativos a 80% (oitenta por 
cento) do período contributivo, considerados a partir de julho de 1994 (implantação 
do Plano Real). No caso da aposentadoria por tempo de contribuição, há incidência 
do fator previdenciário, de acordo com o art. 29 da Lei n. 8.213/1991.
Por exemplo, o segurado que comprovar 420 contribuições (35 anos), terá ex-
cluído do cálculo 20% dos menores salários de contribuição, ou seja, 84 contribui-
ções. Excluídas essas 84 contribuições, as demais serão corrigidas monetariamente 
(INPC) até a data do requerimento da aposentadoria por tempo de contribuição. 
Essa média aritmética é multiplicada pelo fator previdenciário. Este é o salário de 
benefício da mencionada aposentadoria.
A sistemática acima foi introduzida pela Lei n. 9.876/1999. Antes, o salário de 
benefício era apurado pela média aritmética simples das 36 últimas contribuições, 
o que não retratava a realidade remuneratória do segurado ao longo da sua vida 
laborativa, pois o segurado que contribuísse a maior parte do tempo sobre um sa-
lário de contribuição baixo poderia ter o benefício no teto ou perto dele caso con-
tribuísse, nos três anos anteriores ao pedido do benefício, sobre o valor máximo 
do salário de contribuição. Atualmente, o valor máximo do salário de contribuição 
é de R$ 5.645,81, mesmo valor do teto do salário de benefício. Assim, o segurado 
que tenha o salário de R$ 7.000,00, contribuirá para a Previdência apenas sobre R$ 
5.641,81, pois este é o valor máximo do salário de contribuição. Por consequência, 
seu benefício será calculado com base no salário de contribuição de R$ 5.641,81. 
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Assim sendo, para que não haja redução em sua renda, deverá contratar um 
plano de Previdência Complementar a fim de que a sua aposentadoria, acrescida da 
complementação, reflita a renda que tinha quando estava em atividade.
Cuidado, apenas dois benefícios não são calculados a partir do salário de be-
nefício: salário-família e salário-maternidade (o Decreto n. 3.048/1999 incluiu a 
pensão também), conforme dispõe o artigo 28 da Lei n. 8.213/1991:
Art. 28. O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma 
especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-ma-
ternidade, será calculado com base no salário de benefício.
O salário-família tem valor fixo para cada dependente do segurado de baixa 
renda. Já o salário-maternidade segue uma sistemática distinta e depende do tipo 
de segurada(o). Com efeito, se o salário-maternidade fosse calculado pelo salário 
de benefício, não haveria concessão acima do teto, o que poderia acarretar prejuízo 
salarial à trabalhadora empregada e avulsa, em verdadeira afronta ao artigo 7º, 
XVIII do texto constitucional.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 
cento e vinte dias.
No capítulo sobre o salário-maternidade, a metodologia de cálculo para cada 
segurada(o) será melhor desenvolvida. Ressalto, outrossim, que os cálculos de 
pensão e de auxílio-reclusão também possuem peculiaridades que serão oportuna-
mente expostas.
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IX.I FATOR PREVIDENCIÁRIO
Ao ser implementada a Primeira Reforma da Previdência, várias mudanças fo-
ram introduzidas no sistema de aposentadoria dos servidores públicos, principal-
mente em relação a cálculo e reajustamento. Todavia, a mudança mais visível foi 
a necessidade de o servidor implementar uma idade mínima para a obtenção da 
aposentadoria por tempo de contribuição. Como a idade mínima não foi aprovada 
para os segurados do INSS, a Lei n. 9.876/1999 criou o fator previdenciário como 
componente do cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição, de modo que 
o segurado que se aposentasse cedo tivesse um deságio no valor da sua aposenta-
doria, que iria sendo reduzida conforme o segurado fosse protelando o seu ingresso 
na inatividade. A fórmula do Fator Previdenciário é a seguinte:
FP = Tc x a . [1+ (Tc x a + Id)] 
 Es [100]
Tc: Tempo de contribuição
a: Alíquota atuarial = 0,31 (valor fixo)
Es: Expectativa de sobrevida
Id: Idade no momento do pedido de aposentadoria
Percebe-se, portanto, que na fórmula do fator previdenciário leva-se emconsi-
deração o tempo de contribuição, a idade, a expectativa de sobrevida e a alíquota 
atuarial. Assim, quanto mais cedo o segurado se aposenta, maior é a sua expec-
tativa de sobrevida e menor é a sua idade, o que acarreta em fator previdenciário 
baixo, provavelmente menor que um. Por outro lado, quanto mais tarde pedir a sua 
aposentadoria, maior será o seu tempo de contribuição, maior a sua idade e me-
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nor será a sua expectativa de sobrevida, o que atrai um fator previdenciário maior, 
provavelmente maior que um. O fato é que FP <1 representa um benefício menor, 
enquanto que FP >1 representa um benefício maior.
Ainda nesse contexto, deve-se ressaltar que homens e mulheres têm expecta-
tivas de sobrevida diferentes, o que poderia trazer uma distorção na aplicação do 
fator previdenciário. Para evitar esse problema, algumas regras devem ser respei-
tadas na aplicação desse fator. Assim, por uma fixação legal, a expectativa de so-
brevida é considerada idêntica para homens e mulheres, ou seja, para efeitos pre-
videnciários, homens e mulheres têm a mesma expectativa, definida em uma tábua 
de mortalidade especificamente criada pelo IBGE. Ademais, alguns acertos deverão 
ser perpetrados, tendo em vista os diferentes tempos de contribuição previstos 
para homens, mulheres e professores. Nessa linha de intelecção, na aplicação do 
FP, deverão ser somados ao tempo de contribuição os anos a seguir indicados:
a) Se for mulher: somam-se 05 anos.
b) Se for professor: somam-se 05 anos.
c) Se for professora: somam-se 10 anos.
Feitos os ajustes acima indicados, a aplicação do fator previdenciário na apo-
sentadoria por tempo de contribuição será equânime para homens, mulheres ou 
professores.
É importante destacar que o FP só é aplicado na aposentadoria por idade se au-
mentar o seu valor, conforme dispõe o art. 7º da Lei n. 9.876/1999: 
Art. 7º É garantido ao segurado com direito a aposentadoria por idade a opção pela não 
aplicação do fator previdenciário a que se refere o art. 29 da Lei n. 8.213, de 1991, com 
a redação dada por esta Lei.
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Na aposentadoria por tempo de contribuição, o FP é obrigatoriamente aplicado, 
salvo se o segurado optar pela regra do 85/95.
 
REGRA DO 85/95
A Lei n. 13.183/2015 introduziu a possibilidade de afastar a incidência do Fator 
Previdenciário. Para tanto, basta que a soma do tempo de contribuição do homem 
(35 anos) com a sua idade alcance 95 e, no caso da mulher, a soma do seu tempo 
de contribuição (30 anos) com a sua idade alcance 85. Repare que a soma só pode 
ser feita após o segurado(a) completar o tempo de contribuição para a aposenta-
doria por tempo de contribuição.
A referida lei prevê, ainda, que a fórmula 85/95 sofrerá um acréscimo de 1 pon-
to a partir de 2018. Assim, as somas de idade e de tempo de contribuição serão 
majoradas em um ponto em:
I – 31 de dezembro de 2018;
II – 31 de dezembro de 2020;
III – 31 de dezembro de 2022;
IV – 31 de dezembro de 2024; e
V – 31 de dezembro de 2026.
Contudo, para efeito de aplicação da fórmula 85/95, serão acrescidos cinco pon-
tos à soma da idade com o tempo de contribuição do professor e da professora que 
comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magistério na educa-
ção infantil e no ensino fundamental e médio.
Por derradeiro, na aplicação da fórmula 85/95, as frações serão consideradas. 
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Assim, o segurado que tiver 35,5 anos de contribuição, ao completar 59,5 anos de 
idade, poderá se aposentar sem aplicação do fator previdenciário, pois terá alçado 
95 (35,5 + 59,5 = 95).
Cálculo dos benefícios – Renda Mensal Inicial
a) Pensão por morte e auxílio-reclusão = 100% do SB.
b) Aposentadoria por invalidez = 100% do SB.
c) Aposentadoria especial = 100% do SB.
d) Aposentadoria por tempo de contribuição = 100% do SB × Fator Previdenciário.
e) Auxílio-doença = 91% do SB.
f) Auxílio-acidente = 50% do SB.
g) Aposentadoria por idade = 70% do SB + 1% por cada grupo de 12 contribui-
ções (vai de 85% a 100%, a depender do tempo de contribuição).
h) Salário-família: valor fixado anualmente.
i) Valor do salário-maternidade:
• Empregada e avulsa – remuneração integral (última).
• Empregada doméstica – salário registrado em carteira.
• Contribuinte individual/facultativa – 1/12 da média aritmética das doze últimas 
contribuições apuradas em período de até quinze meses ou dos salários de 
contribuição existentes (ex: se tiver 10 salários, a soma será dividida por 12).
*Artigo 248 da CF/1988 – Teto do STF. 
Exemplo: se a empregada receber R$ 50.000,00, o INSS pagará até o teto do 
STF e o empregador complementará o valor.
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X. BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE
a) Aposentadoria por invalidez – Art. 42 da Lei n. 8.213/1991
O exercício de atividade laborativa transforma o trabalhador em segurado do Re-
gime Geral de Previdência Social, status que confere proteção previdenciária em caso 
de invalidez. Assim, em caso de incapacidade total para qualquer atividade com in-
susceptibilidade de recuperação, o segurado será aposentado por invalidez, estando 
ou não em gozo de auxílio-doença. Todavia, a regra é a concessão e manutenção do 
auxílio-doença enquanto o segurado se recupera da incapacidade. Após a consolida-
ção da lesão é que a perícia vai aquilatar se a aposentadoria por invalidez é adequada.
Vale ressaltar que a aposentadoria por invalidez será devida ao empregado a 
partir do 16º dia da incapacidade, se requerida dentro de 30 dias do início da in-
capacidade. Se requerida após esse prazo, será devida a partir da data do reque-
rimento, sendo certo que os primeiros 15 dias devem ser pagos pelo empregador.
Para os demais segurados, o benefício será devido a partir do início da incapa-
cidade, se requerido em até 30 dias do início da incapacidade. Após esse prazo, o 
benefício será devido a partir da data do requerimento.
Cabe à perícia do INSS avaliar o grau de incapacidade do segurado, sendo certo 
que o segurado poderá fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. Se for 
considerado inválido, o segurado deverá se afastar de toda e qualquer atividade. 
Todavia, a doença ou lesão de que o segurado já era portador ao se filiar ao Regi-
me Previdenciário não lhe conferirá direito a qualquer prestação, salvo no caso de 
progressão ou piora da doença ou lesão.
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O Decreto n. 8.691/2016 viabilizou a perícia feita por médicos do SUS em seu 
art. 75, § 2º: quando a incapacidade ultrapassar quinze dias consecutivos, o segu-
rado será encaminhado à perícia médica do INSS, que o submeterá à avaliação pe-
ricial por profissional médico integrante de seus quadros ou, na hipótese do art. 75-
B, de órgãos e entidades públicos que integrem o Sistema Único de Saúde – SUS, 
ressalvados os casos em que for admitido o reconhecimento da incapacidade pela 
recepção da documentação médica do segurado, conforme previsto no art. 75-A.
Por sua vez, o referido dispositivo esclarece as hipóteses em que a perícia po-
derá ser feita por médico estranho aos quadros da previdência:
Art. 75-A. O reconhecimento da incapacidade para concessão ou prorrogação do auxí-
lio-doença decorre da realização de avaliação pericial ou da recepção dadocumentação 
médica do segurado, hipótese em que o benefício será concedido com base no período 
de recuperação indicado pelo médico assistente.
§ 1º O reconhecimento da incapacidade pela recepção da documentação médica do se-
gurado poderá ser admitido, conforme disposto em ato do INSS:
I – nos pedidos de prorrogação do benefício do segurado empregado; ou
II – nas hipóteses de concessão inicial do benefício quando o segurado, independente-
mente de ser obrigatório ou facultativo, estiver internado em unidade de saúde.
§ 2º Observado o disposto no § 1º, o INSS definirá:
I – o procedimento pelo qual receberá, registrará e reconhecerá a documentação mé-
dica do segurado, por meio físico ou eletrônico, para fins de reconhecimento da incapa-
cidade laboral; e
II – as condições para o reconhecimento do período de recuperação indicado pelo médi-
co assistente, com base em critérios estabelecidos pela área técnica do INSS.
§ 3º Para monitoramento e controle do registro e do processamento da documentação 
médica recebida do segurado, o INSS deverá aplicar critérios internos de segurança opera-
cional sobre os parâmetros utilizados na concessão inicial e na prorrogação dos benefícios.
§ 4º O disposto neste artigo não afasta a possibilidade de o INSS convocar o segurado, 
em qualquer hipótese e a qualquer tempo, para avaliação pericial.
Uma vez aposentado por invalidez, o segurado, caso empregado, terá seu con-
trato de trabalho suspenso, o que impede a sua demissão enquanto estiver nessa 
situação (CLT, art. 475). 
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O aposentado por invalidez deverá comparecer à perícia do INSS para que seja 
avaliada a persistência da invalidez, inclusive com acesso aos prontuários médicos 
do periciado no Sistema Único de Saúde (SUS), desde que haja a prévia anuência 
do periciado e seja garantido o sigilo sobre os dados dele, conforme dispõe o art. 
101 da Lei n. 8.213/91 e seus parágrafos. Confira o dispositivo:
Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e o pen-
sionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a 
exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por 
ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a 
transfusão de sangue, que são facultativos.
§ 4º A perícia de que trata este artigo terá acesso aos prontuários médicos do periciado 
no Sistema Único de Saúde (SUS), desde que haja a prévia anuência do periciado e seja 
garantido o sigilo sobre os dados dele. 
§ 5º É assegurado o atendimento domiciliar e hospitalar pela perícia médica e social do 
INSS ao segurado com dificuldades de locomoção, quando seu deslocamento, em razão 
de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus despro-
porcional e indevido, nos termos do regulamento. (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017).
Todavia, o aposentado por invalidez e o pensionista inválido que não tenham 
retornado à atividade estarão isentos do exame pericial nas seguintes hipóteses:
I – após completarem cinquenta e cinco anos ou mais de idade e quando decorridos 
quinze anos da data da concessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença 
que a precedeu; ou 
II – após completarem sessenta anos de idade.
Por outro lado, persiste a possibilidade de exame para: 
I – verificar a necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão 
do acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor do benefício, conforme 
dispõe o art. 45 da Lei n. 8.213/915;
II – verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do aposen-
tado ou pensionista que se julgar apto;
III – subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela, conforme dispõe o art. 
110 da Lei n. 8.213/916.
5 Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de 
outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).
6 Art. 110. O benefício devido ao segurado ou dependente civilmente incapaz será feito a cônjuge, pai, mãe, 
tutor ou curador, admitindo-se, na sua falta e por período não superior a 6 (seis) meses, o pagamento a 
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Em caso de recuperação, o aposentado por invalidez deverá retornar à atividade 
de acordo com o seguinte procedimento:
1) Se a recuperação ocorrer antes de 5 anos e o aposentado tiver direito de 
retornar à atividade, o benefício será imediatamente suspenso. Se não tiver 
direito de retornar à atividade, o benefício será mantido por tantos meses 
quantos forem os meses em que esteve em gozo de auxílio-doença ou apo-
sentadoria por invalidez.
2) Se a recuperação for parcial ou ocorrer após cinco anos, o benefício será man-
tido na sua integralidade por seis meses, com redução de 50% nos próximos 
6 meses e com redução de 75% nos últimos 6 meses.
Contudo, se o segurado retornar espontaneamente à atividade, seu benefício 
será cassado desde a data do retorno.
Em outra perspectiva, se o aposentado por invalidez necessitar do auxílio per-
manente de outra pessoa, o benefício será acrescido de 25%, conforme previsão 
do art. 45 da Lei n. 8.213/1991:
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistên-
cia permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado; 
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão.
Registre-se que as hipóteses que dão ensejo ao referido acréscimo constam do 
Anexo I do Decreto n. 3.048/1999.
herdeiro necessário, mediante termo de compromisso firmado no ato do recebimento.
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b) Aposentadoria por idade – Art. 48 da Lei n. 8.213/1991
A aposentadoria por idade, conhecida anteriormente à EC n. 20/1998 como 
aposentadoria por velhice, visa à cobertura do risco social na idade avançada e tem 
como destinatários aqueles que não conseguiram a aposentadoria por tempo de 
contribuição, mas reuniram a carência necessária ao atingir a idade prevista em lei. 
O trabalhador do sexo masculino, ao atingir a idade de 65 anos, e a trabalhadora, 
ao atingir a idade de 60 anos, adquirem o direito ao benefício. No caso de traba-
lhador rural, pescador artesanal e garimpeiro, o direito ao benefício em comento 
surge quando estes atingirem, respectivamente, 60 e 55 anos de idade7. Contu-
do, no caso do garimpeiro, a redução só pode ser utilizada se os requisitos forem 
preenchidos até janeiro de 92, pois, a partir dessa data, o referido segurado deixou 
de ser segurado especial e passou a ser enquadrado como contribuinte individual.
É mister rememorar que a carência para a concessão desse benefício é de 180 
contribuições, sendo que, para os segurados especiais, em regime de economia 
familiar, a carência é substituída pela prova do exercício da atividade rural no pe-
ríodo equivalente ao da carência, mesmo que de forma descontínua. Regra seme-
lhante é dirigida aos trabalhadores rurais no art. 143 da Lei de Benefícios. Todavia, 
essa benesse deveria ser concedida por 15 anos, contados da publicação da Lei n. 
8.213/1991, e que foi estendida até 2020 pela MP 410/2007, posteriormente con-
vertida na Lei n. 11.718/2008.
O art. 106 da Lei n. 8.213/1991 enumera os documentos que comprovam o 
exercício da atividade rural:
7 Art. 201, §8º.

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