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Endometriose 2-2019

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Endometriose
Prof.ª Enf.ª Bruna Torralvo Ribeiro
Introdução
	A parede interna do útero é revestida por uma camada denominada ENDOMÉTRIO, que é sensível às alterações do ciclo menstrual.
 É no endométrio que ocorre a fixação do embrião e o seu desenvolvimento durante todo o período gestacional.
Definição de Endometriose
	A endometriose é uma doença crônica, inflamatória, estrogênio-dependente que ocorre durante o período reprodutivo da vida da mulher, caracterizando-se pela presença de tecido endometrial, glândula e/ou estroma, fora da cavidade uterina. 
Classificação da endometriose
	A classificação mais utilizada atualmente é a da American Society of Reproductive Medicine.
	 Essa classificação gradua a endometriose em mínima, leve, moderada ou grave pela extensão da doença no peritônio e ovários, bem como pela presença de aderências tubo-ovarianas e bloqueio do fundo de saco de Douglas .
Entretanto, estudos recentes têm recomendado uma nova classificação com melhor associação entre clínica e estadiamento, além de maior relação com a fisiopatogenia. Essa nova classificação divide a endometriose em três tipos distintos: endometriose superficial, endometriose ovariana e endometriose profunda.
Endometriose superficial
	A endometriose peritoneal, ou superficial, apresenta como característica focos de tecido endometriótico sobre o peritônio superficial, com menos de 5 mm de profundidade. Esses focos podem possuir diversas características dependendo do momento de evolução da doença. Inicialmente, apresentam-se como áreas avermelhadas ou vesículas. 
 ENDOMETRIOSE SUPERFICIAL NA LAPAROSCOPIA:
1: lesão vermelha; 
2 e 4: lesões negras; 
3: lesão branca
O quadro clínico é variável, e sua intensidade não tem relação com a extensão das lesões. Exames de imagem geralmente ajudam pouco. O diagnóstico geralmente só é feito com a laparoscopia.
 A cirurgia é útil no diagnóstico e no tratamento da doença, que consiste na remoção de todos os focos.
Endometriose ovariana
	Endometriose ovariana é um tipo de endometriose que se apresenta como endometrioma, ou seja, cistos no ovário com líquido achocolatado que variam de tamanho, podendo atingir grandes volumes. 
Acometem 17% a 44% das pacientes com endometriose. 
	Em cerca de 98,9% dos casos, apresentam outro foco de endometriose, estando normalmente associados a aderências ao peritônio posterior e a uma chance aumentada de endometriose no intestino.
 Podem ser bilaterais, mas ocorrem mais frequentemente no ovário esquerdo.
Endometriose Profunda
	É caracterizada pelo comprometimento mais profundo dos tecidos (acima de 0,5 cm), podendo envolver intestino, bexiga, ureter e septo reto-vaginal. 
A endometriose infiltrativa é a que mais causa dor e interferência no funcionamento dos órgãos.
Sua evolução pode ser até comparada com a de patologias malignas – com a diferença de não levar à morte. 
O diagnóstico definitivo será feito através da identificação de glândulas e/ou estroma endometriais em material obtido de biópsia durante a videolaparoscopia ou laparotomia.
A cirurgia deve ter o compromisso  manter  a fertilidade  da paciente e não comprometê-la ou agravá-la. 
TEORIAS
	Existem várias teorias sobre a origem da endometriose, que podem ser genericamente categorizadas entre as que propõem que os implantes se originam do endométrio tópico e as que propõem que os implantes surgem de outros tecidos que não o útero.
TEORIAS
Teoria dos restos embrionários
O tecido endometrial ectópico surge a partir de células de origem mulleriana, devido a um estímulo ainda indeterminado capaz de diferenciar essas células; 
Teoria da disseminação linfática
As células endometriais chegariam aos focos raros fora da cavidade peritoneal pelos vasos sanguíneos; 
Teoria da metaplasia celômica 
Transformação de mesotélio em tecido endometrial; 
Teoria da menstruação retrógrada ou da implantação
	O sangue proveniente da menstruação contendo fragmentos do endométrio sofreria de maneira retrógrada um refluxo voltando através das tubas uterinas atingindo a cavidade peritoneal, órgãos pélvicos e abdominais
Sinais sintomas gerais
Sintomas físicos: 
Dismenorreia;
Dispareunia;
Dor pélvica crônica (DPC); 
Disúria;
Disquezia;
Infertilidade.
	.
Além dos sintomas físicos, dois estudos conduzidos no Brasil demonstraram o impacto psicológico da endometriose na vida das mulheres. Eles mostraram que a frequência de depressão variou de 86,5% a 92%4,5 e a ansiedade esteve presente em 87,5% das pacientes que foram avaliadas
 exames Diagnósticos
Tratamento Clínico
Medicamentoso:
Danazol (Danocrine) – Androgênio sintético que suprime o crescimento endometrial, contraindicado na gravidez;
Projestinas – Criam um ambiente hipoestrogênico;
Injeções de um antagonista do hormônio liberador de gonotropina durante um período de meses;
Contraceptivos hormonais – utilizam uma pequena quantidade de estrogênio, uma quantidade máxima de progestina e o efeito androgênico para reduzir o tamanho dos implantes;
Inibidores de aromatase, como letrozol (femara) – inibem a ação da aromatase, que transformam o androgênio em estrogênio, reduzindo assim os níveis de estrogênio em todos os tecidos, incluindo a endometriose
Tratamento Cirúrgico
Cirurgia laparoscópica – procedimento preferido para remover os implantes e produzir a lise nas aderências; não sendo curativa, alta taxa de recidiva;
Laparoscopia a laser de dióxido de carbono – para doença superficial; vaporiza o tecido; pode ser feita na mesma ocasião que é realizado o diagnóstico;
Laparotomia - para endometriose profunda ou com sintomas persistentes;
Neurectomia pré sacra - para reduzir a dor pélvica central e preservar a fertilidade;
Histerectomia – se a fertilidade não estiver sendo desejada e os sintomas forem intensos; os ovários também são removidos
Avaliação da Enfermagem
Observar a história dos sintomas para determinar a disseminação e a gravidade da doença;
Avaliar a dor – nível, localização e características;
Realizar exame físico abdominal para avaliar as áreas de hipersensibilidade e presença de nódulos;
Demais alterações sentidas/percebidas: náuseas, vômitos, refluxo alimentar, disfagia, anorexia, polifagia, pirose, flatulências, prurido, hematêmese, alterações de hábitos intestinais, diarreia, constipação, sangramentos nas evacuações, perda ou ganho de peso, alteração da circunferência abdominal;
Para ajudar a fixar!
Referências bibliográficas
Cacciatori, F. A., Medeiros, J. P. F., Endometriose: uma revisão da literatura, Revista Iniciação Científica, Criciúma, v. 13, n. 1, 2015
Nácul, A. P., Spritzer, P. M., Aspectos atuais do diagnóstico e tratamento da endometriose, Rev Bras Ginecol Obstet. 2010; 32(6):298-307
Nettina, Sandra M., BRUNNER - PRÁTICA DE ENFERMAGEM, Rio de Janeiro, Guanabara, Koogan – 2014
Podgaec, Sérgio, Manual de endometriose / Sérgio Podgaec. -- São Paulo : Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2014
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