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Prof. Gabriela Silva O que é Farmacologia? • Estudo das substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de processos químicos, ligando-se especialmente a moléculas reguladoras e ativando ou inibindo processos corporais normais ou alterados Medicamento é uma preparação farmacêutica que contém o fármaco • Um medicamento é uma preparação química, que em geral, mas não necessariamente, contém um ou mais fármacos, administrado com a intenção de produzir um efeito terapêutico. • Os medicamentos geralmente contêm outras substâncias (excipientes, conservantes, solventes etc.) ao lado do fármaco ativo, para tornar seu uso mais conveniente. Drogas Remédio Sólidas • Comprimidos • Pós • Granulados • Cápsulas • Drágeas • Supositórios • Ovulos Semisólidas • Pomadas • Pastas • Cremes • Géis • Emplastros Formas Farmacêuticas Líquidas • Xaropes • Soluções • Suspensões Gasosas • Inaladores • Aerossóis Formas Farmacêuticas Vias de Administração de Medicamentos. Absorção de Medicamentos, Distribuição, Metabolismo e Eliminação Farmacocinética Quais são essas vias? • Velocidade do início de ação • Intensidade do efeito • Duração da ação do fármaco • São controladas por quatro vias fundamentais do movimento e da modificação do fármaco no organismo. Vias do movimento e da modificação do fármaco no organismo • ABSORÇÃO • DISTRIBUIÇÃO • BIOTRANSFORMAÇÃO • ELIMINAÇÃO Absorção • A absorção do fármaco desde o local de administração (entrada) permite o acesso do agente terapêutico (seja direta ou indiretamente) no plasma. • É a transferênca do fármaco do local onde é administrado (trato GI, pele, pulmão, mucosas) para os fluidos circulantes, representados especialmente pela corrente sanguínea Fatores que interferem na absorção • Via de administração • Área de absorção • Fluxo sanguíneo local • Forma farmacêutica e concentração da droga • Solução > suspensão > cápsula > comprimido > drágeas • Transporte através de membranas biológicas • Propriedades físico-químicas do fármaco • Variabilidade individual As vias de administração também interferem Via Oral Subcutânea Intramuscular Endovenosa Distribuição O fármaco pode, então, reversivelmente sair da circulação sangüínea e distribuir-se nos líquidos intersticial e intracelular. SANGUE > TECIDOS 1a. Fase: (tecidos + perfundidos/minutos) coração, fígado, rim, cérebro 2a. Fase: (horas) músculo e outras vísceras 3a. Fase: acúmulo e redistribuição Metabolização ou Biotransformação • O fármaco pode ser biotransformado (metabolizado) no fígado, nos rins ou em outros tecidos. Eliminação • O fármaco e seus metabólitos são eliminados do organismo – saída – na urina, bile ou nas fezes Vias de Administração • A via de administração é determinada primariamente pelas propriedades do fármaco (por ex: hidrossolubilidade, lipossolubilidade, ionização, etc) e pelos objetivos terapêuticos (por ex: a necessidade de um início rápido da ação, ou a necessidade de administração por longo tempo ou restrição de acesso a um local específico). Via Enteral (Digestiva) • Oral • Sublingual • Retal Via Parenteral • Intravenosa (ou intravascular, ou intra-arterial) • Intramuscular • Subcutânea Duas vias principais de administração de fármacos VIA ENTERAL • Os fármacos entram em contato com qualquer um dos segmentos do trato gastrintestinal (do grego enteron = intestino), como é o caso das vias sublingual, oral, bucal e retal. Via Enteral - ORAL • A administração do fármaco pela boca é a via mais comum, mas também é a mais variável e envolve o caminho mais complicado até os tecidos • Alguns fármacos são absorvidos no estômago; contudo, o duodeno é o principal local de entrada na circulação sistêmica devido a sua maior superfície absortiva. Via Enteral - ORAL A maioria dos fármacos absorvidos no TGI entra na circulação portal e encontra o fígado antes de ser distribuída na circulação geral. A biotransformação de primeira passagem, no intestino ou no fígado, limita a eficácia de vários fármacos quando administrados por via oral. Ex: mais de 90% da nitroglicerina são depurados por uma simples passagem pelo fígado. Via Enteral - SUBLINGUAL • A colocação sob a língua permite ao fármaco difundir na rede capilar e, por isso, entrar diretamente na circulação sistêmica. • A administração de um fármaco por essa via tem a vantagem de que o fármaco não passa pelo intestino e pelo fígado e, assim, evita a biotransformação de primeira passagem. Via Enteral - RETAL • Cinquenta por cento da drenagem da região retal não passa pela circulação portal; assim, a biotransformação dos fármacos pelo fígado é minimizada. • Tanto a via de administração retal quanto a sublingual têm a vantagem adicional de evitar a destruição do fármaco pelas enzimas intestinais ou pelo baixo PH do estômago Via Enteral - RETAL A via retal também é útil se o fármaco provoca vômito quando adminstrada oralmente ou se o paciente já se encontra vomitando. É utilizada comumente para a administração de fármacos antieméticos. VIA PARENTERAL • São vias que não interagem com o trato gastrintestinal, são denominadas parenterais (do grego para = ao lado, isto é, “que não está dentro”, e enteron = intestino). • A administração parenteral é usada para fármacos que são pouco absorvidos no TGI e para aqueles que são instáveis no TGI, como a insulina. • Assegura o melhor controle sobre a dose real de fármaco administrada ao organismo. Via Parenteral – Intravenosa ou Intravascular • Para fármacos que não são absorvidos por via oral, em geral, não há outra escolha. • Com a administração IV, o fármaco evita o TGI e, por conseguinte, a biotransformação de primeira passagem pelo fígado. • Essa via permite um efeito rápido e um grau de controle máximo sobre os níveis circulantes do fármaco. • Diferente dos fármacos usados no TGI, os que são injetados não podem ser retirados com estratégias como emese ou ligação a carvão ativado. Via Parenteral – Intravenosa ou Intravascular • A injeção IV pode inadvertidamente introduzir bactérias por meio de contaminação no local da injeção. • Pode também produzir hemólise ou causar outras reações adversas por liberação muito rápida de concentrações elevadas do fármaco ao plasma e aos tecidos. • A velocidade de infusão deve ser cuidadosamente controlada. • Preocupações similares se aplicam aos fármacos injetados por via intra-arterial. Via Parenteral - Intramuscular • Fármacos administrados por via IM podem ser soluções aquosas ou preparações especializadas de depósito – com frequência uma suspensão do fármaco em um veículo não-aquoso, como o polietilenoglicol. • A absorção dos fármacos em solução aquosa é rápida, enquanto a das preparações tipo depósito é lenta. • À medida que o veículo difunde para fora do músculo, o fármaco precipita no local da injeção. • O fármaco, então, se dissolve lentamente, fornecendo uma dose sustentada durante um período de tempo extendido. Via Parenteral - Subcutânea Requer absorção e é um pouco mais lenta do que a via IV. Minimiza os riscos associados à injeção intravascular. Quantidades mínimas de epinefrina, algumas vezes, são combinadas com o fármaco para restringir sua área de ação. A epinefrina atua como vasoconstritor local e diminui a remoção do fármaco, como a lidocaína, do local de administração). Via Parenteral - Subcutânea • Outros exemplos de fármacos utilizados por via SC incluem os sólidos, como as cápsulas de silástico contendo o contraceptivo levonorgestrel, que é implantado para uma atividade de longa duração, e também bombas mecânicas programáveisque podem ser implantadas para liberar insulina em alguns diabéticos. Outras Vias de Administração Inalação A inalação assegura a rápida oferta do fármaco através da ampla superfície da membrana mucosa do trato respiratório e do epitélio pulmonar, produzindo um efeito quase tão rápido como com a injeção IV. Essa via de administração é usada para fármacos que são gases (ex: alguns anestésicos) ou aqueles que podem ser dispersos em um aerossol. A via é particularmente eficaz e conveniente para pacientes com problemas respiratórios (ex: asma e DPOC) pois o fármaco é ofertado diretamente no local de ação e os efeitos sistêmicos são minimizados. Intranasal • A desmopressina é administrada por via intranasal no tratamento do diabetes insípido*; a calcitonina de salmão, um hormônio peptídico usado no tratamento da osteoporose, também está disponível como aerossol nasal. Intratecal / Intraventricular Algumas vezes, é necessária para introduzir fármacos diretamente no líquido cerebroespinal. Ex: Anfoterecina B é usada no tratamento da meningite criptocócica. Tópica A aplicação tópica é usada quando se deseja um efeito localizado do fármaco. Ex: A atropina é instilada diretamente no olho para dilatar a pupila e permitir mensurações de erros de refração (miopia, astigmatismo, hipermetropia). Transdermal • Proporciona efeitos sistêmicos pela aplicação do fármaco na pele, em geral por meio de um adesivo cutâneo. • A velocidade de absorção pode variar acentuadamente, dependendo das características físicas da pele no local da aplicação • Usada com mais frequência para oferta prolongada de fármacos, tais como o fármaco antianginoso nitroglicerina. BIODISPONIBILIDADE EXTENSÃO DA DROGA ( % ) QUE ATINGE A CORRENTE SANGUÍNEA AFETADA PELA VIA DE ADMINSTRAÇÃO E PELA FORMULAÇÃO FARMACÊUTICA SOLUÇÃO > EMULSÃO > SUSPENSÃO > CÁPSULA > COMPRIMIDO > DRÁGEA DROGAS DE ABSORÇÃO ENTERAIS ( ESTOMAGO E INTESTINO ) BIODISPONIBILIDADE CIRCULAÇÃO PORTA FÍGADO EFEITO DA 1ª PASSAGEM DROGAS DE ABSORÇÃO SUB-LINGUAL, INALATÓRIAS E PARENTERAIS BIODISPONIBILIDADE VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ENTERAIS X PARENTERAIS ENTERON = INTESTINO PARA = AO LADO USO TÓPICO INTERNO X EXTERNO