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RESENHA - A PRISÃO PREVENTIVA COMO GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL
Resenha Crítica de Caso: El Pais – Operação Lava Jato.
Camila de Souza Freitas
Trabalho da disciplina Prática do Processo Penal
 
 Tutor: Prof. Milay Adria Ferreira Francisco
Porto Seguro, BA
2020
A PRISÃO PREVENTIVA COMO GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA
BENITES, Afonso. El Pais – Operação Lava Jato. In El Pais Brasil. Março de 2019. Disponível em < https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/22/politica/1553288450_214915.html> Acesso em: 05 de fevereiro de 2020.
A reportagem em questão aborda sobre a decisão em que decretou a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer, do ex-ministro Moreira Franco e de outras oito pessoas, por suspeita de receber propinas em que o juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro afirma ter sido uma medida na tentativa de garantir a ordem pública, o que acabou gerando controvérsias, já que o advogado e professor criminalista José Carlos Abissamra alegou não haver provas que possam embasar a prisão, bem como não haver contemporaneidade pois o processo tramita desde 2015 e não havia mais nenhum fato novo. Entretanto o promotor Roberto Livianu já traz o posicionamento de que a decisão possui embasamento jurídico, já que os indiciados poderiam continuar a delinquir caso permanecessem em liberdade, bem como que houve contemporaneidade sim já que Temer ainda possui influência dentro do partido MDB. Assim, antes de analisar a reportagem é mister esclarecer acerca das seguintes questões:
Para a CF/88, em seu art. 5º, LVII, ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, ou seja, até a efetiva condenação, ninguém poderá ser preso, assim, fala-se, equivocadamente, em princípio da presunção de inocência, contudo, o que se presume não é a inocência, mas a não culpabilidade. Entretanto, em algumas situações, é preciso conter a liberdade de alguém, através da prisão cautelar, como na reportagem em que foi decretada a prisão preventiva.
A prisão preventiva é uma modalidade de prisão processual de natureza cautelar, uma vez que visa a tutela da sociedade, da investigação criminal e garantir a aplicação da pena, pressupondo assim a coexistência do fumus comissi delicti e do periculum libertatis, e não violando o princípio da presunção da inocência, tampouco qualquer outro direito ou garantia assegurados na Constituição Federal, bem como não visa a punição do agente, mas de impedir que volte a praticar novos delitos ou que adote conduta voltada a influenciar na instrução criminal ou na aplicação da sanção decorrente da prática delituosa (MARQUES e AHMAD, 2018).
Conforme exposto na reportagem, o juiz Marcelo Bretas decretou a prisão preventiva com a justificativa de tentar garantir a ordem pública, sendo este um dos fundamentos previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal, em que a prisão preventiva para garantia da ordem pública somente deve ocorrer em hipóteses de crimes que se revestem de especial gravidade no caso concreto, ou diante do risco de reiteradas investidas criminosas e quando presente situação de comprovada intranquilidade coletiva no seio social ou de uma determinada comunidade, sendo essa última o embasamento pata tal prisão.
Sendo assim, diante da reportagem apresentada nota-se, que a prisão preventiva decretada por Bretas na justificativa de tentar garantir a ordem pública e conforme justificativa do promotor Livianu estão em total acordo com a lei, já que em sua natureza cautelar ela não viola o princípio da presunção da inocência, e tão pouco antecipa a pena, sendo necessária para evitar que mal iminente ocorra, como os indiciados voltarem a delinquir.
Portanto, passados os demais fatos apresentados, a reportagem ora resenhada traz grande contribuição para o estudo de diversos pontos apresentados no presente curso de Pós Graduação, como a prisão preventiva e o princípio da presunção de inocência. Por fim, indica-se a leitura do caso as pessoas leigas ao assunto e aos curiosos operadores e estudantes de Direito que buscam entender melhor a problemática.
Referências:
MARQUES, Ivan Luís; AHMAD, Nidal. Completaço OAB 2ª fase: Prática penal - 2ª edição de 2018. Editora: Saraiva Jur.

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