Buscar

Construindo a Relação de Ajuda - Resenha

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Resenha do livro “Construindo a Relação de Ajuda”
Universidade: Centro Universitário UniFIPMoc
Estágio: Psicoterapia Clínica Humanista Existencial
Acadêmica: Mariana Santos Gonçalves
Curso/Período: Psicologia – 9º período
MIRANDA, Clara Feldman de; MIRANDA, Márcio Lúcio de. Construindo a relação de ajuda. Belo Horizonte: Crescer, 1999.
O livro “Construindo a relação de ajuda” faz uma discussão acerca do processo de construção das relações que envolvem um ajudador (pessoa significativa) e um ajudado (pessoa que, de uma forma ou de outra, sofre sua influência). O primeiro, apresentado como alguém dotado de habilidades interpessoais, permite um relacionamento integral e construtivo com o outro, tornando-se uma pessoa capaz de ajudar de diferentes formas através de uma relação imbricada de causas e efeitos. Ainda em um momento inicial, o autor apresenta como propostas básicas do livro os seguintes pontos: a) identificar habilidades interpessoais presentes no relacionamento do leitor com as pessoas; b) desenvolver ou reforçar essas habilidades; c) adquirir novas habilidades interpessoais.
O primeiro capítulo faz um relato inicial de um estudo realizado por Carl Rogers, no período de 1962 a 1967, com a finalidade de encontrar o porquê de alguns clientes de terapeutas “melhorarem” e outros “piorarem” e foi percebido que atitudes assumidas pelos terapeutas durante o processo psicoterápico refletiam no crescimento do cliente. Através disso, foi alcançada a seguinte afirmação: o crescimento do cliente é função de determinadas atitudes assumidas pelo terapeuta durante o processo psicoterápico, a partir da qual a autora irá basear a discussão dos próximos pontos, que serão apresentados como as dimensões (atitudes) do terapeuta, capazes de serem transformadas em comportamentos, além dos seus efeitos sobre o cliente. Entre essas atitudes básicas assumidas pelo terapeuta na sua relação com o cliente, destacam-se seis: empatia, que seria a capacidade de se colocar no lugar do outro; a aceitação incondicional ou respeito que é a capacidade de acolher o outro integralmente, sem julgamento ou condições; a congruência que significa a capacidade de se mostrar ao outro de maneira autentica e expressar seus verdadeiros sentimentos; a confrontação sendo a capacidade de perceber e comunicar ao outro as incoerências dos seus comportamentos; a imediaticidade que é a capacidade de trabalhar a própria relação terapeuta- cliente; e a concreticidade que é a capacidade de decodificar a experiência em elementos específicos, objetivos e concretos. Além disso, destaca-se a importância do grau ou nível em que elas devem ser apresentadas e o momentos que devem ser introduzidos na relação terapêutica de ajuda e, dependendo do nível em que são apresentadas podem ser considerada responsivas ou inciativas. Como efeitos no cliente, foram elencados quatro possíveis respostas: Mudança nos construtos pessoais, que seria a transformação das crenças e valores do cliente, havendo uma flexibilização desses valores; a proximidade da experiência de modo que se desenvolva a habilidade de autoconhecimento e aproximação da sua própria experiência; a entrega ao relacionamento podendo se abrir livremente e manter uma relação de confiança com o ajudador; e a mudança na expressão dos problemas, mudando a forma como expressa seus sentimentos e aumentando a capacidade de falar sobre suas questões de conteúdo interno.
A partir disso, desenvolveu-se o “Modelo de Ajuda”, que consiste na operacionalização das habilidades interpessoais e dos efeitos sob o cliente. São quatro as principais habilidades necessárias ao ajudador: Sintonizar, comunicar disponibilidade e interesse pelo ajudado; Responder, comunicar compreensão pelo ajudado; Personalizar mostrando ao ajudado sua parcela de responsabilidade no problema que está vivendo; Orientar o ajudado a avaliar as alternativas de ações possíveis, facilitando a escolha. Como resposta dessas habilidades no processo de ajuda, destacaram-se as fases que o ajudado passa durante a psicoterapia: Envolver-se, tendo a capacidade de se entregar ao processo de ajuda; Explorar, possuindo a capacidade de avaliar a situação real em que se encontra no momento do processo de ajuda, definido com clareza, onde está; Compreender, estabelecendo ligações de causa e efeito entre os vários elementos presentes em sua vida, de modo a ser capaz de definir usa meta: onde quer chegar; e Agir, escolhendo o melhor caminho compreendendo como chegar lá. Ainda nesse primeiro capítulo, os autores fazem uma identificação e distinção das pessoas envolvidas na relação através de perguntas: quem precisa de ajuda? e quem pode ajudar?. Ao desenvolverem as respostas à tais perguntas, destaca-se que o ajudado é apresentado como uma pessoa a quem faltam algumas habilidades de vida e a quem faltaram o estabelecimento de relações saudáveis e construtivas, sofrendo ele a influência dessa falta em diversas áreas de sua vida. Em contrapartida, o ajudador é apresentado como aquele que aprendeu as habilidades de ajuda e que ajuda e a ama a si mesmo, sendo assim capacitado a amar o outro em um “ciclo do amor” por meio de uma disponibilidade interna à ajuda no decorrer do processo, chegando ao resumo da ajuda como o resultado da soma de todos esses componentes. 
Os capítulos seguintes, nomeados a partir das dimensões do terapeuta citadas acima, seguem-se como degraus, partindo do pressuposto de que “a cada habilidade do terapeuta corresponde um comportamento do ajudado”. No segundo capítulo é retratado o passo “Sintonizando”, no qual os autores irão discutir as maneiras não-verbais do ajudador comunicar com o ajudado, de modo a dar início a interação com ele antes mesmo de encontrá-lo, ou antes mesmo de iniciar uma relação. Destaca-se a preparação do ambiente, como a decoração (combinação de cores, disposição de móveis, igualdade das cadeiras, limpeza e conservação, presença de quadros e objetos), a qual pode, desde o início, refletir em um local acolhedor e que comunica interesse. Ademais, ainda nesse momento do ajudador sintonizar com o ajudado, destacam-se os momentos seguintes: o acolhimento (que diz de atitudes importantes para o processo, como um cumprimento caloroso, e o uso do nome próprio da pessoa); o atendimento (frisando mensagens que o corpo transmite disponibilidade, por meio da aproximação, do contato visual, de uma fisionomia receptiva, de uma concentração significativa etc.); a observação (que implica em uma observação efetiva de mensagens não-verbais que o ajudador também pode estar comunicando através do corpo, ressaltando a diferenciação desta com inferências); e por fim a escuta (uma habilidade que irá começar a lidar com o aspecto verbal da interação, com níveis desde ao mais superficial ao mais profundo).
A partir da construção das bases da relação, através da sintonização, seguem-se as demais, nomeadas como "Respondendo”, Personalizando” e “Orientando”. De uma maneira geral, todos esses próximos degraus da construção da relação contam com a participação ativa do ajudado, a medida que vão respondendo ao processo, fazendo valer o “Modelo de Ajuda” citado acima. O passo “Respondendo” conta com a resposta do ajudador ao conteúdo, ao sentimento, ao comportamento, às perguntas, e aos seus próprios sentimentos, comunicando ao ajudado uma compreensão à tudo o que lhe é dito (em todos esses âmbitos). Nos dois últimos passos (Personalizando e Orientando), destaca-se que são momentos em que o terapeuta se encontra mais diretivo, com mais liberdade para acrescentar sua própria percepção, e para comunicar pontos importantes para o ajudado, como sua parcela de responsabilidade sobre sua situação atual (“transformando a vítima em agente”) e possíveis orientações futuras ao fim do processo, sendo este passo considerado como opcional.

Continue navegando