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1 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
 
2 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
8. Do Estatuto Jurídico dos Presos 
 
1. Dos Beneficiários dos direitos e deveres dos presos. 
Segundo o principio da legalidade previsto no “caput” do artigo 3º da LEP, que prevê que, “Ao 
condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”. Isso prova 
que o rol dos direitos é exemplificativo, ou seja, o preso só terá afetado os direitos que a sentença ou lei atingir. 
Os Direitos e Deveres se estendem aos presos definitivos, provisórios, no que couber e ao 
internado. Isso fica claro quando observamos a suspensão dos direitos políticos, que só atingirá os presos 
definitivos, continuando, portanto os presos provisórios a gozar desse direito. 
 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
 
... 
 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
 
2. Dos Deveres dos presos 
 Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às 
normas de execução da pena. 
 Art. 39. Constituem deveres do condenado: 
 I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença; 
Aqui nada mais é do que um desdobramento inerente a qualquer “amontoado de pessoas”, a 
fim de garantir a ordem e manutenção de disciplina. Já a segunda parte desse inciso ratifica o óbvio, ou seja, se 
submeter às imposições impostas pelo Estado, seja de privação de liberdade, restrição de direitos. 
 II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; 
Observemos aqui que para a manutenção da disciplina e da ordem dos estabelecimentos 
penais é de suma importância que o apenado obedeça e respeite o servidor ou qualquer pessoa com que deva 
se relacionar, no caso de descumprimento desse dispositivo estará o apenado sujeito a uma falta grave, art. 50, 
VI, LEP (trata-se de uma falta grave comum tanto para quem cumpre pena privativa de liberdade, bem como 
para quem cumpre pena restritiva de direitos), além da infração penal respectiva imposta dependendo do caso 
concreto, se caracteriza-la (resistência, desacato, desobediência etc.). 
 III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; 
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Aqui se encontra mais um dispositivo, a fim de garantir a ordem e disciplina dos 
estabelecimentos penais. 
 IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à 
disciplina; 
Observe que desdobrando esse inciso temos dois deveres que havendo descumprimento de 
qualquer um deles o apenado estará sujeito à faltas graves. No caso da Fuga prevista no art. 50, II, LEP e no caso 
de subversão à ordem ou à disciplina a previsão está no art. 50, I, LEP. Assuntos que desdobraremos no capítulo 
relacionado à disciplina do preso. 
 V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; 
Trabalho é um misto de direitos e dever; direito, pois gera o resgate de parte da pena a 
cumprir e dever, pois no caso da não execução do trabalho gera uma falta grave prevista no art. 50, VI e art. 51, 
III, sendo, portanto, uma falta grave aplicável tanto para quem cumpre pena privativa de liberdade, bem como 
para aquele que cumpre pena restritiva de direitos. 
 VI - submissão à sanção disciplinar imposta; 
Cometido à falta disciplinar o preso está sujeito a sanção disciplinar de acordo com a falta 
aplicada, aplicada a sanção disciplinar o apenado deverá ser submetido a ela. 
 VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; 
 O art. 29, § 1° da LEP já prevê que a remuneração do preso deverá atender a indenização dos 
danos causados pelo crime. Previsão essa que também existe no Código Penal (art. 91, I, CP) e Código de 
Processo Penal (art. 336). 
 VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, 
mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho; 
Mais um inciso inócuo previsto na LEP, pois a remuneração do preso já atende diversos 
outros fins (indenização à vítima, assistência à família, pequenos gastos pessoais), sinceramente, dificilmente o 
salário conseguirá atender esse dispositivo. 
 IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; 
Aqui temos um dispositivo que garante a limpeza da cela e da higiene pessoal do apenado, 
inclusive prevendo o decreto 8897/86, que regulamenta o Sistema Penal do Estado do Rio de Janeiro, pelo não 
cumprimento desse dispositivo a previsão de uma falta leve. 
 X - conservação dos objetos de uso pessoal. 
 Aqui temos um dispositivo que cuida da preservação dos objetos fornecidos pelo Estado, o 
decreto 8897/86 prevê também uma falta leve. 
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 Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo. 
3. Dos Direitos dos Presos 
Art. 41 - Constituem direitos do preso: 
 I - alimentação suficiente e vestuário; 
São espécies de assistência material, como já vimos outroramente. 
 II - atribuição de trabalho e sua remuneração; 
Já comentado anteriormente, no inciso V, art. 39. 
 III - Previdência Social; 
Ao preso será garantida a previdência social, mas não fará jus a CLT. E de acordo com o art. 
23, VI, da LEP, é de competência do serviço social providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da 
Previdência social e do seguro por acidente no trabalho. Deixar claro que a garantia previdenciária não ocorre 
de forma coativa, este direito decorre de desconto voluntário pelo próprio preso. 
 IV - constituição de pecúlio; 
Tema já comentado dentro da distribuição da remuneração do preso. 
 
 V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; 
 Temos aqui o primeiro direito relativo que o próprio diretor do estabelecimento, por ato 
motivado poderá restringir. 
 VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que 
compatíveis com a execução da pena; 
 Garante-se a prática dessas atividades, quando anteriormente já eram praticadas pelo 
apenado, quando compatíveis com execução da pena, visando sempre a ressocialização do apenado. 
 VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; 
Assunto comentado no capítulo específico acerca de assistências. 
 VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; 
Esse instituto prevê a proibição da exposição indevida pelos meios sociais, previsão essa que 
já estava prevista na convenção americana de direitos humanos (arts. 11, itens 1, 2 e 3, e item 14, item 3) e claro 
na CF/88 no artigo 5°, inciso X. 
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Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade 
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade. 
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, em sua família, em seu 
domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação. 
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais ofensas. 
Artigo 14 - Direito de retificação ou resposta 
... 
3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publicação ou empresa jornalística, cinematográfica, de 
rádio ou televisão, deve ter uma pessoa responsável, que não seja protegida por imunidades, nem goze de foro 
especial. 
Art. 5°, CF 
... 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;Esse instituto garante ao advogado e seu cliente a comunicação reservada e pessoal, 
ratificada também pelo art. 7°, inc. III da lei 8.906/94. 
Art. 7º São direitos do advogado: 
... 
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem 
presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; 
Percebemos que esse direito garante entrevista pessoal e reservada, ou seja, não pode haver 
agentes penitenciários no mesmo local, sob o argumento de garantir a segurança do advogado, uma vez que a 
entrevista é reservada. 
Outra questão levantada é acerca da gravação da comunicação entre preso e advogado, 
Rogério Sanches Cunha, garante que em regra não, ferindo garantias constitucionais indisponíveis. Entretanto, 
sabendo que as liberdades públicas não são mais entendidas em sentido absoluto, desaparecerá a ilicitude de 
qualquer violação quando houver fundadas suspeitas das entrevistas estarem servindo, na verdade, para a 
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prática de infrações penais. Nesse caso, a gravação se legitima como importante instrumento para a garantia da 
ordem pública e das liberdades alheias. 
Outra questão é a possibilidade da entrevista entre o preso e o seu cliente por meio de vídeo 
conferência, percebemos que literalmente não é permitido, uma vez que a lei é clara ao trazer expresso que a 
entrevista é pessoal, logo, não permitindo a entrevista por meio de vídeo conferência. Porém, com o advento da 
tecnologia e a própria evolução dos meios tecnológicos, pessoalmente, não vejo óbice em relação a essa prática. 
 X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; 
Aqui tem-se mais um direito relativo, como já comentamos no inc. V desse mesmo artigo. Já 
no tocante a visita íntima, apesar de não haver previsão legal acerca de ser um direito, a doutrina moderna já 
entende como tal, entretanto o decreto 8897/86, que regulamenta o sistema penal do estado do Rio de Janeiro, 
prevê ainda como regalia. 
 XI - chamamento nominal; 
Impede aqui o chamamento através de número ou como objeto. 
 XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; 
Temos aqui o desdobramento do Princípio da Isonomia ou igualdade, esse princípio em regra 
proíbe a distinção de qualquer natureza como regra, porém com o intuito de garantir a isonomia material, 
permite-se distinção, por exemplo, de cunho sexual (mulheres) e etário (maiores de 60 anos). 
 XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; 
Segundo o decreto 8897/86, há a previsão de disponibilidade de ao menos 3 horas pelo 
diretor para audiência com o preso, sendo atendido em ordem cronológica. 
 XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; 
Temos aqui um instituto que reforça a previsão do direito de petição constitucionalmente 
previsto no art. 5°, XXXIV, da CF. 
Art. 5°, CF 
... 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
 XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios 
de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. 
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Aqui temos o último direito relativo previsto no rol de direitos destinado aos presos. Assunto 
já comentado nos incisos V e X desse mesmo artigo. 
Sabemos que o art. 5°, inc. XII da CF, garante o sigilo das correspondências. 
Art. 5° 
... 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
Porém, o questionamento feito é acerca da possível inviolabilidade das correspondências. 
Para explicar esse inciso faremos a mesma anotação que fizemos no inc. IX, outroramente, ou seja, desde que 
haja suspeitas de cometimentos de infrações penais o sigilo não é absoluto, podendo, então, para garantir a 
ordem pública o sigilo poderá ser quebrado. 
 XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade 
judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 13.8.2003). 
Visando evitar a hipertrofia da pena o legislador acrescentou através da lei 10.713/03 a 
obrigatoriedade da emissão de pena a cumprir, sob pena de responsabilidade da autoridade judiciária. 
 Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos 
mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. 
Como já comentamos anteriormente o rol de direitos possui três direitos relativos, que 
podem ser restringidos pelo diretor do estabelecimento, por ato motivado. A restrição desses direitos é 
consectário da aplicação da sanção principal de suspensão ou restrição de direitos, como veremos 
especificamente no capítulo referente à disciplina. 
 
9. Da disciplina 
 
a. Conceito de Disciplina 
O conceito de disciplina está expresso no “caput” do art. 44 da LEP, onde o legislador deixou 
bem claro que a disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das 
autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho. 
 
b. Sujeitos a Disciplina 
O parágrafo único do art. 44 prevê que estão sujeitos à disciplina o preso condenado a pena 
privativa de liberdade, o preso condenado a pena restritiva de direitos e claro o preso provisório. Observe que 
o legislador, por questões óbvias não acrescentou o internado, uma vez que esse não tem o desenvolvimento 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.713.htm#art1
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mental completo para compreender suas ações, não sendo, portanto sujeito a disciplina como consectário de 
sanções disciplinares. Todavia, o Estado garantirá através de medidas próprias voltadas para esses pacientes 
formas de garantia da manutenção da disciplina dos hospitais psiquiátricos (medicações, terapias...) visando 
sempre à cura ou tratamento do inimputável ou semi-imputável, quando a pena desse for substituída por 
medida de segurança. 
 
c. Características das Sanções Disciplinares 
O “caput” 45 da LEP tem como base o Principio da Legalidade, ou seja, não podendo haver 
sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar (Anterioridade e reserva legal). 
Os parágrafos desse artigo submetem-se ao Princípio da humanização impedindo sanções 
que coloquem em perigo a integridade física e moral do condenado, vedando também celas escuras e sanções 
coletivas, tendo que observar a Princípio da personalização penal, devendo, então, na aplicação das penas cada 
reeducando responder na medida de sua culpabilidade. 
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou 
regulamentar. 
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado. 
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. 
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. 
d. Da ciência das Normas Disciplinares 
 O preso ou denunciado ao ingressar deverá ser cientificado das normas disciplinares, 
recebendo no ingresso de sua pena ou prisão cautelar uma cartilha informando que condutas podem trazer 
como consectários sanções disciplinares. 
O analfabeto será cientificado verbalmente (art. 31, da resolução 14 do CNPCP). 
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado 
das normas disciplinares. 
e. Do Poder Disciplinar 
Percebemos, que temos como regra de competência do poder disciplinar, tanto para quem 
cumpre pena privativade liberdade; como para quem cumpre pena restritiva de direitos, a tutela da autoridade 
administrativa (diretor do estabelecimento), porém competência essa que se limita ao cometimento de faltas 
leves e médias, já que essas não geram consectários como regressão, perda de dias remidos, revogação da saída 
temporária, conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade. Diferentemente das faltas 
graves, que podem trazer esses consectários, diante do cometimento dessa falta a autoridade administrativa 
deverá representar ao Juiz da execução para fins de aplicações dessas consequências. 
9 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela 
autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares. 
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela 
autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado. 
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos 
artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. 
 
10. Das Faltas Disciplinares 
 
a. Do Conceito 
 As faltas se dividem em faltas se dividem em leves, médias e graves, sendo somente essa 
última prevista na LEP, ficando as leves e médias a cargo da legislação local (no RJ, por exemplo, está prevista 
do Decreto 8897/86). O legislador deixou claro ainda que a falta tentada se equipara a falta consumada, assunto 
que desenvolveremos ao longo das explanações das faltas. 
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local 
especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. 
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. 
b. Faltas Graves exclusivas das Penas Privativas de Liberdade 
 
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: 
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; 
Observe que o legislador previu a punição tanto do mentor, bem como do que participa da 
ação. Logo, um preso que fomenta na cabeça dos seus companheiros de cela, que os mesmos devem fazer greve 
de fome devido às condições que estão submetidos, porém seus colegas não colocam em prática a incitação 
desse preso, diante do supramencionado esse preso será punido com uma falta grave diante do núcleo incitar. 
Exemplos dessa falta é a greve de fome, recusa de trabalho... Não se necessita de violências 
ou ameaças. E nem se o motivo da reivindicação é justo. 
Observe que basta apenas um único preso para se configurar essa falta, porém se houver 
pluralidade cada preso responderá na medida de sua culpabilidade, por não haver sanção de caráter coletivo. 
Para finalizar conforme lição do mestre Rogério Sanchez o essa falta grave pode gerar o crime previsto no 
artigo 354 do CP. 
Motim de presos 
 Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão: 
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 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. 
Crime de Motim (art. 354 do CP) Falta Grave (art. 50, I da LEP) 
Exige dolo Não exige dolo 
Exige pluralidade de presos Basta a participação de um único preso 
II - fugir; 
A fuga é considerada falta grave. Vale observar que havendo violência além de configurar a 
falta grave teremos um crime previsto no art. 352 do CP, observe que esse crime tem como possível autor o 
internado sujeito à medida de segurança detentiva (internação em hospital psiquiátrico), logo, um inimputável 
que foge com violência está sujeito a somente a uma infração penal, já o imputável que foge com violência está 
sujeito a uma falta grave e infração penal. 
Atualmente, há o entendimento de que o preso que estiver fora do estabelecimento e não 
regressa, está cometendo também essa falta. 
A fim de enriquecer mais ainda nosso conhecimento finalizarei essa falta com um comentário 
de uma questão que versava acerca de fuga de clínica para tratamento de dependente químico, Marcelo Uzeda 
de Faria traz esse comentário, “o condenado a cumprimento da pena em regime semiaberto a quem é concedida 
a permissão de saída para tratamento de dependência química, continua sob a custódia do Estado, não perdendo 
a condição de preso. Assim, ao aproveitar-se dessa situação para fugir da clínica, comete falta grave, sujeitando-
se à regressão de regime.” 
 
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; 
 Observe aqui que o legislador visa à garantia da integridade física dos presos, punindo um 
preso que possua qualquer objeto que seja capaz de ofender a integridade física de outrem, nesse conceito é 
inserido objeto material impróprio, por exemplo, uma escova de dente em que seu cabo é amolado, sendo capaz 
assim de ofender a integridade física de outrem. 
IV - provocar acidente de trabalho; 
Percebemos aqui que o legislador visa punir com falta grave o preso que provoca 
dolosamente acidente de trabalho (visando impedir a fraude laboral ou estelionato laboral), visando gozar da 
remição ficta, ou seja, esse instituto garante ao preso que sofre acidente no trabalho e, atualmente, no estudo, 
de forma natural, a continuar gozando dos dias remidos, mesmo sem estar trabalhando na prática. Logo, se um 
preso provoca um acidente visando gozar desse direito, além de, obviamente, não gozar do mesmo, ainda estará 
cometendo uma falta grave perdendo, atualmente, até 1/3 dos dias remidos. 
Outro questionamento que devemos fazer acerca desse assunto é no caso do preso que 
provoca um acidente no estudo, como percebemos acima o legislador não trouxe expresso tal conduta, até 
11 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
mesmo porque essa falta surgiu com o advento da LEP e a possibilidade da remição ficta pelo acidente no estudo 
surgiu com a lei 12433/11, que acrescenta a remição pelo estudo e seus consectários lógicos na LEP, então, o 
legislador estendeu a possibilidade, justamente, da remição ficta, àquele que sofre acidente no estudo e o 
impossibilita de tal, porém não puniu a conduta dolosa da provocação do acidente, logo, sob o risco de ferir o 
Princípio da legalidade, previsto expressamente no “caput” do art. 45, LEP, a conduta em comento não gerará 
falta alguma, por falta de expressa cominação legal. 
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; 
O preso que está no regime aberto a ele são impostas condições obrigatórias e a critério do 
juiz da execução podem ser impostas condições facultativas (art. 115, LEP). Logo, havendo descumprimento 
dessas obrigações impostas o preso cometerá falta grave. 
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a 
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007) 
Percebe-se aqui que o legislador teve como objetivo impedir que os apenados continuem se 
comunicando com o mundo externo ou até mesmo a comunicação com os outros presos. 
É de conhecimento geral que de dentro dos estabelecimentos penais emanam as ordens de 
crimes que acontecem do lado externo, logo, a fim de atender um clamor da sociedade, em 2007 foi acrescentada 
na LEP pela lei 11.466 a previsão dessa conduta. Apesar de na prática não ter mudado muito... 
Enfim, encontrado o preso com aparelho será punido com falta grave. É entendido que a posse 
de fragmentos que são indispensáveis para efetuar a ligação também configura a falta grave (carregadores, chip, 
bateria, carcaça...). 
Por fim, elencaremos as condutas que podem gerar infrações penais em torno desse assunto. 
Temos dois crimes que giram em torno dessa conduta, um para o servidor publico que de alguma forma deixa 
de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico...Crime previsto no art. 319-A, CP (Prevaricação imprópria) e 
outro crime relacionado é a conduta do particular de ingressar ou de alguma forma facilitar a entrada do 
aparelho celular em estabelecimento prisional. Crime previsto no art. 349-A, CP (Favorecimento Real). 
 Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso 
o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com 
o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). 
 Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de 
comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído 
pela Lei nº 12.012, de 2009). 
 Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009). 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11466.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11466.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12012.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12012.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12012.htm#art2
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Por fim o legislador expressa novamente o que já comentamos anteriormente sobre a 
possibilidade, no que couber, de se aplicar ao preso provisório as faltas. 
 
c. Faltas Graves exclusivas das Penas Restritivas de Direitos 
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: 
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; 
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; 
 O legislador elencou faltas graves exclusivas para quem cumpre pena restritiva de direitos 
é claro que as sanções disciplinares consecutivas que decorrem do cometimento da falta grave, não o afetam 
como afetam o preso que cumpre pena privativa de liberdade. Daí surge a pergunta, quais consequências um 
apenado cumprindo pena restritiva de direitos sofrerá? A resposta é simples e com certeza, afetará esse 
reeducando. O art. 181, § 1°, d e § 2°, da LEP prevê a conversão dessa pena em privativa de liberdade. 
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na 
forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. 
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: 
... 
d) praticar falta grave; 
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao 
estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade 
determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo 
anterior. 
d. Faltas Graves Comuns das Penas Privativas de Liberdade e Restritivas de 
Direitos 
Art. 50. 
... 
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. 
Art. 51. 
... 
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. 
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão 
da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, 
ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, 
de 2003) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
13 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
Observamos aqui que a inobservância dos deveres previstos nos incisos II e V, do art. 39, da 
LEP figura como falta grave tanto para quem cumpre pena privativa de liberdade, bem como para quem cumpre 
pena restritiva de direitos, sendo, portanto, uma falta grave comum. 
Já o cometimento de crime doloso, única falta grave que não está contida no rol dos artigos 
50 e 51, da LEP, sendo, necessário para tal previsão recorrer ao “caput” do art. 52 da LEP. Não quer dizer que o 
rol dessas faltas é exemplificativo, o rol continua sendo taxativo, pois não poderá haver outras condutas punidas 
com essa natureza, que não sejam essas já previstas anteriormente. 
 
 
1. Das Sanções Disciplinares 
 
1.1. Das Sanções Principais 
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: 
I - advertência verbal; 
II - repreensão; 
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único); 
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento 
coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. 
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003). 
O artigo 53 elenca o rol das sanções disciplinares principais, ficando por conta do decreto 
8897/86 elencar as sanções secundárias conexas que poderão ser aplicadas em conjunto com as sanções 
principais (assunto que desdobraremos melhor nos comentários ao decreto 8897/86). 
 
1.2. Cabimento 
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as 
circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de 
prisão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta 
Lei. 
O artigo 57 e seu parágrafo único trazem, respectivamente, os fatores subjetivos e objetivos 
para aplicação das sanções disciplinares, no “caput” do art. 57 temos que avaliar os requisitos subjetivos, já o 
parágrafo único prevê o enquadramento das faltas graves a somente duas sanções disciplinares possíveis 
(suspensão ou restrição de direitos e isolamento na própria cela ou local adequado), mais a frente veremos que 
o prazo para essa natureza de falta varia de 15 a 30 dias, então o diretor do estabelecimento ao aplicar essas 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art53v
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art57
14 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
sanções, no caso de cometimento de faltas graves, estará vinculado a essas duas sanções (aplicando somente 
uma, obviamente, na proporção da avaliação dos fatores subjetivos), como também o período de permanência 
nas mesmas será avaliado de acordo com os fatores subjetivos previstos no “caput” do art. 57, da LEP. 
 
1.3. Prazo 
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, 
ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução. 
O art. 58, da LEP, expressa que o prazo máximo das punições originárias de cometimento de 
faltas graves não pode extrapolar 30 dias, porém não estipula o prazo mínimo, tendo que recorrer ao decreto 
8897/86 para buscar esse que, nos casos de faltas graves, serão 15 dias no mínimo. Ou seja, nas faltas graves o 
período ao qual o apenado estará sujeito à sanção disciplinar será de no mínimo 15 dias até no máximo 30 dias. 
O parágrafo único do art. 58 é uma redundância na previsão do poder disciplinar, pois 
originariamente o poder disciplinar decorre da competência da autoridade administrativa (com exceção da 
aplicação do RDD), porém deve-se comunicar o juiz da execução, não só para evitar hipertrofia da sanção, mas 
também para aplicar os consectários provenientes do cometimento da falta grave (Regressão, perda dos dias 
remidos, perda da saída temporária...). 
 
1.4. Competência de Aplicação 
 
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53serão aplicadas por ato motivado do diretor do 
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente. 
 Como já comentado anteriormente as sanções previstas nos incisos de I a IV do art. 53, da 
LEP, são de competência, em regra, do diretor do estabelecimento (mais a frente veremos que no caso da 
aplicação do isolamento na própria cela o diretor precisa convocar o conselho disciplinar), porém veremos mais 
a frente também que quando falamos em aplicação do RDD (regime disciplinar diferenciado) essa competência 
é do juiz da execução, porém não a faz de ofício, precisando, portanto, ser motivado. 
 
1.5. Prescrição das sanções discipl inares 
A fim de elucidar toda e qualquer divergência trarei aqui as palavras do ilustre Sr. Marcelo 
Uzeda de Faria, vejamos, “Segundo entendimento pacífico dos tribunais superiores é de três anos o prazo 
prescricional para aplicação de sanção administrativa disciplinar decorrente da prática de falta grave no curso 
da execução penal, uma vez que, ante a inexistência de legislação específica acerca da matéria, aplica-se o 
disposto no art. 109, VI, do Código Penal, considerando-se, assim, o menor lapso temporal previsto. O dies a quo 
da contagem da margem prescricional é a data da consumação da falta disciplinar, sendo que, no caso de fuga 
do estabelecimento prisional, por se tratar de infração disciplinar de natureza permanente, a contagem tem 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art58
15 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
como termo inicial a data de recaptura do apenado, momento em que se tem como cessada a permanência, nos 
exatos termos do art. 111, inciso III, do Código Penal (v. HC 140.870/RS, quinta turma, DJe 29/03/2010 e agRg 
no HC 142.454/SP, Sexta Turma, DJe 10/05/2010). 
Fiz questão de trazer esse assunto em um tópico a parte a fim de elucidar as possíveis dúvidas dos meus alunos 
e leitores. 
A primeira pergunta que surge é – Sanção disciplinar prescreve? 
Sim, prescreve no menor tempo possível de acordo com o artigo 109, VI, do CP, que atualmente são 3 anos. 
 Prescrição antes de transitar em julgado a sentença 
 Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste 
Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada 
pela Lei nº 12.234, de 2010). 
 I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
 II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; 
 III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; 
 IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
 V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 
 VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, 
de 2010). 
1.6. Dos consectários da falta grave 
 
Consectários da Falta grave 
Interfere Não interfere 
PROGRESSÃO: interrompe o prazo para a 
progressão de regime (Súmula 534-STJ).  
REGRESSÃO: acarreta a regressão de 
regime.  SAÍDAS: revogação das saídas 
temporárias.  REMIÇÃO: revoga até 1/3 do 
tempo remido.  RDD: pode sujeitar o 
condenado ao RDD. 
 DIREITOS: suspensão ou restrição de 
direitos.  ISOLAMENTO: na própria cela ou 
em local adequado. 
 CONVERSÃO: se o réu está cumprindo 
pena restritiva de direitos, esta poderá ser 
convertida em privativa de liberdade. 
 LIVRAMENTO CONDICIONAL: não 
interrompe o prazo para obtenção de 
livramento condicional (Súmula 441-STJ). 
 INDULTO E COMUTAÇÃO DE PENA: não 
interfere no tempo necessário à concessão 
de indulto e comutação da pena, salvo se o 
requisito for expressamente previsto no 
decreto presidencial (Súmula 535-STJ). 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12234.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12234.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12234.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12234.htm#art2
16 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
 
 
1.7. Resumo das Sanções Disciplinares 
 
Sanções Principais Cabimento da Falta Prazo Competência Observações 
Advertência Verbal Leve - 
Diretor do 
estabelecime
nto 
- 
Repreensão Leve - 
Diretor do 
estabelecime
nto 
- 
Suspensão ou 
restrições de 
direitos 
Média 
 
1 a 15 dias Diretor do 
estabelecime
nto 
Aqui são restringidos os direitos 
relativos previstos no art. 41, V, X 
e XV. Grave 15 a 30 dias 
Isolamento na 
própria cela ou em 
local adequado 
Média 1 a 15 dias 
Conselho 
disciplinar, 
que é 
composto 
pelo diretor e 
pela CTC. 
Vale observar aqui que o diretor 
para aplicar o isolamento terá que 
convocar o conselho disciplinar. Grave 15 a 30 dias 
Inclusão no RDD 
Hipóteses 
exclusivas (“caput” 
art. 52, §1° e §2°). 
-Prática de crime 
doloso, que gere 
subversão a ordem 
ou disciplina; 
-Risco a segurança 
do estabelecimento 
penal ou da 
sociedade; 
-Suspeita em 
envolvimento ou 
participação, a 
qualquer título, em 
organização 
criminosa, 
quadrilha ou bando. 
1° Vez – Até 
360 dias. 
2° vez – até 
1/6 da pena 
aplicada; 
3° vez – até 
1/6 da pena 
aplicada; 
. . . . 
. . . . 
. . . . 
Clausula 
jurisdicional, 
desde que 
motivado pelo 
diretor, 
autoridade 
administrativ
a ou MP (art. 
68, II, a) 
Comentários às clausulas do RDD: 
Cuidado com a 1° hipótese, pois só 
o cometimento de crime doloso 
gera falta grave, para gerar RDD 
além do cometimento do crime 
doloso é necessário gerar 
subversão a ordem. 
Na 2° hipótese o legislador 
explicitou preso condenado, 
provisório, nacional ou 
estrangeiro, porém as três 
hipóteses se aplicam a todos – 
nacionais, estrangeiros, 
provisórios e condenados. 
Na 3° hipótese a doutrina corrige a 
simples suspeita para inclusão no 
RDD, sendo necessário, portanto, 
prova fundamentada. 
 
 
 
 
 
17 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
1. Do Regime Disciplinar Diferenciado 
 
1.1. Do conceito 
 Como define o grande mestre Rogério Sanches Cunha “O RDD não é uma quarta espécie de 
regime de cumprimento de pena, mas sim a mais severa sanção disciplinar imposta ao preso autor das hipóteses 
de cabimento no RDD”. 
 
1.2. Hipóteses de Cabimento 
 
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão 
da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, 
ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, 
de 2003). 
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, 
nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento 
penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003). 
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado 
sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em 
organizações criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003). 
O caput do art. 52 e os parágrafos 1° e 2° desse mesmo dispositivo elenca o rol taxativo de 
hipóteses possíveis ao apenado nacional, estrangeiro, provisório e definitivo serem incluídos no RDD. 
Vamos à primeira hipótese, então de inclusão no RDD, quando há o cometimento de crime 
doloso que tenha como consequência a subversão a ordem ou disciplina interna gera a primeira hipótese de 
inclusão no RDD. Cuidado, pois só o fato de gerar subversão a ordem caracteriza falta grave e só o fato de gerar 
crime doloso caracterizara também só falta grave, logo, para termos uma hipótesede RDD é necessário que 
ocorram os dois simultaneamente, ou seja, um preso que mata outro que é de facção diferente e devido a essa 
ação os membros da facção do preso assassinado fazem uma rebelião no estabelecimento penal, gera uma 
hipótese de cabimento no RDD para o preso que praticou a conduta inicial. 
Como já comentamos anteriormente apesar de somente vir expresso nessa hipótese que o 
RDD se aplica ao preso nacional, estrangeiro, definitivo e provisório, adotaremos a corrente que nas três 
hipóteses possíveis de RDD os mesmos estão sujeitos. 
A terceira e última hipótese de cabimento no RDD visa à separação através dessa sanção do 
“mentor” das ações criminosas, tentando coibir dessa forma ações orquestradas por quadrilhas, bandos ou 
organizações criminosas. Observe, ainda, que o legislador se expressa para inclusão nessa hipótese de RDD a 
tão somente fundada suspeita, porém a doutrina corrige tal previsão, uma vez que para inclusão numa sanção 
tão drástica só a fundada suspeita não basta necessitando de provas materiais. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
18 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
 
1.3. Características do RDD 
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione 
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da 
sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela 
Lei nº 10.792, de 2003) 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta 
grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 
2003) 
 * Até 360 dias, quando não há repetição de hipótese de cabimento. 
 * Havendo repetição de nova hipótese de cabimento  até 1/6 da pena aplicada. 
 * Havendo repetição de nova hipótese de cabimento novamente  até 1/6 da pena aplicada. 
OBS.: Não há limite para nova repetição. 
 Então, por exemplo, um condenado que cumpre uma pena de 12 anos na primeira vez poderá ficar 
até 360 dias, se cometer novamente até dois anos (1/6 de 12 = 2 anos), se cometer novamente dois anos 
novamente e assim sucessivamente sem limite de inclusão sucessivo. 
 Só para explanar esta é a corrente majoritária. Porém existe uma corrente minoritária que 
considera no caso de reincidência o prazo máximo de 1/6 da pena, ou seja, as reincidências somadas não 
poderão ultrapassar dois anos no caso acima. 
 Caso Prático  Considerando o mesmo prazo acima de 12 anos o preso que cometer uma 
hipótese de cabimento para aplicação no RDD ficará no primeiro caso até 360 dias, no segundo até 1/6 da pena 
aplicada, na próxima reincidência o que sobrar dos 1/6 e assim sucessivamente. Devendo o juiz da execução 
ponderar de tal forma que nunca chegue ao prazo máximo de 1/6 da pena aplicada, sempre restando um 
período para sua aplicação. 
II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
Lembrando que na constituição federal existe um dispositivo, previsto no art. 5°, inc. XLIX, “é 
assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”, que proíbe qualquer tratamento desumano ou 
degradante ao preso, ratificado pelo inciso III que é mais geral “III - ninguém será submetido à tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante”, porém ressalta o mesmo argumento. Portanto não poderá colocar um 
preso no regime de RDD em cela insalubre, escura, suja, com animais peçonhentos e etc. 
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas 
horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
19 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
 Não entrarei em nenhuma discussão doutrinária, até porque sua prova nunca entrará nessa 
seara, então senhores leve em consideração que são visitas de duas pessoas semanalmente no máximo, e 
quantas crianças forem sem limite. 
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 2003) 
O preso fará jus a banho de sol todos os dias sem horários pré-determinados. 
 
1.4. Procedimento de Aplicação 
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do 
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente. (Redação 
dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento 
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade 
administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação 
do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. 
O RDD está sob império da jurisdicionalização, ou seja, somente o juiz pode incluir um preso 
no RDD, porém o juiz não pode provocar de ofício a inclusão no RDD, é necessário ser provocado através de um 
requerimento elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa (secretário de 
segurança pública), prolatando a decisão em no máximo 15 dias, precedendo da manifestação do MP e defesa, 
garantindo dessa forma o respeito ao contraditório e a ampla defesa, ou seja, nada mais é que a garantia do 
devido processo legal. 
Vale instar que segundo interpretação extensiva da LEP, há ainda a possibilidade do 
Ministério Público e a Defensoria Pública poderem requerer inclusão no RDD ao Juiz, artigo 68, inc. II, alínea a 
e art. 81-B, inc. I, alínea a, da LEP. 
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público, 
... 
II - requerer: 
a) Todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; 
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). 
I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art52
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art54
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art54
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art54
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12313.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12313.htm#art2
20 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; (Incluído pela Lei nº 
12.313, de 2010). 
1.5. Resumo de Regime Disciplinar Diferenciado. 
 
Previsão 
Legal 
Hipóteses de cabimento no 
RDD 
Observações Exemplo prático 
Art. 52, 
“caput” 
A prática de fato previsto 
como crime doloso constitui 
falta grave e, quando 
ocasione subversão da 
ordem ou disciplina internas, 
sujeita o preso provisório, ou 
condenado, sem prejuízo da 
sanção penal, ao regime 
disciplinar diferenciado, com 
as seguintes características 
Percebe-se que somente a prática 
de crime doloso não enseja 
inclusão no RDD é necessário que 
somada a isso haja 
concomitantemente a subversão 
da ordem ou da disciplina interna. 
Lembrando que além da punição 
administrativahá também a 
punição penal pelo cometimento 
do crime. 
Um preso que mata um 
colega de cela, pois este 
era seu desafeto e todos os 
outros presos “chocados” 
com o crime começam um 
tumulto inconformados 
com o homicídio. 
Art. 52, § 
1º 
O regime disciplinar 
diferenciado também poderá 
abrigar presos provisórios 
ou condenados, nacionais ou 
estrangeiros, que 
apresentem alto risco para a 
ordem e a segurança do 
estabelecimento penal ou da 
sociedade. (Incluído pela Lei 
nº 10.792, de 1º.12.2003) 
Apesar de estar expresso na lei 
que é suficiente que o preso 
apresente alto risco é necessário 
que haja um cometimento de um 
fato posterior ao qual gere essa 
insegurança na prática. 
Percebemos que o legislador aqui 
foi redundante ao mencionar de 
forma expressa a submissão do 
estrangeiro no RDD, pois segundo 
a própria constituição federal os 
estrangeiros são iguais em 
direitos. 
Um preso que após sua 
inclusão no sistema 
apresente uma conduta 
(direito penal do fato e 
não do autor, como prevê 
equivocadamente a LEP), 
em desacordo com as 
atitudes preventivas e 
ordeiras que a LEP prevê. 
Art. 52, § 
2º 
Estará igualmente sujeito ao 
regime disciplinar 
diferenciado o preso 
provisório ou o condenado 
sob o qual recaiam fundadas 
suspeitas de envolvimento 
ou participação, a qualquer 
título, em organizações 
criminosas, quadrilha ou 
bando. (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 1º.12.2003) 
A doutrina corrige este caso de 
cabimento, pois na prática é 
necessária a prova material 
(interceptações telefônicas, 
testemunhas). 
 
Um promotor de justiça do 
MP, solicita ao juiz da 
execução através de 
provas materiais a 
inclusão de um preso que 
está envolvido em uma 
quadrilha qualquer. 
 
1. Das Medidas Cautelares 
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo 
de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da 
averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, 
de 2003) 
Parágrafo único. O tempo de isolamento preventivo será computado no período de cumprimento da 
sanção disciplinar. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12313.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12313.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art60
21 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado 
será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. 
Como percebemos no art. 60, temos duas medidas cautelares Isolamento preventivo e RDD 
preventivo, como não são sanções, visando à garantia da disciplina e da averiguação do fato, não se garante 
ampla defesa e contraditório. 
O prazo do isolamento preventivo são de até 10 dias, já do RDD preventivo não há prazo 
estipulado expressamente, porém como o prazo pelo Juiz para prolatar a decisão são de 15 dias, logo, entende-
se que um preso não ficará no RDD preventivo por um tempo superior a esse, uma vez que após o procedimento 
e averiguação do fato for decidida pela não inclusão no RDD, não tem o porquê de se manter o apenado nessa 
medida, se for decidida pela inclusão no RDD “definitivo” detrai-se o prazo ao qual o preso ficou submetido 
durante a averiguação do fato (RDD preventivo). 
A competência para inclusão no isolamento preventivo segundo o art. 60 é da autoridade 
administrativa (veremos após estudo aprofundado no decreto 8897/86, que essa competência de forma mais 
específica é do chefe de turma, nos casos de cometimento de faltas médias e graves), já a inclusão do preso no 
RDD preventivo dependerá de despacho do juiz competente (juiz da execução). 
O parágrafo único desse artigo em comento deixa claro que o tempo ao qual o preso fica no 
isolamento preventivo ou no RDD preventivo será detraído se for decidido pela inclusão na sanção disciplinar 
definitiva. 
 Isolamento Preventivo RDD preventivo 
Prazo Até 10 dias. 
Não há prazo expresso na 
LEP. 
Competência 
Autoridade administrativa 
(chefe de turma de acordo 
com decreto 8897/86). 
Juiz da execução. 
 
2. Recompensas pela Disciplina 
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do condenado, de 
sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. 
Art. 56. São recompensas: 
I - o elogio; 
II - a concessão de regalias. 
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de 
concessão de regalias.
22 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP) 
 
 
 
 
 
Sanções 
Principais 
Cabimento da Falta Prazo Competência Observações 
Advertência 
Verbal 
Leve - Diretor do 
estabelecimento 
- 
Repreensão Leve - Diretor do 
estabelecimento 
- 
Suspensão ou 
restrições de 
direitos 
Média 
 
1 a 15 dias Diretor do 
estabelecimento Aqui são restringidas os direitos relativos previstos no art. 41, 
V, X e XV. Grave 15 a 30 dias 
Isolamento na 
própria cela 
ou em local 
adequado 
Média 1 a 15 dias Conselho 
disciplinar, que é 
composto pelo 
diretor e pela CTC. 
Vale observar aqui que o diretor para aplicar o isolamento terá 
que convocar o conselho disciplinar. Grave 15 a 30 dias 
Inclusão no 
RDD 
Hipóteses exclusivas (“caput” 
art. 52, §1° e §2°). 
-Prática de crime doloso, que 
gere subversão a ordem ou 
disciplina; 
-Risco a segurança do 
estabelecimento penal ou da 
sociedade; 
-Suspeita em envolvimento ou 
participação, a qualquer título, 
em organização criminosa, 
quadrilha ou bando. 
1° Vez – Até 
360 dias. 
2° vez – até 
1/6 da pena 
aplicada; 
3° vez – até 
1/6 da pena 
aplicada; 
. . . . 
. . . . 
. . . . 
Claúsula 
jurisdicional, desde 
que motivado pelo 
diretor, autoridade 
administrativa ou 
MP (art. 68, II, a) 
Comentários as claúsulas do RDD: 
Cuidado com a 1° hipótese, pois só o cometimento de crime 
doloso gera falta grave, para gerar RDD além do cometimento 
do crime doloso é necessário gerar subversão a ordem. 
Na 2° hipótese o legislador explicitou preso condenado, 
provisório, nacional ou estrangeiro, porém as 3 hipóteses se 
aplicam a todos – nacionais, estrangeiros, provisórios e 
condenados. 
Na 3° hipótese a doutrina corrige a simples suspeita para 
inclusão no RDD, sendo necessário, portanto, prova 
fundamentada. 
 
23 Material de Apoio | LEI DE EXECUÇÕES PENAIS (LEP)

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