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Índice Apresentação 5 Ementas 6 Aula 1 – Custos para formação de preços 8 Introdução 8 Custos para formação de preços 8 Características da Contabilidade de Custos 9 Inventariar e ativar os produtos fabricados e vendidos 9 Planejar e controlar as atividades 9 Conceito e tratamento dos custos 10 Custos Fixos 10 Despesas Fixas 11 Gastos semifixos e semivariáveis 12 Custos variáveis 12 Despesas variáveis 13 Custos diretos 13 Custos indiretos 13 Abordagens para formação do preço de venda 14 Mercado 15 Aprenda Mais 16 Exercícios de Fixação 16 Referências 17 Aula 2 – Métodos de custeamento 20 Introdução 20 Custeio por absorção 20 A demonstração de resultado 24 Custeio variável 24 Conceito e tratamento dos custos 26 A demonstração de resultado 27 Conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável 28 Aprenda Mais 31 Exercícios de Fixação 31 Referências 33 Aula 3 – Métodos de formação de preços 35 Introdução 35 Custo mais margem 35 Custo-meta 36 Mark-up multiplicador e divisor 36 http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 1 de 131 Aprenda Mais 39 Exercícios de Fixação 39 Referências 41 Aula 4 – Métodos de formação de preços 42 Introdução 42 Preço de venda à vista e a prazo 42 Preço de venda a prazo com custo financeiro “por fora” 43 Preço de venda a prazo com o custo financeiro “por dentro” (mantendo-se o valor do lucro do peço de venda à vista) 44 Aprenda Mais 46 Exercícios de Fixação 46 Referências 48 Aula 5. Tributos diretos e indiretos 49 Introdução 49 Impostos cumulativos e não cumulativos; 49 Créditos e débitos fiscais 50 Cálculo dos impostos por dentro e por fora 51 Compreender o processo de composição de notas fiscais com impostos. 53 ICMS 53 IPI sobre compras e vendas 56 PIS e COFINS regime cumulativo e não-cumulativo 57 Apuração e contabilização do PIS e COFINS – Modalidade cumulativa 58 Modalidade não-cumulativa 60 Apuração da receita líquida de vendas 61 Tributos indiretos 62 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) 62 Fato gerador 63 Contribuintes 63 Substituto tributário 63 Crédito – regra geral 64 Base de cálculo 65 Alíquotas 65 As alíquotas mais utilizadas no Estado de São Paulo 65 Cálculo para vendas a não contribuinte, ou para contribuintes com utilização do produto para consumo próprio ou para o Ativo Imobilizado – Incidência de ICMS sobre o valor do IPI 67 Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI 67 Base legal para a incidência do IPI 68 Fato gerador 68 Contribuintes 68 Industrialização – Como a lei determina 69 http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 2 de 131 Período de apuração do IPI 69 Cálculos 70 Alíquotas do IPI 70 Crédito – regra geral 70 Crédito referente a insumos adquiridos de comerciantes atacadistas não contribuintes 71 Tratamento fiscal e contábil do ICMS e IPI nas empresas industriais 71 Contabilização 71 ISS 72 Incidência 72 Não-incidência 73 Fato gerador 73 Base de cálculo 73 Local de prestação do serviço e do município com direito a arrecadação 73 Trabalho Pessoal 74 Contabilização 74 PIS e COFINS 75 Contribuintes 76 Isenções 76 Responsáveis 76 COFINS – Cumulativa 77 Alíquota 78 Cálculo demonstrativo 78 Contabilização 79 COFINS – Não Cumulativa 79 Geram créditos 81 Aproveitamento do crédito 82 Alíquota 82 Aprenda Mais 82 Exercícios de Fixação 83 Referências 86 Aula 6: Impacto na formação do preço e custo 87 Introdução 87 Obrigações acessórias – Dacon 87 Contribuição para o PIS/PASEP 87 Contribuições e alíquotas 88 Contribuintes 88 Base de cálculo, exclusões e deduções 88 Contribuições do PIS/Pasep com base na Folha de Pagamento 89 Alíquota e base de cálculo 89 PIS E COFINS na importação 90 http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 3 de 131 Fato gerador 90 Base de cálculo 91 Cálculo do valor aduaneiro 91 Contribuintes 92 Importação de bens – Formação de custos 92 Prazo de pagamento 95 Do crédito 96 Aprenda Mais 96 Exercício de Fixação 97 Referências 98 Aula 7 – Tributos previdenciários e trabalhistas: impacto na formação do preço e custo. 99 Introdução 99 Tributos sobre a Folha de Pagamento 99 Disposições Gerais 102 Contribuições ao INSS 104 Desoneração da Folha de Pagamento 106 Seguro de Acidente de Trabalho 108 Salário-família 109 Contribuições ao FGTS 110 IRRF sobre Rendimentos do Trabalho 112 Contabilização 116 Tributos sobre o Faturamento / Receita 120 Contribuições Cumulativas 121 Contribuições Não-Cumulativas 124 PIS/PASEP sobre a Folha de Pagamentos 128 PIS/PASEP na Importação 129 Contabilização 132 Sistema Cumulativo 133 Sistema Não-Cumulativo 134 Impacto dos Tributos na Formação do Preço de Venda 140 Empresa Lucro Presumido – Sistema Cumulativo 140 Empresa Lucro Real – Sistema Não-Cumulativo 141 Aprenda Mais 142 Exercício de Fixação 143 Referências 144 Aula 8 – Tributos internacionais: impacto na formação do preço e custo 146 Introdução 146 Imposto de Importação (II) 147 Fato gerador 147 Alíquotas 149 http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 4 de 131 Base de Cálculo 150 Contribuinte 151 Lançamento 152 Imposto sobre Exportação (IE) 153 Fato gerador 154 Alíquotas 154 Base de cálculo 155 Contribuinte 155 Lançamento 155 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 156 Alíquotas 157 Base de cálculo 158 Contribuinte 158 Lançamento 158 DRAWBACK 159 Aprenda Mais 160 Exercício de Fixação 161 Referências 162 Apresentação Empresas, com fim lucrativo ou não, enfrentam dificuldades para determinar o preço de seus produtos ou serviços, visto que o preço sofre grande influência do mercado, levando em conta o poder aquisitivo da população, qualidade, oferta e alternativas de escolha em função de suas preferências. O mercado requer que empresas ofereçam produtos e serviços de qualidade com preços que o consumidor esteja disposto a pagar. Os preços devem ser suficientes para cobrir todos os custos e despesas, além de conter margem suficiente para retorno sobre o capital aplicado. O entendimento da política e formação de preços é fundamental para que as organizações conheçam seus limites financeiros. Dessa forma pretende-se discutir o processo de registro e gestão de custos e preços, enfatizando os aspectos relativos ao registro contábil e ao suporte da decisão empresarial. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 5 de 131 Além de conhecer o procedimento de formação de preços, compreender métodos de custeamento, desenvolver conhecimentos acerca do impacto dos tributos previdenciários, trabalhistas e internacionais na formação do preço e custo. Bons estudos! Profa. Me. Andréia M. Maciel de Carvalho Ementas Aula 1: Custos para formação de preços Apresentar os elementos que compõem o preço e a venda; Diferenciação de custos e despesas fixas de custos e despesas variáveis; Avaliação de mercado para determinar preços competitivos; Fixação de preço de produtos e serviços. Aula 2: Métodos de custeamento Apresentar os principais Sistemas de custeio: método do custeio por absorção, método do custeio direto, método do custeio por atividades. Aula 3: Métodos de formação de preços Entender o processo associado a formação dos preços; Compreender a importância da análise da rentabilidade, margem e giro; Discutir os aspectos relativos à formação de mark-ups. Aula 4: Métodos de formaçãode preços Entender o processo associado a formação dos preços; Compreender a importância da análise da rentabilidade, margem e giro; Discutir os aspectos relativos à formação de mark-ups. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 6 de 131 Aula 5: Tributos diretos e indiretos: Distinguir impostos cumulativos e não cumulativos; Aprender a considerar créditos e débitos fiscais; Saber calcular impostos por dentro e por fora; Compreender o processo de composição de notas fiscais com impostos. Aula 6: Impacto na formação do preço e custo Proporcionar aos participantes conhecimentos relacionados aos tributos indiretos no que diz respeito ao impacto do ICMS, IPI, PIS, Cofins e ISS na formação do preço de venda. Aula 7: Tributos previdenciários e trabalhistas: impacto na formação do preço e custo Capacitar o participante a compreender o funcionamento operacional e a gerenciar a maioria dos tributos previdenciários e trabalhistas que incidem sobre as empresas em nosso país. Sendo assim, esta aula tem como objetivos: • Apresentar a Formação do vínculo empregatício a Remuneração, a Rescisão do contrato de trabalho e Desoneração da folha de pagamento; • Compreender a atuação do INSS (empresas, empregados, autônomos e empresários): legislação, apuração e cálculo, • Compreender as normas FGTS: legislação, apuração e cálculo. Aula 8: Tributos internacionais: impacto na formação do preço e custo Fundamentos da importação (tributos incidentes) e da exportação (imunidades e isenções): custo da importação e da exportação; Operações Back to Back e Drawback; Exportação direta e indireta; Tratados, acordos e convenções internacionais; Remessas para o exterior: aspectos fiscais e contábeis. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 7 de 131 Aula 1 – Custos para formação de preços Introdução Vamos apresentar nessa aula os elementos que compõem o preço e a venda e, também, compreender a diferenciação de custos e despesas sob o ponto de vista da terminologia contábil aplicada a custos. Tem-se, ainda, a apresentação de como se deve avaliar o mercado para determinar preços competitivos e, compreender a fixação de preço de produtos e serviços. Desta forma, os objetivos propostos são: • Apresentar os elementos que compõem o preço e a venda; • Compreender a diferenciação de custos e despesas fixas de custos e despesas variáveis; • Avaliar o mercado para determinar preços competitivos; • Compreender a fixação de preço de produtos e serviços. Custos para formação de preços Pode-se dizer que a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao Controle – fornecendo dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e demais previsões e acompanhamento efetivo para comparabilidade – e a ajuda às tomadas de decisões sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc. O sistema de informações gerenciais, aquele que contém as informações necessárias para que o gestor ou o administrador da empresa possa tomar decisão, é formado por informações provenientes da Contabilidade Financeira, da Contabilidade de Custos, pela Contabilidade Gerencial e pelo controle orçamentário. Esses quatro tipos de fonte de informação interagem entre si, um fornece informações ou bases para o outro, eles se complementam. Assim, conclui-se que administrar custos constitui parte das estratégias de administração e sua implementação colocada em ação. As instituições vivem atualmente uma fase em que a concorrência é cada vez mais acirrada. Existem demasiadas pressões quanto a responsabilidades sociais, uma necessidade contínua de aperfeiçoamento tecnológico e de processos, um número cada vez maior de consumidores exigindo produtos de alta qualidade, funcionais e de baixo custo e uma pressão oriunda dos efeitos da globalização a partir da possi bilidade de novos entrantes no mercado. Embasada neste contexto, qualquer empresa passa a ter uma principal preocupação: sobreviver na nova conjuntura socioeconômica mundial. Características da Contabilidade de Custos http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 8 de 131 A Contabilidade de Custos pode ser definida como o segmento ou área da Contabilidade que trata especificamente de elaborar técnicas, métodos, procedimentos e fundamentos teóricos visando à mensuração, à classificação e à avaliação das mutações patrimoniais relacionadas às operações internas da empresa, objetivando a obtenção do custo de determinados bens ou serviços (IUDÍCIBUS, 2000). Tais custos irão compor o valor do estoque e o custo do produto ou serviço vendido. Inicialmente, a Contabilidade de Custos tinha o objetivo principal de avaliar os estoques e os custos para demonstração de resultado em nível de divulgação das demonstrações contábeis aos usuários externos. Contudo, atualmente, a Contabilidade de Custos tornou-se um importante instrumento gerador de informações para planejamento, controle e tomada de decisões internas à empresa. Martins (2010) lista grupos dentro dos quais a Contabilidade de Custos pode cumprir seu papel. São eles: Inventariar e ativar os produtos fabricados e vendidos Conhecer o valor final dos produtos acabados e em processamento; confeccionar demonstrativos do custo de produção de cada produto fabricado; elaborar demonstrativos do CPV (Custo dos Produtos Vendidos), CMV (Custo da Mercadoria Vendida) e ainda o custo dos Serviços Prestados; elaborar demonstrativos de resultados. Planejar e controlar as atividades 1. Analisar o comportamento dos custos, tanto por meio de análise vertical quanto de análise horizontal; promover orçamentos empresariais com base no custo de fabricação; estabelecer o custo-padrão de fabricação; definir as responsabilidades no processo de produção; decidir sobre o preço de venda de cada item de produção; determinar o volume da produção (além do ponto de equilíbrio, porém dentro da capacidade física da empresa). 2. Eliminar, criar, aumentar ou diminuir a linha de produção de certos produtos; produzir ou adquirir já pronto no mercado; formar preço de venda ou princing; aceitar ou não encomendas; alugar ou comprar, terceirizar ou produzir. O objetivo de mensurar estoques e resultado da empresa não deixou de ser um dos focos da Contabilidade de Custos. Porém, a função de controle e auxílio à tomada de decisão passou a ser determinante para a eficácia de um sistema de custos no que tange à satisfação das necessidades dos usuários da Contabilidade Com relação ao processo de contabilidade de custos, apesar de todo o avanço encontrado na Contabilidade de Custos, pode ser observado que o processo básico para chegar aos objetivos almejados por esta contabilidade não foi modificado, mas sim otimizado. Conceito e tratamento dos custos Com base na correta conceituação e segregação dos gastos entre investimentos, custos, despesas, perdas etc., torna-se imprescindível, em http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 9 de 131 seguida, a perfeita identificação desses gastos em relação a dos principais fatores: a) Quanto às variações no volume de produção e de vendas; Custos Fixos Segundo Cardoso, Mario e Aquino (2007) os custos fixos são: aquele que não varia em função de alterações do nível de produção, dentro do intervalo relevante de capacidade instalada. De acordo com Alves (2013) os custos fixos são classificados independentemente do volume produzido ou vendido, há certos gastos dentro do setor produtivo que se mantêm constantes, obedecendo à determinada capacidade instalada. Dessa forma, esses são custos necessários ao desenvolvimentodo produto industrial em geral, motivo pelo qual se repetem todos os meses do ano. Denominam-se custos fixos e podemos citar como exemplo mais comum o aluguel do prédio, máquinas produtivas e a depreciação dos itens do setor produtivo. Os custos fixos têm as seguintes características: 1º o valor total permanece constante dentro de determinado intervalo de volume de produção. 2º o valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção. 3º sua alocação aos produtos, aos departamentos ou centros de custos necessita da adoção de critérios de rateio. Segundo Bornia (2009) os custos fixos são aqueles que independentemente do nível de produção, como salário do gerente, por exemplo. Figura 1 – Comportamentos dos Custos Fixos. Despesas Fixas Para Alves (2013) as despesas fixas possuem características semelhantes aos custos fixos, as despesas fixas são aquelas que permanecem iguais, independentemente do volume de vendas ou prestação de serviços. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 10 de 131 Segundo Bruni e Famá (2009) as despesas fixas não variam em função do volume de vendas. Exemplo: aluguel e seguro das lojas. O aluguel dos escritórios administrativos e das lojas de vendas são bons exemplos de despesas fixas dentro de uma empresa que tem bem definidos seus setores. Gastos semifixos e semivariáveis Para Bruni e Famá (2009) semifixos correspondem a custos que são fixos em determinado patamar, passando a ser variáveis quando esse patamar for excedido. Já os semivariáveis correspondem a custos variáveis que não acompanham linearmente a variação da produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de certos limites. Figura 2 - Comportamento dos Custos Fixos no Médio e ou no Longo Prazo Custos variáveis Para Bornia (2009) os custos variáveis, estão intimamente relacionados com a produção, isso é, crescem com o aumento do nível de atividade da empresa, tais como os custos de matéria-prima. Bruni e Famá (2009) definem os custos variáveis como valores que se alteram diretamente em função das atividades da empresa. Quanto maior a produção, maiores serão os custos variáveis. Exemplos podem ser expressos por meio dos gastos com matéria-prima e embalagens. Figura 3 – Comportamento dos Custos Variáveis Despesas variáveis De acordo com Bruni e Famá (2009) as despesas variáveis variam de acordo com as vendas. Exemplo: comissões dos vendedores e gastos com fretes. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 11 de 131 b) Quanto à forma e critério de identificação e apropriação aos diversos produtos e serviços produzidos. Custos diretos Segundo Bornia (2009) os custos diretos são aqueles facilmente relacionados com as unidades de alocação de custos (produtos, processos, setores, clientes etc.). São exemplos: matéria-prima e mão-de-obra direta. Bruni e Famá (2009) definem os custos diretos como aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usados na fabricação do produto e mão-de-obra direta. Vale ressaltar que apresentam a propriedade de serem mensuráveis de maneira objetiva. Exemplo: aço para fabricar chapas e salários dos operários da fábrica. Custos indiretos De acordo com Bornia (2009) os custos indiretos não podem ser facilmente atribuídos às unidades, necessitando de alocações para isso. São exemplos: aluguel e mão-de-obra indireta. As alocações causam a maior parte das dificuldades e deficiências dos sistemas de custos, pois, não são simples e podem ser feitos por vários critérios. O autor ainda coloca que essa problemática da alocação dos custos indiretos aos produtos e análise dos mesmos dá origem aos métodos de custeio. Para Bruni e Famá (2009) os custos indiretos necessitam de aproximações, isto é, alguns critérios de rateio, para serem atribuídos aos produtos. Exemplos: seguros e alugueis da fábrica, supervisão de diversas linhas de produção. Abordagens para formação do preço de venda Segundo Crepaldi (2014) a formação do preço de venda de produtos é um trabalho técnico e também um fator determinante de sobrevivência da exploração da atividade. Alguns especialistas afirmam que ter os preços definidos exclusivamente pelo mercado é um risco. Ou seja, o mercado não é nem deve ser o único caminho para a definição de preços, mas é importante ter os preços compatíveis com o mercado. Para Bruni e Famá (2009) um dos mais importantes aspectos financeiros de qualquer entidade consiste na fixação dos preços dos produtos e serviços comercializados. De acordo com os autores em relação ao processo de formação de preço, alguns dos principais objetivos podem ser apresentados, como: − proporcionar, a longo prazo, o maior lucro possível: a empresa consiste em uma entidade que deve buscar sua perpetuidade. Políticas de preços de curto prazo, voltadas para a maximização dos lucros, devem ser utilizadas somente em condições especiais; − permitir a maximização lucrativa da participação de mercado: não http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 12 de 131 apenas o faturamento deveria ser aumentado, mas também os lucros das vendas. Algumas razões contribuem com efeitos negativos sobre os lucros: excesso de estoques, fluxo de caixa negativo, concorrência agressiva, sazonalidade etc. − maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdícios operacionais: os preços devem considerar a capacidade de atendimento aos clientes – preços baixos podem ocasionar elevação das vendas e a não-capacidade da manutenção de qualidade do atendimento ou dos prazos de entrega. Por outro lado, preços elevados reduzem vendas, podendo ocasionar ociosidade da estrutura de produção e de pessoal; − maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo autossustentado: o retorno do capital dá-se por meio de lucros auferidos ao longo do tempo. Assim, somente por meio da correta fixação e mensuração dos preços de venda é possível assegurar o correto retorno do investimento efetuado. Segundo Megliorini (2012) muitos empreendedores ainda buscam atribuir o preço de venda de um produto ou serviço tendo seu custo como base, e nesse ponto que começam a surgir os problemas. Um dos problemas se refere à determinação do custo. De acordo com Ching (2006) o preço é algo que o cliente paga pelo produto ou serviço. O autor coloca que o significado do preço aos clientes traduz-se em diversos benefícios: − Benefício funcional: ajuda a resolver os problemas do pessoal técnico da empresa. No caso de uma máquina produtiva, seus benefícios vão de encontro dos interesses dos engenheiros da fábrica. − Benefício Operacional: relativo às necessidades do pessoal da produção. − Benefício Financeiro: atende às necessidades do pessoal de compras e finanças. Assim, o preço a ser pago por um produto é muito menor que o benefício percebido que produz, o que resulta num valor econômico para esse pessoal. − Benefício intrínseco: relativo ao status do produto, segurança e imagem da empresa e satisfação pessoal. Comprar um objeto caro e a que poucos têm acesso, comprar de uma empresa que tem reputação no mercado, tudo isso deve ser apresentado como benefício na venda. Corroborando com autor embora o preço possa trazer os vários benefícios citados a decisão sobre qual será o preço de um produto deve levar em conta também os demais componentes mercadológicos – produto, promoção e distribuição, conforme veremos no item seguinte. Mercado De acordo com Ching (2006) o preço é um item muito importante para atingir o mercado-alvo, porém ele só não basta. Precisa vir acompanhado dos demais componentes do composto. Produto, promoção e distribuição → Criam valor e são as origens dos custos. Preço → Captura o valor criadopor esses componentes e gera receita http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 13 de 131 Segundo Megliorini (2012, p. 232): No paradigma atual, o mercado é o grande sinalizador de preços. Os consumidores passaram a ter mais força para influenciar o preço das mercadorias ofertadas. Nesse novo ambiente, a empresa deixa de ter o poder de impor os preços de seus produtos. É o mercado, portanto, que acaba ditando o preço que está disposto a pagar. Às empresas cabe verificar se é viável ofertar determinado produto por um preço tal que permita que o lucro gerado remunere adequadamente os investimentos realizados nas empresas por seus proprietários. O autor coloca que nesse mecanismo, o custo deixa de ser a base para a formação do preço, passando a representar o valor que a empresa pode despender para fabricar o produto. Dessa forma, para chegar a esse custo, a empresa atende a dois interessados: 1. Os clientes consumidores – que determinam o preço que estão dispostos a pagar; 2. Os proprietários – em que o lucro gerado pelos produtos compõe a remuneração do capital por eles investido na empresa. Aprenda Mais Leia o artigo “Formação do preço de venda em uma confecção de moda íntima”. Disponível em: http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/IJIE/article/view/1541/pdf Exercícios de Fixação Questão 1 Assinale a classificação mais adequada (custos): Custos incorridos Fix o Variável Desgaste dos pneus dos ônibus de uma empresa de turismo. Salários e encargos sociais do pessoal da segurança de uma indústria petroquímica. Asfalto consumido em uma pavimentadora de vias públicas. Depreciação do prédio de uma fábrica de armas. Pólvora utilizada em uma fábrica de fogos de artifícios. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 14 de 131 Resposta: Custos incorridos Fix o Variável Desgaste dos pneus dos ônibus de uma empresa de turismo. X Salários e encargos sociais do pessoal da segurança de uma indústria petroquímica. X Asfalto consumido em uma pavimentadora de vias públicas. X Depreciação do prédio de uma fábrica de armas. X Pólvora utilizada em uma fábrica de fogos de artifícios. X Questão 2 “É aquele que não varia em função de alterações do nível de produção, dentro do intervalo relevante de capacidade instalada”. Essa frase refere-se sobre: a) Custos fixos b) Custos diretos c) Custos variáveis d) Custos indiretos e) Custos semivariáveis Resposta: Alternativa a Segundo Cardoso, Mario e Aquino (2007) os custos fixos são: aquele que não varia em função de alterações do nível de produção, dentro do intervalo relevante de capacidade instalada. Referências Administrar preço. Disponível em:< Fonte: https://www.google.com.br/search? q=pre%C3%A7o&biw=1366&bih=606&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ah UKEwieg7zah93LAhXIlZAKHWErCXcQ_AUICCgD&dpr=1#imgrc=Z5tdpnn6jlb MkM%3A>. Acesso: 12 fev. de 2016. ALVES, R. V. Contabilidade Gerencial, São Paulo: Atlas, 2013. BORNIA, A. C. Analise Gerencial de Custos – Aplicação em Empresas Modernas. 2. Edição. São Paulo: Atlas, 2009. BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 15 de 131 BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. CARDOSO, R. L., et al. Contabilidade Gerencial: Mensuração, Monitoramento e Incentivos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007. CHING, H. Y. Contabilidade Gerencial – Novas práticas contábeis para a gestão de negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. Composto Mercadológico. Dspon´vel em: < Fonter: http://4.bp.blogspot.com/_Zzu1Mpm50kQ/S9YR4jjNGNI/AAAAAAAAAKA/vvIu5 x3m3rM/s1600/os-4-ps-do-mkt.jpg>. Acesso: 10 mar. 2016. CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. Custo-meta. 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São Paulo: Saraiva, 2009. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 16 de 131 Aula 2 – Métodos de custeamento Introdução A presente aula aborda a apuração dos custos dos produtos empregando o método do custeio por absorção, por meio do qual os produtos absorvem os custos totais de um período de maneira direta ou indireta, e também os conceitos e tratamentos dos custos e a demonstração do resultado. Outro item relevante é o método de custeio variável que é utilizado para fins gerenciais e eficientes para a tomada de decisão e, por fim uma abordagem sobre a conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável Essa aula tem como objetivo: • Apresentar o Método de apuração de resultado pelo Custeio por absorção; • Compreender os conceitos e tratamentos dos custos; • Elaborar a demonstração de resultado; • Apresentar o Método de apuração de resultado pelo Custeio variável; • Avaliar a conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável Custeio por absorção De acordo com Alves (2013) o custeio por absorção é baseado no método alemão de custos denominado RKW, foi difundido no Brasil por grandes empresas alemãs aqui instaladas como a Wolkswagem, Mercedes Benz, Mannesmamm e outras. Ainda, de acordo, com o autor no Custeio por Absorção, todos os custos de produção são alocados aos bens ou serviços produzidos, o que compreende todos os custos, independentemente de serem fixos ou variáveis, diretos ou indiretos. O custeio por absorção, segundo Martins, (2010, p. 41-42), “consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos”. Portanto, esses custos fixos podem ser estocados ou transferidos para custo de produto vendido. A principal característica deste método é a distinção que se faz entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são atribuídas diretamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos são apropriados como gastos de produções. O método de Custeio por Absorção é o mais tradicional método de custo existente. No Brasil, o método tem sido aceito pela legislação comercial e pela legislação fiscal, inclusive para a apresentação das demonstrações contábeis e para efeito do imposto de renda. De acordo com Bornia (2009) no custeio por absorção a totalidade dos custos (fixos e variáveis) é distribuída aos produtos. Esse sistema relaciona-se http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 17 de 131principalmente com a avaliação de estoques, ou seja, com o uso da contabilidade de custos como apêndice da contabilidade financeira, a qual se presta para gerar informações para usuários externos à empresa. Segue exemplo de Bornia (2009): A empresa EX, em um determinado mês produziu 80.000 unidades. Os custos totais do período atingiram R$ 1.400.000,00. Qual o custo do produto de acordo com o custeio por absorção? Resposta: O custo unitário seria R$ 17,50 (1.400.000/80.000). Para Viceconti e Neves (2012) o custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris são (despesas) são excluídos. Vale ressaltar, que a distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são contabilizadas imediatamente contra o resultado do período. Exemplo: Suponhamos que uma empresa que tenha fabricado 1.000 unidades de um determinado produto incorrendo em custos de R$ 9.000,00 e despesas operacionais de R$ 3.000,00. Foram vendidas 800 unidades a R$ 20,00, num total de vendas de R$ 16.000,00. Portanto, o custo unitário será R$ 9.000,00/1.000 = R$ 9,00 Segundo Viceconti e Neves (2012) o custeio por absorção é o único aceito pela Auditoria Externa, porque atende aos princípios contábeis da Realização da Receita, da Competência e da Confrontação. De acordo com Crepaldi (2014): O custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. É o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais da contabilidade e, é no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Não é um princípio contábil em sí, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações financeiras e para o pagamento do Imposto de Renda. Os custos vão para o ativo na forma de produtos e só podem ser consideradas despesas ao ocorrer a venda do produto. Vale ressaltar, que uma empresa não deve alterar o modo de apropriar os custos invariavelmente, pois existem diferenças entre eles e, quase sempre, essas mudanças podem dar uma falsa impressão dos resultados obtidos. O custeio por absorção se dá em por meio de um esquema básico que consiste em: a) Separação entre Custos e Despesas; b) Apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos ou serviços; c) Rateio dos custos indiretos http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 18 de 131 Figura 1 – Custeio por Absorção Empresas de Manufatura Fonte: Martins (2010, p. 37) Figura 2 – Custeio por Absorção Empresas de Serviços Fonte: Martins (2010, p. 38) O registro dos encargos financeiros é tratado na Contabilidade como despesa, e não como custo. Os encargos financeiros não são custos de produção, mesmo que facilmente identificados com financiamentos para aquisição de matérias-primas ou outros fatores de produção. Assim, são gastos de falta de capital próprio, e não gastos de produção (custos). Segundo Martins (2010) a separação dos custos e despesas é fácil, pois os gastos relativos ao processo produtivo são custos, e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas. Mas, na prática, surgem problemas pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e objetiva. Assim, será necessário ratear parte do gasto para a despesa e parte para o custo, rateio esse arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 19 de 131 Figura 3 – Custeio por Absorção Fonte: Adaptado Martins (2010, p. 57) A demonstração de resultado Uma forma explícita de comparar as diferenças entre os dois métodos de custeio é pela aplicação de um exemplo. A Cia. Brasileira apresentou os seguintes dados contábeis para determinado exercício social: Produção 1.000 unidades acabadas Custos Fixos R$ 12.000,00 Custos Variáveis R$ 20.000,00 Despesas fixas R$ 6.000,00 Despesas variáveis R$ 4.000,00 • Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração. • Não há estoques iniciais de produtos acabados. • Vendas líquidas – 800 unidades a R$ 60,00 cada uma. A apresentação da demonstração do resultado da empresa seria a seguinte, adotando-se o método de custeio por absorção: Demonstração do Resultado pelo custeio por Absorção Vendas liquidas = 48.000,00 (-) CPV Custos Fixos 12.000,00 Custos Variáveis 20.000,00 = 32.000,00 (=) Lucro Bruto (-) Despesas Despesas Fixas 6.000,00 Despesas Variáveis 4.000,00 = 10.000,00 (=) Lucro Líquido = 6.000,00 Custeio variável Para Alves (2013) no método do Custeio Variável somente os custos variáveis de produção são apropriados aos produtos fabricados. E, são eles que serão atribuídos aos produtos e considerados como gastos efetivos contidos na http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 20 de 131 produção terminada. O método do Custeio Variável também é conhecido como Custeio Direto que é um tipo de custeamento que se fundamenta no pressuposto de que os custos fixos são considerados como custos do período necessários para manter a estrutura da empresa, sejam os produtos fabricados ou não. Assim, pelo método do Custeio Variável, os custos fixos adquirem a mesma classificação dada às despesas. Portanto, no Custeio Variável somente os custos variáveis de produção são alocados aos bens e serviços produzidos. De acordo com Crepaldi (2014) o custeio variável (também conhecido como custeio direto) é um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos varáveis incorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não havendo produção, pois estes não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Vale ressaltar, que no Brasil, o uso do custeio variável se restringe a fins gerenciais, uma vez que oficialmente, tanto por determinação do Fisco quanto pela observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, para custeamento dos produtos fabricados deve-se adotar o sistema de custeio por absorção, que contempla como custo de produção tanto os custos diretos (variáveis) quanto os custos indiretos (fixos). Segundo Megliorini (2012) pelo método de custeio variável obtém-se a margem de contribuição de cada produto, linha de produtos, clientes etc., o que possibilita aos gestores utilizá-la como ferramenta auxiliar no processo decisório, que inclui ações como: − Identificar os produtos que mais contribuem para a lucratividade da empresa; − Determinar os produtos que podem ter suas vendas incentivadas ou reduzidas e aqueles que podem ser excluídos da linha de produção; − Identificar os produtos que proporcionam maior rentabilidade quando existem fatores que limitam a produção (gargalos), permitindo o uso mais racional desses fatores; − Definir o preço dos produtos em condições especiais, por exemplo, para ocupar eventual capacidade ociosa; − Decidir entre comprar e fabricar; − Determinar o nível mínimo de atividades para que o negócio passe a ser rentável; − Definir, em uma negociação com o cliente, o limite de desconto permitido. A gestão de custos oferece uma alternativa diferente de como demonstrar o resultado, apoiando a tomada de decisão: MC = PV – (CV – DV) http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 21 de 131 Onde: MC = margem de contribuição; PV = preço de venda; CV – soma dos custos variáveis; DV = soma das despesas variáveis. Conceito e tratamento dos custos ParaBruni e Famá (2009) os principais elementos que influenciam no resultado de qualquer entidade são representados por meio das receitas auferidas, dos custos, diretos ou indiretos, e despesas incorridas. Figura 4 – Custeio por Absorção Fonte: Bruni e Famá (2009, p.34) A figura demostra que os custos diretos são facilmente associados aos produtos fabricados, os custos indiretos precisar passar pelo rateio e, após são incorporados aos produtos. As receitas e despesas são confrontadas diretamente no momento de apuração do resultado. Os autores colocam que em relação ao custo da produção este poderia ser expresso por meio de três elementos básicos, conforme a seguir: − Material direto (MD): todo material que pode ser identificado como uma unidade do produto (a. Que está sendo fabricado; e b. que sai da fábrica incorporado ao produto ou utilizado como embalagem; − Mão-de-obra direta (MOD): todo salário devido ao operário que trabalha diretamente no produto, cujo tempo pode ser identificado com a unidade que está sendo produzida; − Custos indiretos de fabricação (CIF): todos os custos relacionados com a fabricação que não podem ser economicamente identificados com as unidades que estão sendo produzidas. Exemplos: aluguel da fábrica, materiais indiretos, mão-de-obra indireta, seguro, impostos, depreciação etc. E, os outros gastos significativos, porém não classificados como custos, são agrupados como: − Despesas diversas: não podem ser alocadas ao produto final. Exemplos: http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 22 de 131 despesas com vendas, salário do pessoal administrativo, água e luz do escritório. A demonstração de resultado Uma forma explícita de comparar as diferenças entre os dois métodos de custeio é pela aplicação de um exemplo. A Cia. Brasileira apresentou os seguintes dados contábeis para determinado exercício social: Produção 1.000 unidades acabadas Custos Fixos R$ 12.000,00 Custos Variáveis R$ 20.000,00 Despesas fixas R$ 6.000,00 Despesas variáveis R$ 4.000,00 • Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração. • Não há estoques iniciais de produtos acabados. • Vendas líquidas – 800 unidades a R$ 60,00 cada uma. A apresentação da demonstração do resultado da empresa seria a seguinte, adotando-se o método de custeio variável: Demonstração do Resultado pelo custeio variável Vendas líquidas = 48.000,00 (-) CPV Custos Variáveis 20.000,00 = 20.000,00 (=) Lucro Bruto 28.000,00 (-) Despesas Despesas Fixas 6.000,00 Despesas Variáveis 4.000,00 = 10.000,00 (-) Custos Fixos 12.000,00 (=) Lucro Líquido = 6.000,00 Conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável Segundo Alves (2013) os dois métodos são clássicos e amplamente praticados no meio empresarial, com restrição de que, para efeitos de tributação pelo fisco brasileiro, somente o Custeio por Absorção é aceito. De acordo com Megliorini (2012) tanto o método do custeio por absorção como o método do custeio variável utilizam os mesmos dados referentes à produção e aos custos. Eles se diferenciam apenas no tratamento dados aos custos fixos. Segundo Alves (2013) pode-se dizer que tanto um método quanto o outro apresentam suas vantagens e desvantagens, sendo difícil definir qual o melhor método entre eles. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 23 de 131 Vantagens Desvantagens Custeio por Absorção A permissão legal do Custeio por Absorção pela legislação comercial e pela legislação fiscal, inclusive para apresentação de demonstrações contábeis para o pagamento do imposto de renda, representa por sí só uma vantagem. No Custeio por Absorção todos os custos são apropriados aos produtos e serviços; os custos variáveis de forma direta, e os fixos são absorvidos por cada produto por meio de rateios. A crítica que se faz ao Custeio por Absorção é que os custos fixos, independentemente de produção e venda, existem e terão de ser suportados pela empresa, razão pela qual os custos fixos devem ser encarados como gastos necessários para que a empresa tenha condições de produzir, e não como gastos de um produto específico. A adoção do Custeio por Absorção também não permite uma comparação em bases unitárias quando há alteração no volume de produção. Custeio Variável Pode-se citar como vantagem no Custeio Variável que os custos dos produtos podem ser comparados em bases unitárias, independentemente do volume de produção. Também por este método os custos fixos, por se apresentarem separados nos relatórios e demonstrações, podem ser mais bem controlados, facilitando o tempo e o trabalho com a apresentação de informações e fornecimento de instrumentos de decisão dentro da empresa. Contrariam a utilização do Custeio Variável as argumentações de que, na prática, a separação de custos fixos e variáveis não é tão clara como parece. Há também críticas em relação ao fato de que no Custeio Variável os custos fixos não são apropriados aos produtos, o que é totalmente contestável da nossa parte, os custos fixos não são provocados pela produção em si e não estão associados diretamente aos produtos e serviços, mas apenas necessários para dar ã empresa condições de produzir. Padoveze (2009) salienta que, ao se alocar os custos indiretos fixos, tem-se uma forte probabilidade de distorcer as informações dos custos dos produtos. Com intuito de reduzir informações inadequadas, aponta a viabilidade da metodologia do custeamento por atividades (ABC). Martins (2008, p.103) afirma que o método de custeio ABC “é uma ferramenta que permite melhor visualização dos custos através da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os produtos”. Apesar do sistema ABC não atender às exigências fiscais, é uma ferramenta bastante precisa na mensuração dos custos por relacionar suas atividades aos produtos e recursos, porém, diante de sua complexidade, geralmente a sua utilização não é feita por empresas pequenas. Assim, cada método de custeio tem sua utilidade, seja ele por Absorção, que para efeitos fiscais é o que prevalece, Variável, ABC ou qualquer outro, porquanto depende do tipo de atividade e conveniência da empresa. No método de custeio baseado em atividade os custos inicialmente são atribuídos aos recursos, depois a atividade, depois aos produtos e por fim, faz- se o caminho contrário, calculando com base no consumo de recursos pelas atividades, o consumo das atividades por produtos. Maher (2001, p. 280) simplifica: “o custeio baseado em atividade baseia-se no conceito de que produtos consomem atividades e atividades consomem recursos”. Garrison, Noreen e Brewer (2011, p. 263) apresentam um modelo simplificado do custeio baseado em atividade que demonstra esse método, onde os objetos dependem da identificação das atividades que, por sua vez, são calculados com base no consumo de recursos, aos quais são de fato atribuídos valor (custo): http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 24 de 131 Figura 5 – ABC x Absorção Figura 6 – Modelo de Custeio Baseado em Atividade Fonte: Adaptado de Garrison, Noreen e Brewer (2011, p. 263) Por Atividade entende-se, segundo Nakagawa (1994, p. 42), como: “um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos”, não sendo a produção entendida apenas como fabricação manufatureira e restrita a processos manuais ou mecânicos, mas também como produção de serviços. E recursos, neste caso, são artigos, objetos, elementos e afins utilizados para a ocorrência das atividades como, por exemplo, água, luz, instrumentos, pessoal, dentro outros. O relacionamento dessas partes se dá pela atribuição dos custos àsatividades por meio de direcionadores, que servirão como guia para o cálculo do custo. Wensing et al. (2005, p. 3) separa os direcionadores de custos em dois tipos: direcionadores de recursos e direcionadores de atividades, e explica que “os direcionadores de recursos são aqueles que direcionam os recursos às atividades, e os direcionadores de atividades direcionam o custo das atividades aos objetos de custo”. Quanto à metodologia geral de implantação do ABC, Garrison, Noreen e Brewer (2011, p. 263) demonstram que envolve seis etapas adaptáveis: 1. Identificar e definir atividades e acumuladores de custos de atividades. 2. Sempre que possível, vincular custos gerais diretamente a atividades e objetos de custo. 3. Atribuir custos a acumuladores de custos de atividades. 4. Calcular taxas de atividade. 5. Atribuir custos a objetos de custo por meio do uso das taxas e das medidas Receitas de vendas (-) Custos e despesas variáveis (=) Margem de contribuição (-) Custos e despesas fixos (=) Resultado http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 25 de 131 de atividade. 6. Preparar relatórios gerenciais. Ao fim da implantação é possível obter o custo do produto ou serviço a partir do somatório dos custos de todas as atividades identificadas na etapa 1. Aprenda Mais Leia o artigo “O custeio ABC e a contabilidade de ganhos na definição do mix de produção de uma metalúrgica”. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 65132009000200009 Exercícios de Fixação Questão 1 (ENADE 2012 - QUESTÃO 18) A Cia das Camisas pretende elaborar a Demonstração de Resultado do Exercício pelo Método do Custeamento por Absorção e pelo Custeamento Variável. Para isso, irá utilizar as informações a seguir. Preço de venda: R$ 20,00 Custos variáveis de produção: R$ 6,00 Custos variáveis comerciais (variam conforme unidades vendidas): R$ 2,00 Custos fixos: R$ 60.000,00 por mês Volume mensal de produção: 30.000 Volume mensal de vendas: 20.000 Diante do exposto, o lucro mensal da Cia das Camisas pelo Custeamento por Absorção e pelo Custeamento Variável é igual a, respectivamente, a) R$ 200 000,00 e R$ 180 000,00. b) R$ 216 000,00 e R$ 236 000,00. c) R$ 240 000,00 e R$ 180 000,00. d) R$ 240 000,00 e R$ 220 000,00. e) R$ 344 000,00 e R$ 234 000,00. 1. Preço de venda: R$ 20,00 2. Custos variáveis de produção: R$ 6,00 3. Custos variáveis comerciais: R$ 2,00 http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 26 de 131 4. Custos fixos: R$ 60.000,00 por mês 5. Volume mensal de produção: 30.000 6. Volume mensal de vendas: 20.000 Resposta: alternativa a Questão 2 Exame de Suficiência em Contabilidade – 24/04/2015 Uma determinada indústria iniciou suas atividades em fevereiro de 2015 e apresentou os seguintes dados, em 28.02.2015: ✓ Depreciação do Equipamento de Produção ✓ R$ 700,00 ✓ Mão de Obra indireta ✓ R$ 9.400,00 ✓ Custos Indiretos Consumidos na Fábrica ✓ R$ 12.530,00 ✓ Estoque Final de Matérias-Primas ✓ R$ 15.600,00 ✓ Mão de Obra Direta ✓ R$ 18.800,00 ✓ Estoque Final de Produtos Acabados ✓ R$ 25.300,00 ✓ Matérias-Primas Compradas ✓ R$ 37.600,00 Considerando o Custeio de Absorção e que não havia outros saldos, o valor da matéria-prima consumida no período é de: a) R$ 15.600,00. b) R$ 22.000,00. c) R$ 37.600,00. d) R$ 63.430,00. Resposta: Valor da Matéria Prima Consumida Consumo = Ei MP + Compras – Ef MP = 0 + 37.600,00 – 15.600,00 = R$ 22.000,00 Então, a opção CORRETA da questão é a alternativa B. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 27 de 131 Referências ALVES, R. V. Contabilidade Gerencial, São Paulo: Atlas, 2013. BORNIA, A. C. Analise Gerencial de Custos – Aplicação em Empresas Modernas. 2. Edição. São Paulo: Atlas, 2009. BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. CARDOSO, R. L., et al. Contabilidade Gerencial: Mensuração, Monitoramento e Incentivos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007. CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010. MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ªed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. NEVES, Silvério das. VICECONTI, Paulo Eduardo. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 10.ª ed. rev. e ampl., São Paulo: Saraiva, 2010. PADOVEZE, C.L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. Aula 3 – Métodos de formação de preços Introdução Essa aula objetiva refletir sobre a importância de se conhecer e identificar que a formação de preço é um fator determinante para a sobrevivência da exploração da atividade da empresa. Essa aula tem como objetivo: • Compreender a importância da análise da rentabilidade, margem e giro; • Discutir os aspectos relativos à formação de mark-ups. Custo mais margem http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 28 de 131 De acordo com Bruni e Famá (2009) nesse método, os preços são estabelecidos com base nos custos plenos ou integrais – custos totais de produção acrescidos das despesas de vendas, de administração e da margem de lucro desejada. Exemplo: A Vende Mais Ltda. produz e comercializa arranjos com flores ornamentais. Sabe-se que os custos com materiais diretos para cada arranjo comercializado são iguais a R$ 3,40. Os custos com MOD são aproximadamente iguais a R$ 2,20. Custos indiretos de fabricação são apropriados com base em 300% da MOD. Despesas administrativas, com vendas e fretes de entregas alcançam R$ 1,80. Se a empresa desejasse um lucro de R$ 1,20 por arranjo, qual deveria ser o preço praticado? Componente Valor Observação MD 3,40 MOD 2,20 CIF 6,60 Calculando com base em 300% da MOD (300% x 2,20 = 6,60) CUSTO TOTAL 12,20 Soma das parcelas anteriores DESPESAS 1,80 GASTO TOTAL 14,00 Soma dos custos e despesas LUCRO DESEJADO 1,20 PREÇO A PRATICAR 15,20 Soma dos custos, despesas e lucro desejado Custo-meta Segundo Megliorini (2012, p. 232): a empresa deve calcular o custo do seu produto para se certificar de que ele não ultrapasse o custo resultante da equação P – L = C (preço – lucro = custo). Exemplo: Suponhamos que uma empresa esteja avaliando fabricar e vender o produto Y. Os proprietários da empresa determinam que o lucro deva corresponder a 20% do preço de venda. O preço de mercado desse produto é R$ 100,00. Assim, o custo que esse produto deverá alcançar será de: Preço de mercado R$ 100,00 (-) Lucro definido pelos proprietários R$ 20,00 (=) Custo máximo permitido R$ 80,00 Assim, o custo de R$ 80,00 é o valor máximo em que a empresa pode incorrer, tendo em vista que o preço de R$ 100,00 é definido pelo mercado, e o lucro, pelos proprietários. Tal custo, passa, portanto, a representar o custo-meta ou custo-alvo e deve ser definido antes que se comece a fabricar o produto, ainda na fase de desenvolvimento de projeto. No entanto, se o custo estimado desse produto, calculado na fase de projeto, ultrapassar o limite (que é R$ 80,00), a empresa deverá reformular o projeto ou encontrar meios de reduzi-lo até atingir o valor determinado. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 29 de 131 Mark-up multiplicador e divisor Segundo Megliorini (2012, p. 232) na composição do mark-up, é necessário determinar: − Os percentuais das despesas de vendas e das despesas administrativas que podem ser obtidos, por exemplo, por meio da Demonstraçãode Resultados do Exercício (DRE) do ano anterior, relacionando-se os valores das despesas com a receita liquida de vendas; − O percentual de lucro desejado; − As alíquotas dos impostos para o produto ou serviço que está sendo precificado (ISS, ICMS, IPI), bem como as dos impostos incidentes sobre as receitas da empresa (PIS, Cofins). Como os impostos são definidos por legislação especifica, é preciso estar atendo às leis municipais, estaduais e federais no que se refere à alteração de alíquotas, novos impostos, critérios e cálculos etc. Definindo o custo, o preço de venda pode ser calculado da seguinte forma: Preço de venda = custo/Mark-up Ou Preço de venda – custo x Mark-up A de marcação, os itens que se pretende incluir no preço de venda devem ser apresentados em percentuais De acordo com Ribeiro (2009) para o cálculo da taxa de marcação, os itens que se pretende incluir no preço de venda devem ser apresentados em percentuais em relação ao próprio preço de venda. As duas modalidades de taxa de marcação, mark-up multiplicador e mark-up divisor, chagam ao mesmo resultado. Exemplo: Vamos supor que uma empresa tenha, como base no seu controle interno, definido os seguintes valores para compor o preço de venda de uma unidade do produto X: Custos variáveis, por unidade: Matéria-prima: R$ 10 Materiais secundários: R$ 3 Material de acondicionamento e embalagem: R$ 1 Mão-de-obra direta: R$ 6 Comissão a vendedores: 3% sobre o PV Tributos incidentes sobre vendas e sobre o lucro: 22% sobre o PV Custos fixos: 13% sobre o PV Despesas fixas: 7% sobre o PV Margem de lucro desejada: 15% sobre o PV Inicialmente calcularemos taxa de marcação pela modalidade mark-up multiplicador. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 30 de 131 Fórmula do mark-up multiplicador. 100/ (100 -% DV + % CF + % DF + % ML) Desenvolvendo a formula, temos a) Somatório dos percentuais de participação no preço de venda, de cada elemento, conforme interesse da empresa: Comissão a vendedores: 3% sobre o PV Tributos incidentes sobre vendas e sobre o lucro: 22% sobre o PV Custos fixos: 13% sobre o PV Despesas fixas: 7% sobre o PV Margem de lucro desejada: 15% sobre o PV Total 60 % b) Subtrair de 100% o somatório dos percentuais apurado na letra “a”. 100% - 60% = 40% c) Dividir 100 pelo resultado apurado na letra “b” 100% / 40% = 2.5 Esse resultado de 2.5 é o mark-up multiplicador. d) Multiplicar o custo unitário pelo mark-up multiplicador para encontrar o preço de venda unitário: R$ 20,00 x 2.5 = R$ 50 Logo, o preço de venda unitário será de R$ 50. Veja, agora, a apuração do preço de venda pelo mark-up divisor. Fórmula do mark-up divisor. 1 – (% DV + % CF + % DF + % ML/100) Desenvolvendo a formula, temos: a) Somatório dos percentuais de participação no preço de venda, de cada elemento, conforme interesse da empresa: Comissão a vendedores: 3% sobre o PV Tributos incidentes sobre vendas e sobre o lucro: 22% sobre o PV Custos fixos: 13% sobre o PV Despesas fixas: 7% sobre o PV http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 31 de 131 Margem de lucro desejada: 15% sobre o PV Total = 60 % b) Dividir o somatório dos percentuais por 100. 60%/100% = 0.60 c) Subtrair de 1 o resultado apurado na letra “b” 1 – 0,60 = 0,40 O resultado obtido por essa operação foi 0,40, denomina-se mark-up divisor. d) Dividir o custo unitário pelo mark-up divisor: R$ 20,00 / 0,40 = R$ 50 Logo, o preço de venda unitário será de R$ 50. Aprenda Mais Leia sobre o artigo “Formação do preço de venda – Mark up”. Disponivel em: http://peritocontador.com.br/wp-content/uploads/2015/04/Katth-Kalry- Nascimento-de-Souza-Forma%C3%A7%C3%A3o-do-Pre%C3%A7o-de-Venda- Mark-Up.pdf Exercícios de Fixação Questão 1 A Fábrica de Sapatos Passo Macio possui os dados financeiros apresentados na tabela seguinte. Sabendo-se que o fornecedor concede um prazo de 30 dias para o pagamento das compras, o prazo médio de estocagem da empresa é de 60 dias e o prazo concedido, em média, aos clientes para o pagamento das vendas é de 45 dias, estime qual deveria ser o preço praticado pela empresa. Todos os gastos com MOD e CIFs são considerados como pagos, também, com prazo de 30 dias. O mark-up multiplicador desejado é igual a 3,50 e o custo do dinheiro no tempo para a empresa é estimado em 2% a.m. Componentes unitários: Matéria Prima: R$ 18,00; MOD: R$ 2,40 e CIFs diversos: R$ 3,10 • Resposta: • Ignorando os prazos e o custo de oportunidade dos recursos da empresa, o valor à vista a ser cobrado seria igual à soma dos gastos apontados multiplicada pelo mark-up multiplicador. Em números (18,00 + 2,40 + 3,10) x 3,5 = R$ 82,25 http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 32 de 131 • Já que os gastos são pagos com 30 dias de prazo, o produto é estocado em média por 60 dias e os clientes pagam o produto com prazo de 45 dias, o ciclo financeiro da empresa é igual a: • -30 + 60 + 45 = 75 dias. Ou seja, a empresa financia suas operações por 75 dias. Calculando o valor futuro do valor presente anterior, seria possível obter o valor a ser cobrado: 82,25 PV – CHS 2 – i 2,5 – n FV <ENTER> R$ 86,42 Questão 2 A Quero Mais Industria Ltda. Apresentou os dados financeiros relatados a seguir. Sabendo que a empresa deseja um lucro igual a 18% do preço de venda, estime: a) o Mark-up multiplicador da empresa, considerando que ele é aplicado sobre os custos variáveis. B) o preço praticado pela empresa. Mão de obra direta 100,00 Comissões 3% do preço Matéria prima 300,00 Embalagem 550,00 Materiais secundários 200,00 Despesas administrativas 15% do preço • Resposta: a) Mark-up = 1 / (1-(18% + 3% + 15%) = 1,5625 b) Preço = 1,5625 x (100 + 300 + 550 + 200) = R$ 1.796,88 Referências BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. CHING, H. Y. Contabilidade Gerencial – Novas práticas contábeis para a gestão de negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 33 de 131 MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ªed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009. Aula 4 – Métodos de formação de preços Introdução A formação do preço de venda dos produtos/mercadorias e serviços, é elemento essencial da gestão econômico-financeira e mercadológica das empresas, envolve inúmeros fatores em sua composição; entre eles se destacam: estrutura de custos; demanda (mercado); ação da concorrência; governo e objetivos pretendidos com o produto/mercadoria e serviço. O sucesso empresarial poderia até não ser consequência direta da decisão acerca dos preços. Mas, um preço equivocado de um produto ou serviço certamente causara sua ruina. Essa aula tem como objetivo: • Entender o processo associado a formação dos preços; Preço de venda à vista e a prazo De acordo com Megliorini (2012) se considerarmos o custo unitário de R$ 50,00 para o produto X, calculado pelo método de custeio por absorção. O preço de venda à vista será: a) Utilizando o mark-up divisor: PV à vista = Custo / Mark-up PV à vista = R$ 50,00/0,4435 PV à vista = R$ 112,74 a) Utilizando o mark-up multiplicador: PV à vista = Custo x Mark-up PV à vista = R$ 50,00 x 2,25479 PV à vista = R$ 112,74 Decompondo esse preço, temos: Preço de venda à vista $ 112,74 (-) ICMS $ 20,29 (18% de $ 112,74) (-) PIS $ 0,73 (0,65% de $ 112,74) (-) Confins $ 3,38 (3% de $ 112,74) (=) PV sem impostos$ 88,34 (-) Comissões sobre vendas $ 2,25 (2% de $ 112,74) (=) PV líquido $ 86,09 (-) Custo $ 50,00 http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 34 de 131 (=) Margem de lucro bruto $ 36,09 (-) Despesas de vendas $ 5,64 (5% de $ 112,74) (-) Despesas Administrativas $ 7,89 (7% de $ 112,74) (=) Lucro antes do IR $ 22,56 – este valor corresponde a 20% do PV Já na definição do preço de venda a prazo Megliorini (2012, 239) diz que: Quando a empresa concede ao cliente um prazo para efetuar o pagamento do produto, da mercadoria ou do serviço, acrescenta ao preço de venda à vista um custo financeiro, e essa situação se caracteriza como um financiamento ao cliente pelo prazo concedido. Dessa forma, o custo financeiro deveria representar a remuneração de uma aplicação financeira, se a empresa financiasse o cliente com recursos próprios; a taxa de captação de recursos, em uma situação oposta; ou, então a taxa cobrada pelo marcado financeiro nas operações de desconto de duplicata. Preço de venda a prazo com custo financeiro “por fora” Ainda, utilizando o exemplo do produto X, cujo preço à vista foi calculado em R$ 112,74. Para calcular o preço de venda a prazo, devemos considerar dois aspectos: 1. São concedidos ao cliente 30 dias para que ele efetue o pagamento; e 2. O custo financeiro para essa operação é de 3% ao mês. Por tanto, ao incluir o custo financeiro, é preciso recorrer à matemática financeira para proceder ao cálculo do montante, que consiste no valor principal acrescido de juros. Conforme fórmula a seguir: PV a prazo = PV à vista x (1 + i) n Onde: i = taxa de juros n = prazo de pagamento No exemplo, temos: PV a prazo = $112,74 x (1 + 0,03)1 PV a prazo = $ 116,12 Decompondo esse preço, temos: Preço de venda a prazo $ 116,12 (-) Custo financeiro $ 3,38 (PV a prazo – PV à vista) (-) ICMS $ 20,90 (18% de $ 116,12) (-) PIS $ 0,75 (0,65% de $ 116,12) (-) Confins $ 3,48 (3% de $ 116,12) (=) PV sem impostos $ 87,61 http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 35 de 131 (-) Comissões sobre vendas $ 2,32 (2% de $ 116,12) (=) PV líquido $ 85,29 (-) Custo $ 50,00 (=) Margem de lucro bruto $ 35,29 (-) Despesas de vendas $ 5,64 (5% de $ 112,74) (-) Despesas Administrativas $ 7,89 (7% de $ 112,74) (=) Lucro antes do IR $ 21,76 Nota-se com a adoção desse cálculo, tanto a margem de lucro bruto quanto o lucro foram reduzidos, se comparados ao cálculo do preço de venda à vista: eles passaram, respectivamente, de $ 36,09 para $ 35,29, e de $ 22,56 para $ 21,76. Dessa forma, para preservar a margem de lucro bruto de $36,09 e o lucro antes do IR de $ 22,56, tem-se o cálculo do preço de venda a prazo com o custo financeiro “por dentro”. Preço de venda a prazo com o custo financeiro “por dentro” (mantendo- se o valor do lucro do peço de venda à vista) Considerando os custos do produto X e a mesma margem de lucro bruto do preço de venda à vista, temos: Custo $ 50,00 Margem de lucro bruto $ 36,09 Receita de vendas 100% ICMS 18 % 23,65% de impostos e taxas sobre vendas PIS 0,65 % Cofins 3,00 % Comissões sobre vendas 2,00 $ Nesse caso, para a composição do mark-up, consideramos os impostos e as taxas sobre vendas com a inclusão do custo financeiro pelo prazo de pagamento. No exemplo, a taxa de juros é 3% ao mês, e o prazo concedido ao cliente é de 30 dias. Recorrendo à matemática financeira, temos o percentual de juros conforme o prazo concedido: J= <(1 + i) n – 1> x 100 J = <(1 + 0,03) 1 – 1> x 100 J = 3% Mark-up divisor: <100% - (23.65% + 3,00%)> /100% = 0,7335 Mark-up multiplicador (1/ 0,7335) = 1,36332 http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 36 de 131 Utilizando o mark-up divisor, temos: PV a prazo = (Custo + Margem de lucro bruto) / Mark-up PV a prazo = ($ 50,00 + $ 36,09) / 0,7335 PV a prazo = $ 117,37 Utilizando o mark-up multiplicador, temos: PV a prazo = (Custo + Margem de lucro bruto) X Mark-up PV a prazo = ($ 50,00 + $ 36,09) X 1,36332 PV a prazo = $ 117,37 Decompondo esse preço, chegamos aos seguintes valores: Preço de venda a prazo $ 117,34 (-) Custo financeiro $ 3,52 (3% de $ 117,34) (-) ICMS $ 21,12 (18% de $ 117,34) (-) PIS $ 0,76 (0,65% de $ 117,34) (-) Confins $ 3,52 (3% de $ 117,37) (=) PV sem impostos $ 88,42 (-) Comissões sobre vendas $ 2,35 (2% de $ 117,37) (=) PV líquido $ 86,07 (-) Custo $ 50,00 (=) Margem de lucro bruto $ 36,07 (-) Despesas de vendas $ 5,64 (-) Despesas Administrativas $ 7,89 (=) Lucro antes do IR $ 22,54 Pode-se notar que a formulação do preço de venda com o custo financeiro “por dentro” permite à empresa determinar um preço que lhe preserve o valor monetário do lucro do IR calculado para o preço de venda à vista. Assim, pode- se determinar o mark-up para o preço de venda a prazo calculando um fator que representa a variação entre o preço de venda a prazo de venda à vista. Aprenda Mais Leia sobre o artigo “Formação do preço de venda – Mark up”. Disponivel em: http://peritocontador.com.br/wp-content/uploads/2015/04/Katth-Kalry- Nascimento-de-Souza-Forma%C3%A7%C3%A3o-do-Pre%C3%A7o-de-Venda- Mark-Up.pdf Exercícios de Fixação Questão 1 Custos de transformação – Alguns gastos das Empresas Gato Angorá Ltda. http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 37 de 131 Estão apresentados na tabela seguinte. Sabendo-se que a empresa fabrica um único produto, quais deveriam ser os preços de venda cobrados se: a) a empresa empregasse o método de fixação de preços com base no custo pleno, aplicando mark-up igual a 1,60 sobre o custo integral; b) a empresa aplicasse o método de fixação de preços com base no custo de transformação, acrescentando um percentual igual a 210%. A empresa sempre fabrica e vende 200 unidades por mês ou 2.400 unidades por ano. Gasto anual Valor ($) Mão de obra direta 28.000,00 Seguros da fábrica 3.600,00 Materiais diretos 48.500,00 Mão de obra indireta 9.400,00 Depreciação fabril 6.100,00 Resposta: Gasto anual total Unitário Materiais diretos 48.500,00 20,21 Mão de obra direta 28.000,00 11,67 Seguros da fábrica 3.600,00 1,5 Mão de obra indireta 9.400,00 3,92 Depreciação fabril 6.100,00 2,54 Custo total 95.600,00 39,83 1,60 sobre custo integral 152.960,00 63,73 Custo de transformação 47.100,00 19,63 210% sobre custo de transformação 146.010,00 60,84 Preço com mark-up 1,60 a) 152.960,00 63,73 Custo de transformação 47.100,00 19,63 Questão 2 Determinada empresa gostaria de vender seus produtos com uma margem http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 38 de 131 igual a 10%. Sabe-se que o custo variável da empresa é igual a R$ 540,00 por unidade. As demais taxas associadas ao preço são iguais a 40%, incluindo custos fixos, demais despesas e impostos. Pede-se: a) qual deveria ser o Mark-up multiplicador correspondente? B) Qual deveria ser o preço praticado? Resolução: a) Mark-up = 1 / (1-(40% + 10%) = 2,00 b) Preço = 2 x 540 = R$ 1.080,00 • Resposta: Referências BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. CHING, H. Y. Contabilidade Gerencial – Novas práticas contábeis para a gestão de negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ªed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009. Aula 5. Tributos diretos e indiretos Introdução A fixaçãodo preço de venda das mercadorias ou produtos é uma tarefa complexa, onde diversos fatores tendem a influenciar a sua determinação. Nesse contexto o custo de aquisição ou produção é uma variável que desempenha importante papel uma vez que, em condições normais, o produto não deve ser vendido por um valor que esteja abaixo do preço de custo. Para que o preço de venda seja fixado por um valor superior ao de seu custo de aquisição ou produção, a empresa deverá transferir para o consumidor o ônus da incidência dos tributos sobre o faturamento e o lucro da empresa. Assim, essa aula tem como objetivo • Distinguir impostos cumulativos e não cumulativos; • Aprender a considerar créditos e débitos fiscais; http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 39 de 131 • Saber calcular impostos por dentro e por fora; • Compreender o processo de composição de notas fiscais com impostos. • Proporcionar aos participantes conhecimentos relacionados aos tributos indiretos no que diz respeito ao impacto do ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISS na formação do preço de venda. Impostos cumulativos e não cumulativos; O art. 3º CTN traz o que chamamos de definição legal de tributo. É um conceito criticado por muitos autores. Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Por prestação entendemos obrigação. Pecuniária significa em dinheiro. Compulsória no sentido de que há uma imposição pela lei e a vontade das partes não é prestigiada. Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: a obrigação tributária, originariamente nascida em dinheiro, poderia ser satisfeita não apenas em dinheiro, mas também em alguma coisa que tenha valor, como a prestação de um serviço ou a entrega de uma mercadoria. Que não constitua sanção de ato ilícito: o tributo deve ser exercido tão somente em relação a atos/fatos lícitos. Instituída em lei: se é uma prestação compulsória, logo ela deve ter sido instituída por lei. Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. IMPOSTO CUMULATIVO – Diz-se de um imposto ou tributo que incide em todas as etapas intermediárias dos processos produtivo e/ou de comercialização de determinado bem, inclusive sobre o próprio imposto/tributo anteriormente pago, da origem até o consumidor final, influindo na composição de seu custo e, em consequência, na fixação de seu preço de venda. IMPOSTO NÃO-CUMULATIVO – Diz-se do imposto/tributo que, na etapa subsequente dos processos produtivos e/ou de comercialização, não incide sobre o mesmo imposto/tributo pago/recolhido na etapa anterior. Exemplos: IPI e ICMS. Talvez em palavras mais simples, significa que quando no regime cumulativo, não há a compensação de valores desse imposto já pago em algum processo anterior de industrialização ou comercialização. Por exemplo, se a empresa é do Lucro Presumido, o PIS do Faturamento e a Cofins, quando de seu cálculo, não há credito algum para dedução desses impostos. Sempre as alíquotas serão para o PIS 0,65% e para a Cofins 3,00%. Nesse caso específico a empresa do Lucro Presumido é "Cumulativo". Já se a empresa for do Lucro Real, ela terá como creditar os valores desses impostos já pagos na etapas anteriores da circulação, inclusive de PIS e Cofins pagos na importação, o que não é permitido para a empresa do Lucro Presumido. Então, a empresa do Lucro Real – "Não Cumulativo", terá créditos desses impostos e só depois ela aplicará sobre a base de cálculo, as alíquotas http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 40 de 131 específicas, para cada imposto, sendo que neste caso, o PIS Faturamento será de 1,65% e a Cofins 7,6%. Créditos e débitos fiscais O conceito de crédito fiscal tem várias acepções, em geral vinculadas aos vários países. Pode fazer referência, por exemplo, à possibilidade de uma empresa reduzir os impostos que paga no seu país através daqueles que pagou a um governo estrangeiro por alguma operação de comércio internacional. Por outro lado, o crédito fiscal é o montante que uma empresa pagou a título de impostos ao adquirir um produto ou um bem podendo ser deduzido junto do Estado no momento de realizar uma revenda. Por exemplo: uma loja compra um leitor de DVD e paga 125 euros pelo mesmo, dos quais 25 correspondem a impostos. No dia seguinte, o comerciante vende esse mesmo equipamento a um consumidor final por 250 euros (50 correspondentes a impostos). Na hora de pagar as suas contribuições ao Estado, o comerciante terá de pagar 25 euros de impostos por essas transações, já que os 25 restantes podem ser considerados para efeitos de crédito fiscal por se tratar de uma compra original. Por outras palavras, pode-se dizer que o crédito fiscal é uma quantia de dinheiro a favor do contribuinte, isto é, uma dedução fiscal. Na hora de determinar a obrigação tributária, o contribuinte pode deduzi-lo do débito fiscal (a sua dívida) para calcular o montante que deve pagar ao Estado. O governo pode instrumentar diferentes programas para usufruir do crédito fiscal (que, em todo o caso, será uma quantia de dinheiro a favor do contribuinte, seja este uma empresa ou uma pessoa). Existem planos através dos quais o contribuinte pode usar o crédito fiscal para pagar sessões de formação; neste caso, o dinheiro volta para o Estado, mas o contribuinte recebe mais serviços. Débito fiscal - Débito em que o contribuinte, deixando de pagar tributo na época certa na Fazenda Pública o contribuinte passa a ser inscrito como devedor desta. Cálculo dos impostos por dentro e por fora Chama-se “imposto por dentro” àquele cujo valor imputado ao contribuinte compõe sua própria base de cálculo. Quando isto não acontece, tem-se o chamado “imposto por fora”. O ICMS é um exemplo do 1º caso, enquanto o IPI faz parte do 2º grupo. Para exemplificar vamos imaginar uma mercadoria saída de uma indústria, cuja composição final de custos foi de R$ 50,00 por unidade: 1º caso – imposto por fora (a exemplo do IPI) − Preço de custo sem imposto = 50,00 − Lucro desejável = 10,00 (20%) − Preço do produto sem imposto = 60,00 (base de cálculo para o imposto) imposto (alíquota 17%) = 10,20 − Preço final de venda = 70,20 2º caso – imposto por dentro (a exemplo do ICMS) http://aulapos.estacio.br/sgcnet/RecebeQueryString.aspx?Tip…da%20custos_2207.doc&TipoRelatorio=D&FormatoRelatorio=P 02/01/2019 11J30 Página 41 de 131 − Preço final de venda = 70,20 (base de cálculo para o imposto) − Imposto (alíquota.17%) = 11,93 − Preço do produto sem imposto = 58,27 (70,20 – 11,93) − Preço de custo sem imposto = 50,00 lucro = 8,27 (16,54% = 100*8,27/50) Assim, para que se mantenha a mesma margem de lucro (20%) ter-se-á que fazer a seguinte operação matemática, no caso do imposto por dentro: Sejam: PP o preço do produto sem imposto BC a base de cálculo para o imposto (alíquota = 17% = 17/100 = 0,17) PP + 0,17*BC = BC BC – 0,17*BC = PP 0,83*BC = PP BC = PP/0,83 = 1,2048*PP = PP + 20,48%*PP Ou seja, a nova composição assim ficaria: preço de custo sem imposto = 50,00 lucro desejável = 10,00 (20%) preço do produto sem imposto = 60,00 preço final de venda = 72,29 (PP + 20,48% = BC para o imposto) imposto (alíquota 17%) = 12,29. Pelo demonstrado, pode-se afirmar que o produto em questão foi efetivamente tributado em 20,48% e não em 17%. A alíquota real foi, portanto, 20,47% maior que a nominal (1 – 20,48%/17%)*100%. O produto encareceu 2,98%- (1 - 72,29/70,20)*100. Outra forma (de mais fácil compreensão) demonstra as diferenças entre um e outro modo de tributação é a seguinte (simulações com diversas alíquotas, e com imposto por dentro): a) Preço final de venda (BC) = 100,00 Imposto por dentro (alíquota 17%) = 17,00 Preço sem imposto = 83,00 a
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