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Vigilância Epidemiológica - MISCO II

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Vigilância Epidemiológica
Na década de 60, no mundo, a Vigilância Epidemiológica passou a ser definida como: [...] o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com a finalidade de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doença.
1969: foi organizado um sistema de notificação semanal de doenças, sob a coordenação das Secretarias Estaduais de Saúde.
1975: foi instituído o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), formalizado pela Lei 6.259/1975 e Decreto 78.231/1976, que incorporou o conjunto de doenças transmissíveis então consideradas de maior relevância sanitária no país, a fim de controlar essas doenças por meio de programas interativos.
Com a promulgação da Lei 8.080, de 1990, que instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS), ocorreram importantes desdobramentos na área de Vigilância Epidemiológica.
A principal fonte para fornecer dados é a notificação, que pode ser feita por profissionais de saúde ou qualquer cidadão.
Funções da Vigilância Epidemiológica:
» coleta de dados; 
» processamento dos dados coletados; 
» análise e interpretação dos dados processados; 
» recomendação das medidas de controle apropriadas; 
» promoção das ações de controle indicadas;
 » avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; 
» divulgação de informações pertinentes.
O envio do dado deve ser suficientemente rápido para permitir o desencadeamento oportuno de ações; o fluxo, a periodicidade e o tipo de dado está relacionado às características de cada doença ou agravo. Os fluxos de informações, nos estados e municípios, estão sendo profundamente alterados em função da reorganização do sistema de saúde.
Tipos de dados:
» Dados demográficos, socioeconômicos e ambientais
» Dados de morbidade: notificação de casos e surtos, investigação epidemiológica, busca ativa de casos, etc.
» Dados de mortalidade: declarações de óbitos.
» Notificação de surtos e epidemias: para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes.
Fontes de dados:
» Notificação de doenças ou agravos: 
Tem sido a principal fonte da Vigilância Epidemiológica, sendo a lista nacional das doenças de notificação atualizada periodicamente, de acordo aos agravos e as doenças de interesse sanitário para o país.
» Critérios para a seleção de doenças de notificação compulsória:
Magnitude: incidência, prevalência, mortalidade;
Potencial de disseminação: a forma de transmissão das doenças;
Transcendência;
Vulnerabilidade: prevenção e controle;
Compromissos internacionais: metas mundiais e eliminação;
Regulamento Sanitário Internacional: as doenças de notificação compulsória internacional estão nas listas nacionais de todos os países membros da OPAS/OMS;
Epidemias, surtos e agravos inusitados: investigação imediata;
» Aspectos que devem ser considerados na notificação:
Suspeita: não se deve aguardar a confirmação do caso para se efetuar a notificação;
Sigilo: deve respeitar o direito ao anonimato das pessoas;
Notificação negativa: essa notificação indica eficiência do sistema de informação ou omissão das notificações.
Estudos epidemiológicos
» inquéritos epidemiológicos: é um estudo seccional, geralmente do tipo amostral, levado a efeito quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes, em virtude de diversos fatores;
» levantamento epidemiológico: destina-se a coletar dados para complementar informações já existentes. Ex.: recuperações de séries históricas, busca ativa de casos.
Sistemas Sentinela:
» São capazes de assegurar representatividade e qualidade às informações produzidas.
» No Brasil, tem-se utilizado com frequência as unidades de saúde sentinelas, que permitem identificar o comportamento de doenças infecciosas e parasitárias e informam diariamente aos órgãos de vigilância os casos de doenças sob vigilância.
Emergências em saúde pública:
» Epidemia, endemia, pandemia e surto
Núcleos hospitalares de epidemiologia:
» O ambiente hospitalar é uma importante fonte para a notificação das doenças de notificação compulsória, principalmente dos casos mais graves, com impacto para a saúde pública no país.
» Além disso, o hospital é fonte de informação para outros problemas de saúde, possibilitando o acompanhamento do perfil de morbimortalidade da população atendida, apoiando o planejamento do sistema de saúde.
Doenças emergentes, reemergentes ou em situação de persistência:
Doenças emergentes: nova doença antes desconhecida;
Doenças reemergentes: doença que estava erradicada e volta a ter incidências;
Doenças persistentes: reintrodução e crescimento de velhas doenças.
Distribuição das doenças:
O desenvolvimento de novas tecnologias na área da saúde causa queda da mortalidade por doenças infecciosas e aumento na expectativa de vida, e aumento das doenças crônico-degenerativas e das causas externas de mortalidade (violência, acidentes e suicídios).
Sistemas de Informação:
Sistema de Informação de Mortalidade (SIM):
» Foi estabelecido pelo Ministério da Saúde (MS) em 1975 e contemplou todo o país em 1979;
» Utiliza como instrumento a declaração de óbito (DO);
» As Secretarias da Saúde devem recolher a primeira via da DO para registro dos dados, a segunda via deve ser entregue ao familiar para obtenção da Certidão de Óbito junto ao Cartório de Registro Civil e a terceira via é arquivada na unidade que notificou;
» Os casos de morte por violência ou por acidentes em via pública devem ser encaminhados ao Serviço de Verificação de Óbito do Instituto Médico Legal, que fará a verificação da causa da morte e depois a DO. 
Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC):
» Foi implantado a partir de 1990;
» Utiliza a Declaração de Nascimento (DN) como instrumento;
» Armazena dados sobre as condições da gravidez, tipo de parto e dados específicos do recém-nascido (RN);
» Duas vias devem ser entregues à família, uma para a realização do registro no Cartório de Registro Civil e obtenção da certidão de nasci- mento, outra para ser entregue no serviço de saúde em que o RN será acompanhado.
Sistema de Informação de Doenças de Notificação Compulsória (SINAN):
» O Ministério da Saúde mantém uma lista de doenças notificáveis, mas os estados e municípios podem estabelecer outras doenças, de acordo com a sua realidade e condição epidemiológica; 
» A notificação compulsória deverá ser feita por todos os profissionais de saúde sempre que aparecer casos suspeitos de agravos, surtos, mortes, desastres e acidentes de trabalho, etc.
Sistema de Informação Hospitalar (SIH):
» Esse sistema foi implantado em 1976, primeiramente com objetivo administrativo, relacionado ao pagamento da prestação de serviços aos hospitais contratados pelo Instituto Nacional de Previdência Social do Ministério da Previdência Social;
» O sistema permite obter dados referentes à pessoa, ao tempo, ao lugar da internação e procedência do paciente, tipos de serviços e procedimentos utilizados, duração da internação, valores pagos e a causa da internação.
Sistema de Informação Ambulatorial (SIA):
» Permite registrar os atos profissionais realizados como consultas, exames laboratoriais, ações e outros, portanto não permite saber dados sobre diagnósticos ou motivo de atendimento de forma direta;
» Utiliza tabela padronizada de procedimentos do SAI-SUS para codificar os atos profissionais;
» Incluir as ações e serviços de prevenção de riscos e agravos e de promoção da saúde desenvolvidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Sistema de Avaliação de Imunização (API):
» Computa todas as doses de vacina aplicadas nas UBS, segundo vacina, idade e dose da vacina;
» Cobertura vacinal: proporção de pessoas que receberam a vacina.
Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB):
» 1993: Sistema de Informações do Programa de Agentes Comunitários (SIPACS);
» ESF implanta o SIAB;
» Inclui instrumentosque tratam do cadastro das famílias acompanhadas pelas UBS, de sua situação econômica, além das situações de risco e doenças que apresentam.

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